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A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) assinou, na última segunda-feira (6), a Ordem de Serviço para início da pavimentação asfáltica de diversas ruas em Lago da Pedra (MA). Os recursos, de quase R$ 2,2 milhões, são fruto de uma emenda parlamentar do deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA). A previsão é que os trabalhos comecem nos próximos dias.

“Esse asfaltamento é de extrema importância para o município e a população. Por isso, estarei em Lago da Pedra, para acompanhar o início das obras”, diz. “Soube que teve gente dando a notícia na cidade, fazendo barulho, mas omitindo que os recursos foram garantidos pela emenda de minha autoria. É preciso frisar a verdade: sem a indicação que fiz ao Orçamento, o governo federal não liberaria esse valor”, acrescenta Juscelino Filho.

De acordo com o deputado do Democratas, será autorizado, nos próximos dias, calçamento de outras 17 vias em Lago da Pedra, no valor de R$ 1,3 milhão. “Vai ter gente querendo fazer cortesia com o chapéu dos outros novamente, mas os recursos também são fruto de uma emenda parlamentar nossa e de toda a atuação junto ao presidente da Codevasf, Marcelo Moreira, com quem me reúno frequentemente”, afirma.

Juscelino Filho reforça, ainda, o compromisso com os lagopedrenses. “Vou continuar atuando por uma vida melhor para a população de Lago da Pedra, em parceria com o prefeito Laércio Arruda e todo o nosso grupo. Esse será sempre o meu compromisso: fazer justo à confiança dos eleitores e honrar a palavra dada e tudo que foi assumido”, finaliza.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

“A publicidade para engajar e mobilizar públicos” é o tema da “live” de hoje (9/7), do projeto Inspire e Comunique, apresentado no Instagram pelas jornalistas Franci Monteles e Yndara Vasques. A “live” será às 19h30, no Instagram @franci_monteles.

O convidado desta semana é o publicitário maranhense Bruno Lima, da B.Lima Marketing de Resultados, que atua assessorando empresas e influenciadores digitais e chega a movimentar grandes públicos em prol de grandes projetos no Brasil e no exterior. O publicitario falará de suas experiências, curiosidades e os desafios desse tipo de comunicação que envolve muita criatividade para engajar ou conectar-se com o público.

Outros assuntos que, também, serão abordados durante a “live” são a publicidade e a era digital nestes tempos de pandemia. O primeiro diz respeito a mudanças que ocorreram nos últimos anos na forma de fazer publicidade com o advento da “internet”, das redes sociais e nos surgimentos dos influenciadores digitais. “Vai ser um bate-papo bem interessante sobre o mercado de comunicação, tempos de pandemia e reinvenções”, diz o publicitário.

Em meio à pandemia, a publicidade também sofreu seus impactos. Ao mesmo tempo em que se viu obrigada a fazer mudanças rápidas nos conceitos das propagandas, a publicidade também é afetada pela crise sanitária e econômica.

“Estamos vendo muitas mudanças na comunicação de maneira geral, nestes últimos meses, em razão da pandemia. Desde o fato de ter que entender o contexto atual, o trabalho, “home office’, o mergulho no digital, as ‘lives’, mudanças de campanhas e a própria crise batendo à porta de algumas empresas. A publicidade e vários outros segmentos dentro da comunicação são ferramentas importantes que podem ajudar as empresas e organizações a atravessarem esta fase e são alguns dos assuntos que nortearão nosso bate-papo de hoje à noite com o publicitário Bruno Lima”, explica Franci Monteles.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

“Se estiver com saudades, pode abrir os ouvidos e inspirar os olhos”. Os versos estão enfileirados na memória, nos arquivos, no coração de um país, no alento, na esperança de um gigante que respondia pelo apelido em diminutivo, um Poetinha. Brasileiros que estão hoje longe da família, de amores da vida, de amigos, podem encontrar também a beleza de cada segundo e do viver ao (re)visitar a obra eternizada do gênio Vinícius de Moraes, que morreu há exatos 40 anos, no dia 9 de julho de 1980, aos 66 anos de idade.

O artista que dizia que a “distância não existe” rogava que não queria “mais esse negócio de você longe de mim”. “E por falar em saudades, onde anda você?”. Celebrado na academia, nas aulas de literatura, nas rodas de amigos, nas emissoras de rádio, nos bares, no café da manhã e na boemia, Vinícius é esperança erudita em bom popular: “dentro dos meus braços / os abraços hão de ser milhões de abraços”. Profano e sagrado, tudo junto e misturado: “diz-lhe numa prece, que ela regresse porque não posso mais sofrer”. Poetinha está vivíssimo, garantem os estudiosos e todos os apaixonados. Aliás, nesta quinta, um grupo de artistas fará uma apresentação em “live” para celebrar a memória do autor, dos encontros e das saudades.

A produtora cultural Gilda Matoso, de 68 anos, viúva de Vinícius de Moraes, organiza o evento, que começa às 19h, no canal dela no YouTube, contará com nomes como Toquinho, Gilberto Gil, Maria Creuza e Mariana de Moraes, Cynara (Quarteto em Si), e os poetas Marcel Powell, Antônio Cícero, Geraldo Carneiro e o ator Aloísio de Abreu. Cada artista vai escolher algo para cantar e conversar sobre ele. “Eu fico abismada. Tanta gente que não era nem nascida na época é muito fã dele. É uma obra eterna. A obra é verdadeira, rebuscada e, ao mesmo tempo, tão popular”, disse. Gilda Mattoso admira toda a obra do artista, mas destaca uma canção em especial que também celebra a saudade: “Marcha de Quarta-feira de Cinzas”. A música deve ser interpretada, na apresentação desta quinta, pela cantora Maria Creuza.

Obra amorosa

A neta do poeta, Mariana de Moraes, 50 anos, afirma que o exemplo de ética, e o olhar amoroso de Vinícius (que morreu quando ela tinha 11) são fundamentais para a vida e para a obra que ela também construiu. “Por mais triste que seja o assunto que ele trata, Vinícius consegue enxergar aspectos positivos. Ele exercia a compaixão, a caridade e a poesia”. A artista compara a música e os versos a uma forma de rezar. “Vinícius sensibilizava. É importante consumir a obra dele porque trazem esperança e alento, mesmo quando a temática é triste”.

Mariana de Moraes diz que esse é um momento para estar com Vinícius. “Ele diz que o amor vai prevalecer. Ele produziu uma forma amorosa”. Ela cita a poesia/canção “Eu não existo sem você” como um exemplo desse olhar lírico: “Eu sei e você sabe que a distância não existe. Que todo amor só é bem grande se for triste. Por isso, meu amor, não tenha medo de sofrer. Pois todos os caminhos me encaminham pra você”.

Vinícius escreveu sobre as coisas do coração e foi equilibrado, analisa a neta. “Ele uniu pensamento, coração e ação. Ele era um homem que ajudou muita gente, muitos artistas. Ele agiu como homem e transformou sentimentos em palavras”, admira-se. Por isso, para ela, a obra de Vinícius é tão inspiradora para diferentes públicos. “É importante pensar coisas belas”. Ela recorda que o avô chamava, com carinho, as pessoas pelo diminutivo. E surgiu o apelido do Poetinha.

Mas ela contextualiza que o autor chegou a ser boicotado por trazer conteúdo também popular. “A poesia dele conseguiu furar o bloqueio, e ele é reconhecido como um grande poeta a par de ser também compositor. A obra dele resiste forte e voltou a ser estudada nas universidades”. Mariana de Moraes lamenta que as novas gerações são também bombardeadas de material sem qualidade, tanto na música quanto na poesia. E, por isso, ela defende que os jovens devem ser apresentados, cada vez mais, aos grandes autores.

Mariana recorda que decidiu cantar desde criança sob inspiração de João Gilberto. “Eu conheci a obra de Vinícius pelo o que eu ouvia do João. E passei, com o tempo, a ser convidada para eventos a celebrar a memória dele. E me apropriei do que ele produziu. Eu reverencio muito a obra do meu avô”.

Permanência em diferentes cenários

Estudioso da obra de Vinícius de Moraes, o professor Eucanaã Ferraz, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entende que o poeta é completo e único em função da trajetória também popular. “Vinícius é um personagem presente no dia a dia de muitas faixas etárias e classes sociais. Foi um poeta que fez obras para crianças (como o álbum ‘Arca de Noé’), o que faz com que o interesse por ele passe de geração para geração”. O pesquisador destaca o pensamento sofisticado de Vinícius mesmo em um lugar de grande apelo artístico, de apreço pela simplicidade e, ao mesmo tempo, de rigor estético.

Eucanaã Ferraz ressalta as temáticas universais do artista, que fazem com que a obra seja considerada atual. “Todo artista fala com o seu tempo e com aqueles que o antecederam. E ele provoca em cada um de nós algum tipo de pergunta. E nos provoca perguntas que nem sabíamos que tínhamos. A obra de arte é um lugar de inquietações, nem sempre de respostas”.

A professora Sylvia Cyntrão, também pesquisadora da obra de Vinícius na Universidade de Brasília (UnB), destaca que ele teve extrema preocupação social, como na poesia “A rosa de Hiroshima”, embora ele tenha ficado mais conhecido pela temática do amor-paixão. “A poética modernista de Vinícius expressa preocupações essenciais que são fruto desse eterno impasse entre a aceitação da realidade na forma que se apresenta e a esperança utópica que podemos modificá-la pelo amor”. Para ela, o legado do autor traz pistas preciosas de como homens e mulheres devem enfrentar a realidade.

A pesquisadora organizou o livro “O verso vivo de Vinícius de Moraes: olhares sobre o mais amado”.

O professor de literatura Tiago de Carvalho, do Instituto Federal de Brasília, destaca que a obra de Vinícius é um tema que encanta também o ensino fundamental e médio, já que os alunos trazem referências ao poeta, ainda que não tenham tantas informações como os universitários. Os mais jovens percebem que o Poetinha foi admirado no morro e também pela elite. “Um homem que tinha causas ligadas às massas. Ele transitava entre o popular e o erudito e deve ser estudado tanto nas academias quanto cantado pelo povo”. O professor indica que o poeta se popularizou pela forma como cantava o amor, e pela visão redentora do sentimento. “Ele captou isso como ninguém. Apaixonado pela vida pelo amor, e se entrega ao samba e à bossa-nova. Ninguém faria como Vinícius em todas as camadas da sociedade, tanto na música como na poesia”.

Ele recorda que a obra de Vinícius deve ser contextualizada como multifacetada. “Amor e saudade são temas que sobressaem. O poeta se destaca também por versos sociais como em ‘Operário em Construção’. Além disso, está também em temas como a religião e até o erotismo. Podíamos nos perguntar onde estaria Vinícius hoje. Era um homem amoroso na poesia e com as pessoas”. O espaço das saudades em Vinícius é um lugar do amor, afirmam os estudiosos. “Nós somos seres em construção. A poesia dele é grande também porque não é dogmática”.

Quarenta anos depois de sua morte, os pesquisadores reconhecem que ainda há muito o que ler e ouvir para compreender mais sobre o célebre autor. Enquanto a academia esmiúça os dotes estéticos e estilísticos do poeta, os fãs, em saudades, apaixonados, têm seus olhares próprios para a esperança e para o amanhã, nas rodas de cantoria que já planejam para quando a pandemia passar. "Assim como o Oceano, só é belo com o luar. Assim como a Canção, só tem razão se se cantar...". Todos teremos razão em cantar a esperança e a saudade que ele, em tantas formas, deixou como legado.

Veja, abaixo, “Caminhos da Reportagem” com história de Vinícius de Moraes

Confira reportagem especial do Brasil sobre o poetinha

Memória Rádio MEC relembra poesias e crônicas de Vinícius de Moraes

(Fonte: Agência Brasil)

Será um milagre o finito de nós resistir ao infinito do tempo.

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Uma coisa é você ter história; outra, é a história lhe ter.

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[...]

Como o sabem os médicos e biólogos – mas não apenas eles –, os seres humanos são finitos: nascem, vivem, morrem.

Somos os mais perfeitos (?) e complexos elementos da (ou na) Natureza,...

... somos os únicos com percepção de si mesmos,...

... somos os únicos organismos vivos que conferem sentido aos demais organismos vivos e às coisas materiais e imateriais que (n)os rodeiam e, entanto, somos seres de existência curta,...

... de escassa longevidade,...

... de pouco tempo de vida.

Enquanto isso, outros representantes do reino animal estão nadando de braçadas à frente dos humanos no oceano da vida. Há peixes – carpas, por exemplo – que vivem fácil mais de 220 anos.

Tubarões e lagostas sesquicentenários.

Tartarugas e baleias bicentenárias (e estas são mamíferos que nem nós...).

Ostras e moluscos de quatro séculos.

E nem se fale de certas águas-vivas (medusas), que, simplesmente, são imortais, voltam ciclicamente a ficar jovens após um tempo na maturidade, e assim vão vivendo... para sempre.

No reino vegetal, árvores de quatro milênios, como pínus, ciprestes e teixos.

E é de admirar a resistência, a duração dos pequenos, dos muuuuuuuuuuuuuuuito pequenos, os micróbios, que dominam, no mínimo, 80% da biomassa da Terra (os seres vivos, plantas incluídas) e vivem muito, e bote muito nisso.

Os micro-organismos são a prova de que tamanho não é documento.

Há bactérias que são quase eternas, podendo viver dezenas (há registros de centenas) de milhões de anos.

... Mas ninguém quer ser uma bactéria ultralongeva,...

... ou um fungo semieterno,...

... muito menos um vírus (i)mortal...

De qualquer maneira, fartos ou minguados em anos, os organismos vivos (ou pelo menos 99,9% deles) têm algo em comum:

... vão sumir,

... de-sa-pa-re-cer.

E cada infinitesimal molécula deles (e nossa) procurará ou formará outra estrutura.

A Ciência afirma: apenas 0,1% dos organismos terá a sorte de virar fóssil, e assim existir/resistir no tempo, embora nada assegure que o fóssil de um ser vivo ou de parte dele (animal, vegetal ou coisa e tal) seja encontrado.

Será um milagre o finito de nós resistir ao infinito do tempo. Sem fósseis, sem registros, é impossível a algo ou alguém existir na História – pois História é a existência conhecida, contada.

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O livro é o novo fóssil. Um fóssil de papel. Um fóssil que se dá a conhecer.

Livros são pequenas pirâmides de celulose e tinta que conservam o principal dos tesouros humanos: conhecimento, informações sobre a vida de algo ou alguém.

É neles, livros, que deixamos marcas, caracteres, figuras. Neles, imprimimos, isto é, assumimos e revelamos a beleza e o desespero,...

... a alegria e a angústia,...

... o sentido, a sensação e o sentimento de sermos o que somos (gente) no desfrute de termos o que temos (vida).

Assim, cada livro vai-se mantendo como um seguro a mais contra o esquecimento, a perda, o sumiço, a extinção.

Rascunho de eternidade, um livro nos livra do pó. Faz-nos sobreviver ao túmulo.

Algumas pessoas permitem-se pequenos exercícios de posteridade. Seres comuns e iguais – animais – ante a Ciência, mas únicos e especiais – sujeitos – ante a História.

Seres singulares em sua pluralidade e plurais em sua singularidade.

Apesar disto, não importaria para a História o trabalho de cada um, a vida de cada um, se isto não fosse comunicado.

Pois uma coisa é você ter história; outra, é a História lhe ter.

Só há eternidade na História.

Entre outras coisas, um livro documenta histórias vividas e histórias de vidas ainda vívidas.

Evidentemente, um livro não documenta toda a história de cada ser – não existem livros assim. Um livro com uma história de alguém é um resumo pessoal, lacônico, que apenas anuncia a pessoa, informa (o) que ela é, diz que está, comunica que chegou. Conta que existe. Conta um pouco de sua existência.

Não importa quanto tempo viva um ser: ele só será ser se se souber que ele é, ou foi. E um livro serve – também – para isso.

De alguma forma, ficção ou realidade, romântico ou técnico, todo livro é um livro de História.

Da pequena História de cada um na imensidão do Tempo que é de todos – e do Tudo...

* EDMILSON SANCHES

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que teve a aplicação adiada por causa da pandemia do novo coronavírus, foi remarcado para os dias 17 e 24 de janeiro, na sua versão impressa. A nova data para aplicação das provas foi divulgada hoje (8), durante coletiva de imprensa transmitida pela “internet”, que contou com a presença do secretário-executivo da pasta, Antônio Paulo Vogel, que é o ministro interino, e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes.

A versão digital do exame será aplicada nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Já a reaplicação das provas está marcada agora para os dias 24 e 25 de fevereiro do ano que vem. Os resultados serão divulgados no dia 29 de março.

“Entendemos que essa decisão não é uma decisão perfeita e maravilhosa para todos. Sabemos que não é. Então, buscamos uma solução técnica, tentando ver a data que melhor se adequa a todos", afirmou Vogel, ao divulgar o novo calendário. Segundo ele, a definição das datas foi construída após diálogo com as secretarias estaduais de Educação e entidades que representam as instituições de ensino superior, tanto privadas quanto públicas.

Segundo o presidente do Inep, serão adotadas medidas sanitárias durante a aplicação das provas, como uso de álcool em gel e distanciamento adequado entre os estudantes. Os protocolos sanitários para aplicação das provas vão produzir um custo adicional de cerca de R$ 70 milhões para o governo federal, informou Alexandre Lopes.

“Estamos prontos para fazer essa execução em janeiro. Já estamos adotando as medidas necessárias, junto ao consórcio aplicador, para garantir a segurança sanitária durante a aplicação da prova, medidas relativas ao uso de álcool em gel, uso de máscara, distanciamento e quantidade de alunos nas salas de aplicação do exame", afirmou Lopes.

Consulta pública

Em junho, o Inep chegou a realizar uma enquete virtual para saber em quais datas os estudantes gostariam de realizar a prova. Pelo levantamento, 49,7% dos estudantes preferiam que o Enem impresso fosse aplicado em 2 e 9 de maio de 2021 e o Enem digital em 16 e 23 de maio. Ao comentar a decisão de aplicar as provas entre janeiro e fevereiro, Lopes disse que levou em conta, além da própria enquete, as opiniões das instituições de ensino e das secretarias de Educação.

“A enquete não seria o único parâmetro para definição da data, era mais um parâmetro. Entendemos que seria muito importante ouvir os secretários estaduais de Educação, representados aqui pelo Consed, como também as instituições de ensino superior, tanto públicas quanto privadas. Todas as informações foram levadas em consideração. Com relação à enquete, mais da metade dos alunos optaram por dezembro e janeiro; maio foi menos de 50% dos alunos. Então, mais da metade dos alunos preferiu dezembro e janeiro, e a gente também está atendendo esse público", argumentou.

Edição extra do Sisu

O ministro interino da Educação destacou que, caso seja um desejo das instituições de ensino, o MEC poderá abrir um terceiro período de inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) em 2020. Normalmente, o Sisu é aberto duas vezes no ano, no primeiro e no segundo semestre.

As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2020 estão abertas até o dia 10 de julho. Serão oferecidas mais de 51 mil vagas em instituições de ensino superior do país.

Pela primeira vez, além dos cursos de graduação presenciais, o Sisu 2020.2 vai ofertar vagas na modalidade a distância (EaD). Além de ter feito o Enem de 2019, os interessados não podem ter zerado a redação. Estudantes que fizeram o exame na condição de treineiros também não podem participar.

(Fonte: Agência Brasil)

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Telecom Italia Mobile (TIM), empresa de telefonia móvel de capital italiano, firmaram nessa terça-feira (7), em Brasília, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que converte multa de R$ 639,9 milhões, aplicada pela agência reguladora, em investimentos que a companhia deverá fazer para ampliar o acesso à “internet”, por meio do serviço de banda larga móvel com tecnologia 4G.

Segundo a Anatel, a estimativa é que três milhões de pessoas serão beneficiadas. A banda larga atingirá cidades com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), abaixo da média nacional (0,761) nos Estados do Norte, Nordeste, Minas Gerais e Goiás. Os municípios escolhidos têm menos de 30 mil habitantes.

Em sua conta no Twitter, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, divulgou o acordo.

O IDH é um indicador criado pelas Nações Unidas (ONU) que mede o bem-estar da população a partir da renda, atendimento à saúde e acesso à educação. O TAC terá vigência de quatro anos. Até a metade do período, 80% da infraestrutura deverá estar instalada.

A assinatura do TAC foi comemorada pelo ministro das Comunicações, Fábio Farias. "Ainda temos o desejo de atingir 40 milhões de brasileiros sem cobertura”, declarou. Segundo nota da Anatel, Farias classifica como urgente alcançar um quinto do território nacional sem “internet” de banda larga.

Para o presidente da Anatel, Leonardo Euler, assinala que o acesso à “internet” trará vantagens econômicas para as cidades “[Vai] Gerar mais negócios, mais renda e dinamizar a economia nesses locais”.

A lista de municípios que serão alcançados, os processos administrativos que resultaram em multa e a memória de cálculo para o estabelecimento do TAC estão disponíveis no “site” da TIM.

(Fonte: Agência Brasil)

Os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Saúde (MS) vão apoiar 90 pesquisas relacionadas à prevenção e combate à pandemia do novo coronavírus. Serão disponibilizados R$ 50 milhões para os projetos.

A chamada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) vai financiar estudos para auxiliar na compreensão do histórico da doença, nos métodos de diagnóstico, formas de prevenção, atenção à saúde e controle da pandemia.

Dos recursos, R$ 30 milhões serão repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e R$ 20 milhões serão desembolsados pelo Ministério da Saúde.

Ao todo, foram apresentadas 2.219 propostas. As 90 selecionadas beneficiaram 50 instituições de ensino e pesquisa de 20 Estados. Os principais temas das propostas de investigação foram prevenção e controle da covid-19 (38), atenção à saúde (17) e história da doença (10).

No processo de seleção, foram considerados mérito, viabilidade técnica, experiência da equipe, adequação do cronograma financeiro, aplicabilidade ao Sistema Único de Saúde, potencial de impacto para atenção à saúde e vigilância no enfrentamento à covid-19.

Entre os projetos selecionados, estão:

- Revacinação com BCG de profissionais da saúde atuando na pandemia de covid-19

- Desenvolvimento de testes moleculares rápidos e de baixo custo baseados em LAMP para diagnóstico da covid-19

- Uso da espectroscopia por infravermelho no diagnóstico da covid-19

- Desenvolvimento de teste rápido de detecção de partículas virais de SARS-Cov-2 enriquecidas por suporte funcionalizado com enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2)

- Avaliação de fatores clínicos, imunológicos e virológicos em pacientes infectados pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) em diferentes Estados da Região Norte do Brasil

- Avaliação dos riscos de profissionais de saúde que cuidam de pessoas com covid-19

- Patogenia e história natural da covid-19: uma abordagem baseada em autópsias

- Impacto da pandemia de covid-19 na Saúde Mental de Crianças e Adolescentes: Fatores de Risco e Proteção

- Saúde mental de profissionais de Enfermagem do Brasil no contexto da covid-19

(Fonte: Agência Brasil)

Professores da rede pública de ensino do Estado de São Paulo fizeram, nessa terça-feira (7), manifestações em diversas cidades contra a volta às aulas, agendada pelo governo paulista para ocorrer em 8 de setembro. Os atos, programados, em ao menos, 29 municípios do Estado, ocorreram em forma de carreatas, buzinaços e exposição de faixas em pontos centrais das cidades.

Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o retorno das atividades presenciais nas escolas do Estado só deveria ocorrer com a garantia sanitária da comunidade escolar, e com uma redução drástica da pandemia de covid-19.

“O primeiro local que teve de ser fechado foi a escola, e o último a voltar deverá ser a escola. Qual é a base sanitária para o retorno em 8 de setembro? Qual é a base científica?”, questionou a presidente da Apeoesp, a professora Bebel Azevedo Noronha.
O governador de São Paulo, João Doria, disse, no último dia 24, que as aulas presenciais na rede de ensino do Estado voltarão a partir de 8 de setembro, em sistema de rodízio. A medida irá afetar 13,3 milhões de alunos tanto da rede pública quanto da rede privada, e abrangerá todas as etapas de ensino, do infantil ao universitário de São Paulo.

Segundo o governo, os alunos voltarão às aulas de forma gradual. Na primeira etapa, prevista para ser iniciada no dia 8 de setembro, até 35% dos alunos poderão voltar às aulas presenciais, respeitando o distanciamento de 1,5 metro. Isso deverá ser feito em forma de rodízio e, com o restante dos alunos seguindo em aulas remotas e “on-line”.

“Será que simplesmente mudar, colocar menos alunos nas salas de aula, mudar o dia de ir para aula, a quantidade de horas, só isso dá conta? O projeto arquitetônico das escolas não dá conta de tratar dessa questão porque tem salas que são improvisadas. Nós sabemos disso”, disse Bebel.

As aulas presenciais na rede estadual de São Paulo estão suspensas desde o dia 23 de março como medida de controle da propagação do novo coronavírus. Atualmente, as aulas das escolas estaduais ocorrem de forma remota e “on-line”, sendo transmitidas por meio do aplicativo Centro de Mídias SP (CMSP), plataforma criada pela Secretaria de Educação durante a pandemia do novo coronavírus. Ela também é transmitida por meio dos canais digitais na TV 2.2 – TV Univesp e 2.3 – TV Educação.

Outro lado

Em nota, a Secretaria da Educação do Estado disse que sempre agiu em absoluto respeito aos professores, e que a decisão do retorno presencial das aulas foi adotada após diálogo com representantes de professores, funcionários, alunos, pais e administradores de escolas, seguindo as recomendações sanitárias do Centro de Contingência do Coronavírus do Estado.

“O governo de São Paulo planeja a retomada das aulas pautado em medidas de contenção da epidemia, atendendo aos interesses da população e sem colocar nenhuma vida em risco. Somente quando todas as regiões do Estado permanecerem na etapa amarela – a terceira menos restritiva segundo critérios de capacidade hospitalar e progressão da pandemia – por 28 dias consecutivos é que será possível reabrir as escolas", diz a nota.

(Fonte: Agência Brasil)

A Câmara dos Deputados concluiu, nessa terça-feira (7), a análise da Medida Provisória 934/2020, que suspende a obrigatoriedade de escolas e instituições de ensino superior cumprirem uma quantidade mínima de dias letivos neste ano devido à pandemia da covid-19. A matéria segue para o Senado.

O texto prevê que escolas de educação infantil serão dispensadas de cumprir os 200 dias do ano letivo e a carga mínima de 800 horas. Já as escolas de ensino fundamental e médio deverão cumprir a carga horária mínima de 800 horas e não terão obrigação de cumprir os 200 dias letivos.

Para assegurar que o conteúdo curricular dos estudantes seja aplicado, o Conselho Nacional de Educação (CNE) editará diretrizes nacionais para criar a regra, segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e sem prejuízo da qualidade do ensino e da aprendizagem.

“A Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) vem analisando os efeitos no aprendizado decorrentes do fechamento prolongado de escolas. A instituição estima que cerca de 126 milhões de estudantes, da educação infantil à superior, estão sem ir às aulas por conta da pandemia da nova covid-19 nos 24 países que integram a entidade”, argumentou a relatora da proposta, deputada Luisa Canziani (PTB-PR).

A deputada ressaltou ainda que dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) apontam que 192 países tiveram seus sistemas de ensino afetados, com mais de 1,5 bilhão de alunos fora das escolas. No Brasil, as aulas presenciais estão suspensas em todo o território nacional.

A proposta de Canziani permite que o conteúdo acadêmico deste ano seja aplicado em 2021, juntando duas séries ou anos escolares. Pelo texto, o uso de atividade pedagógicas “on-line” está permitido, mas, para contar como carga horária mínima, deverá seguir critérios definidos pelo CNE. Cada faixa etária dos estudantes e de cada modalidade de ensino terá sua própria regra.

A medida também assegura aos estudantes das redes públicas a continuidade de programas de alimentação e de assistência à saúde durante o período que perdurar a pandemia do novo coronavírus (covid-19). Atualmente, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos pelas escolas com os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) já está prevista em lei. O texto de Canziani assegura que parte desses alimentos sejam oriundos da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural.

Enem

A medida prevê que o Ministério da Educação (MEC) deverá ouvir as secretarias estaduais de Educação para definir a nova data do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa Universidade para Todos (Prouni) deverão ter seus processos seletivo compatíveis com a data de divulgação dos resultados do Enem.

Segundo enquete realizada pela pasta, 49,7% dos estudantes preferem que o Enem impresso seja aplicado em 2 e 9 de maio de 2021 e o Enem digital em 16 e 23 de maio. As provas, que ocorreriam em novembro deste ano, foram adiadas em razão das medidas de enfrentamento à pandemia da covid-19.

Ensino superior

As instituições de ensino superior não serão obrigadas a cumprir os 200 dias letivos. No entanto, a carga horária prevista da grade curricular de cada curso deve ser cumprida. Pelo projeto, não deverá haver prejuízo aos conteúdos essenciais para o exercício da profissão, e as atividades pedagógicas não presenciais também serão admitidas para completar a carga horária.

O texto autoriza a antecipação da conclusão de cursos específicos da área de saúde, desde que cumpridos alguns requisitos. No caso de medicina, o aluno precisa ter cumprido 75% da carga horária do internato e nos cursos de enfermagem, farmácia, fisioterapia e odontologia, o mínimo é 75% da carga horária dos estágios curriculares obrigatórios.

A mesma regra será aplicada aos cursos de educação profissional técnica de nível médio caso tenham relação ao combate à pandemia. O estudante precisará ter cumprido, no mínimo, 75% da carga horária dos estágios curriculares obrigatórios.

(Fonte: Agência Brasil)

Pescadores no Rio Tocantins (Foto: Carlos Alberto Silva Batista)

Dando continuidade ao projeto, o BLOG DO PAUTAR apresenta, nesta quarta-feira (9/7), outro texto da nossa literatura maranhense. Aproveite... Boa leitura!

PREFÁCIO

(Para o livro “Histórias de Pescador”,
de James Pimentel, jornalista imperatrizense)

Hoje, o Rio Tocantins dá mais histórias que peixe.

Pelo menos na parte maranhense que passa por Imperatriz, o outrora caudaloso, piscoso e limpo rio é o lugar permanentemente móvel, a referência líquida e incerta que recebe mais esgotos que anzóis e de onde se extraem mais saudades que alimentos.

Não é de estranhar, portanto, que os principais seres vivos do nosso Tocantins sejam os pescadores – não os peixes. Pescadores sem pescado... mas, pelo menos, com muita coisa e muito causo pra contar.

E quem lhes poderia resgatar e documentar as histórias e estórias, as farturas e agruras, vivências e sofrências? Que novo Cristo meter-se-ia a fisgador de gentes, pescador de pescadores?

Jornalistas e historiadores, sim, podem ser os novos colhedores das gentes das águas.

Um desses – James Pimentel, jornalista –, da mais recente fornada do curso de Comunicação Social do “campus” imperatrizense da Universidade Federal do Maranhão se apresenta aqui, com suas “Histórias de Pescador”.

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Em agosto de 1864, um decreto estabeleceu que o Rio Tocantins pertencia também ao Estado do Maranhão. A imensa serpente d’água de 2,4 mil quilômetros fazia toca e leito em nossas terras submersas. E, às vésperas de completar 150 anos de “maranhensidade” legislativa, estamos mantendo vivo e forte o rio que, à base de hidrogênio e proteína, tanta vida alimentou, tanta força deu, gerou?

Às vésperas do século e meio daquele decreto, que histórias boas temos a contar para o rio que transportou pessoas e permitiu o início da História imperatrizense? Como já escrevi, foi pelo Tocantins, foi com ele e foi nele que tudo começou. O registro de nascimento de Imperatriz não foi escrito à tinta – foi escrito com água. O Tocantins é a grande pia batismal onde a cidade, ontem, fez sua iniciação e, hoje, exige purificação. Esse rio trouxe, há 161 anos, os fundadores da cidade. Ajudou a fazer a cidade. Ajudou a fazer História. Um rio que só é velho porque se renova. Desde 1852, fundação de Imperatriz, o Tocantins foi um rio que passou, e continua, em nossa vida. Um rio que é permanente porque é passageiro. Transitoriamente eterno.

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Foi conversando à beira desse rio e também navegando por sobre suas águas, foi nadando – e, muitas das vezes, se afogando – em um caudal de informações e possibilidades que James Pimentel fez vir à tona este livro.

O jovem e promissor jornalista e escritor soube ancorar, no Cais do Porto não tão (geologicamente) seguro, seu talento de observador de pessoas, coisas e situações e absorvedor de fatos, relatos e emoções. Na busca de material, envolveu-se emocionalmente, padeceu fisicamente – nada que já não fosse esperado e tão próprio do ofício de caçar conversas e notícias.

Os personagens (entre outros, pescadores e burocratas, atravessadores ou intermediários daqueles profissionais e de seus esforços e produtos), sem o saberem e sem procurarem, encontram, em James Pimentel, alguém que, sem abdicar dos sentimentos próprios – do que não se envergonha o “new journalism” –, soube capturar e documentar os depoimentos. Para isso, utilizou-se de discrição e descrição... e, em uma e outro, soube/sabe ser eficiente.

Vários são os (bons) exemplos em que Pimentel usa essa arriscada arma de dois gumes que é a redação descritiva – que pode ser fastidiosa ou fastigiosa, tanto pode cansar quanto motivar. Para captar/capturar os elementos, anotá-los e transformá-los em texto contínuo, uniforme, a discrição foi uma “arma” adequada – que ele revela no texto... discretamente.

“Histórias de Pescador” é um livro-reportagem, esse gênero e suporte que põe mais água (com saber e sabor...) no feijão jornalístico. Afinal, o jornalismo não pode “alimentar” seus, digamos, consumidores apenas com esse “fast-food” dos textos poucos, curtos, como se tivéssemos, nós leitores, apenas dois neurônios (são cem bilhões, viu?).

Aí, com a desculpa de que “as pessoas não têm mais tempo de ler”, certo jornalismo em prática, em especial nas cidades de interior, vai servindo informações em pílulas de mesmo formato, semelhante conteúdo, igual gosto. É dose!... Jornalismo homeopático. Uma sensaboria...

O texto jornalístico e os neurônios estão carecendo de mais plasticidade e menos plastificação. Quase ninguém ousa, pelo menos por estas bandas. Preferem os jornalistas ser usados a ousados. Ninguém arrisca começar a linha inicial do texto de uma reportagem sobre um assassinato (mais um...) com uma prolongada interjeição de dor ou sofrimento: “Aaaaaaaaiiii!...” Ou a sequência onomatopaica de tiros disparados (“Bangue! bangue! bangue!”). Ou a expressão gráfica do ronco do motor em uma corrida de automóveis: “Vruuuuuuuuuummmmm!”

Resumiram o texto jornalístico a uma fórmula e a transformaram em trilho, fôrma e forma: a ocorrência (o que), os personagens (quem), o tempo (quando), o modo (como), local, espaço, ambiente (onde), motivo (por que), intenções, consequências (para que). E com sete elementos faz-se o Jornalismo e descansa-se como uma divindade dos fatos, um deus do texto que descansa no sétimo dia.

Evidentemente, o que deve sair impresso das máquinas, todo dia, é uma publicação jornalística, não um livro de criatividade literária. Mas, convenhamos, há de haver algo a se somar, a se juntar a esse jornalismo-água – insípido, inodoro, incolor, que escorre e some pelos desvãos neuronais para no instante-dia seguinte nada restar. Nem lembrança.

Este livro-reportagem não é apenas um livro que contém uma reportagem e tampouco é tão só uma reportagem que se imprimiu em forma de livro. O texto é alongado para os padrões tradicionais, usuais, do espaço e do cotidiano dos jornais. O texto, sem pretensão de ser literário, tem literariedade – qualidade que a redação jornalística nem sempre observa ou absorve. O autor é mais que autor: aqui e acolá também é personagem – discreta, mas presente, nominada (diria, “pronominada”, identificada por pronomes).

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Quem tem medo do livro-reportagem? Da grande reportagem? A cultura ocidental, pelo visto, não tem (da oriental não pesquisei exemplos). O Brasil medo também não deveria ter – e temos antiguidade nesta área, como os relatos de Euclides da Cunha no fim do século XIX para o jornal “O Estado de S.Paulo”, que se transformaram na citada e felicitada obra “Os Sertões”. E João do Rio. Revista “O Cruzeiro”. E “Realidade”. E...

Livro-reportagem é sobretudo Jornalismo, com o emprego também – por que não? – dos recursos linguísticos, do senso estético da Literatura. Embora quebrando a imposição do “lead”, porquanto fugindo de uma fórmula eivada de pronomes, advérbios, conjunções..., nem por isso o livro-reportagem abdica da boa prática jornalística: primeiro, informar-se; depois, informar. Só que isso não precisa ser confinado à horizontalidade do papai-mamãe se há a variedade do Kama Sutra...

Já escrevi também que Literatura é ofício com letras. Ainda que use linguagem “média” para comunicar a uma “média” de leitores, o Jornalismo não deve dispensar o uso estético da linguagem escrita e, também, imagética (fotografias, desenhos...).

Há diversos autores – jornalistas e/ou escritores – de livros-reportagem: Gay Talese, Norman Mailer, Tom Wolfe e Truman Capote, “fundadores” do “new journalism”, o novo jornalismo, que, entre características diferenciadoras do jornalismo “tradicional”, apura com mais precisão e retrata com mais beleza literária os fatos. Tenho o livro e o filme, por exemplo, “A Sangue Frio”, obra (literária? jornalística?) de Truman Capote considerada referência em termos de “new journalism”. Ao pesquisar sobre o assassinato de toda uma família nos Estados Unidos, Capote produziu mais de oito mil páginas de anotações e investigou durante cinco anos.

Evidentemente que na cozinha jornalística tanto se servem pratos rápidos (o “fast-food” cotidiano) quanto se preparam as comidas mais elaboradas. Há espaço para isso e algo mais; não deve havê-lo para concepções esculpidas em aço, para o “taken for granted”...

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Li, reli e treli este livro. O autor sabe disso. Sabe dos elogios – e das observações e sugestões – que lhe fiz.

A obra vale a pena ler. É boa de ler. O texto é fluido como as águas do rio a que se refere e de onde já se pescaram muitos peixes e alegrias, e por onde já navegaram incontáveis certezas, e onde, hoje, adernam ou soçobram esperanças, e em cujo cais aportam, fundeiam decepções de pescadores.

Este livro é Jornalismo, é Literatura e é História. Aqui se recuperam e se documentam aspectos da vida de pessoas e instituições, de suas características e comemorações. A Colônia de Pescadores e a Associação dos Barqueiros (e as intrigas institucionais e políticas entre elas e a partir delas, que o autor, discreta mas espertamente, pescou)... As festas dos pescadores para São Pedro e para São João (lamentavelmente descontinuadas)... Reflexos e reflexões.

O imperatrizense James Pimentel termina um livro e mal começa a mostrar o bem que pode fazer a partir da escrita, com o cardápio de teorias e o instrumental das práticas que a Universidade lhe serviu. Orgulha-me ter sabido, com surpresa e satisfação, que James Pimentel foi um dos muitos e esforçados ouvintes que já tive em meio a muitos e esforçados ouvintes de minhas palestras em cursos pré-vestibulares, para onde, em meu solitário ide-e-pregai, sou convidado a ministrar palestras sobre Imperatriz, sobre educação, conhecimento e cultura, sobre motivação pessoal e profissional, sobre orientação vocacional, sobre razões primeiras e fins últimos. Sobretudo sobre tudo.

Parabéns, James Pimentel. Imperatriz o viu nascer.

Agora, a Cidade-Majestade se vê em renascimento pelas mãos – e talento – de seu filho igualmente nobre.

E isto não é história de pescador...

* EDMILSON SANCHES