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A pandemia restringiu a circulação de crianças e adolescentes nas ruas, mas eles continuam “caminhando” em ruelas virtuais nem sempre tão seguras e bem sinalizadas. Para ajudar adultos e crianças a se orientarem melhor nos meandros da internet, entidades ligadas à educação e proteção on-line promovem, anualmente, o Dia da Internet Segura, com a promoção de debates, divulgação de estatísticas e de cartilhas instrutivas. Em 2021, o evento ocorre nesta terça-feira (9), de forma remota, e se estende ao longo da semana (clique para acessar a página do Dia da Internet Segura).

Criado, internacionalmente, pela Rede Insafe na Europa, o Safer Internet Day (nome em inglês) ocorre em mais de 140 países e estimula usuários e instituições a terem um uso livre e seguro da rede. A Safernet coordena o comitê organizador do Dia Mundial da Internet Segura no Brasil desde 2009 e conta ainda com a correalização do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

 “A rede é um ambiente de interação de muitas pessoas, conhecidas, desconhecidas, boas e más. Quando nossos filhos saem na rua, ou a gente os acompanha, ou os instrui para que possam ter noções de riscos e perigos. O mesmo ocorre na internet”, compara Kelli Angelini, gerente da Assessoria Jurídica do NIC.br, entidade vinculada ao Comitê Gestor da Internet. 

No Brasil, 41% dos usuários de internet maiores de 16 anos residem com crianças e adolescentes. Os dados são do Painel Covid-19, em levantamento realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). Já os dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019 revelam que 89% da população entre 9 e 17 anos já usavam a internet antes mesmo da necessidade de isolamento social, o equivalente a mais de 24 milhões de pessoas. Com a pandemia do novo coronavírus, boa parte da vida dos pequenos migrou para o ambiente virtual, com participação desde em aulas on-line a videochamadas para garantir a interação social, com impacto na rotina das famílias.

O diretor de Educação da organização não governamental SaferNet Brasil, Rodrigo Nejm, chama a atenção para a intensificação dos desafios que a "hiperconexão forçada” produz. Segundo Nejm, de um lado, os pais tentam encontrar limites de negociação para o tempo que filhos gastam em jogos e redes sociais. Do outro, as famílias e educadores buscam meios de fazer com que as crianças e adolescentes adotem posturas mais críticas e cuidadosas nas suas experiências digitais e durante o consumo de diferentes conteúdos. 

Em vez de simplesmente restringir o acesso às plataformas digitais, Rodrigo Nejm sugere que os pais negociem limites com os filhos. “Por mais que os pais não se sintam tão aptos tecnicamente, é necessário fazer conexão de princípios, valores e maturidade para ter um olhar crítico sobre a experiência digital". Ele propõe, como caminho do meio, uma espécie de "dieta digital".  

Consequências do uso inseguro

Além dos riscos de contatos com estranhos, a divulgação de conteúdo sem consentimento entre crianças e adolescentes também pode causar consequências desastrosas. É o caso da exposição de memes (montagens) de fotos de colegas ou de conteúdos íntimos, conhecidos como nudes. “Esse tipo de atitude fere o ordenamento jurídico brasileiro e, no caso de um adolescente, ele pode vir a responder por ato infracional”, pontua Angellini.

Angelini é autora do Guia Internet com Responsa  criado pelo Nic.br. A organização também disponibiliza cursos on-line gratuitos para pais e educadores. Entre eles, a gestora destaca o curso Filhos Conectados, que aborda temas como cyberbullying, desafios violentos, influenciadores digitais irresponsáveis, exposição na internet (trechos exibidos no vídeo acima), entre outros.

Um dos braços de atuação do Safernet Brasil são os canais de denúncia de crimes e violações contra os direitos humanos cometidos na internet – o www.denuncie.org.br – e também a plataforma de ajuda a pessoas afetadas por condutas deste tipo (www.canaldeajuda.org.br). Os dados consolidados ao longo do ano de 2020 serão divulgados no evento da semana.

Conteúdos sobre o uso seguro da internet

- No site diadainternetsegura.org.br, famílias, educadores e demais interessados encontram a programação do Dia da Internet Segura, com links para os debates e as atividades da semana. As transmissões estarão disponíveis no site do evento (link acima), no canal do NIC.br no YouTube, e no perfil da Safernet Brasil no Facebook;

- A pesquisa Painel TIC Covid-19 traz informações coletadas sobre o uso da internet durante a pandemia causada pelo novo coronavírus. Para efeitos de comparação, o material tem como referência parte dos indicadores da pesquisa TIC Domicílios;

- No portal Internet Segura, mantido pelo NIC.br, é possível baixar um catálogo com o resumo e links de cursos e publicações voltados para crianças, pais, responsáveis, educadores e pessoas com mais de 60 anos. Todo este material pode ser utilizado e distribuído livremente;

- O Guia Internet com Responsa , pode ser utilizado gratuitamente;

- Acesse, também, o Guia da Internet Segura, elaborado pelo Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (Cert.br).

(Fonte: Agência Brasil)

Neste dia 9 de fevereiro, há 240 anos, nascia, na Alemanha, o zoólogo Johann Baptiste von Spix, que, há mais de 200 anos, revelou o Brasil à Europa, com o botânico Carl Friedrich von Martius. Eles também foram responsáveis pelo estudo mais amplo sobre grande parte da fauna e da flora brasileira no século XIX, tendo descoberto e registrado diversas espécies do ecossistema brasileiro, como a ararinha-azul, Sittace spixii.

Nascido em 1781, na cidade de Höchstadt an der Aisch, território do Reino da Baviera entre 1805 e 1918, Spix ingressou na Escola Episcopal de Bamberg, aos 11 anos, e, logo no ano seguinte, foi transferido para o Seminário Episcopal da cidade. Aos 19, já era doutor em filosofia e, logo, um famoso filósofo da natureza. Também se formou doutor em medicina, no ano de 1807, e, em 1810, foi contratado pela Academia Real de Ciências para organizar o museu de zoologia, em Munique.

Johann Baptist von Spix

Segundo a historiadora Cláudia Witt, a experiência e o renome foram o que definiu a escolha de Spix para coordenar as pesquisas que integrariam a comitiva da arquiduquesa austríaca Leopoldina, em viagem ao Brasil. A missão, conhecida por Austro-Bávara, buscava uma integração dos países da região europeia da futura esposa do príncipe herdeiro D. Pedro I, com a então colônia portuguesa.

“O Spix tinha uma experiência muito maior, e ele deu esse peso acadêmico que a expedição precisava. Havia muito mais integrantes austríacos. Então, era importante que houvesse um nome de reconhecimento internacional, pelo menos, no mundo germânico”, explica Cláudia.

Foram três anos (1817-1820) de viagem desde o Rio de Janeiro até a fronteira do Amazonas com a Colômbia, 10 mil quilômetros percorridos por sete Estados, 3.381 espécies de animais brasileiros catalogadas, documentação de línguas indígenas, formação de coleções para estudos. Além disso, Spix coordenou uma equipe de cientistas que produziram muitos outros estudos etnológicos, sobre a fauna e a flora brasileira.

Referência sobre o Brasil

O professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (USP) Stefan Wilhelm Bolle explica que o relato dessa viagem, Reise in Brasilien (Viagem pelo Brasil), publicado em três volumes 1823, 1828 e 1831, é o principal legado deixado pelos cientistas.

Viagem pelo Brasil é considerado o livro mais importante em língua alemã sobre o Brasil”, diz.

Bolle esclarece que, embora o relato de viagem tenha contribuições de Spix nos três volumes publicados, ele participou, ativamente, da elaboração do primeiro e de parte do segundo volume, pois faleceu apenas seis anos após retornar da viagem ao Brasil, em 1826, aos 45 anos. Durante esse tempo, mesmo com a saúde fragilizada, ele ainda escreveu mais nove volumes com a descrição de macacos, morcegos, lagartos, cobras, tartarugas, sapos, aves, peixes, insetos e moluscos.

Para Cláudia Witte, além dos resultados científicos que permanecem referência até os dias de hoje, a principal contribuição de Spix e Martius foi a de inaugurar, por estes lados do Oceano Atlântico, uma forma diferente de pesquisa fora dos laboratórios. “Eles partem de uma visão mais holística em que os seres vivos estão integrados em determinado ambiente, interagindo com ele, e isso tudo é que forma o objeto de pesquisa desses cientistas”, diz.

Sittace spixii – Ararinha-azul 

Após a morte de Spix, em 1832, Johann Georg Wagler, que havia trabalhado com o cientista, prestou uma homenagem ao renomear a arara-azul com a denominação científica Sittace spixii, já que a espécie havia sido descrita pela primeira vez pelo zoólogo.

No relato da viagem ao Brasil, Spix descreve o animal em uma imagem na qual denomina a ave de Arara hyacinthinus, nome que já havia sido dado a outra espécie. A homenagem foi mantida quando, finalmente, a ave foi reclassificada por meio de análise molecular e passou a ter a denominação Cyanopsitta spixii.

Spix também é considerado o primeiro zoólogo a pesquisar a região amazônica brasileira, e o seu trabalho até os dias de hoje é referência para estudiosos de todos os tempos. Desde o ano de 1908, o Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, no Estado do Pará, reconhece o legado científico deixado por Spix e Martius na forma de um monumento de meio-busto dos cientistas, fixados em uma lápide de mármore. A escultura foi doada pela Academia de Ciências da Baviera, na Alemanha.

“Tudo isso que eles documentaram acabou se tornando uma referência, um marco zero. É uma base para qualquer estudo de hoje sobre as regiões por onde eles passaram. E o nível de empenho, de profissionalismo que eles imprimiram no trabalho deles, em anos e anos de dedicação, estabeleceu um parâmetro muito alto. Então, eles se tornaram, ao mesmo tempo, uma base e uma inspiração para as pessoas, e isso certamente influenciou várias e várias pesquisas que vêm sendo feitas até hoje”, diz Cláudia Witti.

Povos indígenas

Ao longo da viagem de Spix e Martius pelo Brasil, eles registram vários povos indígenas por meio de desenhos e relatos de aspectos físicos, culturais e da relação dos indivíduos com o meio em que viviam. Cláudia Witt destaca que, em um dos relatos, os cientistas revelam uma mudança na forma de estudarem aqueles povos após presenciarem uma espécie de ritual de uma indígena que havia sido escravizada no Amazonas. Até aquele momento, era comum que olhassem para os indígenas como se fossem crianças, sem sentimentos característicos dos adultos.

“Ali, eles perceberam que não só existia uma crueldade no  processo da escravização entre os próprios indígenas, como também existia maldade entre eles. E, nesse momento, eles conseguem enxergar os indígenas como seres humanos", explica.

O professor Wilhelm Bolle também reforça a importância desses relatos nos futuros estudos científicos dos povos indígenas do Brasil. Segundo ele, outros grandes etnólogos alemães cruzaram o Atlântico em expedições inspiradas na de seus conterrâneos.

Alguns exemplos foram Karl von den Steinen, que pesquisou os povos indígenas na região do alto Xingu, na década de 1880. Theodor Koch-Grünberg que, no período de 1911 a 1913, estudou os mitos e as lendas dos índios arekuna e taulipang. E ainda Curt Unckel, que veio para o Brasil, em 1903, e passou a estudar os índios Guarani, quando recebeu um novo nome daquele povo e passou a ser chamado de Nimuendajú. Ele publicou trabalhos científicos sobre vários povos como os Apinajé, os Mura e os Ticuna.

Bolle conta ainda que as imagens dos indígenas encontrados por Spix e Martius repercutem na cultura europeia até os dias de hoje, como é o caso da gravura de um préstito festivo do povo Ticuna, perto de Tabatinga (AM). “Esse tipo de desfile, com máscara de pássaros, estimulou a criação dos chamados pássaros juninos, que fazem parte até hoje das festas juninas em Berlim”, diz,

Mudanças pelo caminho

Após 200 anos da expedição Austro-Bávara, o também alemão Stefan Wilhelm Bolle refez, entre 2017 e 2019, os trechos mais significativos do percurso de Spix e Martius. “O nosso principal objetivo foi observar nesses lugares as continuidades e as mudanças ocorridas durante esses últimos 200 anos”, diz o professor, que viajou com o então diretor do Instituto Martius-Staden, Eckhard Kupfer.

Segundo ele, o percurso foi cumprido em três etapas: de Ouro Preto a Diamantina, em 2017; uma travessia do sertão no norte de Minas Gerais até as fronteiras com Goiás e com a Bahia, em 2018; e de Belém a Manaus, em 2019. Para Bolle, perceber a presença de pesquisadores e da preservação de algumas áreas ao longo do percurso foram os principais pontos positivos encontrados por onde os cientistas passaram. Por outro lado, a persistência das desigualdades sociais, as ameaças sofridas pelos indígenas e os problemas ambientais existentes na Amazônia são os grandes desafios a serem enfrentados para que seja possível preservar o que ainda resta do Brasil visto pelos cientistas.

“Eu faço votos de que esse patrimônio que a natureza deixou para a humanidade seja preservado”, conclui. 

Mais sobre Spix

O que há de mais recente sobre o zoologista é a biografia Ein Leben für die ZoologieDie Reisen und Forschungen des Johann Baptist Ritter von Spix (Uma vida para a Zoologia: a viagem e a pesquisa de Johann Baptiste von Spix), escrita por Klaus Schönitzer e publicada em 2011 somente em alemão.

A publicação mais conhecida de Spix e Martius, Reise in Brasilien (Viagem pelo Brasil, 1823, 1828 e 1831) teve sua versão traduzida para o português e a mais recente edição foi disponibilizada em versão digital, pela editora do Senado Federal.

(Fonte: Agência Brasil)

O Planeta Vermelho recebe, a partir desta terça-feira (9), mais três sondas espaciais terrestres. A primeira a chegar é a Hope (Esperança), dos Emirados Árabes Unidos. Seguem-se, amanhã (10), a chinesa Tianwen-1 (Astronomia 1) e, no dia 18, a norte-americana Perserverance (Perseverança). As três sondas, duas das quais levam rovers (veículos exploratórios), têm missões muito diferentes, mas com um objetivo comum: conhecer melhor o planeta.

As sondas foram lançadas há cerca de sete meses, período em que a distância entre a Terra e Marte era a menor nos próximos dois anos e, agora, o mês de fevereiro é finalmente o momento de colocá-las no local para onde foram programadas.

Cada sonda teve de percorrer uma longa etapa, cerca de 400 milhões de quilômetros entre os dois planetas, sem que as equipes saibam o desfecho de suas criações. Uma das fases mais críticas da missão é a de travar as sondas para que não cheguem demasiado depressa ao planeta, o que pode significar a automática destruição no solo vermelho.

Segundo o especialista português Miguel Gonçalves, essa espécie de corrida é a incessante procura por vida em Marte. “Esta corrida a Marte explica-se pelos mistérios do passado, do presente e muito provavelmente do futuro, que Marte continua a disputar na comunidade científica. Nos leva sempre àquela questão em que os autores de ficção científica estão muito habituados, que é a astrobiologia, ou seja, a eventual vida em Marte”.

As sondas – muitas já estão lá e outras não conseguiram sobreviver, desde os anos 60 – procuram desvendar o que se passou geologicamente no planeta e se ainda há presença de vida no subsolo. “Porque perceber a evolução de um planeta é também perceber a evolução do nosso próprio planeta”, diz Gonçalves.

O sucesso das missões não pode ser garantido. Mais da metade das viagens de sondas a Marte falharam. Na verdade, apenas os Estados Unidos conseguiram aterrissar aparelhos, já por oito vezes desde 1976, e alguns com delicados ou pesadíssimos instrumentos, como é o caso dos veículos exploratórios Sojourner -1997, Spirit and Opportunity – 2004 e Curiosity – 2012.

Hope

A corrida a Marte abre-se com uma janela de esperança. Pelo menos, assim esperam os estreantes espaciais dos Emirados Árabes Unidos. Lançada a partir do Centro Espacial Tanegashima, no Japão, em 19 de julho de 2020, a sonda Hope, da Emirates Mars Mission, é a primeira a alcançar e a tentar orbitar Marte.

A missão dessa sonda não é pousar na superfície, mas, sim, orbitar o planeta por um ano marciano inteiro (687 dias). A principal missão será monitorar os ciclos meteorológicos do planeta. Dentro dessa pesquisa, a Hope vai procurar dados que possam, de alguma forma, fornecer informação sobre o porquê de Marte estar perdendo hidrogênio e oxigênio para o espaço.

Embora esta não seja a primeira sonda a orbitar Marte – há 14 satélites fazendo isso – a sonda EMM é mais um marco e um símbolo do progresso científico dos Emirados Árabes Unidos nesse campo, sendo a quinta nação a alcançar o planeta, coincidindo com o 50º aniversário do seu nascimento.

“É uma missão muitíssimo interessante”, diz Miguel Gonçalves. “Estamos falando da primeira nação árabe que chega a outro corpo do sistema solar. Esta é uma missão que tem carga científica modesta, e a Hope vai ficar em órbita muito elevada para conhecer a alta atmosfera de Marte”.

A missão espacial tem ainda outra particularidade, a cooperação internacional, com muita tecnologia e engenharia norte-americana e o lançamento por um foguete japonês. Serve também a um objetivo futuro: os lideres árabes querem inspirar os jovens para que estudem essa área promissora, além de preparar o país para outra economia.

Tianwen-1

Depois de duas missões, com excelente resultado, à face oculta da Lua, a China quer, agora, marcar presença em Marte com um pequeno veículo cientifico. 

Lançada em 23 de julho de 2020, a missão chinesa Tianwen-1 tem como objetivo, à semelhança do que fez na Lua, colocar um veículo exploratório na superfície marciana. Mas, apesar de a sonda que transporta o rover chegar no dia 10 de fevereiro, o módulo de pouso só deverá entrar em Marte, em maio. A equipe cientifica chinesa vai analisar o melhor local para a aterrissagem.

Embora muitos detalhes sobre a Tianwen sejam ainda desconhecidos, os objetivos centrais já foram revelados e incluem a criação de um mapa geológico de Marte e a localização de potenciais depósitos de gelo de água. Uma tarefa que será feita em órbita e que deverá determinar o local para onde o rover, de 240 quilos, equipado com seis instrumentos, incluindo duas câmaras e um radar, será enviado.

Para Miguel Gonçalves, apesar de o investimento ser ainda modesto, a China continua a investir significativamente em seu programa de exploração espacial: “Com um orçamento muito poderoso. Lembro que o orçamento da Nasa, a agência espcial norte-americana, anda por volta dos US$ 20 bilhões. O programa espacial chinês, segundo dados de 2017, tinha orçamento de US$ 11 bilhões.

A missão chinesa é já a segunda tentativa de chegar a Marte. A primeira foi em 2011, tendo a Yinghuo ficado presa à órbita da Terra após o mau funcionamento. Rover Perseverance, dos EUA.

Power Perseverance

“Depois de os primeiros rovers terem demonstrado capacidade, resistência e eficácia, quer nos resultados, quer nos objetivos mais do que superados na dura superfície marciana, a Nasa continua a apostar no envio de mais um equipamento com vasto laboratório ambulante.

Com essa aposta, que se soma ao Spirit e à Curiosity, os norte-americanos continuam a procurar vestígios biológicos em Marte. Sem perder a Opportunity, enviaram mais um sofisticado SUV científico.

Para chegar ao seu objetivo, a agência espcial norte-americana quer aterrisar o novo veículo na cratera de Jezero - um lugar que se acredita ter concentrado água há cerca de 3,5 bilhões de anos.

A Perserverance é, de todos os modelos já enviados pela Nasa, o mais pesado (1.050 quilos), mas também o mais bem equipado, com 23 câmaras de alta resolução e uma broca para recolher amostras do solo. 

Esse carro blindado, à prova da exigente meteorologia marciana, também vai equipado com microfones, que prometem aos cientistas e a todos os interessados nesse tipo de missão exploratória registrar e enviar para a Terra os primeiros sons na superfície de outro planeta. Transportará, ainda, um helicóptero de 1,8 quilo (Ingenuity), que irá sobrevoar várias zonas de Marte, transmitindo o sinal ao rover, que fará chegar os dados e imagens à Terra.

(Fonte: Agência Brasil)

A pandemia do novo coronavírus teve grande impacto na educação brasileira em 2020. A suspensão das aulas presenciais nas escolas públicas e particulares evidenciou várias desigualdades, deixando, inclusive, estudantes sem atendimento. A publicação Retratos da Educação no Contexto da Pandemia do Coronavírus – Um olhar sobre múltiplas desigualdades reúne cinco estudos, realizados entre maio e julho de 2020, que se propuseram a coletar dados e depoimentos sobre o ensino no país.

“A ideia é ter um material que traga as visões de diferentes atores, como foi esse período para os professores, como foi para os pais, como foi para os gestores, em se tratando de tomada de decisão para a educação. Assim, passar uma visão completa de qual foi o cenário educacional nesse período”, explica o diretor-fundador do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Ernesto Faria, um dos participantes do estudo.

A compilação pode, de acordo com Faria, servir como subsídio para que redes de ensino e escolas possam se preparar melhor para 2021. “[A pandemia] é um período que gera várias desigualdades. A gente precisa entender quais desigualdades são essas para daí poder tentar se antecipar a alguns problemas, como a evasão dos alunos”, diz.

Uma das pesquisas que integram a publicação, realizada pela Fundação Lemann, o Itaú Social e Imaginable Futures, mostra que três meses depois do início da suspensão das aulas presenciais, ainda havia cerca de 4,8 milhões de estudantes, o equivalente a 18% do total de alunos do ensino fundamental e do ensino médio da rede pública, que não teriam recebido nenhum tipo de atividade, nem por meios eletrônicos, nem impressos.

Além disso, mais de quatro em cada dez estudantes, o equivalente a 42%, não teriam, segundo seus parentes, equipamentos e condições de acesso adequados para o contexto da educação não presencial. Ficaram também evidentes desigualdades regionais. Enquanto quase sete em cada dez estudantes do ensino médio na Região Sudeste tiveram aulas on-line mediadas por seus professores, essa proporção foi de pouco mais de quatro em cada dez nas regiões Nordeste e Sul.

Um dos grandes impactos a ser sentido ainda este ano, de acordo com Faria, poderá ser o aumento da evasão escolar daqueles que não seguirão estudando em 2021. Mais de um em cada quatro jovens do ensino médio já pensou em não voltar para a escola ao término do período de suspensão das aulas, segundo estudo realizado pelo Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e por parceiros.

Com análise e texto de Ana Lúcia Lima, da Conhecimento Social, integram a publicação a Fundação Carlos Chagas, Fundação Roberto Marinho, Fundação Lemann, o Itaú Social, Instituto Península e Iede. O estudo está disponível na íntegra na internet.

(Fonte: Agência Brasil)

Estudantes de graduação de universidades federais poderão cursar disciplinas em outras universidades de forma remota. O Programa de Mobilidade Virtual em Rede de Instituições Federais de Ensino Superior (Promover), apresentado, nessa segunda-feira (8), pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) começa a ser implementado neste semestre de forma piloto, em quatro universidades. A intenção é que as 69 federais passem a fazer parte do programa. 

O primeiro edital, publicado este ano, oferece vagas em 340 disciplinas de diversas áreas do conhecimento. Participam da edição piloto as universidades federais de Goiás (UFG), Rio Grande (FURG), Maranhão (UFMA) e do sul da Bahia (UFSB). Os estudantes dessas universidades que quiserem participar podem escolher até três disciplinas ofertadas pelas demais universidades. O período de inscrição varia de acordo com a instituição onde se pretende estudar. As disciplinas cursadas serão registradas no histórico acadêmico do estudante.

Os reitores das instituições participantes explicam que promover um maior intercâmbio e o contato de estudantes e professores de diferentes universidades federais é um desejo antigo e que foi acelerado pelo contexto da pandemia do novo coronavírus, com o aumento do uso de tecnologias digitais para possibilitar a continuidade das aulas. Com o ensino remoto, é mais fácil também possibilitar uma maior integração entre as instituições.

“O ensino não se forma exclusivamente por uma formação técnica dentro de uma universidade. A formação de um estudante no ambiente universitário se compõe por um conjunto de vivências, por uma formação política, social e cultural. Então, quanto mais se ampliar os diálogos interculturais, interregionais, melhor vai ser a qualidade do ensino”, diz o reitor da FURG, Danilo Giroldo. 

A intenção é que futuramente todas as instituições passem a fazer parte do programa. “Imaginem se em quatro universidades temos números bastante significativos, imaginem toda a rede de universidades federais interconectada com essa possibilidade dos alunos conversarem, interagirem com professores, com metodologias, com vivências de todo o país”, diz Giroldo. 

Segundo o presidente da Andifes, reitor Edward Madureira, a intenção é que estudantes possam cursar tanto disciplinas obrigatórias quanto aquelas optativas e livres em outras instituições e, assim, ter contato com diferentes métodos de ensino, de diferentes contextos. No futuro, os institutos federais poderão também passar a integrar a rede de intercâmbios. O Brasil possui 41 institutos federais.    

"[Temos] uma ambição um pouco maior, que disciplinas comecem a ser oferecidas por parceria de professores. Não apenas uma disciplina oferecida pela FURG que um aluno de Goiás vá, mas que um professor da FURG, junto com um do Amazonas e outro do Rio Grande do Norte se juntem para oferecer uma disciplina compartilhada e, então, compartilham-se projetos de pesquisa, estudantes em iniciação científica, projeto de extensão, de cultura”.  

O estudante de medicina veterinária da UFG Júlio Cesar de Castro é um dos participantes do programa. “Eu estava com dificuldade de cursar uma disciplina que eu tinha muita vontade de cursar na faculdade e agora vou poder cursá-la em outra instituição, conhecendo novos professores e novas metodologias. É muito gratificante e tem um grande impacto no meu histórico acadêmico”, diz. 

(Fonte: Agência Brasil)

Começa, nesta segunda-feira (8) – e vai até a próxima sexta-feira (12) –, o prazo de adesão de instituições públicas de educação superior ao primeiro processo seletivo de 2021 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O edital contendo o cronograma e procedimentos do primeiro processo seletivo de 2021 do Sisu foi publicado no Diário Oficial da União de 22 de janeiro.

A seleção dos candidatos às vagas é feita por meio dos resultados obtidos pelos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), referente à edição de 2020.

“Após a divulgação do resultado do Enem 2020, o Ministério da Educação (MEC) publicará o edital com o prazo de inscrição e demais procedimentos para o primeiro processo seletivo do Sisu deste ano”, informou o ministério.

Segundo o edital, cabe às instituições de ensino disponibilizar o acesso virtual para que os estudantes selecionados via Sisu possam encaminhar a documentação exigida e efetuar a matrícula de forma remota, caso não possam realizar os procedimentos necessários de forma presencial.

Documentos de adesão

Após o período de adesão, as instituições terão de 17 a 23 de fevereiro para retificar, se for o caso, as informações constantes nos documentos de adesão, que deverão ser encaminhados ao MEC.

Também cabe a essas instituições de educação superior divulgar, tanto em suas páginas na internet como em locais de grande circulação de estudantes, as condições específicas de concorrência às vagas ofertadas no âmbito do Sisu, “conforme expressas em seus documentos de adesão, bem como editais próprios, quando couber, e a sistemática adotada para a convocação dos candidatos”.

O Sisu é o programa do MEC para acesso de brasileiros a um curso de graduação em universidades públicas do país. As vagas são abertas, semestralmente,, por meio de um sistema informatizado, e para participar é preciso ter garantido um bom desempenho nas provas do Enem e não ter zerado a redação.

Além do Sisu, as notas do Enem podem ser usadas para acessar o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas de estudo em instituições privadas, e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que facilita o acesso ao crédito para financiamento de cursos de ensino superior.

(Fonte: Agência Brasil)

O Ministério da Educação publica, hoje (8), a relação de candidatos aprovados na segunda chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni) de 2021. O prazo para que os selecionados comprovem as informações que foram prestadas na inscrição se encerrará no dia 24 de fevereiro.

A lista com o nome dos selecionados para o primeiro processo seletivo de 2021, bem como o cronograma do programa, pode ser acessada por meio do site do ProUni

Neste ano, o programa oferece bolsas para 13.117 cursos em 1.031 instituições de ensino, localizadas em todos os Estados e no Distrito Federal. Mais de 162 mil bolsas estão sendo ofertadas nesta edição do ProUni. Desse total, 52.839 são para cursos na modalidade de educação à distância.

Critérios

Para ter acesso à bolsa integral, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal de até 1,5 salário mínimo (R$ 1.650) por pessoa. Para a bolsa parcial, a renda familiar bruta mensal deve ser de até 3 salários mínimos por pessoa (R$ 3.300).

É necessário também que o interessado tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou da rede privada, desde que na condição de bolsista integral. Professores da rede pública de ensino também podem disputar uma bolsa e, nesse caso, não se aplica o limite de renda exigido dos demais candidatos.

É preciso ainda que o candidato tenha feito a edição mais recente do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), tenha alcançado, no mínimo, 450 pontos de média das notas e não tenha tirado zero na redação.

Excepcionalmente neste ano, os interessados serão selecionados de acordo com as notas do Enem de 2019, uma vez que as provas do Enem 2020 foram adiadas em razão da pandemia da covid-19.

(Fonte: Agência Brasil)

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 digital registrou, nesse domingo (7), a ausência de 71,3% dos participantes, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Ao todo, dos 93.079 inscritos para fazer o exame, 26.709 estudantes fizeram as provas no segundo dia de aplicação. Apesar do alto número de faltas, o Inep considerou a aplicação piloto do Enem digital satisfatória.

“Estamos muito satisfeitos com o resultado. Acho que, nesse momento, estamos escrevendo mais um capítulo importante na história do Enem, a primeira vez da aplicação digital”, disse o presidente do Inep, Alexandre Lopes. A intenção é que o exame se torne 100% digital até 2026

Segundo Lopes, após a ausência de cerca de 68% dos candidatos no primeiro dia de aplicação, as faltas no segundo dia eram esperadas. “Nosso papel é oferecer à sociedade uma oportunidade de um exame de acesso ao ensino superior, e isso nós conseguirmos fazer. A opção de não fazer é uma opção individual, e isso a gente respeita”, disse Lopes.

De acordo com o balanço divulgado pelo Inep, 38 pessoas foram eliminadas, ontem, por descumprir as regras do exame.

Reaplicação

Por causa da pandemia do novo coronavírus, o Inep anunciou várias medidas de segurança para esta edição. Os participantes que apresentassem sintomas de covid-19 ou outra doença infectocontagiosa não deveriam comparecer aos locais de prova. Eles terão direito de fazer o exame na data da reaplicação, nos dias 23 e 24 de fevereiro. O pedido da reaplicação para aqueles que já estavam com o atestado em mãos podia ser feito até sábado (6). Ao todo, foram feitos, até o momento, 320 pedidos. Desses, 194 foram aprovados pelo Inep.

Nesta segunda-feira (8), começa um novo prazo para os participantes do Enem digital pedirem a reaplicação pela Página do Participante. Além daqueles com sintomas de doenças infectocontagiosas, podem pedir a reaplicação os participantes que foram afetados por problemas logísticos e de infraestrutura. O prazo vai até dia 12. Os resultados dos pedidos, tanto dos participantes do Enem impresso quanto do digital, serão divulgados no dia 15. 

Farão também o exame na data da reaplicação os participantes inscritos no Enem impresso e digital no Estado do Amazonas e nas cidades de Rolim de Moura (RO) e de Espigão d'Oeste (RO). Nesses locais, o exame foi suspenso por causa do agravamento da pandemia.

Os participantes fizeram, nesse domingo, as provas de matemática e ciências da natureza. No primeiro dia de aplicação, fizeram as provas de linguagens, ciências humanas e redação. As provas do Enem digital estão disponíveis para download no site do Inep. Os gabaritos oficiais serão divulgados no dia 10 de fevereiro. Os resultados finais, tanto do Enem digital quanto do Enem impresso e da reaplicação serão divulgados no dia 29 de março.

As notas do Enem poderão ser usadas para ingressar no ensino superior e para participar de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (ProUni), e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). 

(Fonte: Agência Brasil)

Candidatos que estão participando hoje (7) do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no modelo digital aprovaram o uso da tecnologia.

No entanto, alguns relataram diferentes reações por fazer a prova em novo modelo. Entre os que prestaram a prova na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, há quem considere o formato menos cansativo, enquanto outros têm uma percepção exatamente oposta.

Candidato Pedro Henrique da Silva.

Pedro Henrique da Silva Vicente, por exemplo, que fez o Enem pela segunda vez e almeja cursar Engenharia Mecânica, avaliou que o modelo é inovador e menos cansativo. "Me sinto mais familiarizado. Acho que tenho vantagem nesse modelo. É menos cansativo. Não sei explicar direito. Fico com menos preguiça".

Estudante Thomas Formiga.

O candidato Thomas Formiga, que sonha em estudar música, chama a atenção para fato de a tela ficar na mesma altura do rosto. "Estou acostumado com a forma digital. Fiz os simulados assim. Podemos marcar a questão para voltar e fazer depois. É mais prático e é o caminho para o futuro. E não cansa o pescoço", observou.

O estudante Edgar Carvalho, que tenta uma vaga no curso de Direito, tem percepção oposta, embora tenha aprovado o modelo. "Gostei muito. Mas manusear a versão impressa me parece menos cansativo. Estar de frente para uma tela de computador por tantas horas, mesmo que tenhamos o hábito de usar celular, dá um certo cansaço na vista. É diferente. Eu não estava condicionado a isso", disse o candidato, que já foi aprovado em outra edição do Enem, mas decidiu buscar um novo caminho. "Hoje, eu procuro um curso que seja adequado à minha realidade de trabalho, o meu tempo com a família".

Participante Edgar Carvalho.

Digital

Esta é a primeira edição do Enem digital, realizada de forma piloto pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Estão aptos a participar 93.217 candidatos em 104 cidades brasileiras. O exame já pode ser usado para concorrer a vagas no ensino superior por meio de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A expectativa é que as provas sejam totalmente digitais até 2026.

Os 2.869 candidatos do Amazonas, que tiveram as provas canceladas em decorrência do agravamento da pandemia de covid-19, realizarão o Enem digital na data de reaplicação, entre 23 e 24 de fevereiro. Neste período, também poderão fazer o exame estudantes que não puderam comparecer nas datas originais devido a sintomas de covid-19 ou de outra doença infectocontagiosa. Nesse caso, precisam fazer o pedido entre os dias 8 e 12 de fevereiro.

Sem internet

Os portões de acesso aos locais de prova se fecharam às 13h, e os candidatos têm prazo até 18h30 para concluir o exame. Eles usam um computador sem acesso à internet ou à calculadora. As questões objetivas são todas marcadas na tela, e os participantes não precisam preencher o cartão-resposta à mão. A redação, no entanto, é escrita à mão. Por essa razão, é obrigatório o uso da caneta esferográfica de tinta preta fabricada em material transparente.

Os participantes também receberam uma folha de rascunho para fazer os cálculos das provas de exatas à mão.

Os estudantes fazem hoje provas de matemática e ciências da natureza. Os cadernos de provas do Enem digital serão divulgadas ainda hoje, após o fim da aplicação. Os gabaritos oficiais se tornarão públicos até 10 de fevereiro. No domingo passado (31), os candidatos responderam questões de linguagens, ciências humanas e redação. Na ocasião, foi registrada abstenção de, aproximadamente, 68%.

A versão impressa do Enem, aplicada nos dias 17 e 24 de janeiro, também registrou alta abstenção em meio à pandemia de covid-19. Cerca de 2,5 milhões de estudantes fizeram as provas, o equivalente a menos da metade dos inscritos. O exame na modalidade impressa também foi suspenso no Amazonas e ainda nos município de Rolim de Moura (RO) e em Espigão d'Oeste (RO) devido à pandemia. Os estudantes dessas localizadas poderão fazer as provas também na reaplicação. Segundo o Inep, o nível de dificuldade de ambas as provas, digital e impressa, é o mesmo.

Medidas de segurança

A alta abstenção ocorre mesmo diante das medidas de segurança estipuladas pelo Inep para evitar o contágio de covid-19. É obrigatório o uso de máscara cobrindo o nariz e a boca durante todo o tempo de prova e há álcool em gel disponível nos locais de aplicação. Os participantes podem levar máscaras extras para trocar durante o exame e o próprio álcool em gel. Nos locais de prova, também são cumpridas regras de distanciamento e deve haver separação física da cabine de cada candidato.

O estudante Thomas Formiga diz ter se sentido seguro. "Toda vez que uma pessoa entra ou sai da sala tem que passar álcool em gel. E não há teclado, apenas mouse. Acho que a chance de se infectar é baixa", afirmou.

Os candidatos que marcaram presença também destacaram seus planos pessoais. Edgar Carvalho avalia que não dá pra deixar os projetos de vida de lado. Jéssica Cardoso concorda. "Tem que se esforçar para não perder o ano. Estou me preparando desde o ano passado. E eles estão tomando os cuidados. Então, a gente vem fazer as provas", disse a candidata, que sonha em cursar Engenharia da Computação.

Em meio a esse cenário de pandemia, que levou ao adiamento do Enem, previsto inicialmente para ocorrer em outubro e em novembro, o aluno Pedro Henrique da Silva Vicente disse estar mais preparado. "Tivemos um tempinho extra para nos prepararmos. Acabei estudando mais", afirmou.

(Fonte: Agência Brasil)

Começam, no próximo dia 10, as inscrições para o “Prix Photo Aliança Francesa”, que comemora dez anos de realização. O concurso nacional de fotografia da Aliança Francesa tem, este ano, o tema “Reflexos” e propõe a reinterpretação da essência da fotografia diante das transformações do mundo contemporâneo e dos desafios atuais. O certame vai oferecer ao primeiro colocado uma viagem a Paris com direito a acompanhante. Os classificados nos três primeiros lugares participarão também de uma exposição coletiva na Galeria da Aliança Francesa Botafogo.

As inscrições ficarão abertas até as 23h59min do dia 10 de abril, por meio do site  www.prixphotoaf.com.br.O concurso é realizado pela rede das Alianças Francesas do Brasil, em parceria com a Air France e o Hotel Santa Teresa, e está aberto a fotógrafos profissionais e amadores, maiores de 18 anos de idade, de qualquer nacionalidade, desde que residam no Brasil, e que apresentem propostas artísticas originais ou experimentais, abstratas ou documentais. Não poderão participar fotos premiadas em outros concursos.

O segundo lugar do certame ganhará um fim de semana para duas pessoas no Santa Teresa Hotel RJ MGallery e o vencedor do prêmio do júri popular receberá bolsa de um semestre na Aliança Francesa. O concurso conta com apoio cultural do Foto Rio, um dos mais importantes festivais de fotografia da América do Sul, entre outras instituições.

De acordo com informação da assessoria de imprensa da Aliança Francesa do Rio, depois do preenchimento on-line da ficha de inscrição, os participantes deverão enviar também, pela internet, série de dez fotografias coloridas ou preto e branco, sob o tema “Reflexos”, ilustrado por uma fotografia da série “Terra d'água”, do fotógrafo francês Benoît Fournier, ganhador da edição de 2013. As imagens poderão ser manipuladas ou não e deverão ser no tamanho máximo de 2mb, em formato JPG, e obtidas por meio de equipamento analógico (câmera de qualquer formato, pinhole ou outra técnica) ou digital.

Reflexos

O tema “Reflexos” da décima edição do “Prix Photo Aliança Francesa” foi inspirado na obra do fotógrafo Benoît Fournier e destaca que o reflexo está nas bases da fotografia, desde sua invenção no século XIX, quando era necessário captar o reflexo da luz sob uma superfície para se produzir uma foto. Mesmo depois do aparecimento das câmeras digitais e smartphones, a fotografia continua sendo feita de reflexos. E, no atual momento de pandemia global do novo coronavírus, ela continua sendo um instrumento importante não só para retratar, mas, sobretudo, denunciar os impactos da pandemia nas sociedades e em suas relações.

No ano passado, sob o tema “Fronteiras”, o concurso recebeu mais de 200 coleções de trabalhos de participantes inscritos. O vencedor do júri oficial em 2019 foi o cearense Osmar Gonçalves dos Reis Filho, com a série “A Sobrevivência dos Vagalumes”. Na segunda colocação, ficou a carioca Kitty Paranaguá, com a série “Tempo Presente”. O prêmio do júri popular foi concedido à Giuliana Mota de Mesquita, de Nova Friburgo (RJ), pelo ensaio “Olhar Fronteiriço”. Ganhou destaque ainda o ensaio “Favelicidade”, de Luiz Baltar (RJ), ao qual foi conferida menção honrosa. Em razão da pandemia de covid-19, a 9ª edição do “Prix Photo Aliança Francesa” ganhou exposição virtual interativa dos vencedores, que está disponível no site www.prixphotoaf.com.br.

O júri do 10º Prix Photo Aliança Francesa é composto por Benoit Capponi, fotógrafo, fundador e integrante do conselho da revista francesa Halogénure, voltada para a fotografia analógica e processos experimentais; Erika Negrel, secretária-geral do Réseau Diagonal, rede que reúne locais de exibição, prática e produção fotográfica na França; Erika Tambke, fotógrafa que integra a equipe de coordenação do FotoRio 2020 e coordenadora da Semana de Ocupação Visual/FotoRio desde 2019; Eugênio Sávio, professor de fotografia e fotojornalismo, fotógrafo na área editorial e organizador do Festival de Fotografia de Tiradentes; João Kulcsár, professor, autor e curador de exposições fotográficas; Marina Alves, fotógrafa e cientista social, professora de fotografia e componente da Comissão de Mulheres organizadora do Festival FotoRio 2018; e Nicolas Henry, fotógrafo francês, organizador do festival PhotoClimat.

Nas nove edições anteriores, foram premiados 35 fotógrafos, disse à Agência Brasil o novo diretor cultural da Aliança Francesa Rio de Janeiro, Quentin Richard. Também coordenador cultural das Alianças Francesas no Brasil, Quentin Richard revelou que pretende trazer inovação ao trabalho desenvolvido pela instituição, reforçando sua vocação como espaço de produção cultural e artística bilateral. “Para nós, é importante imaginar a cocriação entre artistas franceses e brasileiros e, dessa forma, favorecer os vínculos culturais dos dois países”.

Segundo Richard, o importante é que haja uma mistura, um intercâmbio, entre as duas culturas. Está nos planos também do diretor cultural promover residências artísticas no Brasil, “para imaginar criações culturais conjuntas”. Além de iniciativas virtuais, Quentin Richard pensa também em organizar eventos presenciais, que garantam a presença segura do público, com critérios sanitários bem definidos e um número reduzido de pessoas, enquanto durar a pandemia do novo coronavírus. A Aliança Francesa está presente no Brasil há 135 anos, completados em 2020.

(Fonte: Agência Brasil)