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A Rádio MEC FM (99,3 MHz), veículo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), completa 37 anos no ar neste domingo (10), com uma programação especial.

Para celebrar a data, a rádio presenteará os ouvintes com transmissões de concertos comemorativos do aniversário da emissora. Ao todo, três apresentações poderão ser apreciadas pelo público.

O concerto mais recente, em 2018, prestou uma homenagem à programação única da rádio, com a exibição de músicos e grupos que são destaque nos programas da Rádio MEC FM. Entre eles: Códex Santíssima, Quarteto de Cordas da UFF, Trio de Sopros da Orquestra Sinfônica Brasileira, Luis Carlos Barbieri, Trio Corcovado, e Choro na Rua.

O Dia das Mães terá também um papel de destaque na comemoração. O programa “Clássicos do Ouvinte” trará uma lista de músicas, feitas por mães compositoras e instrumentistas, que conciliaram a carreira musical com a maternidade. O exemplo permitiu que os filhos se inspirassem a continuar na música.

Rádio MEC FM

A MEC FM foi criada em 10 de maio de 1983, a partir de um desdobramento da programação educativa da Rádio MEC AM, idealizada por Edgard Roquete Pinto em 1923, como Rádio Sociedade, pioneira na radiodifusão no Brasil.

Atualmente com 85% de sua grade de programação dedicada à transmissão de música de concerto, a emissora leva ao ar diariamente grandes compositores brasileiros e internacionais de todos os tempos, além do jazz internacional, choro e música instrumental brasileira.

Nesses 37 anos, a emissora se consolidou como uma das poucas rádios dedicadas à música clássica, tendo semelhanças com as rádios BBC 3, da Inglaterra; a Antena 2, de Portugal; e a Nacional Clássica, de Buenos Aires.

Serviço:

Rádio MEC FM (99,3 MHz)
Programação especial de aniversário e Dia das Mães

Domingo, dia 10 de maio de 2020:
8h às 12h – “Concerto MEC FM 37 anos” – um especial relembrando os concertos de aniversário da emissora realizados em 2013 no Salão Leopoldo Miguez, em 2015 na Sala Guiomar Novaes e 2018 na Sala Cecília Meireles.

13h às 15h – “Clássicos do Ouvinte” – uma seleção com as músicas de compositoras/instrumentistas pedidas pelas nossas "ouvintes mães" e pelos filhos.

Os ouvintes podem acompanhar essa programação especial nas ondas do rádio no Rio de Janeiro em FM 99,3 MHz. Em outras regiões do país, é possível acompanhar o conteúdo pelo aplicativo EBC Rádios, disponível para Android e iOS, ou também por meio do “streaming” no “site” da emissora pública em http://mecfm.ebc.com.br.

(Fonte: Agência Brasil)

O cantor Carlos José, de 85 anos, morreu nessa sexta-feira (9), no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital São Francisco da Providência de Deus, na Tijuca, zona norte da cidade, com suspeita do novo coronavírus (covid-19).

Carlos José Ramos dos Santos nasceu em São Paulo, em 22 de setembro de 1934, e foi cedo para a capital fluminense. Formado em Direito, abandonou a carreira de advogado para se dedicar à música, nos anos 1950.

Cantor romântico e seresteiro, Carlos José teve muitos sucessos. Entre eles, “Esmeralda”, que tocou nas rádios de todo o país.

Em 2015, lançou sua última produção, “Musa das canções”, ao lado do irmão, o maestro Luiz Carlos Ramos. Carlos José deixa esposa, dois filhos e dois netos.

(Fonte: Agência Brasil)

A partir do ano que vem, estudantes do 1º ano do ensino médio de todas as escolas do país, públicas e privadas, farão a primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seriado. A nota, com o desempenho obtido, posteriormente, pelos estudantes no 2º e 3º ano, poderá ser usada para ingressar no ensino superior.

O exame foi criado, esta semana, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A autarquia tornou o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) anual. A prova, que, atualmente, é aplicada de dois em dois anos a estudantes do 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio, passará a ser feita por todos os estudantes do país, de todas as séries, a partir do 2º ano do ensino fundamental.

O novo Saeb, será implementado aos poucos. O 1º ano do ensino médio será o primeiro a ser incorporado, em 2021. O Inep pretende também usar os resultados do exame não apenas para verificar a qualidade das escolas, como é feito hoje, mas para possibilitar o ingresso em universidades. Por causa da nova função, o Saeb aplicado aos estudantes do ensino médio ganhará um nome, Enem seriado.

Nessa etapa, a prova será digital, feita em “tablets”, que serão distribuídos pelo Ministério da Educação. O conteúdo do Enem seriado deverá estar organizado de maneira semelhante ao Enem tradicional, em quatro áreas de conhecimento: matemática, linguagens, ciências da natureza e ciências humanas. Será usado o mesmo método de correção, chamado teoria de resposta ao item (TRI)

A Agência Brasil conversou com o presidente do Inep, Alexandre Lopes, sobre as mudanças que foram anunciadas e sobre como serão as novas provas. Segundo ele, como a avaliação vai ser implementada aos poucos, apenas, em 2024, os estudantes que ingressarem no ano que vem no ensino médio poderão usar as notas para concorrer a vagas na universidade.

Leia principais trechos da entrevista:

Agência Brasil:
Por que o Inep decidiu tornar o Saeb anual?
Alexandre Lopes:
A gente quer mudar o enfoque, o objetivo agora é chegar na escola. O Saeb anterior era avaliação de sistema, que ocorria a cada dois anos. Só nos anos finais. Era uma coleta de informações. Agora, queremos fazer essa avaliação, mas o nosso objetivo maior é dar informação ao professor, à família, à escola, em tempo hábil, para que eles possam fazer as intervenções pedagógicas mais rápido. A família vai saber que o filho fará a prova todo ano e receberá o boletim, vai saber o que está acontecendo com o aluno e poderá comparar o que está ocorrendo com o seu filho, com as demais escolas do município e do Brasil inteiro. O que a gente quer? Que a família participe mais do dia a dia da vida da escola.

Esse é o objetivo da avaliação externa. Ter uma avaliação padronizada, comparada com outras escolas, outros Estados e com o Brasil inteiro. Como a gente usa a TRI, as provas são comparáveis ano a ano, a escala é a mesma. O diretor vai saber se aquelas medidas que adotam na escola estão, ano a ano, melhorando. Em vez de ter de esperar os resultados, agora, todo ano, o professor terá uma avaliação dos seus alunos.

Agência Brasil:
Hoje, o Saeb avalia os conhecimentos em português e matemática. Mais recentemente, foram aplicadas, em forma de amostra, questões de ciências. O que será cobrado nessa nova prova?

Alexandre Lopes:
Competências e habilidades. São as áreas de conhecimento que estão previstas na BNCC [Base Nacional Comum Curricular]. A partir dessa base, vamos gerar as matrizes de provas e produzir os itens. A gente quer aproximar o modelo de avaliação daquilo que existe no exterior, como, por exemplo, o Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes]. Os itens do Pisa são mais sofisticados. Isso é que queremos levar para a nossa avaliação. [Queremos] melhorar a qualidade dos itens de prova que fazemos. Como a prova é digital [no ensino médio], então, a gente vai poder começar a fazer itens mais sofisticados, para aferir os conhecimentos dos alunos em relação às competências e habilidades que estão previstas.

Agência Brasil:
Haverá metas de aprendizagem? Atualmente, o Saeb é usado para calcular o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que é o mais importante indicador escolar de qualidade da educação. Hoje, há metas previstas para esse índice. Como será com o novo Saeb?

Alexandre Lopes:
O programa de metas termina em 2024. Ano que vem é o último ano de aplicação do Saeb tradicional. É o momento da sociedade repactuar as metas de ensino. O que estamos mostrando para a sociedade é que o sistema de avaliação vai mudar. O que vai ser avaliado agora é diferente. É um passo de cada vez. A partir da definição do modelo de avaliação, a gente vai passar a discutir – e esse é um trabalho mais até do MEC e, talvez, do Inep, junto com a sociedade – uma repactuação com a sociedade. Onde queremos chegar nos próximos dez, 20 anos? [Serão] novas metas, com o indicador que vai ser revisitado.

Agência Brasil:
Como será implementado o novo Saeb?

Alexandre Lopes:
Ano que vem, começa no 1º ano do ensino médio. Em 2021, a gente vai ter a aplicação do Saeb tradicional, da maneira como já é feito, no 2º ano, 5º ano e 9º ano do ensino fundamental e no 3º ano do ensino médio, em papel, normal. Não vamos mudar isso. Vamos acrescentar o 1º ano do ensino médio. No ano que vem, todos os alunos das escolas públicas e privadas do 1º ano do ensino médio vão fazer o novo Saeb em “tablet”. Em meio digital.

Temos um cronograma, mas por causa da substituição que houve no MEC, com a nova secretária de Educação Básica, Ilona Becskeházy, vou revalidar o cronograma para ver se ela está de acordo. Preciso conversar para saber se a ordem de implementação no ensino fundamental atende às necessidades da nova secretária.

Agência Brasil:
Sabemos que nem todas as escolas possuem “tablets”, como será o acesso à avaliação?

Alexandre Lopes:
Nós vamos fornecer os equipamentos. O modelo de aplicação não é um modelo do Enem, que o aluno vai em um fim de semana a um local de prova e faz o exame. O modelo de aplicação é um modelo Saeb, que é o mais barato que temos. Levamos o equipamento para a escola, o aluno faz prova na própria escola ao longo de várias semanas. Então, o mesmo equipamento é utilizado por vários alunos.

Agência Brasil:
Em termos de números, vamos passar de quantos alunos que fazem hoje o Saeb para quantos fazendo a nova avaliação?

Alexandre Lopes:
Vão ser todos os alunos das escolas públicas e privadas. Do 2º ano do fundamental ao 3º do médio, totalizando 35 milhões de alunos. No ano passado, o Saeb foi aplicado para 6 milhões.

Agência Brasil:
Para ampliar a avaliação, serão necessárias mais questões e, para isso, imagino, a publicação de editais para convocar professores para a elaboração. Como o Inep está se organizando? Como fica o orçamento da autarquia?

Alexandre Lopes:
Para este ano, de 2020, não precisamos de nenhum recurso adicional. O orçamento do Inep é suficiente para a execução das atividades preparatórias do novo Saeb. Precisamos apenas para a aplicação da prova no ano que vem. Então, vamos pedir orçamento para 2021. A gente vai começar a conversar com o Ministério da Economia para, primeiro, reconhecer que o quadro de servidores do Inep é formado de carreiras típicas de Estado. Fazemos o Enem, calculamos o Ideb, fazemos o Censo, o Enade [Exame Nacional de Desempenho de Estudantes], avaliações “in loco” nas instituições de ensino superior, nós fazemos publicações. As atividades do Inep são estratégicas, cruciais para a educação brasileira. Segundo ponto, é preciso que a gente faça concurso público para o Inep. Eu sei que é difícil, é demorado, mas a gente vai começar a conversar com o Ministério da Economia sobre isso porque o que dá base, o que dá continuidade a esse trabalho, são os servidores do Inep. Não dá para fazer com servidores externos. Então, precisamos fazer um concurso.

Mas não é um trabalho para ser feito só com os servidores. Não preciso fazer um concurso público grande, enorme, não é esse o objetivo. Nós vamos fazer, que a lei permite, é trazer servidores dos Estados e municípios, cedidos, temporariamente, como prevê a legislação, com salário pago na origem, pelo ente que está cedendo. Eles virão aqui construir junto com a gente esse novo Saeb. Vamos capacitar esses professores na produção de itens, com a TRI, e eles vão ajudar a produzir esses itens. Depois, voltam para seus Estados e municípios como multiplicadores do conhecimento que adquiriram aqui.

Agência Brasil:
Esses professores serão, então, os responsáveis pela elaboração de todos os itens?

Alexandre Lopes:
Eles vão trabalhar junto com a nossa equipe, sob supervisão dos servidores do Inep, na produção de itens, na logística de aplicação, nos vários serviços que compõem a elaboração do novo Saeb.

Agência Brasil:
Quanto precisará ser investido?

Alexandre Lopes:
O custo estimado para a realização dessa prova no 1º ano do ensino médio é de R$ 300 milhões. Mas é importante entender que o custo é decrescente no tempo. Por que isso? Vamos aplicar em 2021 para os 2,7 milhões de alunos que existem no 1º ano do ensino médio. Em 2022, quando formos aplicar para o 2º ano, não serão R$ 600 milhões porque já estarei com os equipamentos na escola, com aplicadores na escola. Não vou precisar dobrar a quantidade de equipamentos.

Depois que implementar do 2º do fundamental ao 3º do médio e tiver todos os equipamentos, o custo passa a ser só de manutenção e reposição. O custo passa a ser de aplicação, não tem mais investimento. Nesses anos de implementação, há custo de investimento, de garantia de equipamentos. O custo é decrescente, começa mais alto porque há investimento e, depois, é decrescente. Há aproveitamento de equipamentos e pessoal.

Agência Brasil:
Em relação ao ensino médio, como o Enem seriado vai ser usado para o ingresso no ensino superior?

Alexandre Lopes:
O Enem seriado é a prova do Saeb aplicada no ensino médio. Não é uma prova a mais. Com o resultado do 1º, 2º e 3º ano, vamos construir uma nota, uma proficiência. Com essa nota, o aluno vai se candidatar a instituições de ensino superior. São vagas diferentes. A nota não vai ser comparada à nota do Enem. Você terá um percentual de vagas reservado para o Enem tradicional e um percentual para o Enem seriado. Será mais uma opção de acesso à faculdade. Esse processo de avaliação seriada existe em alguns lugares, como Brasília [como forma de ingresso na Universidade de Brasília (UnB)] e Pernambuco [na Universidade de Pernambuco (UPE)]. Mas, isso não está disponível para todos os alunos do país. Com o Enem seriado, estamos levando essa possibilidade de o jovem usar notas do 1º, 2º e 3º ano para todo o Brasil. Esse é o diferencial. É uma forma de inclusão, é algo a mais.

Agência Brasil:
Quando o Enem seriado começa a valer para ingressar no ensino superior?

Alexandre Lopes:
[O Enem seriado] começa no ano que vem. Esses alunos vão concorrer à vaga nas universidades em 2024. Farão as provas no 1º, 2º e 3º anos, receberão um conceito e, com ele, vão concorrer a vagas. Como a prova é feita no fim do ano, eles farão em 2023 e concorrerão [a vagas em universidades] em 2024. Se tiverem um bom conceito, poderão entrar direto na faculdade. Podem também fazer o Enem. O Enem [tradicional] permanece, não existe previsão de acabar com o Enem.

Agência Brasil:
Uma das discussões em relação a qualquer tipo de avaliação em educação é o que de fato ela é capaz de medir e de que forma influencia no que é ensinado em sala de aula. Isso porque, uma vez que todos os alunos fazem uma prova no fim do ano e essa prova serve para medir o aprendizado, as escolas tendem a ensinar os estudantes a fazer essa avaliação. O conteúdo todo se volta para a prova. Como o Inep vê essa questão?

Alexandre Lopes:
A gente só conhece aquilo que sabe medir. O que a gente não mede, não conhece. Existe, hoje, um desconhecimento muito grande, principalmente por parte da família, do que acontece na escola. Então, o que estamos fazendo é levando informações e conhecimento para propiciar maior interação entre a família e a escola. Estamos levando uma informação para o professor, para o diretor, oferecendo informação. Estamos oferecendo uma coisa que muitas pessoas querem e não têm – um conjunto de informações que poderá ajudar na aula, ajudar os diretores. Eu acredito no aspecto positivo da avaliação externa. Entendo, conheço esses posicionamentos, mas acho que, para o Brasil de hoje, é importante que se conheça um pouco mais a realidade das escolas para que as medidas, as intervenções pedagógicas, sejam realmente eficientes. Acho que é importante ter esse papel da avaliação externa. Pode ser que daqui a 20, 30 anos, essa realidade seja diferente. Para o Brasil de hoje, nós entendemos que é importante.

(Fonte: Agência Brasil)

Após receber a notícia, nessa quinta-feira (7/5), por meio de Carlos Adalton – amigo, compadre e irmão – de que Seu Juarez havia passado pela transição, desencarne ou morte, restou-me, neste momento difícil, lembrar-me de muitos instantes que desfrutamos da companhia desse exemplo de bom pai, bom companheiro e de bom chefe de família.

Sendo filho único, parte da minha infância e adolescência dividi entre a minha casa e a residência de Seu Juarez. Lá, convivi com os filhos dele – Adalton, Vânia, Tânia, Glauber e Silvânia. Sem esquecer, é claro, a matriarca, Dona Rosário.

Aprendi muitas teorias com meu pai, mas algumas práticas recebi de Seu Juarez. Homem do Exército Brasileiro. Formação cheia de disciplinas, normas, regras. Era um bom exemplo a seguir.

Seu Juarez apreciava um encontro familiar e, normalmente, quando possível, estava eu, de penetra, a saborear suas histórias e ensinamentos.

Outro boêmio como referência. Papai também gostava de saber das histórias desse homem que nasceu em Viana (MA), em 27 de março de 1934.

Agradeço a Deus a oportunidade de conhecê-lo nesta encarnação. Acredito que ele... continuará a caminhada em direção à Luz Maior.

A emoção está ainda muito forte...

Até a próxima parada...

Assim seja!

Quem primeiro me falou de Clarindo Santiago foi Franklin de Oliveira, em casa de seu irmão Heitor Franklin da Costa, na Rua de Santa Rita, onde o brilhante autor de “A Morte da Memória Nacional” se hospedava em São Luís. E isso se deu numa das muitas e longas divagações literárias que motivavam a minha admiração e o meu querer bem por esse mestre do senso estético. E dizia-me ele, com aquelas metáforas tão bem colocadas e com encaixes precisos, ser Clarindo Santiago um poeta de estilo e forma elegantes e de sensibilidade bem apurada, arrematando, naturalmente, sem descer a detalhes, sobre os golpes incicatrizáveis que o poeta recebera ao longo de uma atribulada vida.

Nessa mesma linha de ideias, o meu mui querido e saudoso amigo e compadre José Matos Carvalho, ex-governador do Maranhão, médico ilustre como Clarindo também o fora, chegou-me a dar de presente, nas minhas constantes visitas a seu apartamento, vizinho de quadra do meu, em Brasília, cópias de sonetos e poemas que Clarindo escrevera, dedicando os originais, a ele, Matos Carvalho, quando ambos em plantões no Pronto-Socorro de São Luís, eram tocados pelas visagens sombrias da Rua do Passeio, onde se localizava aquele centro de atendimento a politraumatizados, evidentemente em calmas madrugadas, mais propícias ao extravasar de lúcidos espíritos do que ao remendo de mutilados corpos.

E as cópias desses sonetos e poemas que já me tinham proporcionado certa intimidade, também foram dadas por Matos Carvalho, pelos mesmos abrandamentos de afeto, ao também querido amigo, escritor, advogado e político Sálvio Dino, o qual, num laivo bem-aventurado, os fez resgatar neste “Clarindo Santiago, o poeta maranhense desaparecido no Tocantins”, a memória do nosso poeta, o que me levou, por tais motivos, a escrever estas anotações engendradas numa das minhas noites de vigília.

Nas frias sombras da arte, os fantasmas do verbo “Clarindense” se assim posso adjetivar, manifestam-se em correlações multifacetadas de subjetiva harmonia entre os significados das palavras e os seus símbolos.

Essas relações dificilmente transcendem a percepção dos menos atentos, mesmo que tais paralelas sejam ou estejam estabelecidas numa comunicação contagiosamente estética.

De certo – e não há sobre isso nenhuma dúvida –, a existência de um encantamento pelo subjetivismo exercido pelo poeta é extremamente visível, que o faz, indefeso pela magia, viajar nas simples repetições de sons e embrenhar-se em espaços às vezes tão ou não tão regulares, por períodos rítmicos que os seus poemas imprimem.

Vislumbram-se ainda, nos versos oníricos de Clarindo Santiago, os balanços de acentuações cadenciais com marcação nos tempos tônicos que os fazem interagir com a diversidade dos valores fonêmicos caracterizados pelo nosso idioma, na significação de um linguajar usual, fazendo-os, naturalmente, que alguns sejam pausados e com instintivas frequências rítmicas.

São esses, a princípio, os traços com que Clarindo Santiago erigiu o seu sacrário poético, onde o poema se mostra inteiriço, mirificamente energizado pela rima e pelo ritmo que se não distanciam, formando, quase sempre, uma santíssima trindade nas bênçãos de talento que são esbanjadas por esse poeta, o qual, no entendimento crítico de Rossini Corrêa, foi, além de ter influenciado a juventude maranhense, “o redescobridor e intérprete da obra poética de Sousândrade e quem aconselhou a Franklin de Oliveira a ler tudo, até mesmo anúncio de jornal”.

Creio que, assim, Sálvio Dino entregou à história literária do Maranhão, esse resgate valioso sobre alguma coisa da vida, da poesia e da morte de Clarindo Santiago, a usar, neste seu depoimento, lampejos de quem também faz versos, geminados a nuances de ensaísta, como na composição metodológica deste estudo, a emblemar, ainda, o jornalista do dia a dia, quanto à narrativa noticiosa dos atos e os registros fotográficos de grande importância, levando, por fim, Sálvio concluir o trabalho com o bom senso do jurista, onde o discernimento da lógica e do entendimento cientifico, atestam suas contrarrazões ao afirmar que Clarindo fora realmente estrangulado pela descomunal força do Tocantins, o qual, apesar de impiedosamente tê-lo morto, ainda lhe deu, como jazigo perpétuo, talvez apiedado pela tragédia que cometera, a serenidade de suas traiçoeiras águas e as profundezas abismais do seu silêncio.

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* Fernando Braga, in “Conversas Vadias” [Toda prosa], antologia de textos do autor. Ilustração: Foto do poeta e médico Clarindo Santiago, na capa do livro comentado, de Sálvio Dino, edição de 1997.

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 começam na próxima segunda-feira (11) e vão até o dia 22 de maio. Elas poderão ser feitas por meio da página do Enem na “internet”.

Enem digital

A partir deste ano, o Enem terá duas modalidades de provas, as impressas, com aplicação prevista para os dias 1º e 8 de novembro, e as digitais, para os dias 22 e 29 de novembro. O participante que optar por fazer o Enem impresso não poderá se inscrever na edição digital e, após concluir o processo, não poderá alterar sua opção.

A estrutura dos dois exames será a mesma. Serão aplicadas quatro provas objetivas, constituídas por 45 questões cada uma, e uma redação em língua portuguesa. Durante o processo de inscrição, o participante deverá selecionar uma opção de língua estrangeira - inglês ou espanhol.

Neste ano, será obrigatória a inclusão de uma foto atual do participante no sistema de inscrição, que deverá ser utilizada para procedimento de identificação no momento da prova. O valor da taxa de inscrição é de R$ 85 e deverá ser pago até 28 de maio.

Isenção de taxa

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), todos os participantes que se enquadrarem nos perfis especificados nos editais, mesmo sem o pedido formal, terão isenção da taxa. A regra vale tanto para os participantes que optarem pelo Enem impresso quanto para os que escolherem o Enem digital e se aplica, inclusive, aos isentos em 2019 que faltaram aos dois dias de prova e não tenham justificado ausência.

Portanto, no ato da inscrição para o Enem 2020, terão isenção de taxa os candidatos que estejam cursando a última série do ensino médio este ano, em qualquer modalidade de ensino, em escola da rede pública declarada ao Censo da Educação Básica; tenham feito todo o ensino médio em escolas da rede pública ou como bolsistas integrais na rede privada e tenham renda “per capita” familiar igual ou inferior a um salário mínimo e meio; ou declarem estar em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por serem integrantes de família de baixa renda e que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), que requer renda familiar “per capita” de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimos.

Acessibilidade

A Política de Acessibilidade e Inclusão do Inep visa dar atendimento especializado aos participantes que necessitarem. Para facilitar a compreensão no momento da inscrição, os atendimentos específicos (gestantes, lactantes, idosos e estudantes em classe hospitalar) foram incluídos na denominação "especializado". As solicitações para esses atendimentos também deverão ser feitas entre 11 e 22 de maio. Os resultados serão divulgados em 29 de maio. Para os pedidos que forem negados, está prevista uma fase para apresentação de recursos. O resultado final estará disponível no dia 10 de junho.

Os pedidos de tratamento por nome social serão feitos entre 25 e 29 de maio, com previsão de divulgação dos resultados em 5 de junho. O período para apresentação de recursos será entre 8 e 12 de junho e a disponibilização dos resultados finais em 18 de junho.

(Fonte: Agência Brasil)

O Museu da Língua Portuguesa vai comemorar hoje (5), em São Paulo, o Dia Internacional da Língua Portuguesa 2020 com uma programação virtual especial.

Entre as atrações, haverá música, “slam” (poesia falada), literatura, contação de histórias, oficina, bate-papos e “performances”. A programação será transmitida no YouTube e Facebook do museu, a partir das 15h.

Essa é a quarta edição da comemoração do Dia Internacional da Língua Portuguesa, que, nos anos anteriores, foi realizada no saguão da Estação da Luz.

Com as medidas de isolamento social requeridas pela pandemia da covid-19, a programação cultural aproveita a conexão via “web” para internacionalizar as comemorações, focadas na pluralidade do idioma na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que instituiu a data.

Entre as atrações, figuram o encontro “Poesia na língua do slam”, apresentado por Roberta Estrela D´Alva com participação de poetas do Brasil, Cabo Verde e Portugal, a “live” Conexão Musical, e discotecagem do escritor e músico Kalaf Epalanga (Angola), da cantora Lenna Bahule (Moçambique) e do músico Hélio Ramalho (Cabo Verde), com a interlocução do pesquisador brasileiro Rafael Galante.

O público também vai ser transportado para dentro do Museu da Língua Portuguesa: na performance “Silêncio”, o dançarino Eduardo Fukushima apresenta uma coreografia gravada dentro das instalações do museu, completamente vazio e em silêncio. Todo a programação pode ser acessada no “link”.

A celebração da data é uma realização do governo do Estado de São Paulo, da Fundação Roberto Marinho e do Museu da Língua Portuguesa.

Rodas de conversa

A partir do conceito de que a língua se transforma o tempo todo, a programação vai refletir sobre o idioma que se modifica dentro das casas, diante do isolamento social.

Baseado na exposição principal do museu, o roteiro de atrações investiga o contato da língua portuguesa com outros idiomas, suas variações nos continentes e a diversidade nos grupos sociais.

Eventos virtuais com autores dos países de língua portuguesa vão unir Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.

São encontros como “Ortografia também é gente”, conduzido pela poeta mineira Ana Elisa Ribeiro, que debaterá o uso da palavra como instrumento para dar conta do que é vivenciado hoje.

Com ela, a escritora e artista visual de Guiné-Bissau, Gisela Casimiro, o escritor português Marco Neves, o professor moçambicano Nataniel Ngomane e a poeta pernambucana Micheliny Verunschk refletirão sobre a atualidade a partir da língua portuguesa e suas expressões locais.

No projeto “Cartas de um outro tempo”, ambos em parceria com a “Revista Pessoa”, escritores vão ler cartas sobre esse período de confinamento.

Nomes como Itamar Vieira Jr., Isabel Nery, Filipa Leal, Tatiana Salem Levy e Evandro Affonso Ferreira compartilharão suas perspectivas – e suas poéticas – em vídeos exclusivos.

Já na série Peripécias Poéticas, sob curadoria do Festival Internacional das Artes da Língua Portuguesa, atores de diversos países brincam com seus falares ao interpretar pílulas de poesia em vídeos.

Também com curadoria do festival, a atração “Língua portuguesa, prazer em te conhecer” coloca em contato jovens de Angola, Brasil, Portugal e Cabo Verde para vencer as fronteiras geográficas com um animado bate-papo “on-line”.

O Museu da Língua Portuguesa será reinaugurado em 2020, após ser destruído por um incêndio em 2015.

Um dos primeiros museus do mundo totalmente dedicado a um idioma, ele celebra a língua como elemento fundador e fundamental da nossa cultura.

Por meio de experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientes imersivos, o visitante é conduzido a um mergulho na história e na diversidade do idioma.

(Fonte: Agência Brasil)

Lá vem o machimbombo, alguém te avisa em Moçambique. Em Angola, te pedem calma, já que o autocarro está a passar. Machimbombo e autocarro, acreditem (!), são o mesmo veículo. No Brasil, conhecido como ônibus. Na gíria muito comum das ruas, o busão. A par de todas as diferenças de vocabulário ou organização textual, falantes da língua portuguesa somam mais de 260 milhões de pessoas em nove países que têm o idioma como oficial. Trata-se do quinto mais usado no mundo, o terceiro no Ocidente e o primeiro no Hemisfério Sul.

Em 2009, países da comunidade lusófona decidiram que 5 de maio deveria marcar o Dia Internacional da Língua Portuguesa. Em novembro do ano passado, a Unesco ratificou a data como Dia Mundial da Língua Portuguesa, para celebrar a pluralidade como valor identitário de tanta gente. A decisão ocorreu em Paris, durante a assembleia-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. E as diferenças, longe de afastar, também podem unir. Nos acordos, no comércio, no turismo, na literatura, na cultura. Em Cabo Verde, chamam-se de brodas. Em Angola, cambas. Em bom brasileiro, amigos.

Aliás, quando a TV Brasil exibiu a novela Jikulumessu, o telespectador também entendeu mais sobre a língua falada em Angola. Confira expressões Uma novidade na relação dos países lusófonos com o idioma escrito foi o acordo ortográfico que entrou em vigor no ano de 2016, mas que estava em uso desde 2009. Entre as mudanças, houve o fim do sinal do trema e novas regras para o uso do hífen e de acentos diferenciais.

O acordo havia sido celebrado no ano de 1990. Uma estimativa feita em 2013 é que, até o fim do século XXI, os países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste) deverão somar 350 milhões de cidadãos pelos Estados-Membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para padronizar as regras ortográficas. Confira reportagem na Radioagência Nacional.

No ano passado, a TV Brasil celebrou a data com uma homenagem aos imigrantes que trouxeram características particulares para o idioma. O vídeo trata da variedade e pluralidade da língua no país.

Com uma literatura transformadora, obras em língua portuguesa estão entre as principais do mundo. No ano de 2011, a TV Brasil explicou como a leitura pode ser transformadora no destino dos brasileiros.

Atravessando o oceano Atlântico, na África que fala português, as dificuldades dos países com a liberdade tardia e as manifestações culturais foram trazidas no ano de 2015 no programa “Caminhos da Reportagem”.

(Fonte: Agência Brasil)

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Morreu hoje (4), aos 73 anos, o compositor e escritor brasileiro Aldir Blanc, por complicações causadas pela covid-19, depois de ficar mais de duas semanas na UTI do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe). A morte foi confirmada pela assessoria de Blanc. Ele havia sido hospitalizado em 10 de abril, com um quadro de pneumonia, pressão alta e infecção urinária. Uma semana depois, foi confirmada a infecção pelo novo coronavírus.

Nos anos 1960, Aldir dividia seu tempo entre a música e a medicina, curso em que se formaria com especialidade em psiquiatria. Foi, nessa década, que ele participou de diversos festivais da canção, compondo músicas interpretadas por Clara Nunes, Taiguara e Maria Creuza.

No início dos anos 1970, abandonou a medicina para se dedicar exclusivamente às artes. E foi nessa década que ele compôs o seu maior sucesso. Com a parceria de João Bosco e na voz de Elis Regina, o mundo conheceu “O bêbado e a equilibrista”.

Em 1978, publicou as crônicas “Rua dos Artistas e arredores”. Em 1981, “Porta de tinturaria” (1981). As duas obras foram reunidas posteriormente, em 2006, na edição “Rua dos Artistas e transversais”, que ainda trouxe 14 crônicas escritas para a revista “Bundas” e para o “Jornal do Brasil”.

(Fonte: Agência Brasil)

Atividades virtuais, promovidas pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) marcam, a partir de hoje (4), as comemorações do Dia Nacional da Matemática, no próximo dia 6, e da Semana Nacional da Matemática, que se estenderá até a próxima sexta-feira (8).

A programação será totalmente “on-line”, “por causa da situação da pandemia (do novo coronavírus)”, disse à Agência Brasil o diretor-geral do Impa, Marcelo Viana. Serão quatro “lives” (evento transmitido em tempo real) sobre temas diversos, que ocorrerão a partir desta segunda-feira, à tarde, até o dia 7, no perfil do Instagram do instituto.

No primeiro dia, a pesquisadora do Impa, Carolina Araújo, conversa com o geneticista Hugo Aguilaniu, diretor-presidente do Instituto Serrapilheira, sobre o papel da ciência básica “em uma crise como essa que nós estamos vivendo”, indicou Marcelo Viana.

Amanhã (5), o diretor-geral do Impa entrevista o biólogo e microbiologista Atila Iamarino sobre a pandemia e a importância da ciência e da matemática no combate à covid-19.

Matemática

Na quarta e na quinta-feira, as “lives” serão sobre temas diversos. No dia 6, por exemplo, o tema escolhido será o projeto Livro Aberto de Matemática, que cria coleções de livros didáticos da área para a educação básica de forma colaborativa e com licença aberta (“Creative Commons”). O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Humberto Bortolossi e o diretor da Escola de Matemática da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Fabio Simas, um dos criadores do “Livro Aberto”, serão os debatedores.

Na quinta-feira (7), os entusiastas de competições científicas terão a oportunidade de acompanhar a “live” do coordenador-geral da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), Carlos Gustavo Tamm, com Samuel Barbosa, professor da Universidade Federal da Bahia, que é líder de equipes em torneios internacionais como a Romanian Master of Mathematics (RMM).

“Webinário”

Para encerrar a programação da Semana Nacional da Matemática, o Impa preparou o “webinário” (conferência “on-line”) “Matemática em Tempos de Crise”, que ocorrerá às 11h, apresentando três palestrantes que abordarão a ciência e a crise sanitária e abrindo para a participação do público também. O “webinar” pode ser acessado no endereço do Impa no YouTube.

Os palestrantes são o matemático Tiago Pereira, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo, que falará sobre as modelagens desenvolvidas por pesquisadores da área para a covid-19; o pesquisador do Impa, Luciano Irineu, que vai comentar o uso de ferramentas matemáticas nas maiores crises econômicas da história; e o diretor-geral do Impa, Marcelo Viana, que dará um panorama dos avanços da computação durante a 2ª Guerra Mundial.

Viana disse que há probabilidade de, ao longo deste mês, sejam feitas novas “lives”, seguindo o entusiasmo despertado pela Semana Nacional da Matemática.

Importância da ciência

Marcelo Viana destacou a importância que a ciência como um todo e a matemática, “em primeiro lugar”, têm em uma crise como a do novo coronavírus. “Ao mesmo tempo, traz uma mensagem positiva de que não é porque o vírus está aí atacando que a gente deve deixar de continuar contribuindo para a formação e para a informação e para a ciência”. O diretor-geral do Impa salientou, sobretudo, em relação à crise da covid-19, o cuidado que se deve ter em relação à quantidade de desinformação que está circulando nas redes sociais, “por vezes por ignorância e, por vezes, com interesses piores ainda”. Por isso, Viana considerou muito importante que sejam passadas à população informações de qualidade, “partindo de quem entende”, de uma maneira aberta e transparente.

Tanto as “lives” como o “webinar” estão abertos à participação de todos os interessados, que poderão, inclusive, fazer comentários sobre os temas abordados.

(Fonte: Agência Brasil)