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As instituições particulares de ensino superior que aderiram ao Programa Universidade para Todos (Prouni) ofertam 162.022 bolsas de estudo na primeira seleção de 2021. Gestor do programa, o Ministério da Educação (MEC) informou que, desse total, 76.855 serão bolsas integrais e 85.167, parciais, com 50% de desconto sobre o valor do curso.

A relação das instituições e dos cursos disponíveis pode ser consultada na página do programa, na “internet”. Também é possível pesquisar as opções ofertadas por cidades e por tipo de bolsa (integral e parcial), modalidade (presencial e a distância).

As inscrições começam na terça-feira (12) e se encerram na sexta (15). De acordo com o MEC, os Estados com o maior número de bolsas ofertadas são: São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

Para concorrer às bolsas integrais, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal de até 1,5 salário mínimo (R$ 1.650) por pessoa. Para as bolsas parciais, a renda familiar bruta mensal deve ser de até 3 salários mínimos por pessoa (R$ 3.300). É preciso ainda que o candidato tenha feito a edição mais recente do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), tenha alcançado, no mínimo, 450 pontos de média das notas e não tenha tirado zero na redação.

Além disso, é necessário que o interessado tenha cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou da rede privada, desde que na condição de bolsista integral. Professores da rede pública de ensino também podem disputar uma bolsa – nesse caso, não se aplica o limite de renda exigido dos demais candidatos.

Como o resultado do Enem do ano passado só será divulgado após o término do processo seletivo, neste semestre, excepcionalmente, os interessados serão selecionados de acordo com as notas do Enem de 2019. O MEC pretende aplicar as provas do Enem a partir do próximo dia 17, mas algumas entidades, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), tentam obter, na Justiça, o adiamento das provas em virtude dos reflexos da pandemia de covid-19.

O resultado da primeira chamada será divulgado no dia 19 deste mês.

O Prouni oferece ainda duas oportunidades para os candidatos concorrerem às bolsas de estudo, que são a segunda chamada e a lista de espera. O cronograma completo também pode ser consultado na página  do programa.

Veja, abaixo, a tabela de oferta de vagas por Estado:

EstadoBolsas integraisBolsas parciaistotal
SP24.56416.77341.337
MG7.05611.19018.246
PR5.8228.84514.667
RS5.2725.25310.525
BA3.9935.9299.922
RJ3.0904.9798.069
GO2.2215.0727.293
SC3.7932.1385.931
MA1.3204.6085.931
PE2.2983.0135.311
PA2.9711.3404.311
ES1.9172.6694.162
CE1.9172.1864.103
DF1.4982.4803.978
PB1.1801.3172.497
RO9591.3482.307
MT1.3329652.297
PI7371.0921.829
MS9298531.782
AC5547921.346
RN7294631.192
AM1.0081471.155
SE2977031.000
AL513462975
TO566298864
AP378132510
RR365120485
TOTAL76.85585.167162.022

(Fonte: Agência Brasil)

A Defensoria Pública da União (DPU) recorreu à Justiça Federal para tentar adiar a realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), agendadas pelo Ministério da Educação (MEC) para começar no próximo dia 17.

Entidades científicas como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), além de organizações como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) também defendem o adiamento do exame.

Em comum, as iniciativas favoráveis à suspensão temporária sustentam que as aglomerações nos locais de prova favorecerão a disseminação do novo coronavírus e o aumento do número de casos da covid-19 em um momento em que a incidência da doença está aumentando em quase todo o país.

No novo pedido de tutela de urgência que ajuizou ontem (8), no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), o defensor público federal João Paulo Dorini afirma que não há, até o momento, “clareza sobre as providências adotadas para evitar a contaminação dos participantes da prova, estudantes e funcionários que a aplicarão” em todo o Brasil.

Dorini lembra que a Ação Civil Pública que corre no TRF-3 foi protocolada pela DPU e pelo Ministério Público Federal (MPF) em abril de 2020, poucas semanas após o MEC divulgar o edital do Enem. E que, já naquela ocasião, defensores e procuradores pediam que todo o cronograma do exame fosse ajustado “à nova realidade trazida pela pandemia”, principalmente quanto aos prejuízos que os alunos da rede pública de ensino sofreram devido às dificuldades de cumprir o programa de ensino.

“Em abril, não se sabia se as provas poderiam ser realizadas em janeiro seguinte, seja por não se saber que o conteúdo programático do ano letivo teria sido cumprido (o que não foi, quando muito, apenas formalmente), seja por não se saber como estaria a transmissão do vírus e os riscos sanitários envolvidos”, afirma Dorini, argumentando que, até o momento, “não houve uma solução judicial a contento para viabilizar a realização de um exame que não reproduza as deficiências pedagógicas nas redes estaduais de ensino durante a pandemia e que possa ser realizado de maneira segura”.

“Não há maneira segura para a realização de um exame com quase seis milhões de estudantes neste momento, durante o novo pico de casos da covid-19”, acrescenta o defensor. “Qual será o impacto de mais um aumento exponencial de contaminações em decorrência [da realização do] Enem, que não se restringirá apenas a estudantes e funcionários, mas também a seus familiares e pessoas de suas convivências, em um sistema de saúde já colapsado em muitas cidades”, questiona Dorini ao pedir que a Justiça Federal aprecie a questão com urgência e determine o adiamento das provas.

Medidas de prevenção

Em redes sociais, o Ministério da Educação afirmou que tem sido “diligente” [cuidadoso] na aplicação dos recursos públicos para garantir a segurança dos candidatos do Enem, bem como do Revalida e do Encceja. Em nota divulgada em seu “site”, o ministério afirma que o Inep destinou R$ 64 milhões apenas para as medidas de prevenção contra a covid-19 na aplicação do Enem (aquisição de equipamentos de proteção individual, álcool em gel e mais locais para aplicação de provas) e detalhou as principais ações que o instituto vem adotando.

“Foram estabelecidas regras específicas para reduzir aglomerações nos locais de prova, durante a aplicação”, destaca a pasta, explicando que tais normas foram definidos em conjunto com as empresas contratadas para aplicar o exame, com base nas principais diretrizes do Ministério da Saúde e “de outros órgãos e entidades de referência”.

Segundo o ministério, os referidos procedimentos estão detalhados em dois editais, o nº 54 e o nº 55. Entre outras coisas, os editais estabelecem a proibição da entrada e permanência nos locais de prova de qualquer pessoa sem máscara de proteção que cubra totalmente o nariz e a boca (e que, segundo o MEC, “serão verificadas pelos fiscais para evitar possíveis infrações”. Só será permitida a retirada momentânea da máscara para alimentação ou ingestão de líquidos.

Os editais também estabelecem que, antes do início das provas, o aplicador deverá fornecer álcool aos candidatos que, antes de entrar na sala de provas, terão que higienizar as mãos. O MEC garante que as salas serão higienizadas antes da aplicação do exame e organizadas de forma a garantir um distanciamento social adequado e “o máximo de ventilação natural” possível.

Pessoas que informaram que fazem parte de algum grupo de risco (idosos, gestantes e pessoas com doenças respiratórias ou que afetam a imunidade) deverão receber tratamento diferenciado, ocupando salas com ocupação de até 25% da capacidade máxima. Segundo o ministério, estes participantes já foram previamente identificados no momento da inscrição. Além disso, gestantes, lactantes, idosos e pessoas com condições médicas preexistentes (cardiopatias, doenças pulmonares crônicas, diabetes, obesidade mórbida, hipertensão, doenças imunossupressoras e oncológicas) ocuparão salas com, no máximo, 12 pessoas.

Quem no dia da prova apresentar sintomas de qualquer doença infectocontagiosa não deverá comparecer ao local do exame, mas deverá comunicar sua condição previamente, por meio da Página do Participante. As doenças para as quais os editais do Inep preveem a possibilidade de reaplicação dos testes são: coqueluche, difteria, doença invasiva por Haemophilus influenza, doença meningocócica e outras meningites, varíola, Influenza humana A e B, poliomielite por poliovírus selvagem, sarampo, rubéola, varicela e covid-19.

“Com todas as medidas de prevenção e os cuidados adotados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Inep para a realização do Enem 2020, somados à compreensão e à colaboração de todos os participantes, temos a confiança e a certeza de que realizaremos o exame com segurança para todos os envolvidos”, afirma o ministério, alegando que a aplicação das provas “é fundamental para garantir o acesso dos estudantes ao ensino superior em 2021”. 

Repercussão

Também ontem, 50 entidades científicas dos campos da Educação e da Saúde divulgaram uma nota conjunta em que apontam a “necessidade urgente” de que a realização das provas do Enem sejam adiadas “para outro momento no qual os índices de transmissão e a capacidade de resposta dos serviços de saúde estejam dentro de níveis aceitáveis”. Entre as organizações signatárias, estão a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC); a Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped); a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

“As propostas apresentadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) como medidas de segurança para evitar a infecção pela covid-19 não são suficientes para garantir a segurança da população brasileira, num momento de visível agravamento da pandemia no país”, sustentam as entidades na nota. “Este exame existe para incidir na redução das desigualdades do acesso ao ensino superior e não pode servir para ampliar desigualdades ou, o que é inaceitável, se tornar espaço vetor de uma pandemia já fora de controle por incúria governamental”.

Em outra frente contra a aplicação das provas presenciais a partir do dia 17, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) acionaram o Ministério Público Federal (MPF) com uma representação judicial para que o órgão tente obter o adiamento do exame na Justiça.

“Entramos com uma ação no Ministério Público Federal pedindo esclarecimentos sobre o Enem 2020; posicionamento a respeito de uma nova data e transparência sobre as medidas de segurança para a realização da prova”, informaram as entidades, ontem, em suas redes sociais. “Desde março de 2020, estamos tentando dialogar com o governo federal e com as demais autoridades sobre possíveis soluções para a realização do Enem, no entanto, as providências adotadas pelo Ministério da Educação e pelo Inep têm se mostrado insuficientes”, acrescentam.

(Fonte: Agência Brasil)

Na reta final para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), estudantes contam como estão se preparando e como estudaram ao longo deste ano em meio à pandemia do novo coronavírus. As realidades e os desafios são diversos.

Em Porto Velho (RO), Heloísa Lara, 23 anos, que pretende cursar medicina, precisou enfrentar o ensino “on-line” – algo com o qual sempre teve dificuldade. No Rio de Janeiro, Lucas Bevilaqua, 17 anos, tenta driblar as telas e conseguir descansar um pouco às vésperas do exame. Em Cocal dos Alves (PI), Sérgio Manoel Cardoso, 17 anos, passou a ter aulas por WhatsApp. Em Barreirinha (AM), Karen Eduarda Prestes, 18 anos, enfrenta a falta de “internet”, que atrapalha seus estudos.

“Eu achei que não fosse ter foco porque estudar em casa tem distrações. Achei que seria difícil, mas arrumei foco e arrumei um lugar onde pude ficar mais em silêncio”, diz Heloísa Lara, 23 anos. Há cinco anos, a estudante busca uma vaga em um curso de medicina. Já havia tentado fazer cursinhos “on-line”, mas não conseguiu manter a rotina. A pandemia a obrigou a voltar para o ensino remoto. “Eu tive que mudar minha mentalidade quanto a isso. O ‘on-line’ foi bom porque eu sou muito tímida e pude mandar perguntas sem precisar falar em uma sala de aula. Consegui tirar todas as dúvidas que eu tinha”, conta.

Heloísa, este ano, investiu em um curso específico de redação. O ensino remoto permitiu que se matriculasse no Laboratório de Redação, em São Paulo. A estudante, que usa o celular para estudar, precisou também melhorar o pacote de “internet” que tinha para poder acompanhar as aulas. Ela passou ainda por uma mudança de cidade, em meio à pandemia, mudou-se de Cacoal (RO) para a capital do Estado, Porto Velho. "Agora, estou revisando conteúdos do ano passado. Fiz resumos e estou fazendo bastante exercícios. Depois de várias terapias, agora estou tranquila". 

Lidando com a ansiedade

Para o estudante do colégio Mopi, no Rio de Janeiro, Lucas Bevilaqua, 17 anos, a parte emocional pesou este ano. “Esse ano foi um ano muito complicado. Eu não sei se a questão da pandemia ajudou ou piorou meus estudos. Acho que a questão da cabeça piorou muito. Mas, em termos de estudo, ajudou a me concentrar porque estou em casa não tem muito o que fazer. Acabei conseguindo distinguir as coisas, focar no que precisava, embora tenha sido um ano difícil psicológica e emocionalmente”.

As aulas “on-line” ocupavam as manhãs e parte da tarde. “Uma coisa que pesou muito, para mim, foi que ficava muito tempo no celular, no computador, sempre tinha que achar um tempinho para me recuperar, para achar um tempinho fora do computador", diz.

Ao lado do estudante, que pretende concorrer a uma vaga em um curso de psicologia, o irmão gêmeo Gabriel divide o espaço e a mesma angústia no preparo para o Enem. “Estamos meio que no mesmo barco”. Bevilaqua conta que, no último ano do ensino médio, ele sentiu falta da escola, “Pesou, para mim, não ir para escola, ver pessoas, conversar, pesou um lugar onde possa relaxar e tirar a pressão”.

Aulas por WhatsApp

Para o estudante da Escola Augustinho Brandão, em Cocal dos Alves (PI), Sérgio Manoel Passos Cardoso, 17 anos, aprender apenas a distância gerou insegurança. “Além da forma de ensino ter mudado completamente, a distância física que temos das salas de aula cria um certo pane em relação ao que eu aprendi”, diz. Mas, o estudante diz que confia no trabalho feito pelos professores. “Eu acredito que apesar do ensino remoto, todos da minha turma irão se sair bem, pois, temos o apoio incondicional dos professores, de todas as formas possíveis”.

O estudante passou a ter aulas por WhatsApp. Os professores mandavam exercícios, vídeos que eles mesmos produziam, sempre buscando a melhor forma de compreensão do aluno. As dúvidas podiam ser tiradas sempre levantando a mão com um “emoji”.

“Esta reta final está sendo muito complicada, pois, além de se adaptar à nova rotina remota, buscar sempre manter a saúde mental também faz parte. Porém, com essa aproximação da prova, eu sinto que tenho que revisar o máximo de matérias e assuntos que conseguir, acredito que, aumentando minha ansiedade”, diz Cardoso, que pretende concorrer a vagas de direito ou odontologia. "Às vezes, quando quero me distrair um pouco, tento ir jogar bola, passo o dia sentado em uma cadeira”. 

Dificuldade de acesso

A estudante Karen Eduarda Prestes, 18 anos, da Escola Estadual Professora Maria Belém, em Barreirinha (AM) Karen Eduarda Prestes, 18 anos, não chegou a conhecer pessoalmente os professores este ano. A escola estava em reforma no início do ano e, logo em seguida, foi fechada por conta da pandemia. As aulas passaram a ser dadas por WhatsApp.

“Isso complicou mais ainda porque nós, como alunos, como a gente faz parte da classe baixa, a dificuldade foi maior pelo acesso à ‘internet’. No nosso município, a ‘internet’ é ruim demais. A gente teve que achar um meio para lidar com isso. Muitos alunos desistiram”, conta a estudante que passou o ano acessando conteúdos escolares pelo celular.

Os professores e os estudantes precisaram se adaptar, mas Karen diz que eles conseguiram material e conseguiram fazer simulados este ano. “Hoje, eu passei o dia todo estudando para o Enem e encontrei dificuldade. Minha vontade é ser professora de português. Muitas vezes pensei em desistir, por ter a dificuldade da ‘internet’, por não ter computador para pesquisar, mas a minha vontade é muito maior do que o que está acontecendo. Muitos desistiram dos sonhos, mas eu estou tentando ao máximo focar nos meus livros, nas videoaulas”. Fazer a prova em meio à pandemia é outro desafio, de acordo com a estudante. “Tenho muito receio, me sinto insegura”, diz.

A pandemia exacerbou as desigualdades no Brasil. O acesso à “internet”, a computadores e a celulares passou a fazer ainda mais diferença no aprendizado. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad Contínua TIC) 2018, divulgada este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada quatro pessoas no Brasil não tem acesso à “internet”. Em números totais, isso representa cerca de 46 milhões de brasileiros que não acessam à rede.  Já a pesquisa TIC Domicílios apontou que 58% dos brasileiros acessavam a “internet” em 2019 exclusivamente pelo telefone celular

Enem 2020

O Enem 2020 será aplicado na versão impressa nos dias 17 e 24 de janeiro e, na versão digital, nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.

Devido à pandemia, durante todo o tempo de realização da prova, os candidatos estarão obrigados a usar máscaras de proteção da forma correta, tapando o nariz e a boca, sob pena de serem eliminados do exame. Além disso, o álcool em gel estará disponível em todos os locais de aplicação.

Quem for diagnosticado com covid-19, ou apresentar sintomas dessa ou de outras doenças infectocontagiosas até a data do exame, não deverá comparecer ao local de prova e sim entrar em contato com o Inep pela Página do Participante, ou pelo telefone 0800-616161, e terá direito a fazer a prova na data de reaplicação do Enem, nos dias 23 e 24 de fevereiro.

(Fonte: Agência Brasil)

Pela primeira vez, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá uma versão digital. A prova será aplicada de forma piloto para 96 mil candidatos em 99 municípios. Assim como no Enem impresso, os participantes terão que ir até o local de prova e, embora o exame seja feito pelo computador, os candidatos deverão levar caneta esferográfica da cor preta porque a redação será feita no papel.

Para esclarecer como será essa prova, a Agência Brasil conversou com o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes. 

Presidente do Inep

“Houve, no passado, tentativas [de fazer o Enem digital], mas foram descontinuadas. A decisão de fazer o Enem digital neste ano foi tomada em 2019. Estamos conseguindo agora tirar o teste do papel, literalmente. Estamos muito animados com o Enem digital”, disse Lopes.

O exame será um pontapé inicial para mudanças no Enem. A intenção do Inep é que o exame se torne totalmente digital até 2026. As discussões e os testes para que isso seja possível ocorrem desde 2016.

O Enem digital será aplicado nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro, após o Enem impresso, que será nos dias 17 e 24 de janeiro. As provas serão realizadas em laboratórios de informática de escolas e universidades que já foram previamente testados pelo Inep. Ao todo, serão cerca de 4 mil laboratórios, com cerca de 20 computadores cada um. As máquinas terão acesso apenas à prova. Os estudantes não conseguirão, portanto, acessar a “internet” ou documentos do computador.

Apesar de ser feita em tela, os participantes deverão levar, como no Enem impresso, caneta esferográfica de tubo transparente da cor preta. A prova de redação será escrita à mão. Os estudantes também receberão folhas de rascunho para fazer os cálculos das provas de matemática e ciências da natureza. Eles não terão, no entanto, folhas de resposta. Os itens devem ser marcados pelo computador.

"A gente procurou, nesse momento, simular no ambiente digital o que acontece no papel. Então, o aluno vai poder, por exemplo, ir na questão mais à frente, pode voltar. No final, ele vai marcar e quando der o sinal que finalizou a prova, o sistema trava o preenchimento do gabarito. Aí pronto, não vai mais poder mexer e a prova vai vir direto para o Inep”, explica o presidente.

Os horários do Enem digital serão os mesmos do Enem impresso. Os portões abrem às 12h e fecham às 13h. A prova começa a ser aplicada às 13h30. No primeiro dia, os participantes, assim como no exame em papel, fazem as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e ciências humanas e suas tecnologias. Nesse dia, a prova vai até as 19h. No segundo dia, os candidatos têm até as 18h30 para resolver questões de ciências da natureza e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias.

Além dos aplicadores, nas salas de prova, os candidatos contarão com a assistência de um técnico em informática. “Se tiver algum problema no computador, o técnico pode tentar resolver imediatamente naquele computador. Se não puder, ele vai logar numa outra máquina, teremos máquinas reserva. Se não conseguir mesmo assim, se tiver problema ou se demorar demais para resolver, aí esse aluno vai poder participar da reaplicação da prova em papel”, explica Lopes.

Da mesma forma que os estudantes que farão o Enem impresso apenas poderão sair com a prova meia hora antes do fim da aplicação, também os estudantes que fizerem o Enem digital, só poderão sair com a folha de rascunho 30 minutos antes do fim da aplicação. Eles podem anotar as respostas ali, para posteriormente conferir o gabarito oficial, que deverá ser divulgado para essa versão do exame até o dia 10 de fevereiro. 

As questões da prova serão diferentes das do Enem impresso. No entanto, como a prova utiliza o sistema de correção baseado na chamada teoria de resposta ao item (TRI), as provas terão o mesmo nível de dificuldade, e os estudantes poderão concorrer juntos às mesmas vagas em programas que dão acesso ao ensino superior, como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições públicas e o Programa Universidade para Todos (Prouni), que oferece bolsas de estudos em instituições privadas.  

Pandemia

As medidas de segurança adotadas em relação à pandemia do novo coronavírus serão as mesmas tanto no Enem impresso quanto no Enem digital. Haverá, por exemplo, um número reduzido de estudantes por sala, para garantir o distanciamento entre os participantes. Durante todo o tempo de realização da prova, os candidatos estarão obrigados a usar máscaras de proteção da forma correta, tapando o nariz e a boca, sob pena de serem eliminados do exame. Além disso, o álcool em gel estará disponível em todos os locais de aplicação.

Quem for diagnosticado com covid-19, ou apresentar sintomas dessa ou de outras doenças infectocontagiosas até a data do exame, não deverá comparecer ao local de prova e sim entrar em contato com o Inep pela Página do Participante, ou pelo telefone 0800-616161, e terá direito a fazer a prova na data de reaplicação do Enem, nos dias 23 e 24 de fevereiro.

(Fonte: Agência Brasil)

O ano de 2021 começou em ritmo de férias no mundo dos jogos e esporte eletrônicos. Enquanto isso, que tal dar uma olhada em alguns dos “games” mais aguardados para os próximos 12 meses?

Acredito que a relação abaixo reúne títulos que podem despontar como sucesso de vendas e reunir críticas positivas, capazes de repercutir e influenciar jogadores e indústria. É claro que é difícil adivinhar o futuro. Por isso, não há como prever eventuais surpresas, incluindo jogos de estúdios menores que, no boca a boca, viram a sensação do momento (em 2020, tivemos Among Us e Fall Guys, só para citar alguns).  

Hitman 3

O jogo de espionagem da IO Interactive, fecha a trilogia que revitalizou a franquia na geração passada. Jogado na perspectiva de uma terceira pessoa, o usuário controla o agente secreto 47 em várias missões ao redor do mundo. Entre as locações já confirmadas no “game”, estão Dubai (Emirados Árabes Unidos), Dartboor (Inglaterra), Berlin (Alemanha) e Chongqing (China). Disponível em PC/PS4/PS5/Xbox One/Xbox Series/Switch. Lançamento previsto: 20 de janeiro de 2021.  

Super Mario 3D World + Bowser's Fury

O jogo de plataforma do Mario era uma das joias perdidas do Wii U, o fracassado console da Nintendo, e que, agora, ganha uma segunda chance no Switch. O “game” virá com conteúdo novo chamado Bowser's Fury. A Nintendo ainda não detalhou o que seria isso, mas espera-se que seja um novo mundo com ainda mais fases. Disponível em Switch. Lançamento previsto: 12 de fevereiro de 2021. 

Halo Infinite

Previsto para ser um dos títulos de lançamento do Xbox Series X/S em novembro de 2020, a franquia “máster” da Microsoft sofreu bastante críticas quando as primeiras imagens foram divulgadas. Muitos diziam que não apresentava novidades, e que o visual não fazia jus nem mesmo ao Xbox One, que dirá de um “videogame” de nova geração. O personagem Craig, símbolo dessas críticas, virou até “meme”. Depois da repercussão negativa, a desenvolvedora 343 Industries preferiu adiar o lançamento em um ano. A expectativa é que o jogo seja lançado apenas no último trimestre. Disponível em Xbox One/Xbox Series/PC. Lançamento previsto: segundo semestre de 2021 

Horizon Forbidden West

Um dos melhores títulos do PlayStation 4, o jogo de RPG e ação em terceira pessoa ajudou a consolidar uma tendência de protagonistas femininas nos “games” a partir de 2017 (embora esteja longe de ser o primeiro com essa característica, vale reforçar). Forbidden West trará um mapa ainda maior que o primeiro, em um cenário pós-apocalíptico inspirado na costa oeste dos Estados Unidos.Disponível em PS4/PS5. Lançamento previsto: segundo semestre de 2021. 

Rainbow Six Quarantine

O mais novo título da antiga franquia de “games” de tiro da Ubisoft teve o lançamento adiado para março de 2021. Até hoje, porém, a desenvolvedora não divulgou nenhuma imagem de “gameplay”, apenas um “trailer” conceitual. Diferentemente do Siege, último jogo da franquia lançado em 2015, Quarantine vai investir mais em missões cooperativas. Fica a dúvida, portanto, se Quarantine será utilizado na cena esportiva de Rainbow Six. Disponível em PC/PS4/PS5/Xbox One/Xbox Series. Lançamento previsto: 2021 

Far Cry 6

Outro jogo de tiro da Ubisoft, focado em experiência “single-player off-line”, Far Cry 6 traz uma história situada no fictício país Yara, um paraíso tropical baseado em Cuba. Far Cry 6 deveria chegar às lojas em fevereiro, mas, agora, foi adiado indefinidamente; A empresa revelou que os trabalhos ficaram comprometidos em razão da pandemia de covid-19. Disponível em PC/PS4/PS5/Xbox One/Xbox Series. Lançamento previsto: 2021  

Gotham Knights

Situado na franquia Arkham, o jogo é desenvolvido pela mesma equipe por trás de Batman: Arkham Origins, “spin-off” da série bem-sucedida da Rocksteady Studios. Gotham Knights deixa o homem-morcego de lado e permite ao jogador controlar sozinho ou cooperativamente os heróis Asa Noturna, Batgirl, Robin/Tim Drake e Capuz Vermelho em uma Gotham em mundo aberto. Disponível em PC/PS4/PS5/Xbox One/Xbox Series. Lançamento previsto: 2021  

Hollow Knight Silksong

O simpático jogo de plataforma do estúdio independente Team Cherry, da Austrália, encantou e se tornou sucesso de vendas por onde passou. Ele retorna em uma sequência, antes prometida como expansão do título original, mas que, agora, sairá como um “game” independente. Entre as novidades, há um sistema de missões opcionais onde será possível monitorar as tarefas já realizadas. Disponível em PC/Switch. Lançamento previsto: 2021  

Resident Evil Village

A mais famosa série de terror do mundo dos “games” promete ser uma mistura do Resident Evil 7, com um “gameplay” mais voltado a provocar sustos no jogador: Resident Evil 4, que trazia uma ambientação em uma vila dominada por zumbis. Assim como o título antecessor, Village é um jogo em primeira pessoa que continua a narrar os eventos protagonizados pelo engenheiro de sistemas Ethan Winters. Os desenvolvedores prometem que a vila funcionará quase como um "personagem à parte". Disponível em PC/PS5/Xbox Series. Lançamento previsto: 2021.   

Elden Ring

Única propriedade intelectual nova da lista, Elden Ring promete ser o novo arrasa-quarteirão da japonesa FromSoftware, estúdio mais conhecido pela série "Souls" e também por sucessos como Bloodborne e Sekiro: Shadows Die Twice. Todos os jogos, aliás, são no mesmo estilo: ação e aventura focada em combates de dificuldade extrema. A novidade, dessa vez, é uma história criada pelo novelista George R. R. Martin, criador dos livros da série Game of Thrones. Disponível em PC/PS4/Xbox One. Lançamento previsto: indefinido.  

New Pokémon Snap

O simpático jogo cujo objetivo é simplesmente tirar fotos de Pokémon está de volta após um hiato de mais de 20 anos. O primeiro e único Pokémon Snap foi lançado em 1999, para o Nintendo 64 e, desde então, nunca ganhou nenhuma continuação. A expectativa é que o “game” seja mais do mesmo, mas com um “gameplay” tão diferente – poucas vezes replicado pela concorrência, aliado a personagens carismáticos – quem somos nós para reclamar? Pelo menos, dessa vez, teremos centenas de novas opções de monstrinhos para fotografar e gráficos atualizados para em alta definição. Sem falar na possibilidade de jogar na tela portátil. Disponível em Switch. Lançamento previsto: indefinido.  

Diablo IV

Novo capítulo da terceira franquia de “games” para PC mais vendida do mundo (perde só para Minecraft e PUBG), Diablo IV foi anunciado na Blizzcon de 2019 e, desde então, muito pouco foi divulgado sobre o título. A nova sequência do ícone dos RPGs de masmorra vai permitir que o jogador percorra cinco regiões e trará desafios criados de forma aleatória e única para cada jogador. Disponível em PC/PS4/Xbox One. Lançamento previsto: indefinido.  

The Legend of Zelda: Breath of the Wild 2

O primeiro BotW é um ícone da última década de “games”, elevando a franquia de jogos de aventura já muito bem conceituada a patamares ainda maiores. Quase quatro anos após o lançamento, ele ainda aparece em lista de mais vendidos, um feito raro alcançado por poucos. A expectativa para a sequência, portanto, não poderia ser outra. Mas, a julgar pelo excesso de preciosismo da Nintendo (muito justificado, como se vê), não me surpreenderia se o título só saísse em 2022. Disponível em Switch. Lançamento previsto: indefinido. 

God of War: Ragnarok

O estúdio Santa Monica, responsável por revitalizar a franquia que já estava cansada aos olhos do público, anunciou uma continuação no ano passado. Mas sem mostrar uma imagem sequer do jogo senão a logomarca, é de se esperar que Ragnarok também só chegue às lojas em 2022, ou depois. O “game” que colocou o anti-herói da mitologia grega em meio aos deuses da mitologia nórdica continua os eventos do título anterior com uma história inspirada no apocalipse retratado nas lendas escandinavas. Disponível em PS5. Lançamento previsto: indefinido.

(Fonte: Agência Brasil)

O forró perdeu, na madrugada de hoje (7), um de seus maiores ícones: o cantor e compositor Genival Lacerda, aos 89 anos, em decorrência da covid-19. A notícia foi divulgada por parentes nas redes socais. Lacerda estava internado na unidade de terapia intensiva do Hospital da Unimed, no Recife, desde o fim de novembro.

Nascido em Campina Grande, no ano de 1931, cidade que é considerada a capital do forró na Paraíba, Lacerda foi autor de sucessos como “Severina Xique Xique”, “De quem é esse jegue?” e “Radinho de Pilha”, em meio aos cerca de 70 discos lançados por ele – o primeiro deles, gravado em 1955, quando já havia se mudado para Pernambuco.

Incentivado por seu concunhado, o músico Jackson do Pandeiro, Lacerda se mudou para o Rio de Janeiro em 1964, onde trabalhou em algumas casas de forró. O salto na carreira só veio em 1975, quando lançou a música “Severina Xique-Xique” – famosa pelo verso "ele tá de olho é na butique dela", feita em parceria com João Gonçalves. O disco vendeu cerca de 800 mil cópias.

AVC e covid-19

Em maio, antes de ser contaminado pelo novo coronavírus, o músico já havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC).

Genival Lacerda vinha apresentando piora em seu quadro de saúde nos últimos dias, a ponto de a família usar as redes sociais para pedir que as pessoas doassem sangue para ajudá-lo.

(Fonte: Agência Brasil)

A Japan House São Paulo irá apresentar a partir desta quinta-feira (7), no metrô da capital paulista, uma mostra itinerante de fotografias. A exposição começará na estação Luz, e, em fevereiro, estará na estação Paulista. 

O evento é realizado em parceria com a ViaQuatro, concessionária responsável pela operação e manutenção da Linha 4 – Amarela de metrô.

Composta por 20 telas, divididas em 10 painéis, a exibição reúne fotografias que fazem uma retrospectiva das exposições vistas na instituição nipônica desde a sua inauguração, em maio de 2017.

“A seleção das imagens ressalta a diversidade temática e os universos do Japão, e revela ao público que circula pelas estações alguns nomes da arte, da moda, da cultura dos mangás e da arquitetura japonesa”, destacou, em nota, a Japan House.  

Estarão presentes, na mostra, o trabalho do fotógrafo Naoki Ishikawa, com Japonésia, que traz as paisagens e a cultura do arquipélago japonês; a arte do designer de moda Tomo Koizumi, e Bambu – Histórias de um Japão, a primeira exposição da Japan House São Paulo. 

(Fonte: Agência Brasil)

O Brasil conta com 100,1 milhões de leitores, em um universo de mais de 200 milhões de habitantes, e esse grupo vem diminuindo com o passar do tempo. De acordo com a última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita com dados de 2019, registrou-se uma diferença de 4,6 milhões de pessoas em relação a 2015.

Os resultados da pesquisa, elaborada pelo Instituto Pró-Livro e o Itaú Cultural, lembram alguns dos entraves para se manter o hábito de leitura no país, que voltam à tona em datas como a comemorada hoje (7), Dia do Leitor. A celebração é uma homenagem à fundação do jornal cearense “O Povo”, que foi criado, em 7 de janeiro de 1928, pelo poeta e jornalista Demócrito Rocha.

Além do valor dos livros, que os tornam artigo de luxo para os mais pobres, e da correria do dia a dia, que acaba dificultando o hábito da leitura, ainda faltam recursos de acessibilidade. Tal lacuna também é percebida em um dos formatos mais queridos dos brasileiros: os gibis ou as histórias em quadrinhos. Juntos, eles representam uma parcela significativa de material de leitura com que o brasileiro tem contato todos os dias ou, pelo menos, uma vez por semana, conforme revela a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil.

A pesquisa mais recente do Instituto Pró-Livro e Itaú Cultural também mostrou que 2% dos entrevistados classificados como não leitores de livros informaram que a razão pela qual não leram nos últimos três meses foi porque têm problemas de saúde/visão. Entre os entrevistados qualificados como leitores, a pergunta não foi aplicada. 

Pesquisa

Os obstáculos de se traduzir histórias em quadrinhos para pessoas com deficiência visual foi o enfoque dado pelo pesquisador Victor Caparica à sua tese de doutorado, desenvolvida na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). O trabalho venceu o Prêmio Unesp de Teses na categoria Sociedades Plurais.

Caparica perdeu, primeiro, a visão de um olho apenas, tornando-se o que se chama de monocular, até que, uma década depois, acabou ficando sem enxergar de modo absoluto. Ele integra a parcela de 3,6% da população brasileira que tem deficiência visual. Conforme menciona o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Nacional de Saúde, 16% das pessoas com esse tipo de deficiência apresentam um grau muito severo, que os impede de realizar atividades habituais, como ir à escola, trabalhar e brincar.

Segundo Caparica, a audiodescrição não é algo semelhante à tradução, mas consiste, "categoricamente", em traduzir. Isso significa que implica o mesmo grau de percalços e questionamentos de outros tipos de tradução, como a literária. O processo que se configura é "a transposição de um enunciado de uma perspectiva visual (que uma pessoa com deficiência visual não pode avaliar) para uma perspectiva não visual".

"Não há nenhuma diferença qualitativa ou quantitativa observável entre a tradução de uma pessoa que traduz um poema de um idioma para outro e uma audiodescrição, são os mesmos desafios, a mesma atividade, são as mesmas competências que se espera do profissional", diz.

"Inclusive, na área de letras, é relativamente conhecido o termo da tradução intersemiótica, e eu uso bastante essa expressão na pesquisa, que é justamente quando você está traduzindo um enunciado de uma forma de construção de sentido, que a gente chama de semiose, de uma semiose pra outra. Então, é de uma forma de construir significados pra outra forma de construir significado".

Em seu trabalho acadêmico, Caparica pontua que aproveitar a simples sucessão de quadros não seria o suficiente para uma narração, reflexão que fez a partir de sua dupla experiência, como leitor de histórias em quadrinhos visual e como consumidor do produto audiodescrito. E foi nesse sentido que desejou contribuir.

O pesquisador argumenta, ainda, que "a audiodescrição exige a cooperação entre um audiodescritor que enxerga e um consultor que não enxerga". Por isso, para desenvolver sua tese, a companheira de Caparica, Letícia Mazzoncini Ferreira, formou-se como audiodescritora para colaborar com o projeto.

"Quem consome a audiodescrição não pode produzi-la, quem precisa, seu público-alvo. E quem a produz não é seu público-alvo. Isso cria uma lacuna, um abismo comunicacional que precisa ser suplantado. É necessário que se construa uma ponte por cima desse precipício que separa o público da produção", diz.

"Eu ainda consigo cumprir, como profissional, uma série de papéis da audiodescrição, por uma coincidência de elementos da minha formação pessoal e profissional, acabei acumulando algumas competências múltiplas na área de audiodescrição. Além de ser consultor e produtor de conteúdo audiodescrito, sou também locutor profissional e também faço a parte de edição e mixagem de áudio. Então, três quartos do trabalho com a produção de audiodescrição eu, como público-alvo, consigo estar lá e fazer, mas esse um quarto que falta é o papel mais importante de todos, que é o de audiodescritor, que faz efetivamente a tradução", emenda.

Audiodescrição pelo mundo

Caparica destaca, em sua tese, três localidades que considera avançadas, em termos de audiodescrição: os  Estados  Unidos, o  Reino  Unido e a Espanha. No território estadunidense, por exemplo, o rádio foi fundamental para a difusão desse tipo de técnica, que começou pelo teatro, com peças sendo transmitidas por diversas estações.

"Costumo dizer que a audiodescrição começou com o rádio. Aí, você vai dizer: radionovela. A radionovela não é o caso, porque já foi concebida para ser áudio, mas as locuções esportivas no rádio, não. O primeiro caso de audiodescrição profissional que você vai encontrar são os locutores futebolísticos, que faziam audiodescrição em tempo real do que estava acontecendo no estádio. Sem dúvida, o rádio teve, em muitos lugares, uma relação muito próxima com a audiodescrição e é ainda subutilizado nesse sentido. Se considerar a estrutura de pessoas que tem um radinho FM em casa e, mesmo quem não tem, quanto custa um hoje? Tem uma facilidade de estrutura e de se transmitir esse conteúdo de forma acessível e com tanta facilidade por essa mídia. Acho que é muito subutilizada pelo que poderia ser, hoje, no século XXI", pontua Caparica.

Enquanto nos Estados Unidos há uma lei federal que fortalece a consolidação do recurso, no Brasil, avalia ele, "a prática é incipiente".

O que falta, afirma, é a robustez e a estabilidade de políticas públicas. Caparica afirma que a audiodescrição no país ainda precisa ser aprimorada, embora não esteja "estagnada" e que a capacitação profissional deve, necessariamente, beneficiar demandas específicas do idioma.

"Não existe, nunca existiu, no Brasil, uma política nacional para pessoa com deficiência. Política nacional não é projeto de governo, porque isso, esse partido faz e o próximo desfaz. Política nacional é como se teve, por exemplo, a de alfabetização no Brasil. Foi um projeto que foi abraçado e nenhum governo que veio depois achou que fazia sentido desfazer ".

Por isso, toda iniciativa é sempre individual, pontual, é sempre quem consegue fazer alguma coisa e, dentro dessas possibilidades, dessa limitação, o que o Brasil conseguiu fazer foi produzir audiodescrição no começo desse século só, colocando a gente com certo atraso na coisa. A gente demorou muito para regulamentar a profissão de audiodescritor. Um curso de audiodescritor ainda não tem nenhuma regulamentação. Então, é feito de maneira muito informal. Os melhores, inevitavelmente, vão replicar o modelo de cursos do exterior já consagrados", finaliza. 

Retrato da leitura e o gosto por quadrinhos

Para obter os dados apresentados no levantamento do Instituto Pró-Livro e do Itaú Cultural, equipes percorreram 208 municípios, entre outubro de 2019 a janeiro de 2020. Ao todo, 8.076 pessoas foram consultadas, sendo divididas entre leitores, que são aqueles que leram um livro integral ou parcialmente nos últimos três meses, e não leitores, classificação que designa aqueles que declararam não ter lido nenhum livro nos últimos três meses, mesmo que tenha lido nos últimos 12 meses.

A simpatia pela Turma da Mônica fica evidente nas respostas. Os gibis foram uma das 37 obras mais citadas. Além disso, Maurício de Sousa, criador dos personagens do gibi, também figura entre os autores mais lembrados e adorados.

Também se observa que, entre estudantes, a proporção de gibis e histórias em quadrinhos é maior (16%) do que a registrada entre não estudantes (8%). A média nacional é de 8%.

Pode-se imaginar também que, ao estar na universidade, os jovens acabem abandonando os gibis e quadrinhos, mas acontece exatamente o oposto. Ao todo, 14% dos entrevistados com esse nível de escolaridade declararam que os leem, contra 13% das crianças que cursam o fundamental I (1ª à 4ª série ou 1º ao 5º ano), 12% dos que estão no ensino fundamental II (5ª à 8ª série ou 6º ao 9º ano) e 8% dos alunos do ensino médio.

Em relação à faixa etária, observa-se que os grupos que mais folheiam gibis e histórias em quadrinhos são pessoas com 5 a 10 anos de idade (22%) e de 11 a 13 anos (21%). As que manifestam menos interesse são idosos com 60 anos ou mais (1%), com 50 a 59 (7%) e 30 a 39 (8%).

(Fonte: Agência Brasil)

Começa, hoje (6), a 3ª edição do Festival de Arte Vale do Paraíba, neste ano homenageando a dupla de viola caipira Pena Branca e Xavantinho. O repertório construído em quase quarenta anos de carreira pela dupla será revisitado por 20 artistas até o próximo domingo (10).

Pena Branca e Xavantinho iniciaram a carreira em 1962, em Minas Gerais. Em 1968, a dupla se mudou para São Paulo, onde conseguiu abrir caminho para o sucesso. “Foram descobertos pela Inezita Barroso. Chamavam ela carinhosamente de madrinha”, comenta a idealizadora do festival, Ivete Nenflidio.

A dupla ganhou espaço ao trazer canções MPB para a viola caipira. Entre as versões mais conhecidas, estão “Morro Velho”, de Milton Nascimento, e “Ciúme”, de Caetano Veloso. “Quem teve a oportunidade de conhecer e trabalhar com a dupla, além do trabalho de resgate cultural que eles faziam, eles eram pessoas muito generosas”, conta Ivete, que trabalhou com ambos. Xavantinho morreu em 1999, e Pena Branca, em 2010.

A cultura popular também era uma influência muito presente no trabalho da dupla. “Todo álbum que eles lançavam, eles escolhiam uma folia de reis. Eles eram muito próximos com esse universo, com essas questões religiosas”, enfatiza a produtora da mostra ao explicar que a própria data de início do festival foi pensada para coincidir com o Dia de Reis (6 de janeiro). 

Como assistir

Devido à pandemia do novo coronavírus, todo o festival será apresentado, neste ano, pela “internet”, podendo ser assistida pela página do evento, onde também está disponível a programação completa, ou pelos canais no YouTube e Facebook.

A abertura será hoje, às 20h, com um solo do violeiro e compositor Fábio Miranda. Sobem ao palco ainda nomes como Claudio Lacerda, Ricardo Zoyo, Priscila Brigante, Ana Rodriguês, Osni Ribeiro e Arnaldo Silva.

No último dia, o luthier Luciano Queiroz faz uma oficina sobre a constituição da viola caipira. Ainda no domingo, a programação se expande para além dos violeiros, com grupos de folia de reis, jongo e maracatu.

A expectativa da organização é que o festival possa chegar à televisão aberta após as apresentações “on-line”. “Mais de 70% no publico presente no festival eram pessoas acima de 50 anos”, diz Ivete sobre a plateia que acompanhou as duas edições anteriores nos municípios do Vale do Paraíba, interior paulista.

Como os idosos são maioria entre os expectadores, a idealizadora espera conseguir espaço em TVs públicas para atender melhor a esse público. “A gente sabe que o público idoso tem um pouco de dificuldade para acessar as plataformas digitais”, ressalta.

(Fonte: Agência Brasil)

Ministério da Educação (MEC) homologou as novas diretrizes curriculares nacionais (DCN) para a educação profissional e tecnológica (EPT). Aprovado em novembro, o documento orienta os sistemas e as instituições de ensino públicas e privadas que ofertam cursos da modalidade em todos os níveis.

A portaria com as novas diretrizes foi publicada no “Diário Oficial da União”, na última segunda-feira (4).

As novas diretrizes substituem dois documentos que se referiam a cursos de EPT em níveis distintos. O novo documento aborda desde cursos de qualificação profissional, passando pela formação técnica de nível médio, até chegar aos cursos tecnológicos de graduação e pós-graduação, no planejamento, no desenvolvimento e na avaliação da EPT, presencial e a distância.

De acordo com o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que aprovou as novas diretrizes, a revisão do documento foi necessária em razão das mudanças trazidas pela Lei nº 13.415/2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases (LDB).

As alterações flexibilizaram a organização curricular do ensino médio “por itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino”, inclusive por meio de um itinerário dedicado à formação técnica e profissional.

No caso da EPT, a perspectiva dos itinerários formativos ocorre de acordo com os eixos tecnológicos em que se subdividem os cursos. Dos 13 eixos existentes, os que atualmente reúnem mais matrículas em cursos técnicos são: ambiente e saúde; gestão e negócios; controle e processos industriais; informação e comunicação.

O parecer diz ainda que as alterações ocorreram em razão da necessidade de se alinhar às demandas dos setores produtivos e também para responder, adequadamente, aos atuais desafios apresentados às instituições e sistemas de ensino do país, em especial, quanto à oferta de novas alternativas de profissionalização dos novos trabalhadores.

Em novembro, o CNE também havia aprovado as alterações no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Instrumento que serve de referência para instituições e redes de ensino para a oferta de cursos técnicos, o catálogo inclui todos os cursos reconhecidos pelo MEC e também especifica as necessidades de aprendizado para cada área.

A versão atual, finalizada após consulta pública, registra 215 cursos distribuídos em 13 eixos tecnológicos, com informações sobre perfil profissional dos egressos, campos de atuação, carga horária e legislações profissionais correlatas, entre outros.

A versão anterior, que é de 2014, apresenta uma relação de 227 cursos, também divididos em 13 eixos.

(Fonte: Agência Brasil)