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Brasília-DF- 12/04/2025 Flores do Cerrado atrativas para Beija-Flores. Foto Marcelo Kuhlmann

O beijo mais famoso da natureza vive sob ameaça no Cerrado. Quem corre risco é o beija-flor, que busca o néctar de uma planta e depois espalha o pólen pela mata. Desmatamento e mudanças climáticas são vilões modernos e concretos contra essa “cena de amor” tão natural. O alerta é do biólogo e fotógrafo da natureza Marcelo Kuhlmann.

Brasília-DF- 12/04/2025 Flores do Cerrado atrativas para Beija-Flores.Foto Marcelo Kuhlmann

Depois de 10 anos de pesquisa e imersão pelo bioma, considerado o “berço das águas”, Kuhlmann registrou nada menos do que 41 espécies da ave, o que resultou em um livro de 750 páginas, Cerrado em Cores: Flores Atrativas para Beija-Flores, fruto desses flagrantes que realizou na “savana mais rica do mundo”. 

Neste domingo (13), Dia do Beijo, as ameaças sofridas por essas pequenas aves não são nada românticas.

“É um livro robusto, com 750 páginas, e decidi organizá-lo de forma didática, de acordo com as cores das flores e sua época de floração”, afirmou o pesquisador.  O trabalho foi publicado de forma independente pela própria editora do autor, a Biom Field Guides, produzida com capa dura e acabamento especial. O livro contou com financiamento coletivo para ser impresso. 

Ameaças

Brasília-DF- 12/04/2025 Flores do Cerrado atrativas para Beija-Flores. Foto Marcelo Kuhlmann

Para Kuhlmann, a maior ameaça para o Cerrado é o desmatamento, principalmente voltado para o agronegócio. “Apesar de toda a sua importância para a economia do Brasil, não está sendo feito de uma forma totalmente sustentável”. 

O pesquisador lamenta que, nos últimos 70 anos, o país perdeu mais da metade da vegetação nativa do bioma. “Quando eu viajo pelo Cerrado, atrás dessas permanências de vegetação nativa, passo horas por monoculturas, de soja e de milho, a perder de vista. Isso coloca em risco toda a biodiversidade.”

Em seus estudos, Kuhlmann avalia ser necessário acompanhar os efeitos das mudanças climáticas sobre essas aves, porque o período de floração das plantas pode alterar o comportamento delas. 

“Cada espécie tem um período certo para florescer. Se a gente, por exemplo, quer manter uma população de polinizadores, como os beija-flores, é preciso que haja flores ao longo de todo o ano”.

O biólogo explica que, apesar de serem ativos durante todo o dia, os beija-flores são animais diurnos, principalmente nos períodos mais frios do dia. A quentura do dia pode afetar, inclusive na competição dos recursos florais com outros animais, como as abelhas. 

Olhos poderosos

A pesquisa de Kuhlmann buscou inicialmente identificar as espécies de beija-flores que ocorrem no Cerrado e quais flores atraem as aves. Em uma pesquisa, Kuhlmann e outros estudiosos descobriram uma espécie de bromélia na Chapada dos Veadeiros que estava toda florida e alaranjada cercada de beija-flores. “Isso me chamou a atenção. Desde essa época, eu venho querendo saber mais quais são as flores que mais atraem.”

Ele explica que, no bioma cerrado, ocorrem 41 espécies de beija-flores das 89 que já foram encontradas no Brasil.

“Temos as espécies que são mais frequentes, que ocorrem em todo o bioma, e outras espécies, mais raras, de ocorrência apenas localizada, como as que ocorrem na Serra do Espinhaço.”

Kuhlmann destaca o fato de o beija-flor ter uma visão de cores muito aguçada e desenvolvida. “São animais que conseguem enxergar até ultravioleta e têm um espectro visual de cores muito maior que o nosso.”

Flores coloridas e chamativas têm esse efeito de atração de beija-flores e de outras aves. “Mas também flores pequenas e discretas também atraem animais. Isso me chamou a atenção durante o estudo.”

Uma constatação é que a paquera dos beija-flores no Cerrado visa uma maior variedade de flores, de todos os formatos e tamanhos e de todas as cores. O motivo é que, além das cores, o beija-flor vai direto ao assunto: atrás de néctar. 

Poderosos plantadores

Segundo o pesquisador, beija-flores são fundamentais polinizadores. Eles atuam nesse serviço ecológico para as plantas do Cerrado em conjunto com diversos outros animais, como as abelhas, mariposas, borboletas e morcegos.

Muitas das flores que os beija-flores visitam também são atrativas para outros animais polinizadores. No Cerrado, a estimativa é que, de 80% a 90% das espécies nativas do bioma, dependem de animais para a polinização das flores. “No livro, eu registrei aqui mais de 300 espécies nativas que atraem beija-flores. Dessas 300, pelo menos 100 dependem mais dos beija-flores

Bico doce

O formato do bico dos beija-flores varia, conforme explica o pesquisador.

Brasília-DF- 12/04/2025 Flores do Cerrado atrativas para Beija-Flores. Foto Marcelo Kuhlmann

“Tudo isso reflete uma relação ecológica evolutiva. Com as flores, houve uma relação de coevolução. As espécies evoluíram ao longo de milhares de anos para estabelecer essas relações ecológicas”. Por isso, é importante a biodiversidade, afirma Kuhlmann. "Ora, se houver somente uma espécie de planta dominando uma área, tende a diminuir a quantidade de aves". 

Para ele, a imagem de um Cerrado cinza é equivocada, ainda que este não seja mais o oásis de 70 anos atrás, como descreveu, por exemplo, João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas, publicado em 1956.

“Aqui no Brasil, valorizamos muito pouco nossas espécies nativas”, disse o pesquisador, que percorreu regiões no Distrito Federal, em Goiás, Minas Gerais e São Paulo, na Bahia, em Mato Grosso e no Tocantins. “A perda do Cerrado pode ocasionar para o Brasil um grande déficit hídrico. O Cerrado é o berço das águas do Brasil. Então, requer muita atenção de todos os brasileiros”. E, claro, a conservação do bicho que mais beija. 

Entre os achados raros, avistados no último raiar do sol, depois mais de uma semana de expedição na Chapada dos Guimarães, o pesquisador ficou feliz em registrar o Phaethornis nattereri, ou rabo-branco-de-sobre-amarelo. “Ele ocorre ali na fronteira do Cerrado, com o Pantanal”. De beijos raros, também se faz a mata. O objetivo do livro é dar visibilidade a esses animais com a máxima de que não é possível conservar sem conhecer. Nesse cenário, claro, quanto mais beijos, mais as flores se abrem e o Cerrado se ilumina.

Para ele, a imagem de um Cerrado cinza é equivocada, ainda que este não seja mais o oásis de 70 anos atrás, como descreveu, por exemplo, João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas, publicado em 1956.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 10/04/2025 - Arte-educador e poeta Rafael Moreira conduz oficina de ensina escrita criativa a partir da cultura do slam. Foto: Kevin Gozz/Divulgação

Foi na escola que o arte-educador e poeta Rafael Moreira, mais conhecido como Viajante Lírico, teve seu primeiro contato com a cultura hip-hop. Nascido em Paciência, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, o multiartista descobriu nos eventos organizados pela professora de história na época não apenas uma identificação, como também um caminho que poderia trilhar futuramente. 

“Era um festival de hip-hop. Juntava uma galera que dançava, que recitava poesia, que já estava envolvido com batalha de rima e tudo mais”, recorda. A partir desse primeiro contato, ainda no ensino fundamental, Rafael passou a se entender como um multiplicador, com a vontade de levar as mesmas oficinas das quais participou ao longo dos anos de escola para outros estudantes. Assim nasceu a “Oficina de Escrita e Slam”, em parceria com a Editora Ascensão. 

As oficinas são um desdobramento de um projeto maior iniciado por Rafael em 2015, o “Ocupa Hip-Hop”, que tem por objetivo ensinar e inspirar os jovens participantes por meio de um ciclo de aprendizado e empoderamento. Ao mesmo tempo, é fortalecido o compromisso da arte enquanto ferramenta de impacto social. 

“Acho que a arte tem esse papel fundamental para atuar junto com a educação e poder, de fato, transformar uma pessoa, fazer com que essa pessoa tenha um pensamento mais crítico e acredite mais em sonhos”, reflete o multiartista, que fez curso de escrita na Academia Brasileira de Letras, na turma Machado Quebradeiro, uma parceria entre a ABL, a Universidade das Quebradas e a Festa Literária das Periferias (Flup).

Rio de Janeiro (RJ), 10/04/2025 - Arte-educador e poeta Rafael Moreira conduz oficina de ensina escrita criativa a partir da cultura do slam. Foto: Juliana Neris/Divulgação

Liberdade para se expressar

radicionais batalhas de MCs, mas com foco em conhecimento, o projeto ensina jovens a argumentar, estruturar ideias e a se expressar com liberdade, estabelecendo uma metodologia educacional baseada na cultura hip-hop como ferramenta de ensino, expressão e transformação social. 

“Espaços como esse de liberdade de expressão, como as batalhas, como o slam, acabam sendo um instrumento de desabafo, de jogar para fora aquilo que você está pensando, que você está sentindo”, explica o poeta. “Esse movimento é um espaço de liberdade de expressão, de desabafo, de identificação e de representatividade que tem se tornado cada vez mais plural. Tudo isso gera um impacto muito grande”, continua.

“O Ocupa Hip-Hop é um projeto que tem como base utilizar elementos do hip-hop, como a rima, os fundamentos do DJ, o grafite e a break dance, como instrumento de transformação e de potencialização. O começo do projeto foi sempre nos espaços educacionais, depois estive em algumas faculdades levando esse projeto e ele ganhou vários desdobramentos, porque entendi também que outras pessoas, de diferentes idades, também precisavam desse conteúdo”, explica. 

Teoria e prática

Um desses “novos caminhos” é a “Oficina de escrita Criativa e Slam”, que se volta para o movimento crescente das rodas culturais de slam e das batalhas de rima para trabalhar dinâmicas de escrita criativa. As aulas acontecem todas as quartas-feiras no Instituto Via Solidária, em Campo Grande, ao longo de seis meses. As três primeiras semanas de cada mês são dedicadas a compreender os fundamentos do slam, com exercícios e debates sobre poesia e outros gêneros textuais para estimular a criatividade dos alunos.

Durante as aulas, os alunos também aprenderão sobre a história da poesia falada e as técnicas de composição, além de experimentarem performances práticas. Ao menos uma vez por mês, os alunos também terão contato com um autor convidado já presente no cenário literário. “Todo mês, a dinâmica vai ser essa. Vamos tirar as três primeiras semanas do mês para ter as oficinas, práticas de estímulo à escrita e fundamentos do slam e, sempre na última semana, um bate-papo com um autor, para também mostrar isso na prática”.

Ao final da oficina, os textos produzidos pelos alunos serão organizados em uma antologia, que será lançada pela Editora Ascensão. Para o arte-educador, a reunião das produções em um livro é um processo importante da oficina por proporcionar aos alunos a “a experiência de se lançar enquanto autor ou enquanto autora”, proporcionando aos estudantes a possibilidade de ver seu trabalho publicado e reconhecido.

“Acho que é um ponto de partida para essa pessoa de fato acreditar na sua escrita e que dá para viver disso, dá para levar isso também de uma maneira profissional, não apenas como um hobby. Acho que talvez esse seja um dos grandes objetivos: profissionalizar, mostrar que dá para viver enquanto autor, que dá para tornar isso um trabalho”, traz o poeta.

(Fonte: Agência Brasil)

WELCOME PIONEIRA MUNDIAL EM LIVRO DE ENSINO DE INGLÊS PARA CRIANÇAS DE DOIS ANOS

*

Na noite de 13 de abril de 2016 foi lançado, no auditório do Imperial Hotel, em Imperatriz (MA), o livro "Lara's Land" ["A Terra de Lara"], considerado,  "o primeiro do gênero, em todo o mundo, na literatura para ensino de língua inglesa para crianças de dois anos de idade" – chamadas "toddlers", crianças que estão aprendendo a andar.

O livro é uma produção integralmente imperatrizense, sob a responsabilidade da professora Raquel Mello (Raquel Caruso Gomes de Mello), diretora e proprietária da U R Welcome Escola de Idiomas. Raquel Mello, falecida em 30/10/2022, era formada em Letras (Português--Inglês) pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas (SP), em 1975. Com o conhecimento do idioma e o instrumental didático-pedagógico, passou a dar aulas de Inglês e a idealizar uma escola que possibilitasse tornar bilíngues crianças a partir de dois anos de idade. Sua filha Vanessa, com três anos à época, foi a inspiração.

Contribuiu para a realização do sonho de Raquel os "prolongados anos" em que morou nos Estados Unidos, ao lado do marido, o empresário imperatrizense Paulo Motta Mello. Durante esse tempo, Raquel Mello habilitou-se nos diversos cursos e testes de proficiência em exigentes escolas internacionais para o ensino e treinamento de professores de língua inglesa, como a Universidade de Michigan e a International Language Schools. Além disso, Raquel foi professora de crianças por anos na Oasis Children's Ministries, cuja diretora, Jan Moggio, em 2004, destacou a "responsabilidade" e "excelência" de Raquel Mello, realçando que seu "entusiasmo foi um exemplo para as crianças sob seu cuidado".

A Escola de Idiomas Welcome foi fundada em Imperatriz em 1995, tendo contribuído, ao longo de cerca de 30 anos, para a ampliação de conhecimentos, relacionamentos, visão de mundo e oportunidades profissionais para os milhares de alunos que vem formando ao longo do tempo.

O livro "Lara's Land" tornou-se uma inestimável contribuição para iniciar crianças em um universo bilíngue e colocou a cidade de Imperatriz como pioneira planetária em um segmento altamente especializado do ensino de idiomas.

* EDMILSON SANCHES.

FOTOS:

Capa do livro "Lara's Land", da U R Welcome Escola de Idiomas. A pequena Lara de Mello Domingues, no lançamento do livro com seu nome, em 2016, em frente aos pais, Leandro Domingues, engenheiro, e Vanessa de Mello Domingues, empresária, e aos avós maternos, Paulo Motta Mello, empresário, e Raquel Caruso Gomes de Mello, professora e fundadora da escola de idiomas U R Welcome. Outras fotos do lançamento. O prédio-sede da Welcome, em Imperatriz, e, em 2016, professora e pequenos alunos na Welcome.

Joãozinho Ribeiro, Chico Saldanha, Josias Sobrinho e Sérgio Habibe reúnem-se em mostra cultural no palco do Teatro João do Vale.

Joãozinho Ribeiro, Chico Saldanha, Josias Sobrinho e Sérgio Habibe reúnem-se em mostra cultural no palco do Teatro João do Vale.

Eles são notáveis artistas do Maranhão, capítulos na história da Música Popular Brasileira, que atravessam gerações… Juntos, Joãozinho Ribeiro, Chico Saldanha, Josias Sobrinho e Sérgio Habibe apresentam show inédito na arte do encontro em QUATRO 70.

A Mostra QUATRO 70 vai ocorrer no dia 23 de abril (quarta-feira), às 20h, no Teatro João do Vale – Centro Histórico, com entrada franca. A iniciativa é realizada com recursos da Lei Paulo Gustavo/Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma).

A data foi escolhida, quiçá ao acaso, mas dotada de muito peso e tradição. Nela, celebra-se um dos santos católicos mais queridos e venerados do Brasil, São Jorge; é Dia Mundial do Livro, e marca, ainda, a comemoração ao gênero musical genuinamente brasileiro, declarado patrimônio cultural imaterial do país, o Choro; e há, ainda, quem acredite que o gênio Pixinguinha tenha nascido em 23 de abril (ele nasceu em 4 de maio de 1897).

Motivos têm-se de sobra para festejar, sobretudo, pelo fato da natureza da iniciativa ser tão bem-sucedida em seu propósito; pela arte do encontro como se já tivesse sido sacramentada dentro da própria existência.

“QUATRO 70 é um palco de exposição de uma rica experiência cultural e musical maranhense", acentua o músico Sued Richarllys que assina a direção e arranjos do espetáculo.

Joãozinho Ribeiro, Chico Saldanha, Josias Sobrinho e Sérgio Habibe são protagonistas na criação do que se chama Música Popular Maranhense; ou melhor, da canção popular brasileira de berço  arraigado na poética ritmada que surge nas entranhas das raízes culturais, ecoando toques e batuques de nossa ancestralidade.

Desde o início de suas trajetórias, os versos e canções dos QUATRO 70 ganharam repercussão nacional e, ao longo das últimas seis décadas, esses autores vêm ressignificando a obra artística de cada um, com tenacidade e tempo presente.

Para Chico Saldanha, essa iniciativa tem significado especial porque vem mostrar a importância que a geração 70 teve e continua tendo para a Música Popular do Maranhão. “A nossa participação na cena musical é fundamental para que os jovens compositores conheçam o nosso trabalho e venham com sua força e talento oxigenar a nossa música", acentua.

O poeta Joãozinho Ribeiro comunga da mesma opinião do exercício ativo e diz: "Ainda estamos aqui, com a nossa produção criativa musical diversificada, que representa um diálogo intergeracional e um motivo de orgulho para todos que viveram e vivem essa aventura humana maravilhosamente bela, chamada Cultura”.

No engenho, Josias Sobrinho é mestre na tessitura de palavras entrelaçadas às notas musicais. Motivado pelo desejo de realizar, ele dá liga ao grupo e ressalta que QUATRO 70 traz “a força que agregamos quando nos articulamos coletivamente". E acrescenta: “Todo impacto externo é causado por agrupamentos que, diariamente, chegam até nós. É uma reação natural. Um não mexe com quem está quieto".

“Esse trem bom, já vem de longe… Não só de momentos bons mas também de  histórias tristes que não quero lembrar… Mas valeu a caminhada durante todo esse tempo, ao lado desses amigos/irmãos… São Luís sempre foi e será a melhor parceira das nossas canções. Obrigado, minha cidade", arremata Sérgio Habibe.

O repertório do show QUATRO 70 está guardado a sete chaves; certamente, o público terá grandes momentos de emoção e surpresas. Haverá passagens em que eles cantam juntos, e em solos. Com certeza, clássicos como Dia de Será (Sérgio Habibe), Itamirim (Chico Saldanha), Erva Santa (Joãozinho Ribeiro) e Dente de Ouro (Josias Sobrinho) terão presença cativa nessa trilha…

Os ingressos para a ocasião poderão ser adquiridos de forma gratuita, a partir das 15h, na bilheteria do local, na data do espetáculo. Compareçam!

Serviço:

MOSTRA QUATRO 70

Show com Joãozinho Ribeiro, Chico Saldanha, Josias Sobrinho e Sérgio Habibe.

Dia 23 de abril (quarta-feira), às 20h, no Teatro João do Vale – Centro Histórico.

Entrada franca. Retirada dos ingressos na bilheteria do teatro, a partir das 15h (data do espetáculo).

Classificação livre

QUATRO 70 é uma iniciativa via Lei Paulo Gustavo/Secrataria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma).

Ficha técnica QUATRO 70:

Vozes e autores: Joãozinho Ribeiro, Chico Saldanha, Josias Sobrinho e Sérgio Habibe.

Direção musical/guitarra e violão: Sued Richarllys

Teclados e acordeon: Rui Mário

Baixo e vocal: Lucas Sobrinho

Bateria e vocal: Cassiano Sobrinho

Percussão: Luiz Claudio

Flauta: João Neto

Sonorização: Maurício Capella

Produção: Tatiana Ramos e Josias Sobrinho

Assessoria de Comunicação: Vanessa Serra

Lei Paulo Gustavo, SECMA/Governo do Estado

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Médicos chegam ao local de prova para a segunda etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2020, em Brasília.

Dos 309 cursos de medicina que foram avaliados pelo Ministério da Educação via Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), aplicado em 2023, apenas seis tiraram nota 5, o mais alto conceito do exame. 

Do grupo dos mais bem avaliados, cinco estão no Estado de São Paulo e um em Minas Gerais. Os resultados foram divulgados nessa sexta-feira (11). 

Apenas um dos cursos de nota 5 é público e cinco são de instituições particulares: 

  • Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) - Pública
  • Universidade do Oeste Paulista (Unoeste/ SP) - Privada
  • Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP/SP) - Privada
  • Centro Universitário Governador Ozanam Coelho (UNIFAGOC/MG) - Privada
  • Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE/SP) - Privada
  • Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium (UniSalesiano/SP) – Privada

Conceitos

Ainda em relação ao curso de medicina, quatro ficaram sem avaliação por não terem formandos ou em quantidade reduzida. Outros 119 cursos tiveram nota 4, enquanto que 156, nota 3, outros 22 tiraram nota 2, e dois ficaram com a nota 1.

O conceito final é extraído das avaliações do desempenho dos estudantes, da infraestrutura e instalações das instituições, dos recursos didático-pedagógicos, do corpo docente e de um questionário para o estudante. 

Saúde na frente

Ao todo, o Enade 2023 avaliou 9.812 cursos em todo o Brasil. Segundo o MEC, numa escala de 0 a 100, os cursos da área de saúde e bem-estar que mais se destacaram foram medicina (65) e fisioterapia (53,67). 

Os cursos de arquitetura e urbanismo (56,94) e engenharia ambiental (55,22)  e de segurança do trabalho (52,62) também tiveram destaque..

Em 2023, Enade avaliou as seguintes áreas em bacharelado de agronomia, arquitetura e urbanismo, engenharia ambiental, engenharia civil, engenharia de alimentos, engenharia de computação, engenharia de controle e automação, engenharia de produção, engenharia elétrica, engenharia florestal, engenharia mecânica e engenharia química.

Entre os cursos da área de saúde, além de medicina foram avaliados biomedicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina veterinária, nutrição, odontologia, zootecnia. E, da área de tecnologia, fizeram a prova formandos nos cursos de agronegócio, estética e cosmética, gestão ambiental, gestão hospitalar, radiologia e segurança no trabalho.

A distância

Ao todo, 7.857 cursos presenciais foram avaliados e 492 tiveram o mais alto conceito (o que representa 5% do total). Entre os cursos a distância, estudantes de 623 cursos fizeram o Enade e apenas seis tiveram o mais alto conceito (o que significa 0,9%). 

(Fonte: Agência Brasil)

SBPC - Helena Nader

A biomédica Helena Nader, primeira mulher a comandar a Academia Brasileira de Ciências (ABC), foi reconduzida ao cargo por mais três anos. Ela foi reeleita para o segundo mandato como presidente da instituição para o triênio 2025-2028. 

O químico Jailson Bittencourt de Andrade seguirá na vice-presidência da ABC.

“Neste mundo complexo, onde novamente a ciência e educação estão sendo questionadas, a Academia Brasileira de Ciências, em conjunto com outras entidades e com a comunidade acadêmico-científica, terá papel muito importante na defesa da educação e ciência como motores para o desenvolvimento social, econômico e sustentável de qualquer nação, em especial do Brasil”, afirmou Helena.

primeiro mandato de Helena Nader à frente da entidade iniciou em 2022.  Entre as metas elencadas para o novo mandato estão a busca de mais investimentos e a criação de fundos para a ciência. Ela também quer lutar pela valorização e direitos dos pós-graduandos e pós-doutores, combater a fuga de cérebros e estimular a capacitação de jovens cientistas

Segundo Helena, será formado um grupo de trabalho para discutir a nova divisão de áreas de conhecimento na ABC. 

“Faremos um estudo para discutirmos essas áreas, assim como já ocorreu em outras academias. Hoje a ciência é mais transversal, e precisamos ter um novo olhar sobre como abordá-la”.

(Fonte: Agência Brasil)

O Maranhão é hoje referência no cenário nacional do karate shotokan, arte marcial que combina a força física e mental. A cada nova competição, os atletas maranhenses têm obtido resultados expressivos, que os credenciam a estar entre os melhores do país na modalidade. Um desses destaques é Vítor Moraes.Aos 17 anos, o jovem maranhense foi convocado pela Confederação Brasileira de Karate Shotokan (JKS Brasil) para representar o país no Campeonato Pan-Americano de Karate Shotokan entre os dias 24 e 27 de julho, em Vitória, no Espírito Santo

Após integrar a Seleção Brasileira na disputa do Campeonato Mundial de Karate Shotokan, competição realizada no Japão em 2024, Vítor Moraes chega a esta edição do Pan-Americano com boas chances de colocar o Maranhão e o Brasil no pódio. O jovem é uma das esperanças da equipe que vai em busca de medalhas neste importante desafio internacional. 

"Estou muito feliz com os títulos e pódios que obtive nesses últimos dois anos. Foram resultados importantes que me motivam a continuar trabalhando firme em busca de mais conquistas. A preparação para o Pan-Americano está sendo bem intensa e com muito foco, pois é sempre uma alegria e uma responsabilidade defender o Maranhão e o Brasil em um evento tão grandioso. Estamos treinando bastante para colocar o nosso Estado e o nosso país no pódio. Conto com a torcida de todos", afirma Vítor Moraes.

Vítor Moraes é um dos principais nomes do Karate Shotokan no Maranhão e uma das revelações nacionais da modalidade. Além de competir no Campeonato Mundial de Karate Shotokan, o maranhense teve um ano de 2024 bastante positivo com direito a quatro medalhas conquistadas no Campeonato Brasileiro de Karate Shotokan, realizado em Vitória (ES): ouro no Kata por Equipe e prata nas disputas de Kumite Individual, Kumite Equipe e Kata Individual. 

Também em 2024, Vítor faturou quatro medalhas na Copa Sadamu Uriu, em São Luís, e sagrou-se campeão de kumite no Maranhense Karate-do tradicional. Em 2023, o carateca foi vice-campeão de Kata Individual e 3º lugar de Kumite Individual no 27º Campeonato Brasileiro Karate Shotokan, competição realizada em Goiânia (GO). 

Em busca de patrocínios

Com a vaga garantida para disputar o Campeonato Pan-Americano de Karate Shotokan em julho, Vítor Moraes agora busca patrocínios para custear a viagem para a cidade de Vitória, “Assim como seguimos firmes com nossa preparação para o Pan-Americano, continuamos em busca de novos apoios e patrocínios para conseguirmos viajar e representar o Maranhão e o Brasil da melhor maneira possível. Temos boas chances de subir ao pódio e vamos fazer todo o possível para isso”, explicou. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Conhecidos os primeiros campeões do Arena Fitness Open de Beach Tennis, evento que corresponde à terceira etapa do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis, competição chancelada pela Federação de Beach Tennis do Maranhão (FBTM), entidade que representa oficialmente a modalidade no Estado. Após dois dias de disputas na Arena ODT Beach, em São Luís, foram realizados os torneios das categorias por idade, tanto no naipe masculino quanto no feminino. Destaque para a conquista da dupla Alessandra Medeiros / Kayuri Costa, que sagrou-se campeã na categoria Feminina 30+. 

O resultado comprova a grande fase de Alessandra Medeiros e Kayuri Costa em 2025. A dupla venceu todas as três etapas do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis deste ano. Na final desta terceira etapa, elas derrotaram Larissa Lassance e Ludimila Araújo por 6 a 2 e garantiram o título do Arena Fitness Open. 

Já na categoria Feminina 40+, as campeãs foram Mara Berti e Paty Monte. Para conquistar o título da etapa – o primeiro delas em 2025 –, a dupla superou Fabíolla Correa e Ilana Simões po5 6 a 4. 

Outros campeões

A 3ª etapa do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis também já definiu duplas campeãs em outras três categorias: no Masculino 30+, Manoel Souza e Roberto Rocha Jr. venceram Caio Vinicius / Dárcio Rocha por 6 a 2; no Masculino 40+, o título ficou com Igor Quartin e Joaquim Filho após triunfo por 7 a 5 sobre Christiano Silva e Gino Longhi; já no Masculino 50+, Henrique Filho e Marcelo Moreira levaram a melhor sobre Jairo Alvarenga e José Martins e ficaram no lugar mais alto do pódio.   

Arena Fitness Open

As disputas do Arena Fitness Open de Beach Tennis, evento que corresponde à terceira etapa do torneio estadual oficial de beach tennis, prosseguirá até domingo (13). A competição teve início com os jogos referentes às categorias por idade. Nesta sexta-feira (11), ocorrem os jogos de duplas mistas a partir das 16h. Já o sábado e domingo (12 e 13) serão dedicados às disputas das categorias de Gênero (Masculino e Feminino – A, B, C e D). 

Cerca de 350 atletas estão competindo nesta terceira etapa. Além dos competidores da capital maranhense, o Arena Fitness Open conta com a participação de atletas de diversas cidades do interior do Estado. O torneio estadual soma pontos no ranking maranhense. 

Outras informações sobre Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis 2025 estão disponíveis no Instagram oficial da Federação de Beach Tennis do Maranhão (@maranhaobeachtennis).

RESULTADOS DO ARENA FITNESS OPEN

Dupla Feminina 30+

  1. Alessandra Medeiros / Kayuri Costa
  2. Larissa Lassance / Ludimila Araújo 

Dupla Feminina 40+

  1. Mara Berti / Paty Monte
  2. Fabiolla Correa / Ilana Simons 

Dupla Masculina 30+

  1. Manoel Souza / Roberto Rocha Jr.
  2. Caio Vinicius / Dárcio Rocha 

Dupla Masculina 40+

  1. Igor Quartin / Joaquim Filho
  2. Christiano Silva / Gino Longhi 

Dupla Masculina 50+

  1. Henrique Filho / Marcelo Moreira
  2. Jairo Alvarenga / José Martins 

PROGRAMAÇÃO DE JOGOS

Sexta-feira (11/4) / ODT Beach

A partir das 16h – Categorias Mistas (A, B, C e D) 

Sábado (12/4) / ODT Beach

A partir das 8h – Categorias de Gênero (Masculino e Feminino – A, B, C e D) 

Domingo (13/4) / ODT Beach

A partir das 8h – Categorias de Gênero (Masculino e Feminino – A, B, C e D) 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília (DF), 13/02/2025 - Programa Pé de Meia. Professor durante aula para alunos da escola Setor Oeste. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

As redes públicas de ensino municipais, estaduais e do Distrito Federal interessadas em usar os resultados da Prova Nacional Docente (PND) para selecionar futuros professores da educação básica devem aderir ao exame até 17 de abril.

A prova tem o objetivo de induzir o aumento de professores efetivos nas redes de ensino do Brasil, por meio da realização de concursos públicos.

Na primeira edição, a PND usará como referência a prova do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas, anualmente aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), de forma descentralizada, em todo o território nacional, sempre no último trimestre do ano.

Os resultados da prova terão validade de três anos.

O Inep estima que, em 2025, o país terá cerca de 250 mil formandos em licenciaturas, “potenciais candidatos a ocupar cargos e posições nas secretarias de educação”, diz nota do instituto.

Como aderir

O processo de adesão voluntária ao chamado de Enem dos Docentes é feito online pela Secretaria de Educação municipal, estadual ou do Distrito Federal pelo site do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec), com login no portal de serviços digitais do governo federal, o Gov.br.

Em seguida, no módulo Prova Nacional Docente (PND), o gestor da área de educação deve selecionar a aba Adesão, no menu principal, e responder ao questionário.

Nesse momento, os entes federativos deverão informar a previsão de realização de processos seletivos para professores da educação básica em sua rede. Por fim, o responsável deverá assinar eletronicamente termo de adesão.

Editais próprios

A Prova Nacional Docente não substitui o processo seletivo das redes. Por isso, após a confirmação da adesão pelo Inep, a respectiva secretaria de educação deverá cadastrar o próprio edital de seleção até 25 de junho, no mesmo Simec, indicando o uso da nota da Prova Nacional Docente como parte da seleção.

O Ministério da Educação (MEC) preparou um guia prático para apoiar estados e municípios na adoção da PND em seus processos seletivos, principalmente, na elaboração dos seus editais de seleção.

Em 30 de junho, o Inep deverá divulgar os editais e as vagas disponíveis.

Autonomia

Mesmo com a adesão voluntária ao exame unificado, o gestor de educação não é obrigado a usar os resultados em todos os seus processos seletivos.

Porém, se o gestor de educação decidir usar os resultados da PND, estes poderão ser aproveitados em concursos públicos ou processo seletivo simplificado, como mecanismo único ou complementar de seleção dos docentes.

Nesse caso, os estados, municípios e o Distrito Federal podem estabelecer outros critérios de recrutamento, como prova prática ou de títulos.

Mais professores

A Prova Nacional Docente é um dos eixos do Programa Mais Professores para o Brasil, lançado em janeiro deste ano.

Além de contribuir para que os entes federativos selecionem profissionais mais qualificados para suas redes de ensino, o exame tem o objetivo de ajudar a União, os estados, os municípios e o Distrito Federal a formular e avaliar as políticas públicas de formação inicial e continuada de professores e permitir a autoavaliação dos participantes da prova.

O governo federal calcula que o programa atenderá 2,3 milhões de docentes em todo o país com as seguintes iniciativas, além da PND: Pé-de-Meia Licenciaturas, Bolsa Mais Professores, Portal de Formação e ações de valorização em parceria com bancos públicos e outros ministérios.

(Fonte: Agência Btrasil) 

Rio de Janeiro (RJ) 07/04/2025 -  fotógrafo indígena Paulo Desana - Festival Amazônico Museu do Pontal.
Foto: Paulo Desana/Festival Amazônico Museu do Pontal/Divulgação

O Museu do Pontal, que tem como característica incentivar o conhecimento e a divulgação da arte popular do Brasil, apresenta, neste mês em que se comemora o Dia dos Povos Indígenas, uma programação com duas exposições dedicadas à diversidade da região amazônica, com curadoria da diretora da instituição, Angela Mascelani, e do diretor executivo Lucas Van de Beuque. 

A sede do museu é na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio,

Uma das exposições é a individual Imagens da Intuição, que vai ocupar as duas galerias do mezanino com pinturas do artista Jair Gabriel, nascido em Porto Velho, capital de Rondônia. As obras refletem a sua vivência na floresta até os 16 anos. “Para mim, está sendo um momento muito importante. As pessoas e o museu estão reconhecendo o meu trabalho”, disse Jair à Agência Brasil.

A outra mostra é Cobra Canoa, que reúne trabalhos dos indígenas Paulo Desana e Larissa Ye’Pa. As criações dos dois artistas são inspiradas na origem da humanidade e representam diferentes povos. Nascida na região do Alto Rio Negro, Larissa Ye'padiho Mota Duarte é indígena do povo Ye'pa Mahsã (Tukano). Viveu em comunidade de base até os 15 anos, quando se mudou para São Gabriel da Cachoeira, cidade onde nasceu Paulo Desana, da etnia Desana.

“O museu preserva e educa, tem um compromisso com os temas que a gente traz. Este ano a gente quis trazer, logo no início, o tema Amazônia, por conta da COP 30, mas trazendo essa Amazônia diversa. Trazer a Amazônia, que é indígena, mas também, o indígena que é da cidade, o seringueiro, com a lógica de quem viveu na floresta”, disse Lucas Van de Beuque à Agência Brasil. Ele informou que quatro etnias estarão presentes, inclusive com peças artesanais do interior do Amazonas e que haverá contação de histórias para crianças.

“Ao mesmo tempo que será festivo e mostrar essa cultura, será também um momento de reflexão”, ressaltou.

As mostras serão abertas neste sábado (12), às 16h, durante o Festival Amazônico, que vai até domingo (13), em uma realização do Museu do Pontal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale.

Toda a programação é gratuita. Para facilitar o deslocamento do público, haverá serviço de vans partindo do metrô da Barra da Tijuca e do terminal de ônibus Alvorada no fim de semana do festiva.

“Quem é do Sudeste e do Sul tem uma impressão da Amazônia muito longe, muito distante, e é muito mais perto do que imaginamos. Essa distância tem um aspecto simbólico e está colocada em algum lugar da gente como algo que não nos pertence. De certa forma, isso dificulta até o engajamento da sociedade como um todo com a pauta de proteção da floresta. Um pouco desse festival é a busca dessa conscientização da cultura dos povos e da sua maneira de viver e que as pessoas fiquem mais conectadas com a defesa da Amazônia”, disse Lucas Van de Beuque.

Segundo Angela Mascelani, o festival é muito completo, não só porque traz a arte amazônica, mas a gastronomia, shows, como o da cantora Fafá de Belém, e a discussão sobre a questão climática com o Observatório do Clima.

"É um conjunto de ações, e as exposições fazem parte disso. Escolhemos esses artistas porque são dois indígenas, o que é bem interessante, porque a arte indígena contemporânea não é muito conhecida, e os artistas estão produzindo, disse Angela, em entrevista à Agência Brasil.

A exposição Cobra Canoa parte de uma narrativa presente nas culturas de diferentes povos indígenas do Brasil. Larissa Ye’pa apresenta o ponto de vista de seu povo, o Ye’pa Mahsã, e o fotógrafo e cinegrafista Paulo Desana entra na mostra com uma projeção em grandes formatos de retratos de habitantes da Amazônia feitos por ele. A série reforça a ancestralidade e a como os conhecimentos que são passados de geração em geração permanecem vivos no presente. Fundador da Produtora Dabukuri Entretenimento, Desana trabalha na criação de conteúdo audiovisual e arte visual baseados na cultura indígena.

“Estou muito feliz porque é um evento com vários indígenas e por novamente fazer um trabalho com a Larissa, por podermos juntar a concepção, a técnica que usamos. Estou feliz por ir para o Rio, pela primeira vez, com a série completa de dez fotografias”, disse Paulo Desana (foto), ao comentar a arte que une os dois artistas.

“Apesar de eu ser urbano e ela, mais da comunidade, a gente se encontra porque é do movimento indígena e defende a mesma causa. Como fotógrafo e cineasta indígena, viajo muito para as comunidades, e a gente acaba tendo laços de amizade e de admiração pelo trabalho um do outro. Sou muito fã do trabalho dela, do conhecimento incrível da arte da cerâmica, de fazer as panelas de barro. Agora ela está aplicando nas artes visuais o conhecimento que herdou da família, da mãe, das avós”, afirmou.

Rio de Janeiro (RJ) 07/04/2025 - artista indígena Larissa Ye’Pa - Festival Amazônico Museu do Pontal.
Foto: Paulo Desana/Festival Amazônico Museu do Pontal/Divulgação
Larissa Ye'Pa

Para Larissa Ye’pa participar do Festival Amazônico com uma exposição ao lado de Paulo Desana é uma forma de dar visibilidade à arte indígena. 

“Indígena existe, sim, estou presente agora no Brasil, embora com os territórios em diversas regiões e diferentes culturas. Na visão dos não indígenas, os indígenas ficaram em 1500, lá atrás, são considerados seres do passado. Ter espaço para expor nosso trabalho, para mim, significa que estamos reafirmando nossa presença na atualidade. Convidar um indígena para esse tipo de atividade é impulsionar a voz que ele já tem. Temos nossas próprias vozes e, quando nos chamam para expor, falar sobre nossa obra, ecoa mais a nossa voz”, enfatizou Larissa.

Segundo Larissa, a Cobra Canoa traz toda uma discussão sobre ancestralidade, mas sob uma perspectiva estética que está na própria obra. "O Paulo faz fotografias com interferências de desenhos da Larissa e de outros indígenas de diferentes etnias. A ideia é mostrar como aquele conhecimento que está na ancestralidade está presente hoje”.

A floresta como tem

Rio de Janeiro (RJ) 07/04/2025 -  artista plástico Jair Gabriel - Festival Amazônico Museu do Pontal.
Foto: Tarso FigueiraFestival Amazônico Museu do Pontal/Divulgação
Jair Gabriel

A mostra Imagens da Intuição, de Jair Gabriel, apresenta 35 pinturas desenvolvidas com a técnica do pontilhismo. O artista retrata a floresta, celebra sua cultura e mostra suas vivências. Jair Gabriel viveu até os 16 anos na região entre o estado de Rondônia e a Bolívia. Depois, voltou para a capital e somente após a aposentadoria, em 1995, passou a fazer seus trabalhos. Jair Gabriel é um dos líderes da União do Vegetal, de origem espírita, fundada em 1961, que prega o desenvolvimento espiritual dos seres humanos. Essa exposição mostra também terá um vídeo.

“As primeiras pinturas, quando comecei, eram meio chapadas. E era a figura de uma ave. Como eu não tinha conhecimento da arte, não conseguia a tonalidade. Fui me lembrando da floresta, do pingo d'água que ficava na folha, ou do orvalho que eu via quando saía cedo para trabalhar no seringal, que, com o nascer do sol, dá cores”, contou, ao lembrar como aprendeu a desenvolver as cores nas suas pinturas.

Jair disse que foi o artista baiano Edson Luz, do premiado grupo de vanguarda Etsendron (Nordeste de trás para frente), que o incentivou a fazer as pinturas, durante uma viagem que fez a Salvador. Edson ofereceu a ele tintas, telas e pincéis. 

“Quando encontrei com ele, Edson estava em uma fase abstrata. Eu nunca gostei do abstrato, e aí eu comecei a fazer minhas experiências. Fiz um quarto lá em casa de ateliê e não parei mais”, relatou.

O museu

Considerado o maior e mais significativo museu dedicado à arte popular do Brasil, tem um acervo com mais de 9 mil peças de 300 artistas brasileiros e foi formado em 45 anos de pesquisas e viagens do designer francês Jacques Van de Beuque, que se impressionou com as peças de arte popular em suas andanças pelo país e passou a colecionar as obras.

Inicialmente, Van de Beuque concentrou as peças em uma casa na região do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. Com o tempo, as inundações causadas por chuvas intensas colocaram em risco o acervo. 

Depois de mais de dez anos, finalmente, foi construída uma sede nova e moderna para o museu na Barra da Tijuca, onde funciona atualmente.

Os recursos para a construção foram obtidos com colaboração coletiva que envolveu doações de mais de mil pessoas e participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de empresas como o Instituto Cultural Vale e o Itaú Cultura. 

A iniciativa teve ainda recursos da Lei de Incentivo à Cultura do governo federal, além de apoio do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e da prefeitura do Rio de Janeiro.

(Fonte: Agência Brasil)