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jubs atleticas 2024, halterada

A terceira edição dos Jogos Universitários Brasileiros Atléticas (JUBs Atléticas) já tem data e locais confirmados. Pela primeira vez, a competição será disputada de forma simultânea em duas sedes. Entre os dias 21 e 25 de maio, estudantes de agremiações de todo o país medem forças em Goiânia (GO) e em São Luís (MA). Serão, ao todo, disputas em 16 modalidades: basquetebol, beach tennis, cabo de guerra, cheerleading, desafio de bateria, futsal, futvôlei, handebol, natação, poker, sinuca, tênis, tênis de mesa, vôlei de praia, voleibol e xadrez. O JUBs Atléticas é o segundo evento do calendário do esporte universitário. Antes, entre os dias 11 e 18 de maio, o estado de Goiás recebe o JUBs Futebol nas cidades de Goiânia, Goianira e Trindade.

O JUBs Atléticas e o JUBs Futebol serão as primeiras competições de Alim Maluf Neto como presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU). Ele assumiu a presidência da entidade no fim de março, substituindo Luciano Cabral. A chapa de Neto, nomeada Inovação e Experiência, é uma continuidade do trabalho anterior, e foi eleita por aclamação. São quatro anos de mandato e os primeiros desafios pela frente.

“É uma honra assumir a presidência da CBDU. Fruto de um trabalho de uma equipe que desenvolve o esporte universitário no país. Nossa missão é seguir o trabalho que vem sendo feito nos últimos anos. Temos muito trabalho e uma responsabilidade muito grande. Vamos agora para nossas atividades esportivas, começando com o JUBs Fut, em Goiânia, Goianira e Trindade. De lá saímos direto para São Luís e Goiânia, para o JUBs Atléticas, e ainda teremos as seletivas do JUBs em maio, que serão em Brasília. Agosto será a vez do JUBs Praia e em outubro o ‘Jubão’ em Natal [RN]. Mais um grande ano que pretendemos fortalecer ainda mais o esporte universitário nacional”, declarou Alim Maluf Neto.

Quem tem experiência no JUBs Atléticas é o curso de Educação Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A Halterada é a atual bicampeã da competição, e o presidente Bruno Oliveira deixou claro que vai em busca do tri: “Claro que vamos com tudo para mais um título. Podem esperar. Mas também sabemos que o JUBs Atléticas é um local de confraternização entre as universidades de todo o país. Além disso, como ocorre no curso de Educação Física da UFPE, o crescimento do esporte universitário auxilia na inserção do profissional no mercado de trabalho. É comum ex-alunos nossos se tornarem técnicos dos nossos times, por exemplo. Isto dá experiência para o profissional de Educação Física”.

Bruno Oliveira representou a Halterada em Brasília, na última semana de março, quando a Confederação Brasileira do Desporto Universitário abriu o calendário de 2025 na CBDU Week, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). Na ocasião, a entidade promoveu o Summit do Esporte Universitário, com palestras e debates sobre o universo profissional para além da carreira de atleta. No mesmo evento, destaques do ano de 2024 no esporte universitário foram premiados pela CBDU. Atletas, patrocinadores, instituições de ensino e órgãos governamentais foram homenageados no Melhores do Ano, que encerrou a CBDU Week. A equipe de esportes da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) recebeu um prêmio pela cobertura do esporte universitário durante todo o ano de 2024.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 05/09/2023 – Público lota a 20ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O Rio de Janeiro receberá a Caixa Literária, acervo composto por obras clássicas e contemporâneas selecionadas por Portugal e outros Estados-Membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Atualmente, a cidade é a Capital Mundial do Livro, título concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A caixa será aberta no dia 23 de abril no Teatro Carlos Gomes, no centro da capital fluminense, na cerimônia oficial de abertura do Rio Capital Mundial do Livro. Os livros irão circular durante o ano em debates, aulas e seminários.

Ao final das celebrações do Rio, obras brasileiras serão escolhidas e encaminhadas a Rabat, no Marrocos, próxima Capital Mundial do Livro. A proposta é que a ação seja incorporada à programação oficial das Capitais Mundiais do Livro da Unesco, com o Rio assumindo o papel de catalisador e difusor da produção literária em língua portuguesa para o mundo.

A capital fluminense é a primeira cidade de língua portuguesa a receber o título, em reconhecimento à excelência dos programas de promoção da leitura no município. A cidade é sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), da Biblioteca Nacional, da Casa de Rui Barbosa, do Real Gabinete Português de Leitura, do Museu do Amanhã, entre outras instituições culturais.

(Fonte: Agência Brasil)

– 7 de abril, Dia do Jornalista: se a data estiver assinalada de vermelho... é de vergonha. E se estiver de preto, é de luto.

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"Jornalistas e jornais que mais parecem advogados, em defesa dos políticos que os sustentam".

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"São jornalistas ou 'office-boys'"?

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"Jornalistas são as pessoas mais competentes para matar o Jornalismo".

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"Bolso e consciência. Em ordem alfabética, BOLSO vem em primeiro lugar..."

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"Quem faz da Imprensa uma arma de injustiças, favorecimentos e mau-caratismo, torna-se sua primeira vítima. Existem crimes de Imprensa e existem crimes com a Imprensa."

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"O leitor não precisa ser jornalista para perceber o que está por trás de certas manchetes e rodapés, dos destaques exagerados e das omissões calculadas, das redações enviesadas, tortas, forçadas..."

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IMPRENSA: DE QUARTO PODER A QUARTO DO PODER

Dia do Jornalista. A data, nos últimos anos, tem passado em branco. Com motivos: com os primeiros movimentos de pretensas pré-candidaturas, a alma do jornalismo se acinzenta de intere$$es e fica negra em ano de eleição.

I I

Tempos atrás, um professor e funcionário público disse-me ficar impressionado com o tanto de asneiras que jornalistas dizem ou escrevem, tentando justificar-se perante (e)leitores. Segundo ele, esses jornalistas, no exercício da profissão, fazem defesas profissionalmente escandalosas e eticamente indefensáveis de candidatos ou pré-candidatos. Parecem não ser jornalistas, mas advogados, tal o mandato de procurador que parecem ter recebido, a fé sem obras que professam, a mão sobre a Bíblia que não treme e o rosto - cínico - que não mexe, o rosário de louvaminhas que desfiam, a cessão de espaço e, até, do próprio nome e personalidade por 30 moedas.

I I I

O leitor sabe, ou sente, quando os textos são feitos “de encomenda”. Sabem quando jornalistas passam a ser “officce-boys”.

Enganam-se os jornalistas que acham que enganam os outros: eles estão é enganando-se a si mesmos, e a contragosto. Sim, a contragosto mesmo, pois, fosse conquistada, sobretudo nos municípios interioranos a sonhada independência editorial, tudo o quanto se vê e lê em jornais e televisões seria muito, mas muito diferente mesmo.

Se políticos e proprietários soubessem o que é dito deles, fora das redações... Porque, em mesas de bar, em conversas frente a frente, a opinião é bem outra. Mas, de tanto enganarem os outros, políticos e proprietários não estranham esse jogo de enganação, de embromação, de “mise-en-scène”, de encenação. A lógica é essa: me enganem, desde que falando bem de mim, desde que a mentira me seja favorável. Me enganem, que eu gosto.

I V

Mas jornalistas-camaleões, que mudam de cor comportamental e profissional de acordo com o “ambiente” que os remunera, devem saber que não estão enganando os leitores. Reforce-se: estão enganando-se a si mesmos e, sobretudo, tornando menos acreditada essa instituição que é a Imprensa, o Jornalismo.

V

Assim como certos políticos fizeram e fazem e vão continuar fazendo, isto é, desacreditando a Política, igualmente certos jornalistas, como hábeis multiplicadores do que não presta, vão competentemente desgastando esse inimigo da corrupção, bastião da nacionalidade, baldrame da cidadania, fundação da sociedade, sustentáculo da democracia –- que é a Imprensa.

Porque jornalistas são as pessoas mais competentes para matar o Jornalismo. Eles são, ao mesmo tempo, filhos e arrimo dele: nascem dele e o sustentam – ou, se quiserem, lhe tiram a mesada.

V I

A Terra tem cinco bilhões de anos; a vida, 600 milhões; os primeiros primatas surgiram há 70 milhões, e os primeiros hominídeos (de onde provêm os atuais seres humanos) apareceram há 2 milhões e 500 mil anos.

Pois bem, nestes 2,5 milhões de anos, muitos seres humanos vêm reconfirmando que a darwiniana “strugle of life”, a luta pela vida, pela sobrevivência, não tem valor -- tem preço.

Assim, em nome do “dicumê”, em nome do alimento, pessoas se coisificam e ligam a mínima para a única característica que nos diferencia dos demais elementos vivos da natureza: consciência.

V I I

Alguns chegam à pachorra de dizer que são “profissionais”, e, em nome desse “profissionalismo”, desvirtuam a própria profissão.

No caso de pessoas que trabalham em Comunicação Social em tempo eleitoral, trava-se uma batalha entre bolso e consciência e como até em ordem alfabética “bolso” vem em primeiro ligar...

Atenção: nada de juízos apressados, falta de memória ou falhas de raciocínio: Não se está, aqui, dizendo que comunicadores, jornalistas, não devam trabalhar para candidatos -- até porque comunicação deve ser feita ou orientada por comunicadores. O que se deplora é o absoluto desrespeito, senão desprezo, pelos princípios – que não deveriam ter fim – do Jornalismo.

Certos “profissionais” nem parece que trabalham para um candidato; parecem ser “o” próprio candidato, tal a catarse, a simbiose que deixam transparecer em textos e atitudes. Nem parece que vestem a camisa: carimbam a pele, tatuam a alma... até serem expurgados e jogados na rua de novo e, aí, como a personalidade não tem valor (tem preço) ficam à espera e à espreita de uma nova oferta, inclusive de quem antes fora vítima de seus ataques. Afinal, é um “profissional”...

V I I I

Nos lugares onde se faz jornalismo que respeita o leitor / ouvinte / telespectador / internauta, o veículo de comunicação que defende um candidato dá a conhecer a seu público, em editorial, sua posição. Diz que, comparados o passado, o histórico, as ideias, os programas etc., fez opção por determinado nome, mas continuará a respeitar a profissão e os consumidores, fazendo a cobertura de todos os candidatos.

Jornais de vergonha fazem isso porque sabem que, ao final, quem os sustenta são os leitores, não eleitores. Perde a fibra profissional, a veia jornalística, o veículo de comunicação que acha que leitor é esgoto eleitoral e nele despeja material explicitamente propagandístico travestido de notícias, editoriais, opinião... Quanto esforço, meu Deus, para enganar a si mesmo! Não deveriam ser jornalistas, mas doceiros, confeiteiros, tanto que se acreditam os reis da cocada (qualquer que seja a cor dela).

I X

Jornal assim não resiste ao tempo. Peguem-se exemplares de épocas diferentes: não há unidade, coerência, não há o que chamam de “linha” – afora a da bajulação descarada. (E, aqui, mais um ponto de contato desse tipo de jornalismo com a político: ambos são tão “dinâmicos”...).

O leitor não precisa ser jornalista para perceber o que está por trás de certas manchetes e rodapés, dos destaques exagerados e das omissões calculadas, das redações enviesadas, tortas, forçadas, como forma de chegar, de um lado, ao destinatário a quem pensam prejudicar, tripudiar, ferir, acicatar, fragilizar, e, de outro, ao destinatário a quem pensam seduzir, “abiscoitar”, convencer, justificar(-se), enganar.

X

Jornalistas costumam dizer que a Imprensa é uma arma. Usada assim, de forma abjeta, antiprofissional, ela até pode ferir a quem se deseja ferir, mas levará juntas outras vítimas: o jornalismo e o jornalista.

Quem faz da Imprensa uma arma de injustiças, favorecimentos e mau-caratismo, torna-se sua primeira vítima. Existem crimes de Imprensa e existem crimes com a Imprensa. Neste caso, o jornalista que faz – ou compactua com – isso, vai além do crime: ele comete suicídio. Um suicídio lento, visceral, registrado indelevelmente nas páginas impressas e na consciência expressa.

Quando a tem.

X I

O jornalista é o profissional mais competente para fazer crescer ou para diminuir o jornalismo. Uma questão de opção. E vergonha.

Neste dia 7 de abril, Dia do Jornalista, em diversos lugares e calendários, se a data estiver assinalada de vermelho... é de vergonha. E se estiver de preto, é de luto.

Em qualquer situação: pêsames.

A Imprensa, nesses lugares, caiu de quatro. Não é mais o “Quarto Poder”.

É, tão-só e miseravelmente, o quarto (de despejo) do Poder.

*

A DATA

7 de abril, Dia do Jornalista.

A data é uma homenagem à fundação da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) há 111 anos, em 7 de abril de 1908, no Rio de Janeiro.

O fundador foi o jornalista Gustavo Lacerda, nascido em Santa Catarina. Lacerda era de ideais socialistas e republicanos e, por isso, foi desligado da Escola Militar. Morreu um ano e cinco meses depois da criação da ABI, em setembro de 1909.

Essa é a versão mais difundida sobre a origem do Dia do Jornalista. Entretanto, há registros que são mais anteriores. Na madrugada de 7 de abril de 1831, Dom Pedro 1º abdicou do trono e saiu do Brasil, deixando sua coroa na cama onde dormia uma criança, seu filho Dom Pedro 2º.

E qual a razão desse gesto? A morte de um jornalista, Líbero Badaró, assassinado quatro meses e 16 dias antes, em 21 de novembro de 1830. Badaró, que também era médico, era o fundador e redator do jornal “O Observador Constitucional”, em São Paulo. Pregava um novo regime de governo, com as influências libertárias da Revolução Francesa.

A morte de Líbero Badaró foi tida como a mando de Dom Pedro 1º. A partir dela, o imperador passou a vivenciar rejeições e pressões, até a abdicação, no dia 7 de abril de 1831.

* EDMILSON SANCHES

*

REPERCUSSÃO

Escrito há décadas, os textos acima mereceram diversas considerações de leitores e colegas jornalistas:

– "SINCERAMENTE FALANDO TUDO (LINDALVA BASTOS LOPES, Imperatriz (MA), 08/04/2022)

– "Excelente reflexão, caro confrade. E agora? É possível mudar este ce…

IMAGEM:

Joseph Pulitzer (1847-1911), jornalista e editor norte-americano, nascido na Hungria. Em 1903 doou 1 milhão de dólares para a criação do curso de Jornalismo na Universidade de Colúmbia (Nova York). Seu nome foi dado por essa Universidade ao principal prêmio de Jornalismo do mundo  -- o Prêmio Pulitzer --, que é entregue há mais de cem anos, desde 1917, abrangendo também Literatura e Música.

Fundo de Financiamento Estudantil,Fies

As instituições privadas de ensino superior têm até esta segunda-feira (7) para confirmar a participação na edição de oferta de vagas remanescentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o primeiro semestre de 2025.

O programa do Ministério da Educação (MEC) oferece financiamento para cursos de graduação em universidades e faculdades privadas que tenham avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

O objetivo da política pública é facilitar o acesso de estudantes de baixa renda ao ensino superior. 

Vagas remanescentes

Os dados para o Fies 2025 do primeiro semestre devem ser preenchidos virtualmente, até as 23h59 de hoje, pelas faculdades privadas exclusivamente, pelo Sistema Informatizado do Fies (Sisfies), no módulo com o  título Fies Oferta. Para acessar o sistema, é preciso ter cadastro no Login Único do portal Gov.br.

Devem ser informados dados de cada curso a ser ofertado, número de vagas, turno, local e valores das semestralidades.

Somente as instituições que fizeram a adesão ao Fies do primeiro semestre de 2025 e ao Fundo Garantidor do Fies ficam habilitadas a assinar eletronicamente o termo de participação, no módulo FiesOferta.

Cronograma

Após o período de confirmação de participação, o novo edital publicado pelo MEC, de 8 a 11 de abril, permitirá que as instituições de ensino superior verifiquem e até corrijam informações do documento que formaliza a participação nessa edição do Fies.

O edital ainda determina que as faculdades privadas divulguem, em suas páginas eletrônicas na internet e com a fixação em local de grande circulação de estudantes, a participação da entidade no processo seletivo.

A divulgação deve informar o número de vagas remanescentes disponibilizadas, a relação de cursos e turnos de cada local de oferta da instituição, bem como a legislação que ainda será publicada pelo MEC relativa a vagas remanescentes do Fies.

Fies 2025/1

O Ministério da Educação (MEC) confirmou que, em breve, divulgará novo edital com as regras e o cronograma para a inscrição dos estudantes às vagas remanescentes do Fies, que sobram das etapas anteriores de seleção do programa neste ano.

Na fase regular do Fies 2025/1, as universidades privadas de ensino superior ofereceram 67.301 vagas de cursos de graduação.  Na outra ponta, o programa recebeu mais de 493 mil inscrições de 198.579 candidatos. Cada um deles pode se inscrever em até três opções de cursos.

Agora, as vagas remanescentes são destinadas exclusivamente aos estudantes efetivamente matriculados no curso, turno e local de oferta para os quais se inscreveram. 

A pasta aguarda apenas as informações prestadas pelas mantenedoras das instituições de ensino superior não gratuitas até esta segunda-feira.

(Fonte: Agência Brasil)

Fake News; Notícia Falsa; Celular; Notebook; Computador; Notícia - Nova onda de fake news no Brasil influencia a guerra digital. Foto: Freepik

De um lado do front, postagens com conteúdos que se assemelham a notícias ou mesmo aqueles com aparência de amadorismo, mas que se apresentam como se estivessem interessados em denunciar irregularidades. Do outro lado, notícias e reportagens produzidas por jornalistas profissionais baseadas em apuração e checagem de fatos. Eis o duelo. 

Vencer essa disputa pela atenção da sociedade tem sido um dos maiores desafios da categoria e dos veículos de comunicação, e esse é um debate que se impõe em datas como o Dia dos Jornalistas, celebrado nesta segunda, 7 de abril.

De acordo com pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil, o que pode estar em jogo nessa batalha é a garantia do direito humano à informação e também a manutenção da democracia. Mesmo não se tratando de um contexto simples de ser enfrentado, quem estuda o tema garante que há estratégias em diferentes dimensões para proteger a sociedade.   

Apelo da desinformação

O interesse maior de parcela da sociedade por esses conteúdos desinformativos pode ser explicado também pela elitização no acesso a conteúdos profissionais até a revolução digital, no final do Século 20. Segundo a professora Sílvia Dal Ben, que faz pesquisa de doutorado na Universidade do Texas, em Austin (EUA), sobre jornalismo automatizado, a internet gerou um processo de democratização, tanto do acesso ao conteúdo quanto dos meios de produção dos conteúdos. 

Se o jornalismo sensacionalista atrai muito os leitores, isso ocorre, no entender dela, tanto por causa do ponto de vista estilístico, mas também pelas condições tecnológicas de infraestrutura.

“Essa democratização dos meios de produção e da mídia, nos últimos 30 anos, abriu espaço para públicos, leitores, espectadores, terem contato com mensagens e conteúdos jornalísticos de comunicação e de mídia que antes não tinham”, pondera. 

O problema é que também abre espaço para disseminação de conteúdos que não são confiáveis e com interesse de gerar manipulação. “É como se a gente vivesse hoje numa Torre de Babel. As pessoas se comunicam, têm muita informação, mas parece que elas não se entendem”, diz Silvia Dal Ben.

- Desinformação sobre autismo cresceu 150 vezes em seis anos

“É preciso mudar a mentalidade”

A pesquisadora brasileira, que conclui a tese este ano nos Estados Unidos, avalia que foi um “tiro no pé” a ideia de que, com a internet,  a informação deveria ser em um formato mais conciso, simples e curto. “A gente abriu espaço para uma alfabetização de conteúdo digital muito superficial. Nós, jornalistas, precisamos mudar essa mentalidade e as práticas jornalísticas de ficar produzindo notinhas mal apuradas e pouco aprofundadas”, critica. 

Ela não entende que postagens apenas em nome de audiência possam fortalecer o jornalismo profissional. “A base do jornalismo é informação checada. Com boa apuração, informação checada e de qualidade”. Para vencer a “batalha”, o fundamental, como defende a pesquisadora, é, em primeiro plano, oferecer para as audiências um conteúdo de qualidade proporcionado por uma estrutura que garanta aos profissionais tempo e recurso.

“Mais apuração”

No campo das estratégias, inclusive, a professora Fabiana Moraes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), avalia que materiais desinformativos já têm sido combatidos pelo jornalismo profissional com estéticas semelhantes às das fakes, mas com conteúdos responsáveis. 

Para ela, pode ser útil buscar semelhanças à estética desses tipos de postagens e incorporar informações socialmente responsáveis. “A estética é a forma, mas [é necessário] preenchê-la com um conteúdo profissional, bem escrito e apurado. Ou seja, jornalismo”, diz a docente que teve, na carreira jornalística, a marca de pautas aprofundadas em direitos humanos, que lhe renderam, por exemplo, três prêmios Esso e seis livros.

Ela considera que está incluída, nesse contexto de batalha, outra “densidade de disputa”, tanto nas redes sociais quanto fora delas. Isso porque, conforme considera, as fake news têm facilidade de capturar essa atenção por conta do “espírito de achaque”, com elementos de sensacionalismo e de baixa qualidade informativa. 

- Cientistas do Inca alertam para desinformação sobre câncer

“Nova distribuição”

Outra estratégia que precisa ser reconfigurada "nesse cenário, segundo Sílvia Dal Ben, é o da distribuição de conteúdo para as pessoas.

“Os jornalistas e os meios de comunicação têm que utilizar as mesmas ferramentas que os influenciadores e as personalidades de redes sociais. E distribuir os seus conteúdos de qualidade em diferentes formatos”, receita.

Da mesma forma, a professora de comunicação Thaïs de Mendonça Jorge,  da Universidade de Brasília (UnB), defende necessidade de aperfeiçoar as estratégias de chamada de atenção, uma vez que existe uma queda no interesse da leitura no País. “Nós temos que interpretar mais e fazê-las compreender como aquele tema pode ser interessante para a vida delas”.

A professora da UnB organizou a publicação do livro o livro Desinformação - O mal do século - Distorções, inverdades, fake news: a democracia ameaçada, resultado de uma parceria entre a UnB e o Supremo Tribunal Federal

 A pesquisadora defende que a indústria de desinformação tem tentáculos que organizam e distribuem os materiais para enredar o público. “Eles usam esse artifício do bombardeamento. Muita gente não tem instrução e se deixa levar por essa onda, que é uma ‘modalidade’ de informação”, lamenta.

- Conheça os vencedores do Prêmio EBC de Combate à Desinformação

“Açfaberização para a mídia”

Aliás, sobre o desafio diante das audiências, segundo o que argumenta a professora Silvia Dal Ben, é necessária a alfabetização de mídia para ensinar diferentes públicos a diferenciar um conteúdo profissional com credibilidade de conteúdos falsos e manipuladores. Em acréscimo, a professora considera que o caminho da distribuição é outra ação importante nessa guerra, uma vez que há um fenômeno internacional de se “evitar notícias”. 

Inclusive, para o pesquisador Josenildo Guerra, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), diante da dificuldade notória de enfrentamento, são necessários produtos que possam conciliar uma qualidade informativa com uma narrativa que possa se tornar também interessante para esse público.

 “É muito desafiador, porque as fake news operam com informações truncadas e de certo apelo que se tornam objetos de consumo fácil”. Por isso, ele defende mais pesquisas para desenvolver novos produtos que aliem qualidade informativa com uma narrativa que seja interessante e acessível para o público. 

“Escuta plural”

Brasília (DF) 26/10/2023   Comissão de Comunicação da Câmara realiza audiência pública sobre a importância da formação superior para o exercício do jornalismo. ( Samira de Castro Cunha, presidenta da FENAJ).  Foto Lula Marques/ Agência Brasil

A presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Samira Castro, pondera, entretanto, que o jornalismo profissional tem uma força que as fake news não têm: o compromisso com a verdade, com a apuração séria, com a escuta plural e com a responsabilidade pública. 

A representante da categoria defende que, quando o jornalismo consegue traduzir temas complexos de forma acessível, com rigor e sensibilidade, conquista confiança.

“E é essa confiança que pode vencer o ruído das mentiras. A credibilidade, construída com ética e consistência, é o nosso maior trunfo nesse duelo”.

(Fonte: Agência Brasil)

Em dezembro de 1817, dois cientistas alemães iniciaram, a partir do Rio de Janeiro, uma viagem pelo Brasil (aliás, “Viagem pelo Brasil 1817-1820” é o nome da obra onde detalharam essa verdadeira odisseia, publicada originalmente em três volumes, de 1823 a 1831).

Carl Friedrich Philipp von Martius e Johann Baptiste von Spix já haviam sido designados, por ordem real, a realizar pesquisas na América do Sul. Era 1815 e questões políticas e econômicas impediram a viagem da dupla de cientistas. No começo de 1817, nova ordem real os leva a integrarem-se à comitiva da arquiduquesa da Áustria, Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena, que vinha para o Brasil, pois contratara casamento com Dom Pedro de Alcântara, futuro imperador Dom Pedro I.

Em 15 de julho, os dois desembarcaram no Brasil, na Baía da Guanabara. Martius era botânico e também médico e antropólogo, tendo se tornado um dos mais importantes pesquisadores alemães que estudaram o Brasil. Spix era zoólogo. A dupla embrenhou-se Brasil adentro. De 1817 a 1820, percorreram mais de 10 mil quilômetros (4.000 de norte a sul e 6.500 de leste a oeste) em território dos atuais Estados Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Pará e Amazonas.

É imensa a contribuição de Spix e Martius aos estudos naturais e culturais do Brasil. Eles coletaram dezenas de milhares de amostras de plantas, animais, minerais, além de artefatos e anotações e desenhos, registros sobre economia e etnias e também sobre o cotidiano dos lugares que visitaram. Com letras, números e imagens, além dos espécimens utilizados em estudos, os dois alemães fizeram uma radiografia da riqueza e diversidade natural e cultural do Brasil pré-Independência.

Os três volumes de “Viagem pelo Brasil” são divididos em nove livros que totalizam 36 capítulos. É no segundo volume, livro sétimo, que se encontra o capítulo 3 intitulado “Viagem de Oeiras, passando pela Vila de Caxias, a São Luís, capital do Maranhão”. A descrição do capítulo pontua: “Índios de São Gonçalo do Amarante. Adoece o grupo de viajantes. A Vila de Caxias. Cultivo e comércio de algodão. Índios das tribos dos apaonejicrãs e macamecrãs. Descrição das demais tribos existentes na província do Maranhão. Viagem pelo Rio Itapicuru, até a costa do mar, e passagem à Ilha do Maranhão, até à capital da província”.

O relato da chegada de Spix e Martius a Caxias e a descrição da cidade, com extensas anotações sobre plantio, produção e comércio de algodão e sobre índios, ocupam mais de nove páginas, cada uma destas com 48 linhas de 80 caracteres cada uma. Destaque-se que, no capítulo 2, do segundo volume já se antecipa um registro que mostra a importância econômica de Caxias naqueles idos de 1819. Comentando sobre a inferioridade de Oeiras, então capital do Piauí, em relação a Parnaíba, escrevem os pesquisadores alemães:

“[...] Acontece que a própria Oeiras nem mesmo pode ser o empório para os produtos do interior da província; de fato, as outras vilas, Pernaguá, Jerumenha, Valença, Campo Maior, Marvão, mandam as suas mercadorias  quer diretamente ao mar, para a Bahia, Parnaíba e Maranhão, quer para a VILA DE ALDEIAS ALTAS, que, situada no navegável Itapicuru, é o mais apropriado empório para o comércio do Maranhão. [...]” Como se sabe, essa “Vila de Aldeias Altas” é Caxias.

Cerca de 18 meses depois da saída da expedição do Rio de Janeiro, em dezembro de 1817, Spix e Martius pisaram em terras caxienses, provavelmente em 16 de maio de 1819. A caminhada por matas virgens e a desorientação em terrenos desconhecidos, além das doenças e a extrema debilitação física, atrasaram a chegada à zona urbana (vila) de Caxias. Talvez Martius, o primeiro a chegar à vila, só tenha chegado após o dia 20 ou na última semana de maio de 1819, já que dia 16 desse mês e em pelo menos nos dois dias seguintes, segundo seu relato, ficou muito doente, febril, a custo indo a cavalo de uma fazenda a outra (Buriti, São Pedro, Todos os santos...). Depois dele, foi a vez de Spix adoecer gravemente, com chuva torrencial sobre os dois. Repetindo: Martius adoecera primeiro e recebeu cuidados de Spix; depois, este adoeceu violentamente e Martius, sob tempestade, improvisou medicação para o amigo. Martius teve de deixar Spix doente no meio do caminho enquanto ele, também doente e fraco, ia a cavalo rumo a Caxias, onde pretendia socorrer-se e mandar recolher Spix.

Cotejando datas e relatos, pode-se afirmar como praticamente certo: Martius e Spix devem ter permanecido pelo menos uma e, no máximo, duas semanas na vila de Caxias.

Spix morreu em 14 de março de 1826, aos 45 anos; assim, os dois últimos volumes da “Viagem”, de 1828 e 1831, foram escritos por Martius, que, devidamente autorizado, utilizou as anotações de seu companheiro de expedição científica. Martius morreu em 13 de dezembro de 1868, com 74 anos.

A seguir, trechos do relato de Martius, cobrindo do momento em que ele, tentando chegar a Caxias, se perdeu na viagem e foi localizado até a viagem dos dois cientistas e amigos, que tomaram em Caxias uma barcaça que os levou a São Luís.

*

“[...] Estávamos distantes nove léguas da VILA DE CAXIAS; mas como não havia escravos para o transporte do doente grave, faltavam-nos meios para lá chegar. Não restava, entretanto, outro alvitre, senão seguir eu mesmo na frente, para buscar socorro. Com o coração pesado, prometi ao amigo [Spix] voltar logo; fiz-me içar a cavalo, duplamente enfraquecido pela canseira da véspera, e toquei apressadamente o animal no caminho solitário. Sob os raios do sol tropical, consumido pelo calor interno da febre, passei primeiro por extensos palmeirais, que agora estavam cheios de água, depois por diversas séries de outeiros matagosos, condenado, como Tântalo, a sofrer o tormento da sede, pois que, se me apeasse, receava não poder tornar a montar. Anoitecia, sem que eu tivesse alcançado o termo da viagem; e, quando subia uma íngreme colina, e os últimos raios do sol poente iluminavam uma região de mata, perdi o estreito trilho no meio do capim alto. Em breve, escureceu de todo; e achei-me só, doente e perdido no sertão. Na profunda apatia resultante do abalo dos últimos dias, procurava um lugar numa árvore baixa para apear-me, quando ouvi alguém assobiar, e ao meu chamado apareceu, agitando um archote, um negro que vinha de CAXIAS, pelo mato, àquela hora insólita, trazendo remédios. Esse guia, tão felizmente encontrado, pôs-me de novo na estrada, e, afinal, avistei as luzes da vila [de Caxias]. Apeei-me à porta do juiz de fora, e pude ainda entregar ao digno Sr. Luís de Oliveira Figueiredo e Almeida as nossas cartas de recomendação; mas, nesse momento, pagou o corpo o tributo  dos esforços dos últimos dias, e caí sem sentidos no chão. Voltando a mim, achei-me na cama, em um quarto bem mobiliado e diante de mim, a tratar-me, um homem que me falou em inglês. Era um médico português, formado em Edimburgo [capital da Escócia, no Reino Unido], e que, pouco antes, se havia estabelecido em CAXIAS. Graças a seus cuidados, não tardei a recuperar o bem-estar, e tive a felicidade, na manhã seguinte, de ver aqui o meu amigo doente [Spix], em estado sofrível, transportado pelos negros, que haviam sido mandados a buscá-lo.

“Se tivemos, no decorrer dessa narração de viagem, não raro oportunidade de descrever momentos recompensadores e deliciosos em cenas, como as que acabo de contar, poderá o leitor ver o lado de sombra do quadro. Entretanto, o viajante que passa por tais dissabores no cumprimento do dever, também deles forma não só belo fundo de cenário para as recordações na velhice, como também mais alta confiança n’Aquele, cujo imperscrutável plano logo dispõe o socorro ao lado do perigo. A nossa saúde dia a dia foi melhorando em CAXIAS, graças aos cuidados que nos dispensavam o médico e o novo juiz de fora, Sr. Francisco Gonçalo Martins; este, embora tivesse partido da Bahia, por mar, muito depois de nós, já o encontramos aqui, para assumir a função de juiz, que em todo o Brasil é em geral exercida durante três anos, num mesmo lugar, pela mesma pessoa.

“CAXIAS (Vila desde 1812), antigamente Arraial das Aldeias Altas, é uma das mais florescentes vilas do interior do Brasil. Monta a 30.000 o número de habitantes do seu termo. Deve a sua prosperidade à cultura do algodão, explorada desde uns vinte e tantos anos, com afinco, em seu interior, e fomentada em toda a província apela Companhia de Comércio do Maranhão e Grão-Pará, assim como à atividade comercial de seus habitantes, entre os quais se encontram muitos europeus. Mais da metade de todo o algodão produzido na província é despachado daqui para a capital, e, nos últimos anos, o número de fardos embarcados em CAXIAS, cada um do peso de 5 a 6 arrobas, subiu a 25.000 e até 30.000, que, avaliando baixo, mesmo no interior, vale uns 1.650.000 ou 1.980.000 florins. Entre as qualidades de algodão do Brasil, só a de Pernambuco, na qual são incluídas as de Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, é superior à do Maranhão. [...]

“[...] Nos primeiros dias de nossa estada, fomos certa vez, à tarde, atraídos à janela por berreiros na rua, onde se oferecia o singular espetáculo do bando de uns 50 índios, que passavam em completa nudez e incultura primitiva. [...] Semelhantes passeatas não são raras agora, e constituem um dos meios de que se servem os colonos para conservar em pé de amizade esses antigos donos da terra. Somente nos últimos decênios se conseguiu estabelecer pacífico tráfego entre os índios livres da província do Maranhão e os colonos; e, como a prudência manda tudo fazer para extirpar das numerosas tribos os sentimentos hostis hereditários, assim se esforçam os habitantes de CAXIAS em recebê-los bem e cumulá-los de fartas provisões de farinha, cachaça, fumo e tecidos de algodão de variegadas cores. [...] Francisco de Paula Ribeiro, num tratado manuscrito “Sobre o gentilismo do Maranhão”, e Luís de Oliveira Figueiredo e Almeida, juiz de fora de CAXIAS, de 1812 a 1819, e que de novo encontramos na capital, relataram-nos, de viva voz, o seguinte sobre os índios dessa extensa província. [...]”.

“[...] Comunica-se CAXIAS com a capital do Maranhão apenas pelo Rio Itapicuru. Os caminhos por terra, que passam ao longo dele, de uma fazenda para outra, só servem para cavaleiros e são apenas transitáveis para os cargueiros, pois só a custo se podem manter abertos no meio dos palmeirais pantanosos e cerrados e são, além disso, expostos às inundações do rio. Chegávamos, aqui, portanto, ao termo da nossa viagem por terra e nos alegrávamos com a ideia de poder agora aproveitar de bem aparelhadas canoas, com mais comodidade, como exigia a nossa saúde abalada, para a parte restante da nossa empresa. As nossas mulas cargueiras foram vendidas aos comboieiros, que, de quando em quando, empreendem com numerosas tropas a longa viagem de 300 léguas por terra, passando por Oeiras a São Félix e Natividade, a fim de levarem a essa remota parte da província de Goiás os produtos europeus. O Rio Itapicuru, até cujas nascentes nenhum brasileiro ainda se teria aventurado, corre a sudoeste de CAXIAS, quase sempre paralelo ao seu vizinho do sul, o Rio Parnaíba, na direção do nordeste; perto dessa vila, porém, ele ruma para noroeste e, fazendo muitas curvas, lança-se no mar. De CAXIAS para cima, só é navegável em canoas muito pequenas, devido à pouca profundidade, como pelas frequentes quedas, até a região da freguesia dos Pastos Bons ou de São Bento das Balsas. Rio abaixo, porém, admite embarcações grandes e pesadamente carregadas, tendo, embora fora do tempo da cheia, em quase todo o percurso, 60 a 80 pés de largura. Estando justamente no ponto de partir uma barcaça para o Maranhão, oferecendo segura e agradável viagem, abreviamos a demora em CAXIAS, e, na tarde de 3 de junho, armamos, por cima de um carregamento de 350 fardos de algodão, a nossa tenda, 20 pés acima do rio. [...] Quanto mais nos afastávamos de CAXIAS, mais numerosas eram as fazendas, cujo extenso casario indicava a opulência de seus donos. [...]”.  (E. S.)

* EDMILSON SANCHES

IMAGENS:

Martius e Spix, o percurso da expedição (Caxias no círculo) e o volume 2 da “Viagem pelo Brasil”, onde relatam sua chegada a Caxias, permanência na cidade e observações, em 1819, acerca da economia, dos índios e do cotidiano de “uma das mais florescentes vilas do interior do Brasil”. (O mapa é do livro “A Grande Aventura de Spix e Martius”, nº 5 da Coleção Documentos (Brasília: MEC/INL, 1972). Palmeiras em “fazenda na margem do Rio Itapicuru, no Maranhão”, segundo Spix e Martius.

Brasília/DF, 19/01/2024, Golpes feitos pelo telefone celular. Crime cibernético, Fake news, cyber crime, golpe, fraude, Fraude bancária. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Acordar e olhar o celular, almoçar e jantar diante de telas são práticas cada vez mais comuns. É difícil, muitas vezes, imaginar o dia a dia sem internet, sem redes sociais e sem tecnologia. Passar a maior parte do dia conectado é um vício?

Segundo a psicóloga, doutora em saúde mental e uma das fundadoras do Instituto Delete Anna Lucia Spear King, isso não necessariamente é um vício patológico ─ pode se tratar apenas de uma má educação para o uso das tecnologias. A estudiosa alerta que essa educação é fundamental para evitar os prejuízos do uso excessivo de telas.

O Instituto Delete foi criado em 2013, dentro do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A instituição é pioneira no Brasil e também uma das primeiras no mundo voltada à pesquisa sobre o impacto das tecnologias na saúde e às orientações sobre o uso consciente das telas e a dependência digital.

Em entrevista à Agência Brasil, King falou sobre a relação atual das pessoas com a tecnologia e os cuidados que essa relação requer. Entre os principais pontos, estão os riscos de vício em jogos e em aplicativos de apostas e também a atenção redobrada que crianças e adolescentes requerem para um convívio saudável com as telas. 

King conta ainda que muitas pessoas procuram o instituto achando que estão viciadas, mas, na verdade, precisam de orientações e de colocar em prática novos hábitos.

“As pessoas confundem, acham que só porque usam todos os dias por muitas horas, são viciadas no rigor da palavra. Mas não é verdade. Elas são, às vezes, mal educadas. Usam sem hora, sem limites e regras, mas não precisam de tratamento. Precisam de educação digital”, diz.

Confira os principais trechos da entrevista:

Agência Brasil:

Vamos começar pelo começo. O Instituto Delete foi fundado bem antes da pandemia e antes mesmo que os smartphones tivessem a relevância que têm hoje, certo? O que a motivou a começar esse trabalho? Qual era o cenário lá atrás?

Brasília (DF) 02/04/2025 -  Anna Lucia -
Anna Lucia Spear King

Anna Lucia Spear King: 

O Instituto Delete foi fundado dentro do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro e, naquela ocasião, eu trabalhava em um laboratório e atendia usuários excessivos, dependentes de tecnologia, pessoas com ansiedade, pessoas com depressão, pessoas com transtorno do pânico, e eles chegavam se queixando de uma dependência da tecnologia.

Ninguém tinha estudado isso e nem sabia do que se tratava. Era muita gente que se apegava ao celular ou computador porque tinha algum transtorno associado. Por exemplo, a pessoa tinha uma fobia social e não conseguia se relacionar. Aí, ficava dependente de relacionamentos por intermédio do computador, mas isso escondia, na verdade, o transtorno que estava ali presente. Ou, então, pessoas compulsivas que nos procuravam para tratamento e eram dependentes de compras on-line, de jogos.

Agência Brasil: 

De lá para cá, você acha que o cenário mudou muito? Principalmente com a pandemia, o Instituto tem sido mais procurado, as pessoas estão mais conscientes desse tipo de dependência?

Anna Lucia Spear King

Sim, foi havendo um aumento progressivo à medida que as pessoas foram interagindo mais com tecnologia. Dos anos 1990 para cá, as pessoas começaram a interagir com as tecnologias todos os dias e por muitas horas, e foram se tornando mais dependentes. Não dependentes patológicas, mas dependentes por lazer, por trabalho.  

A gente começou a ver uma diferença entre essa dependência que todos nós temos da tecnologia, que a gente usa todos os dias e por muitas horas para trabalhar, da dependência patológica, que é a nomofobia. E essa, sim, precisa de tratamento.

As pessoas confundem, acham que só porque usam todos os dias por muitas horas, são viciadas no rigor da palavra. Mas não é verdade. Elas são, às vezes, mal educadas. Usam sem hora, sem limites e regras, mas não precisam de tratamento. Precisam de educação digital.

Agência Brasil

E qual que é essa diferença? Como é que se identifica a nomofobia?

Anna Lucia Spear King: 

Nomofobia é a dependência patológica. Ela geralmente tem um transtorno mental associado que potencializa esse uso, que pode ser uma ansiedade, uma depressão, uma compulsão, um transtorno do pânico. Havendo a associação com algo que já existe na pessoa, esse uso da tecnologia é potencializado e encaminhado para um uso excessivo e patológico.

Quando a pessoa nos procura para tratamento, a gente faz uma avaliação psiquiátrica e psicológica. A gente faz essa avaliação para ver se tem a ver com ela ser mal educada apenas, com não saber usar a tecnologia. Aí, a gente ensina o uso consciente, dá as dicas para ela usar determinadas horas por dia. 

E, se a pessoa tiver nomofobia diagnosticada pelo psiquiatra e pelo psicólogo, ela vai ter, além desse aprendizado de uso consciente, o tratamento psicológico, para entender por que que ela está usando a tecnologia daquela forma. E o psiquiatra vai ver a necessidade ou não de inserir uma medicação junto. Se for uma depressão, uma ansiedade, uma compulsão, geralmente precisa de entrar com medicamento também.

Agência Brasil: 

Como é que as pessoas chegam até vocês? Em que ponto que elas identificam que precisam de ajuda?

Anna Lucia Spear King: 

Quando elas começam a perceber algum sinal de prejuízo na vida delas, seja na área pessoal, social, familiar, acadêmica ou profissional. Elas deixam de entregar o trabalho, ou, então, o chefe manda embora porque a pessoa não larga a tecnologia no trabalho, ou fica usando o tempo todo; têm muitas brigas em casa, porque cada cônjuge fica usando a sua tecnologia e incomodando o outro, gerando ciúme; ou até mesmo têm prejuízo na escola, com diminução das notas.

Agência Brasil: 

Vocês têm recebido muitas pessoas viciadas em jogos e em apostas on-line? Como é o tratamento?

Anna Lucia Spear King: 

Com certeza. O tratamento é psicológico e psiquiátrico. O psiquiatra vai ver se tem algum transtorno associado e o psicólogo vai ensinar pra pessoa o que está acontecendo com ela. Aí mostra os prejuízos que ela vai ter, as perdas que ela está tendo, a separação familiar. Porque todo mundo tem que ficar pagando as contas da pessoa e ninguém quer, né? Então, briga com a família inteira. A pessoa vai se conscientizando que aquele caminho não vai levar nada.

Os jogos são feitos para a pessoa perder. No início, eles até estimulam, dão um valor para você jogar só para te empolgar. Quando você entra naquele jogo e aprende a jogar, você já era. Você começa a perder dinheiro, perder, perder, aí você já se vê viciado. O jogo libera algumas substâncias químicas no cérebro, como dopamina, endorfina e serotonina, que são substâncias que nos dão prazer. Elas agem no setor de recompensa do cérebro.

A pessoa não sabe porque ela é leiga, mas ela está tendo uma enxurrada de substâncias no cérebro que estão dando muito prazer, bem-estar, alegria, felicidade. Quando elas vão para a vida delas, que é meio monótona, que não tem glamour, que não tem nada especial e não são tão felizes, elas pensam assim: "Onde é que eu tava sendo feliz? Lá naquele lugar que eu estava, onde eu estava jogando”. Então, elas voltam para o jogo sem querer, porque era lá que tinha prazer.

Agência Brasil:  

E esse é o mesmo mecanismo das curtidas das redes sociais, não é?

Anna Lucia Spear King: 

Isso. Quando você recebe uma curtida, recebe um elogio, ‘ó, você está linda, você é inteligente’, vai recebendo dopamina, endorfina, serotonina. É por isso que a pessoa quer entrar nas redes sociais o tempo todo para receber apoios e curtidas.

Agência Brasil: 

Quando falamos de crianças e adolescentes, como lidar com o uso das tecnologias?

Anna Lucia Spear King: 

Todo mundo tem que entender que os pais e adultos são responsáveis pela vida digital dos menores de idade. Então, se esses adolescentes estão fazendo uso excessivo, estão ficando viciados em jogos, estão deixando de fazer as prioridades que são a escola, a universidade, as tarefas de casa, isso tudo é porque os pais é que não estão sabendo orientar.

O adolescente não tem que ficar o dia inteiro em um quarto jogando ou usando a internet. Primeiro, porque o menor de idade não pode usar internet sem supervisão de um adulto. A internet é uma porta aberta para o mundo e está cheia de pessoas de má índole, vigaristas, golpistas, pedófilos, gente do mal. Não é só a gente do bem que tem na internet. Não se pode deixar adolescentes ou menores de idade usarem a internet sem supervisão de um adulto vendo com quem tão conversando, quais sites estão acessando.

Muitas vezes, os pais não nasceram na época que a tecnologia entrou nas vidas das pessoas. Eles não aprenderam como usar e não sabem como orientar, porque eles também não aprenderam na época deles. A gente recebe uma educação social desde pequeno, a gente aprende que não pode comer de boca aberta, que tem que comer com garfo e faca, que não pode falar com estranhos. Mas usar a tecnologia ninguém aprendeu desde pequenininho. Então, os pais não sabem educar. Mas, quem paga a internet, quem paga o wi-fi? Quem deixa o filho ficar o dia inteiro no quarto?

Agência Brasil: 

A partir deste ano, por lei, o uso do celular fica restrito em todas as escolas do país. Você acredita que essa restrição ajuda na educação para o uso das tecnologias? O que achou da medida?

Anna Lucia Spear King: 

Eu acho maravilhosa. Só se pode usar a tecnologia com orientação do professor. Eu sou super a favor, porque agora eles têm que interagir, fazer esporte, se socializar, perder a timidez, coisas que fazem parte do desenvolvimento deles. Com celular na mão, cada um se isola no seu canto.

Brasília (DF) 14/02/2025 - Proibição do uso de celulares nas escolas. Alunos brincam no recreio sem o uso de celulares. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Agência Brasil: 

O que é essa educação para o uso das tecnologias? Quais dicas você dá para evitar o uso excessivo?

Anna Lucia Spear King: 

Não usar tecnologia logo que acordar, primeiro levanta da cama, toma o café da manhã. Não usar na hora das refeições. Tem gente que almoça e janta com o celular na mão e nem curte a comida, nem sente o gosto. Outra dica é desligar duas horas antes de dormir para relaxar o cérebro, se sentir descansado.

Não ficar usando tecnologia em locais públicos, em ônibus, metrô, em salas de espera. Quando sai com amigos, quando vai a restaurantes, dar atenção para as pessoas que estão com você e não ficar no celular.

Quem trabalha, usar tecnologia apenas em horário comercial e buscar mostrar para o chefe que ele tem que entender que não deve mandar coisas para o profissional fazer na hora do almoço, nem depois do horário comercial. Ninguém está recebendo hora extra para fica trabalhando o dia inteiro, não é?

E também, quando estiver no trabalho, não ficar usando [para fins pessoais]. Você está sendo pago para trabalhar para aquela empresa. Se você fica usando para coisas pessoais, respondendo seus e-mails pessoais, vendo redes sociais na empresa e recebendo pela empresa, você também está agindo errado.

Nós, do Instituto Delete, não somos contra o uso de tecnologias, pelo contrário, nós somos super a favor, mas que seja usada de modo consciente para que você colha os benefícios e evite os prejuízos que o uso excessivo pode trazer.

(Fonte: Agência Brasil)

Luziânia (GO), 31/10/2024 - A professora Paula Janaína com alunos da educação inclusiva  do Colégio Municipal Professora Ilka Meireles. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O resultado da primeira chamada do programa Pé-de-Meia Licenciaturas está disponível aos estudantes de cursos presenciais de licenciatura, que cumprem os requisitos do programa federal, que incentiva o ingresso na carreira docente.

A consulta pode ser feita no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Os candidatos que não foram aprovados nesta primeira chamada e discordarem do resultado podem entrar com recurso a partir deste sábado (5) até a próxima quarta-feira (9).

O resultado final dos contemplados será divulgado em 14 de abril. Os selecionados devem começar a receber a bolsa mensal de R$ 1.050 em maio.

A partir de segunda-feira (7), o Ministério da Educação (MEC) abrirá a segunda chamada do Pé-de-Meia Licenciaturas. Os estudantes devem fazer o cadastro de currículo e a pré-inscrição na Plataforma Freire.

Estudantes elegíveis

O estudante poderá se candidatar à bolsa do novo programa se tiver ingressado e estiver regularmente matriculado em curso de licenciatura presencial, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), via Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (Prouni) ou pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) Social.

Outro requisito para ser elegível é que o candidato tenha obtido alto desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, com nota igual ou superior a 650 pontos.

Para continuar a receber a bolsa mensal, o estudante deve cursar a quantidade de créditos obrigatórios de cada período e ser aprovado nas matérias em que está efetivamente matriculado.

A bolsa

O programa do Ministério da Educação (MEC) concede apoio financeiro de R$ 1.050 aos estudantes dos cursos de licenciatura que se cadastrarem para a bolsa e forem aprovados. O valor mensal é dividido em:

  • bolsa mensal de R$ 700, disponível para saque a qualquer momento d o período regular do curso; 
  • incentivo à docência de R$ 350, na modalidade de poupança, que poderá ser resgatado após a conclusão do curso, se ingressar na rede pública de educação básica, no prazo de até cinco anos após concluir o curso. 

As bolsas serão pagas pelo MEC, por meio da Capes, do início até o fim do curso. Os valores serão destinados diretamente aos estudantes, limitado a 48 parcelas.

Pé-de-Meia Licenciaturas

O Pé-de-Meia Licenciaturas, como é chamada a Bolsa de Atratividade e Formação para a Docência, é um dos eixos do programa Mais Professores para o Brasil que integra ações para valorizar o magistério e qualificar a educação básica no país.

O suporte financeiro do Pé-de-Meia Licenciaturas tem a finalidade de incentivar a docência, permitindo aos beneficiados que se dediquem integralmente às atividades acadêmicas e ao estágio supervisionado obrigatório do curso.

Adicionalmente, o pagamento do incentivo tem os objetivos de atrair estudantes com alto desempenho para as licenciaturas e para a carreira docente; reduzir a evasão nos cursos de licenciatura; e incentivar o ingresso de concluintes das licenciaturas nas redes públicas de ensino.

De acordo com dados de 2023 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a taxa de desistência acumulada das licenciaturas variou de 53% nos cursos de pedagogia a 73% em física.

Mais informações sobre o programa estão disponíveis no site do Pé-de-Meia Licenciaturas, o telefone da Central de Atendimento: 0800 616161 (opção 7); e o e-mail: [email protected] . 

(Fonte: Agência Brasil)

Nos últimos anos, um grupo de pesquisadores especializados no estudo de serpentes e lagartos do cerrado brasileiro deparou-se com uma constatação curiosa. Ao buscar animais para coleta, esses cientistas passaram a encontrá-los, com frequência, abrigados em cupinzeiros.

Mas não eram cupinzeiros normais, habitados por cupins, mas sim estruturas invadidas e modificadas por outros insetos, as larvas de besouro do gênero Actinobolus, que se aproveitam desse ambiente para se alimentar e fazer a metamorfose para a fase adulta. Esses invasores abrem enormes túneis, amplos o suficiente para que répteis e inclusive outros animais, como pequenos mamíferos e aves, os usem como abrigos.

“Mesmo sem as larvas, vários animais usam, mas geralmente animais de menor porte. Mas aí quando eles comem o ninho, outros animais de maior porte, inclusive mamíferos e aves, conseguem entrar no cupinzeiro e usar como abrigo”, explica o pesquisador Reuber Brandão, da Universidade de Brasília (UnB) e da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN).

A descoberta foi feita em parceria com o pesquisador Luís Felipe Carvalho de Lima, na Reserva Natural Serra do Tombador, uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) mantida pela Fundação Boticário, em Cavalcante (GO). Os pesquisadores constataram que os cupinzeiros modificados pelas larvas de besouros protegem os répteis, mamíferos e aves de situações como incêndios e períodos de seca, já que garante a manutenção da umidade e temperatura mesmo em situações mais extremas como queimadas.

Mas, como muitas interações ecológicas, há um saldo negativo para uma das espécies. Nesse caso, os prejudicados são os cupins, que acabam tendo sua colônia destruída e inabitável para a espécie.

“As larvas de besouro evoluíram para conseguir acessar o ninho e comem o ninho. Eles comem larvas de cupins e cupins que não fogem. Enfim, eles matam a colônia”, afirma Brandão.

Mudanças climáticas

Na pesquisa, foi constatado que, por enquanto, as invasões de cupinzeiros pelo Actinobolus são raras, ocorrendo em apenas 2% dos 179 cupinzeiros pesquisados. Há, no entanto, uma dúvida em relação ao futuro dessa interação diante de um cenário de mudanças climáticas.

“Sem o trabalho de manutenção dos cupinzeiros pelos cupins, eles acabam erodindo com o tempo. Os cupinzeiros mortos são mais efêmeros do que aqueles ativos. Uma preocupação que a gente tem é com as mudanças climáticas no cerrado, com menos chuvas previstas e maiores temperaturas. Isso vai favorecer mais ou vai favorecer menos o besouro?”, destaca Brandão.

Não se sabe, por exemplo, como o aumento das queimadas, com um cerrado mais quente e menos úmido, afetará as relações entre esses diferentes animais. Se o besouro se favorecer nesse novo cenário, ele poderá aumentar os abrigos para os animais maiores durante as queimadas, em um curto prazo. Por outro lado, a longo prazo, isso poderá ter um efeito oposto: reduzir os abrigos, uma vez que poderá haver menos cupins para construir novos cupinzeiros.

Isso também poderá reduzir a oferta de nutrientes para as espécies que se alimentam de cupins, como os tamanduás.

“Os cupins são a maior biomassa animal do cerrado. Não tem nenhum animal no cerrado que tenha tanta biomassa quanto eles. Então eles são a base alimentar de todo o cerrado. Desde invertebrados até tamanduás vão comer cupins”.

Portanto, nos próximos anos, a pesquisa continuará acompanhando o comportamento dos besouros e os efeitos de suas atividades no cerrado, além dos impactos que as mudanças climáticas terão sobre as relações ecológicas.

“A gente está muito preocupado com o que vai acontecer com os cupinzeiros. A gente sabe que os balanços ecológicos estão sendo afetados tanto pela atividade humana – de ocupação do território, de uso da água, de ocorrência de fogo de origem antropogênica – como também pelas mudanças em um prazo um pouco maior associadas ao cerrado, como a diminuição das chuvas e o aumento da temperatura. Isso vai ter impacto a longo prazo”.

(Fonte: Agência Brasil)

Acesso internet celular

Nove em cada dez brasileiros têm acesso à telefonia móvel, de acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), divulgados nesse sábado (5), Dia das Telecomunicações.

De acordo com o levantamento, a maior parte da população brasileira com acesso à telefonia móvel reside em capitais e regiões metropolitanas.

Os dados indicam também que 4.363 municípios brasileiros contam com infraestrutura de fibra óptica — o que proporciona mais velocidade, estabilidade e eficiência energética em serviços de telecomunicações.

A Anatel aponta, também, a chegada da tecnologia 5G a 1,3 mil municípios brasileiros, e aposta no avanço do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê a instalação do 5G nos mais 5,5 mil municípios do país.

O Novo PAC também inclui a expansão da tecnologia 4G para 6,8 mil distritos, vilas e áreas rurais distantes dos grandes centros urbanos.

Em nota, o secretário de Telecomunicações da Anatel, Hermano Tercius, destaca que a expansão dos serviços de comunicação no Brasil enfrenta desafios devido à extensão territorial do Brasil e às áreas de difícil acesso. “Esse é o nosso desafio. O principal deles é levar conectividade de forma satisfatória e, ao mesmo tempo, evoluir em outros indicadores da conectividade significativa, como o letramento digital”, declarou.

Satisfação dos consumidores

Em março, a Anatel divulgou os resultados da sua décima edição da Pesquisa de Satisfação e Qualidade Percebida a respeito de serviços de telecomunicações: telefonia fixa, telefonia celular (pré-paga e pós-paga), internet fixa e TV por assinatura.

Em 2024, mais de dois terços dos consumidores pesquisados de todos os serviços se consideravam satisfeitos ou muito satisfeitos com a prestação do serviço de telecomunicações, de acordo com a Escala CSAT (Customer Satisfaction Score). Enquanto isso, mais de 10% dos consumidores se declaram muito insatisfeitos ou insatisfeitos.

No questionário da pesquisa, também são realizadas perguntas sobre os padrões de uso dos consumidores, tecnologia, do Wi-fi, telefone fixo.

Sobre a tecnologia das redes celulares utilizada com maior frequência, apesar da rede 4G ser a mais utilizada, mais de 64% dos consumidores de celular pós-pago e 67% dos consumidores de celular pré-pago, houve crescimento na percepção de uso mais frequente da rede 5G.

Quanto à tecnologia para prestação do serviço de internet fixa, 78% dos consumidores usam fibra ótica.

Entre os entrevistados que contratam o serviço de telefonia fixa, 16% responderam que o telefone fixo é o principal meio para realizar chamadas de voz quando está em sua residência. Estes usuários são os que possuem maior idade no grupo, menor renda média e em sua maioria do sexo feminino.

Por último, 67% dos entrevistados que contratam o serviço de televisão por assinatura declararam usar o serviço diariamente.

A pesquisa foi realizada entre os meses de julho e novembro de 2024, com 64 mil consumidores dos serviços de telefonia fixa e celular, internet fixa e TV por assinatura que eram clientes das prestadoras Algar, BrSuper, Brisanet, Claro, GB Online, Ligga, Oi, Proxxima, Sky, Tely, Tim, Unifique, Valenet, Vero e Vivo. 

A pesquisa de opinião é realizada anualmente. Os resultados desta edição - e das anteriores - podem ser consultados e baixados na página da Pesquisa no portal da Anatel.

(Fonte: Agência NBrasil)