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O Brasil, assim como outros países da América Latina, tem dificuldade em atrair jovens talentosos para a carreira de professor. Essa é uma das conclusões do estudo “Profissão Professor na América Latina – Por que a docência perdeu prestígio e como recuperá-lo?”, divulgado, nesta sexta-feira (27,) pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

No Brasil, apenas 5% dos jovens de 15 anos pretendem ser professores da educação básica, enquanto 21% pensam em cursar engenharia. No Peru, o índice dos que pretendem optar pela docência é de menos de 3%, contra 32% que querem se tornar engenheiros. Por outro lado, em países onde a profissão é mais valorizada, o interesse tende a ser maior, como na Coreia do Sul, onde 25% dos jovens têm a intenção de lecionar e, na Espanha, onde o índice chega a quase 20%.

Entre as razões para o desinteresse para atuar na educação básica estão, segundo a pesquisa, os baixos salários. “Mesmo nos últimos anos, após uma década de incrementos nos salários dos professores, eles continuam a ganhar consideravelmente menos do que outros profissionais”, enfatiza o texto.

A partir dos dados das pesquisas domiciliares no Brasil, Chile e Peru, o estudo do BID mostra que os educadores ganham cerca da metade da remuneração de profissionais com formação equivalente. No Equador, a diferença é menor, mas os professores ainda recebem 77% da remuneração de outras áreas. No México, os vencimentos dos trabalhadores da educação são de 83% dos de outros ramos.

Falta de infraestrutura

Além da questão financeira, o estudo aponta para as condições de trabalho como razão do desinteresse dos jovens pela docência. “Muitas vezes, a infraestrutura das escolas latino-americanas é deficiente em relação a equipamentos e laboratórios e até mesmo em termos de serviços básicos”, ressalta o documento.

O estudo menciona as informações levantadas pelo Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação em 2013 sobre escolas de 15 países latino-americanos, incluindo o Brasil. Na ocasião, foi constatado que 20% dos estabelecimentos de ensino não tinham banheiros adequados, 54% não tinham sala para os professores e 74% não contavam com laboratório de ciências.

Desinteresse

O estudo aponta ainda que muitos jovens acabam seguindo a carreira docente “por eliminação, não por vocação”. Recuperando dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2008, a pesquisa destaca que, à época, 20% dos estudantes de ensino superior com foco no magistério haviam feito a opção para ter uma alternativa caso não conseguissem outro emprego, e 9% por ser a única possibilidade de estudo perto de casa.

“Ser professor na América Latina não é uma carreira atraente para jovens talentosos do ponto de vista acadêmico. Não se pode ignorar o fato de que muitos futuros professores decidem frequentar um curso de carreira docente exatamente por ser uma carreira mais acessível no aspecto acadêmico, e não necessariamente por terem uma vocação pedagógica”, analisa o estudo.

Reflexos

Esse problema tem, com outros fatores, reflexos no desempenho dos estudantes. Os dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), citados pela pesquisa, mostram, por exemplo, que os conhecimentos em leitura, matemática e ciências dos jovens de 15 anos da região está dentro dos 40% dos com pior resultado entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O percentual dos estudantes que não atingem o nível básico das competências é mais do que o dobro da média da OCDE.

(Fonte: Agência Brasil)

Nesta sexta-feira (27), os olhos do mundo inteiro estarão voltados para o céu. No fim do dia, terá início o maior eclipse lunar já registrado neste século. Este tipo de fenômeno ocorre quando o Sol, a Terra e a lua ficam alinhados nesta ordem e o planeta faz sombra sobre a última, diminuindo ou até mesmo impedindo a iluminação do corpo. Brasileiros se organizam para contemplar o evento, que deve durar pouco menos de duas horas.

Um atrativo será a iluminação por um efeito laranja avermelhado na Lua, que ganhou o nome de “Lua de Sangue”. A razão das cores é a atmosfera terrestre. “O vermelho depende da quantidade de poluição suspensa na atmosfera, que pode ser partícula de pó lançada por vulcões. Quando a atividade vulcânica aumenta, ela fica mais vermelha. Quando isso não acontece, ela continua no tom mais alaranjado”, explica o tecnologista da Agência Espacial Brasileira, Ademir Xavier.

O espetáculo atrai atenções de diversas pessoas, desde aquelas envolvidas com astronomia até cidadãos curiosos com o fenômeno. Um primeiro aspecto que merece atenção para quem quer acompanhar são os horários. Como o eclipse ocorrerá no fim da tarde, ele terá características especiais diferentes daqueles na parte da noite.

Horários

A Lua nascerá em horários diferentes nas cidades brasileiras, começando no litoral. Segundo a Sociedade Astronômica Brasileira, entre as capitais a primeira deve ser Recife (17h15), seguida por Vitória (17h18), Natal (17h19), Salvador (17h22), Rio de Janeiro (17h26) e Belo Horizonte (17h34). A visibilidade total se dará em apenas parte do país, nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.

Segundo o professor do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Eduardo de Brito, o efeito laranja avermelhado não será visível em todos os pontos do Brasil, mas apenas para as cidades mais próximas do litoral.

“Quando já estiver bem escuro, a Lua vai estar escondida e vai ter um tom mais avermelhado. Assim que a Lua nascer, por volta das 18h, vai ser possível conferir a Lua escondida. Assim que o Sol sumir, as pessoas vão conseguir ver a Lua avermelhada”, explica Brito. Em regiões mais no centro do país, como em Brasília, esse aspecto não deve ficar tão perceptível.

Instrumentos

Embora o eclipse tenha uma visibilidade diferenciada dependendo do ponto onde o observador estiver, a Lua ficará bem visível a olho nu. Quem quiser conferir com maior nitidez a superfície dela ou o efeito laranja avermelhado pode usar telescópios, lunetas binóculos ou até mesmo câmeras fotográficas equipadas com lentes contendo bons “zooms”.

Além da Lua, no eclipse lunar desta sexta-feira, o planeta Marte também ganhará visibilidade, e instrumentos de observação podem contribuir para conferir este e outros planetas, como Vênus, Júpiter e Saturno.

Atividades

Variados grupos se mobilizam para acompanhar o espetáculo. Em Brasília, o clube de astronomia da cidade vai reunir interessados na Praça dos Três Poderes, com instrumentos de observação disponíveis aos interessados. “Vamos ter telescópios e pessoas que possam explicar o fenômeno. Aqui em Brasília, vamos pegar só o fim do eclipse, mas até 19h20 a Lua vai estar saindo da sombra da Terra”, conta o presidente do clube, Augusto Ornellas.

Diversas universidades vão abrir seus observatórios para que curiosos possam acompanhar o espetáculo. Será o caso da Universidade Federal de São Carlos e da Universidade Federal do Ceará. Em Campinas, o observatório municipal, o primeiro do país, vai também disponibilizar telescópios em uma sessão guiada para observar a Lua e o planeta Marte. As inscrições foram encerradas devido à grande procura.

Em São Paulo, o Centro Cultural Butantã (CCB) vai promover um evento em seu terraço para os observadores. Em Niterói, a prefeitura vai abrir o Parque Municipal para que moradores possam acompanhar o eclipse do local. Os portões ficarão abertos até as 20h.

Como fotografar o eclipse lunar

O coordenador de fotografia da Agência Brasil, Marcello Casal Jr., dá algumas dicas de como fotografar o eclipse lunar:

- Usar um tripé e disparador remoto. A recomendação vale para câmeras ou “smartphone”

- Evitar movimentos bruscos para que a câmera ou o celular não vibrem

- No caso de câmeras profissionais, usar o ISO corretamente. O ISO mede a sensibilidade do sensor à luz. Quanto maior o ISO, mais sensível ele está e, com isso, amplia a claridade e captação de luz. Quanto menor o ISO, menos informações serão captadas

- No caso de “smartphones”, que têm sensor pequeno e lente de dimensões reduzidas, é importante um bom enquadramento. A captação de nuvens pode ajudar a compor uma boa foto. "Timelapses” podem render boas e lindas misturas de fotografia e vídeo que captam a mudança de luz.

(Fonte: Agência Brasil)

 

Mais um importante passo foi dado para a construção do Campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), na cidade de Vitorino Freire. Nesta semana, foi publicada, no “Diário Oficial da União”, a licitação da obra que irá beneficiar a população de Vitorino Freire e de diversos municípios vizinhos. Os recursos para a construção do Campus do IFMA na região foram viabilizados por meio de emenda do deputado federal Juscelino Filho (DEM), que está empenhado nessa causa há bastante tempo.

Ao tomar conhecimento da publicação no “Diário Oficial da União” da obra do Campus do IFMA de Vitorino Freire, Juscelino Filho comemorou mais esta conquista para o Estado do Maranhão. Para o deputado, investir em educação é fundamental para que outros setores possam evoluir.

“Essa é a realização de um sonho. Estamos investindo no ‘campus’ e isso, também, vai alavancar todos os setores econômicos da região, assim como também será um ponto de partida para ingresso ao mercado de trabalho. Vitorino tem potencial, o que nos incentiva a buscar investimentos e, assim, criar oportunidades para nossa juventude e melhorar, em escala, a qualidade da vida do vitorinense”, afirmou o parlamentar.

A construção de um Campus do IFMA em Vitorino Freire já havia sido garantida pelo Ministério da Educação em 2016 após compromisso firmado em reunião em Brasília entre o deputado federal Juscelino Filho, o ministro da Educação, Mendonça Filho, e o reitor do IFMA, Roberto Brandão.

Além de beneficiar a cidade de Vitorino Freire, o Campus do IFMA irá beneficiar, diretamente, os municípios vizinhos como Olho d’Água das Cunhãs, Brejo de Areia, Bom Lugar, Altamira do Maranhão, Marajá do Sena, Paulo Ramos, entre outros.

“Pessoas mais bem instruídas têm empregos melhores, salários maiores. Educação de qualidade para todos é condição essencial para o desenvolvimento do país e é isso que queremos para o nosso Estado”, comentou o deputado Juscelino Filho.

Licitação

De acordo com a publicação do “Diário Oficial da União”, a abertura de propostas do processo licitatório para escolher a proposta mais vantajosa para a execução dos serviços de engenharia necessários para a construção da sede do Campus do IFMA em Vitorino Freire terá início no dia 16 de agosto.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Destaque da Mesa “Barco Com Asas”, na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), a portuguesa Maria Teresa Horta faz questão de se declarar poetisa, demarcando o feminino da palavra poeta. Perseguida por escrever textos eróticos no período em que Portugal vivia um governo fascista, ela contou com orgulho ao público da Flip que enfrentou o poder político de seu tempo em nome da liberdade.

“Eu sou uma mulher da liberdade. Eu escrevo porque quero a liberdade", disse Maria Teresa, que publicou o livro “Novas Cartas Portuguesas” com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, sendo chamadas de as Três Marias. A obra foi publicada três anos antes da chamada Revolução dos Cravos e denunciou para o mundo o autoritarismo vigente em Portugal. A Revolução dos Cravos foi o movimento ocorrido em 1974 que derrubou o regime salazarista em Portugal.
"Houve uma solidariedade muito grande, e a solidariedade faz parte do feminismo", disse a escritora, aclamada pelo público que acompanhava sua mesa, ao proclamar: "Feminismo é a solidariedade entre mulheres”.

Maria Teresa arrancou risadas da plateia quando contou que, ainda criança, dizia que era muda, sendo logo corrigida por seu pai: "Se fosse muda, ela não conseguiria dizer que é muda", brincava ele.

"Eu era muda porque me faltava aprender a escrita. Não era só saber ler, era aprender a escrever", disse ela. "Eu sufoco se não escrevo. Escrevo por paixão. Sou apaixonada pela poesia", afirmou Maria Teresa, que participou da Flip apenas por vídeo. A curadora da Flip, Joselia Aguiar, explicou que a poetisa não viaja de avião, e não foi possível encontrar um navio que a transportasse para o Brasil nessa época do ano.

Dialogaram com Maria Teresa as poetisas brasileiras Júlia de Carvalho Hansen e Laura Erber, que são ávidas leitoras da poesia portuguesa e se consideram influenciadas por autores do outro lado do Atlântico.

Júlia de Carvalho Hansen morou seis anos em Portugal, para onde se mudou em busca de uma redescoberta de sua própria língua. "Imediatamente, percebi que havia na minha convivência com a língua em Portugal a possibilidade de reinventar a escrita em muitos caminhos", disse ela, que, além de escritora e editora, é também astróloga.

"Meu poema funciona como uma espécie de oráculo. Eu escrevo, e ele me mostra uma realidade ou uma diferença, uma ausência que está em mim, mas não era visível", enfatizou Júlia.

Ela defende a astrologia como uma forma de conhecimento sensível e livre, que resistiu tanto à época em que a religião a tachava de bruxaria quanto aos ataques da ciência. Para ela, a astrologia dá a seu trabalho a noção de que o tempo é cíclico, e a clareza de entender a sincronicidade entre as coisas. "Astrologia são pessoas interpretando ligações sensíveis entre os acontecimentos e o céu".

Outro universo

Laura Erber contou que seu interesse pela literatura portuguesa ganhou força quando ela cursou Letras. Hoje, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), ela concorda que o português de Portugal pode abrir todo um horizonte para autores e leitores brasileiros. "Você descobre uma outra língua que é a sua, mas você não domina. Isso abre outro universo de literatura e de língua".

Para a autora, escrever é também metabolizar sua própria experiência de leitura, pondo para fora as sensações e estranhamentos causados por ela.

Ao responder como decidiu se tornar poeta, Laura explicou que o poeta é alguém que está permanentemente se tornando, pois o poema se encerra, e o fazer poético precisa recomeçar para que o poeta não deixe de ser.

"A leitura é a experiência mais radical e mais revolucionária subjetivamente. Ela é básica e é extrema", disse ela em outro momento.

(Fonte: Agência Brasil)

As pessoas que não tiveram a oportunidade de concluir seus estudos na idade apropriada e, atualmente, estão detidas em unidades prisionais ou socioeducativas têm até amanhã (27) para se inscreverem no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para Pessoas Privadas de Liberdade (Encceja Nacional PPL) 2018.

A aprovação nas provas é uma forma de regularizar o nível escolar dos candidatos que precisam ter, no mínimo, 15 anos para tentar a certificação do ensino fundamental e, pelo menos 18, no caso do ensino médio.

As inscrições para o exame começaram no último dia 16. Quem faz a inscrição é o responsável pedagógico das unidades prisionais e socioeducativas que aderiram, entre 9 e 20 de julho, ao Encceja. Esse mesmo responsável irá acompanhar os resultados e pleitear a certificação do participante.

Datas das provas

As provas estão previstas para os dias 18 e 19 de setembro e serão divididas em quatro testes objetivos, com 30 questões de múltipla escolha e uma redação.

Para obter o certificado ou declaração de proficiência, o participante deve conseguir, no mínimo, 100 pontos em cada uma das áreas de conhecimento, o que corresponde a 50% do total distribuído.

O exame para o ensino fundamental inclui questões de Ciências Naturais, História e Geografia, Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Artes, Educação Física, Redação e Matemática.

Para o ensino médio, o exame exigirá conhecimento nas áreas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias, Linguagens e Códigos e suas Tecnologias, Redação e Matemática e suas Tecnologias.

Na edição do ano passado, 74,1 mil pessoas privadas de liberdade se inscreveram no Encceja Nacional PPL. Do total, 44,1 mil buscavam a certificação do ensino fundamental e quase 30 mil, a certificação do ensino médio. As provas foram aplicadas em 1.329 unidades prisionais.

(Fonte: Agência Brasil)

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A Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP/FGV) lançou, nessa quarta-feira (25), a Sala da Democracia Digital - #observa2018, com objetivo de analisar o debate público nas redes sociais e identificar ações de desinformação nas eleições deste ano, as chamadas “fake News”. A Sala da Democracia Digital vai funcionar na sede da FGV, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro.

O pesquisador da DAPP Amaro Grassi disse que, embora nas eleições passadas a “internet” e as redes sociais tenham tido um papel importante, nada se compara ao que se vai presenciar no pleito deste ano, tanto na presença e no impacto da “internet”, como, sobretudo, o fenômeno da desinformação. Para ele, é preciso verificar como ações práticas que podem ser classificadas como nocivas ao debate democrático vão influenciar as discussões no Brasil.

“São os robôs, as ‘fake news’, as ações coordenadas de ataques contra adversários. Como isso pode distorcer e afetar o processo de debate sobre a agenda do país, sobre os candidatos e sobre os partidos. Em um contexto de crise, acompanhar isso e dar transparência a este tipo de questão foi o objetivo primeiro dessa iniciativa”, disse Grassi.

Segundo ele, a Sala de Democracia Digital vai aplicar a metodologia que a DAPP desenvolveu nos últimos anos, com o qual faz a coleta de informações e de dados de redes sociais, para analisar o que as pessoas estão comentando sobre políticas públicas, os presidenciáveis e os principais atores políticos.

Divulgação

Todo o material produzido será publicado no “site” da sala. O acompanhamento e a análise dos pesquisadores serão diários e, uma vez por semana, haverá o estudo consolidado do período. Conforme o pesquisador, podem, eventualmente, ser publicados ainda alguns estudos mais aprofundados.

“A ideia é que a gente consiga responder aos principais eventos da campanha em até 24 horas. Seja um debate, uma polêmica, uma entrevista, que a gente consiga mensurar o impacto e a repercussão que esse evento teve nas principais redes, como Twitter, Facebook, Youtube e disponibilizar a interessados em geral, informações qualificadas e o que está se passando nesse ambiente digital, nessa grande arena de debates que hoje gera tanta polêmica e desinformação como se tem falado ultimamente”, completou.

Grassi acrescentou que, quando houver suspeita de notícias falsas, elas serão encaminhadas para agências de checagem das mensagens para verificar a veracidade e, a partir daí, analisar o impacto que tiveram na rede em geral.

Campanhas internacionais

O pesquisador destacou que percebendo as eleições em outros países, entre eles, os Estados Unidos, é possível esperar o que vai ocorrer no caso do Brasil. “Informado por processos eleitorais recentes no mundo, a gente vai acompanhar e buscar mitigar o efeito dessas ações que hoje já se sabe que tiveram impacto, embora não se saiba quanto, em eleições como as dos Estados Unidos, que são as mais faladas, mas também no Reino Unido, na Alemanha e na França. É um projeto para, pelo menos, mitigar o efeito que essas ações possam ter na eleição brasileira”, afirmou.

Apesar de ainda não haver condições de avaliar como será o impacto da iniciativa, na visão de Grassi, as ações de desinformação podem mudar o perfil da eleição brasileira. “Vai mudar porque não dá para desconsiderar os canais de campanha e de disseminação de informação em TV, rádio e nas campanhas de rua. Sem dúvida a “internet” e as redes sociais vão cumprir um papel importante e a gente não vai subestimar isso”, observou.

Seminário

Para o lançamento da sala, a DAPP organizou um seminário sobre o impacto das redes sociais nas eleições no Brasil e no mundo. No encontro, foi apresentado um levantamento inédito da FGV DAPP com 5.415.492 tuítes avaliados entre 22 de junho e 23 de julho. O estudo mostrou a ação de robôs na pré-campanha presidencial.

De acordo com o trabalho, as interações motivadas pela ação de perfis automatizados, nesse período, corresponderam a 22,17% dos tuítes de perfis ligados ao campo da esquerda e que compõem tradicionalmente a base do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; 21,96% relacionados ao campo conservador e alinhados ao deputado Jair Bolsonaro; 16,18% ligados ao campo de centro (não alinhados a nenhum dos “polos” tradicionais); e 3,99% ligados ao grupo de centro-esquerda (sem predomínio de nenhum ator político em particular).

“Com esse cenário, as redes vão ter um papel muito importante de hiperdimensionamento diferente do que vimos historicamente. Vemos, nesta análise, extremos bastante operantes no que se refere ao uso de robôs”, disse o diretor da FGV DAPP, Marco Aurelio Ruediger.

A iniciativa da FGV DAPP conta com parceria do Digital Forensic Research Lab (DFRL), do Atlantic Council; do Instituto de Tecnologia e Equidade (IT&E); do Moore-Sloan Data Science Environment, da New York University (NYU); e da Escola de Direito de São Paulo da FGV. Conta ainda com um comitê de Observadores de Democracia Digital, formada por uma rede de entidades parceiras da FGV DAPP.

(Fonte: Agência Brasil)

Ampliar o número de representantes negras na política institucional brasileira é o objetivo da campanha mulheresnegrasdecidem.org, lançada no Rio de Janeiro, em comemoração ao Dia da Mulher Negra Latino e Caribenha, lembrado hoje (25), pela Rede Umunna. A meta é estimular mais mulheres negras a participar da política.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres negras são menos de 1% na Câmara dos Deputados. Dos 513 parlamentares, 52 são mulheres, sendo 7 negras, segundo o critério do IBGE, que considera população negra a soma de pretos e pardos.

A coordenadora de Comunicação da Rede Umunna, Gabriele Roza, disse que a meta é qualificar o debate sobre a participação das mulheres negras na política. A plataforma desmistifica alguns mitos, como “negros não votam em negros”, “mulheres negras, se eleitas, só defenderiam pautas de mulheres negras”, “mulheres negras não têm formação para ocuparem cargos de poder”, entre outros.

A análise dos mapas de votação da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), em 2014, e da vereadora Marielle Franco, em 2016, mostra que a primeira teve votos em todas as 249 zonas eleitorais do Estado, enquanto a segunda obteve votos nas 97 zonas eleitorais da capital fluminense. Outro dado mostra que 35% das mulheres negras candidatas em 2014 tinham curso superior.

O diagnóstico traçado na plataforma indica que apenas 2,51% das despesas de todos os candidatos ao Legislativo, em 2014, estava relacionada a candidaturas de mulheres negras, e que as chances de elegibilidade são ainda reduzidas.

Fortalecimento

Para Gabriele, os movimentos sociais e um número cada vez maior de mulheres negras ativistas aparecendo na televisão e nos debates favorecem o aumento da representatividade feminina e negra na política nacional.

“Isso tudo fortalece o movimento de mulheres negras e a candidatura de mulheres negras que usam a identidade negra como ativo político. Esse contexto é muito favorável para aumentar o número de participação neste ano de mulheres negras, tanto como votantes, como políticas e eleitas”.

Poder

Para a deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB-RJ), a mulher negra tem que se sentir em condições de ocupar o “status” de poder. “É necessário que ela se sinta com representatividade para ocupar mais cargos na política”.

Ela lembra que a mulher negra recebe menores salários quando comparada a mulheres brancas e também a homens negros. Na política, os números de subrepresentação se mantêm. Ela acredita, entretanto, que haverá maior participação de mulheres negras este ano. Segundo a deputada, as mudanças recentes na legislação também foram fundamentais para que os partidos financiem campanhas de mulheres e garantam mais tempo na televisão.

Apesar de responderem por 55,6 milhões de pessoas no Brasil e chefiarem 41,1% das famílias, as mulheres negras no Brasil recebem, em média, 58,2% da renda das mulheres brancas, de acordo com o Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça. O estudo se baseou em séries históricas de 1995 a 2015 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.

Caminhos

Na avaliação da coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado (MNU), Iêda Leal de Souza, são vários os caminhos para que a mulher negra tenha mais representatividade no cenário político nacional. Na avaliação dela, as mulheres precisam participar da vida partidária e procurar garantir os financiamentos – peça principal para alavancar a campanha de mulheres.

Iêda destacou que as mulheres negras têm de estar à frente também da direção dos partidos e fazer com que o estatuto e as propostas aprovadas, como a cota de 30% de mulheres e o financiamento para as campanhas, sejam atendidas plenamente.

“Nós temos que estar dentro das estruturas, para fazer com que essa pauta seja prioridade e, logicamente, ampliando nisso a presença das mulheres negras dentro dessa esfera”.

Preparação

Primeira mulher negra a se eleger para a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, em 1982, e a primeira senadora negra eleita no Brasil, em 1994, Benedita da Silva diz que as mulheres negras estão se preparando para essas eleições.

Segundo a deputada federal, cabe aos partidos políticos fortalecer e ajudar com recursos partidários as campanhas das mulheres. “Uma coisa que a mulher negra sofre é o fato de não ter dinheiro para enfrentar essas campanhas e como elas acontecem”, disse Benedita em entrevista à Agência Brasil.

É preciso também que os partidos coloquem à disposição os 30% que as mulheres negras candidatas têm direito.

Segundo a deputada federal, a população negra sofre muitos ataques pelas redes sociais. “É uma coisa terrível, vexatória. Por isso, é muito importante que nós estejamos nesses espaços para podermos expressar e, ao mesmo tempo, ajudar a formular políticas públicas”.

Para Benedita da Silva, a bandeira das mulheres negras candidatas é a defesa de direitos.

No próximo domingo (29), está marcada a Marcha das Mulheres Negras do Rio de Janeiro, a partir das 10h, na Praia de Copacabana. A concentração será no Posto 4, para caminhada até o Leme, zona sul da capital. Com o tema “Mais Mulheres no Poder”, as representantes do movimento negro vão relembrar o caso da vereadora fluminense Marielle Franco, cuja morte completou quatro meses ainda sem solução.

(Fonte: Agência Brasil)

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Pesquisadores italianos anunciaram, nesta quarta-feira (25), que, pela primeira vez, têm provas da presença em Marte de água liquida, além de salgada, em um lago subterrâneo localizado sob uma camada de gelo, graças aos resultados do radar instalado na sonda Mars Express da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

A importante descoberta assinada por uma equipe de pesquisadores italianos conclui que em uma região chamada Plamun Australe, localizada na camada de gelo do polo sul de Marte, o perfil que o radar desenha é muito similar ao dos grandes lagos de água líquida encontrados sob o gelo na Terra, em regiões como a Antártida e a Groenlândia.

A pesquisa, que foi publicada, nesta quarta-feira, pela revista especializada “Science”, foi apresentada hoje, na sede da Agência Espacial Italiana (ASI, na sigla em italiano) e considerada por seu presidente, Roberto Battiston, como "a mais importante dos últimos anos".

Para chegar a essas conclusões, a equipe de cientistas italianos obteve 29 conjuntos de amostras do radar, com as quais mapeou uma área que mostrava uma mudança muita acentuada a 1,5 quilômetro sob a superfície do gelo e que se estendia por cerca de 20 quilômetros.

Roberto Orosei, o principal pesquisador deste estudo e responsável científico do radar Marsis instalado na sonda Mars Express, explicou que o equipamento "captou ecos procedentes do subterrâneo desta região e estes eram mais fortes que os ecos da superfície. Esta circunstância só acontece quando há água subglacial como na Antártida".

Orosei explicou para a “Agência EFE” que foram necessários vários anos para se chegar a essas conclusões. Para isso, foram eliminadas uma a uma todas as outras explicações possíveis até que se chegou a evidência de que se tratava de água.

O estudo garante que se trata de água salgada, pois isto é o que permitiria que, com a pressão da camada de gelo, o lago subterrâneo permanecesse em estado líquido apesar de estar a uma temperatura entre -30 e -70 graus Celsius, como ocorre na Terra.

Para isso, Orosei citou como exemplo o Lago Vostok, o maior dos quase 400 lagos subglaciais conhecidos da Antártida, e cuja água se mantém liquida devido ao peso exercido pela densa camada de gelo.

Os cientistas não descartam também a possibilidade de encontrarem um "deposito biológico" nesse lago marciano, já que está provado que algumas bactérias podem sobreviver a baixas temperaturas e, sobretudo, graças à salinidade.

No entanto, segundo Orosei, encontrar alguma evidência será difícil e seriam necessários muitos anos, pois é preciso perfurar o local.

Para Orosei, este é um grande início para continuar analisando o Planeta Vermelho com a sonda Mars Express, que foi lançada em 2003 com o objetivo de estudar a atmosfera marciana, sua geologia e para buscar vestígios de água.

(Fonte: Agência Brasil)

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"Uma coisa acontece dentro de mim para eu me colocar em determinada posição para escrever. Junto com essa coisa vem o que você sentiu, o que você amou, leu, e vem também um lastro de escolaridade, de cultura. Porque não existe 'não, escrever tem que ser espontâneo'. Qualquer cretino pode ser espontâneo. Então, eu acho que a literatura vem desse conflito entre a ordem que você quer e a desordem que você tem".

Mediadora desse conflito em poesia e prosa, Hilda Hilst é a autora homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty de 2018, em uma edição que promete debater aspectos mais introspectivos, conectando-se a questões do corpo, da alma e do erotismo, sem abandonar debates de escopo social como o racismo e a igualdade de gênero.

Em trechos como o citado acima, presentes na coletânea de entrevistas "Fico besta quando me entendem", a autora paulista mostra o bom humor, a intensidade e a profundidade que fazem de sua obra um desafio para os leitores interessados em investigá-la e em investigar-se.

"Quantas vezes, pessoas que eu tinha tanta vontade que entendessem o meu trabalho dizem: 'Hilda, eu não consegui saber do que se trata'. Então, eu imagino que exista também gradações de emoções e eu seja uma pessoa com uma intensidade meio desesperada, uma lucidez também desesperada", traz o compilado, organizado por Cristiano Diniz.

A curadora da Flip, Joselia Aguiar, acredita que a escolha da homenageada trará discussões mais existenciais e filosóficas ao evento, sem abrir mão da diversidade que marcou a edição anterior, que homenageou Lima Barreto, um autor negro cujo projeto literário tocou diretamente em questões sociais de um país marcado pelos séculos de escravidão.

"Essa Flip de 2018 está mais voltada para o mundo de dentro. A gente tem um programa plural com autores e autoras homens e mulheres, brancos e negros, conversando sobre questões como o amor, a morte, o desejo, a transgressão na arte, a escrita de si, e, ao mesmo tempo, mesas com debates mais candentes".

Os temas existenciais são também universais e partem da obra da própria autora para encontrar pontos de contato entre os convidados deste ano, que chegam das mais variadas partes do mundo como Rússia, Congo, Egito, Portugal e Argentina.

Essa literatura que dialoga com o mundo, no entanto, demorou a ter seu espaço reconhecido no Brasil. Morta em 2004, a escritora paulista não chegou a ver a grande notoriedade que seu nome adquiriu nos últimos anos, quando ganhou destaque na crítica, entre os leitores e na academia.

"A Hilda tem uma literatura um pouco mais complexa, escrita de um jeito que naquele momento não encontrou seus leitores, mas que hoje parece encontrar mais. Os leitores estão mais abertos a uma literatura que tem uma certa estranheza, que seja mais exigente", diz Joselia, que acredita que o isolamento da autora e o machismo também foram fatores importantes para que sua contribuição para a literatura brasileira demorasse a ser resgatada.

Escolhida para dialogar sobre a obra de Hilda Hilst em uma das mesas da festa, a poeta Júlia de Carvalho Hansen acredita que o convite ao intimismo da Flip, para acompanhar o da autora, deve vir junto de boas doses de bom humor e rejeitar qualquer melancolia. "Ela vai ser lida daqui a 500 anos. A obra dela é feita para um outro tipo de duração mesmo", diz a autora, que se sente tocada pela prosa poética da homenageada.

"Se eu pensar em autores fundamentais, ela está entre os meus cinco primeiros. É uma referência", diz. "O modo como a Hilda tratava as questões espirituais como sendo questões da matéria e como estava o tempo inteiro falando de coisas muito vivas como o corpo e o desejo e mexendo com questões como Deus, a morte e a transcendência".

A maior parte da obra de Hilda Hilst foi publicada pela editora Companhia das Letras a partir de 2017 e inclui prosa e poesia. A editora LPM tem os direitos sobre a produção para o teatro. Já as crônicas estão com a Nova Fronteira. Textos inéditos da autora ainda devem ser lançados, como diários e cartas que trocou com amigos.

Por onde começar

A curadora da Flip recomenda a poesia como porta de entrada para a obra de Hilda Hilst, ou, antes disso, indica o livro de entrevistas citado no início dessa matéria.

"Talvez seja bom para conhecer a personalidade da Hilda, quem é essa autora incrível. Uma primeira aproximação do projeto dela antes de partir para a obra, porque a pessoa já se familiariza", destaca Joselia.

Já Júlia de Carvalho Hansen acha difícil identificar uma única porta no universo de Hilda Hilst. "Acho a Hilda muito direta, franca, honesta. Talvez eu possa recomendar o livro dela que mais me pega, o ‘Do Desejo’".

(Fonte: Agência Brasil)

O deputado federal Juscelino Filho (DEM) cumpriu, no último fim de semana, agenda nas cidades de Grajaú e de Pedreiras, onde prestigiou eventos culturais importantes nestes dois municípios. No sábado (21), o parlamentar esteve em Grajaú participando da abertura oficial da 41ª edição da Exposição Agropecuária de Grajaú (Expoagra), uma das mais importantes exposições agropecuárias do Maranhão.

A linda festa em Grajaú foi aberta na manhã de sábado com a realização da 18ª Cavalgada, que reuniu cerca de 40 comitivas. Milhares de cavaleiros e amazonas percorreram as ruas da cidade. À noite, ocorreu a solenidade oficial com a presença de autoridades e lideranças políticas da região.

“Ficamos felizes em participar deste importante evento, que é a Expoagra. A exposição valoriza a agropecuária e contribui, positivamente, para o crescimento econômico não só da região como do Maranhão”, disse o deputado Juscelino Filho.

Pedreiras

Já no domingo (22), Juscelino Filho visitou a cidade de Pedreiras, onde acompanhou o encerramento do festejo junino da cidade, o “Arraiá do Povo”. Acompanhado do prefeito Antônio França e do vice, Everson Veloso, o deputado federal fez questão de prestigiar a programação do arraial.

(Fonte: Assessoria de comunicação)