Skip to content

Brasília (DF) 10/11/2024 – Segundo dia do Enem: candidatos respondem a 90 questões até 18h30
Candidatos chegaram cedo para evitar surpresas antes da prova
Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) prorrogou até a próxima segunda-feira (18) o prazo para a entrega dos documentos dos pré-selecionados na segunda chamada do Programa Universidade para Todos (Prouni) referente ao segundo semestre de 2025.

O Prouni oferece bolsas integrais (de 100% da mensalidade) e parciais (de 50%) em cursos de graduação de instituições privadas de educação superior.

O resultado da segunda chamada está disponível na página do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior específica do ProUni, com login e senha da conta do portal Gov.br.

Entrega dos documentos

A entrega dos documentos na instituição de ensino superior pode ser feita presencialmente ou por meio eletrônico.

Cada instituição privada de educação superior deve disponibilizar, em suas páginas na internet, um campo específico para o encaminhamento da documentação.

Caso o acesso não possa ser disponibilizado, a faculdade deverá colocar à disposição colaboradores que recebam a documentação fisicamente, nos locais de oferta de curso e nos horários regulares de funcionamento.

A instituição deverá, ainda, emitir a comprovação da entrega dos documentos, de acordo com o meio usado para o seu recebimento, seja físico ou virtual.

De acordo com o edital, as faculdades privadas podem optar por um processo próprio de seleção, a partir da pré-seleção dos candidatos. Porém, as instituições de ensino devem ter comunicado formalmente os candidatos sobre essa exigência.

Prouni do segundoº semestre

Esta edição do programa federal oferta mais de 211 mil bolsas de estudo, para mais de 370 cursos de 887 instituições de todo país.

O curso de administração foi o curso com a maior oferta de bolsas (13.774), sendo 9.275 bolsas integrais e 4.499 parciais. A lista de cursos com maior oferta de vagas segue com direito (13.152), pedagogia, (11.339) e educação física (8.939).

Para medicina, foram ofertadas 1.159 bolsas, sendo 988 integrais e 171 parciais  (50% de gratuidade).

Bolsas federais

O Prouni ocorre duas vezes ao ano e tem como público-alvo estudantes sem diploma de nível superior. Em 2025, a política pública comemora 20 anos e contabiliza mais de 3,5 milhões de estudantes beneficiados desde a primeira edição, em 2005.  

O Ministério da Educação (MEC) afirma que, atualmente, o programa beneficia 632.503 estudantes, matriculados em 1.851 instituições privadas de ensino superior no Brasil. Desse total, 533.790 possuem bolsa integral

(Fonte: Agência Brasil)

Antarctichthys longipectoralis

Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em parceria com o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), identificaram o fóssil de uma nova espécie de peixe pré-histórico na Península Antártica.

A descoberta foi publicada nesta segunda-feira (11) na revista científica Nature.

O exemplar articulado, batizado Antarctichthys longipectoralis, viveu entre 145 e 66 milhões de anos atrás, durante o período Cretáceo.

O fóssil é o mais bem preservado já descoberto na região. Ele foi encontrado na Formação Snow Hill Island, na Antártica, durante expedição do projeto Paleoantar, realizada no verão de 2018/2019, em iniciativa que reuniu pesquisadores de diversas especialidades e instituições brasileiras. 

Reconstituição

O processo da pesquisa durou cinco anos, tendo se iniciado com a chegada do fóssil ao Brasil e terminado com a reconstituição tridimensional.

A reconstituição do Antarctichthys foi realizada por meio da microtomografia, técnica semelhante a uma tomografia médica, que possibilita obter imagens internas de objetos por meio de raios X, sem danificar o fóssil.

Neste processo, são geradas projeções do objeto em alta resolução que são depois digitalmente integradas, permitindo a reconstrução dos tomogramas, ou seja, das “fatias” em alta resolução do objeto.

No total, foram gerados mais de 2 mil tomogramas do fóssil, que serviram de base para modelar o espécime tal como era no período Cretáceo.

Os pesquisadores estimam que o peixe media entre 8 e 10 centímetros. O Antarctichthys tinha cabeça longa, corpo delgado e pequenos espinhos neurais.

Clima

A bióloga Valéria Gallo, professora titular do Departamento de Zoologia da Uerj explica que embora ainda pouco explorada pela paleontologia, a Antártica guarda pistas fundamentais sobre a evolução da vida no hemisfério sul e as conexões históricas que moldaram a biodiversidade atual da região.

“O continente antártico, hoje uma vastidão gelada, já foi um ambiente rico em florestas e vida marinha. Descobertas como essa revolucionam nosso entendimento sobre como ecossistemas antigos responderam às mudanças ambientais, conhecimento cada vez mais relevante em tempos de transformações climáticas aceleradas.”

“A presença desse fóssil sinaliza que a área da Península Antártica provavelmente possuía um clima mais quente e maior biodiversidade durante o Cretáceo.”

Segundo a Uerj, o estudo reforça a importância da análise de fósseis de flora e fauna que servem como referência para prever como os organismos podem reagir ao aquecimento global atual, contribuindo para traçar estratégias de conservação.

(Fonte: Agência Brasil)

Médicos chegam ao local de prova para a segunda etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2020, em Brasília.

Os inscritos no Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) que pediram tratamento pelo nome social e atendimento especializado já podem verificar o resultado na Página do Participante Enamed.

O prazo para recurso por indeferimento começou nessa segunda-feira (11) e termina no dia 15 de agosto.

O resultado dos recursos será divulgado no dia 20 de agosto. As provas serão aplicadas no dia 19 de outubro, de acordo com o edital de retificação.

O Enamed é a nova avaliação aplicada aos concluintes dos cursos de medicina para verificar se os estudantes adquiriram as competências e habilidades exigidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs).

A iniciativa substitui o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) para avaliar os cursos de medicina e será aplicada anualmente.

Obrigatoriedade

O exame é obrigatório a todos os concluintes do curso de medicina no país. Para participar, o estudante deve ter sido inscrito no Enade 2025 pelo coordenador do curso na instituição de ensino onde estuda.

O exame é composto por 100 questões objetivas de múltipla escolha com conteúdo referentes às áreas de clínica médica; cirurgia; ginecologia e obstetrícia; pediatria; medicina da família e comunidade; saúde coletiva e saúde mental.

Médicos formados podem participar do Enamed para concorrer a programas de residência médica de acesso direto pelo Exame Nacional de Residência (Enare). As regras do Enare 2025 foram publicadas pelo MEC, em portaria.

(Fonte: Agência Brasil)

São Paulo (SP), 11/08/2025 - Festival comKids de cinema infantojuvenil. 16ª edição do Festival comKids. Foto: Festival comKids/Divulgação

A 16ª edição do Festival comKids estreou nessa segunda-feira (11), em diversos espaços da capital paulista, com atividades e exibições gratuitas. A programação foi dividida em três eixos: Mostra Competitiva, que premiará produções voltadas ao público infantil e juvenil; Mostra Audiovisual Infantojuvenil, com sessões gratuitas para toda a família; e Atividades Formativas, com oficinas, debates e masterclasses ministradas por especialistas do setor. 

O cinema e o audiovisual infanto juvenil são formas de escutar e conhecer histórias, imaginar, fantasiar, conhecer realidades, além de ser uma ferramenta para a construção da linguagem, disse o coordenador do festival, Daniel Leite. 

“O uso de conteúdos audiovisuais de qualidade pode estimular também a criança do ponto de vista cognitivo, do ponto de vista sensível, com produções que abordam emoções, temas sobre resiliência. Com equilíbrio, existem tempos recomendados de uso de telas, que não devem ser extrapolados”, avalia.

Segundo Leite, a curadoria priorizou conteúdos que abordam aspectos de diversidade, cultura popular, infância, brincadeira, música e conhecimento de culturas diversas. Do ponto de vista do bom uso das telas por crianças e jovens, ele ressalta a importância de se prezar pela qualidade das produções audiovisuais.

“O conteúdo tem que ser bem realizado, ter uma realização bonita e esteticamente atraente. A gente evita os ritmos muito acelerados, os conteúdos muito estridentes ou que não sejam adequados para a faixa etária que o programa se propõe. Existem inúmeros critérios de qualidade que são utilizados para avaliar uma produção audiovisual, principalmente para crianças e adolescentes”, explica.

“É bacana que os pais também acompanhem as crianças e possam interagir com elas na medida em que elas assistem filmes e gostam de séries, de TV, de audiovisual. Esse trabalho de mediação pode ser feito tanto na escola quanto também no âmbito familiar”, disse. 

Leite apontou que existem muitos longa-metragem atualmente com um conceito de filme para família, e que abrangem diversos públicos. Mesmo os filmes especificamente para crianças, segundo ele, são produções que costumam encantar os adultos. 

“Um conteúdo bem feito é um conteúdo que encanta, que gera a discussão, que gera a conversa, que pode fazer com que a gente reflita sobre um tema. É muito benéfico a utilização do audiovisual mediada pela família, pelos amigos e pela escola”.

A cerimônia de abertura está prevista para as 19h, com a exibição de episódio da série internacional WeMe’s Nature World, no Goethe-Institut SP. A produção, do Prix Jeunesse Internacional, em coprodução com a TV Cultura e Midiativa, conta com a participação de profissionais de vários países.

Serão exibidos também, no evento de abertura, os novos capítulos da animação boliviana sobre luta pelo meio ambiente na América Latina, El regreso de la Abuela Grillo, dirigido por Alfredo Ovando e Geraldine Ovando.

A Mostra Competitiva apresenta uma seleção de 83 obras de 11 países, com conteúdos voltados a diferentes faixas etárias, com sessões no Sesc Vila Mariana. Junto às atividades formativas, essa programação vai até 16 de agosto. 

Após a programação competitiva e formativa, a partir do dia 18 de agosto o festival inicia a Mostra Audiovisual Infantojuvenil, com com disponibilização online dos filmes, gratuitamente, para crianças de todas as idades, até 16 de setembro. Ainda dentro da programação da mostra, de 21 a 28 de agosto, haverá exibição presencial no Circuito Spcine, em 26 Centros Educacionais Unificados (CEUs).

A programação da mostra competitiva e atividades formativas estão no site do festival.

mostra comKids 2025 terá exibições nas modalidades presencial, no Circuito Spcine e itinerante, e por Streaming no Itaú Cultural Play, Sesc Digital, Spcine Play.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 23/11/2023 – Cais do Valongo, na zona portuária do Rio de Janeiro, recebe obras de valorização do espaço. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A diversidade do patrimônio cultural do Brasil estará presente na série de atividades à disposição do público, desta segunda-feira (11) à próxima sexta (15), no prédio da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Rio de Janeiro, na Avenida Rio Branco, 46, no centro da cidade.

As atividades gratuitas, como apresentações musicais, oficinas e rodas de conversa, estão incluídas em ações definidas pelo Iphan com o tema Mês do Patrimônio - Participação Social, Territórios e Sustentabilidade. A proposta é uma agenda descentralizada e colaborativa, a ser praticada nas suas superintendências regionais, em parceria com a sociedade civil organizada em todo o país.

“Os territórios e comunidades são a temática do Mês do Patrimônio do Iphan. A gente tentou juntar esses dois conceitos, que são a mola mestra do patrimônio cultural em atividades que envolverem as duas coisas e nada melhor do que escola, patrimônio e música”, disse a superintendente do instituto no Rio, Patricia Wanzeller, em entrevista à Agência Brasil.

A programação prevê um debate sobre a cultura afro-brasileira e a escolha do Bembé do Mercado como enredo da Beija-Flor de Nilópolis. A escola de Samba vai apresentar na avenida, no carnaval de 2026, a história desse que é o maior candomblé de rua do mundo, reconhecido, desde 2019, como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A conversa, na quarta-feira (13), terá a participação do carnavalesco Mílton Cunha e de representantes da azul e branco da Baixada Fluminense. No mesmo dia, uma apresentação da bateria da Beija-Flor de Nilópolis vai animar o público.

O samba não será o único gênero musical no encontro. As atividades têm ainda o Choro no debate Entre cordas e sopros: o Choro como Patrimônio Cultural do Brasil e um show do grupo Caras & Coroas. A presença feminina no Forró e na Literatura de Cordel terá destaque com uma apresentação, na quinta-feira (14), do Projeto Mulher Forrozeira, além da presença do Jongo, importante manifestação cultural afro-brasileira característica da Região Sudeste. “Este ano, a gente terá como foco não só o forró. Vamos falar da mulher no forró, um papel que ainda precisa ganhar visibilidade”, afirmou.

Oito anos após o reconhecimento como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), os participantes vão receber informações sobre a importância do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, na região portuária da capital. O debate terá a participação do historiador, escritor e mestre em bens culturais Thiago Gomide, da jornalista Mônica Sanches, de Alexandre Nadai, do Instituto Pretos Novos, de Gracy Moreira, da Casa da Tia Ciata, e de e Célio Oliveira, do grupo Afoxé Filhos de Gandhi. A mediação será do representante regional no Rio de Janeiro da Fundação Cultural Palmares, Eliel Moura.

Alunos

A programação inclui ainda uma mesa de debates com o tema Jogos para uma Educação Patrimonial. De acordo com a superintendente, o objetivo é utilizar os jogos “para levar às crianças o conhecimento do que é um patrimônio cultural”. Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação do Rio, será oferecida a oficina de educação patrimonial com Experimente Cultura, Maloca Games e Mestre Griô e a oficina do Afoxé Filhos de Gandhi, as duas destinadas a alunos da rede municipal de ensino.

“Temos um acordo de cooperação com a Secretaria Municipal de Educação e todos os dias haverá turmas de escolas que ficam perto aqui do Iphan, que vão participar de oficinas e de apresentações”, disse.

O público poderá acompanhar também oficinas, exibição do filme Choro, participar de visitas guiadas ao prédio da superintendência e assistir a apresentações de manifestações culturais reconhecidas como Patrimônio Cultural do Brasil. Além disso foi montada nas instalações do Iphan a Feira Circuito Carioca, em que os expositores levarão seus produtos como Literatura de Cordel e Matrizes Tradicionais de Forró.

Dia do Patrimônio

Comemorado em 17 de agosto, o Dia do Patrimônio foi escolhida para homenagear o advogado e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade, que fundou o órgão em 1937. De acordo com o Iphan, a intenção de ter uma data específica é “celebrar e promover a preservação do patrimônio cultural brasileiro, tanto material quanto imaterial”.

O último dia do encontro terá também a Exposição das Bonecas de Artesãs do Quilombo São José da Serra, do município de Valença, no Vale do Café, no estado do Rio. A oficina de Jongo será com grupo do Quilombo São José da Serra em mais uma atividade exclusiva para alunos da rede municipal de ensino.

No encerramento haverá uma homenagem aos Amigos do Patrimônio do Rio de Janeiro e uma apresentação da Roda de Jongo do Quilombo São José da Serra. “A gente passeou pelas comunidades que habitam o cenário da sociedade carioca e as territorialidades dentro das expressões culturais que elas representam”, completou Patrícia Wanzeller.

“Vai ser a primeira vez que o prédio estará aberto à visitação pública, que as nossas portas, que são tão fotografadas, estarão abertas às pessoas que passam por aqui e têm curiosidade em saber o que acontece aqui dentro. A gente está querendo que o público entre, conheça o Iphan, saiba o que é o instituto e quem trabalha nele”, concluiu.

De acordo com a superintendente, a preservação do patrimônio cultural é uma forma de defender a soberania e a identidade do Brasil. “Neste momento em que a nossa soberania está sendo ameaçada por um país estrangeiro, que colocou a gente na parede, mesmo por questões econômicas, é muito importante quando a cultura entra como laço de identidade nacional. A cultura é nossa primeira foto de identidade, é quando eu, você e todas as pessoas que moram neste país quase continental nos identificamos como cidadãos do mesmo país. Mesmo com a nossa diversidade, a nossa origem é a mesma. Isso a gente consegue por meio da cultura, o grande laço de fortificação de soberania, de identidade de reconhecimento pátrio. É isso que nos une no final das contas. Resguardar esse patrimônio é também resguardar a nossa brasilidade, a nossa história”, afirmou.

(Fonte: Agência Brasil)

Salvador (BA), 09/08/2025 - A artista e escritora Amanda Soares promove a oficina LiterDef: protagonismo na literatura de pessoas com deficiência no Museu Nacional de Enfermagem - MuNean durante a Festa Literária Internacional do Pelourinho - Flipelô. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Artistas com deficiência sempre existiram, mas por muito tempo o capacitismo os manteve excluídos da cultura brasileira. Ainda hoje, poucos deles são conhecidos ou reconhecidos no país e, no caso da literatura, poucos deles são lidos.

“A principal dificuldade dentro da discussão da literatura é reconhecer o sujeito com deficiência como um sujeito produtor”, destacou a pesquisadora, filóloga e escritora Amanda Soares, 25 anos.

Criadora do perfil no Instagram chamado PCD Perigosa, Amanda reforça que a literatura é um caminho para que as histórias de vida dessas pessoas com deficiência sejam conhecidas. No entanto, destaca ela, essas narrativas ainda são pouco acessíveis no país.

“A literatura é responsável por fazer com que a gente guarde a memória do mundo e com que a gente também reflita sobre um tempo específico do mundo. Ela é responsável por documentar cada tempo. Mas o que a gente sabe sobre pessoas com deficiência para além de acessibilidade e inclusão? Por isso é preciso estudar as narrativas de pessoas com deficiência, principalmente aquelas que são criadas sobre elas”, disse ela à Agência Brasil antes de dar uma oficina sobre Liter Def - literatura produzida por e para pessoas com deficiência - na Festa Literária Internacional do Pelourinho, a Flipelô, que acontece no centro histórico de Salvador.

Uma dificuldade encontrada por esses escritores, exemplificou Amanda, é conseguir participar de festas literárias, como a Flipelô, onde poderiam divulgar seus trabalhos.

“Pouquíssimos autores conseguem chegar aqui por uma série de questões financeiras ou estruturais porque o corpo com deficiência precisa de muito mais para conseguir se estabelecer. E a arte no Brasil é complicada, insalubre para qualquer corpo. Então, para um corpo que precisa demais, é bem complicado falar sobre essa visibilidade”.

Participar dessas festas literárias, defende Amanda, seria extremamente importante tanto para os escritores Liter Def quanto para seus leitores. “É necessário que a gente esteja presente fisicamente porque a literatura PCD [pessoa com deficiência], em geral, acaba se propagando no digital, que é muito importante, mas o contato físico ou o contato humano é muito significativo para a construção da memória porque é a partir dele que a gente entende a as características de humanidade. Eu me reconheço em você e você, mesmo sendo uma jornalista que não tem uma deficiência, se reconhece em mim em vários pontos porque a gente se atravessa. Esse tipo de contato é primordial para um autor com deficiência, inclusive para uma rede de contatos de trabalhos”, destacou.

Mapeamento

O universo desses escritores PCD ainda não é conhecido no Brasil. Mas, no ano passado, o Ministério da Cultura e a Universidade Federal da Bahia começaram a fazer um levantamento para mapear artistas, agentes culturais e profissionais com ou sem deficiência que atuam na área da acessibilidade cultural. Chamado de Mapeamento Acessa Mais, o projeto busca identificar esses profissionais em todo o território brasileiro com o objetivo de fomentar a criação de políticas públicas que possam tornar a cultura brasileira mais acessível e inclusiva.

Esses dados, diz o ministério, serão fundamentais para garantir que o setor cultural seja inclusivo e atenda às necessidades e demandas de artistas e profissionais com deficiência.

O mapeamento, destaca Amanda, vai ajudar a dimensionar a produção e, principalmente, ajudar a conhecer os autores PCD do país. “Acho que falta uma profundidade para trabalhar pessoas com deficiência dentro da literatura e dentro dos demais assuntos. Nós ficamos sempre [focando] no ponto da acessibilidade e inclusão, só que eu acredito que a acessibilidade e a inclusão são [apenas] ferramentas. Mas quem usa essas ferramentas? Se a gente soubesse mais sobre o sujeito, a gente defenderia melhor as ferramentas, justamente porque a gente saberia o por quê que ele as utiliza. É a partir do sujeito que se estuda todas as outras coisas”.

Ela também defende que esse levantamento poderá ajudar a desenvolver políticas públicas mais eficientes para essa população, que não pode ser baseada somente em cotas. “O fato de haver cota não necessariamente garante que a pessoa vai conseguir acessar a cota”, diz ela.

As cotas são super importantes mas, muitas vezes, a gente está definindo qual corpo vai conseguir acessar essa cota porque o corpo que tem deficiência intelectual, por exemplo, vai precisar de um terceiro para conseguir chegar até lá. Talvez falte uma política pública voltada a como preencher esses formulários e a identificar esses artistas e conseguir direcioná-los”.

A programação da Flipelô se encerra neste domingo. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas no site https://flipelo.com.br

(Fonte: Agência Brasil)

GONÇALVES DIAS E EU

(Registros públicos de lembranças particulares)

*

“Conto as coisas como foram, / Não como deviam ser”.

(GONÇALVES DIAS, “Sextilhas”)

*

DIA DE GONÇALVES DIAS – Neste 10 de agosto, em 1823, nascia o escritor maranhense Gonçalves Dias, que escreveu aqueles versos que praticamente todo brasileiro, de agora e de outrora, conhece: “Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá”.

Sou da mesma cidade (Caxias, Maranhão) e morei na mesma rua daquele ilustre brasileiro – aliás, a ÚNICA rua em que Gonçalves Dias morou em Caxias.

A casa do Poeta ficava/fica em um quarteirão, ali pela metade da rua, e a casa em que eu morava ficava no quarteirão seguinte, uma em um lado, a outra no outro.

Mais: o primeiro livro que li também foi o primeiro livro lido por Gonçalves Dias na sua infância.  Foi a “História do Imperador Carlos Magno e os Doze Pares de França”, emprestado por um vizinho, o Seu Miguel, que era paraplégico, marido de Dona Corina (Seu Miguel, por óbvio, não andava e era transportado daqui prali por Seu João, um moreno forte, pescador, agregado da família.

Li a “História do Imperador Carlos Magno e os Doze Pares de França” ali entre 5 e 6 anos. É claro que dessa leitura não entendi quase nada à época, mas até hoje (re)lembro de alguns nomes de personagens – além do próprio imperador Carlos Magno –, entre os quais Oliveiros, Roldão...

A seguir, texto que escrevi e atualizei sobre pessoais pontos de contato entre Gonçalves Dias e Edmilson Sanches.

*

Hotel Serra Azul, em Gramado, Rio Grande do Sul, década de 1980.

Náutico Clube, Fortaleza, Ceará, início dos anos 1990.

Colégio Rio Branco, bairro Higienópolis, São Paulo.

Auditório Petrônio Portela, Senado Federal, Brasília.

Montes Claros e Belo Horizonte, Minas Gerais.

Mossoró e Baraúnas, Rio Grande do Norte.

Campina Grande, Paraíba. Rio de Janeiro, Maceió, Recife, Curitiba...

Onde quer que eu esteja, Caxias é presença e referência permanente. Caxias e, claro, seu maior poeta e sua melhor rima –– Gonçalves Dias.

Caxias, terra e rima de Gonçalves Dias.

Qualquer que seja o espaço, qualquer que seja o tempo, a mesma constatação: Gonçalves Dias vive.

Em todos os lugares acima, e muitos outros mais, em momentos internacionais, em conferências nacionais, em encontros regionais, em palestras locais, em discursos ocasionais, em eventos formais, em “provocações” casuais ou em bate-papos triviais, dou um jeito de fazer um “teste”: crio um pretexto dentro do contexto e digo, falsamente desafiador, o primeiro verso da “Canção do Exílio” (“Minha terra tem palmeiras”)... somente para, logo em seguida, perceber/receber os sorrisos cúmplices da plateia de ouvintes não-maranhenses, o que denuncia que todos estavam continuando mentalmente – quando não recitando audivelmente – o verso seguinte: “Onde canta o sabiá”.

Aí eu digo: “Sou dessa terra!”, e daí em diante fica fácil puxar ou esticar conversa acerca de literatura, de Cultura, dos “verdadeiros valores” da pessoa e das comunidades humanas. Dizer da permanência do que tem valor e da finitude do que tem preço. Preço, dá-se a coisas. Valor, dá-se a pessoas. Os versos gonçalvinos entram como exemplo de um “valor” que se sobrepõe a muitas “coisas”. Embora a fragilidade do papel, os versos foram mais resistentes que as grandes construções de pedra e cimento, como as fábricas de tecido. Estas, aparência; aqueles, essência –– e por aí podem ir as obviedades, quase platitudes.

Escritos em julho de 1843, quando Gonçalves Dias ainda não completara 20 anos, os versos da “Canção do Exílio” atravessam gerações e se depositam e se (re)transmitem quase como que por hereditariedade. Parece não mais ser essa fixação resultado da leitura, mas produto de um código genético, uma informação cromossômica que se repassa no intercurso sexual e se vai instalando na mente de cada novo ser.

Seja em gente da antiga, seja no jovem de hoje, a poesia cometida em Coimbra está inscrita na memória das várias gerações de brasileiros dos últimos 180 anos, a partir da primeira edição dos “Primeiros Cantos”, o primeiro livro de Gonçalves Dias e cuja primeira poesia é exatamente a “Canção do Exílio”. Sobre a retenção da “Canção” na memória, ressalve-se que, em grande número de vezes, nunca esteja o poema inteiro, de 24 versos, 5 estrofes, 113 palavras, 487 letras.

Mas aqueles dois primeiros versos, quando não toda a primeira estrofe, não há negar: está na cabeça, melhor, está na alma do brasileiro.

Tudo isso me chega à lembrança no instante em que, também neste 10 de agosto de 2025, Caxias continua a nos relembrar, a nós conterrâneos e contemporâneos, a importância de ser a cidade onde, mais que um poeta, nasceu uma expressão de maranhensidade e de brasilidade. Muito da obra de Gonçalves Dias mostra de peito aberto o amor, o orgulho, o sentimento de pertença ("ownership") que o poeta tinha e desenvolvia pela sua própria terra. Quantos, hoje, manifestamente, denunciam assim orgulhosa e escancaradamente essa emoção telúrica, essa querença pátria?

Fora a conterraneidade, tenho outras “aproximações”, bem particulares, com Gonçalves Dias. A primeira delas, o primeiro livro que um e outro lemos: “História do Imperador Carlos Magno e dos Doze Pares de França”. Gonçalves Dias o leu aos dez anos de idade, em 1833, enquanto ajudava na casa comercial paterna, ali na Rua do Cisco (depois Benedito Leite, depois Fauze Simão), para onde seus pais, João Manuel e Vicência Ferreira, haviam se mudado, oito anos antes (1825). De minha parte, aos cinco, seis anos de idade já havia “ouvido” e lido aquela obra, ali na Rua da Palmeirinha – onde as casas tinham, como fundo de quintal, o rio Itapecuru.

Explico o porquê do “ouvido” o livro. No mesmo lado da Rua da Palmeirinha, algumas casas adiante da minha, morava o casal “Seu” Miguel e Dona Corina. Esta, naqueles idos, vivia de lavar e passar roupa. Sustentava a casa. “Seu” Miguel era paraplégico, ficava como que sentado em uma rede, um pano cobrindo as pernas macérrimas pendentes, e lia, lia muito. Usava um cachimbo, cujas baforadas recendiam em toda a casa. Más línguas diziam que era diamba, tirada de algumas mudas que, diziam, eram bem cuidadas no seu quintal, para a produção das endiabradas folhas e sua transformação em trescalante fumo.

Acostumei-me a visitar o “Seu” Miguel. Ele gostava da minha atenção; eu gostava das suas histórias. Ouvia a leitura de capítulos e capítulos e, às vezes, o resumo de “romances” –– que era o nome que também se dava aos folhetos de literatura de cordel.

Um dia, "Seu" Miguel me emprestou um livro que eu já “ouvira”. Era a história do imperador Carlos Magno. Ali, além do magno imperador, estavam Roldão, Oliveiros, Ferrabraz e tantos personagens mais... Lembro que eu li todo o livro e que pedi explicações sobre o motivo da morte e posterior “reaparecimento” de alguns personagens após a “parte” da morte. Claro que eu estranhava aquela minha primeira leitura “séria”: naquela idade, os textos a que estava acostumado eram os de “cartas de ABC” e outras cartilhas escolares, bastante fáceis para mim, demasiado, por assim dizer, lineares, sem recursos nem estilos mais elaborados.

Em Caxias, da Rua da Palmeirinha mudei-me para a Rua da Galiana (aliás, nome da mulher do imperador Carlos Magno). Tempos depois, nasceu um irmão meu... e chama-se Carlos Magno (depois veio Júlio César, outro irmão “imperador” na família).

Décadas mais tarde, consegui, em um sebo do Rio de Janeiro, um exemplar igual ao que me fora emprestado pelo “Seu” Miguel: capa em tecido e sem o nome do autor (Vasco de Lobeira). Reli os dez capítulos da obra e revi(vi)-me criança. (Uma curiosidade: Meu irmão Carlos Magno, depois que aprendeu a ler e escrever, não se fez de rogado: pegou o raro e caro livro, empunhou uma esferográfica e, nas folhas de rosto, onde houvesse o nome do imperador, um sobrenome – “Sanches” – foi acrescentado...). Ao invés de ficar chateado com a “intervenção” fraterna em páginas da obra, fiquei foi, digamos, orgulhoso, pela demonstração de inteligência, raciocínio, reconhecimento – e ampliação – do próprio nome.

Outra “aproximação” com o autor d’"Os Timbiras": Mudei-me para a Rua do Cisco, número 1000, próximo à “casa onde morou o poeta Gonçalves Dias” (era assim que registrava uma placa acobreada e quase despercebida). Eu estava aí por volta dos 15 anos e diariamente subia e descia quase toda a extensão da rua, para trabalhar no Banco do Brasil na condição de seu primeiro menor estagiário, o primeiro da agência, admitido em processo seletivo.

Invariavelmente, eu passava pela casa onde morara o Poeta. Ali morava a família – hoje, apenas filho(s) – de Dona Labibe Gedeon Simão e do “Seu” Fauze Elouf Simão. Um dos filhos, Jamil Gedeon, atualmente desembargador do Tribunal de Justiça em São Luís, e eu fomos colega de turma no 2º Grau (Ensino Médio), no “colégio das Irmãs” (missionárias capuchinhas), o colégio São José. Nesta escola fui presidente do Grêmio Santa Joana d’Arc durante três anos (Roldão – Roldão Ribeiro Barbosa –, coincidentemente nome de personagem do livro sobre Carlos Magno, ganhara a presidência no primeiro ano e renunciara meses depois; assumi, como o segundo mais votado na eleição, anual, do Grêmio, para o qual fui reeleito duas vezes, até o final daquele nível de ensino). O ex-secretário de Cultura Renato Meneses (ex-presidente da Academia Caxiense de Letras) e o ex-presidente da Fundação Vítor Gonçalves Neto, Jorge Bastiani (“in memoriam”), também estudavam ali, nós todos sob o tacão da querida Irmã Clemens (Maria Gemma de Jesus Carvalho). Pois foi o colega secundarista Jamil quem me disse, em uma das vezes que caminhávamos para o colégio, que encontrara moedas, papéis e outros objetos e itens antigos quando da demolição – sim, foi demolida... – da casa de Gonçalves Dias.

Mas as referências à casa da rua do Cisco não terminam aí. Dona Labibe foi secretária de Educação de Caxias, na administração de José Ferreira de Castro. Ali pelos bares do Artur Cunha e do Herval, no Largo de São Benedito (ou Praça Vespasiano Ramos, no centro de Caxias), contava-se a história de que a secretária Labibe, pretendendo morar numa casa melhor, que oferecesse mais conforto para a família, e não querendo derrubar a “casa onde morou o poeta”, se esforçou junto ao seu superior, instando para que ele, como prefeito, adquirisse a casa e a tombasse como patrimônio histórico. Conta-se que a resposta do prefeito foi pouco cavalheiresca e fazia comparação entre comprar a casa onde Gonçalves Dias “morou” e tombar o riacho do Ponte, onde ele, o Poeta, digamos... lavava as partes, digamos, pudendas. Pode não ser verdade o fato, mas era verdadeiro o boato –– e, pelo menos este, se cuida de preservar aqui. Resumo da ópera: a casa de Gonçalves Dias foi destruída e, no seu lugar, ergueu-se uma residência de feições modernas, que “combinava” com o prédio da outra esquina, de uns poucos andares, que abrigava as instalações de uma companhia de telecomunicações.

No mesmo ano da derrubada da casa, como réquiem à memória de Gonçalves Dias, escarafunchei o arquivo do fotógrafo Sinésio Santos (falecido), que ficava ali próximo à agência central do Banco do Brasil, e consegui localizar negativos da residência – foto, aliás, que eu mesmo pedira ao grande Sinésio que tirasse para mim, seu cliente (pois eu periodicamente comprava fotos da cidade no seu estúdio). Pedi que fossem feitas cópias daquelas e de outras “vistas” de Caxias. Separei uma foto da ex-morada de Gonçalves Dias e a enviei, junto com um breve texto, para a Rede Globo de Televisão, no Rio de Janeiro. Foi menos por denúncia e mais por sentimento de perda. Disseram-me que saiu um rápido registro no jornal (nacional) do meio-dia ("Jornal Hoje"). Não confirmei.

*

Estas anotações, com algo de nostálgico e confessional, são uma episódica e epidérmica contribuição ao trabalho de um punhado de jovens caxienses de todas as idades, que, décadas atrás, teimavam em cuidar do que Gonçalves Dias merece – memória – na cidade que há 202 anos o viu nascer – História.

E quem está fazendo não faz isso só por “vocação”: faz por legitimidade, com competência e algum sentimento de dever.

Parabéns, Caxias! Viva Gonçalves Dias!

* EDMILSON SANCHES

Fotos:

1) O poeta Gonçalves Dias (pintura). 2) Casa de sobrado onde morou o escritor, em Caxias, e, na esquina, a mercearia do seu pai. 3) O mesmo imóvel, sem o sobrado, antes de ser demolido. 4) A Praça Gonçalves Dias, no Centro de Caxias. 5) Edmilson Sanches (no centro, de óculos), com outros estudiosos, em visita ao Baixio dos Atins, região no município maranhense de Guimarães, em cujo litoral Gonçalves Dias faleceu, como única vítima, por afogamento, do navio "Ville de Boulogne" (Cidade de Bolonha) em 3/11/1864. 6 e 7) Folha de rosto da 1ª edição de “Primeiros Cantos” (1846) e o poema “Canção do Exílio”.

Salvador (BA), 08/08/2025 - Desfile de Cosplay na Vila Literária durante a Festa Literária Internacional do Pelourinho - Flipelô. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Pela primeira vez em nove edições, a Festa Literária Internacional do Pelourinho, a Flipelô, decidiu trazer o universo cosplay para a sua programação. E foi assim que personagens como o Menino Maluquinho de Ziraldo, os irmãos Mário e Luigi do jogo Super Mario e o Doutor Facilier, de A Princesa e o Sapo, desfilaram pelo palco da Vila Literária, no Largo Tereza Batista, no centro histórico de Salvador, na noite de quinta-feira (7).

Cosplay é um termo em inglês formado pela junção das palavras costume (fantasia) e roleplay (brincadeira ou performance). Nessa atividade, as pessoas se fantasiam de seus personagens fictícios favoritos da cultura pop que estão em animes, games, mangás, filmes, animações e até em livros, como é o caso do Menino Maluquinho, personagem criado pelo escritor brasileiro Ziraldo (1932-2024).

“Essa é uma história assim que me cativou bastante, porque me lembrou a minha infância”, disse Deivid Aquino, de 20 anos, um influencer digital, ator e cantor que desfilou na Vila Literária como cosplay do Menino Maluquinho.

“Eu achei essa ideia de desfile cosplay na Flipelô muito inclusiva. O cosplay, por si só, já é inclusão e diversidade. Eu amo interpretar criança: também interpreto o Pedrinho, do Sítio do Picapau Amarelo. O menino maluquinho é maluquinho e eu sou maluquinho também”, brincou Deivid.

Apesar de viver em Salvador, ele nunca tinha participado da Flipelô. Foi o desfile cosplay que o fez participar do evento pela primeira vez. “Vim por causa do evento de cosplay, mas eu também queria pisar meus pés aqui pela primeira vez. Eu não leio muito não, mas eu estou começando a ler”.

Salvador (BA), 08/08/2025 - O ator e cantor Deivid Aquino desfilou na Vila Literária como cosplay do Menino Maluquinho durante a Festa Literária Internacional do Pelourinho - Flipelô. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

E, como bom baiano, Deivid avisou que, logo após o desfile, iria utilizar parte dessa fantasia na cozinha. “Vou fazer a feijoada quando eu chegar em casa com essa panela aqui que não pode ficar aqui só na cabeça. Tem que estar no fogão também”, falou, sob risos.

Salvador (BA), 08/08/2025 - Feira de quadrinhos na Vila Literária durante a Festa Literária Internacional do Pelourinho - Flipelô. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Vila Literária

Localizada no Largo Tereza Batista, a Vila Literária é um espaço dedicado ao público jovem. Quando ela surgiu, dentro da Flipelô, ainda era um local dedicado quase que exclusivamente aos autores independentes. Mas, nos últimos anos, começou a receber também os amantes e fazedores de quadrinhos. É o caso de o Samuel de Gois Martins, um quadrinista paraibano que participa da Flipelô pela primeira vez.

“Eu estou vendendo e expondo aqui o meu material, que vai de quadrinhos, coletâneas de tirinha a gravuras feitas em serigrafia e até cartas de tarot”, disse ele, que ainda vai participar de um bate-papo com o público neste sábado (9).

“Eu amo feiras independentes de arte e quadrinhos alternativos. Acho que isso precisa ser cada vez mais forte aqui na Região Nordeste. E ver tantos autores de várias regiões aqui, do Nordeste, fortes e presentes [na Flipelô], mostra o quanto a gente está, aos poucos, conseguindo se unir e criar um cenário nosso local”, destacou.

Neste ano, a Vila Literária se ampliou. Além do desfile de cosplay e dos quadrinhos, ela também se abriu para todo um universo pop, promovendo até mesmo uma batalha de desenhos e apresentações musicais. Mas sem deixar de lado o seu lado literário.

Salvador (BA), 08/08/2025 - O ator e escritor Lázaro Ramos conversa sobre literatura e os livros lançados por ele no espaço infantil Maber Velloso durante a Festa Literária Internacional do Pelourinho - Flipelô, no centro histórico de Salvador. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Durante toda a programação da Flipelô, a Vila vai promover lançamentos e vendas de livros, debates e bate-papos com escritores, ilustradores, cineastas e artistas conhecidos do público como Lázaro Ramos, Thalita Rebouças, Rafael Calça e Rosane Svartman.

“Aqui tem espaço para todo mundo: para o pessoal das redes sociais, do cosplay e da literatura”, esclareceu Deco Lipe, curador do espaço.

Segundo ele, a Vila Literária comprova que os jovens não se interessam apenas pela cultura pop ou por redes sociais, mas, também, buscam a literatura como um meio de interesse.

“Hoje existe uma grande rede que é o BookTalk [uma comunidade para amantes de livros] e que potencializou a leitura para os jovens. Aqui, na Vila Literária, a gente também tem mediadores e autores que veem da rede social. Eu venho da rede social, inclusive. Temos aqui essa quebra de paradigma em que se coloca que os jovens hoje não estão lendo já que existem essas comunidades de leitores nas redes sociais”, comentou Deco.

A diversidade da Vila Literária, destacou ele, vem mostrar que não existe oposição entre redes sociais e literatura entre os jovens, porque ambas podem caminhar juntas. “Durante a pandemia houve um grande boom das redes sociais, onde as pessoas estavam reclusas e começaram a criar conteúdos, e nisso surgiu esse boom do TikTok e do Instagram, que são literários também”, disse.

Salvador (BA), 08/08/2025 - O curador da Vila Literária, Deco Lipe, fala sobre a programação da Festa Literária Internacional do Pelourinho - Flipelô, no centro histórico de Salvador. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Deco ressaltou que os jovens, hoje, estão lendo muito por meio das redes sociais, que oferecem ampla possibilidade de leitura. “Se formos ver, a rede do TikTok traz, por exemplo, os livros mais vendidos no país e consegue trazer livros internacionais a serem traduzidos para cá. Muita gente diz que se o jovem está em rede social, ele não lê. Mas, pelo contrário, estamos vendo um movimento em que os book talkers estão arrastando multidões. Temos uma potencialidade muito grande de leitores e as redes [sociais] podem ajudar nesse aspecto”, explicou.

A programação da Vila Literária é toda gratuita e vai até este domingo (10). Mais informações sobre a programação deste espaço e também sobre a Flipelô podem ser consultados no site oficial da Festa Literária

(Fonte: Agência Brasil)

Canoas (RS), 21/06/2024 - A professora Suelem Furlanetto dentro de sala de aula na Escola Municipal Rio Grande do Sul, após enchente que atingiu toda a escola. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Os inscritos na primeira edição da Prova Nacional Docente (PND) que tiveram o pedido de atendimento especializado recusado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) já podem entrar com recurso de revisão no Sistema PND. O prazo termina na próxima terça-feira (12).

O participante deverá inserir novamente no sistema um documento legível, em língua portuguesa, que comprove a condição que motiva a solicitação de atendimento, para ser considerado válido para análise.

A documentação enviada deve conter o nome completo do participante; diagnóstico com a descrição da condição que motivou a solicitação e/ou o código correspondente à Classificação Internacional de Doença (CID 10); além da assinatura e identificação do profissional competente, com respectivo registro no conselho de classe que emitiu o parecer.

Divulgação do recurso

De acordo com o Inep, o resultado do recurso será divulgado no dia 18 de agosto.

Caso o documento, a declaração ou o parecer da solicitação de atendimento especializado for reprovado novamente, o participante terá os recursos de acessibilidade solicitados no ato da inscrição, exceto os direitos ao tempo adicional, à calculadora e à correção diferenciada da prova chamada de CNU dos Professores.

Mas, se for aceito, o participante terá direito ao tempo adicional de 60 minutos da prova.

PND

A Prova Nacional Docente não é um concurso público e não é uma seleção unificada. O exame foi criado em 2025 para melhorar a qualidade da formação dos professores e estimular a realização de concursos públicos e demais processos seletivos pelas redes de ensino estaduais, do Distrito Federal e dos municípios e, desta forma, estimular o ingresso de profissionais qualificados no magistério público.

A partir de 2026, os gestores das redes estaduais e municipais de ensino podem usar a nota da prova obtida pelo candidato como etapa única ou complementar de concursos públicos e em seleções simplificadas de contratação destes profissionais para educação básica.

A adesão, porém, não obriga os estados e municípios a usar os resultados da PND em todos os seus processos seletivos.

A prova é parte do programa Mais Professores para o Brasil, criado em 2024 para fortalecer a formação docente, incentivar o ingresso de professores no ensino público e valorizar os profissionais do magistério. A iniciativa pretende atender 2,3 milhões de docentes em todo o país.

Além da PND, as ações do programa englobam a Bolsa Mais Professores, Pé-de-Meia Licenciaturas e o Portal de Formação.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ) 08/08/2025 - Sambista e cantor Arlindo Cruz. Foto: arlindocruzobem/Instagram

Nesta sexta-feira (8), o Brasil se despede de um de seus maiores talentos musicais - o multi-instrumentista, compositor e ícone do samba, Arlindo Cruz. Com a saúde debilitada desde 2017, quando sofreu um grave Acidente Vascular Cerebral (AVC), Arlindo Cruz morreu aos 66 anos. 

Em comunicado publicado nas redes sociais, a família informou a morte e agradeceu as mensagens de amor, apoio e carinho que receberam nos últimos anos, e em especial agora na hora da partida. "Arlindo parte deixando um legado imenso para a cultura brasileira e um exemplo de força, humildade e paixão pela arte. Que sua música continue ecoando e inspirando as próximas gerações, como sempre foi seu desejo", diz a nota. Arlindo deixa a esposa, Bárbara, e os filhos Arlindinho e Flora. 

Nesta sexta-feira, o Sem Censura exibe uma homenagem a Arlindo Cruz, que já estava gravada e programada para a data. Assista ao vivo:

https://youtube.com/watch?v=yfY_uOKYnjo%3Fsi%3DvcTuA_drE9eef_3S

Trajetória

Nascido em 14 de setembro de 1958, em Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Arlindo Domingos da Cruz Filho cresceu embalado pelo batuque das rodas de samba. Aos 7 anos de idade, ganhou seu primeiro cavaquinho. Ainda muito jovem, começou a trabalhar como músico, ao lado de grandes artistas, como Candeia. Mais tarde foi para a Escola Preparatória de Cadetes do Ar, mas sem jamais abandonar a música. Em participação no programa Sem Censura, da TV Brasil, ele contou da herança musical que recebeu dentro de casa, por influência do seu pai Arlindão Cruz, que tocava cavaquinho, e a mãe Aracy, que tocava bateria e cantava.

Quando deixou a Aeronáutica, Arlindo Cruz passou a frequentar as rodas de samba do Cacique de Ramos, ao lado de Jorge Aragão, Beth Carvalho, Almir Guineto, Zeca Pagodinho e Sombrinha, que viria a ser seu grande parceiro. Ali, recebeu o convite para participar do grupo Fundo de Quintal. Foi nesse tempo que o samba ganhou nova forma, com uma sonoridade moderna, mas sem perder a essência dos quintais e terreiros. Suas composições logo passaram a figurar nas vozes de Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Alcione e tantos outros. Foram, então, 12 anos de trabalho, deixando o g

Assista ao programa Samba na Gamboa, da TV Brasil, com Arlindinho Cruz, que homenageou o pai

https://youtube.com/watch?v=qEyytc5ghrk%3Fsi%3D2dM0BE-vNkpEqRlD

rupo em 1993, para se lançar em carreira solo.

Autor de mais de 700 músicas, Arlindo Cruz escrevia com o coração e a alma. Suas letras entoavam o amor, a fé e a luta, traduzindo o cotidiano de milhares de brasileiros. Entre os maiores sucessos estão O Show Tem que ContinuarMeu Lugar Bagaço de Laranja.

Arlindo também era uma voz marcante no carnaval do Rio de Janeiro e figura querida nas quadras de escolas de samba, como o Império Serrano. Defensor fervoroso da cultura popular, foi torcedor apaixonado do Flamengo.

Fiel à sua religião, o candomblé, e aos Orixás, lutava contra a intolerância.

(Fonte: Agência Brasil)