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Dorlice Souza Andrade (Formoso/MG, 5/3/1950 – Imperatriz/MA, 30/5/2024)*

– Pioneira no ensino superior privado em Imperatriz

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A missa e a procissão da celebração do Corpus Christi, em 30 de maio de 2024, tiveram uma católica a menos nos eventos organizados pela Diocese de Imperatriz, no Maranhão: às 8 horas da manhã dessa mesma data, falecia a professora Dorlice Souza Andrade, mais conhecida por Dora.

(Instituída no século XIII, a celebração – também intitulada “Corpus Domini” ou Solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo – estava completando exatos 760 anos de existência, desde que foi realizada a primeira vez, em 19 de junho de 1264, na pequena cidade italiana de Bolsena, na região do Lácio.)

Dorlice Andrade vinha padecendo de problemas gastroenterológicos. Já estivera em grandes hospitais, de Brasília e de São Paulo. Nos últimos dias, internara-se no Hospital Santa Mônica, de Imperatriz, onde faleceu às 8 horas da manhã. O corpo foi velado na Igreja de Santa Teresa d’Ávila, situada na região histórica de Imperatriz e tão antiga quanto à cidade, pois foi obra inicialmente feita pelo frei Manoel Procópio, o fundador da nova povoação de Santa Teresa, em 1852. Após o velório, o corpo foi sepultado no Cemitério Campo da Saudade, o mais “tradicional” do município.

Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Distrito Federal (atual UniCEUB – Centro Universitário de Brasília), a professora Dorlice era doutora em Ciências da Educação pela UA (Universidad Americana), mestra em Planejamento do Desenvolvimento (UFPA/NAEA – Universidade Federal do Pará / Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, criado em 1973) e “Master in Business Administration (MBA)” pela Universidade de São Paulo (USP). Na busca do aperfeiçoamento e atualização, Dorlice participou de vários cursos e seminários voltados para a Educação, no Brasil e no exterior.

Aos 17 anos, idade em que a maioria dos jovens ainda pensa o que fazer da ou na vida, Dorlice Souza Andrade já sabia o que queria e, mais que isso, já fazia o que, desde cedo, desejava: ensinar. Ser professora, educadora.

Sua longa carreira teve início em 1968, em Brasília (DF), onde, até 1975, na rede pública, foi professora do ensino fundamental e ensino supletivo de 1º grau, além de dois anos como secretária escolar. Ainda em Brasília, foi pesquisadora do Endef, o Estudo Nacional de Despesa Familiar, realizado, nos anos de 1974 e 1975, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Antes de ser professora e gestora escolar na capital federal, Dorlice já professava, na cidade natal, sua fé na Educação, inclusive religiosa. Ela nasceu em Formoso, município de Minas Gerais, de mais de 3.600km2 de área territorial e menos de oito mil habitantes (2022), cujas origens históricas vêm de séculos: no ano de 1713, já era distrito. Em Formoso, Dorlice iniciou o exercício de seus dons e dotes, pendores e amores pelo ensino, como educadora, mister e missão que desempenhava inclusive na Igreja católica, como catequista em escolas estaduais e municipais.

Dorlice Souza Andrade estava a um ano de completar exatos 50 anos – meio século – de residência e dedicação a Imperatriz. Ela veio com o marido, o médico goiano Antônio Leite Andrade, e chegou a Imperatriz no dia 29 de maio de 1975. O casal tinha – e teve, e realizou – perspectivas e oportunidades na Saúde e na Educação e expandiram-se profissionalmente.

Em Imperatriz, Dorlice recomeçou sua jornada como educadora: foi professora na Escola Santa Teresinha (das Irmãs Missionárias Capuchinhas) e em cursos pré-vestibulares. Sempre (pre)ocupada com a Educação e o desenvolvimento local, criou, em 1986, o Centro Educacional Renovado de Imperatriz Ltda. (Ceril), escola onde Dorlice, como educadora e de modo pioneiro em Imperatriz e região, implantou, no ensino fundamental e médio, a disciplina Educação Sexual.

Por mais de 15 anos, o Ceril contribuiu para a inovação e o crescimento da Educação de Imperatriz, encerrando seu ciclo para dar lugar à instituição privada pioneira de ensino superior da Região Tocantina – a Faculdade de Imperatriz (Facimp). Com a Facimp, a vontade da professora Dorlice Souza Andrade e do marido Antônio Leite era a de transformar Imperatriz em um grande polo educacional. Desde 20 de agosto de 2001, quando foi entregue à comunidade imperatrizense e regional, a Facimp tornou-se obra de referência, inspirada em visão estratégica e socialmente inovadora, com seus egressos preenchendo, criando e qualificando os espaços do mercado de trabalho no Maranhão e em diversos outros Estados.

Em 2016, a Facimp já contava com diversos cursos de graduação (pelo menos 10), e chegou a ter cursos do “A” de Administração ao “Z” de Zootecnia. Na época, eram milhares de alunos e centenas de colaboradores, com quatro unidades – “campus” central, hospital escola, fazenda escola e clube esportivo e de lazer.

Atualmente, com arrendamento ou aquisição por grupo empresarial especializado em tecnologia e gestão de instituições de ensino superior, a Facimp já conta com 60 cursos de graduação, do “A” de Administração ao “T” de Tecnologias Educacionais (este, junto com a graduação em Pedagogia, quem sabe uma inconsciente homenagem à educadora Dorlice Andrade).

Na pós-graduação, onde a variedade acompanha o ritmo da vida, já chega a 118 a quantidade de cursos, do “A” da pós em Administração Pública, ou da pós em Anatomia Humana Clínica e Funcional, ao “U” das pós em Urgência e Emergência Pré-Hospitalar e Hospitalar, ou da pós em User Experience Design (UX), este para os do universo da Informática/Computação aplicado à Administração, ao Marketing e ao Design.

Eis aonde um sonho inicialmente sonhado a dois pode chegar... com possibilidade certa de ir mais, muito mais adiante...

Nessa trajetória de realizações, Dorlice e Antônio Leite fundaram a Clínica da Imagem, de que o casal era proprietário. O casal também entregou-se a causas sociocomunitárias. Por exemplo, Antônio Leite foi presidente do Rotary Club e Dorlice Andrade foi presidente da Casa da Amizade, entidade vinculada ao Rotary. Na gestão de Dorlice (1984/1985), foi construída a primeira escola do Bairro Bom Jesus, entregue, anos depois, ao município de Imperatriz na gestão (1983/1989) do então prefeito José de Ribamar Fiquene, falecido em janeiro de 2011.

Filha de Zoroastro José de Souza, fazendeiro, e Sergina Gomes da Silva, a lembrança de infância mais antiga de Dorlice Souza Andrade era, na cidade natal, a de tomar banho no córrego da fazenda e ordenhar (tirar leite das cabras).

A filosofia de vida profissional da professora Dorlice estava em uma frase do líder Nelson Mandela: “A Educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Até por isso, ela considerava que um momento marcante na sua atividade profissional foi a implantação e funcionamento dos seus dois grandes estabelecimentos de ensino: a escola Ceril e a faculdade Facimp. Dorlice destacava que aprendera muito com a cultura maranhense – aprendizado que era ampliado com as viagens e visitas, profissionais ou turísticas, a diversos países, entre os quais Holanda, Alemanha, México, Estados Unidos, Canadá, Porto Rico, Costa Rica, Argentina, Paraguai, Chile, Portugal, Espanha, Ilhas Caribenhas...

Simplicidade, persistência e permanente expressão de alegria e boas risadas eram características da personalidade de Dorlice Andrade, uma idealizadora e realizadora de sucesso, sempre disponível para as ações engrandecedoras em Imperatriz, cidade que, como ela registrara, escolheu para morar e criar os filhos Alessander (médico radiologista), Anna Kelly (advogada) e Andréia Carla (pedagoga) e brincar e rir com os netos Analice, Aylla, Tarcílio e Gustavo.

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Conhecia Dorlice Souza Andrade e Antônio Leite desde a década de 1970. Ambos eram clientes do banco federal em que eu trabalhava e que foi o ponto inicial de trocas de ideias e esperanças em relação a Imperatriz. Tornamo-nos mais próximos com a participação dos três no Rotary Club Imperatriz.

Como escrevi no texto que fiz sobre o Antônio Leite, em agosto de 2020: “Não demorou e já eu era todo ouvidos e falas em conversas com a professora Dorlice e seus quereres em torno da criação de sua própria escola”. Dei ideias e, sobretudo, sensibilizei, motivei, estimulei e energizei para que fosse atendida ou, ao menos, mitigada a necessidade de mais escolas de referência no município e região. O Ceril foi criado e teve vida longa e próspera.

Depois veio o sonho da Faculdade. Nessa época, eu retornara para Imperatriz, depois de anos em aprendizados de vida e estudos universitários em Fortaleza, Brasília e São Paulo. Sobre a futura Faculdade, eu conversava isoladamente ora com um, ora com outro, ora com o casal Dorlice e Antônio Leite; também, com outras pessoas, a exemplo do amigo desportista e odontólogo Giovanni Ramos Guerra, atualmente presidente reeleito da Confederação Brasileira de Automobilismo, que igualmente colaborava com seu conhecimento, sua disponibilidade, seus esforços e boa vontade para a implantação do curso de Odontologia na futura Faculdade.

Ao final, o casal tomou a decisão, submeteu-se às condições e a um longo processo... e finalmente a Facimp foi criada. Tornei-me um dos diretores da Faculdade, onde convivi ao lado de pessoas boas, trabalhadoras, competentes, entre as quais a própria Dorlice Andrade, diretora-geral, o vice-diretor-geral, economista e professor Edgar Santos, e o diretor acadêmico, o filósofo e professor Domingos Furlan. Como escrevi: “Acompanhei e colaborei com um pouco na dinamização das atividades da Facimp [...]”. “Muitas das vezes, em um automóvel da Faculdade, com motorista, eu viajava para grandes municípios dos Estados vizinhos para apresentar a Facimp aos alunos e professores das escolas de ensino médio, suas opções de cursos, sua estrutura física de primeira qualidade em área total de quase 600 mil metros quadrados, inclusive áreas de expansão”.

Recordo-me de Dorlice contando-me das boas impressões de Antônio Leite acerca de minha biblioteca pessoal. Já contei: “Certa feita, visitando-me, Antônio Leite ficou impressionado com as dezenas de milhares de livros de minha biblioteca particular. Brincando e falando sério, disse que eu tinha mais livros ali do que a Facimp tinha em seu acervo. Olhou um pouco algumas capas e lombadas e perguntou-me se eu venderia uma pequena parte para ampliação da quantidade de volumes da biblioteca da Faculdade. Reticente, conversei sobre que temas interessariam etc. etc. Fiquei de listar alguns milhares de títulos e submetê-los a funcionários especializados da Faculdade. Com algum travo na garganta, desfiz-me de vasta bibliografia, que, creio, deve estar espalhada pelas estantes temáticas da Facimp até hoje”.

Eu gostava muito do ambiente físico e humano da Facimp, seus largos espaços, a arborização e, em certos momentos, até o silêncio. Assim, lembro-me da surpresa, quase perplexidade, de Dorlice Andrade e Antônio Leite ante meu pedido de demissão. Escrevi: “Quando pedi para deixar o cargo de direção na Facimp, o fiz para candidatar-me a prefeito de Imperatriz. A bondade despretensiosa de Antônio Leite levou-o a me dizer  que eu não precisaria sair, que a Facimp não poderia me perder e que eu entraria de licença de minha diretoria, sem prejuízo da remuneração. Não pude aceitar – e, mais uma vez, Antônio Leite, extremamente correto, providenciou minha dispensa e com direito a seguro-desemprego, benefício que igualmente não quis exercer, estando ainda comigo, guardada, a papelada. Excesso de tolice ética, o meu...”

Eu não sabia de notícia mais recente sobre doença ou internação de Dorlice Andrade. Estando eu fora de Imperatriz e tendo passado praticamente um ano no Rio de Janeiro e São Paulo, desconectamo-nos de conversas pelo telefone, mas mantínhamos, Dorlice e eu, alguma interação via WhatsApp e Facebook (Messenger). Dia 14 de maio deste ano, 16 dias antes de seu falecimento, Dorlice me escreveu no WhatsApp sobre um texto meu acerca do falecimento, em Brasília, do engenheiro Antônio Rodrigues Bayma Junior, um conhecido comum nosso e meu conterrâneo de Caxias (MA), que foi interventor em Imperatriz (1973/1975). Escreveu Dorlice, já quase 10 e meia da noite, há 16 dias: “Meu amigo, Dr. Bayma Júnior. Através dele colocamos energia no Bairro [de Imperatriz] Bom Jesus (primeira lâmpada a ser acesa, ele pediu que eu acionasse  o interruptor). // Inclusive tem uma avenida lá, com o seu nome. // Há tempos não o via!...”

Antes, no dia 30 de abril, dia de meu aniversário e Dia da Mulher Brasileira, Dorlice lembrava o marido falecido: “30 de abril de 1947, nasceu Antônio Leite Andrade, em Goiânia – GO”. E prometia, sobre um texto meu: “Boa noite, amigo! // Cheguei hoje de viagem. Amanhã vou concluir a leitura do que você escreveu sobre a mulher...” Sobre homenagens que recebi em São Luís, São Paulo e no Rio de Janeiro, Dorlice escreveu, em 24 de fevereiro passado: “Parabéns! Você é merecedor de todos os títulos!...” Em novembro de 2023, Dorlice agradecia um texto que escrevi: “Obrigado, amigo, pela relembrança... Voltei ao passado... Saudades!... Muitos bons tempos!...” Com os naturais “exageros” entre amigos, Dorlice escrevia, em setembro do ano passado: “Boa noite, meu amigo! // Você é um gênio, sem dúvida nenhuma!... [...]”. Fã declarada dos meus escritos, Dorlice não economizava: “Amo os seus textos!... São sempre pertinentes!...” (abril/2023). “Aprecio muito os seus textos!...” “[...] Só você pra conseguir conciliar, escrever e descrever com conhecimento, amor, clareza... Parabéns.” (novembro/2022). “Boa tarde, meu amigo! // Aprecio muito seus textos, histórias, estórias... // Aprendo bastante com tudo isso! Parabéns!” “[...] Você sempre um admirador, um defensor, enaltecedor das criaturas mais perfeitas, que são as mulheres!!! // Parabéns e obrigada pelas informações de sempre.” (março/2021).

Em outubro/2022, Dorlice escreveu-me sobre textos que publiquei acerca de dois membros da Família Motta Mello, Raquel e Dª Neneca. Estava, como praticamente sempre, de bom-humor, mesmo falando de assunto de morte (um diálogo dela com Dª Neneca Motta Mello). Na mesma oportunidade, lembrou da neta, que estudava inglês na escola da professora Raquel: “O seu curso U R Welcome é aqui próximo à minha residência. Sempre falávamos [...] e ela [Raquel Mello] de vez em quando ligava pra mim”. Sobre Dª Neneca: “Eu conversava muito com a Neneca na residência da Zulica, mãe de Antônio Leite”.

Quando leu um texto que fiz para uma médica e amiga comum nossa, Maria de Lourdes Ponciano de Sena (Lurdinha), a primeira neonatologista de Imperatriz, Dorlice relembrou (junho/2021): “Minha inesquecível amiga, Drª Lurdinha, você se foi muito precocemente...! // Estivemos na festa alusiva ao Dia do Médico no ano de 2019. // Ela e o meu querido sócio, Dr. Byron, como sempre dançando juntos. // Conversamos e rimos muito nos intervalos...! // Inclusive Antônio Leite recebeu uma linda homenagem dos colegas médicos!”  -- e, encerrou, premonitoriamente: “Estamos todos de ‘passagem’... Vamos aproveitar os nossos momentos!”

Antes, em março de 2021, ao ler texto meu sobre o professor João Renôr Ferreira de Carvalho, doutor (pela Sorbonne, Paris) e falecido em março de 2016, Dorlice se manifestou: “Quem diria, Doutor João Renôr, tão miúdo, aspecto bem humilde, simples... nascido no interior do Maranhão, faria tanto sucesso na cultura do Estado, do País e até do mundo...! // Parabéns, amigo, por sempre nos transmitir parte do seu conhecimento e da nossa história!!!”

Dorlice, que nem muitos brasileiros, também não se continha em relação à atuação de políticos de nosso país. Ao comentar um texto meu, escreveu: “Boa tarde, meu amigo Edmilson! // Fico indignada com esse tipo de ‘politicagem’ do nosso País! A que ponto o ser humano é capaz de chegar!” – e expressava-se também imageticamente, colocando figurinhas desenhadas com rostos vermelhos de raiva... Noutra oportunidade, criticou: “É muita história! // Só você mesmo para resgatar tudo isso! // Pena que os nossos governantes não fazem questão da preservação!” (outubro/2020).

Nessa regressão no tempo, ouço Dorlice contando-me, em mensagens por áudio, na tarde (especificamente, pouco antes das 13h) do dia 17 de junho de 2023. Ela fala de uma “lesão no estômago” e de ter estado internada por 32 dias, desde 4 de maio daquele ano, no hospital paulistano Albert Einstein. Antes, já tinha estado por 15 dias em Brasília, onde também se hospitalizara. Mas, mãe coruja, o áudio fala sobretudo dos filhos, de todos estarem com ela em todos mas sobretudo naqueles momentos: “Meus filhos não me abandonaram um segundo!”. Disse o nome de filhos e netos, até de uma filha que estava aniversariando e que secundarizou isto para, é claro, ficar ao lado da mãe. “Ninguém [os médicos do hospital em Brasília] sabia o que eu tinha”, disse Dorlice, antes dos exames no hospital da capital paulista, chateada com o “hospital de ponta” da capital federal que não diagnosticou o que ela, paciente, tinha. Pediu e agradeceu “vibrações positivas”, destacou minhas “orações e energias positivas”, que sabia do meu carinho por ela, “que é muito grande” (ela ressaltou –  com a contrapartida de que o carinho dela por mim era de mesma natureza e intensidade). “Tenho certeza de que você vai torcer por mim”.  

Presencialmente ou à distância, Dorlice Andrade costumava solicitar-me opinião, aconselhamento, acerca de coisas e causas, ideias e ações, que passavam pela cabeça dela. De modo franco, e sem ônus, eu falava, escrevia, conversava, dizia o que eu pensava... O resultado é que, há umas quatro décadas, ganhei de Dorlice o título de “meu anjo protetor”. Era como me tratava. Uma vez escreveu: “Quanto às minhas palavras sobre você, pode acreditar, são sinceras e verdadeiras... [...]” (novembro/2020). Nem ousei duvidar (rs)...

Lamentavelmente, acho que não desempenhei bem o papel de “anjo protetor”... Se tivesse desempenhado, pelo menos por mim, a alegria viva, a “joie de vivre”, a exultação de espírito e matéria representadas por Dorlice Andrade continuariam com ela, nela – viva e saudável. É assim, creio, que agem anjos protetores.

Mas descubro-me humano.

E humanamente, para uma mulher com tanta alegria de viver, resta reconhecer (e muitos agradecerem) o que em vida Dorlice Souza Andrade pôde fazer nas atividades profissionais e empreendedoriais e até pioneirismos educacionais em prol de gerações de crianças, jovens e adultos, que se beneficiaram de Informações, Conhecimento, Educação...

Paz e Luz, amiga Dora.

E que, do Alto, continue a zelar pelos Filhos e Familiares e pelos Colegas, Colaboradores e Amigos – por todos que ainda teimam resistindo neste lado de cá da Vida.

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Condolências.

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

 Dorlice Souza Andrade: como diretora-geral da Facimp, paramentada para solenidade de colação de Grau.