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Em Caxias (MA), Colégio Diocesano, 68 anos e Diocese, 85 anos*

Padre Francisco Damasceno... Cônego Aderson Guimarães Júnior... Irmã Zenir Alves... Padre Luiz Gonzaga Ribeiro Gonçalves... Monsenhor Clóvis Vidigal (que me convidou para criar um jornal em Caxias, na década de 1970)...

Todos esses religiosos e mais alguns estão unidos por um mesmo nome: COLÉGIO DIOCESANO, fundado em 21 de junho de 1956, com o nome de Colégio São Luís de Gonzaga, que ofertava educação até o ginásio (hoje, ensino fundamental) e, posteriormente, também o científico (ensino médio).

O Colégio

Após estender seu ensino para o, à época, curso científico (ensino médio), a escola passou a se chamar COLÉGIO DIOCESANO SÃO LUÍS DE GONZAGA. Inicialmente, o Colégio aceitava apenas meninos – assim como outra escola católica, que aceitava apenas mulheres, o Colégio São José, das Irmãs Missionárias Capuchinhas. Anos mais tarde é que os dois estabelecimentos educacionais passaram a ter estudantes de ambos os sexos – o Diocesano, segundo ex-alunos, a partir de 1966, dez anos após sua fundação. Um dos tios meus, Raimundo João Gama Soares, hoje aposentado, foi aluno do Diocesano.

O Colégio Diocesano passou a se chamar Centro de Ensino Médio Cônego Aderson Guimarães Júnior no fim de 1991. A sugestão de criação de uma escola de ensino médio de responsabilidade do município foi do caxiense Aluízio Bittencourt de Albuquerque, farmacêutico-bioquímico, professor e gestor universitário, fundador e ex-presidente da Academia Caxiense de Letras e diretor do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias, entidades em que somos confrades e, que nem Aluízio, sou membro fundador da Academia e membro e ex-diretor do mesmo Instituto, de cujo jornal (“Folha do IHGC”) e revista (“Revista do IHGC”) fui diretor, editor e redator. O nome do Cônego Aderson Guimarães Júnior foi dado como patrono da Cadeira nº 5 do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias.

Por sua vez, o nome do Cônego Aderson para o novo Centro de Ensino foi uma sugestão de Antônio José Bittencourt de Albuquerque, o Catulé, economista caxiense, vereador e, à época, presidente da Câmara Municipal de Caxias. Catulé havia sido aluno do Diocesano, e o Cônego Aderson, além de diretor da escola, foi um de seus professores, aliás, famoso por seu rigor – alguns diriam severidade – no processo ensino-aprendizagem.

A lembrança do nome do conhecido religioso e educador Aderson Guimarães Júnior foi um tributo à sua memória e aos relevantes serviços prestados à Espiritualidade, à Educação e à Cultura em Caxias. Em 10 de agosto de 1947, quando foi fundado em Caxias o Centro Cultural Coelho Netto, Padre Aderson Guimarães Júnior foi seu primeiro presidente. A cidade ainda não registrava reconhecimento a esse destacado papel do famoso Padre Aderson em prol do município. Lamentavelmente, no dia da inauguração, nenhum parente convidado para a solenidade pôde participar.

Na sua inauguração em 1991, o Centro de Ensino Médio Cônego Aderson Guimarães Júnior teve como primeiro diretor o experiente, conhecido e reconhecido professor Deusiano Bandeira de Almeida, professor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) em Caxias, graduado em Ciências Biológicas e pós-graduado em Ciências do Ambiente, chefe de Departamento de Química e Biologia. Deusiano Bandeira foi meu professor de Química e Biologia no ensino médio, no Colégio São José, das Irmãs Missionárias Capuchinhas, em Caxias. Ele e Aluízio Bittencourt são também meus companheiros de Rotary Club.

O Fundador

O Colégio Diocesano foi uma das realizações do bispo Dom Luís Gonzaga da Cunha Marelim, que, em 7 de dezembro de 1941, chegou de trem a Caxias. Dom Luís Marelim, como era mais conhecido, nasceu em Salvador (BA), em 17 de abril de 1904. Foi ordenado padre em 11 de junho de 1927. Nomeado pelo papa Pio XII o primeiro bispo de Caxias, em 19 de julho de 1941, e ordenado 50 dias depois, em 7 de setembro de 1941, pelo arcebispo de São Luís (MA), Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, e pelo bispo de Ilhéus (BA), Felipe Benito Conduru Pacheco. Em 18 de fevereiro de 1981, por idade, sua renúncia foi aceita pelo papa João Paulo II. Retirou-se para um mosteiro em Salvador, onde faleceu em 21 de dezembro de 1991, com 87 anos, 8 meses e 4 dias. Dom Luís Marelim também construiu o Palácio Episcopal, sede da Diocese caxiense.

A Diocese

A Diocese de Caxias foi criada no dia 22 de julho de 1939; portanto, completa no próximo mês 85 anos. Desde 20 de dezembro de 2017 está com seu quinto bispo, Dom Sebastião Lima Duarte.

Na ordem, os bispos de Caxias foram:

1º) Luís Gonzaga da Cunha Marelim, que permaneceu de 19 de julho de 1941 a 18 de fevereiro de 1981;

2º) Jorge Tobias de Freitas, alagoano nascido em 14 de junho de 1935 em Palmeira dos Índios, que ficou de 15 de março de 1981 a 7 de novembro de 1986;

3º) o italiano Luís d’Andrea, nascido dia 23 de fevereiro de 1934 em Albano Laziale (42 mil habitantes), na região do Lácio, província de Roma. Faleceu em sua cidade natal em 8 de setembro de 2012. É bispo emérito de Caxias, onde esteve à frente do bispado de 29 de outubro de 1987 a 19 de março de 2010; e

4º) Vilsom Basso, gaúcho de Tuparendi, onde nasceu em 16 de fevereiro de 1960. Foi bispo de Caxias de 19 de março de 2010 a 19 de abril de 2017. Atualmente, é bispo de Imperatriz (MA).

O quinto e atual bispo de Caxias é Dom Sebastião Lima Duarte, maranhense de Carutapera, onde nasceu em 3 de abril de 1964. Ex-bispo de Viana (MA), foi nomeado bispo de Caxias em 20 de dezembro de 2017 e 66 dias depois, em 25 de fevereiro de 2018, começou a exercer seu mandato à frente da Diocese caxiense.

O Santo

São Luís de Gonzaga, que dá nome ao Colégio Diocesano, é o padroeiro da Juventude, dos Estudantes e dos Seminaristas. Nasceu em 9 de março de 1568, em Castiglione delle Stiviere, uma pequena cidade italiana, e faleceu em 21 de junho de 1591, em Roma, onde cuidou de doentes de tifo. A doença, altamente contagiosa, assolava a capital italiana, e Luís de Gonzaga veio a contraí-la também.

Quando seu pai, Ferrante Gonzaga, soube que seu filho queria seguir vida religiosa, levou-o para festas e outras “tentações”, querendo demovê-lo de seguir ou realizar o ideal espiritual. Luís resistiu e o pai, enfim, concordou.

Luís de Gonzaga posicionava-se clara e fortemente sobre certos assuntos. Por exemplo, ante algo a fazer, questionava: “De que serve isto para a Eternidade?”. Ele escreveu que “também os príncipes são pó como os pobres: talvez, cinzas mais fétidas". Foi beatificado, em 19 de outubro de 1605, pelo papa Paulo V e canonizado, em 31 de dezembro de 1726, pelo papa Bento XIII.

A Coincidência

O nome “Luís de Gonzaga” está presente no nome do santo padroeiro, na denominação do Colégio Diocesano, no nome do primeiro diretor dessa escola e nome do bispo que a construiu.

* EDMILSON SANCHES