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IMPERATRIZ MAJESTADE*

Sua Majestade Imperatriz. Flor da Amazônia, vitória-régia – grande, incultivada e bela.

Imperatriz. Cidade de antônimos.

Polo de concentração e dispersão.

De importação e exportação.

Imigração e emigração.

Desejo e decepção.

Imperatriz anfíbia: Nordeste e Amazônia.

Sol e água.

Seca e selva.

Areia e relva.

Sofá e sela.

Porta e porteira.

Pórtico e cancela.

Mansão e palhoça.

Carro e carroça.

Asfalto e roça.

Misto de trabalho e desemprego,

de produção e carência,

de oferta e procura,

desperdício e fartura,

resultado de seus contrários,

pastel de paradoxos,

Imperatriz é o retrato ampliado de nossos acertos e imperfeições, virtudes e incompletudes.

Uma São Paulo no interior do Maranhão, todos nós brasileiros temos algo a ver com esta cidade

– Imperatriz, Majestade.

171 anos.

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RIO TOCANTINS

Rio Tocantins... Personagem maior.

Foi por ele, foi com ele e foi nele que tudo começou. “Tudo”, aqui, é Imperatriz.

O registro de nascimento de Imperatriz não foi grafado à tinta – foi escrito com água. O Tocantins é a grande pia batismal onde a cidade, ontem, fez sua iniciação e, hoje, tenta a purificação... salvação... redenção...

O Rio Tocantins trouxe, há 171 anos, os fundadores da cidade. Ajudou a fazer a cidade. Ajudou a fazer história.

Um rio que só é velho porque se renova.

Desde 16 de julho de 1852 o Tocantins foi um rio que passou – e continua – em nossa vida. Líquido e certo.

Um rio que é permanente porque é passageiro.

Transitoriamente eterno.

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RIO TOCANTINS (2)

     Entre dois Estados, há um rio. Um rio rico – traz fartura. Um rio às vezes brabo – traz agrura. Um rio único e vário, como o são todos os rios. Separa terras, une gentes, leva coisas, banha corpos, lava a alma. Um rio com um toque especial: Toc Toc Tocantins.

Estamos na Pré-Amazônia. “O Rio Tocantins é o elemento de maior relevo – na geografia e em nossos corações”.

Durante todo o dia, raios de sol tocam o Tocantins. São dedos cálidos penetrando a intimidade receptiva e envolvente das águas. Sol e água. Fértil encontro de contrários. Homem, mulher.

Encontros muitos. Encontros marcados. À tardinha, após tantas horas de luz e calor, o sol, cansado, mergulha n’água – imersão total – e, sem forças, afoga-se nela, para depois renascer, fortalecido, anunciando o dia seguinte. Que vem envolto em halo, aura, auréola, aurora.

O sol nasce e (re)pousa no Tocantins.

* EDMILSON SANCHES