Continuamos. La Roque nos trouxe o convite do deputado Clodomir Milet. Daqui, agradecemos ao futuro senador maranhense a atenção toda especial que, para nós, valeu como mais uma promoção conquistada pelo nosso esforço de, na imprensa, servir ao Maranhão e ao Brasil registrando, sempre, a nossa luta em favor das reivindicações populares, combatendo as injustiças, discordando, muitas vezes, da péssima orientação política dos homens que têm governado o país e aplaudindo, raras vezes, os atos e soluções que trazem, para o povo e para o nosso país, a grandiosidade das medidas construtivas, visando conduzir este Colosso da América do Sul para o desenvolvimento, para a conquista duma posição política mais independente. Política econômica e financeira.
Esta tem sido a nossa posição na imprensa. Escrevemos o que sentimos. O que pensamos. Somos independentes. Não estamos ligados a interesses políticos de ninguém. Não foi outra a nossa conduta com o deputado Alberto Aboud.
A coluna, esta aqui, é nossa. É a melhor maneira de servir o povo. A melhor maneira de sermos coerentes conosco mesmo. E pensamos que não será outra a conduta do deputado Clodomir Milet na direção desta nova fase do “Jornal do Dia”. E, na nota, comunicando a mudança, a alteração, está o registro da atitude firme: “este jornal prosseguirá firme em sua linha de coerência em defesa dos interesses do povo maranhense, de apoio ao honrado e dinâmico governo José Sarney e à posição de fidelidade aos grandes anseios populares que lhe soube imprimir o deputado Alberto Aboud”.
Não poderia deixar de ser assim. Deverá haver a linha de independência. Deverá haver a grandiosidade dos pensamentos edificantes. Um jornal fora desta identificação deixa de ser um jornal para ser um pasquim. A valorização está, justamente, na orientação democrática, na orientação séria, na grandeza das atitudes inflexíveis.
“Jornal do Dia” com Alberto Aboud sempre esteve em defesa dos humildes, das reivindicações populares. Sempre dentro da ordem democrática. Sempre na luta contra os maus governantes, contra as injustiças e contra todo tipo de violência. E sempre houve com os seus redatores a “livre manifestação do pensamento”. E não será outra, acreditamos, a sua posição nesta segunda fase já, agora, com a responsabilidade do deputado Clodomir Milet.
Continuamos. A nossa diretriz é a mesma. Com os nossos comentários o mesmo pensamento. A mesma combatividade contra o que nos parece de errado na orientação política de Castelo Branco. E, se há atos que mereçam aplausos, há outros que estão a exigir modificações. Esta política econômica e financeira, por exemplo, tem que ser alterada ou, então, haverá o pior, haverá o desespero, haverá a reação violenta.
Um fato. O país tem que abandonar a estagnação. Tem que sair da pressão duma política de grupo. Tem que deixar as limitações e marchar, aceleradamente, para o desenvolvimento. Para a redemocratização. Tem que devolver ao povo o direito de ele votar, de escolher os seus dirigentes. Tem que reagir quanto à intromissão indébita.
Queremos, todos querem, um Brasil nosso. Um Brasil, Brasil. Acabar com este bipartidarismo que está aí criando dificuldades, que está funcionando mal. Que está sendo consentido.
É preciso que o país ande, que o país seja, efetivamente, uma afirmação de bem-estar para todos. É esta a nossa luta. A luta dos homens democratas e independentes. E, juntamente pensando assim, é que CONTINUAMOS.
* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 6 de setembro de 1966 (terça-feira).