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LÍNGUA PORTUGUESA: dicas e exercícios 125

Neste domingo, apresentamos...

Ortografia – Uso das Letras

Ortografia é “memória visual”

O nosso sistema ortográfico vigente é o de 1943. Sofreu uma pequena reforma em 1971. Desde 2009, temos outra que já está vigente no país

Até 31 de dezembro de 2012, tivemos uma fase de adaptação em que as duas grafias deveriam ser aceitas: estreia/estréia; tranquilo/tranqüilo…

Como ortografia se sabe mesmo é por “memória visual”, é bom irmos nos acostumando às novas regras.

É importante lembrar que o nosso sistema ortográfico é fonético e etimológico, ou seja, levamos em conta a pronúncia das palavras e a sua origem.

Para quem nunca se deu conta, a letra H inicial só existe por questões etimológicas. Mantêm o H aquelas palavras que já apresentavam a letra H na sua origem: hoc die (= “este dia”, em latim) > hodie (daí hodierno = atual, moderno) > hoje.

Certamente, você nunca perdeu o sono por não saber por que HOJE tem H e ONTEM não tem.

O que faz você saber se uma palavra começa por H ou não é a “memória visual”. Sabemos muito bem como se escreve aquela palavra que se lê muito, que se escreve seguidamente e que se usa com muita frequência.

A mesma explicação vale para o dígrafo SC. Essa dupla de letras que representa um único fonema (como se fosse /s/) só foi mantido em nosso idioma por motivos etimológicos. Mantivemos o dígrafo SC em português nas palavras que já o apresentavam em latim: piscis (= peixe, em latim) > pisciano (= quem nasce sob o signo de peixes); piscicultura (= cultivo de peixes); piscina, piscoso…

É isso aí. Memória visual é fundamental para sabermos ortografia.

Ler é tudo de bom.

O que mudou no nosso alfabeto com o novo acordo ortográfico?

A volta do K, do W e do Y

Nosso alfabeto, agora, tem 26 letras: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y, Z.

O que diz o novo acordo ortográfico sobre a volta do K, do W e do Y?

As letras K, W e Y usam-se nos seguintes casos especiais:

1º) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados: Franklin, frankliniano; Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron, byroniano; Taylor, taylorista;

2º) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados: Kwanza; Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano;

3º) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional: TWA, KLM, K-potássio (de Kalium), W-oeste (West); kg-quilograma, km-quilômetro, kw-quilowatt, yd-jarda (yard); Watt.

Observações:
1ª) Em congruência com os casos anteriores, mantêm-se nos vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros quaisquer combinações gráficas ou sinais diacríticos não peculiares à nossa escrita que figurem nesses nomes: comtista, de Comte; garrettiano, de Garrett; mülleriano, de Müller; shakespeariano, de Shakespeare.

Os vocabulários autorizados registrarão grafias alternativas admissíveis, em casos de divulgação de certas palavras de tal tipo de origem (a exemplo de fúcsia/fúchsia e derivados, buganvília/buganvílea/bougainvíllea).

2ª) Os dígrafos finais de origem hebraica CH, PH e TH podem conservar-se em formas onomásticas (nomes próprios personativos) da tradição bíblica, como Baruch, Loth, Moloch, Ziph ou então simplificar-se: Baruc, Lot, Moloc, Zif. Se qualquer um desses dígrafos é mudo (não pronunciado), elimina-se: José, Nazaré, em vez de Joseph, Nazareth; e se algum deles, por força do uso, permite adaptação, substitui-se, recebendo uma adição vocálica: Judite, em vez de Judith.

3ª) As consoantes finais grafadas B, C, D, G e T mantêm-se, quer sejam mudas quer proferidas nas formas onomásticas (nomes próprios) em que o uso consagrou, nomeadamente em antropônimos e topônimos de tradição bíblica: Jacob, Job, Moab, Isaac, David, Gad, Gog, Magog, Bensabat, Josafat.

Integram-se também nesta forma: Cid, em que o D é sempre pronunciado; Madrid e Valladolid, em que o D ora é pronunciado, ora não; e Calecut ou Calicut, em que o T se encontra nas mesmas condições.

Nada impede, entretanto, que os antropônimos em apreço sejam usados sem a consoante final: Jó, Davi e Jacó.

4ª) Recomenda-se que os topônimos de língua estrangeiras se substituam, tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam antigas e ainda vivas em português ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente. Exemplo: Anvers, substituído por Antuérpia; Cherbourg, por Cherburgo; Géneve, por Genebra; Jutland, por Jutlândia; Milano, por Milão; München, por Munique; Torino, por Turim; Zürich por Zurique etc.