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LÍNGUA PORTUGUESA: dicas e exercícios 149

Neste domingo (11/9), continuamos com as...

Dúvidas dos Leitores

1ª dúvida:

Ele não vai respeitar quem se opor ou opuser?

A resposta é:

Ele não vai respeitar quem se opuser.

O verbo OPOR deve ser usado no futuro do subjuntivo, e não no infinitivo. Vejamos outros exemplos: verbo “fazer” – quem fizer; “querer” – quem quiser; “trazer” – quem trouxer; “saber” – quem souber; “dizer” – quem disser…

2ª dúvida:

Eles ainda não reaveram ou reouveram o dinheiro roubado?

A resposta é:

Eles ainda não reouveram o dinheiro roubado.

Na hora de usar o verbo REAVER, sempre surge esta dúvida: é “reaveram” ou “reaviram”? É a famosa dúvida do nada com coisa alguma. O verbo REAVER significa “recuperar”, ou seja, é “haver de novo”. É, portanto, derivado do verbo “haver”. Deve seguir a conjugação do verbo “haver”.

O pretérito perfeito do indicativo do verbo “haver” é: houve, houveste, houve, houvemos, houvestes e houveram. Assim sendo, o verbo REAVER fica: eu reouve, tu reouveste, ele reouve, nós reouvemos, vós reouvestes e eles reouveram.

3ª dúvida:

Neste momento, viemos ou vimos informar-lhes as novas decisões da diretoria?

A resposta é:

Neste momento, vimos informar-lhes as novas decisões da diretoria.

“Neste momento” significa “agora”. Devemos, portanto, usar o verbo VIR no presente do indicativo, e não no pretérito perfeito. A forma “viemos” é do pretérito perfeito do indicativo: eu vim, tu vieste, ele veio, nós viemos, vós viestes e eles vieram.

O presente do indicativo do verbo VIR é: eu venho, tu vens, ele vem, nós vimos, vós vindes e eles vêm.

A forma “vimos” pode ser presente do indicativo do verbo VIR ou pretérito perfeito do verbo VER: “Vimos, por meio desta, comunicar-lhes as alterações ocorridas no nosso calendário” (vimos = presente do indicativo do verbo VIR); “Ontem, nós vimos o jogo pela televisão” (vimos = pretérito perfeito do indicativo do verbo VER).

4ª dúvida:

Quando corro, eu soo ou suo muito?

A resposta é:

Quando corro, eu suo muito.

Não podemos confundir os verbo SUAR com SOAR. SUAR vem de “suor”, e SOAR vem de “som”. Se você corre muito e produz “suor”, você “sua”. SOAR é produzir “som”. Se o corredor prender uma sineta na perna, aí “soa”.

O verbo SOAR só necessita da terceira pessoa: a campainha soa, os sinos soam. O verbo SUAR, no presente do indicativo, fica: eu suo, tu suas, ele sua, nós suamos, vós suais, eles suam.

5ª dúvida:

É preciso que você reaveja ou recupere os seus documentos?

A resposta é:

É preciso que você recupere os seus documentos.

O verboREAVERnão deriva do verbo“ver”, como parece.REAVERé “haver de novo”. Deriva, portanto, do verbo “haver”. E deve, por isso, seguir o verbo “haver”. Acontece que o verbo REAVER só “existe” nas formas em que o verbo “haver” apresenta a letra “v”: havemos – reavemos; havia – reavia; houve – reouve; haverá – reaverá; houver – reouver…

No presente do indicativo, o verbo “haver” é: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis e eles hão. Assim sendo, o verbo REAVER só tem as 1ª e 2ª pessoas do plural: nós reavemos e vós reaveis.

Como o presente do subjuntivo é derivado da 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, a forma “que eu reaveja” não existe. Portanto, temos duas soluções: 1ª) trocar o verbo REAVER por um sinônimo: “É preciso que você recupere os seus documentos”; 2ª) usar uma expressão equivalente: “É preciso que você consiga reaver os seus documentos”.

Outro verbo que merece atenção é “precaver-se”. Parece derivado de “ver”, mas não é. Além disso, é um verbo defectivo, ou seja, apresenta falhas: nos tempos do presente, só tem a 1ª pessoa do plural (nós nos precavemos) e a 2ª pessoa do plural (vós vos precaveis) do presente do indicativo.

As chamadas formas rizotônicas (= 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular e a 3ª pessoa do plural) não existem. O presente do subjuntivo, por ser derivado da 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, não apresenta pessoa alguma. Assim sendo, formas como “eu me precavejo” e “que ele se precavenha” simplesmente não existem. Somos obrigados a usar um verbo sinônimo ou expressão equivalente: “eu tomo cuidado”, “que ele se previna”…

6ª dúvida:

Só acreditarei se a galinha pôr ou puser os ovos?

A resposta é:

Só acreditarei se a galinha puser os ovos.

Não devemos confundir o infinitivo (PÔR) com a forma do futuro do subjuntivo (PUSER). As orações subordinadas adverbiais condicionais (iniciadas pela conjunção “se”) e subordinadas adverbiais temporais (iniciadas pela conjunção “quando”) pedem o verbo no futuro do subjuntivo: se eu puser, quando você fizer, se nós dissermos, quando ele for…

No caso do verbo PÔR, é importante lembrar que a regra também se aplica aos derivados: depor, dispor, compor, repor, impor… Assim sendo, o correto é “quando ele depuser na CPI”, “se eu dispuser de tempo”, “quando eles compuserem o samba”, “quando ele repuser o dinheiro”, “se o zagueiro não se impuser em campo”…

7ª dúvida:

Ainda que o caso não é ou seja de emergência, é preciso agir rapidamente?

A resposta é:

Ainda que o caso não seja de emergência, é preciso agir rapidamente.

A conjunção subordinativa concessiva “ainda que” pede o verbo no subjuntivo: “ainda que seja, tenha, faça, diga, vá, venha…”

É importante lembrar que o modo subjuntivo indica “suposição, hipótese, desejo…”, e o modo indicativo deve ser usado para o real: “Ele é, tem, faz, diz, vai, vem…”