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LITERATURA MARANHENSE: Anoitece*

Um sol esmaecido

debruça-se no poente.

Há sombras da tarde

agasalhando os arbustos

das árvores antigas.

Nos ninhos,

pássaros adormecem

seus cantos,

asas paradas

escondem-se nas penas.

Há silêncio

no recolhimento

das almas em culto e emoções.

Sombras da noite

chegam molhadas de pranto

de um sol

no simbolismo

da luz em agonia.

Depois, a natureza

no envolvimento

da escuridão que chega

de manso,

na oferta de um escuro

que faz medo.

Anoitece.

* Paulo de Tarso Moraes. “Retratos do meu Eu” (inédito).