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– A todos que usam a palavra

VOCÊ É (SUA) PALAVRA

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Somos palavras.

Somos o que fazemos, mas também o que falamos. Pois no princípio era o Verbo, e o Verbo se fez carne (João 1, 1.14).

E a carne novamente se faz verbo – quando falamos, ou escrevemos.

Somos palavra e somos letras.

Desde o Gênesis, a gênese, a Genética.

Somos palavra em carne, encarnada: DNA – RNA – A G C T/U.

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O mestre, o discípulo, o pássaro... e uma dúvida

O DISCURSO DA PALAVRA

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O jovem discípulo aprisionou um pequeno pássaro entre as mãos, colocou-se atrás do seu mestre e falou-lhe: “Mestre, tenho um pássaro nas mãos. O senhor, que sabe todas as respostas, diga-me: Ele está vivo ou morto?”

Se o mestre respondesse: “Está vivo”, o discípulo esmagaria o pássaro e o exibiria morto. Se a resposta fosse: “Está morto”, o discípulo libertaria o pássaro, que voaria frente ao mestre agora desmoralizado.

O que falar? O que dizer? O que responder?

Permitam-me que eu os cumprimente a todos aqui com a tradição, a simplicidade e a educação de duas palavras: Senhoras; Senhores.

O que podemos falar, e o que devemos dizer, em um discurso? Que palavras devemos usar, que sentidos devemos empregar, que emoções devemos expressar, que reações queremos provocar?

Ah!, esse novo jogo verbal, essa nova esfinge vocabular também nos observa e repete: “Decifrem-me, ou lhes devoro”.

Falar sobre o que falar é reabrir a discussão – tão antiga, tão presente – entre o ser e o ter. Reflitam comigo: Como escritores, queremos ter o poder da palavra ou queremos ser a palavra do poder?

O mundo ainda não acabou por causa da Arte, por causa dos artistas. Há artistas de todos os naipes: gente que musica e compõe, que esculpe e cinzela, que calcula e escreve, gente que pinta e borda. Gente, boas gentes. E há gente que fala, que canta e encanta, que clama e reclama, gente que declama.

Nisso tudo, a palavra. A palavra base, baldrame, bastião. A palavra resistência, permanência – e, disse Guimarães Rosa, “resistir é permanecer”. Senão, vejamos: O que valeu mais para Portugal: ter conquistado, com seus navegadores, algumas terras há muito tempo retomadas ou devolvidas, ou conquistar diária e eternamente o mundo inteiro com ‘Os Lusíadas’ de Camões, com a poesia de Fernando Pessoa?”

De que valeram os enormes, portentosos, mas ao final destroçados, derrotados tanques de guerra da Alemanha? Porém, as obras de seus pensadores e compositores permanecem inteiras e, elas sim, continuam conquistando todo mundo no mundo todo.

Na minha terra – que, por sua importância econômica e cultural, em meados do século XIX, dividia o território brasileiro em dois: Estado do Maranhão e Estado do Brasil –, na minha terra havia gigantescas fábricas de tecidos, que teciam o nome e fama nacionais. Hoje, que é daquelas fábricas? Sumiram. De-sa-pa-re-ce-ram. Tornaram-se pó (ou tornaram ao pó), como prova da efemeridade, da transitoriedade, da impermanência a que estão submetidas, “ab initio”, as coisas materiais.

Mas é igualmente da terra das palmeiras, onde cantam os sábios e os sabiás, que vem a obra de Gonçalves Dias, Coelho Netto, Humberto de Campos, Ferreira Gullar, Josué Montello, sem esquecer um dos maiores – e menos divulgados – gênios matemáticos que o mundo já teve: Gomes de Sousa, o jovem “Sousinha”, que também era médico, literato e poliglota, e que deixou perplexa a Europa com seus conhecimentos sobre tudo, mas, sobretudo, sobre Matemática, Física e Astronomia, antes de morrer com pouco mais de trinta anos.

Senhores: Da bíblica Jerusalém, da Grécia do século VIII não restou pedra sobre pedra, mas a palavra de Cristo e os versos de Homero estão aí, a encantar o mundo, a edificar o homem.

Que lição isso traz? A lição, tão bem dada e tão mal recebida ou mal aprendida, o exemplo tão bem demonstrado e muito pouco seguido, é a lição de que aquilo que nos parece ser mais frágil, mais débil, mais fraco, é o que resiste, é o que permanece. A palavra, passada oralmente, escrita em papel, às vezes moldada no barro ou emoldurada no ferro, a palavra é o edifício que não rui, a construção que não desaba, o prédio que não tomba, a casa que não cai.

No princípio, e depois do fim, será sempre o Verbo.

Senhores, estamos vivendo em um mundo de virtudes rarefeitas. Neste momento, empregados estão contrafeitos, clientes são desfeitos, cidadãos mostram-se insatisfeitos e patrões, administradores e governantes podem levar tiro nos peitos porque não estão sendo humildes e honestos no que tinham a falar, no que deviam dizer; porque, mesmo quando lhes é exigido serem duros no falar, não devem perder a ternura jamais. E comunicar também sugere isso. Afinal, ternura não é frescura, delicadeza não é patente de dama inglesa.

Não há como confundir, não há porque confundir educação com bajulação, boas maneiras com maneirismos. Servir não é ser vil, ou servil. Comunicação é ação única, ação comum, como um, como única ação.

E por que assuntos como este, discussões como esta, sobre palavra e virtudes, por que isso tudo parece ser tão incompreensível, inadmissível, tão “démodé”, às vezes tão estranho, hoje?

O que foi que aconteceu? Houve a banalização da fala? A vulgarização da palavra? A dessensibilização dos sentidos? A dessacralização dos sentimentos?

É o mau uso da Língua, a incorreção da linguagem, a palavra de duplo sentido ou a vida sem nem um significado?

É a precariedade ética, a prevenção cética, o primarismo estético, o pragmatismo técnico?

É a miopia política, a ausência de crítica, a repetição cíclica, a deseducação típica?

É a inafeição cultural, a inaptidão intelectual, a indisposição literal, a desinformação atual, a decomposição moral e coisa e tal, o que é, Senhoras e Senhores? É a falta da virtude rara, da vergonha na cara?

Desculpem-me – peço-lhes – se, em vez de um fraseado bonito e soluções confortantes, trago-lhes eu aqui um leriado, um palavreado feio e dúvidas cortantes, constantes. Mas até nisto há de se entrever algum mérito, porque o homem também cresce quando duvida.

Dúvidas, pois, à mão cheia... e deixa o povo pensar. Dúvidas, pois, à mão cheia, para todos vocês, fiéis e únicos depositários de suas próprias respostas.

Trago-lhes a dúvida não da palavra, mas a do que fazer com ela. A mesma dúvida que pensou gerar o jovem discípulo (lembram-se) ao aprisionar um pequeno pássaro entre as mãos e testar seu próprio mestre: “O pássaro está vivo ou está morto, mestre?”

“Filho – respondeu o mestre –, o futuro do pássaro está em tuas mãos. Como o queiras”.

Senhoras e Senhores, usei da palavra para conceder-lhes, para conceder-nos o benefício da dúvida. Pois a resposta, o futuro – vivo, alegre, de altos voos aos céus, ou morto, cinzento, ao rés do chão e no pó da terra –, esse futuro, e o que fazer da palavra, dependerá dos Senhores, dependerá de nós. U-ni-ca-men-te. Como assim o decidirmos.

Façam o jogo, senhoras e senhores.

A sorte novamente está lançada.

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SOBRE O DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA – Há três datas que homenageiam a Língua Portuguesa:

* 10 de junho, DIA INTERNACIONAL DA LÍNGUA PORTUGUESA – instituído, em 1981, pela Assembleia da República de Portugal (a Câmara de Deputados Federais de lá). 10 de junho é a data da morte do notável escritor Luís Vaz de Camões, autor de “Os Lusíadas”, que morreu em 1580. O 10 de junho é feriado em Portugal.

* 5 de maio, DIA DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA CULTURA LUSÓFONA – decidido em 2005 mas instituído, em 2009, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Esta data oficialmente absorveu a de 10 de junho, que se mantém por força da tradição, tanto que é feriado em Portugal.

* 5 de novembro, DIA NACIONAL DA LÍNGUA PORTUGUESA – instituído, oficialmente, pelo governo brasileiro (Lei nº 11.310, de 12 de junho de 2006). A data é uma homenagem ao dia de nascimento (5/11/1849) do advogado e escritor Ruy Barbosa,  um dos maiores estudiosos da Língua Portuguesa.

* Existe, também, uma data geral de homenagem a todas as línguas: o DIA INTERNACIONAL DA LÍNGUA MATERNA, celebrado em 21 de fevereiro. A data foi criada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 17 de novembro de 1999, a partir de um movimento surgido em 21 de fevereiro de 1952, em Bangladesh, país da Ásia. O movimento era liderado por estudantes que queriam o bengalês como uma das línguas oficiais do Paquistão. Forças policiais reprimiram o movimento, e todos os estudantes foram assassinados e seus corpos foram queimados.

* EDMILSON SANCHES

Brasília (DF), 10/06/2024 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de reunião com reitores de universidades federais e de institutos federais de ensino, no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta segunda-feira (10), R$ 5,5 bilhões em recursos do Ministério da Educação (MEC) para obras de infraestrutura para o ensino superior e a construção de dez novos campi de universidades e de oito novos hospitais universitários federais. O investimento integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Em reunião com reitores de universidades e institutos federais, no Palácio do Planalto, Lula disse que a expansão universitária e de institutos federais é essencial para desenvolver a aptidão produtiva das localidades e afirmou que se preocupa em garantir que todos os jovens tenham acesso à universidade.

Brasília (DF), 10/06/2024 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Educação, Camilo Santana, durante reunião com reitores de universidades federais e de institutos federais de ensino, no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Não é possível você desenvolver as cidades periféricas, as cidades médias e pequenas do interior do país, se você não tiver institutos federais que possam, em função deste curso existir, você adaptar à realidade local, para que você tenha capacidade de produzir um desenvolvimento regional”, disse. .

Lula ainda cobrou que o MEC tire do papel os 100 novos institutos federais anunciados pelo governo. “Nós temos que começar a construir os institutos que nós anunciamos. Se não tem terreno, nós vamos comprar o terreno. Os reitores podem ir nos prefeitos e saber se tem prédio na cidade que a gente pode colocar o instituto. O que a gente não pode é anunciar e, um ano depois, não ter acontecido nada, com a desculpa de que não tem terreno, de que é moroso, de que o projeto é demorado. Nós temos que fazer acontecer”, ressaltou.

Orçamento

Essa é a segunda reunião pública do presidente Lula com reitores neste mandato. Assim que assumiu, em janeiro do ano passado, o presidente recebeu as autoridades no Palácio do Planalto e afirmou que a educação sairia do obscurantismo.

Hoje, ele ouviu dos reitores a necessidade de melhorar o orçamento do ensino público superior, que está em “situação crítica”. A reitora da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Márcia Abrahão, disse que, desde o encontro em janeiro de 2023, as entidades representativas vêm dialogando com o governo sobre uma proposta de financiamento permanente para as universidades.

Segundo Márcia Abrahão, apesar dos avanços realizados pelo governo, o orçamento atual das universidades, de R$ 6,8 bilhões, é insuficiente. “O valor defendido pela Andifes, de R$ 8,5 bilhões, nos aproximaria ou nos aproximará, quem sabe, ainda temos um ano pela frente, do orçamento de 2017, considerando a inflação. Esperamos que o orçamento de 2025 nos coloque em condições de atender o presente e planejar um futuro melhor”, disse.

Brasília (DF), 10/06/2024 - A reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão, durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e reitores de universidades federais e de institutos federais de ensino, no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Reitora da Universidade de Brasília

“Infelizmente, a situação crítica em que chegamos em função dos anos de reduções orçamentárias exige um grande esforço nacional de recuperação do que já temos, além de dar condições para as universidades mais novas se estabelecerem adequadamente. Os desafios são crescentes”, acrescentou Márcia, lembrando que as universidades têm desempenhado “papel fundamental” para a preservação da democracia e “permanece firme” ao lado da sociedade brasileira em situações extremas, como foi a pandemia de covid-19 e a recente tragédia climática no Rio Grande do Sul.

Para o reitor do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Elias Monteiro, o plano nacional para educação desapareceu nos últimos nove anos, com obstáculos como cortes orçamentários significativos e desinvestimentos, tentativas de cerceamento da autonomia institucional e descaracterização dos princípios democráticos.

“Permanecemos erguidos assim graças a determinação e resiliência dos nossos dirigentes e de todos os servidores que acreditam que é pela educação que ocorrem as significativas mudanças sociais e econômicas de uma sociedade”, disse em discurso, listando problemas que ainda persistem.

“Nos defrontamos ainda, nos dias atuais, com alguns problemas como a escassez de recurso para assistência estudantil, com a fome que persiste entre nossos estudantes e com a ausência de transporte escolar. Temos que, dia após dia, fazer a impossível escolha entre manter o funcionamento de um programa para jovens portadores de deficiências ou fornecer energia, água, segurança e limpeza para um dos nossos campi”, acrescentou.

Segundo Monteiro, “mesmo reconhecendo os avanços”, o atual orçamento da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica é equivalente ao do ano de 2015, “período onde o número de unidades funcionando representava, aproximadamente, 60% das existentes, sem contar os novos 100 campi que farão partes da estrutura”.

Aos reitores, Lula afirmou que há “chance de ir buscar mais dinheiro”, “se a gente conseguir aplicar, rapidamente, o que já foi anunciado”. “Muitas vezes, o dinheiro aparece quando você tem um projeto que seja, sabe, um projeto, sabe, incontestável. Não é discurso que faz dinheiro, é projeto”, disse o presidente.

Brasília (DF), 10/06/2024 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião com reitores de universidades federais e de institutos federais de ensino, no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Obras e custeio

Os novos recursos, anunciados hoje, serão destinados para melhorias na infraestrutura de 69 universidades federais e construção de dez campi. Além disso, serão repassados recursos a 31 hospitais universitários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), sendo oito novos.

Os novos campi de universidades serão construídos nas cidades de São Gabriel da Cachoeira (AM); Rurópolis (PA); Cidade Ocidental (GO); Baturité (CE); Estância (SE); Jequié (BA); Sertânia (PE); Ipatinga (MG); São José do Rio Preto (SP); e Caxias do Sul (RS). De acordo com o governo, as localidades foram escolhidas com o objetivo de ampliar a oferta de vagas da educação superior em regiões com baixa cobertura de matrículas na rede pública.

Cada obra custará R$ 60 milhões, incluindo construção e compra de equipamentos. A ampliação vai resultar em 28 mil novas vagas para estudantes de graduação. Os campi oferecerão seis cursos, cada um, para 2,8 mil estudantes. Para isso, serão contratados 388 servidores por unidade.

Para consolidação da rede federal de educação superior, serão repassados R$ 3,17 bilhões, destinados a 338 obras, das quais 223 serão iniciadas, 95 retomadas e 20, que estão em andamento, concluídas. As obras visam o fortalecimento da graduação – salas de aula, laboratórios, bibliotecas, auditórios, estruturas acadêmicas e complexos esportivos e culturais – e a assistência estudantil – refeitórios, moradias, equipamentos de saúde e centros de convivência.

Para melhoria das condições e do funcionamento dos hospitais universitários, neste ano, o governo federal vai garantir recursos adicionais de R$ 250 milhões para as unidades da Rede Ebserh/MEC, totalizando R$ 1,75 bilhão. Oito hospitais serão construído e estão ligados às universidades federais de Pelotas (RS), Juiz de Fora e Lavras (MG), Acre, Roraima, Rio de Janeiro, São Paulo e Cariri (CE).

Além dos investimentos em obras, as universidades federais serão beneficiadas com novos recursos orçamentários. De acordo com o MEC, no mês passado, já foi feita recomposição do corte realizado no orçamento, no valor de R$ 347 milhões, sendo R$ 242 milhões para as universidades e R$ 105 milhões para os institutos federais.

Agora, haverá nova ampliação de R$ 400 milhões no orçamento para custeio de despesas das instituições. A suplementação será de R$ 279 milhões para as universidades, que terão um total de R$ 6,38 bilhões para custeio após a ampliação do orçamento. Para os institutos, a ampliação é de R$ 120,7 milhões, com orçamento para custeio chegando a R$ 2,72 bilhões.

Por fim, para garantir a permanência dos estudantes no ensino superior, o MEC também está ampliando o Programa Bolsa Permanência (PBP) em 5,6 mil novas vagas, por meio de um aporte de mais R$ 35 milhões, o que deixa o programa com um orçamento de R$ 233 milhões.

Com isso, todos os estudantes indígenas e quilombolas de universidades e institutos federais passarão a ser atendidos pelo programa. Atualmente, cerca de 13 mil alunos neste perfil fazem parte do PBP. A partir deste ano, a cobertura ultrapassará 18 mil beneficiários. O valor da bolsa para esse grupo de estudantes é de R$ 1,4 mil desde 2023.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília-DF, 12.11.2023, Candidatos chegam para fazer a segunda etapa da prova do Enem 2023, na UNIP em Brasília.  Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Termina, na próxima sexta-feira (14), o prazo para inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O Ministério da Educação pede aos candidatos que fiquem atentos ao cronograma que foi alterado, de forma a ajustar datas, de forma a garantir a participação dos estudantes do Rio Grande do Sul, prejudicados pelas enchentes que, desde o fim de abril, atingem o Estado.

Para se inscrever, os estudantes devem acessar a Página do Participante e utilizar o cadastro na conta gov.br. A taxa de inscrição é de R$ 85, e deve ser paga até 19 de junho. O Inep aplicará as provas em 3 e 10 de novembro, nas 27 unidades federativas.

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), as solicitações de atendimento especializado e tratamento por nome social também vão até 14 de junho.

“Com essa decisão, nós queremos ampliar ainda mais as oportunidades para que os jovens façam o Enem, que é a porta de entrada para a graduação. Estudantes do Rio Grande do Sul e de todo o Brasil agora têm mais uma semana para se inscrever, pela Página do Participante. Quem está concluindo o ensino médio em escola pública não paga taxa de inscrição”, informou, por meio de nota, o ministro da Educação, Camilo Santana.

O Ministério da Educação divulgou balanço contabilizando que praticamente 100% dos concluintes do ensino médio da rede pública estão inscritos no Enem em Estados como Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e no Distrito Federal.

No Rio Grande do Sul, embora a rede de ensino ainda esteja em recuperação das enchentes, mais de 70% dos formandos da rede pública estão inscritos, segundo o MEC.

Enem

Criado em 1998, o Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica e também é a principal porta de entrada para a educação superior no país.

Os resultados da avaliação podem ser usados para acesso ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para Todos (Prouni) e também são aceitos em instituições privadas e de outros países de língua portuguesa que tenham acordo com o Brasil.

Os estudantes que não concluíram o ensino médio também podem participar na condição de treineiros, para autoavaliação nos anos anteriores ao término da educação básica.

(Fonte: Agência Brasil)

Médicos chegam ao local de prova para a segunda etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2020, em Brasília.

Classificados na primeira edição de 2024 do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) têm até esta terça-feira (11) para se inscrever para as provas de habilidades clínicas, que serão aplicadas nos dias 20 e 21 de julho.

A inscrição deve ser feita pelo Sistema Revalida. A taxa - de R$ 4.106,09 - pode ser paga até a próxima quinta-feira (13) em qualquer banco, casa lotérica ou aplicativo bancário, por meio da Guia de Recolhimento da União emitida pelo sistema. Outras formas de pagamento como PIX, cartão de crédito, transferência ou depósito não são aceitas.

Durante a inscrição, os candidatos devem optar pela cidade de aplicação do exame. Também é possível solicitar atendimento especializado e tratamento por nome social. A previsão é que o cartão de confirmação seja disponibilizado a partir do dia 12 de julho.

Para serem classificados para a segunda etapa do Revalida, os participantes precisam ter alcançado, no mínimo, 64,277 de um total de 100 pontos na primeira etapa. A nota de corte foi divulgada no dia 29 de maio, por meio de edital publicado no Diário Oficial da União.

Entenda

Com a finalidade de revalidar diplomas de médicos estrangeiros e brasileiros que se formaram no exterior, o exame avalia habilidades e conhecimentos a partir de princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

Composto por duas etapas - teórica e prática - o Revalida avalia as competências em cinco áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, medicina da família e comunidade.

Na primeira etapa, são aplicadas provas teóricas, objetiva e discursiva. Já na segunda fase, os profissionais passam por dez estações avaliativas. Todo o processo é baseado na Diretriz Curricular Nacional do Curso de Medicina e normativas associadas, além da legislação profissional brasileira.

(Fonte: Agência Brasil)

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Felinto Elísio Correia Neto, o padre Felinto, completa 70 anos neste 9 de junho de 2024.

Filho querido de Carolina, "adotado" e amado por Imperatriz, Felinto é patrimônio humano da “Princesa do Tocantins”, a partir de seu sacerdócio católico e missão apostólica.

Paciente, amigo, Felinto Elísio não deixa entrever em sua fidalguia o intelectualmente preparado teólogo, o comunitariamente disponível e o espiritualmente aperfeiçoado ser humano.

Quando eu era presidente do Comitê de Cidadania de Imperatriz, realizava reuniões na Igreja de que ele, à época, era pároco. Felinto não apenas liberava instalações para os encontros como igualmente, quando possível, participava, opinava, sem com vistas à melhoria sociopolítica e administrativa do município.

Felinto formou-se em Teologia em Munique, pela mais que hemilenar Universidade Luís-Maximiliano de Munique (em alemão: Ludwig-Maximilians-Universität München). A respeitada universidade desde sua criação, em 1472, já cultivava princípios e valores cristãos, tendo Teologia como um de seus primeiros cinco cursos (Ciências, Direito, Humanidades, Medicina e Teologia).

Na Ludwig-Maximilians, o maranhense Felinto deve ter pisado pelo solo ou piso por onde pisou, recostando-se em centenárias paredes e colunas onde se recostou, sentando-se onde se assentou, manuseando livros que manuseou Eugen Bertholt Friedrich Brecht (sim, Bertolt Brecht, o poeta e dramaturgo alemão), Friedrich Wilhelm Joseph Schelling (sim, Schelling, o filósofo idealista, que nem Kant e Hegel), Joseph Aloisius Ratzinger (sim, o teólogo e papa Bento XVI), Karl Jaspers (filósofo e psiquiatra germano-suíço), Konrad Adenauer (o advogado e político, chanceler alemão), Max Karl Ernst Ludwig Planck (sim, Max Planck, físico, criador da Física Quântica e recebedor do Prêmio Nobel), Max Ferdinand Scheler (sim, Scheler, filósofo alemão, que tanto contribuiu com seus estudos sobre Ética e Axiologia ou Filosofia dos Valores), Maximilian Karl Emil Weber (sim, Max Weber, que nós estudantes de Direito estudamos  -- direito ou não... – nas aulas de Sociologia, ciência da qual Weber foi um dos “pais” e, entre tantos e muitos e importantes, Genézio Darci Boff (ele mesmo, o Leonardo Boff), teólogo, filósofo, escritor brasileiro, nascido em Santa Catarina.

É esse o “tamanho” do menino que estudou no Colégio Comercial de Carolina, que fazia “presepadas” com os amigos de infância e juventude pelas águas e areias, rios e praias fluviais de sua inesquecível terra mãe.

Por trás do sacerdote que prega, ora, ministra, há um ser humano (pre)ocupado com seus irmãos em Cristo, um cidadão que, quando necessário, manifesta-se incisivamente. Conhecimento, razão e motivos não lhe faltam...

A Numerologia atribui ao nome “Felinto” (variante da grafia “Filinto”) as características ou qualidade de “generosidade”, “cortesia”, “caridade”, “companheirismo”... Não é sem razão que a Etimologia (origem do nome) registre que esse antropônimo tenha nascença na língua grega, no antepositivo “phílos”, com o significado de “amigo”, “querido” – como em “Felipe” ou “Filipe”, amigo dos cavalos, e também, entre outros; “filantropia”, amigo da Humanidade.

Padre Felinto há de concordar que, quando se é pleno dessas virtudes e se as exercita, cada pessoa com quem se interage ou para a qual destinamos apoio, inda que só da palavra amigo e de conforto, cada pessoa destas é um templo ou uma casa ou morada (está na Bíblia – Coríntios, Efésios, Gálatas, Hebreus...).

Completar 70 anos dedicando-se ao Bem, ao Bom, ao Belo que é divino é estar em permanente oração e ação, pregação e realização, fé com obra.

Assim, a vida é uma terna e eterna missa.

Felinto, continue a luta e labuta–- e, para isso, ide em paz.

A missa não acabou...

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Abraços do

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

O padre Felinto em diversas fases de sua vida; pelo mundo afora (Alemanha, Croácia...); e, entre outros, com nossos amigos comuns os bispos Dom Affonso Felippe Gregory (“in memoriam”), Dom Gilberto Pastana e Irmã Maria das Neves Martins Franco (superiora das Irmãs Missionárias Capuchinhas / Colégio Santa Teresinha, em Imperatriz) e Dom Francisco Lima Soares (meu amigo desde a juventude) e os padres Cícero Marcelino de Melo (meu confrade de Academia Imperatrizense de Letras), Raimundo Nonato Barbosa Costa e Moisés Dias (meu ex-companheiro de Rotary Club). O prédio é da “alma mater” de Felinto Elísio, a Universidade Ludwig-Maximilians, em Munique.

São Paulo (SP) 07/06/2024 - Festival In-Edit Brasil apresenta mais de 60 documentários musicais em SP
Foto: Bnegão_Caymmi/Divulgação

Com a exibição de, pelo menos, 60 documentários nacionais e internacionais sobre música e uma intensa programação paralela, o tradicional festival In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical tem início na próxima quarta-feira (12), em São Paulo. Chegando a sua 16ª edição, o In-Edit deste ano apresenta filmes sobre músicos como Zé Ketti, DJ Marlboro, Arrigo Barnabé, Luiz Melodia, Carlos Santana, Cindy Lauper, Joan Baez, Brian Jones e Paul Simon, entre outros.

Um dos destaques do festival é a exibição do filme Acordo com Lampião? Só na Boca do Fuzil!, do diretor Marcelo Felipe Sampaio, baseado no livro Os homens que mataram o facínora – a história dos grandes inimigos de Lampião, do jornalista, historiador e roteirista Moacir Assunção. O filme será apresentado com acompanhamento musical do guitarrista Lúcio Maia, ex-Nação Zumbi, autor da trilha original do filme. 

São Paulo (SP) 05/04/2024 - Inimizade entre Lampião e os nazarenos é tema de documentário que estreia em SP na próxima semana
Foto: Marcelo Felipe Sampaio/Divulgação

Outro destaque é o curta Outras Histórias do Mar (BNegão Canta Caymmi), no qual a diretora Carolina Rolim registra o mergulho do artista BNegão nas canções praieiras de Dorival Caymmi. Após o curta, haverá um show de BNegão com o violonista Bernardo Bosisio.

Já na seleção internacional, uma das atrações é a estreia brasileira e americana de Misty – The Erroll Garner Story, de Georges Gachot, baseado no livro de Erroll Garner, The Most Happy Piano, do escritor e biógrafo James M. Doran. O cineasta deverá estar presente na sessão de estreia, que acontece no dia 15 de junho, data em que Erroll Garner completaria 103 anos de idade.

Outro destaque internacional é o premiado Peter Doherty: Stranger in My Own Skin, de Katia De Vidas, vencedor do In-Edit Barcelona 2023. O filme faz um retrato íntimo de Peter Doherty e sua jornada na música.

Novidades

A novidade desta edição é o especial Música e Máquinas, que vai celebrar o centenário dos primeiros sons sintéticos. Serão apresentados sete filmes que exploram a intersecção entre música e tecnologia, destacando as inovações que transformaram o cenário musical. 

Além disso, haverá uma exposição na Cinemateca que vai reunir inventores de instrumentos eletrônicos, músicos, engenheiros de som e produtores para várias demonstrações.

“Esse ano a gente apresenta uma série de filmes que aborda toda a invenção e os inventores, os pioneiros, os produtores dessa música feita não analogicamente, ou seja, não com instrumentos acústicos e sim com máquinas. E isso só foi possível depois dessa democratização da luz elétrica e que gerou tantos avanços tecnológicos no século XX”, disse Marcelo Aliche, diretor artístico do In-Edit Brasil, em entrevista à Agência Brasil e à TV Brasil.

“Temos também uma exposição que estamos chamando de Traquitanas Eletrônicas, que são invenções eletrônicas feitas aqui no Brasil por inventores e também produtores e músicos, que vão apresentar esses instrumentos para o público”, acrescentou.

Já a Mostra Flashback vai exibir clássicos em versões restauradas como Let’s Get Lost, de Bruce Weber, e a première nacional do filme Dig! XX, que revisita um documentário feito há 20 anos sobre as bandas Dandy Warhols e Brian Jonestown Massacre.

A programação do festival ainda promoverá apresentações musicais de Arrigo Barnabé e Orkestra Bandida, além de debates, sessões comentadas, a tradicional Feira de Vinil e, pela primeira vez, uma Feira de Livros, com centenas de títulos sobre música e cinema a preços especiais. 

“A gente adora fazer atividades paralelas porque achamos que essa é uma maneira de aprofundar muito mais os assuntos abordados nos documentários. Neste ano, teremos vários shows que acompanham os filmes como do Arrigo Barnabé, BNegão, Lúcio Maia, o DJ Camilo Rocha e a Orkestra Bandida”, disse o diretor do festival.

Serviço

O In-Edit Brasil ocorre até o dia 23 de junho, em São Paulo. Todas as sessões e atividades são gratuitas, exceto no Cinesesc, onde haverá algumas sessões com ingresso popular, no valor único de R$ 10. 

Parte da programação também estará disponível gratuitamente nas plataformas digitais Sesc Digital, Itaú Cultural Play e Spcine Play.

Mais informações podem ser obtidas no site do festival.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ) 06/06/2024 - Exposição no MAC de Niterói sobre tradições do povo guarani.
Foto: Daniel Sul/Instituto Terra Verde

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC Niterói) apresenta, a partir deste sábado (8), a exposição fotográfica Yvy Marãey – A Terra sem Males, que aborda a busca ancestral do povo indígena guarani pela terra sem mal. São 38 fotografias de autoria do cineasta e fotógrafo Daniel Sul, que mostram a cultura e a mitologia do grupo Guarani Mbya, instalado há 11 anos na Aldeia Mata Verde Bonita, no município de Maricá, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

A mostra, que vai até 4 de agosto, é promovida pelo Instituto Terra Verde, organização não governamental (ONG) voltada para a defesa dos povos indígenas por meio da cultura e da memória, do etnoturismo, da segurança alimentar e geração de renda, entre outras ações.

“Eles sempre foram nômades, porque estavam em busca dessa terra sem males”, disse à Agência Brasil o presidente do Instituto Terra Verde e produtor-executivo da exposição, Leonardo Brandão. Com o passar do tempo e o esgotamento de terras disponíveis, os indígenas acabaram se instalando em 2013, em Maricá, onde fundaram a Aldeia Mata Verde Bonita, que reúne, atualmente, cerca de 200 pessoas, descendentes da pajé Lidia Neves, de 92 anos. Sua filha, Jurema, é a cacica da aldeia.
De acordo com Brandão, a mostra destaca, também, a necessidade de demarcação das terras dos guaranis em Maricá. “O que a gente quer é usar a cultura para dar visibilidade à questão indígena por meio de uma exposição com qualidade e obras artísticas, enfatizando a necessidade das aldeias guaranis serem demarcadas", afirmou o presidente do Instituto Terra Verde.

Segundo Brandão, a família veio migrando do Rio Grande do Sul, passou por Paraty e Camboinhas, em Niterói, e, há 11 anos, se estabeleceu na restinga de Maricá. Nesse município, há outra aldeia de guaranis, a Céu Azul, composta por 30 pessoas.

Tradição

Rio de Janeiro (RJ) 06/06/2024 - Exposição no MAC de Niterói sobre tradições do povo guarani.
Foto: Daniel Sul/Instituto Terra Verde

Os guaranis preservam as tradições. Há, por exemplo, uma casa de reza (Opy), onde são realizadas todas as atividades religiosas da aldeia, como funerais, rituais de cura e bênção do milho antes do plantio. “Todos falam a língua guarani. O português é ensinado na escola onde eles estudam fora da aldeia, mas a língua corrente é o guarani. Eles fazem muito artesanato, têm as práticas de cantoria na língua guarani. É uma aldeia que preserva muito as tradições de seu povo”, disse Brandão.

A exposição ocupará toda a varanda externa do MAC Niterói. Na abertura da mostra, prevista para as 10h de sábado haverá apresentação do Coral Guarani da Aldeia Mata Verde Bonita. A entrada é franca e a classificação, livre. Nos demais dias, os ingressos custarão R$ 16 (inteira) e R$ 8 (meia-entrada). Às quartas-feiras, a visitação será gratuita.


Haverá rodas de conversa com  moradores da aldeia, que falarão sobre a vida nacomunidade, além de feira de artesanato e outras atrações. A mostra estará aberta de terça-feira a domingo, das 10h às 18h, com entrada permitida até as 17h30.

A entrada será gratuita para crianças menores de 7 anos, estudantes da rede pública (ensino fundamental e médio), pessoas que moram ou nasceram em Niterói, servidores públicos municipais, pessoas com deficiência e visitantes que chegarem ao museu de bicicleta, têm direito à meia-entrada pessoas com 60 anos ou mais, estudantes de escolas particulares e universidades, professores e portadores de Identidade Jovem (ID Jovem), que é uma carteira virtual, baixada por aplicativo ou emitida no site da Secretaria Nacional da Juventude (SNJ).

A exposição tem apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, do Ministério da Cultura, dos governos estadual e federal, por meio da Lei Paulo Gustavo, e da Secretaria Municipal das Culturas, da Fundação de Artes e da Prefeitura de Niterói.

Aldeia

A Aldeia Mata Verde Bonita (Tekoa Ka'Aguy Hovy Porã), do povo Guarani Mbya, está estabelecida no Bairro de São José, na cidade de Maricá, em área de 93 hectares cedida pela prefeitura da cidade em 2013. Devido, entretanto, à falta de titulação da terra, a comunidade está constantemente ameaçada por interesses privados, tendo sido vítima, em 2019, de um incêndio criminoso que, por pouco, não atingiu algumas casas da aldeia. Em 2013, foram convidados a se mudar para Maricá, após terem sido pressionados pela especulação imobiliária a deixarem a área onde viviam há sete anos, no Bairro de Camboinhas, em Niterói, município também da Região Metropolitana do Rio.

(Fonte: Agência Brasil)

O MAR – FEMININO: AMAR

(À memória de Zafira da Silva de Almeida, oceanógrafa, bióloga marinha, mestra em Oceanografia e doutora em Zoologia, minha confrade na Academia Maranhense de Ciências e Patrona da Cadeira nº 1 do Instituto Histórico e Geográfico de Imperatriz. Na Universidade Estadual do Maranhão, chefiou o Laboratório de Pesca e Ecologia Aquática e foi docente e orientadora dos programas de pós-graduação em Ciência Animal, Recursos Aquáticos e Pesca e da Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal/Bionorte)

*

Há quem goste dele. Há os que lhe tenham pavor.

De minha parte, gosto dele – líquido e certo.

Gosto da água. Fui embalado e nutrido, acalentado e protegido por nove meses dentro dela, flutuando no mais amoroso dos oceanos: o líquido – amniótico – da mãe. (Os gregos davam o nome de “amníon” ao vaso onde se colocava o sangue dos animais sacrificados em favor de seus deuses. A palavra foi levada da forma do vaso para a forma de uma barriga grávida, pelo desenvolvimento do feto e consequente elastecimento da cavidade ou saco amniótico, onde o líquido, na medida do possível, não deixa o embrião colar-se a outras estruturas nem sofrer choques ou pancadas).

Gosto da água. Banho de chuva, de água de chuva nas bicas e nas poças, pois meninos e meninas de antigamente sequer imaginavam haver risco de doenças... e talvez por isso não adoecessem mesmo, ou pelo menos não assim tão facilmente...

Gosto da água. Eu dentro dela, ela dentro de mim – pois eu e todo ser vivente que nem eu, escritinho a mim, somos 70% água. E isto é também líquido e certo. Ciência, ciência, ciência. Ciência que nos informa que também o corpo da Terra é 70% água  – água doce de rios e riachos, córregos e ribeirões, lagos e lagoas,

... águas acima de águas, como os “icebergs”,

... e águas abaixo delas, como os aquíferos e outras águas subterrâneas;

... águas salgadas ou salobras do oceano global e coisa e tal, que são os cinco oceanos (Antártico, Ártico, Atlântico, Índico e Pacífico) e todos os seus 66 mares e 28 mares internos, sem falar nos corpos d’água que a Hidrologia ainda não classificou como mar – o que não impede que suas águas sejam salgadas e componham o total de mais de 97% de toda a água do planeta. Será se é por isso que a “dolce vita” não é para todos tão doce assim...).

Gosto da água. Perto de mim, ao escrever ou no criado-mudo da imensa cama – um oceano de conforto... –, tem sempre uns três litros em um daqueles recipientes estrangeiros, uma cara jarra japonesa, na qual asseguram ter uns minérios ou qualquer coisa liberadores de íons “y otras cositas más” que dizem ser boas para a água, para a alma, para algo... Acreditei. Ainda não tenho o do que reclamar.

Gosto da água. Meninote ainda, chegava a atravessar de um só fôlego o Rio Itapecuru quando este era largo, caudaloso, limpo, piscoso... Na margem oposta ao “porto dos homens”, silenciosamente eu derreava dulcíssimas canaranas para dentro d’água, para serem quebradas e os estalos não serem ouvidos pelo vigia da vazante, portador de uma espingarda com carga de sal, para amedrontar, afastar e mesmo atirar nos moleques... (Depois de quebradas, as canaranas eram amarradas com algumas de suas palhas, formando-se pequenas balsas sob o corpo menino, o que nos fazia flutuar e agilizar ainda mais o nado de volta ao outro lado...).

Também era o único menino nas vizinhanças da Palmeirinha e da Galiana, em Caxias, que tinha coragem de, nas pescas no Itapecuru, descer da canoa, afundar na água, prender o fôlego, acompanhar a linha de náilon e desvencilhar o anzol que se pregara em um tronco no fundo do rio ou buscar no fundo da loca o muçum que, fisgado, resistente, teimava em não sair de sua morada e “bunker”. Cuidadosamente, a partir de um sulco, vinco, um desnível qualquer próximo à cabeça daquele peixe sem escama, liso que nem quiabo, eu o segurava por breves instantes, tempo suficiente para voltar à canoa e jogar o “bicho” lá dentro. “– Hélasse! Hélate! Éguate!”, reagiam interjetivamente os que testemunhava a “operação”. (Em casa, o muçum – ao qual insipientemente atribuíamos parentesco com as cobras – era escaldado, “ferventado” e, depois, cozido ou frito. Ficava bronzeado que nem ouro velho, e era gostoso como peixe... pois peixe ele é...).

Por gostar de água, fui fazer mergulho submarino (mergulho autônomo) nas águas do Atlântico. Evoluí do “snorkel” para o tanque (de ar comprimido). Observar peixes. Visitar navios afundados. (Dispensei os treinamentos em água turva e para pesca submarina).

Depois que você chega ao alto-mar, sem qualquer referência de praia, cidade, árvores, nada..., o melhor mesmo é, sentado e de costas ou com o “passo de gigante”, cair dentro d’água e ir para o fundo – no meu caso, até quarenta metros. Enquanto a água de superfície pode mostrar-se revolta, escarpada, amedrontadora, lá embaixo, mais fundo, o mar é um ar líquido: água ultratransparente, calma, com cardumes dos quais você se aproxima e eles não lhe fogem, você é só mais um animal marinho... – a Ciência diz que nossa origem é o mar, embora haja cientistas que digam que não, pois a composição físico-química da água marinha daqueles tempos ancestrais romperia as ligações nos níveis celulares ou atômicos de um protoanimal que naturalmente tentasse ser formado.

Não há por que trazer para o mar medos que já não tenhamos em terra – e com os quais até nos acostumamos. O mar é perigoso? Ele é só o mar, mas o perigo está também na terra.

O mar mata? Em terra mata-se mais. 

Navios afundam? Sim; poucos, mas afundam – como aviões caem e automóveis abalroam, atropelam, estraçalham...

Tubarões e orcas são assassinos? Abra jornais, veja TV, consulte a “internet”: gentes matam mais – de tiros e tapas, de foice e faca, de murros e murraças, de socos e pontapés, de fome e frio, de amor e ciúme, e também de desgosto e vergonha... 

O mar apenas está onde está. Ele só reage.

O Dia Mundial dos Oceanos começou pelo Brasil, em 1992. Aprendamos a respeitar quem é maior – muuuuuuuuuuuuuuito maior – que nós. E mais forte.

O mar estava aqui quando chegamos. E estará quando nós não mais estivermos...

Ainda que de longe, conheça o mar.

Aprenda a/mar.

* EDMILSON SANCHES

Brasília-DF, 12.11.2023, Candidatos chegam para fazer a segunda etapa da prova do Enem 2023, na UNIP em Brasília.  Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

As inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram prorrogadas até o dia 14 de junho, anunciou o ministro da Educação, Camilo Santana, nas redes sociais. Inicialmente, terminariam nessa sexta-feira (7).

O prazo já havia sido flexibilizado para os candidatos do Rio Grande do Sul, em razão do desastre climático que atinge o Estado, mas foi agora ampliado para todo o Brasil. Para se inscrever, os estudantes devem acessar a Página do Participante e utilizar o cadastro na conta gov.br.

“Estudantes do Rio Grande do Sul e de todo o Brasil agora têm mais uma semana para se inscrever pela Página do Participante”, escreveu Santana. As provas serão aplicadas nos dias 3 e 10 de novembro.

A taxa de inscrição, no valor de R$ 85, poderá ser paga até o dia 14 de junho pelos estudantes não isentos. O pagamento pode ser feito por pix, cartão de crédito, débito, em conta-corrente ou poupança e por boleto, emitido na Página do Participante, onde também consta o QR Code.

Os moradores do Rio Grande do Sul têm isenção desse valor. Os concluintes do ensino médio em escola pública também não pagam taxa de inscrição.

O Ministério da Educação divulgou balanço segundo o qual cerca de 100% dos concluintes do ensino médio da rede pública estão inscritos no Enem em Estados como Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e o Distrito Federal.

No Rio Grande do Sul, embora a rede de ensino ainda esteja em recuperação das enchentes, mais de 70% dos formandos da rede pública estão inscritos, segundo o MEC. A pasta não divulgou o número parcial de inscritos.

Enem

Criado em 1998, o Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica e também é a principal porta de entrada para a educação superior no país.

Os resultados da avaliação podem ser usados para acesso ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para Todos (Prouni) e também são aceitos em instituições privadas e de outros países de língua portuguesa que tenham acordo com o Brasil.

Os estudantes que não concluíram o ensino médio também podem participar na condição de treineiros, para autoavaliação nos anos anteriores ao término da educação básica.

(Fonte: Agência Brasil)

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O Ministério do Trabalho e Emprego e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançaram, nessa quinta-feira (6), uma versão atualizada do Guia Brasileiro de Ocupações. Em versão on-line, a publicação traz informações sobre cada uma das 2.609 profissões existentes no mercado de trabalho brasileiro.

O guia permite que qualquer pessoa consulte, gratuitamente, a média salarial, as atividades que são desenvolvidas em cada ocupação, além de habilidades, conhecimentos, ferramentas e atitudes exigidas. Há, ainda, dados sobre desligamentos e admissões em 2023, além dos Estados onde há mais oferta de empregos em cada profissão.

A nova versão do guia agrega 19 novas ocupações. Outras 424 foram atualizadas para ficarem de acordo com as mudanças tecnológicas no mercado de trabalho. Entre as inclusões, estão profissões que lidam com práticas integrativas como o terapeuta reiki, o instrutor de ioga, o instrutor de meditação, o facilitador de biodança e o facilitador de grupos de movimento.

Três atividades desenvolvidas junto a bebês ou crianças também foram listadas como profissões, entre elas o condutor escolar terrestre. As outras duas são o lactarista, responsável por preparar e cuidar da nutrição dos bebês em creches e hospitais; e o brinquedista, que trabalha na organização, catalogação e funcionamento das brinquedotecas.

O guia passa a relacionar ainda três profissionais que lidam com animais. É o caso do condutor de cães domésticos, que pode prestar serviços de passeio. Já monitor de animais domésticos está apto a realizar atos de higiene e tosagem, além de procedimentos de enfermagem veterinária. O instrutor de mobilidade com cães-guia, por sua vez, é responsável pela interação entre a pessoa com deficiência visual e o animal.

Outras profissões listadas são o biólogo em meio ambiente e diversidade e o biólogo em saúde, que exercem duas especialidades da biologia. Já o ergonomista, que atua na promoção de um ambiente de trabalho mais eficiente e seguro, deve mobilizar conhecimentos multidisplinares de áreas como educação física, engenharia, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional.

Também integram a lista das 19 novas ocupações o hidrojatista, que opera equipamentos de limpeza que utilizam jatos de água sob alta pressão, e o ufólogo, que investiga fenômenos celestes. As últimas três profissões incluídas são o analista de sucesso do cliente, o analista de experiência do cliente e o confeccionador de perucas.

As informações que integram o Guia Brasileiro de Ocupações podem auxiliar trabalhadores que querem dar um novo rumo à carreira e também estudantes na hora de ingressar no ensino superior. Da mesma forma, servem a empregadores, profissionais de recursos humanos, jornalistas e pesquisadores como fonte para pesquisas e tomadas de decisão.

(Fonte: Agência Brasil)