A nadadora Sofia Duailibe representou o Maranhão na disputa da Copa Nordeste – Troféu Sergio Silva, competição realizada entre quinta-feira (16) e sábado (18), em Fortaleza (CE). Sofia, que é atleta da DM Aquatic e conta com os patrocínios do governo do Estado e do Centro Elétrico, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, manteve a rotina de conquistas no evento regional e faturou a medalha de prata na prova dos 1.500m livre.
“Foi uma competição difícil, mas consegui conquistar uma medalha. Apesar de eu ter subido ao pódio, sei que ainda tenho muito a crescer para melhorar meus tempos. Estamos no caminho certo e, agora, é seguir treinando forte visando os próximos desafios”, afirmou Sofia.
Antes de subir ao pódio na Copa Nordeste, Sofia Duailibe teve um grande desempenho no Troféu João Victor Caldas, realizado em abril, em São Luís. Na competição estadual, Sofia se destacou ao conquistar três medalhas de ouro, com vitórias nas provas dos 100m livre, 100m costas e 200m livre.
Além das competições nas piscinas, Sofia Duailibe também está brilhando no cenário nacional das águas abertas. No início de maio, a nadadora maranhense disputou a prova dos 2,5km da Copa Brasil, em Itajaí (SC), e subiu duas vezes ao pódio, conquistando a medalha de ouro na categoria Infantil 2 Feminino e faturando a medalha de bronze na categoria Geral Feminino.
Outros resultados
Antes de brilhar em Itajaí, Sofia Duailibe se destacou em outras etapas da Copa Brasil e do Campeonato Brasileiro de Águas Abertas. No fim de março, Sofia foi campeã da categoria Infantil 2 e garantiu o vice-campeonato Geral Feminino na prova de 2,5km da segunda etapa da Copa Brasil, realizada em Maceió (AL). Além disso, a atleta da DM Aquatic faturou o primeiro lugar da categoria Infantil 2 na disputa dos 5km da primeira etapa do Brasileiro.
Sofia Duailibe conquistou vários títulos em torneios de águas abertas durante o ano de 2023. A nadadora maranhense superou a marca de 20 pódios em etapas da Copa Brasil de Águas Abertas, com destaque para a conquista de 16 medalhas de ouro, além de ter sido campeã do Desafio do Cassó e da Copa São Luís.
Também em 2023, Sofia Duailibe se destacou nas piscinas, sendo campeã nas disputas do Norte/Nordeste de Natação – Troféu Walter Figueiredo Silva, do Campeonato Maranhense de Natação de Inverno - Troféu João Vitor Caldas, da Copa Norte de Natação / Troféu Leônidas Marques, dos Jogos Escolares Ludovicenses (JELs) e dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs).
A nadadora Sofia Duailibe é patrocinada pelo governo do Estado e pelo Centro Elétrico, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Ela ainda conta com o apoio do Colégio Literato.
Durante décadas, Willian Marinho fez notícia. Hoje, é a notícia que o faz. Willian deixa de escrever para ser (d)escrito.
Pelo mais indesejado dos motivos – e, ao mesmo tempo, o mais certo e inescapável deles: a morte –, William Marinho, jornalista, radialista, desportista, gestor de entidades desportivas e classistas, bacharel em Direito, colega, amigo e parceiro em diversos ideais e lutas, deixa de, jornalisticamente, contar histórias e passa, historicamente, a ser uma delas.
Nessa segunda-feira, 20 de maio de 2024, morreu Willian Cândido Barbosa, o Willian Marinho. Nascido em 1962, ninguém imaginaria que esse ano não apenas anunciava a chegada de Willian ao mundo como, também, por misteriosos arcanos, “embutia” nele, ano, um presságio com tempo certo para acontecer: Willian viveria 62 anos.
William Marinho deixa viúva Cláudia Regina Sousa Barbosa, com quem estava casado há 40 anos, desde 23 de março de 1984. Do casal sobrevieram os filhos Paulo Henrique Souza Barbosa e João Victor de Souza Barbosa.
Na Imprensa, Willian Marinho teve contínua e grande participação profissional. Ingressou no jornalismo em 1979, na “Gazeta de Imperatriz”, jornal que começou a circular em Imperatriz, em 25 de fevereiro daquele ano. Na direção, o empresário do ramo imobiliário Gerardo Marinho Lopes e, na edição, Wilton Alves Ferreira (o Coquinho). Depois, Willian, trabalhou na Rádio Imperatriz, cobrindo o setor de Esportes; no “Jornal do Tocantins”, também de Imperatriz. Em São Luís (MA), Willian Marinho trabalhou nas rádios Timbira e Difusora e no jornal “Diário do Povo”. De volta a Imperatriz, em 1980, foi para a sucursal do “Jornal de Hoje”, diário de São Luís, e para o jornal “O Progresso”, onde se manteve como repórter e colunista até o final da carreira. Em 1987, foi diretor e editor do “Jornal da Cidade”, que ele publicava em Açailândia (MA).
Em “O Progresso” destacou-se como colunista social e, na coluna “Fora da Pauta”, de política e cidade. (Em 1999, cheguei a substituir o Willian nessa coluna, em suas férias, quando também substituí, na coluna “Bastidores”, o à época editor do jornal, Luiz Duarte, por licença-paternidade. Willian Marinho entrevistou-me diversas vezes em seus programas em redes locais de televisão. Em suas colunas (social e política), fez registros sobre diversas ações que empreendi em e por Imperatriz. Chegou a dispensar para mim diversas manifestações de apoio, como, por exemplo, na histórica campanha que, quase solitariamente, por meio do jornal “O Progresso”, empreendi em 1999 contra a extinção do núcleo de Imperatriz do Hemomar (banco de sangue do governo do Maranhão). Mais de 20 artigos escrevi após saber da terrível pretensão e quase crime de pessoas bem-postas na sede do Hemomar em São Luís, que queriam porque queriam transformar o hemonúcleo imperatrizense em apenas um posto de coleta de sangue (que depois seria analisado e classificado em São Luís, de onde só depois viriam para Imperatriz, com todo custo de burocracia e de vidas. Esse brutal “nonsense” quase se materializou. Gente de Imperatriz morreu em hospital em razão disso. Consegui atestado de óbito e outros documentos que comprovavam o desleixo homicida daquela parte da burocracia estatal. Por fim, meus textos, via “O Progresso”, chegaram ao conhecimento de quem mandava mesmo no governo estadual. Resultado: assessores foram demitidos na capital e o Hemomar de Imperatriz se manteve. E o Willian Marinho, à época assessor na estrutura estadual do governo maranhense em Imperatriz, estava nos bastidores, dando-me, e a Imperatriz, o apoio possível. Relatei no dia 6 de outubro de 1999, em “O Progresso”, no primeiro parágrafo do artigo “Final (ou um novo começo) de uma história de sangue”:
“Durante a inauguração do ‘Farol da Educação’ ontem, 5 [de outubro de 1999], eu não sabia que estava sendo alvo das (boas) preocupações do jornalista William Marinho, desde as 6 horas da manhã. O esforçado assessor de imprensa da Gerência de Desenvolvimento Regional de Imperatriz (Gedrim), todo pressuroso e demonstrando um contentamento próprio de quem, sem trocadilho, vai dar uma boa notícia, procurou-me e anunciou: ‘Por determinação do gerente Antônio Carlos Frota, quero levar você para apresentar ao gerente estadual João Abreu’. Disse mais: ‘A última pessoa de São Luís que não queria a autonomia do Hemonúcleo de Imperatriz foi exonerada’. E resumiu, com o exagero que a alegria dessas horas concede: ‘Teus artigos derrubaram o pessoal de São Luís’. [...]”.
Além de assessor da Gerência Estadual de Desenvolvimento Regional do Tocantins, órgão do governo do Maranhão, Willian Marinho foi assessor de Comunicação Social da Prefeitura de Açailândia (administração Raimundo Pimentel Filho) e, com espírito sociocomunitário, desportivo e classista, foi também presidente da Associação de Imprensa da Região Tocantina, entidade que fundei em Imperatriz, em meados dos anos 1980, e foi vice-presidente e presidente da Sociedade Atlética Imperatriz (time de futebol profissional fundado em 1962 com o nome de Imperatriz Atlético Clube, hoje Sociedade Imperatriz de Desportos, também conhecida carinhosamente “Cavalo de Aço”). Willian também já havia dirigido equipe de futebol de salão (futsal).
Um quadro maior sobre Willian Marinho será objeto de texto ainda esta semana em “O Progresso”, como parte das homenagens em memória do dedicado comunicador social imperatrizense.
Mas, por enquanto, fiquemos com a melhor definição de Willian Marinho, feita por... Willian Marinho – que, sobre si mesmo, resumiu:
“Bom, sou jornalista, radialista e bacharel em Direito. Gosto de tudo um pouco e quero um novo estado para Imperatriz continuar crescendo. Sou Palmeirense e Cavalo de Aço. Casado e pai de dois rapazes”.
* EDMILSON SANCHES
FOTOS:
Willian Marinho e a esposa, Cláudia Regina. Em setembro de 1987, Willian Marinho gravando reportagem, em reunião da Associação de Imprensa da Região Tocantina (AIRT), observado pelos diretores e jornalistas Tasso Assunção, Edmilson Sanches, Teresinha Chaves (Thetê) e, ao lado dele, Maria José. Na mesa de trabalhos, da esquerda para a direita: José Geraldo da Costa, Conor Pires Faria, Tasso Assunção, Edmilson Sanches, Thetê, Maria José, Willian Marinho e Gilmário Café Camurça.
Principal atleta de kitesurf das Américas, o maranhense Bruno Lobo, que é patrocinado pelo Grupo Audiolar e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com os patrocínios do Bolsa-Atleta e da Revista Kitley, disputou o Campeonato Mundial de Fórmula Kite, competição encerrada nesse domingo (19), em Hyères, na França. Com muita habilidade e personalidade, Bruno teve um ótimo desempenho diante dos principais nomes da modalidade no planeta, chegando até as semifinais e garantindo presença no Top 10 do Mundial pelo segundo ano consecutivo. No fim, o maranhense encerrou sua participação em Hyères na nona colocação geral.
Focado na briga pelo título do Mundial de Fórmula Kite, último grande evento antes da tão aguardada participação nos Jogos Olímpicos, Bruno Lobo teve um desempenho consistente em Hyères, se posicionando sempre entre os melhores atletas da competição. Na fase classificatória, Bruno começou muito bem e ficou na segunda colocação geral após o primeiro dia de disputas. Com o andamento das regatas, o maranhense foi para 9º, mas carimbou sua classificação para a disputa por medalhas.
Após se destacar no Mundial, Bruno Lobo terá pouco mais de dois meses de treinamentos e ajustes para a participação nos Jogos Olímpicos, cuja competição de Fórmula Kite será realizada entre os dias 4 e 8 de agosto, na Marina de Marselha. O local traz boas recordações ao kitesurfista maranhense: em 2023, Bruno ficou em quinto lugar no evento-teste da Olimpíada em Marselha, sendo o único atleta da América do Sul na disputa.
Sétimo colocado no ranking mundial de Fórmula Kite, Bruno Lobo registrou grandes performances em dois eventos na Espanha antes de competir em Hyères. O kitesurfista maranhense conquistou o quarto lugar no Campeonato Europeu de Fórmula Kite, realizado em março, em Los Alcázares, e garantiu a 11ª posição do Troféu Princesa Sofia, que foi válido como etapa da Copa do Mundo e disputado em abril, em Palma de Mallorca.
Temporada anterior
Em 2023, Bruno Lobo colecionou resultados históricos, com destaque para a vaga antecipada em Paris 2024, o heptacampeonato brasileiro de Fórmula Kite e a conquista de seu segundo ouro na história da modalidade nos Jogos Pan-Americanos, em Santiago, no Chile. O maranhense também alcançou o Top 10 do Mundial de Vela, foi o nono colocado na Allianz Regatta e colocou o Brasil em sétimo lugar na disputa por países do Troféu Princesa Sofia, na Espanha.
Socorro Reis
A kitesurfista maranhense Socorro Reis, que é patrocinada pela Fribal e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com os patrocínios do Grupo Audiolar, da Revista Kitley e do programa Bolsa-Pódio, também participou do Campeonato Mundial de Fórmula Kite em Hyères, onde garantiu a 13ª colocação na flotilha de prata, sendo a segunda melhor atleta sul-americana nessa disputa.
Heptacampeã brasileira de Fórmula Kite e medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2023, Socorro Reis agora projeta a sequência da temporada, com destaque para a World Series e o Pan-Americano de Fórmula Kite, que será disputado em São Luís, em dezembro.
O Festival Sesc Culturas Negras terá mais de 80 atividades em diversos formatos e linguagens, entre os dias 22 e 26 de maio, em unidades da instituição espalhadas pelo Estado de São Paulo. A ação tem o objetivo de valorização, reconhecimento e difusão da cultura negra. As atividades incluem shows, espetáculos, vivências, rodas de conversas e passeios.
O primeiro bloco afro do país, Ilê Aiyê, abre o festival, que, ao longo dos dias, também terá a participação de Negra Li, Rincon Sapiência, Cida Bento, o coletivo Prot{Agô}nistas e a estreia da peça Angu, de Rodrigo França. Outros destaques do evento são as artistas africanas Mayra Andrade (Cabo Verde) e Nduduzo Siba (África do Sul).
“O festival é mais uma oportunidade de vivenciar, experienciar, contemplar e apreender com as produções culturais negras. É um terreno fértil e potente de alargamento existencial das dimensões estética, ética e política”, disse Fabiano Maranhão, assistente técnico da Gerência de Estudos e Programas Sociais do Sesc São Paulo.
A organização do projeto ressalta que a inspiração partiu dos chamados quintais, espaços de existência e resiliência para a comunidade negra ao longo da história, além de, em muitas comunidades, desempenharam um papel importante na resistência contra a opressão e na luta por direitos civis. Esses quintais, que davam espaço a atividades de cunho cultural e religioso, eram também ambientes de aprendizado com as gerações mais velhas.
“Será uma rica oportunidade de vivenciar o mosaico cultural negro, perpassando pelas manifestações tradicionais que existem e se atualizam secularmente, bem como produções contemporâneas calcadas em legados ancestrais. É nesta disputa de imaginários e de existências que o festival se fundamenta. É anúncio e experiência da vida tal qual ela também o é”, acrescentou Maranhão.
A programação terá diversidade de formatos, participação de artistas, grupos e coletivos, lideranças comunitárias, mestres e mestras tradicionais e pesquisadores da arte e da cultura negra. O projeto reforça as celebrações do dia 25, Dia Mundial de África.
O Sesc Campo Limpo, na zona sul da capital, receberá o grupo Samba do Caboclo Resgate, no dia 25, com um show em forma de samba de raiz, de roda, de caboclo, e participação de Ayô Tupinambá. Para o encerramento do festival, o público poderá acompanhar o show Negra Li Convida Rincon Sapiência, no dia 26, no Sesc Itaquera, zona leste da cidade.
No Sesc Avenida Paulista, Cida Bento – doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP) e pioneira nos estudos sobre a branquitude - participará do bate-papo Aquilombamento nas Margens: Cida Bento, no dia 23. O bate-papo Homens Pretos, Masculinidades e Relações Raciais ocorrerá no Sesc Ipiranga, no mesmo dia.
A cantora cabo-verdiana Mayra Andrade se apresenta no Sesc Pompeia (22 e 23), zona oeste. O Sesc Sorocaba, no interior paulista, receberá a artista sul-africana de raízes Zulu, Nduduzu Siba (23).
A programação completa está disponível nosite do Sesc São Paulo.
O cineasta Toni Venturi morreu no último sábado (18), após passar mal em uma praia no município de São Sebastião, no litoral do Estado de São Paulo. Ele havia completado 68 anos em novembro de 2023. Seu corpo foi velado nesta segunda-feira (20), entre 13h e 20h, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
Venturi era formado em cinema pela Ryerson University, instituição sediada na cidade de Toronto, no Canadá. No Brasil, também estudou cinema na Universidade de São Paulo (USP). Ele dirigiu diversos filmes ficcionais que transitam do drama à comédia. Sua esposa, a atriz Débora Duboc, atuou em diversos deles. Além de Débora, ele deixa os dois filhos Theo e Otto.
Latitude Zero (2002) é um de seus longa-metragens mais aclamados. Baseado na peça As Coisas Ruins da Nossa Cabeça, do dramaturgo Fernando Bonassi, ganhou mais de uma dezena de prêmios em festivais nacionais e internacionais.
Outro trabalho de destaque foi Cabra-Cega (2005), que narrou a trajetória de dois jovens militantes durante os anos da ditadura militar. O título foi exibido em diversos eventos cinematográficos. No 37º Festival de Brasília, por exemplo, arrematou os prêmios de direção, roteiro e do público.
A filmografia de Toni Venturi inclui ainda filmes mais recentes como Estamos Juntos (2011) e A Comédia Divina (2017). Como documentarista, um de seus principais trabalhos é O Velho – A História de Luiz Carlos Prestes (1997). Foi o vencedor da primeira edição do festival É Tudo Verdade e também foi agraciado em outros eventos nacionais. Fora do país, recebeu um prêmio em Cuba.
Outro documentário de destaque foi Rita Cadillac – A Lady do Povo (2010). Em parceria com o arquiteto franco-argentino Pablo Georgieff, dirigiu Dia de Festa (2005), que documenta a liderança de quatro mulheres no movimento dos sem-teto da cidade de São Paulo.
Repercussão e ativismo
Neta de Luiz Carlos Prestes, a socióloga Ana Maria Prestes lamentou, em suas redes sociais, a morte do cineasta. “Deixo o meu pesar e solidariedade à família e amigos. Também a gratidão, por ele ter realizado essa obra pela qual tantos conheceram quem foi Prestes”, escreveu.
A morte do cineasta também foi lamentada em mensagem divulgada pelo presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva.
O cineasta foi presidente da Associação Paulista dos Cineastas (Apaci) no ano de 2001 e era conhecido pelo seu ativismo cultural. O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e ex-vereador de São Paulo, Nabil Bonduki, o descreveu como “uma pessoa maravilhosa, solidária e afetuosa”. Amigo do cineasta, ele compartilhou nas redes sociais como foram seus últimos encontros.
“Estive com ele recentemente, em várias oportunidades, e ele estava muito bem, otimista com o futuro e com propostas para a política do audiovisual em São Paulo. Fiquei em choque quando recebi a triste notícia de sua passagem na imensidão do mar azul. Como pode alguém com tanta vitalidade, perder a vida assim de repente? Muito animado, ele me recebeu em sua casa, com representantes do setor, para debater novos instrumentos para o financiamento do audiovisual na cidade”, escreveu.
A importância de seu ativismo também foi lembrada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Em postagem, ele contou sobre seu envolvimento nas discussões para a criação de novas regras envolvendo plataformas de streaming –video on demand (VOD).
“Destaco a sua grandiosa contribuição para o cinema nacional. Sou grato pelas suas contribuições para elaboração do PL 8889/2017, de regulação do VOD. Quando aprovada, sugiro que seja chamada Lei Toni Venturi”.
Estão abertas, até o dia 1º de julho, as inscrições para a ação Redes de Formação em Cultura Digital – Labic Brasil, iniciativa do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação Cultural, Livro e Leitura (Sefli), e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por meio da Pró-Reitoria de Extensão. A ação tem parceria do Laboratório de Inovação Cidadã e da Mídia Ninja. O formulário de inscrição pode ser acessado aqui.
Inicialmente, serão selecionados 30 projetos sediados no Distrito Federal e Entorno, que participarão de encontros presenciais e remotos, visando ao desenvolvimento e à construção de redes em cultura digital. As equipes da Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ e da Mídia Ninja integrarão o grupo que fará a seleção dos 30 projetos da Região Centro-Oeste que participarão da ação.
“A gente também está mobilizando parceiros que trabalham com cultura digital, que conheçam redes sociais e que tenham ação nas redes forte. Na seleção, também, a ideia é pegar projetos que possam ter essa relação com a ação social, a situação cultural, mas que tenham uma proposta para o uso das redes”, disse, na última sexta-feira (17), à Agência Brasila pró-reitora de Extensão da UFRJ, Ivana Bentes. Podem se inscrever iniciativas ligadas a temas como diversidade, formação, sustentabilidade, ações culturais, livro e leitura, culturas indígenas, meio ambiente e usos da inteligência artificial para o bem comum.
“Mas a ideia é trazer a formação em cultura digital, porque estamos no contexto das fake news [notícias falsas], da forma como as pessoas podem usar melhor redes, inteligência artificial (IA) para o bem comum, para coisa boa, porque muitas pessoas só pensam nessas ferramentas como algo negativo. Elas têm um potencial enorme de ação”, disse Ivana. Segundo ela, mentorias e oficinas sobre checagem de notícias, segurança digital e criação de conteúdo são exemplos das formações previstas.
Impacto social
Nessa primeira ação territorial, podem se inscrever projetos, ações, redes, coletivos e organizações de impacto social, ligados a propostas de transformação social, cidadania, diversidade e ampliação de direitos. Serão aceitas propostas de projetos de todo o Distrito Federal. Não é necessário que os proponentes tenham formação ou titulação acadêmica. O objetivo da formação é apoiar ações, redes, coletivos, projetos e pesquisas aplicadas em diversos eixos temáticos, entre eles, combate à desinformação, educação midiática, tecnologias para o bem comum e ações de mídia.
Os trabalhos que resultarem da formação poderão ser usados nas comunidades, constituindo uma grande rede de impacto nos territórios, destacou Ivana Bentes. De acordo com ela, a formação vai funcionar como um curso de extensão da UFRJ. “As mentorias, as discussões. Isso é bacana porque amplifica esse impacto territorial”. Os encontros serão transmitidos pelo canal da Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ no YouTube.
Os 30 projetos selecionados vão receber ajuda de custo no valor de R$ 1.000 para participar do laboratório. Os recursos são oriundos do MinC, por meio da Sefli. As iniciativas selecionadas receberão apoio de mentores, professores, empreendedores, estudantes, especialistas e convidados, durante o período de realização da ação. Todas as atividades são gratuitas. O resultado da seleção será divulgado no dia 19 de julho.
Demais regiões
Além do Centro-Oeste, haverá edições nas demais regiões do Brasil, o que está previsto para ocorrer entre 2024 e 2025. No total, serão 150 projetos apoiados na ação Redes de Formação, informou à Agência Brasil o coordenador-geral de Articulação de Políticas de Cultura e Educação do MinC, Rafael Maximiniano. Ele ressaltou que os projetos culturais que tenham ligação com os eixos temáticos propostos no edital já podem estar em execução.
De acordo com o coordenador-geral, será realizado um encontro on-line dos projetos selecionados no dia 29 de julho e haverá encontros presenciais entre os dias 2 e 4 de agosto, na Nave Ninja Brasília, no Lago Norte. Conforme reforça o secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba, o Labic Brasil compõe uma política de formação artística e cultural, compreendendo o papel do letramento digital como componente estratégico para o desenvolvimento de tecnologias, redes, plataformas e mídias, mas, sobretudo, para a formação de repertórios culturais, estéticos, artísticos, políticos e sociais na produção de conteúdos e de mídias livres, inventivas, críticas e territoriais, inclusive para o enfrentamento à desinformação e às fake news.
Labics
Os laboratórios de Inovação Cidadã (Labics) são espaços de experimentação, aprendizagem e criação de soluções para resolver problemas e desafios da sociedade. A partir de tecnologias colaborativas e do envolvimento da própria comunidade, os participantes propõem processos e projetos baseados em mentorias e trocas, que resultam em iniciativas inovadoras voltadas para o uso comum.
Os Labics se baseiam na metodologia utilizada pela Secretaria Geral Ibero-Americana (Segib), organismo internacional que apoia os 22 países que constituem a comunidade ibero-americana, sendo 19 da América Latina de língua espanhola e portuguesa, além da Espanha, Portugal e Andorra, na Península Ibérica.
Uma iniciativa do projeto Fábrica de Graffiti está colorindo, com arte de rua, um muro de quase 1.700m² na Cidade Industrial Satélite, no Bairro Cumbica, em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo. A ação faz parte da 15ª edição do projeto que tem o objetivo de humanizar distritos industriais com o graffiti e levar esse tipo de arte à uma população que tem pouco acesso a iniciativas culturais. De 15 a 29 de maio, 18 artistas visuais de Guarulhos e região levarão cores e vida ao muro cinza de uma empresa do segmento siderúrgico. Alunos de uma escola pública da cidade também participarão de imersão artística ao longo do projeto.
Em 14 edições, o projeto já realizou os maiores murais de grafite em Minas Gerais, São Paulo, no Rio de Janeiro, na Bahia, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com destaque para a produção do maior mural de graffiti da América Latina em Barra Mansa (RJ), o grafite na maior empena (fachada lateral de um edifício sem janelas e portas) de Minas em João Monlevade, deixando um legado para as comunidades locais e para a arte nacional. Em todas as edições, a preocupação é selecionar uma equipe diversa, com equidade de homens, mulheres e pessoas que se identificam com a comunidade LGBTQIA+.
Os 18 artistas selecionados para participar da 15ª edição são: Kátia Suzue (@katiasuzue), André Inea (@andre_inea), Caluz (@caluzcaluz), Magoo Ilegal (@magooilegal), André Estavaringo (@andre.estavaringo), Yez Yas (@yez_yas), Mariana Calle (@mrncalle), Mota (@mota.morfose), Denys Evol (@evol_dem), Jae Alves (@todacortemseuvalor), Nazura (@lyanzr), Bruna Moreira (@bromou), Amanda Pankill (@amandapankill), Minu (@fabianominu) e o grupo Gamex Crew (@gamex.brasil), de quatro artistas.
Segundo a produtora-executiva do projeto, Paula Mesquita, a arte de rua é a expressão artística mais democrática que existe, porque nasceu de manifestações do povo e se encontra nas ruas para que qualquer pessoa apreciar. “Transformar lugares de passagem em grandes galerias a céu aberto humaniza territórios fabris e cria pontos turísticos na cidade. Fazemos isso de forma sustentável. Todas as características da Fábrica de Graffiti fortalecem a cultura e a imagem de empresas que praticam ESG [Environmental, Social and Corporate Governance], por isso elas sempre retornam para um novo projeto”, disse.
Paula explicou que a temática sugerida para os desenhos em Guarulhos propõe um contraste entre o cinza e o verde, já que, quando se pensa em fábrica, a primeira coisa que surge na mente é o concreto, levando a uma imagem pesada. Como na região também há muitas árvores, a ideia é explorar essa dicotomia.
“Sugerimos que os artistas desenvolvessem o trabalho em cima dessa natureza e o homem enxerido o homem inserido na natureza. Nós trabalhamos por meio do trabalho autoral e pedimos que eles retratassem como que o homem está inserido na natureza, principalmente nesse ambiente que é totalmente o contrário”, afirmou.
Segundo Paula, os resultados são incríveis, com os trabalhadores das fábricas demonstrando interesse sobre o projeto. “Como estamos todos uniformizados, eles nos procuram para perguntar, elogiar, saber por quanto tempo as imagens ficam nas paredes. Eles mostram que é um alento para eles chegarem naquele ambiente em que eles acostumaram, fabril, pesado e, agora, ser todo colorido. Outra mágica é que cada um vai se identificar de uma forma. Então, a repercussão é imediata”, diz.
Oficinas
O projeto também oferece, de 21 a 24 de maio, oficinas gratuitas de grafite a alunos de uma escola pública da cidade que terão acesso a cinco módulos: Introdução ao Graffiti (aborda a etimologia de “graffiti”, as tipologias das inscrições parietais na antiguidade, os movimentos culturais ligados ao surgimento do graffiti contemporâneo e suas principais vertentes no Brasil; Desenho para Graffiti – Letras cenário e personagens (apresentação das técnicas e materiais utilizados no processo de criação e passo a passo de construção de letras, ponto de fuga para cenários e criação de personagens).
Há, ainda, o módulo pintura artística de tela (introdução à pintura em tela, com composição de cores, letras, cenários e personagens); produção de mural (desenvolvimento de painéis de graffiti na escola com orientação e acompanhamento dos arte-educadores); e oficina de hip-hop (apresentação da história e desenvolvimento do breakdance, introduzindo as principais músicas e estilos de cada época, e como a dança se tornou um esporte).
Após seguidas catástrofes socioambientais causadas pela ação do homem na natureza, a busca por conhecimentos que possam orientar a humanidade na relação com o meio ambiente têm sido cada vez mais presente nas pesquisas científicas. Em muitas delas, o conhecimento indígena, enterrado pela cultura colonizadora, volta à tona na forma de escavações arqueológicas.
Um exemplo é o estudo Tropical forests as key sites of the Anthropocene: past and present perspectives (em livre tradução As florestas tropicais como locais-chave da cena humana: perspectivas passadas e presentes) realizado na Amazônia peruana e publicado, em 2021, na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
Ao investigar as mudanças causadas pelos habitantes da maior floresta tropical do planeta, os pesquisadores concluíram que, ao longo de 5.000 anos, incluindo o período após o contato europeu, as florestas não foram periodicamente desmatadas para a agricultura ou significativamente modificadas pelas populações indígenas.
A vivência harmônica dessas populações com a floresta, revelado por camadas profundas no solo, demonstraram “como as sociedades indígenas foram, e ainda são, forças positivas na integridade e na biodiversidade do seu ecossistema, e como o conhecimento indígena deve ser utilizado nos esforços de conservação e sustentabilidade”, avalia o estudo.
Esse conhecimento permanece perpetuado nas muitas comunidades indígenas ainda existentes no Brasil, mas não consegue ultrapassar as barreiras da educação formal ofertada à maior parte da população no país, diz o antropólogo da Universidade de Brasília (UnB) Gersem Baniwa.
“Não se reconhece essa história milenar, que a arqueologia moderna na Amazônia já provou existir há mais de 15 mil anos, de verdadeiras civilizações que produziram muita ciência, muita política, muita economia, muito comércio, muita cultura, aritmética. Houve, inclusive, modelos de política, de cacicados na Amazônia, com extensas redes de relações comerciais, culturais e políticas”, diz o professor.
Todo esse conhecimento foi perdido em um processo de desconstrução da história imposto por colonizadores e perpetuado na educação até os dias de hoje, afirma o historiador da Universidade Federal do Pará (Ufpa) Márcio Couto. “Quando a gente estuda na educação básica, a contribuição dos indígenas é associada a questões folclóricas. Eles contribuíram com a rede, com o hábito de tomar banho e, por outro lado, as populações brancas, europeias, contribuíram com a formação de um Estado nacional, por exemplo. Vemos, aí, uma hierarquização das contribuições, colocando, no primeiro plano, as contribuições das populações brancas. Em seguida, as populações africanas e, em último lugar, as populações indígenas”, observa.
Não enxergar os povos indígenas como sujeitos de conhecimento fez com que o Brasil, na sua construção sociocultural, não apenas ignorasse essa contribuição, mas também deixasse de usufruir desse conhecimento em grande parte de seu território. “Se a gente pega as áreas de preservação ambiental no Brasil, ou mesmo na América, as áreas onde têm mais verde, onde têm mais mata preservada, essas áreas coincidem com os mapas das terras indígenas”, reforça Couto.
Outra consequência, para Baniwa, é o surgimento de gerações que perderam a capacidade de se relacionar com o que está ao seu redor. “Uma parcela da ciência moderna já começa a compreender esse mundo, no sentido da natureza, do universo, do cosmo, como agentes vivos, mas os povos indígenas já têm isso milenarmente”, destaca.
A própria arqueologia tem se revelado uma das principais ferramentas na retomada desse conhecimento e também para transpor as barreiras que o mantém fora das salas de aula. O arqueólogo da Universidade de São Paulo (USP) Eduardo Góes Neves, que pesquisa a Amazônia há mais de 30 anos, ressalta que o crescimento da arqueologia no Brasil tem estimulado uma busca maior das pessoas por essa etapa da história do Brasil.
“As pessoas têm um interesse, mesmo fora da Amazônia, em entender melhor quem nós somos, o que o Brasil é. O Brasil se formou como essa imagem de uma parte das elites intelectuais aqui do nosso país, que se viam com europeus transplantados para o novo mundo. Essa visão é totalmente equivocada, é uma construção, que, na verdade, só prejudica o nosso país”, explica.
Em meio à catástrofe do Rio Grande do Sul, o próprio uso de expressões como “crise climática” é questionado pelo antropólogo indígena, que a considera uma leitura equivocada do problema, causada pela falta de acesso a esses conhecimentos. “Não é uma crise climática, não é o clima que está em crise, não é a natureza que está em crise, é a humanidade e a civilização humana que está em crise. A gente prefere se enganar, transferir a nossa responsabilidade, dizendo que é o ambiente que está em crise, para não dizer que é uma crise civilizatória da humanidade”, conclui.
“Importante nas fotografias não é quem é russo e quem é tcheco. Importante é que uma pessoa tem uma arma e a outra não. E aquela que não a tem é, na verdade, a mais forte, embora não pareça de imediato”. Em agosto de 1968, o fotógrafo tcheco Josef Koudelka (1938), um dos maiores nomes dessa arte, começou a documentar o que se passava nas ruas de Praga, na então Tchecoslováquia. Ele nunca tinha trabalhado com fotojornalismo, mas começou a registrar a invasão da Tchecoslováquia por exércitos do Pacto de Varsóvia, que era liderado pelo Partido Comunista da então União Soviética, com países como a Alemanha Oriental, Polônia, Hungria e Bulgária.
Ao longo de sete dias dramáticos, Koudelka criou um dos mais importantes trabalhos fotojornalísticos do século XX, com imagens que mostram a opressão militar e a luta por liberdade. E são essas imagens que estarão expostas gratuitamente a partir do último sábado (18), no Instituto Moreira Salles (IMS), na capital paulista.
Chamada de Koudelka: Ciganos, Praga 1968, Exílios, a mostra apresenta três séries fotográficas de Koudelka. A curadoria é do próprio artista, com organização de Samuel Titan Jr. e Miguel Del Castillo. Para a série Praga 1968, estão sendo apresentadas 11 fotografias que apresentam a invasão da capital da então Tchecoslováquia pelas tropas do Pacto de Varsóvia, evento que interrompeu, abruptamente, o período celebrado como Primavera de Praga.
Koudelka esteve na manhã do último sábado, em São Paulo, para falar com o público presente no auditório do IMS, absolutamente lotado. Em conversa com a jornalista Dorrit Harazim, ele disse que se tornou conhecido como fotógrafo justamente após essas imagens feitas em Praga. “Eu nunca fui um repórter. Nunca vivi como sendo uma pessoa tão importante. Eu simplesmente reagia ao que estava acontecendo”, disse ele. “Minhas fotos têm uma tradição documental. Eu não estava atuando ali como jornalista, estava simplesmente reagindo àqueles fatos”, acrescentou.
Além dessa série, o IMS apresenta, também, seu reconhecido trabalho documentando ciganos. Ciganos foi a primeira série que o fotógrafo dedicou a um único tema. Ele trabalhava como engenheiro aeronáutico e também registrava ensaios e espetáculos teatrais, quando se interessou pelo tema. Essas fotografias em exibição no IMS foram feitas entre os anos de 1962 e 1970, a maioria delas em acampamentos ciganos no leste da Eslováquia.
Para essa série, foram selecionadas 111 fotografias. “Não sei exatamente o que me fez começar a fotografar ciganos, mas sei, com certeza, que, uma vez que comecei, não consegui parar – ainda que, algumas vezes, o tenha desejado”, disse o fotógrafo, certa vez, em entrevista ao escritor tcheco Karel Hvížd'ala. Essa mesma frase ele voltou a repetir no último sábado, em São Paulo, acrescentando que começou a fotografar os ciganos porque se identificava com a música folclórica que eles faziam. “Fotografar ciganos não é tão fácil assim, mas um dos motivos de nunca parar de fazer isso – mesmo que eu quisesse – é porque sempre alguém tocava alguma coisa. E, quando isso acontecia, eu sabia que tinha que começar de novo”, disse.
Já Exílios apresenta 74 obras que começaram a ser produzidas em 1970, quando deixou a Tchecoslováquia. Aqui, ele registra viagens por diversos países europeus documentando celebrações religiosas, festas populares tradicionais, a vida cotidiana, paisagens, sombras e naturezas-mortas.
A exposição fica em cartaz até o dia 15 de setembro. Mais informações sobre a mostra, que tem entrada gratuita, podem ser obtidas no site do museu.
A Festa Literária de Santa Teresa (Flist), organizada pelo Centro Educacional Anísio Teixeira (Ceat), ocorreu no último fim de semana e, pela primeira vez, realizada fora do histórico Bairro de Santa Teresa, na região central do Rio de Janeiro. Em razão de obras de manutenção que serão iniciadas no Parque Glória Maria, antigo Parque das Ruínas, onde o evento ocorria tradicionalmente, a Flist teve sua 16ª edição no Museu Histórico da Cidade, na Gávea. “Mas, no ano que vem, estaremos de volta”, garante o diretor teatral Rubens Lima Júnior, um dos coordenadores da festa.
O evento teve apoio da prefeitura carioca e fez tributos aos 135 anos do compositor Donga, pioneiro do samba no Brasil; aos 110 anos da escritora Carolina Maria de Jesus; e ao centenário de morte de Franz Kafka. O homenageado especial dessa edição foi o compositor, escritor, cantor e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), Gilberto Gil e, por extensão, toda a família Gil, disse Rubens Lima Júnior, em entrevista à Agência Brasil.
A função de Gilberto Gil como presidente do Conselho do Instituto Brasileiro de Biodiversidade (BrBio) também foi lembrada na Flist, no painel “Sinfonia Azul: Um passaporte para a biodiversidade”, apresentado no último sábado (18), a partir das 10h, que reuniu o subsecretário municipal de Meio Ambiente (Smac), Artur Sampaio; o gerente-geral do Grupo Arpoador, Daniel Gorin; e a diretora-executiva do BrBio, Simone Oigman Pszczol.
O Concurso Ceat promovido para a Flist selecionou textos, poesias, artes e imagens inspiradas na obra de Gilberto Gil. “Tivemos inscrições do Brasil inteiro e fora dele”, comentou o coordenador. “Os trabalhos vencedores vão sair na Revista Philos, em edição especial, e foram apresentados durante a Flist”.
Atividades
A Festa Literária de Santa Teresa foi inteiramente gratuita e envolveu cerca de 90 atividades para toda a família, incluindo exposições artísticas, apresentações literárias, teatrais, musicais, ambientais e de dança. Nesse domingo (19), as atrações começaram às 10h, e terminaram as 18h. Houve feiras de livros, de artesanato e de gastronomia e mesas-redondas, palestras, apresentações e debates. A classificação foi livre.
A curadora da Flist, Ninfa Parreiras, destacou que, como o Museu Histórico da Cidade está localizado em uma reserva da Mata Atlântica, em meio a um conjunto de espaços históricos, a Festa beneficiou a comunidade vizinha em termos culturais, por meio da diversidade e representatividade das atividades programadas. Houve apresentações de autores e artesãos indígenas e afrodescendentes, bem como de pessoas com deficiência (PCDs) e pessoas LGBTQIA+, presentes também na arte e na literatura brasileiras.
Nesse domingo (19), fechando a 16ª edição da Flist, o multi-instrumentista, arranjador, compositor Carlos Malta tocou para os presentes várias obras de Gilberto Gil. Rubens Lima Júnior lembrou que o último trabalho de Malta foi uma coletânea de músicas de Gil, com a participação do próprio compositor e acadêmico da ABL. “Eles são superamigos”.