Os inscritos na Prova Nacional Docente (PND) não isentos ou que tiveram o pedido de isenção reprovado têm até esta sexta-feira (1º) para pagar a taxa de inscrição.
A Guia de Recolhimento da União (GRU Cobrança) para pagamento da taxa de inscrição foi gerada no momento da inscrição do participante. Quem precisar reimprimir a GRU deve acessar a página do Participante do Sistema PND, com login do portal Gov.br.
O valor da taxa é de R$ 85 e pode ser pago em qualquer agência bancária, casa lotérica ou aplicativos de bancos.
Objetivos
A prova oferece uma oportunidade justa e padronizada de ingresso na carreira docente, facilitando o acesso a posições efetivas.
Para as redes de ensino, especialmente as municipais e estaduais, a prova reduz os custos e a complexidade dos processos seletivos, permitindo a contratação de profissionais mais qualificados e preparados para a docência.
A edição de 2025 do exame teve a adesão de 22 estados e 1.508 municípios de todas as regiões do país, dos quais 18 são capitais.
O que é a PND?
A Prova Nacional Docente (PND) foi criada em 2025 com o objetivo de melhorar a qualidade da formação dos professores e estimular a realização de concursos públicos pelas redes de ensino estaduais, do Distrito Federal e dos municípios e, desta forma, estimular o ingresso de profissionais qualificados no magistério público.
A prova não é um concurso público e não é uma seleção unificada.
A partir de 2026, os gestores das redes estaduais e municipais de ensino podem usar a nota da prova obtida pelo candidato como etapa única ou complementar de concursos públicos e seleções processos simplificados de contratação destes profissionais para educação básica.
A adesão, porém, não obriga os estados e municípios a usarem os resultados da PND em todos os seus processos seletivos.
O exame é parte do programa Mais Professores para o Brasil, criado em 2024 para fortalecer a formação docente, incentivar o ingresso de professores no ensino público e valorizar os profissionais do magistério. A iniciativa pretende atender 2,3 milhões de docentes em todo o país.
A prova
A data de aplicação da prova apelidada de CNU dos Professores será no dia 26 de outubro pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), conforme o edital.
Oficialmente, a PND terá como base a avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas. O exame será aplicado a cursos de licenciaturas de 17 áreas de conhecimento.
1. artes visuais
2. ciências biológicas
3. ciências sociais
4. computação
5. educação física
6. filosofia
7. física
8. geografia
9. história
10. letras - inglês
11. letras - português
12. letras - português e espanhol
13. letras - português e inglês
14. matemática
15. música
16. pedagogia
17. química
A prova é composta por questões, divididas entre a formação geral e a formação específica da área de avaliação, ambas combinando itens de múltipla escolha questões discursivas.
O Maranhão foi destaque na 6ª edição do Campeonato Pan-Americano de Karate Shotokan, Ao todo, sete atletas maranhenses da Academia Seiryükan integraram a Seleção Brasileira na competição internacional, realizada entre os dias 24 e 27 de julho, no Ginásio Tancredão, na cidade de Vitória (ES). E os resultados dos caratecas foram excelentes: 21 medalhas conquistadas, sendo oito de ouro, seis de prata e sete de bronze.
O desempenho obtido pelos maranhenses nesta edição do Pan-Americano foi impressionante e coloca o Estado entre as potências nacionais da modalidade. O evento contou com a participação de mais de 300 atletas de todo o Brasil e de outros países.
O sensei Marco Aurélio Mota foi quem mais vezes subiu ao pódio no Pan-Americano. O faixa preta garantiu cinco medalhas, sendo uma de ouro, três de prata e uma de bronze. Já o jovem João Guilherme foi quem mais conquistou medalhas de ouro: quatro no total.
Quem também foi bem no evento em Vitória, foi Vítor Moraes, que conquistou três medalhas de bronze na competição, sendo uma delas no Kumite Individual (18-20 anos), categoria que reuniu a maior quantidade de atletas na disputa. Além desse resultado, Vítor formou, ao lado de Daniel Caripunas e Micael Silva, uma equipe 100% maranhense que brilhou na competição de Kata por Equipes (17-19 anos).
“Foi uma competição incrível e de muito aprendizado. Orgulhoso em representar o Brasil e o Maranhão no Pan-Americano de Karate Shotokan. Feliz em fechar minha participação com três medalhas, mas mais feliz em ver que toda nossa equipe subiu ao pódio. Isso mostra que estamos no caminho certo e que o trabalho da Academia Seiryükan tem dado bons frutos. Vamos seguir assim em busca de mais conquistas”, disse Vítor Moraes.
Após o Pan-Americano de Karate Shotokan, os atletas do Maranhão focam no próximo desafio: o Campeonato Brasileiro da modalidade, que ocorrerá no mês de outubro, na cidade de São Luís (MA). “Vamos nos preparar ainda mais para representar bem o nosso Estado. É um evento importante onde tradicionalmente conquistamos bons resultados”, afirmou o sensei Marco Aurélio Mota.
Em uma sala repleta de profissionais do audiovisual brasileiro, em 4 horas de cerimônia, o Prêmio Grande Otelo de 2025, da Academia Brasileira de Cinema, chegou à sua 24ª edição com muito para celebrar, nesta quarta-feira (30), na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no sio de Janeiro.
Já nas primeiras premiações, Walter Salles subiu ao palco para receber o prêmio pelo músico americano Warren Ellis, que ganhou Melhor Trilha Sonora por Ainda Estou Aqui.
"Muito obrigado, em nome do Warren. Ele soube das indicações antes de mim, e achou incrível. Para ele, ser indicado no Brasil, é um presente’’, agradeceu o cineasta.
Salles ressaltou também a parceria que teve com Warren que, segundo ele, incorporou na trilha o tipo de resistência que Eunice Paiva arquitetou.
“Ele entendeu que ela recusou melodrama e qualquer tipo de sentimentalismo", disse o cineasta.
A noite, pilotada pelas atrizes Isabel Fillardis e Bárbara Paz, passou por homenagens ao cinema brasileiro desde os tempos da Atlântida de Carmem Miranda até os dias de hoje.
No roteiro da noite, não faltaram imagens na tela e gente na plateia que faz cinema no Brasil. Na voz da cantora Duda Brack, interpretações marcantes como O Que É Que a Baiana Tem?, de Dorival Caymmi, sucesso que projetou Carmen Miranda rumo à carreira internacional; Bye Bye Brasil, escrita por Chico Buarque especialmente para o longa homônimo de Cacá Diegues, e É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo, de Erasmo Carlos, que se tornou um hino do momento atual do audiovisual brasileiro com Ainda Estou Aqui.
O ator Selton Mello, que recebeu sua primeira indicação em uma premiação, falou emocionado ao receber seu troféu.
"Walter, obrigado por ter me chamado para fazer um filme tão importante. Obrigado à família Paiva por ter me acolhido e ter achado que eu era a pessoa certa para fazer Rubens Paiva. Quando o filme estreou em Veneza, eu tive a sensação de que o filme era o corpo do Rubens. E, de uma certa maneira, eu emprestei o meu corpo para esse corpo que nunca voltou. Então, é muito tocante receber esse prêmio. É a minha primeira indicação por esse trabalho", disse o ator.
A atriz Fernanda Torres, também emocionada, lembrou e ovacionou Eunice Paiva nos 2 anos que viveu e fala dela. Ela relembrou o périplo pelo mundo na pele de Eunice Paiva, mas também de todos os filmes que participou.
"Ainda Estou Aqui começou no Rio de Janeiro. E eu sinto que eu dei a volta ao mundo estando de volta aqui, com o Walter. Quero agradecer ao Walter, meu irmão, que me deu essa oportunidade. Eu já estou há 2 anos com a Eunice Paiva, e ela virou uma segunda natureza minha", disse Fernanda Torres.
“E ela virou uma segunda natureza minha. E eu acho que os atores, eles dependem muito disso, de você encontrar o seu personagem, alguém que você é capaz de dar vida. E eu ter minimamente dado conta dessa grande brasileira, uma mulher que viveu uma época parecida com a que a gente está vivendo, assim, de medo, de insegurança, e que soube ser tão grande. Ela me ensinou tanto com o Walter sobre evitar o melodrama, sobre tentar ser como ator, assim, tentar se abrir para um personagem”, acrescentou sob aplausos.
Sérgio Machado recebeu prêmios pelo longa-metragem animação Arca de Noé e melhor longa-metragem documentário pelo 3 Obás de Xangô.
Emocionado, com o Troféu Grande Otelo em mãos, relembrou que conheceu o ator no começo de sua carreira no cinema.
“Conheci o mestre Grande Otelo quando comecei no cinema. Então, para mim, quando eu olhei ele agora, é que a ficha toda caiu, né, como se tivesse ligando tudo’’, disse.
Vencedor do melhor longa-metragem infantil por Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa, o diretor Fernando Fraiha falou da importância do cinema infantil.
“Com esse filme, eu passei a acreditar que poderia ser feliz um dia dirigindo um filme infantil no Brasil. Eu quero dizer que é muito bom fazer um filme infantil. Muito mesmo!’’
Outro ponto alto da festa, que encantou a plateia, foi o discurso emocionado do ator mirim Isaac Amendoim, que também subiu ao palco com a voz engasgada.
“Quero agradecer por receber esse prêmio aqui tão importante, e estar representando todos que fizeram esse filme lindo, eu estou muito feliz, gente’’, disse.
Antes do último prêmio da noite, já nas categorias finais, o prêmio de Melhor Direção foi para as mãos de Walter Salles, por Ainda Estou Aqui, que concorreu com outros quatro diretores, como o amigo Andrucha Waddington, marido de Fernanda Torres e diretor do longa-metragem Vitória; com o vencedor do Festival de Cinema de Gramado de 2024, Érico Rassi, por ‘Oeste outra Vez’; com Karim Aïnouz, por ’Motel Destino’, e o diretor do premiado pelo longa-metragem Baby’, Marcelo Caetano.
A coroação final veio com o prêmio de Melhor Filme, quando Walter Salles chamou o elenco e equipe para subir ao palco em clima de celebração.
‘’O Andrei Tarkovski, que é um um diretor que eu sou apaixonado, ele dizia que o filme só levanta voo quando todos aqueles que estão na frente da câmera e também atrás da câmera estão na mesma artéria. E eu acho que se eu estou aqui agora é porque essa equipe que está me acompanhando hoje aqui teve realmente nessa artéria e se tornaram autores do filme. Então, isso aqui é de vocês também’’, disse Salles.
Ele terminou sua fala prestando uma homenagem ao crítico de cinema, morto em 2016, José Carlos Avellar.
“Eu queria dedicar esse prêmio a uma pessoa de quem eu sinto muita falta, que é um mestre, um crítico, um pensador do cinema incrível, que é o José Carlos Avellar. Para quem não conheceu, foi um companheiro de conversa desde ’Terra Estrangeira’, que acho que eu não teria conseguido fazer esse filme’’.
Vencedores do Prêmio Grande Otelo 2025
Melhor longa-metragem ficção Ainda Estou Aqui, de Walter Salles.
Melhor longa-metragem documentário 3 Obás de Xangô, de Sérgio Machado.
Melhor longa-metragem animação Arca de Noé, de Sérgio Machado e Alois di Leo.
Melhor longa-metragem infantil Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa, de Fernando Fraiha.
Melhor longa-metragem ibero-americano Grand Tour (Portugal), de Miguel Gomes. Indicação: Academia Portuguesa de Cinema
Melhor direção Walter Salles por Ainda Estou Aqui
Melhor primeira direção de longa-metragem Pedro Freire por Malu
Melhor atriz de longa-metragem Fernanda Torres como Eunice Paiva por Ainda Estou Aqui
Melhor ator de longa-metragem Selton Mello como Rubens Paiva por Ainda Estou Aqui
Melhor atriz coadjuvante de longa-metragem Juliana Carneiro da Cunha como Dona Lili por Malu
Melhor ator coadjuvante de longa-metragem Ricardo Teodoro como Ronaldo por Baby
Melhor direção de fotografia Adrian Teijido, ABC, por Ainda Estou Aqui
Melhor roteiro original Pedro Freire por Malu
Melhor roteiro adaptado Murilo Hauser e Heitor Lorega - baseado no livro Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva, por Ainda Estou Aqui
Melhor montagem Affonso Gonçalves, ACE, por Ainda Estou Aqui
Melhor efeito visual Claudio Peralta por Ainda Estou Aqui
Melhor som Laura Zimmerman e Stéphane Thiébaut por Ainda Estou Aqui
Melhor direção de arte Carlos Conti por Ainda Estou Aqui
Melhor figurino Claudia Kopke por Ainda Estou Aqui
Melhor maquiagem Marisa Amenta e Luigi Rochetti por Ainda Estou Aqui
Melhor trilha sonora Warren Ellis por Ainda Estou Aqui
Melhor série brasileira de ficção, de produção independente, para tv aberta, tv paga ou streaming Senna - Temporada Única, de Vicente Aamorim
Melhor série brasileira de documentário, de produção independente, para tv aberta, tv paga ou streaming Falas Negras - 4ª temporada, de Antonia Prado
Melhor série brasileira de animação, de produção independente, para tv aberta, tv paga ou streaming Irmão do Jorel - 5ª temporada, de Juliano Enrico
Melhor atriz - série de ficção para tv aberta, tv paga ou streaming Adriana Esteves como Cibele por Os Outros
Melhor ator - série de ficção para tv aberta, tv paga ou streaming Gabriel Leone como Senna por Senna
Melhor curta-metragem ficção Helena de Guaratiba, de Karen Black
Melhor curta-metragem documentário Você, de Elisa Bessa
Melhor curta-metragem animação A Menina e o Pote, de Valentina Homem e Tati Bond
Voto popular Milton Bituca Nascimento, de Flavia Moraes (documentário)
A cidade de Bacabal recebeu a primeira edição do Projeto Movimenta Esporte e Lazer, iniciativa patrocinada pelo governo do Estado e pela Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. Durante os quatro dias de atividades do Movimenta Esporte e Lazer - entre sexta-feira (25) e segunda-feira (28), centenas de crianças participaram gratuitamente de atividades recreativas e gincanas esportivas no Estádio Merecão, com as orientações de professores e profissionais de Educação Física.
O Projeto Movimenta Esporte e Lazer foi criado com o objetivo de proporcionar momentos de diversão e incentivar a prática do esporte e do lazer na vida das pessoas, especialmente em relação ao público infantil. Contando com a grande participação das crianças e de seus familiares, a iniciativa reforça o seu caráter de inclusão social na cidade de Bacabal.
Maria Silva, mãe de uma das crianças participantes do Movimenta Esporte e Lazer, elogiou a primeira edição do projeto e ressaltou a importância da iniciativa para toda a família. Para Maria, a união da atividade esportiva e da educação é fundamental na construção de bons cidadãos para a sociedade.
"Só tenho a agradecer pelo desenvolvimento desse projeto durante o período de férias, é muito importante esse tipo de iniciativa para as crianças se divertirem, se entreterem, saírem um pouco das telas, gastarem a energia e conviverem com outras crianças. Estamos muito felizes pela realização do Movimenta Esporte e Lazer em Bacabal", destaca Maria Silva.
O secretário de esportes de Bacabal, Mauro César, também destacou a realização do Movimenta Esporte e Lazer na cidade. "Foram quatro dias de uma experiência incrível, que vai fazer toda a diferença na vida dessas crianças. É muito bom ver essa garotada se divertindo e mostrando a sua alegria com as atividades e gincanas. Fica o nosso agradecimento ao governo do Estado e à Potiguar por esse projeto via Lei de Incentivo ao Esporte, que é tão importante para o desenvolvimento dessas atividades. Quando há o alinhamento entre governo e município, mais projetos podem ser executados e quem ganha é a população", diz Mauro.
"Estamos muito felizes com o sucesso do Movimenta Esporte e Lazer em Bacabal. Tivemos uma grande participação das crianças e de suas famílias, que puderam participar gratuitamente de uma ampla programação nesses quatro dias de atividades no Estádio Merecão. É importante levar o esporte e o lazer para as comunidades, como ferramenta de inclusão social. Mais uma vez, agradecemos ao governo do Estado e à Potiguar por todo o suporte para a realização desse projeto", afirma Kléber Muniz, coordenador do projeto.
Todas as informações sobre o Movimenta Esporte e Lazer estão disponíveis no Instagram oficial do projeto (@movimentaesporteelazerma).
Uma sequência de imagens em preto e branco mostra a dimensão da tragédia. Pessoas em cima de telhados, completamente ilhadas, buscam socorro. Casas e ruas desaparecem. A terra foi toda tomada por água. Animais lutam por sobrevivência. Bombeiros tentam ajudar pessoas por meio de helicópteros. Quando a água começa a baixar, o que se vê é muita lama, lixo e desolação.
A destruição provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul no ano passado e o longo e trabalhoso processo de reconstrução daquelas famílias afetadas são os protagonistas do documentário Rua do Pescador nº 6, dirigido por Bárbara Paz, e exibido no último domingo (27), no Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito, o Cinesur, no Mato Grosso do Sul.
Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou a pior enchente de sua história. E foi essa tragédia que fez a diretora voltar para seu estado natal e oferecer, por meio do cinema, um retrato de todas aquelas histórias.
“A gente estava muito em choque com tudo que estava acontecendo, e a gente queria fazer algo”, contou a diretora a jornalistas, depois da exibição do filme no Cinesur.
“Eu precisava registrar aquilo. Eu senti que era um filme urgente, era um documento histórico, e que a gente não quer que aquilo aconteça de novo. Então, isso tem que ser registrado para que nunca mais aconteça, apesar de continuar acontecendo. Só em 2024, foram 150 desastres climáticos no mundo”, disse.
Ao todo, as inundações do Rio Grande do Sul impactaram 478 das 497 cidades gaúchas, afetando diretamente cerca de 2,4 milhões de habitantes. O número de vítimas fatais chegou a 184, além de 806 feridos e 25 pessoas até hoje dadas como desaparecidas. Além disso, quase 200 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas em todo o estado.
Passado que se repete
A intenção do filme, disse a diretora, é mostrar a urgência climática no mundo atual. Apesar disso, seu documentário não deixa de mostrar que o passado vai se repetindo, sem que soluções sejam encontradas.
Em Rua do Pescador nº 6, Bárbara Paz busca justapor imagens do presente a de cenas das enchentes ocorridas no mesmo Rio Grande do Sul em 1941.
“É um ensaio sobre a tragédia”, definiu a diretora sobre seu longa documental.
“Quando eu vi o material de arquivo das enchentes de 1941, elas eram iguais. Havia animais em cima dos telhados, pessoas em abrigos, só mudavam as vestimentas e os telhados das casas. Acho que as imagens são como um poema sobre o desastre, sabe? É uma costura em que você não precisa gritar e botar legenda, porque as imagens estão falando”.
Segundo Bárbara Paz, essa justaposição de duas grandes tragédias, separadas pelo tempo, mas muito semelhantes, mostra a urgência de ações pelo clima.
“Cada vez mais as águas estão subindo, as florestas estão sendo queimadas e a destruição está acontecendo. Isso é quase como um prólogo do que pode acontecer”, reforçou a diretora.
“Eu tive que deixar um registro, potente, para daqui a 50 anos, porque a gente não sabe o que vai acontecer com esse planeta. Mas esse registro está aí”, afirmou.
De demtro para fora
O documentário começa mostrando a destruição vista de cima e só então vai entrando dentro das casas, já destruídas e cheias de lama. Sem narração, o que a câmera desse documentário faz é escutar as vozes marcadas por perdas, memórias e ausências.
“Eu queria fazer um filme de dentro para fora. Eu queria esse silêncio para retratar as pessoas. Eu não queria que eles falassem deles, eu queria apenas mostrar aquelas pessoas”, disse.
A diretora espera que seu longa documental alcance mais público. Principalmente os que podem ajudar a mudar a realidade. Seu desejo é que ele possa ser exibido na 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, que será realizada neste ano, em Belém, no Pará.
“Espero que meu filme esteja na COP porque ele é um documento. Ele precisa ser visto para que isso não se repita. Essa é uma questão muito urgente. Eu falo que meu filme é apenas um micro dentro desse macro, fazendo um zoom sobre um vilarejo de Porto Alegre”, alerta.
“Essa crise climática é só o começo. Isso não vai parar. Cada vez mais é preciso ter documentos, retratos, filmes, registros, e falar sobre esse assunto. É preciso trazer a urgência desse tema”, defendeu Bárbara Paz.
Cinesur
O Cinesur é um festival de cinema que vai até o próximo dia 2 de agosto na turística cidade de Bonito. Neste ano, o festival está exibindo 63 filmes de nove países da América do Sul, além de promover debates, seminários e cursos de formação.
Outras informações sobre o festival podem ser obtidas no site do evento.
O resultado da chamada regular do segundo semestre de 2025 do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) foi divulgado nesta terça-feira (29). Os estudantes podem acessar o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, com login pelo portal Gov.Br.
O programa do Ministério da Educação (MEC) concede financiamento a estudantes de cursos de graduação em instituições de educação superior privadas participantes do Fies e com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
De acordo com a pasta, a classificação no processo seletivo do Fies é feita de acordo com a ordem decrescente das notas obtidas pelos candidatos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por tipo de vaga, grupo de preferência e modalidade de concorrência.
Próximas etapas
Os pré-selecionados deverão complementar a inscrição entre a quarta-feira (30) e sexta-feira (1º).
Superada a etapa da complementação das informações da inscrição, os estudantes devem comprovar as informações declaradas no ato da inscrição de forma física ou digital, em até cinco dias úteis, junto à Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CSPSA) da instituição de ensino em que foi pré-selecionado.
Vagas
Ao todo, o programa recebeu 276.140 inscrições, com total de 111.402 inscritos — cada candidato pôde se inscrever em até três opções de curso de ensino superior.
Neste ano, o MEC está ofertando mais de 112 mil vagas para o Fies, somadas às oportunidades do primeiro e do segundo semestre. Para esta edição, são 74,5 mil vagas ofertadas.
Metade das vagas é reservada ao Fies Social, ocupada por candidatos com renda familiar per capita de até meio salário mínimo (R$759,00 em 2025), inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico).
Lista de espera
Aqueles que não foram aprovados na chamada única estão automaticamente na lista de espera, cuja convocação será feita entre 5 de agosto e 19 de setembro.
O MEC fará novas convocações, por meio da lista de espera, para preenchimento de vagas que, eventualmente, não foram ocupadas pelos pré-selecionados na chamada regular.
As convocações mediante a lista de espera ocorrerão entre 5 de agosto e 19 de setembro. Na página do Fies, a complementação da inscrição dos pré-selecionados em lista de espera deverá ser feita em até três dias úteis após a data da convocação.
Duas atrações no céu vão marcar a despedida do mês de julho. São chuvas de meteoros que poderão ser vistas principalmente na noite de quarta-feira (30) e madrugada de quinta-feira (31). A divulgação é do Observatório Nacional (ON), unidade de pesquisa sediada no Rio de Janeiro e ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Os meteoros são corpos celestes pequenos que cruzam o espaço e invadem a atmosfera terrestre. No momento de transição, a interação com a atmosfera e o oxigênio provoca o incendiamento parcial ou total dos meteoros, criando uma luminosidade, popularmente chamada de estrela cadente.
Quando diversos meteoros atravessam a atmosfera, formam-se as chuvas de meteoros. Os meteoros são detritos de cometas, fenômeno formado por poeira, pedras, gelo e gases.
Alpha Capricornídeos
A chuva de meteoros Alpha Capricornídeos atingirá o ápice na noite de quarta-feira. Essa chuva é conhecida por meteoros brilhantes com taxa de cinco meteoros por hora.
“O que é notável sobre esta chuva é o número de meteoros com aspectos de bolas de fogo brilhantes produzidas durante seu período de atividade”, descreve o astrônomo do ON, Marcelo de Cicco.
A velocidade dos meteoros é de 23 quilômetros por segundo (km/s). A localização é na Constelação de Capricórnio. O melhor horário para visualizar, segundo o ON, é a partir da meia noite até próximo ao amanhecer.
Delta Aquáridas do Sul
A chuva Delta Aquáridas do Sul tem o pico esperado para a madrugada de 31 de julho. Esse fenômeno é caracterizado por uma taxa de 15 a 25 meteoros por hora no momento de pico. A velocidade é bem maior que a Alpha Capricornídeos: 41 km/s.
A localização no céu é na Constelação de Aquário. O melhor horário para visualizar também é a partir da meia noite até próximo ao amanhecer.
Observação
Para aproveitar ao máximo esses eventos astronômicos, o Observatório Nacional sugere como dicas procurar locais com céus escuros, longe da poluição luminosa das cidades.
“Olhe para qualquer lugar no céu, pois os meteoros podem aparecer em qualquer parte, mas focar nas constelações de Capricórnio e Aquário pode aumentar suas chances de observar essas maravilhas celestes”, completa o astrônomo Cicco.
Além de satisfazer apreciadores dos fenômenos, chuvas de meteoro são relevantes para estimar a quantidade e período de maior incidência de detritos provenientes de correntes de meteoroides que a Terra atravessa periodicamente.
Missões espaciais e centros de controle de satélites podem aprimorar estratégias de proteção para naves e equipamentos em órbita próxima à Terra e à Lua.
As chuvas de meteoros também ajudam a compreender a formação do nosso Sistema Solar, conforme explica Cicco, “pois ao investigar as propriedades dos detritos, é possível entender mais sobre os cometas e até mesmo fragmentos lunares e marcianos, resultantes de impactos antigos, assim como objetos próximos à órbita terrestre com atividade (Neos, sigla em inglês para Near Earth Objects).
Seis associações do setor audiovisual brasileiro enviaram, na última semana, um documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministros sobre a urgência da taxação dos canais de streaming no país.
As associações alertaram o presidente sobre o fato de o Ministério da Cultura (MinC) ter participado de um encontro informal com a Strima, associação dos streamings que representa empresas como Netflix, Disney e Amazon. Atualmente, está em debat,e no Congresso Nacional, um projeto de lei que aumenta de 3% para 6% a alíquota da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine).
Para os signatários da carta, a reunião do MinC com a Strima provoca preocupação, pois a depender da postura adotada pelo ministério, pode haver um enfraquecimento do financiamento da produção nacional.
“Nós já lutamos e travamos esse debate há 15 anos. O intuito do envio da carta é justamente para mostrar que estamos – sociedade civil e setores do audiovisual – mobilizados para pressionar a manutenção da contribuição de 6% e garantir uma regulamentação que beneficie a cultura brasileira, além da manutenção dos relatores do projeto de lei”, pondera uma das diretoras da Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte, Nordeste (Conne), Cibele Amaral.
As entidades são favoráveis ao percentual mínimo de 6% da Condecine calculada sobre a arrecadação bruta, que está previsto no substitutivo apresentado pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ), relatora do PL 2.331/22 na Câmara dos Deputados.
“Em um ano de resultados tão importantes, no qual nossas obras colocaram o Brasil em destaque nos maiores eventos do mundo proporcionando ao país enorme projeção internacional e demonstrando o valor inestimável da produção audiovisual brasileira, não podemos responder com uma Regulação que, além de tardia, denote postura de entreguismo e vassalagem às Big Techs atuantes no país’’, diz a carta.
O diretor da Associação das Produtoras Independentes do Audiovisual Brasileiro, Tiago de Aragão, defende que os recursos oriundos das taxações tenham como destino o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
“A gente acredita que uma regulação soberana tenha que necessariamente garantir, além de um percentual adequado, que a maior parte do recurso vá para o fundo setorial do audiovisual”, diz Aragão.
“A ideia da contribuição de 6% é um dos pontos centrais da disputa. Ela é vista por muitos produtores e entidades culturais como fundamental para fomentar a indústria audiovisual brasileira, que precisa de recursos para competir com as grandes plataformas globais’’ complementa Cibele Amaral.
Atores
Tema recorrente na classe do audiovisual, a regulamentação do streamingtambém foi debatida por diversos atores brasileiros durante a cerimônia de abertura na última sexta-feira (26), no Festival de Cinema Sul-Americano de Bonito (Cinesur).
Em entrevista à reportagem da Agência Brasil, o ator Antônio Pitanga manifestou a urgência da regulação do serviço.
“Temos que estar acesos e ligados com essa discussão e colocar a cara na vitrine para poder discutir sobre isso e exigir do governo federal, ministros, deputados e senadores [a aprovação desse projeto]. Estamos trabalhando com a proposta de taxação de 12%, mas os 6% [que estariam sendo pensados pelo governo] já nos contemplaria’’, diz o ator
Homenageada pelo Cinesur, a atriz Maeve Jinkings também ressaltou a importância da pauta.
“Como atriz que circula sempre entre plataformas de streaming e televisão, é muito evidente a precarização nos contratos dos profissionais que estão nessa cadeia e que são submetidos a contratos, às vezes, muito leoninos. Acho que tem uma coisa aí que é fundamental: o que essas plataformas têm a dar para o audiovisual brasileiro?” questiona.
Compromisso com regulação
Em nota, o MinC reafirmou o compromisso com a regul ação das plataformas de Video on Demand (VOD). A pasta diz que endossa as propostas presentes no projeto substitutivo apresentado pela deputada federal Jandira Feghali, relatora do PL n.º 2.331/22.
"Este relatório foi construído por meio de processo colaborativo que envolveu diversas instâncias da Pasta, refletindo as diretrizes defendidas desde 2023’’, diz o Ministério.
O MinC também ressaltou que mantém a posição da regulamentação do VOD em 6% de Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine)
‘’A alíquota de 6% para Condecine garante recursos suficientes para o fomento da produção nacional sem comprometer a sustentabilidade do mercado’’, complementou a nota.
O deputado André Figueiredo é o relator em Plenário e a deputada Jandira Feghali é a relatora na Comissão de Cultura. Segundo o ministério, ambos têm dialogado constantemente a respeito da tramitação e do conteúdo do relatório.
Os candidatos que farão o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2025 no próximo domingo (3) já podem consultar o cartão de confirmação de inscrição no Sistema Encceja.
O documento contém o número de inscrição do candidato, bem como data, horário e local da prova, que será aplicada em todos os estados e no Distrito Federal.
O cartão ainda traz orientações para a realização do exame para evitar contratempos e informa se o participante deve ser tratado por nome social ou se precisa de atendimento especializado, caso a solicitação tenha sido feita e aprovada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O porte do cartão de confirmação de inscrição no dia da prova não é obrigatório. Mas o Inep recomenda que o participante o leve no dia do exame.
Provas
As provas serão aplicadas nos turnos da manhã e da tarde de domingo.
No primeiro turno, os portões abrem às 8h e fecham às 8h45, no horário de Brasília. As provas começam às 9h e terminam às 13h.
Já no segundo turno, os portões serão abertos às 14h30 e fechados às 15h15. A aplicação da tarde se inicia às 15h30 e vai até as 20h30.
Os participantes com direito a tempo adicional terão 60 minutos a mais, após os horários previstos para encerramento das provas, para finalizar o exame.
Para o ensino fundamental, haverá quatro provas objetivas que avaliarão as seguintes áreas de conhecimento: ciências, matemática, língua portuguesa, língua estrangeira moderna, artes, educação física e redação, redação, inglês, espanhol, artes e educação física, história, geografia, filosofia e sociologia.
Já o ensino médio cobrará os conhecimentos das seguintes áreas: química, física e biologia, matemática, língua portuguesa com redação, inglês, espanhol, artes e educação física, história, geografia, filosofia e sociologia.
Encceja
Realizado pelo Inep desde 2002, o Encceja avalia competências, habilidades e saberes adquiridos no processo escolar ou extraescolar dos participantes.
As secretarias de Educação e os institutos federais usam os resultados obtidos pelos participantes como parâmetro para certificar os participantes em nível de conclusão do ensino fundamental e médio.
Para os que desejarem, o exame pode ser a retomada da trajetória escolar. A iniciativa também estabelece uma referência nacional para a avaliação de jovens e adultos, diz o Inep.
Uma das vozes mais inspiradoras e poéticas de defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica surge na grande tela. Observando o alto das árvores e do céu, ele começa a falar sobre a ancestralidade Yanomami, os impactos provocados pelas invasões das terras indígenas, a preservação do meio ambiente e o futuro da humanidade.
O depoimento do xamã e ativista Davi Kopenawa Yanomami no filme Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta, dirigido por Tainá de Luccas e Marco Altberg parece ultrapassar a tela do cinema e atingir o público, que se comove com suas palavras.
Mais do que um documentário, o filme apresentado no último sábado (26) no Festival de Cinema Sul-Americano (Cinesur), evento que acontece na cidade de Bonito (MS), é um grande manifesto, propondo reflexões poéticas e políticas sobre os saberes ancestrais, a crise ambiental e a resistência indígena.
“Ele [Davi Kopenawa Yanomami] é um manifesto vivo porque ele traz uma cultura originária ancestral e espiritual. Não é só ele, mas ele teve a possibilidade e a força de traduzir isso. Temos esses pensadores indígenas que são as pessoas mais clarividentes hoje. E são antenas para o mundo”, destacou o diretor, em entrevista à Agência Brasil.
Altberg vem trabalhando com os povos originários há muito tempo e já produziu uma trilogia sobre os pensadores indígenas. Além de Kopenawa, ele já dedicou filmes a Ailton Krenak e o Cacique Raoni. “E pretendo seguir, quando eu tiver oportunidade, a dar voz a esses pensadores”, afirmou.
Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta é apenas um dos diversos filmes sul-americanos apresentados neste ano na Mostra Ambiental do Cinesur. Na data em que é celebrada o Dia Mundial da Conservação da Natureza (28), a mostra fala sobre a urgência das questões ecológicas contemporâneas, especialmente aquelas que afetam diretamente as comunidades e ecossistemas sul-americanos.
“De forma geral, esses filmes mostram o panorama do que a gente vive hoje nas questões ambientais. Eu destacaria duas coisas neles que são mais fortes: uma é a questão da água, como as enchentes do Rio Grande do Sul. E a gente tem também o oposto disso, que é a seca no Pantanal”, explicou Elis Regina Nogueira, curadora da Mostra Ambiental. “Mas também temos filmes que denunciam o que está acontecendo [no mundo] e filmes que trazem esperança”, acrescentou.
Segundo a curadora, os filmes da Mostra Ambiental retratam a destruição, a crise ambiental e a urgência sobre esse tema. Por outro lado, diz ela, há filmes que também apresentam algumas soluções para esses problemas, como o que retrata Kopenawa. “Acho que isso mostra um equilíbrio, uma reflexão muito crítica sobre o que está acontecendo e também oferece exemplos de muita luta e resiliência, como o exemplo que a gente deveria seguir dos povos originários”.
Apesar de apresentar uma diversidade de assuntos e de países em sua curadoria, há temas que se mostram muito presentes nos filmes que estão sendo exibidos pela Mostra Ambiental do Cinesur. “O que a gente vê é que há sempre a mesma coisa: mineração, exploração de petróleo, crise hídrica e contaminação pelo agronegócio”, disse a curadora.
Cidadania é ambiental
Mais do que uma discussão sobre crise climática, o cinema ambiental também é fundamental para produzir reflexões sobre cidadania, destaca o professor de Cinema e Audiovisual na Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcelo Ikeda, que também é cineasta, curador e crítico de cinema.
“O capitalismo é muito predatório. Ele quer gerar bens e produzir capital e a gente está vendo que esse modelo está se esgotando e vai esgotar o meio ambiente. As pessoas às vezes confundem o cinema ambiental meramente como um cinema para plantar árvores e conservar a natureza. Mas isso é uma face mais direta do cinema ambiental. Eu vejo o cinema ambiental como fundamental sobre a ideia dos modos de ser, em uma perspectiva mais holística”, disse o professor.
Nestas formas de ser, esclareceu Ikeda, estaria não só a forma de estarmos no mundo, mas também de conexão com a natureza e de percepção de tempo e de espaço.
“A gente vive em um mundo cada vez mais acelerado. Esse capitalismo é predatório não só em recursos naturais, mas também nos nossos modos de ser”, reforçou.
E é isso que é mostrado no documentário Rua do Pescador Nº 6, dirigido por Bárbara Paz e que mostra os impactos das enchentes históricas no Rio Grande do Sul. Centrado na comunidade da Ilha da Pintada, em Porto Alegre, o filme apresenta não só imagens que mostram a força dessa natureza em destruição, mas também o impacto que as comunidades e pessoas sofrem como consequência das tragédias climáticas. “É um filme forte, sensorial e muito urgente, um ensaio sobre a tragédia”, descreveu a diretora a jornalistas durante o Cinesur.
Em Rua do Pescador Nº 6, os moradores da Ilha da Pintada querem contar suas histórias e dividir suas dores. É um filme sobre perspectivas próprias de identidade, resiliência e vida em comunidade. “Essa crise climática que a gente está vivendo é só o começo, isso não vai parar”, alerta a cineasta. “A cada vez mais vão surgir documentos, retratos, filmes e registros para falar sobre isso. Esse é um tema urgente. Então, para mim, esse festival me interessa muito e eu acho que ele faz toda diferença”.
Visibilidade
Esse cinema ambiental, destacou Elis Regina, não surgiu hoje, mas vem ganhando cada vez mais visibilidade. “Não é à toa que a gente está cada vez mais tendo festivais focados no meio-ambiente e eu acho que é de extrema importância um festival como o Bonito Cinesur que surge para mostrar o que é produzido na América do Sul [sobre esse tema]”, defendeu.
“Isso mostra que, cada vez mais, o cinema é uma ferramenta muito poderosa para que a gente possa refletir, denunciar e ter um mínimo de esperança”, ressaltou.
Somente neste ano, a curadoria do Cinesur recebeu 47 filmes para concorrer na Mostra Ambiental, entre curtas e longas-metragens, que serão apresentados até o dia 2 de agosto. Mais informações sobre o festival podem ser obtidas no site do evento.