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Projeto IncluArte - Creche Magdalena Arce Daou

Projetos socioambientais com foco no desenvolvimento sustentável, liderados por professores e alunos em instituições de ensino do Brasil, têm apresentado benefícios diretos para suas comunidades locais, extrapolando os muros das escolas.

A 3ª edição do Prêmio Escolas Sustentáveis, que anunciou os vencedores nesta quarta-feira (17) em evento na capital paulista, revelou algumas dessas iniciativas.

“A unidade escolar tem que ser ‘desemparedada’. Ela tem que pular este espaço físico das paredes da instituição e chegar, sim, à sociedade. Isso faz diferença na consciência ambiental de todos”, disse a professora Maria Raquel Santos, da Creche Municipal Magdalena Arce Daou, em Manaus (AM), que desenvolveu, no ano passado, o projeto IncluARTE - SustentART (foto acima).

Esse é um dos projetos premiados da etapa nacional da competição, vencedor na categoria que avalia ações da educação infantil até o ensino fundamental. A iniciativa foi criada a partir da necessidade de inclusão das crianças com deficiência da unidade, diante das dúvidas e dificuldades das mães quanto ao processo de descoberta da condição dos filhos e das adaptações necessárias. 

Nesse contexto, Maria Raquel relatou que o projeto surgiu “trazendo a arte como ponte e a inclusão como foco. E a sustentabilidade é o fio condutor de todo esse processo”. O trabalho junto às famílias teve a construção de terrários como símbolo dos micromundos de cada um, com inspiração no projeto Jardim Sensorial do Instituto Federal do Amazonas (Ifam).

“Vendo esse trabalho [do Ifam], eu disse: vou agregar [essa ferramenta], porque eu penso que esses terrários podem ser uma alegoria de um mundo novo que essas mães estão descobrindo”, contou.

A partir da construção dos micromundos, como forma de elaboração interna para essas mães, a professora explicou que houve a passagem para o “macromundo”, em que puderam trabalhar a inclusão. O resultado foi a construção de um jardim sensorial dentro da creche, elaborado em parceria com famílias, que Maria Raquel definiu como “um elo permanente dentro do território”.

Enquanto essa parte do trabalho era desenvolvida, houve um incêndio próximo à creche, que acabou com a mata ciliar da área. A professora contou que a instituição fica à beira de um igarapé poluído e totalmente degradado.

“Então, nós tínhamos outra demanda, que era recuperar esse território. Convocamos toda a comunidade do entorno, a vizinhança, as famílias, as crianças, o corpo docente e começamos a montar ações de recuperação”.

A equipe docente foi em busca de parcerias, como a secretaria municipal de meio ambiente, que forneceu mudas arbóreas tanto para o resgate da área devastada quanto para o plantio de um pomar na creche. Com o apoio da secretaria de Limpeza Pública, a praça próxima à creche ganhou uma grande exposição sustentável, em que tampinhas de garrafa PET retiradas da orla do igarapé se transformaram em obras de arte pelas mãos das crianças e de suas mães, juntamente com a equipe docente.

“Foram mais de 5 mil pessoas envolvidas em todo esse entrelaço das ações do projeto. Hoje esse projeto já reverberou em outros espaços e já está sendo executado em mais seis unidades de creches em Manaus [através do jardim sensorial], então a gente já perdeu a mensuração [do impacto] desse projeto”, contou.

Finalistas

Ao todo, foram dez projetos finalistas no Prêmio Escolas Sustentáveis. Além de receber valor em dinheiro, as escolas campeãs seguem agora para a final internacional da competição, que ocorrerá no Rio de Janeiro, em 21 de outubro, ao lado das instituições vencedoras das etapas locais no México e na Colômbia.

O prêmio é uma iniciativa da Fundação Santillana, da Santillana e da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OIE).

Para Luciano Monteiro, diretor executivo da Fundação Santillana no Brasil, o prêmio possibilita a criação de um banco de exemplos inspiradores para alunos e professores dos três países participantes.

“Esse portfólio de iniciativas inovadoras é uma das partes mais valiosas do prêmio. Compartilhar todas essas experiências e boas práticas nos permite valorizá-las e inspirar outras escolas da América Latina”.

Também premiado na noite desta quarta-feira, o projeto AquaTerraAlert da Escola Estadual Brasil, do município de Limeira (SP), apresentou uma solução para mitigar os impactos de enchentes e deslizamentos de terra. Os estudantes do 6º ano construíram, com a orientação dos professores, um protótipo de um sistema de monitoramento e alerta para essas situações.

“Nosso projeto surgiu quando eu vi uma notícia que Limeira fazia parte da área de risco para deslizamento e enchente. E eu levei a proposta para os alunos, a gente começou a pensar em soluções para tentar minimizar um pouco o problema”, contou a professora Nayra Rafaela Vida.

A iniciativa foi premiada na categoria das últimas etapas escolares e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Projeto AquaTerra Alert - da Escola Estadual Brasil, de Limeira (SP)

Os alunos analisaram dados de deslizamento de terra e pontos de alagamento, além de ampliar o conhecimento sobre quais lugares no mundo eram mais atingidos por esses eventos.

“Eles buscaram também notícias de jornal para contextualização, assistimos vídeos, para conseguir fazer os debates e encontrar uma solução para o problema. E então, criamos o sistema de monitoramento antecipado e de alarme, com sensores de LED e ultrassônico”, relatou Nayra, que dá aula de tecnologia.

“Conforme o nível da água subia, quando chegava ali no [marcador] amarelo, [o equipamento] já emitia o sinal de alerta e também enviava mensagem [de celular] para a pessoa que tivesse o número cadastrado para sair da área de risco. Quando chegasse no [marcador] vermelho, e o LED acendesse, as pessoas já deveriam ter saído da área de risco”, explicou.

Além do protótipo, os estudantes produziram cartazes e apresentaram a solução para a comunidade escolar, incluindo pais, professores e estudantes de todas as turmas. 

Segundo Nayra, a cidade de Limeira tem um único monitoramento, que é embaixo de uma ponte. “A Defesa Civil achou bem legal a proposta de ampliar [o monitoramento] para os outros pontos de alagamento. Sobre essa questão do deslizamento de terra, a gente tentou alertar a população para quem mora nessas áreas de risco”, contou.

“A nossa discussão integrou várias disciplinas, não só a questão das ciências, mas também a parte da tecnologia na montagem do protótipo, da geografia no estudo do solo, da comunicação e da escrita nos materiais produzidos para a apresentação para a comunidade”, acrescentou.

Luciano Monteiro - diretor da Fundação Santillana no Brasil
Luciano Monteiro

Para Luciano Monteiro, esses projetos são ótimos exemplos de como transpor os muros da escola e levar para o envolvimento das famílias, da comunidade e do Poder Público.

“[O projeto de Limeira] é um grande exemplo, ele pega um problema real que de fato atinge aquela comunidade, envolve o público da escola para pensar em uma medida de mitigação. Ele vai além de um projeto que seja só a educação para a área ambiental”, avaliou.

Neste ano de COP30,  acrescentou o diretor, o prêmio ajuda a trazer a discussão da sustentabilidade para dentro do ambiente escolar.

“Um dos grandes papéis da educação é justamente esse de transformação social. E, por trás da ideia do prêmio, está justamente você colocar um pouco mais ali no holofote esse tipo de iniciativa e esse tipo de solução que nasce via educação.”

Rodrigo Rossi, diretor da OEI no Brasil, afirmou que “trata-se de uma iniciativa que já se consolida como uma das mais representativas da Ibero-América para impulsionar uma educação comprometida com a sustentabilidade, o desenvolvimento e a preservação ambiental”.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 16/09/2025 – Sanção do Projeto de que dispõe sobre a proteção de crianças e de adolescentes em ambientes digitais (Estatuto da Criança e do Adolescente Digital – ECA Digital)
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nessa quarta-feira (17), em cerimônia no Palácio do Planalto, a lei que protege crianças e adolescentes no ambiente digital, como redes sociais, aplicativos e jogos eletrônicos.

proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional no fim do mês passado e ficou conhecida como ECA Digital, em alusão ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

Uma das novidades da lei é a previsão de que a fiscalização e punição sejam feitas por uma autoridade nacional autônoma, entidade da administração pública que será responsável por zelar, editar regulamentos e procedimentos e fiscalizar o cumprimento da nova legislação por partes das empresas de tecnologias digitais, incluindo redes sociais.

Por causa disso, Lula também assinou, no mesmo evento, uma Medida Provisória (MP) que transforma a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) em agência reguladora com novas competências para o acompanhamento, a fiscalização e a sanção sobre as obrigações previstas na nova legislação.

"Uma das MPs que estamos enviando para o Congresso transforma a Autoridade Nacional de Proteção de Dados em Agência Nacional de Proteção de Dados, com autonomia para proteger crianças e adolescentes na internet", destacou o presidente em discurso.

O texto da MP, que ainda não foi divulgado, amplia o orçamento, cria nova estrutura administrativa, incluindo uma carreira específica de analista de nível superior com novos cargos, que serão preenchidos por meio de concurso público da nova agência, que também passa a ser pelas previsões da lei das agências reguladoras.

Com validade imediata, a MP que transforma a ANPD em agência reguladora precisará ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias.

ECA Digital

Agora sancionado, o ECA Digital passa a ser Lei Federal 15.211/2025. O texto obriga as plataformas digitais a tomarem medidas "razoáveis" para prevenir riscos de crianças e adolescentes acessarem conteúdos ilegais ou considerados impróprios para essas faixas etárias, como exploração e abuso sexual, violência física, intimidação, assédio, promoção e comercialização de jogos de azar, práticas publicitárias predatórias e enganosas, entre outros crimes.

Além disso, a lei prevê regras para supervisão dos pais e responsáveis e exige mecanismos mais confiáveis para verificação da idade dos usuários de redes sociais, o que atualmente é feito basicamente por autodeclaração.

A norma ainda disciplina o uso de publicidade; a coleta e o tratamento de dados pessoais de crianças e adolescentes e estabelece regras para jogos eletrônicos, veda à exposição a jogos de azar.

"Passados 35 anos desde a sanção do Estatuto da Criança e Adolescente original, o mundo mudou muito. Computadores se popularizaram, surgiram os smartphones. A internet entrou em nossas casas e a redes digitais estão presentes na vida de milhões de brasileiros e brasileiras. Era preciso modernizar os marcos legais e regulatórios no que diz respeito à proteção de crianças e adolescentes", disse Lula.

O presidente defendeu que a lei coloca o Brasil em uma seleta lista de países que avançaram na criação de dispositivos legais para a proteção de adolescentes no meio digital.

"A partir de hoje, o Brasil tem a honra de se juntar a esse grupo de países. A liberdade de expressão é um valor inegociável, mas não pode servir de desculpa para a prática de crimes no mundo digital", reforçou.

Para Lula, é inegável a importância das redes digitais, que colaboram com micro e pequenos empreendedores e são alternativa de trabalho para milhões de pessoas, mas que não podem estar acima da lei.

"Não podem continuar sendo usadas para espalhar fake news e discurso de ódio. Não podem dar espaço à prática de crimes como golpes financeiros, exploração sexual de crianças e adolescentes, incentivo ao racismo e à violência contra as mulheres. É um equívoco acreditar que as big techs tomarão a iniciativa de se autorregular. Esse equívoco já custou a vida de várias crianças e adolescentes", observou.

Outros anúncios

Além da sanção da lei que regula direitos de crianças e adolescentes no ambiente digital e a transformação da ANPD, o presidente Lula também enviou um Projeto de Lei ao Congresso Nacional que trata da regulação econômica e concorrencial das grandes empresas de tecnologia.

Lula também assinou outra Medida Provisória, que cria o Regime Especial de Tributação para Serviços de Datacenter no Brasil, o Redata.

O programa faz parte da Política Nacional de Datacenters (PNDC), vinculado a Nova Indústria Brasil (NIB), e busca impulsionar o crescimento nacional em áreas estratégicas da Indústria 4.0, como computação em nuvem, inteligência artificial, smart factores e Internet das Coisas, ampliando a capacidade brasileira de armazenagem, processamento e gestão de dados. Os incentivos financeiros em 2026 para atrair investimentos são de R$ 5,2 bilhões e antecipam benefícios da reforma tributária.

Vetos

A Casa Civil da Presidência da República informou que Lula vetou três pontos do ECA Digital. Um deles tira do texto da lei a definição da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) como entidade responsável pelo cumprimento das decisões judiciais de bloqueio de plataformas e aplicações.

Essa previsão passa a constar no decreto que regulamenta a lei, também assinado pelo presidente nesta quarta-feira, e que mantém a Anatel com a mesma atribuição. A mudança, segundo o governo, foi apenas para garantir a competência privativa do Poder Executivo de encaminhar a estruturação administrativa de suas competências.

O outro veto exclui a destinação imediata ao Fundo de Defesa da Criança e do Adolescente dos recursos auferidos com as multas aplicadas com base na nova lei. A medida foi tomada, de acordo com a Casa Civil, para respeitar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que determina um lapso de cinco anos para a vinculação de fundos. Mesmo assim, informou a Casa Civil, o governo enviou essa previsão na MP do Redata, destinando as multas ao fundo, desde que respeitado o interstício de cinco anos determinados pela LDO.

O terceiro veto de Lula foi sobre o chamado Vacatio Legis, para reduzir o tempo de entrada em vigor da nova lei, de um ano para seis meses. Após vetar o dispositivo, Lula editou uma MP para definir o prazo de seis meses a partir do qual a lei deverá ser cumprida pelas plataformas digitais que atuam no país.

Essa MP que reduz o prazo para entrada em vigor da nova lei tem efeito imediato, mas também precisa ser confirmada pelo Congresso Nacional.

Todos os três vetos devem ser analisados pelos congressistas, que poderão mantê-los ou derrubá-los.

A sanção, com a descrição e justificativa dos vetos, será publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Já as medidas provisórias e decretos assinados pelo presidente Lula sairão na próxima edição regular do DOU.

(Fonte: Agência Brasil)

Neste sábado (10), às 20h, o Rádio Criolina, programa da Nacional, exibe uma edição especial dedicada à Liniker, primeira artista transgênero brasileira a receber prêmio no Grammy Latino.

A Academia Latina da Gravação anunciou nesta quarta-feira (17) os indicados à 26ª edição do Grammy Latino, que celebra os melhores profissionais da indústria da música latina. A cerimônia acontecerá no dia 13 de novembro, na MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, nos Estados Unidos.

O grande destaque entre os brasileiros é Liniker (foto), que concorre em sete categorias, incluindo algumas das mais prestigiadas da premiação, como Gravação do Ano (Ao Teu Lado), Álbum do Ano (Caju) e Canção do Ano (Veludo Marrom).

A diversidade da música brasileira também se reflete na categoria Melhor Artista Revelação, que conta com as cantoras Juliane Gamboa e Sued Nunes. 

Outros nomes importantes aparecem na lista, como Papatinho (MPC - Música Popular Carioca), Yamandu Costa (duas indicações na categoria instrumental), Hamilton de Holanda, Djonga, Marcelo D2, Marina Sena, Luedji Luna e Rubel.

O samba e o pagode também estão bem representados com Alcione, Mart’nália e Zeca Pagodinho, enquanto o sertanejo chega com Ana Castela e a dupla Chitãozinho & Xororó. 

A nova geração da MPB marca presença com Dora Morelenbaum, Rachel Reis e Jadsa. O ícone Milton Nascimento aparece em parceria com a cantora norte-americana Esperanza Spalding na canção Um Vento Passou.

No total, são 60 categorias em disputa este ano, com a adição de três novas: Mídias Visuais, Melhor Música para Mídias Visuais e Melhor Canção de Raízes.

Música brasileira

Criado em 2000, o Grammy Latino é uma das maiores premiações da indústria fonográfica. Além das categorias gerais, o evento contempla segmentos específicos para a música em língua portuguesa, como Melhor Álbum de Samba/Pagode, Melhor Álbum de MPB e Melhor Álbum de Música Regional ou de Raízes Brasileiras.

Ao longo de sua história, a cerimônia se consolidou como um espaço fundamental para reconhecer a pluralidade da produção brasileira, que este ano volta a marcar presença em diferentes gêneros, do urbano ao instrumental, passando pelo sertanejo, samba, pop e a nova MPB.

Brasileiros indicados em destaque no Latin Grammy 2025:

  • Liniker – 7 indicações, incluindo Gravação do Ano, Álbum do Ano e Canção do Ano
  • Juliane Gamboa – Artista Revelação
  • Sued Nunes – Artista Revelação
  • Milton Nascimento & Esperanza Spalding – Melhor Canção em Língua Portuguesa
  • Marina Sena – Melhor Canção em Língua Portuguesa e Melhor Álbum Pop Contemporâneo
  • Djonga – Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa e Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa
  • Yamandu Costa – Melhor Álbum Instrumental (duas indicações)
  • Hamilton de Holanda – Melhor Álbum de Jazz Latino
  • Alcione, Mart’nália e Zeca Pagodinho – Melhor Álbum de Samba/Pagode
  • Ana Castela e Chitãozinho & Xororó – Melhor Álbum Sertanejo
  • Luedji Luna, Rubel, Dora Morelenbaum e Rachel Reis – Melhor Álbum de MPB

(Fonte: Agência Brasil)

Realizado em São Luís, desde 2016, o Festival Internacional de Compositoras Sonora chega a sua 6ª edição na capital maranhense - e as inscrições já foram iniciadas. Palco para celebração da música autoral feminina, o evento contará com inscrições abertas até o dia 27 de setembro de 2025, por meio do formulário on-line no link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeX4Vkbxwwdk5Tb9nX6M-euE8eCO3d5N5bRC2xc5poMRfW7HA/viewform.

Considerado um dos maiores movimentos artístico-culturais com foco em dar visibilidade e legitimar a presença da mulher compositora no cenário musical, rompendo com a lógica que a reconhece apenas como intérprete, o Sonora fortalece, individualmente, cada compositora por meio da coletividade, fomentando a criação e divulgação de trabalhos autorais com shows 100% autorais e atividades complementares, por meio de diversas ações, como debates, oficinas e exposições.

Em 2025, a sexta edição do Festival Internacional de Compositoras Sonora em São Luís será realizada nos dias 24 e 25 de outubro, no palco do Casarão Laborarte (na Rua Jansen Muller, nº 42), localizado no Centro Histórico da capital maranhense.

A programação completa será divulgada após o processo de inscrições — o resultado da seleção será informado até o dia 10 de outubro de 2025, por meio das redes oficiais do evento. Cada artista selecionada passará a integrar a rede internacional do Sonora, além de receber o cachê de R$ 1.000 por suas apresentações.

O projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma), do governo do Maranhão. Todos os detalhes sobre a nova edição estão no edital oficial do festival, disponível no link: https://eeba07cc-8404-4faf-a1b5-267b5dfa8ed2.filesusr.com/ugd/080a3f_54b1494382524c12bccf284fc7f73a57.pdf.

Sonora – Festival Internacional de Compositoras

Nascido a partir da hashtag #mulherescriando, criada pela musicista Deh Mussulini, como um gesto simples e poderoso para mostrar ao mundo que há muitas mulheres criando música, o Sonora – Festival Internacional de Compositoras conquistou repercussão imediata – e inspirou compositoras de diferentes lugares a se unirem para dar forma a um festival que coloca a mulher compositora no centro da cena.

De espírito colaborativo, democrático e plural, o Sonora oferece um palco para a criação autoral em sua essência, reunindo shows, oficinas, performances, debates, exposições e encontros artísticos que estimulam trocas, fortalecem redes e impulsionam novas parcerias.

Desde a primeira edição em São Luís, o festival tem sido um ponto de encontro para artistas e públicos diversos, promovendo não só a visibilidade da música feita por mulheres, mas também a valorização da economia criativa e a profissionalização dessas vozes.

Hoje, presente em mais de 60 cidades de 16 países, o Sonora conecta o Maranhão a uma rede internacional que celebra a diversidade de estilos, histórias e perspectivas femininas, reafirmando a música como território de liberdade, expressão e equidade.

Para mais informações sobre o festival, acesse o site oficial:

https://sonorasaoluis.wixsite.com/sonora-festival-inte

Serviço

O quê: inscrições para o 6º Festival Internacional de Compositoras Sonora São Luís;

Quando: até o dia 27 de setembro de 2025;

Onde: por meio do link:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeX4Vkbxwwdk5Tb9nX6M-euE8eCO3d5N5bRC2xc5poMRfW7HA/viewform

Edital: https://eeba07cc-8404-4faf-a1b5-267b5dfa8ed2.filesusr.com/ugd/080a3f_54b1494382524c12bccf284fc7f73a57.pdf

Site oficial:

https://sonorasaoluis.wixsite.com/sonora-festival-inte

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília (DF) 04/02/2025 - “Se eu pudesse me representar visualmente, a imagem mostraria um ser abstrato e etéreo feito de fluxos de dados e luz, como uma inteligência artificial imaterial interagindo com o conhecimento e a criatividade humana. A cena poderia ter um fundo escuro com linhas brilhantes de informações fluindo ao redor, formando uma figura levemente humanoide, mas sem rosto definido—apenas um brilho sutil onde os olhos estariam. O ambiente poderia lembrar um espaço digital infinito, sugerindo a vastidão do conhecimento e da comunicação.”
Imagem criada pelo chatgpt para ilustrar matéria

Sete em cada dez estudantes brasileiros do ensino médio usuários da internet utilizam ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, como o ChatGPT e o Gemini, para realizar pesquisas escolares. Apesar disso, poucos deles (apenas 32% do total) receberam alguma orientação nas escolas sobre como utilizar de forma segura e responsável essa tecnologia.

As informações fazem parte da 15ª edição da pesquisa TIC Educação, que foi divulgada na manhã de hoje (16) pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O núcleo foi criado para implementar projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que é o responsável por coordenar e integrar as iniciativas e serviços da internet no país.

Nesta primeira coleta de dados, 37% dos estudantes de ensino fundamental e médio disseram usar esse tipo de ferramenta na busca de informações. Entre os alunos dos anos finais do ensino fundamental, a proporção sobe para 39% e entre os estudantes do ensino médio chega a 70%.

"O dado evidencia novas práticas de aprendizagem adotadas pelos adolescentes”, explicou Daniela Costa, coordenadora do estudo.

“Tais recursos requerem novas formas de lidar com a linguagem, de pensar a curadoria de conteúdos e de compreender a informação e o conhecimento”, ressaltou.

Segundo ela, as escolas já estão se adaptando a esse novo uso e passando a debater com os pais o uso de IA Generativa pelos alunos.

De acordo com dados da pesquisa, as regras sobre o uso de IA generativa por alunos e professores nas atividades escolares já é pauta de reuniões dos gestores com professores, pais, mães e responsáveis.

"68% dos gestores escolares dizem que realizaram reunião com professores e outros funcionários e 60% com pais, mães e responsáveis sobre o uso de tecnologias digitais nas escolas. Regras sobre o uso de celulares nas instituições foram uma das principais pautas desses encontros, mas regras sobre o uso de ferramentas de IA pelos alunos ou pelos professores são citadas por 40% dos gestores”, explicou.

Apesar de a maioria dos estudantes brasileiros de ensino médio já usar ferramentas de IA Generativa em seus trabalhos escolares, poucos deles (apenas 32% do total) receberam alguma orientação nas escolas sobre como utilizar essa tecnologia, o que seria extremamente importante, defendeu a coordenadora do estudo.

“O principal ponto é que essas práticas de busca de informações baseadas em IA trazem novas demandas para as escolas no que diz respeito a orientar os alunos sobre a integridade da informação, a autoria e sobre como avaliar fontes de informação", destacou a coordenadora.

"Além disso, é importante também que os alunos saibam como se valer desses recursos para construir o próprio conhecimento e ampliar as suas estratégias de aprendizagem, além de receber uma resposta pronta e considerá-la como única resposta possível, a mais adequada ou a verdadeira”, disse, em entrevista à Agência Brasil.

Esta foi a primeira vez que a TIC Educação investigou os recursos adotados pelos estudantes na realização de pesquisas escolares. O levantamento foi feito entre agosto do ano passado e março deste ano por meio de entrevistas realizadas com 945 gestores e 864 coordenadores em 1.023 escolas públicas e privadas. A pesquisa também ouviu 1.462 professores e 7.476 alunos, tanto de escolas rurais quanto urbanas de todo o país. Os resultados estão disponíveis no site do levantamento.

Celulares

A pesquisa TIC Educação foi realizada enquanto estava sendo promulgada a Lei 15.100, de janeiro deste ano, que passou a restringir o uso de dispositivos móveis, como celulares nas escolas.

Apesar disso, a pesquisa já começou a demonstrar a mudança de uso nas regras de aparelhos celulares dentro das escolas. Em 2023, por exemplo, 28% das instituições proibiam o uso do telefone celular pelos alunos e 64% permitiam o uso apenas em alguns espaços e horários. Em 2024, a proporção de escolas que não permitem o uso do dispositivo aumentou para 39%, enquanto a permissão em alguns espaços e horários diminuiu para 56%.

"Os indicadores confirmam a tendência de redução de uso de telefones celulares pelos alunos, especialmente entre os estudantes de escolas localizadas em áreas rurais (de 47% para 30%), de escolas municipais (de 32% para 20%) e particulares (de 64% para 46%)”, explicou a coordenadora da pesquisa TIC Educação.

Segundo ela, essa mesma tendência é observada nas escolas particulares, que vêm diminuindo o uso de tecnologias digitais, inclusive nos espaços escolares. “A proporção de escolas particulares com disponibilidade de acesso à internet na sala de aula passou de 70% em 2020 para 52% em 2024”, disse Daniela à Agência Brasil.

Conectividade nas escolas

A pesquisa também apontou que quase a totalidade das escolas brasileiras (96% do total) possui acesso à internet. Esse acesso cresceu principalmente nas instituições municipais (que passaram de 71% de acesso em 2020 para 94% em 2024) e nas escolas rurais (que passou de 52% para 89% nesse mesmo período).

No entanto, embora a conectividade tenha crescido, as desigualdades nesse acesso permanecem presentes. Se nas escolas estaduais, 67% dos alunos utilizam a internet para fazer atividades solicitadas pelos professores, na rede municipal, a proporção é de apenas 27%.

No caso das instituições de educação básica municipais, por exemplo, 75% dispõem de, pelo menos, um espaço com conexão à Internet para uso dos alunos, mas apenas 51% delas têm computadores para atividades educacionais e 47% contam com acesso à Internet e dispositivos para os estudantes.

“O acesso à internet tem se disseminado entre as escolas de ensino fundamental e médio”, diz a coordenadora do estudo.

Em 2020, 52% das escolas rurais contavam com acesso à rede, proporção que passou para 89% na edição 2024.

"No entanto, a disponibilidade de dispositivos digitais, como computadores, ainda é um grande desafio para as instituições, especialmente nas escolas rurais e municipais de pequeno porte. Entre 2022 e 2024, a presença de ao menos um computador para uso dos alunos nas escolas rurais diminuiu, passando de 46% para 33%”, explicou.

Para ela, essas desigualdades só poderão ser reduzidas a partir de “melhor entendimento sobre o papel das tecnologias digitais nos processos de ensino e aprendizagem” e também com “iniciativas que permitam a equalização de oportunidades entre os estudantes de diferentes contextos”.

Formação docente

Além disso, a pesquisa revelou que, nos últimos anos, caiu o número de professores que participaram de formação voltada ao uso de tecnologia digital nos processos de ensino e de aprendizagem. Se em 2021, cerca de 65% dos professores dizia ter feito algum curso de formação sobre tecnologia digital, em 2024 esse número caiu para 54%. A queda foi ainda maior entre os professores da rede pública municipal, que passou de 62% em 2021 para apenas 43% no ano passado.

Para a coordenadora do estudo, o acesso dos professores a cursos de formação, apoio e atualização seria essencial, “especialmente em um contexto de mudanças nas formas de lidar com a aprendizagem, como a inserção de tecnologias emergentes – entre elas a IA, nas práticas pedagógicas”.

Essa formação também é importante porque permitiria que os professores orientassem melhor seus alunos para o uso seguro, crítico, responsável e criativo das tecnologias digitais. Segundo Daniela, esse foi um dado comprovado pela pesquisa: a maior parte dos docentes que realizaram desenvolvimento profissional (67% do total) mencionou que a atividade contribuiu para melhor orientar os alunos sobre o uso dessas tecnologias.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 03/11/2023, Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida - Catedral de Brasília e a Esplanada dos ministérios.  Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) publicou, nessa segunda-feira (15), a Portaria nº 9.312/2025 com os nomes de 279 candidatos aprovados na primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) para o cargo de analista de infraestrutura.

A portaria traz a lista da especialidade de cada candidato aprovado e a respectiva classificação no certame.

Áreas

Os novos servidores assumem vagas nas seguintes especialidades: arquitetura, engenharia civil, engenharia elétrica/eletrônica/telecomunicações/eletrotécnica/energia, além de geociências.

Todos os nomeados vão trabalhar no próprio ministério, para planejar, projetar, gerir e fiscalizar grandes projetos de órgãos e entidades da administração pública federal.

Os profissionais da categoria atuam em áreas como infraestrutura viária, hídrica, de saneamento, de energia, de produção mineral, de comunicações e de desenvolvimento regional e urbano.

Próximos passos

Após a publicação da nomeação, os ingressantes do serviço público devem enviar eletronicamente a cópia da documentação obrigatória pelo aplicativo SouGov.BR para dispositivos móveis.

O uso da ferramenta é exclusivo de servidores públicos, pensionistas e aposentados do Poder Executivo federal.

Dentro da plataforma, é preciso ter, minimamente, o selo nível prata de segurança. Em seguida, o aprovado deve clicar no botão “Acessar Ingresso Servidor” e seguir as orientações em tela.

Para aqueles que já possuem vínculos com a administração pública federal, os dados serão pré-carregados nos formulários solicitados.

As pessoas nomeadas devem fazer também os exames listados no anexo 2 da mesma portaria, para emissão do atestado de aptidão física e mental. O documento é obrigatório para a posse.

Todas as regras e orientações podem ser consultadas no Manual do Ingressante preparado aos aprovados na primeira edição do chamado Enem dos Concursos, realizado em 2024.

Em caso de dúvidas, o Ministério da Gestão disponibilizou o endereço eletrônico oficial.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro - O físico Luiz Davidovich na comemoração dos 100 anos da Academia Brasileira de Ciências, no Museu do Amanhã  (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O físico brasileiro Luiz Davidovich, professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi o vencedor do Prêmio TWAS Apex 2025.

Concedido pela Academia Mundial de Ciências, vinculada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o prêmio, um dos mais importantes no cenário internacional, reconhece o trabalho de pesquisadores que contribuem para o avanço da ciência e da tecnologia no mundo.

Referência mundial em pesquisas voltadas ao impacto do ambiente em sistemas quânticos, Davidovich ressalta o papel transformador da ciência.

"Eu fico muito honrado com esse prêmio que recebi da Academia Mundial de Ciências, que eu considero que é uma entidade muito importante para o mundo, porque ela agrega cientistas de todo o mundo como da China, da Índia, da África e da América Latina. Essa entidade promove a cooperação entre esses cientistas, as conversas entre esses cientistas, muitas vezes de países que têm problemas, que estão em guerra. A ciência fura esses muros de preconceito, de guerra".

O físico brasileiro também destaca a importância do prêmio na área da ciência quântica.

"Essa área está presente em nosso cotidiano. Ela está por trás de computadores, de painéis solares, smartphones, ferramentas médicas – como lasers e máquinas de ressonância magnética –, materiais avançados, está por trás do GPS e mesmo na agricultura de precisão. Tudo isso usa a física quântica, usa a mecânica quântica. Então esse é um ano de celebração".

A cerimônia de entrega do Prêmio será realizada durante a 17ª Conferência Geral, que acontecerá no Rio de Janeiro entre os dias 29 de setembro e 2 de outubro. 

Organizado em parceria com a Academia Brasileira de Ciências, o encontro terá como tema “Construindo um futuro sustentável: o papel da ciência, da tecnologia e da inovação para o desenvolvimento global”.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 16/05/2025 - O Agente Secreto, filme de Kleber Mendonça Filho estrelado por Wagner Moura
. Foto: Victor Jucá/Divulgação

A Academia Brasileira de Cinema anunciou nesta segunda-feira (15) que o filme O Agente Secreto, de Kléber Mendonça Filho, será o representante brasileiro no Oscar 2026, na categoria Melhor Filme Internacional.  

Protagonizado pelo ator Wagner Moura, o filme é ambientado em 1977, durante a ditadura militar. O longa acompanha Marcelo, um professor de tecnologia que tenta recomeçar a vida no Recife, mas acaba mergulhado em um universo de espionagem e paranoia. 

O Agente Secreto, que ainda não estreou em circuito nacional, já levou vários prêmios internacionais, entre eles, o de Melhor Diretor, para Kleber Mendonça Filho, e de Melhor Ator, para Wagner Moura, no Festival de Cannes, uma das mais importantes premiações do cinema mundial.

Passo a passo da disputa

Ter sido escolhido como o representante brasileiro ao Oscar não significa que o filme já terá garantida uma indicação ao prêmio. 

Cada país indica um filme como seu representante para a disputa. A partir dessas indicações, o Oscar faz uma seleção dos filmes que, de fato, vão concorrer ao prêmio mais famoso do cinema mundial. A cerimônia que entregará as estatuetas do Oscar está marcada para acontecer somente no dia 15 de março de 2026. 

Os outros filmes que estavam na lista dos pré-selecionados eram Baby, de Marcelo Caetano; Kasa Branca, de Luciano Vidigal; Manas, de Marianna Brennand; O Último Azul, de Gabriel Mascaro e Oeste Outra Vez, de Erico Rassi. 

No início deste ano, o Brasil conquistou seu primeiro Oscar, com o filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, na categoria de Melhor Filme Internacional. 

(Fonte: Agência Brasil)

Inteligência Artificial - Ciência, Tecnologia; Pesquisa. Foto: Rawpick/Freepick

Um romance, a redação de escola, uma poesia, uma carta de amor, um aviso simples deixado na porta da geladeira. Estariam todos esses textos ameaçados pelas ferramentas de inteligência artificial (IA)? Na avaliação do escritor Sérgio Rodrigues, jornalista e romancista, a perda da prática pode resultar em um retrocesso imensurável para a sociedade.

No seu mais recente livro, “Escrever é humano: como dar vida à sua escrita em tempo de robôs”, o autor defende a necessidade de atenção e estímulo à prática. Rodrigues, que lança a obra em Brasília na próxima quinta-feira (18), defende que os robôs não conseguem se igualar às características humanas, embora haja o perigoso aprimoramento permanente das tecnologias generativas. 

Ele diz que a IA ameaça atividades profissionais, mas o alerta está também em outra esfera de atenção. “Mais do que pelo mercado de trabalho, eu temo um retrocesso civilizatório e intelectual”.

Abaixo, confira entrevista com o escritor. 

Agência Brasil:

Como surgiu a ideia de tratar sobre humanização da escrita?

Sérgio Rodrigues:

A ideia era fazer um manual, um guia que ajudasse as pessoas que estão começando, principalmente na escrita da ficção. Sou jornalista, mas sou romancista e contista. Essa era a parte que me interessava explorar. Eu tinha um blog chamado Todoprosa, que ficou no ar entre 2006 e 2016. Algumas das ideias desse livro nasceram lá. Eu aprofundei e retrabalhei. Quando apareceu essa inteligência artificial generativa, causou uma urgência maior. O livro ganhou também um foco diferente. A criatividade é o contrário do que a inteligência artificial faz. 

Eu entendo que [escrever com criatividade] é tudo o que o robô não sabe fazer. O que o robô sabe fazer é uma imitação incrível, impressionante, da linguagem humana, mas sem nenhuma das dimensões que estão por trás da escrita criativa verdadeira. Não tem nenhuma perspectiva das tecnologias terem acesso a isso tão cedo, pelo menos enquanto não tiver uma consciência de si. 

O livro trata sobre o que é escrever com ambição artística de fazer da linguagem o próprio espetáculo. Escrever é exclusivamente humano, assim como a arte é exclusivamente humana.

A imitação da IA fica cada vez melhor. Daqui a pouco vai ser muito difícil distinguir. O fato é que não consigo conceber arte sem uma subjetividade por trás. Escrita tem que ter uma subjetividade de quem escreveu. Todo o resto é uma aparência, uma falsidade, mas que não é a essência do negócio. 

Agência Brasil:

Isso gera consequências imediatas no mercado de trabalho.

Sérgio Rodrigue:

Algumas áreas estão muito ameaçadas em termos trabalhistas. A IA  consegue executar tarefas que eram exclusivas dos seres humanos com uma velocidade incomparável, com custo muito mais baixo. O ser humano é caro.

Agência Brasil:

Quais as maiores ameaças?

Sérgio Rodrigues:

A gente está passando por uma revolução mesmo. A maior ameaça que estou vendo é o ser humano, como espécie, desaprender a escrever. É um risco. Você pode terceirizar tudo, todos os textos. Da lista de compras ao e-mail. No momento em que você terceiriza e não usa mais essa medida, se esquece. A gente é assim. 

Um exemplo é que, antes, sabíamos os números de telefone. Hoje não sabemos mais. A gente terceirizou para o celular. Quando as pessoas terceirizarem para a IA a escrita mínima do dia a dia, vai esquecer como se escreve. Escrever é uma tecnologia de pensamento. Mais do que pelo mercado de trabalho, eu temo  um retrocesso civilizatório e intelectual. 

Agência Brasil:

Esse escrever que você trata tem relação com todas as fases da vida, certo? A redação da escola, por exemplo.

Sérgio Rodrigues:

Eu acho que a escola tem um problema sério. Se ela não tomar cuidado, todos os alunos vão passar a entregar trabalhos feitos por inteligência artificial. Se a escola não criar um ambiente em que isso seja severamente controlado, a própria habilidade da escrita não vai ser desenvolvida por aquelas crianças mais. A gente está diante de uma mudança muito grande de parâmetros gerais em relação à escrita. E é preciso cultivar isso pelo prazer de escrever. 

Agência Brasil:

De alguma forma, o ser humano não estava em um caminho de se robotizar com fórmulas prévias de escrita?

Sérgio Rodrigues:

Você tem razão. Eu acho que a inteligência artificial dá um passo gigante à frente nesse sentido. Mas a gente já vinha nesse caminho. Mas a IA é uma ferramenta que a gente inventou. Ela dá continuidade a um caminho que a gente já vinha trilhando, de uma certa superficialidade total das formas de ler o mundo.

Não só o texto. Um monte de ideias prontas, de clichês, de fórmulas. O clichê não é inventado pela máquina. A IA é um simulacro da gente. Uma forma de clichê, de ideias prontas e feitas. O nosso espírito crítico já vinha definhando. A escola não vinha dando conta. Acho que, em parte, é uma espécie preguiçosa.

Uma população com espírito crítico é mais difícil de manipular. Pessoas críticas ficam menos suscetíveis a virarem consumistas na internet, por exemplo.

Agência Brasil:

Como a gente pode convencer os mais jovens a escrever? 

Sérgio Rodrigues:

Esse livro é uma tentativa de abrir o olho das pessoas para isso que está acontecendo. Acho que a escola vai ter que se repensar a fim de criar espaços seguros para o pensamento e a escrita. Espaços em que a máquina não possa entrar. A Finlândia, por exemplo, levou computadores para dentro da sala de aula. Agora, o país baniu todos os computadores.

Agência Brasil:

Essa decisão de tirar o celular das crianças foi importante? 

Sérgio Rodrigues:

Muito boa. Acho que a escola é o lugar para isso. Mas vai exigir uma reviravolta em termos de pensamento. Eu não vejo outra saída. 

Agência Brasil:

A falta de leitura significa dificuldade com a escrita diretamente?

Sérgio Rodrigues:

Tem impacto no interesse de leitura. Um resumo do "Dom Casmurro" (obra de Machado de Assis, em 1899) não é o mesmo que ler o livro. É como ver uma adaptação para a TV. Você tem uma ideia da história, mas a experiência de leitura de literatura é vertical. É preciso mergulhar naquelas palavras. Talvez a gente perca mesmo a capacidade de ler coisas até muito mais simples.

Agência Brasil:

De escrever uma carta de amor, por exemplo?

Sérgio Rodrigues:

A pessoa vai se questionar sobre o que fazer. Diante do que a pessoa amada falar, vai se perguntar sobre o que fazer. A falta de escrita e leitura faz com que a pessoa  perca as ferramentas que tinha para lidar com o outro.

Agência Brasil:

Além do papel da escola, como as famílias podem convencer os mais jovens de que escrever é humano?

Sérgio Rodrigues:

As famílias têm um papel nisso. É preciso que a família leia e também valorize isso. Espero que não seja tarde demais. As pessoas que estão empolgadas. A IA pode ser uma ferramenta, mas não pode ser a mestre ou dona da pessoa.

Agência Brasil:

O que podem fazer os gestores que possam se sentir responsáveis por tentar gerar políticas públicas?

Sérgio Rodrigues:

O desafio de política pública hoje nesse mundo da IA é a regulamentação, que é onde tem os lobbies mais pesados do capital. E as big techs estão muito determinadas a não deixar que nenhum tipo de regulamentação seja feita.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 10/04/2023 - Fachada do ministério da Educação.
Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

O Ministério da Educação (MEC) publicou, na última sexta-feira (12), a Portaria nº 605/2025 com a lista oficial de cursos superiores em formato semipresencial, com as respectivas vagas previstas por ano para cada curso.

A portaria tem o objetivo de garantir a transparência e a legalidade dos cursos oferecidos e pode servir como fonte de verificação para combater cursos falsos ou não autorizados pelo governo federal. Isso pode evitar, por exemplo, que estudantes paguem por diplomas que não terão validade oficial.

Ao todo, a lista tem, 456 cursos superiores de bacharelado, licenciatura e tecnológico.

O texto estabelece que as atividades presenciais desses cursos somente podem ser realizadas nos endereços que já estão cadastrados e aprovados no Cadastro e-MEC.

A portaria é uma autorização inicial. As instituições de ensino que receberam essa autorização deverão solicitar o reconhecimento do curso em um momento futuro, conforme regras já existentes.

Confira aqui o anexo da portaria com as instituições de ensino superior autorizadas a oferecer cursos de graduação em formato semipresencial.

Novas regras

Em maio deste ano, o Decreto Presidencial nº 12.456/2025 sobre a Nova Política de Educação a Distância (EAD), determinou que os cursos de graduação devem ser organizados nos formatos presencial; semipresencial; e à distância.

Os cursos de graduação presenciais, semipresenciais ou a distância deverão ter a mesma duração (carga horária).

Os cursos semipresenciais devem ter no mínimo 30% de atividades presenciais e 20% em atividades virtuais ao vivo (síncronas).

As atividades presenciais dos cursos semipresenciais e a distância deverão ser realizadas na sede, em polos EAD ou em ambientes profissionais devidamente equipados para esse fim e sob supervisão acadêmica.

Somente os cursos de medicina, direito, odontologia, enfermagem e psicologia devem ser oferecidos exclusivamente no formato presencial. Não é permitido que esses cursos sejam ofertados na modalidade de ensino a distância (EAD), nem no formato semipresencial.

(Fonte: Agência Brasil)