O Rio de Janeiro receberá, na próxima quarta-feira (5), a primeira edição carioca da Mostra Ecofalante de Cinema. O evento começa no Dia Mundial do Meio Ambiente e vai até o dia 12, apresentando gratuitamente para o público 24 filmes de temática socioambiental.
Francisco Cesar Filho, um dos curadores do evento, disse à Agência Brasil que a ideia é que a edição carioca da mostra retorne, anualmente, às salas de cinema locais. A temática é sempre socioambiental.
Cesar Filho informou que parte dos filmes que serão exibidos é inédita no Brasil e só será vista em São Paulo no mês de agosto próximo, quando ocorrerá a 13ª Mostra Ecofalante de Cinema. Na primeira edição da mostra carioca, a curadoria privilegiou mais filmes internacionais que brasileiros.
“[Filmes nacionais] têm mais chance de circular no Estado de outras maneiras”, disse. Já a grande maioria dos filmes estrangeiros dificilmente serão exibidos em outros festivais no Brasil, afirmou o curador. “A organização social Ecofalante mapeia durante o ano, no circuito internacional, quais os filmes de maior repercussão e maior qualidade que têm temáticas que dialoguem com as questões socioambientais. É uma seleção do que circulou de melhor na safra recente internacional”, acrescentou.
A sessão de abertura ocorre no dia 5, às 19h, na Estação Net Rio, com a exibição de “Food, Inc. 2”, continuação de “Food, Inc.” que, em 2008, causou furor ao alertar que as refeições diárias da humanidade têm profundas consequências éticas e ambientais. O filme conquistou o Emmy e foi indicado ao Oscar. Agora, “Food, Inc. 2”, de Robert Kenner e Melissa Robledo, revela que as corporações multinacionais aumentaram ainda mais sua influência, se especializaram no mercado de alimentos ultraprocessados e estão promovendo uma crise internacional de saúde.
A Mostra Ecofalante de Cinema Rio estará na Estação Net Rio, situada em Botafogo, zona sul da capital do Estado, e no Cine Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, Região Metropolitana do Rio. A programação pode ser conferida aqui.
Vitrine sul-americana
Criada em 2012, a Mostra Ecofalante de Cinema é reconhecida como a mais importante vitrine sul-americana para a produção audiovisual ligada às temáticas socioambientais. Além das exibições gratuitas dos filmes selecionados, o público poderá assistir também, na mostra do Rio, a debates com especialistas. Um deles ocorrerá após a apresentação do filme “TikTok Boom” (EUA, 2022, de Shalini Kantayya), que aborda a questão das redes sociais, reunindo a pró-reitora de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ivana Bentes, e a pesquisadora Helena Strecker. O filme foi exibido nos festivais de Sundance, São Francisco, SXSW, CPH:DOX (Dinamarca) e de Zuriqueutro.
Outro debate será sobre restauração e regeneração de ecossistemas e ocorrerá após a apresentação do filme “Solo Comum”, longa-metragem que mostra como se pode ainda salvar a natureza já tão combalida no mundo. O longa foi premiado no Festival de Tribeca (EUA) e explora como a agricultura regenerativa pode ajudar a curar o solo, a nossa saúde e o planeta. A sessão está prevista para o dia 11, às 18h30, na Estação Net Rio, seguida do debate “Restauração e Regeneração dos Ecossistemas: O Que Está Sendo Feito no Brasil”. Participarão Luiz Fernando Duarte de Moraes, pesquisador do Embrapa; Renato Crouzeilles, diretor científico da MOMBAK; e Jerônimo Boelsums, professor do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Sessões especiais
Haverá, também, sessões especiais de filmes clássicos e de filmes brasileiros. Entre os nacionais, serão apresentados o média-metragem “Vida Sobre as Águas”, de Danielle Khoury Gregorio e Marcio Isensee e Sá, que celebra a arquitetura única das comunidades ribeirinhas da Amazônia, revelando desde as casas sobre palafitas às moradias flutuantes. Ao término da sessão prevista para sábado (8), às 16h, na Estação Net Rio, haverá bate-papo com a equipe do filme. Já as mulheres indígenas do Rio Negro contam sua história no média “Rionegrinas”, dirigido por Fernanda Ligabue e Juliana Radler, destacando a trajetória de lutas e as conquistas dessas mulheres, além da criação do Departamento das Mulheres Indígenas da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (DMIRN-FOIRN).
Outro destaque entre os filmes nacionais é o longa “Não Existe Almoço Grátis”, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel. O filme acompanha a saga de Socorro, Jurailde e Bizza, moradoras da favela Sol Nascente, de Ceilânia (DF), encarregadas de preparar a alimentação das centenas de pessoas que chegaram a Brasília para assistir à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. As três lideram uma das Cozinhas Solidárias do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Na sessão especial de clássicos, o público terá oportunidade de assistir à série “Tesouros do Lixo”, coprodução entre Senegal e a França de 1989, que reúne cinco filmes curtos do importante documentarista senegalês Samba Félix Ndiaye (1945-2009), chamado de “pai do documentário africano”. Os filmes foram restaurados em 2021.
Da América Latina, será exibido o filme “Amor, Mulheres e Flores”, de 1988, sobre as características sociais dos trabalhadores da plantação de flores. Os realizadores colombianos Jorge Silva (1941-1987) e Marta Rodríguez são referência no documentarismo latino-americano. Sua produção engajada teve início nos anos 1960 e conquistou reconhecimento internacional, tendo acumulado premiações em eventos importantes, como o Festival de Berlim. Na primeira Mostra Ecofalante de Cinema no Rio será exibida a versão restaurada em 4k desse filme clássico.
Educação
Há 13 anos, a organização social Ecofalante desenvolve várias atividades no campo do audiovisual voltadas para a área socioambiental. Uma delas é a plataforma Ecofalante Play de ‘streaming’ (distribuição de conteúdo multimídia por meio da internet) gratuita que reúne filmes brasileiros e internacionais que tratam de questões socioambientais e é voltada para educadores. “Porque a Ecofalante tem um pé muito forte na questão da educação”, disse Francisco Cesar Filho. A organização promove também o Circuito Ecofalante Universidades, programa de extensão educacional que engloba, atualmente, mais de 100 universidades do Brasil, promovendo projeções e debates sobre temas socioambientais.
O cartunista Ziraldo será homenageado na programação do mês de junho da Fábrica de Cultura, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. Autor de diversas obras infantis e criador de O Menino Maluquinho, o artista morreu em abril deste ano. Os eventos ocorrerão nas unidades da capital, Diadema e Osasco, gratuitamente.
A programação começou neste sábado (1º), às 10h, na Fábrica de Cultura Jardim São Luís, com a ação Grafite Arte Urbana: Viva Ziraldo. Os artistas Leche e Alore farão um mural original em homenagem ao cartunista, com alguns de seus personagens. Outra ação de grafite ocorre de 6 a 8 de junho, na unidade Jaçanã. A grafiteira e artista visual Caluz criará um painel com os principais personagens de Ziraldo.
No Capão Redondo, a atividade O humor como denúncia resgata as produções humorísticas de Ziraldo criadas durante o período da ditadura militar no país. Nessa oficina, que será realizada no dia 5, o público poderá criar os próprios cartuns relacionando às opressões dos dias atuais. O resultado será uma intervenção artística no formato de exposição.
No mesmo dia, na Fábrica de Cultura Osasco, ocorre a oficina de autorretrato inspirado na obra do cartunista. O público poderá conhecer obras como O Menino Maluquinho e a Turma do Pererê, para criar desenhos a partir do estilo do artista. Em Diadema, a oficina Universo de Ziraldo ensinará a fazer tirinhas ao estilo do cartunista no dia 11.
Já no dia 13, a unidade Brasilândia terá apresentação do espetáculo O Menino Maluquinho: Lisonjeiro ao Mestre, do grupo Trapiche Teatro. Na história, o criador de O Menino Maluquinho tenta trabalhar em seu ateliê em meio às brincadeiras dos netos, revisitando suas principais obras. Uma sessão de cinema com a exibição do filme O Menino Maluquinho (1995) será realizada na Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha, no dia 25.
E de 4 a 13 de junho, diferentes fábricas de Cultura terão a atividade Sucatinha: um menino maluquinho sustentável. Na atividade, haverá a criação de robôs-luminárias, a partir de resíduos, inspirados no personagem. Entre os dias 21 e 28 de junho, o público poderá participar da contação de histórias As cores de Ziraldo, relembrando personagens criados por ele.
– Lamentavelmente, hoje muitos jornalistas seguem uma inadequada ordem alfabética: o “D” de dinheiro antes do “V” da verdade, o “C” da conveniência antes do “F” dos fatos.
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“O primeiro dever do homem em sociedade é ser útil aos membros dela; e cada um deve, segundo as suas forças físicas, ou morais, administrar, em benefício da mesma, os conhecimentos, ou talentos, que a natureza, a arte, ou a educação lhe prestou. O indivíduo, que abrange o bem geral de uma sociedade, vem a ser o membro mais distinto dela: as luzes, que ele espalha, tiram das trevas, ou da ilusão, aqueles, que a ignorância precipitou no labirinto da apatia, da inépcia, e do engano. Ninguém mais útil, pois, do que aquele que se destina a mostrar, com evidência, os acontecimentos do presente, e desenvolver as sombras do futuro”. (Editorial de Hipólito José da Costa na edição nº 1 do “Correio Braziliense” - 1º de junho de 1808).
Em 1º de junho é lembrado o “Dia da Imprensa”, a maior data dos que trabalham na comunicação jornalística no Brasil. Esta data ocorria anteriormente em 10 de setembro, mas uma Lei (nº 9.831, de 13/9/1999), decretada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República, estabeleceu que, a partir dali, o 1º de junho era o Dia da Imprensa.
“DIÁRIO OFICIAL” – E por que houve a mudança de 10 de setembro para 1º de junho? Porque foi um pedido formalizado por entidades da imprensa. E em que se justificava esse pedido? Porque a data anterior, 10 de setembro, lembrava o dia de circulação do primeiro jornal impresso no Brasil, o “Gazeta do Rio de Janeiro”, um jornal dirigido pelo frei Tibúrcio José da Rocha, que se submeteu à censura do governo de Dom João VI e só falava as coisas oficiais ou aquelas de que o governante não reclamasse. Isso foi há 216 anos, em 1808.
REINO E REINANTE - Acontece que, naquele mesmo ano (1808), em 1º de junho – portanto, cem dias antes da existência do “Gazeta” –, começara a circular o “Correio Braziliense”, de Hipólito José da Costa, que estava exilado em Londres, mesmo lugar onde era impresso o jornal, por não se submeter à censura reinol e reinante.
“TENTAÇÕES” – O “Correio” vinha do continente europeu para o americano em porões de navios e, aqui no Brasil, era distribuído, clandestinamente, aos assinantes. A luta solitária de Hipólito José da Costa durou 15 anos, e valeu a pena. É hoje referência de imprensa que não se dobra – nem ao poder do dinheiro nem ao dinheiro do Poder. Não que não houvesse tentações. O Poder Público fez de tudo para atrapalhar a vida do jornal ou seduzir o jornalista. Pressionaram diplomatas ingleses para que o jornal deixasse de ser impresso em Londres. Ofereceram-se para pagar 500 (quinhentas) assinaturas do jornal, a fim de que o jornalista “maneirasse” suas críticas ou, melhor, não exercesse seu direito/dever de criticar.
ALFABETO – Hipólito resistiu. Por causa dele, pode-se dizer que a história da imprensa e do jornalismo no Brasil começou bem. Não se pode afirmar com segurança se, no ambiente de hoje, com o tal “capitalismo selvagem” e o interesse político-eleitoral, o jornalista Hipólito José da Costa continuaria resistindo. Talvez sim. Talvez não. Neste caso, temos exemplos, maus exemplos, de veículos de imprensa que, seguindo apenas a ordem alfabética (já que trabalhamos também com letras), colocam o “D” de dinheiro antes do “V” da verdade, colocam o “C” da conveniência antes do “F” dos fatos.
QUERER E PODER – Enquanto Imprensa, temos um caminho bem largo e comprido a andar. Teríamos muito a explicar, a justificar. Pesquisadores e estudiosos no futuro vão ver o que fizemos com o quase-poder que tínhamos. Pesarão nossas opções e pensarão no porquê delas, seus motivos, limitações, imposições. Quem sabe até nos absolverão de umas e outras culpas, concedendo-nos o benefício da dúvida, ao perguntarem-se se o que fizemos era o que queríamos fazer ou era o que podíamos fazer. Fazer como Cipriano Barata, que, mesmo preso, não parou de escrever em seu jornal e pregar a liberdade e verdade.
QUAL O MODELO? – O certo é que, diariamente, continuam sendo postas tentações à mesa dos jornalistas. Estes têm que decidir se seguem o modelo de Tibúrcio (conveniência, oficialismo, dinheiro) ou o exemplo de Hipólito (idealismo, verdade, dificuldades).
Esses estudiosos do futuro talvez quisessem de nós atos de heroísmo. Mas não somos “Hipólitos” nem “Ciprianos”.
E, meio sem jeito, diremos:
“– Tínhamos barrigas – e não apenas consciência – para alimentar…”
Parabéns, colegas da Imprensa.
* EDMILSON SANCHES
ILUSTRAÇÕES: Os jornalistas brasileiros Hipólito José da Costa e Millôr Fernandes e o norte-americano Joseph Pulitzer, que dá nome ao mais importante prêmio da Imprensa em todo o mundo, o Prêmio Pulitzer, concedido todo mês de junho desde 1917, pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos.
Tudo pronto para a sequência do projeto Esporte na Minha Cidade, iniciativa que conta com o patrocínio do governo do Estado e do Grupo Audiolar por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Neste domingo (2/6), a Praia do Calhau, em São Luís, será palco das disputas do torneio de Fut7 Beach Adulto Feminino. A rodada de abertura começará às 8h30 com o duelo entre AFA e Nacional.
Na sequência, às 8h45, a bola rola para Sports Club 37 e Grêmio Ribamarense, confronto que fecha a primeira rodada da competição. Ainda na manhã de domingo, será realizada a segunda rodada da fase classificatória do Esporte na Minha Cidade: o AFA vai encarar o Grêmio Ribamarense, enquanto que o Nacional mede forças com Sports Club 37.
Vale destacar que todas as equipes participantes da quarta edição do Esporte na Minha Cidade receberam kits com bolsas esportivas e uniforme completo. Esse material será utilizado pelos times durante a competição. A entrega desses kits ocorreu durante o lançamento oficial do projeto, realizado no fim do ano passado.
Além das disputas do Fut 7 Beach Adulto Feminino, esta edição do Esporte na Minha Cidade também promoveu um torneio de Futebol 7 Sub-12. Nessa categoria, a equipe dos Craques da Veneza sagrou-se campeã ao derrotar o Paredão na grande final.
Todas as informações sobre o Esporte na Minha Cidade e a programação completa de jogos estarão disponíveis nas redes sociais oficiais do projeto (@esportenaminhacidade).
– Pioneira no ensino superior privado em Imperatriz
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A missa e a procissão da celebração do Corpus Christi, em 30 de maio de 2024, tiveram uma católica a menos nos eventos organizados pela Diocese de Imperatriz, no Maranhão: às 8 horas da manhã dessa mesma data, falecia a professora Dorlice Souza Andrade, mais conhecida por Dora.
(Instituída no século XIII, a celebração – também intitulada “Corpus Domini” ou Solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo – estava completando exatos 760 anos de existência, desde que foi realizada a primeira vez, em 19 de junho de 1264, na pequena cidade italiana de Bolsena, na região do Lácio.)
Dorlice Andrade vinha padecendo de problemas gastroenterológicos. Já estivera em grandes hospitais, de Brasília e de São Paulo. Nos últimos dias, internara-se no Hospital Santa Mônica, de Imperatriz, onde faleceu às 8 horas da manhã. O corpo foi velado na Igreja de Santa Teresa d’Ávila, situada na região histórica de Imperatriz e tão antiga quanto à cidade, pois foi obra inicialmente feita pelo frei Manoel Procópio, o fundador da nova povoação de Santa Teresa, em 1852. Após o velório, o corpo foi sepultado no Cemitério Campo da Saudade, o mais “tradicional” do município.
Graduada pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Distrito Federal (atual UniCEUB – Centro Universitário de Brasília), a professora Dorlice era doutora em Ciências da Educação pela UA (Universidad Americana), mestra em Planejamento do Desenvolvimento (UFPA/NAEA – Universidade Federal do Pará / Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, criado em 1973) e “Master in Business Administration (MBA)” pela Universidade de São Paulo (USP). Na busca do aperfeiçoamento e atualização, Dorlice participou de vários cursos e seminários voltados para a Educação, no Brasil e no exterior.
Aos 17 anos, idade em que a maioria dos jovens ainda pensa o que fazer da ou na vida, Dorlice Souza Andrade já sabia o que queria e, mais que isso, já fazia o que, desde cedo, desejava: ensinar. Ser professora, educadora.
Sua longa carreira teve início em 1968, em Brasília (DF), onde, até 1975, na rede pública, foi professora do ensino fundamental e ensino supletivo de 1º grau, além de dois anos como secretária escolar. Ainda em Brasília, foi pesquisadora do Endef, o Estudo Nacional de Despesa Familiar, realizado, nos anos de 1974 e 1975, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Antes de ser professora e gestora escolar na capital federal, Dorlice já professava, na cidade natal, sua fé na Educação, inclusive religiosa. Ela nasceu em Formoso, município de Minas Gerais, de mais de 3.600km2 de área territorial e menos de oito mil habitantes (2022), cujas origens históricas vêm de séculos: no ano de 1713, já era distrito. Em Formoso, Dorlice iniciou o exercício de seus dons e dotes, pendores e amores pelo ensino, como educadora, mister e missão que desempenhava inclusive na Igreja católica, como catequista em escolas estaduais e municipais.
Dorlice Souza Andrade estava a um ano de completar exatos 50 anos – meio século – de residência e dedicação a Imperatriz. Ela veio com o marido, o médico goiano Antônio Leite Andrade, e chegou a Imperatriz no dia 29 de maio de 1975. O casal tinha – e teve, e realizou – perspectivas e oportunidades na Saúde e na Educação e expandiram-se profissionalmente.
Em Imperatriz, Dorlice recomeçou sua jornada como educadora: foi professora na Escola Santa Teresinha (das Irmãs Missionárias Capuchinhas) e em cursos pré-vestibulares. Sempre (pre)ocupada com a Educação e o desenvolvimento local, criou, em 1986, o Centro Educacional Renovado de Imperatriz Ltda. (Ceril), escola onde Dorlice, como educadora e de modo pioneiro em Imperatriz e região, implantou, no ensino fundamental e médio, a disciplina Educação Sexual.
Por mais de 15 anos, o Ceril contribuiu para a inovação e o crescimento da Educação de Imperatriz, encerrando seu ciclo para dar lugar à instituição privada pioneira de ensino superior da Região Tocantina – a Faculdade de Imperatriz (Facimp). Com a Facimp, a vontade da professora Dorlice Souza Andrade e do marido Antônio Leite era a de transformar Imperatriz em um grande polo educacional. Desde 20 de agosto de 2001, quando foi entregue à comunidade imperatrizense e regional, a Facimp tornou-se obra de referência, inspirada em visão estratégica e socialmente inovadora, com seus egressos preenchendo, criando e qualificando os espaços do mercado de trabalho no Maranhão e em diversos outros Estados.
Em 2016, a Facimp já contava com diversos cursos de graduação (pelo menos 10), e chegou a ter cursos do “A” de Administração ao “Z” de Zootecnia. Na época, eram milhares de alunos e centenas de colaboradores, com quatro unidades – “campus” central, hospital escola, fazenda escola e clube esportivo e de lazer.
Atualmente, com arrendamento ou aquisição por grupo empresarial especializado em tecnologia e gestão de instituições de ensino superior, a Facimp já conta com 60 cursos de graduação, do “A” de Administração ao “T” de Tecnologias Educacionais (este, junto com a graduação em Pedagogia, quem sabe uma inconsciente homenagem à educadora Dorlice Andrade).
Na pós-graduação, onde a variedade acompanha o ritmo da vida, já chega a 118 a quantidade de cursos, do “A” da pós em Administração Pública, ou da pós em Anatomia Humana Clínica e Funcional, ao “U” das pós em Urgência e Emergência Pré-Hospitalar e Hospitalar, ou da pós em User Experience Design (UX), este para os do universo da Informática/Computação aplicado à Administração, ao Marketing e ao Design.
Eis aonde um sonho inicialmente sonhado a dois pode chegar... com possibilidade certa de ir mais, muito mais adiante...
Nessa trajetória de realizações, Dorlice e Antônio Leite fundaram a Clínica da Imagem, de que o casal era proprietário. O casal também entregou-se a causas sociocomunitárias. Por exemplo, Antônio Leite foi presidente do Rotary Club e Dorlice Andrade foi presidente da Casa da Amizade, entidade vinculada ao Rotary. Na gestão de Dorlice (1984/1985), foi construída a primeira escola do Bairro Bom Jesus, entregue, anos depois, ao município de Imperatriz na gestão (1983/1989) do então prefeito José de Ribamar Fiquene, falecido em janeiro de 2011.
Filha de Zoroastro José de Souza, fazendeiro, e Sergina Gomes da Silva, a lembrança de infância mais antiga de Dorlice Souza Andrade era, na cidade natal, a de tomar banho no córrego da fazenda e ordenhar (tirar leite das cabras).
A filosofia de vida profissional da professora Dorlice estava em uma frase do líder Nelson Mandela: “A Educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Até por isso, ela considerava que um momento marcante na sua atividade profissional foi a implantação e funcionamento dos seus dois grandes estabelecimentos de ensino: a escola Ceril e a faculdade Facimp. Dorlice destacava que aprendera muito com a cultura maranhense – aprendizado que era ampliado com as viagens e visitas, profissionais ou turísticas, a diversos países, entre os quais Holanda, Alemanha, México, Estados Unidos, Canadá, Porto Rico, Costa Rica, Argentina, Paraguai, Chile, Portugal, Espanha, Ilhas Caribenhas...
Simplicidade, persistência e permanente expressão de alegria e boas risadas eram características da personalidade de Dorlice Andrade, uma idealizadora e realizadora de sucesso, sempre disponível para as ações engrandecedoras em Imperatriz, cidade que, como ela registrara, escolheu para morar e criar os filhos Alessander (médico radiologista), Anna Kelly (advogada) e Andréia Carla (pedagoga) e brincar e rir com os netos Analice, Aylla, Tarcílio e Gustavo.
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Conhecia Dorlice Souza Andrade e Antônio Leite desde a década de 1970. Ambos eram clientes do banco federal em que eu trabalhava e que foi o ponto inicial de trocas de ideias e esperanças em relação a Imperatriz. Tornamo-nos mais próximos com a participação dos três no Rotary Club Imperatriz.
Como escrevi no texto que fiz sobre o Antônio Leite, em agosto de 2020: “Não demorou e já eu era todo ouvidos e falas em conversas com a professora Dorlice e seus quereres em torno da criação de sua própria escola”. Dei ideias e, sobretudo, sensibilizei, motivei, estimulei e energizei para que fosse atendida ou, ao menos, mitigada a necessidade de mais escolas de referência no município e região. O Ceril foi criado e teve vida longa e próspera.
Depois veio o sonho da Faculdade. Nessa época, eu retornara para Imperatriz, depois de anos em aprendizados de vida e estudos universitários em Fortaleza, Brasília e São Paulo. Sobre a futura Faculdade, eu conversava isoladamente ora com um, ora com outro, ora com o casal Dorlice e Antônio Leite; também, com outras pessoas, a exemplo do amigo desportista e odontólogo Giovanni Ramos Guerra, atualmente presidente reeleito da Confederação Brasileira de Automobilismo, que igualmente colaborava com seu conhecimento, sua disponibilidade, seus esforços e boa vontade para a implantação do curso de Odontologia na futura Faculdade.
Ao final, o casal tomou a decisão, submeteu-se às condições e a um longo processo... e finalmente a Facimp foi criada. Tornei-me um dos diretores da Faculdade, onde convivi ao lado de pessoas boas, trabalhadoras, competentes, entre as quais a própria Dorlice Andrade, diretora-geral, o vice-diretor-geral, economista e professor Edgar Santos, e o diretor acadêmico, o filósofo e professor Domingos Furlan. Como escrevi: “Acompanhei e colaborei com um pouco na dinamização das atividades da Facimp [...]”. “Muitas das vezes, em um automóvel da Faculdade, com motorista, eu viajava para grandes municípios dos Estados vizinhos para apresentar a Facimp aos alunos e professores das escolas de ensino médio, suas opções de cursos, sua estrutura física de primeira qualidade em área total de quase 600 mil metros quadrados, inclusive áreas de expansão”.
Recordo-me de Dorlice contando-me das boas impressões de Antônio Leite acerca de minha biblioteca pessoal. Já contei: “Certa feita, visitando-me, Antônio Leite ficou impressionado com as dezenas de milhares de livros de minha biblioteca particular. Brincando e falando sério, disse que eu tinha mais livros ali do que a Facimp tinha em seu acervo. Olhou um pouco algumas capas e lombadas e perguntou-me se eu venderia uma pequena parte para ampliação da quantidade de volumes da biblioteca da Faculdade. Reticente, conversei sobre que temas interessariam etc. etc. Fiquei de listar alguns milhares de títulos e submetê-los a funcionários especializados da Faculdade. Com algum travo na garganta, desfiz-me de vasta bibliografia, que, creio, deve estar espalhada pelas estantes temáticas da Facimp até hoje”.
Eu gostava muito do ambiente físico e humano da Facimp, seus largos espaços, a arborização e, em certos momentos, até o silêncio. Assim, lembro-me da surpresa, quase perplexidade, de Dorlice Andrade e Antônio Leite ante meu pedido de demissão. Escrevi: “Quando pedi para deixar o cargo de direção na Facimp, o fiz para candidatar-me a prefeito de Imperatriz. A bondade despretensiosa de Antônio Leite levou-o a me dizer que eu não precisaria sair, que a Facimp não poderia me perder e que eu entraria de licença de minha diretoria, sem prejuízo da remuneração. Não pude aceitar – e, mais uma vez, Antônio Leite, extremamente correto, providenciou minha dispensa e com direito a seguro-desemprego, benefício que igualmente não quis exercer, estando ainda comigo, guardada, a papelada. Excesso de tolice ética, o meu...”
Eu não sabia de notícia mais recente sobre doença ou internação de Dorlice Andrade. Estando eu fora de Imperatriz e tendo passado praticamente um ano no Rio de Janeiro e São Paulo, desconectamo-nos de conversas pelo telefone, mas mantínhamos, Dorlice e eu, alguma interação via WhatsApp e Facebook (Messenger). Dia 14 de maio deste ano, 16 dias antes de seu falecimento, Dorlice me escreveu no WhatsApp sobre um texto meu acerca do falecimento, em Brasília, do engenheiro Antônio Rodrigues Bayma Junior, um conhecido comum nosso e meu conterrâneo de Caxias (MA), que foi interventor em Imperatriz (1973/1975). Escreveu Dorlice, já quase 10 e meia da noite, há 16 dias: “Meu amigo, Dr. Bayma Júnior. Através dele colocamos energia no Bairro [de Imperatriz] Bom Jesus (primeira lâmpada a ser acesa, ele pediu que eu acionasse o interruptor). // Inclusive tem uma avenida lá, com o seu nome. // Há tempos não o via!...”
Antes, no dia 30 de abril, dia de meu aniversário e Dia da Mulher Brasileira, Dorlice lembrava o marido falecido: “30 de abril de 1947, nasceu Antônio Leite Andrade, em Goiânia – GO”. E prometia, sobre um texto meu: “Boa noite, amigo! // Cheguei hoje de viagem. Amanhã vou concluir a leitura do que você escreveu sobre a mulher...” Sobre homenagens que recebi em São Luís, São Paulo e no Rio de Janeiro, Dorlice escreveu, em 24 de fevereiro passado: “Parabéns! Você é merecedor de todos os títulos!...” Em novembro de 2023, Dorlice agradecia um texto que escrevi: “Obrigado, amigo, pela relembrança... Voltei ao passado... Saudades!... Muitos bons tempos!...” Com os naturais “exageros” entre amigos, Dorlice escrevia, em setembro do ano passado: “Boa noite, meu amigo! // Você é um gênio, sem dúvida nenhuma!... [...]”. Fã declarada dos meus escritos, Dorlice não economizava: “Amo os seus textos!... São sempre pertinentes!...” (abril/2023). “Aprecio muito os seus textos!...” “[...] Só você pra conseguir conciliar, escrever e descrever com conhecimento, amor, clareza... Parabéns.” (novembro/2022). “Boa tarde, meu amigo! // Aprecio muito seus textos, histórias, estórias... // Aprendo bastante com tudo isso! Parabéns!” “[...] Você sempre um admirador, um defensor, enaltecedor das criaturas mais perfeitas, que são as mulheres!!! // Parabéns e obrigada pelas informações de sempre.” (março/2021).
Em outubro/2022, Dorlice escreveu-me sobre textos que publiquei acerca de dois membros da Família Motta Mello, Raquel e Dª Neneca. Estava, como praticamente sempre, de bom-humor, mesmo falando de assunto de morte (um diálogo dela com Dª Neneca Motta Mello). Na mesma oportunidade, lembrou da neta, que estudava inglês na escola da professora Raquel: “O seu curso U R Welcome é aqui próximo à minha residência. Sempre falávamos [...] e ela [Raquel Mello] de vez em quando ligava pra mim”. Sobre Dª Neneca: “Eu conversava muito com a Neneca na residência da Zulica, mãe de Antônio Leite”.
Quando leu um texto que fiz para uma médica e amiga comum nossa, Maria de Lourdes Ponciano de Sena (Lurdinha), a primeira neonatologista de Imperatriz, Dorlice relembrou (junho/2021): “Minha inesquecível amiga, Drª Lurdinha, você se foi muito precocemente...! // Estivemos na festa alusiva ao Dia do Médico no ano de 2019. // Ela e o meu querido sócio, Dr. Byron, como sempre dançando juntos. // Conversamos e rimos muito nos intervalos...! // Inclusive Antônio Leite recebeu uma linda homenagem dos colegas médicos!” -- e, encerrou, premonitoriamente: “Estamos todos de ‘passagem’... Vamos aproveitar os nossos momentos!”
Antes, em março de 2021, ao ler texto meu sobre o professor João Renôr Ferreira de Carvalho, doutor (pela Sorbonne, Paris) e falecido em março de 2016, Dorlice se manifestou: “Quem diria, Doutor João Renôr, tão miúdo, aspecto bem humilde, simples... nascido no interior do Maranhão, faria tanto sucesso na cultura do Estado, do País e até do mundo...! // Parabéns, amigo, por sempre nos transmitir parte do seu conhecimento e da nossa história!!!”
Dorlice, que nem muitos brasileiros, também não se continha em relação à atuação de políticos de nosso país. Ao comentar um texto meu, escreveu: “Boa tarde, meu amigo Edmilson! // Fico indignada com esse tipo de ‘politicagem’ do nosso País! A que ponto o ser humano é capaz de chegar!” – e expressava-se também imageticamente, colocando figurinhas desenhadas com rostos vermelhos de raiva... Noutra oportunidade, criticou: “É muita história! // Só você mesmo para resgatar tudo isso! // Pena que os nossos governantes não fazem questão da preservação!” (outubro/2020).
Nessa regressão no tempo, ouço Dorlice contando-me, em mensagens por áudio, na tarde (especificamente, pouco antes das 13h) do dia 17 de junho de 2023. Ela fala de uma “lesão no estômago” e de ter estado internada por 32 dias, desde 4 de maio daquele ano, no hospital paulistano Albert Einstein. Antes, já tinha estado por 15 dias em Brasília, onde também se hospitalizara. Mas, mãe coruja, o áudio fala sobretudo dos filhos, de todos estarem com ela em todos mas sobretudo naqueles momentos: “Meus filhos não me abandonaram um segundo!”. Disse o nome de filhos e netos, até de uma filha que estava aniversariando e que secundarizou isto para, é claro, ficar ao lado da mãe. “Ninguém [os médicos do hospital em Brasília] sabia o que eu tinha”, disse Dorlice, antes dos exames no hospital da capital paulista, chateada com o “hospital de ponta” da capital federal que não diagnosticou o que ela, paciente, tinha. Pediu e agradeceu “vibrações positivas”, destacou minhas “orações e energias positivas”, que sabia do meu carinho por ela, “que é muito grande” (ela ressaltou – com a contrapartida de que o carinho dela por mim era de mesma natureza e intensidade). “Tenho certeza de que você vai torcer por mim”.
Presencialmente ou à distância, Dorlice Andrade costumava solicitar-me opinião, aconselhamento, acerca de coisas e causas, ideias e ações, que passavam pela cabeça dela. De modo franco, e sem ônus, eu falava, escrevia, conversava, dizia o que eu pensava... O resultado é que, há umas quatro décadas, ganhei de Dorlice o título de “meu anjo protetor”. Era como me tratava. Uma vez escreveu: “Quanto às minhas palavras sobre você, pode acreditar, são sinceras e verdadeiras... [...]” (novembro/2020). Nem ousei duvidar (rs)...
Lamentavelmente, acho que não desempenhei bem o papel de “anjo protetor”... Se tivesse desempenhado, pelo menos por mim, a alegria viva, a “joie de vivre”, a exultação de espírito e matéria representadas por Dorlice Andrade continuariam com ela, nela – viva e saudável. É assim, creio, que agem anjos protetores.
Mas descubro-me humano.
E humanamente, para uma mulher com tanta alegria de viver, resta reconhecer (e muitos agradecerem) o que em vida Dorlice Souza Andrade pôde fazer nas atividades profissionais e empreendedoriais e até pioneirismos educacionais em prol de gerações de crianças, jovens e adultos, que se beneficiaram de Informações, Conhecimento, Educação...
Paz e Luz, amiga Dora.
E que, do Alto, continue a zelar pelos Filhos e Familiares e pelos Colegas, Colaboradores e Amigos – por todos que ainda teimam resistindo neste lado de cá da Vida.
*
Condolências.
* EDMILSON SANCHES
FOTOS:
Dorlice Souza Andrade: como diretora-geral da Facimp, paramentada para solenidade de colação de Grau.
A nadadora Sofia Duailibe está confirmada na sexta etapa da Copa Brasil de Águas Abertas, competição organizada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Sofia, que é atleta da DM Aquatic e conta com os patrocínios do governo do Estado e do Centro Elétrico, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, vai disputar as provas de 1,5km, 2,5km e 5km entre sexta-feira (31/5) e domingo (2/6), na cidade de Fortaleza (CE).
Sofia Duailibe coleciona resultados expressivos nas etapas da Copa Brasil de Águas Abertas. No início de maio, a nadadora maranhense disputou a prova dos 2,5km da Copa Brasil, em Itajaí (SC), e subiu duas vezes ao pódio, conquistando a medalha de ouro na categoria Infantil 2 Feminino e faturando a medalha de bronze na categoria Geral Feminino.
Já no fim de março, Sofia Duailibe foi campeã da categoria Infantil 2 e garantiu o vice-campeonato Geral Feminino na prova de 2,5km da segunda etapa da Copa Brasil, realizada em Maceió (AL). Além disso, a atleta da DM Aquatic faturou o primeiro lugar da categoria Infantil 2 na disputa dos 5km da primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Águas Abertas.
Além de se destacar nas competições de águas abertas, Sofia Duailibe também acumula pódios nas piscinas. Sofia faturou a medalha de prata na prova dos 1.500m livre da Copa Nordeste – Troféu Sergio Silva, competição realizada em maio, em Fortaleza (CE), e conquistou três ouros nas provas dos 100m livre, 100m costas e 200m livre do Troféu João Victor Caldas, disputado em abril, em São Luís.
Outros resultados
Sofia Duailibe conquistou vários títulos em provas de águas abertas durante o ano de 2023. A nadadora maranhense superou a marca de 20 pódios em etapas da Copa Brasil de Águas Abertas, com destaque para a conquista de 16 medalhas de ouro, além de ter sido campeã do Desafio do Cassó e da Copa São Luís.
Também em 2023, Sofia Duailibe se destacou nas piscinas, sendo campeã nas disputas do Norte/Nordeste de Natação – Troféu Walter Figueiredo Silva, do Campeonato Maranhense de Natação de Inverno – Troféu João Vitor Caldas, da Copa Norte de Natação / Troféu Leônidas Marques, dos Jogos Escolares Ludovicenses (JELs) e dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs).
A nadadora Sofia Duailibe é patrocinada pelo governo do Estado e pelo Centro Elétrico, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Ela ainda conta com o apoio do Colégio Literato.
O surfista maranhense Kadu Pakinha, que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, brilhou na disputa do Semillero Olas Pro Tour, evento que integra o Circuito Latino-Americano de Surf e foi realizado entre os dias 24 e 26 de maio, na Praia da Macumba, no Rio de Janeiro. Competindo contra os atletas mais promissores da modalidade na América do Sul, Kadu teve um bom desempenho e chegou até as quartas de final da categoria Sub-18, além de competir na categoria Sub-16.
A performance no Semillero Olas Pro Tour reforça o crescimento de Kadu Pakinha no cenário nacional do surf de base. Antes do evento continental, o jovem atleta maranhense garantiu a terceira colocação na categoria Sub-16 Masculino da 1ª etapa do Circuito Tríplice Coroa Sundek Classic Saquarema 2024, que ocorreu no início de maio, na Praia de Itaúna, em Saquarema (RJ).
Também na temporada de 2024, Kadu Pakinha representou o Maranhão na primeira etapa do Circuito Brasileiro de Surf de Base, um dos eventos mais importantes da temporada, que ocorreu em abril e contou com a organização da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf). Na abertura da competição nacional, realizada em Porto de Galinhas, na cidade de Ipojuca (PE), Kadu teve uma boa performance na categoria Sub-18, chegando até à segunda fase e, também, competiu na categoria Sub-16.
Temporada anterior
Kadu Pakinha colecionou ótimos resultados durante o ano de 2023, representando o Maranhão em eventos nacionais de surf. O surfista maranhense ficou entre os quatro melhores colocados nas três etapas do Circuito ASN Puro Suco Nova Geração, em Niterói, e foi semifinalista das categorias Sub-16 e Sub-18 da 2ª etapa do Circuito de Surf Cyclone, no Rio de Janeiro.
Além disso, Kadu Pakinha chegou às semifinais do Canto Open, garantiu a quarta posição na categoria Sub-16 Masculino do Grumari Masters, disputou o Saquarema Surf Pro Am e esteve em duas etapas do Circuito Brasileiro de Surf de Base, onde obteve experiência para os eventos de 2024.
O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou, nesta quinta-feira (30), nota corrigindo estimativa divulgada esta semana sobre jovens que não estudam, nem trabalham, mais conhecidos como jovens nem-nem.
De acordo com a pasta, no primeiro trimestre de 2024, o número de jovens entre 14 e 24 anos nessa condição ficou em 4,6 milhões. Um recuo de 0,95% em relação a igual trimestre de 2023, quando 4,8 milhões de jovens não estavam estudando, trabalhando e nem procurando trabalho.
O balanço inicial indicava aumento nesse indicador, o que agora foi corrigido.
Em entrevista à Agência Brasil, a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, disse que as mulheres jovens são as que mais enfrentam obstáculos. O trabalho doméstico e a sobrecarga do cuidado familiar contribuem para que muitas delas entrem mais tarde no mercado de trabalho.
Para tentar diminuir o universo de jovens que deixam o ensino médio, o governo federal lançou, recentemente, o programa Pé-de-Meia, que oferece incentivo financeiro para jovens de baixa renda permanecerem matriculados e concluírem essa etapa do ensino.
O programa prevê o pagamento de incentivos anuais de R$ 3 mil por beneficiário, chegando a até R$ 9,2 mil nos três anos do ensino médio, com o adicional de R$ 200 pela participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na última série. Mas, segundo Paula Montagner, os efeitos mais significativos desse programa entre os jovens só poderão ser sentidos nos próximos anos.
Ocupação e desocupação
Cerca de 17% da população brasileira é formada por jovens entre 14 e 24 anos, que somam 34 milhões de pessoas. Desse total, 14 milhões de jovens tinham uma ocupação no primeiro trimestre deste ano.
Dentre os jovens ocupados, 45% estavam na informalidade, o que corresponde a 6,3 milhões de indivíduos. Esss porcentagem, segundo Paula Montagner, é maior do que a média nacional, atualmente em 40%.
“A informalidade tem a ver com o fato dos jovens trabalharem predominantemente em micro e pequenas empresas. Jovens que vão muito cedo para o mercado de trabalho e não vão na condição de aprendizes; na maioria das vezes, não têm uma situação de contratação formalizada. Quase sempre eles estão trabalhando como assalariados, sem carteira de trabalho assinada, porque o empregador, por vezes, fica na dúvida se o jovem vai, de fato, desempenhar corretamente as funções, se ele vai gostar do emprego ou não. Então, eles esperam um tempo um pouquinho maior para formalizá-los”, explicou.
Já os jovens que só estudam somam 11,6 milhões de pessoas, e o número de desocupados nessa faixa etária chegou a 3,2 milhões em 2024.
Aprendizes e estagiários
O levantamento também apontou que houve, recentemente, um crescimento no número de aprendizes e de estagiários no país. No caso dos aprendizes, só entre os anos de 2022 e 2024 houve um acréscimo de 100 mil jovens que passaram para a condição de aprendizado. Em abril deste ano, eles já somavam 602 mil, o dobro do que havia em 2011.
Já em relação aos estágios, o crescimento foi 37% entre 2023 e 2024, passando de 642 mil adolescentes e jovens nessa condição para 877 mil neste ano.
Para Rodrigo Dib, da superintendência institucional do Ciee, os resultados dessa pesquisa "mostram que a empregabilidade jovem é um desafio urgente para o Brasil".
“Precisamos incluir essa faixa etária no mundo do trabalho de maneira segura e de olho no desenvolvimento desses jovens a médio e longo prazo”, disse. “São jovens que não têm oportunidades e estão tão desesperançosos que não estão buscando uma oportunidade para dar o primeiro passo na carreira profissional”.
Paula Montagner entende que, para aumentar a inserção produtiva do jovem no mercado de trabalho, é preciso, primeiramente, elevar a escolaridade desse público. “Ele precisa estudar, elevar a escolaridade e ampliar sua formação técnica e tecnológica”, afirmou.
“A gente precisa também reforçar as situações de estágio e aprendizado conectado ao ensino técnico e aos cursos profissionalizantes não só para o jovem buscar uma inserção para sobreviver, mas para ele criar um acúmulo de conhecimento que permita que ele desenvolva uma carreira, para que ele encontre áreas de conhecimento que são do seu interesse”, acrescentou a subsecretária.
O Ministério da Educação (MEC) vai ofertar 80.040 bolsas para estudantes de cursos de licenciatura de todo o país, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), autarquia vinculada à pasta. Lançado na última terça-feira (28), o edital do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) prevê o investimento de R$ 1,8 bilhão no programa. Pelo edital, caberá às instituições de educação superior apresentarem, no período de 7 de junho a 25 de julho de 2024, os projetos de iniciação à docência.
Cada estudante de licenciatura participante do programa vai receber uma bolsa no valor de R$ 700, em até 60 mensalidades. Também recebem o benefício mensal os supervisores (R$ 1,1 mil) e os coordenadores de área (R$ 2 mil) e institucionais (R$ 2,1 mil).
Segundo o MEC, o objetivo é fortalecer a formação dos futuros professores da educação básica, ao inseri-los na realidade escolar durante o percurso formativo.
As bolsas serão destinadas para projetos nas áreas de alfabetização, artes, artes visuais, biologia, ciências agrárias, ciências naturais, ciências sociais, computação, dança, educação bilíngue de surdos, educação do campo, educação especial, educação física, educação indígena, educação quilombola, filosofia, física, geografia, história, letras espanhol, letras inglês, letras língua brasileira de sinais (libras), letras português, licenciaturas interdisciplinares, matemática, música, pedagogia, química e teatro.
A maior quantidade de bolsas será para a Região Nordeste, que ficará com 20.688. Em seguida, vêm o Sudeste, com 16.584; e o Sul, com 12.264. A Região Norte contará com 8.040 bolsas; e o Centro-Oeste, com 7.440.
O MEC informou ainda que, do total, 10.008 bolsas serão destinadas a subprojetos da área de alfabetização, enquanto 5.016 seguem para o Pibid Equidade, que reúne cursos de educação do campo, educação bilíngue de surdos, educação especial inclusiva, educação indígena e educação quilombola.
O procedimento de inscrição é feito pelo Sistema Integrado Capes (Sicapes). Os interessados em submeter propostas precisarão solicitar acesso ao sistema entre os dias 5 de junho e 5 de julho. A divulgação do resultado definitivo está prevista para 17 de setembro. As atividades devem ter início até 13 de dezembro. A vigência dos projetos selecionados é de dois anos, mas o período pode ser prorrogado de acordo com a avaliação da Capes.
O prazo para adesão ao Desenrola Fies, que permite a renegociação de dívidas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), foi estendido por três meses até o dia 31 de agosto. O período para que estudantes tivessem condições especiais para quitar ou estender o prazo de parcelamento das dívidas terminaria nesta sexta-feira (31).
Em nota, o Comitê Gestor do Fies informou em Brasília, nesta quarta-feira (29), que a baixa adesão e a situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul definiram a dilatação do prazo.
De acordo com o colegiado, apenas 22,8% das estimativas de adesão foram efetivadas. No Estado impactado pelo extremo climático, com muitas chuvas, as adesões esperadas chegaram a 26,8%. “Pedidos de prorrogação foram apresentados por estudantes que perderam seus documentos e bens devido ao alagamento de suas casas”, informou o comitê.
Mudança de prazo
A resolução com a mudança do prazo foi publicada nesta quarta-feira (29), noDiário Oficial da União. As regras para a negociação permanecem as mesmas. O contrato de financiamento precisa ter sido celebrado até o ano de 2017 com débito ainda vigente em 30 de junho de 2023.
Criado em 2001, o Fies tem como meta viabilizar a permanência e conclusão de estudantes de baixa renda familiar no ensino superior, por meio do financiamento dos cursos de graduação em instituições privadas. Desde 2018, o Fies possibilita juros zero aos estudantes com menor renda familiar e uma escala de financiamento para estudantes de famílias de até três salários mínimos.
Para se inscrever, é necessário ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, com média de notas nas provas igual ou superior a 450 pontos, além de não ter zerado a redação.