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A temporada 2024 do beach tennis no Maranhão foi aberta oficialmente em grande estilo. A 1ª etapa do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis, competição promovida pela Federação de Beach Tennis do Maranhão (FBTM), foi um verdadeiro sucesso e mostrou a força da modalidade no Estado. No primeiro evento oficial da FBTM no ano, cerca de 400 atletas participaram do torneio que serviu de seletiva para a Copa Nordeste de Beach Tennis, evento regional marcado para o mês de abril, na cidade de Natal (RN). A Arena Premium do Golden Shopping, em São Luís, foi o palco de belas disputas durante quatro dias consecutivos. 

Ao todo, a 1ª etapa do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis teve partidas em 18 categorias diferentes. Além dos duelos nas categorias de duplas masculinas e duplas femininas, houve, ainda, as disputas nas duplas mistas. Todos os campeões foram premiados no último domingo (4) após o encerramento da competição.

“Foi muito importante a gente já começar essa primeira etapa com essa grande quantidade de atletas, com esse volume de jogo porque já percebemos que o nível das disputas está subindo a cada ano e isso só vai fortalecer as próximas etapas. Ficamos felizes com o sucesso da 1ª etapa do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis e, agora, é continuar trabalhando ainda mais para o crescimento do esporte. Tem muita coisa boa ainda por vir em 2024”, afirmou Menezes Júnior, presidente da FBTM. 

As disputas do Maranhense Oficial de Beach Tennis que agitaram a capital maranhense serviram de seletiva para a Copa Nordeste de Beach Tennis, uma vez que a competição valia pontos nos rankings estadual e nacional. A partir desta pontuação, é que a FBTM vai convocar os atletas para formar o Time Maranhão no evento regional. 

Além de possuir pontos necessários para competir na Copa Nordeste, outro requisito fundamental para os atletas representarem o Maranhão no evento regional é estarem devidamente filiados à FBTM. “O atleta pode ranquear sem estar filiado, porém só serão convocados os que estiverem em dia com a sua filiação. A filiação é anual e quem é filiado tem uma série de vantagens, a começar tendo 10% de descontos em todas as inscrições de todos os eventos da FBTM e da CBBT e, ainda, tem acesso ao Clube Certo, um clube de vantagens da CBBT que oferta vários descontos em mais de 600 parceiros em todo o Brasil”, explicou Menezes Júnior. 

Vale destacar que a primeira etapa do torneio da FBTM distribuiu R$ 30 mil em premiação, sendo R$ 5 mil destinados para as categorias PRO Masculino e Feminino e R$ 25 mil em brindes para as demais categorias amadoras, além de raquetes para os primeiros colocados de todas as categorias de gênero. 

Outras informações sobre o processo de filiação estão disponíveis no Instagram oficial da Federação de Beach Tennis do Maranhão (@maranhaobeachtennis).

RESULTADOS

Masculino C:

1º lugar: Alexandre Gomes/Guilherme Gonçalves

2º lugar: Gino Longhi/Luciano Paiva 

Masculino 40+:

1º lugar: Diogo Nina/Weydson Batista

2º lugar: Neto Martins/Thiago Perez 

Masculino 50+:

1º lugar: Marcelo Sampaio/Saulo Martins

2º lugar: Jurandir Paixão/Samarone Meireles 

Mista B:

1º lugar: Ianne Karine/Igor Sousa

2º lugar: Andressa Coelho/Samir Sotão 

Feminino B:

1º lugar: Kayuri Costa/Rafaella Marques

2º lugar: Patrícia Monteiro/Thaiany Pandolfo 

Masculino D:

1º lugar: João Santos/Joaquim Filho

2º lugar: Benício Gomes/Uriarle Campos 

Masculino B:

1º lugar: Diego Gadelha/Manuel Chicote

2º lugar: Bruno Santos/Carlos Menezes 

Feminino D:

1º lugar: Ana Reges/Kauanny Arouche

2º lugar: Geovanna Hernandez/Gilvana Ribeiro 

Feminino C:

1º lugar: Raissa Catossi/Renata Moura

2º lugar: Juliana Sara/Ludmila Rufino 

Feminino 30+:

1º lugar: Kayuri Costa/Renata Mora

2º lugar: Larissa Lassance/Ludmila Araújo 

Masculino 30+:

1º lugar: Caio Vinicius/Edgar Filho

2º lugar: Fernando Mafra/Márcio Lobo 

Mista D:

1º lugar: Vinícius Estrela/Yasmim Barros

2º lugar: Marcelo Sampaio/Shyelene Sampaio 

Mista C:

1º lugar: Igor Quartin/Thaís Galvão

2º lugar: Raíssa Catossi/Yan Rebelo

Masculino A:

1º lugar: Fernando Mafra/Guilherme Mafra

2º lugar: Samuel Lessa/Victor Vale 

Mista A:

1º lugar: Larissa Lassance/Victor Vale

2º lugar: Ludimila Araújo/Valeriano Sousa 

Feminino 40+:

1º lugar: Fernanda Alvarenga/Karla Santos

2º lugar: Laíssa Leite/Mara Silva 

Feminino A:

1º lugar: Caroline Abrantes/Fernanda Rodrigues

2º lugar: Emmanuella Peixoto/Izabela Azevedo

PRO Masculino:

1º lugar: Guilherme Mafra/Augusto Neto

2º lugar: Juliano e Victor Vale 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília - 27/06/2023 - O Programa Universidade Para Todos (Prouni) oferta bolsas de estudo, integrais e parciais (50% do valor da mensalidade do curso), em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições de educação superior privadas. As inscrições podem ser feitas pelo celular ou pelo computador. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) programou, para esta terça-feira (6), a divulgação da lista dos candidatos pré-selecionados na primeira chamada do Programa Universidade para Todos (Prouni), referente ao primeiro semestre de 2024. O processo seletivo oferta bolsas de estudo para cursos de graduação em instituições de educação superior privadas.

A relação estará disponível no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior – Prouni. Ao todo, a primeira edição do programa ofertou 406.428 bolsas, sendo 308.977 integrais (100%) e 97.451 parciais (50%), distribuídas em 15.482 cursos, de 1.028 instituições participantes.

Esta é a edição do programa com a maior oferta de bolsas, desde a primeira, em 2005. Os cinco Estados com o maior número de bolsas ofertadas desta vez são São Paulo (104.893 vagas), Minas Gerais (39.910 vagas), Paraná (35.630 vagas), Rio Grande do Sul (26.398 vagas) e Bahia (22.051 vagas).

Comprovação

O candidato pré-selecionado na primeira chamada deverá entregar a documentação na instituição de ensino superior, para a qual foi pré-selecionado no período de 6 a 20 de fevereiro. Para comprovação das informações prestadas no ato de inscrição, o candidato pode comparecer na instituição ou enviá-las por meio virtual/eletrônico.

O MEC alerta que é de inteira responsabilidade do candidato verificar, na instituição, os horários e o local de comparecimento para conferência das informações. A perda do prazo ou a não comprovação das informações implicará, automaticamente, a perda da bolsa.

A instituição deverá emitir documento de comprovação de entrega da documentação ao recebê-la do candidato pré-selecionado.

Outros prazos

O processo seletivo do primeiro semestre do Prouni 2024 terá duas chamadas. Segundo o cronograma, o resultado da segunda chamada será conhecido em 27 de fevereiro. 

De acordo com o edital, o período para o candidato manifestar interesse em participar da lista de espera por uma vaga no Prouni, no site do processo seletivo, será nos dias 14 e 15 de março de 2024. O resultado da lista de espera do primeiro semestre vai ser divulgado em 18 de março.

Mais informações estão disponíveis no edital do processo seletivo, publicado pelo MEC em janeiro.

Prouni

Criado em 2004, o Programa Universidade para Todos oferta bolsas de estudo (integrais e parciais) em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições de educação superior privadas.  

O programa ocorre duas vezes ao ano e tem como público-alvo o estudante sem diploma de nível superior. Como critérios para seleção dos candidatos, o Prouni considera a renda familiar bruta mensal, por pessoa; se o candidato cursou integralmente o ensino médio em escola da rede pública ou na condição de bolsista integral em instituição privada de ensino médio, ou ser pessoa com deficiência, entre outros previstos na legislação.

(Fonte: Agência Brasil)

Destaque do beach tennis maranhense com apenas 15 anos, Augusto Neto iniciou a temporada de 2024 com excelentes resultados no cenário brasileiro da modalidade. Augusto, que conta com os patrocínios do governo do Estado e do Mateus Supermercados por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, além dos apoios da Maniacs, da Adidas e do ODT Beach, faturou dois títulos e dois vice-campeonatos em três etapas do Circuito Nacional InfantoJuvenil de Beach Tennis, realizadas entre os dias 23 e 31 de janeiro: a Copa São Paulo e as etapas de Ribeirão Preto e Casa Branca.

O primeiro pódio de Augusto Neto nas etapas do Circuito Nacional ocorreu na Copa São Paulo, onde foi vice-campeão no torneio masculino de duplas, ao lado de Leonardo Neiva. Em seguida, o beachtenista maranhense garantiu o título na disputa simples em Ribeirão Preto.

Em seu terceiro e último desafio pelo Circuito Nacional, na cidade de Casa Branca, Augusto Neto teve um desempenho excepcional, sagrando-se campeão na simples e na dupla masculina, mais uma vez ao lado de Leonardo Neiva. Com esse resultado, Augusto e Leonardo ganharam um wild card no torneio BT 200, que será realizado no Rio de Janeiro.

Antes dos quatro pódios no Circuito Nacional em São Paulo, Augusto Neto foi campeão em seu primeiro evento na temporada. Com muita técnica e habilidade, o jovem beachtenista de apenas 15 anos levou o título da categoria Open no torneio promovido pelo Studio Mormaii Península, em São Luís.

Últimos resultados

Augusto Neto inicia a temporada com a confiança elevada após grandes resultados no cenário estadual, nacional e internacional do beach tennis em 2023. O maranhense precisou de apenas 10 torneios para colocar seu nome entre os 500 melhores atletas de beach tennis no ranking da Federação Internacional de Tênis (ITF).

Em novembro, Augusto Neto conquistou um título e um vice-campeonato em dois torneios BT10 da ITF Niterói, onde competiu com o catarinense Gui Lima, além de chegar às oitavas de final do BT50 no evento niteroiense. No mesmo mês, o maranhense foi campeão, também ao lado de Gui Lima, da categoria de Duplas Masculinas do BT10 – Open de Beach Tennis, evento realizado em Belo Horizonte. Com essa conquista, Augusto se tornou o primeiro beachtenista do Maranhão a chegar ao lugar mais alto do pódio em um torneio da ITF.

Augusto Neto também se destacou nas etapas do Circuito Nacional de Beach Tennis, ocorridas no interior de São Paulo. Em Valinhos, o maranhense sagrou-se campeão nas Duplas Mistas Sub-16 e foi 3º colocado na disputas das Simples Sub-16. Já em Campinas, Augusto foi campeão na Simples Sub-16 e 3º colocado nas Duplas Masculinas Sub-16.

Já na etapa de Ribeirão Preto do Circuito Nacional de Beach Tennis, Augusto Neto subiu ao pódio em três oportunidades. Além de faturar o título nas Duplas Masculinas Sub-16, Augusto ficou em terceiro lugar nas Duplas Mistas Sub-16 e Simples Sub-16. A nível estadual, o jovem atleta venceu as duas primeiras etapas do Maranhense de Beach Tennis.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília (DF), 16.02.2023 - Página do SISU 2023 na internet. Foto: Juca Varella/Agência Brasil

Estudantes selecionados na primeira chamada do processo seletivo de 2024 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) têm até quarta-feira (7) para fazer a matrícula ou o registro acadêmico na instituição para a qual foram admitidos.

O Ministério da Educação (MEC) alerta que cabe ao candidato “observar as condições, os procedimentos e os documentos para a matrícula, bem como se atentar para os dias, horários e locais de atendimento definidos por cada instituição, em edital próprio”.

Quem não for selecionado nesta etapa pode manifestar interesse pela lista de espera por vagas vindas da desistência dos selecionados na primeira chamada, até o dia 7 de fevereiro. A participação na lista de espera deve ser feita por meio da página do Sisu no portal Acesso Único.

“A lista de espera poderá ser utilizada durante todo o ano de 2024 pelas instituições públicas de educação superior participantes para preenchimento das vagas eventualmente não ocupadas na chamada regular”, informa o ministério.

Chamada

A convocação dos candidatos em lista de espera pelas instituições de ensino superior ocorrerá em 16 de fevereiro.

O Sisu 2024 teve única etapa de inscrição para todo o ano e ofertou 264.181 vagas, em 6.827 cursos de graduação de 127 instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil. A seleção do candidato assegura apenas a expectativa de direito à vaga para a qual se inscreveu, explica o MEC. Além disso, a matrícula ou seu registro acadêmico estão condicionados à comprovação na instituição para a qual foi selecionado.

A universidade ou faculdade deve oferecer acesso gratuito à internet para a inscrição, nos dias e horários de funcionamento regular da instituição, não podendo ser cobradas quaisquer taxas relativas ao processo seletivo.

(Fonte: Agência Brasil)

Arte Concurso unificado destaque home. Arte: EBC

Termina, no dia 9 de fevereiro, o prazo para inscrição no Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). Interessados em participar do certame devem acessar o site da Fundação Cesgranrio e pagar a taxa de R$ 60, para os cargos de nível médio e R$ 90 para os de nível superior. É necessário ao candidato estar inscrito na plataforma Gov.br.

Os organizadores já contabilizam mais de 1 milhão de inscrições para concorrerem às 6,6 mil vagas no serviço público. Dessas, 5.948 são para cargos de nível superior e 692, nível médio. As provas serão aplicadas no dia 5 de maio, em 220 cidades distribuídas por todas as unidades federativas.

Para se inscrever, o candidato precisa, primeiro, escolher um entre os oito blocos temáticos do concurso. Na sequência, escolhe os cargos de seu interesse, dentro do mesmo bloco temático, e coloca na ordem de preferência – primeiro entre os cargos e, na sequência, entre as especialidades.

Os editais dos oito blocos temáticos, com todos os requisitos necessários, estão disponíveis em site específico do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

O telefone de suporte para esclarecimento de dúvidas sobre os editais, disponibilizado pela banca examinadora, a Fundação Cesgranrio, é 0800 701 2028. O funcionamento é das 9h às 17h, todos os dias da semana, inclusive fins de semana e feriados.

arte concurso unificado

(Fonte: Agência Brasil)

]A derradeira vez que vi a médica e ex-prefeita de Caxias Márcia Marinho foi em loja de produtos de Informática no centro de Caxias, próxima à Igreja do Rosário. Eu estava sendo atendido quando ouvi uma voz: “– Olha quem eu encontro! Edmilson Sanches, um dos homens mais inteligentes do Brasil! Como vai, meu amigo?”

Foi assim – doce, efusiva, alegre, expansiva... –, foi assim que Márcia Marinho saudou-me naquele dia. Eu estava mais uma vez em minha cidade, revendo lugares, recordando histórias, vendo familiares, visitando amigos, pedindo a bênção a madrinha, a tios...

Cumprimentamo-nos, Márcia M–arinho e eu. Conversamos. Lamentei o padecimento e falecimento de sua mãe (em 2013), a desembargadora do Tribunal de Justiça do Maranhão Maria Madalena Alves Serejo. A mãe, pioneira, como o são todas as mães, fora na frente, para receber, 10 anos e 11 meses depois, a filha amada – que, por sua vez, mãe pioneira, receberá, no tempo de Deus, os que se formaram em seu ventre.

Recordo-me de que, após uns e outros assuntos, ali mesmo na loja, Márcia fez-me um convite e brincou: “– Trouxe terno? Quero convidá-lo para um evento hoje à noite, na Faculdade”. E detalhou-me um pouco sobre as acontecências de logo mais na Faculdade Vale do Itapecuru, que ela e o marido Paulo criaram e dirigiam.

Prometi e comprometi-me. Estive na Faculdade. Fui primeiramente levado a uma sala classificada “VIP”. Lá, pude rever alguns conhecidos juízes e desembargadores que prestigiavam o evento – se o espírito não me engana, tratava-se da inauguração ou de um Núcleo de Prática Jurídica ou algo assim ligado à consolidação dos ensinamentos e práticas dos alunos do curso de Direito e à prestação de serviços a terceiras pessoas da comunidade. Nessa oportunidade, interagi pouco com Márcia e muito mais com o marido, que animadamente falava de coisas e causas do mundo jurídico... para juristas – “aequalis inter pares”, igual entre iguais.

Dessa caxiense família Marinho, pelo menos dos três de seus membros que conheço, sempre mereci palavras cordatas, judiciosas, conterrâneas. Paulo Marinho, o pai, não se furtava, até mesmo em comentário(s) aberto(s) no Facebook, a elogiar e a incensar – até pela conterraneidade – meu nome quando, sabendo-me um caxiense em campanha para a Prefeitura de Imperatriz, listava um ou outro mérito de que porventura fosse eu detentor. Ele e eu temos formação acadêmica e experiência de gestão em Administração Pública e empresarial, o que, ao menos em razão dos bons vieses acadêmicos, técnicos, nos leva a ter umas e outras ideias, projetos, desejos coincidentes, concordantes. Por sua vez, o filho de Márcia e Paulo, Paulo Jr., nos últimos meses por pelo menos duas vezes aproximou-se e, em tom de quase confidência, falou-me de inspirações e aspirações, ideias e ações que ele gostaria de implementar em favor de Caxias. Também achei razoáveis e, mais que isso, necessárias essas ideações paulinas – em um dos casos certamente estimulado pela longa palestra, vista por ele, que eu ministrara no auditório da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL de caxias), em 2023. O outro encontro foi na Rodoviária Nachor Carvalho, de Caxias, à noite, quando Paulinho e eu, ali na sala de espera, éramos mais uns dos muitos caxienses, visitantes e passantes que esperavam o próximo ônibus para algum canto do Maranhão, do Nordeste, do país....

Portanto, sem precisar estar se encontrando com frequência, que pelo menos as (boas) ideias e ideais se encontrem e se reforcem, inda que, eventualmente, possam não sobreviver ao cotidiano do pragmatismo político e da práxis administrativa.

Além dos eventuais, fortuitos encontros de saudações e breves atualizações acerca de um e outro, guardo de memória um momento em que Márcia Marinho e sua mãe, a desembargadora Madalena Serejo, puderam demonstrar, digamos assim, uma especial consideração para comigo. Era o último trimestre do ano 2000. Eu estava em Caxias e amigos estimularam-me a lançar alguns livros que eu publicara – entre eles, “Desenvolvimento com Envolvimento – Teoria e Prática de Gestão Participativa”, “Falando de Desenvolvimento – Questões, Respostas, Reflexões”, “Comunicação Interna – Produtos e Processos, Meios e Mensagens para a Gestão de Seres Humanos nas Organizações”...

O evento deu-se em uma agradável noite na área da piscina do Hotel Alecrim, no histórico morro de mesmo nome. Márcia e a mãe deixaram para ser as últimas na fila de autógrafos e dedicatórias das obras. As duas puxaram uma cadeira, e Márcia fez, logo de cara, um convite: “– Volta para Caxias e vem ser secretário na minha administração”. Márcia Marinho, como se sabe, vencera as eleições naquele icônico, milenar, ano 2000, e seria a prefeita de Caxias de 1º de janeiro de 2001 a 1º de janeiro de 2005. Lembrei-me de que, anos antes, em Araguaína (TO), a prefeita Valderez Castelo Branco e seu marido, o deputado federal Lázaro Botelho, após uma palestra que dei na Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto), convidaram-me para ser secretário municipal na prefeitura daquele progressista município tocantinense.

Disse à prefeita eleita caxiense que, tendo eu já diversas candidaturas nos couros, com até mais de 24 mil votos, sabia que, em geral, criam-se muitas expectativas por parte de apoiadores, gestores de campanha, colaboradores e até “cabos” eleitorais, que acreditam ter assinado um contrato invisível e unilateral que lhes asseguraria serem, em caso de vitória, titulares de secretarias, gabinetes e outros órgãos da estrutura do Serviço Público municipal. Em outras palavras, disse que, mesmo sendo um caxiense, com formação e experiência nas áreas política e administrativa, poderia não ser interessante para a prefeita eleita nomear pessoas que não tivessem “trabalhado” na campanha dela. Márcia sentiu o que eu quis dizer. Nesse instante, sua mãe, que ouvia a tudo silenciosa, levantou-se e, estando eu sentado, ela abraçou-me por trás e, com voz de mãe, disse: “– Meu filho... Edmilson, venha ajudar minha filha, por favor!”

Como se sabe, desde os tempos bíblicos que uma mulher Madalena demonstra força e argumentos de dissuasão, convencimento... Disse para Márcia e Madalena que ficaria à disposição para novos contatos acerca do assunto. Aí, Márcia antecipou-me que ela e o marido iriam fazer uma viagem à América Central e Caribe, especificamente para Cuba, e que até antes do fim daquele ano 2000 retornariam e nos contataríamos.

Já fui secretário titular e secretário-adjunto de cinco Pastas em município com economia quatro vezes maior que a de Caxias. Sei, sabe-se, sabemos do limite de cargos para nomeação pelo novo prefeito e do excesso de pessoas com pedidos, intenções, desejos, solicitações, esperanças, acreditando, essas pessoas, terem direitos prévios a uma posição/colocação, enfim, muitos à procura dos muitos empregos e poucos com disposição de enfrentar muito trabalho...

Acho que, nessa pletora, nessa enxurrada de demandas e de outras “coisas” que aparecem e que têm de ser tratadas pelo novo gestor, acho que nesse caudal de tomada de decisões e da abundância de outras providências, a prefeita deslembrou-se da boa conversa entre livros e sob o estrelado céu tão saudosamente cantado aos 19 anos por nosso especial conterrâneo comum Antônio Gonçalves Dias (“nosso céu tem mais estrelas”). E, é claro, como cavalheiro – e distante quase 600 quilômetros de Caxias –, elegantemente não fiz questão de lembrar nada à Senhora Prefeita... Quem conhece por dentro estrutura(s) e demanda(s) de uma Administração Pública sabe o “decifra-me ou te devoro” que é posto esfingicamente para quem chega lá.

*

Para mim, o traço marcante da pessoa de Márcia Marinho era – pelo menos no que pude perceber – a suavidade, a lhaneza. Mas distinção, afabilidade, candura são características a mais (e melhores) de quem também é forte, resistente, resiliente. E Márcia, a partir mesmo deste seu prenome, era guerreira. (“Márcia” deriva do latim “martius”, com o sentido de “guerreiro”, por se referir ao deus romano da guerra, Marte). Seu segundo prenome, Regina, também latino, significa “rainha”. Já Serejo é nome de uma das mais antigas famílias que chegaram ao Brasil, provinda de Portugal nos meados dos anos 1500, século XVI.

Assim, guerreira rainha ou rainha guerreira, a ordem dos fatores não altera o caráter ou simbologia do nome. O certo é que a luta das mulheres pela conquista de mais e melhores espaço de poder teve em Márcia Regina um nome de efetividade na ocupação de postos e desempenho de funções de (co)mando, de decisão, de ação. As mulheres não buscam privilégios, mas justiça. Raimundo Teixeira Mendes, o caxiense que, no Rio de Janeiro então capital federal, além de ter criado a Bandeira brasileira, redigiu as primeiras leis de proteção à mulher trabalhadora no Brasil, certamente sabia que há nas mulheres fibra e ferro, cálcio e fosfato tanto quanto os há nos homens, em termos de força e energia, resistência e inteligência para pensar e executar serviços que tornem melhor o dia a dia da comunidade.

Nesse mister, Márcia, como médica ou gestora, foi enfrentando os mistérios de funções que pareciam exclusividades masculinas: esteve de 1988 a 1990, na Companhia de Águas e Esgotos do Estado do Maranhão (Caema), em São Luís; de 1991 a 1992, no Hospital de Base, em Brasília; de 1992 a 1993, gerente no Sistema Alecrim de Comunicações, em Caxias; de 1993 a 1994, titular da Secretaria Municipal da Criança e Ação Social do Município de Caxias; de 1995 a 1999, deputada federal; de 1999 a 2000, gerente de Estado de Desenvolvimento Regional de Pedreiras (MA); de 2001 a 2004, prefeita de Caxias; de 2005 até sua morte, presidente da Sociedade Educacional Caxiense S/C Ltda.; e, em 2021, secretária da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, da prefeitura de Caxias.

Na Câmara Federal, que representa o povo brasileiro (o Senado representa os Estados), Márcia Marinho, como titular ou suplente, ganhou assento e participou de discussões e decisões nas diversas Comissões, permanentes e temporárias, entre elas as de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias; Desenvolvimento Urbano e Interior; Direitos Humanos; Educação, Cultura e Desporto; Seguridade Social e Família; Trabalho, Administração e Serviço Público; Comissão Especial de Implementação das Decisões da IV Conferência Mundial da Mulher; comissões de análise das Propostas de Emenda Constitucional (PEC) e Projetos de Lei (PL) sobre a Inviolabilidade do Direito à Vida, sobre alteração no Sistema de Previdência Social, sobre Recursos da Seguridade Social ao SUS, sobre Doação de Açudes pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), sobre Planos e Seguros de Saúde, sobre Critérios de Proteção e de Integração Social aos Portadores de Deficiência, sobre a Procuradoria Parlamentar e participação, como titular, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), sobre Adoção e Tráfico de Crianças Brasileira, esta em 1995/1996.

Suas funções empresariais, executivas e parlamentares ao longo dos tempos não a dispensaram de manter-se antenada e atualizada com sua principal formação acadêmica: a Medicina. A Márcia estudante cuidadosa (de 1982 a 1988) e médica estudiosa procurava participar de eventos médicos e outros em todo o país, a maioria deles voltada para sua especialidade, a Pediatria. Assim, foi observando, absorvendo e aplicando conhecimentos ligados a doenças, tratamentos e técnicas, entre os quais conhecimentos sobre parasitologia, medicina tropical, raiva, coloproctologia, problemas respiratórios, endocrinologia, metabologia, pediatria ambulatorial, hematologia, gastroenterologia, orientação e propedêutica gestacional, análise transacional, parasitologia, dermatologia, emergência etc., além de cursos e outros eventos de treinamento e formação em gestão pública, como especialização em Gestão e Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, e fluência em língua inglesa.

Nascida em 22 de outubro de 1963, em São Luís (alguns registros dão-na, equivocadamente, como de Caxias), Márcia Regina era filha de Maria Madalena Serejo, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, e de José Crispim Serejo, que tiveram também os filhos Benevenuto, Fernanda e Armando, todos advogados. Por sua vez, Márcia e Paulo Marinho (advogado e administrador, nascido em Caxias, em 1º de dezembro de 1958), viram nascer-lhes os filhos Paulo Jr., administrador e deputado federal, nascido em 1985 e residente em Caxias; João Victor, estudante de Arquitetura e Urbanismo em São Paulo, nascido em 2000; e Larissa, que, na inspiração e passos da mãe, também é médica e também voltada à Pediatria, como cirurgiã pediátrica em Brasília.

As redes sociais registram o grande número de condolências pelo falecimento de Márcia Marinho neste sábado, 3 de fevereiro de 2024, em Teresina (PI). Coincidentemente, 3 de fevereiro é o Dia da Mulher Médica, em homenagem a Elizabeth Blackwell (1821-1910), uma talentosa inglesa nascida em Bristol, que emigrou aos 10 anos para Cincinatti, nos Estados Unidos, país onde se tornou a primeira mulher formada em Medicina. Trabalhou em Paris, na França, e foi lá que perdeu a vista de um dos olhos... por um acidente biológico ao cuidar de uma criança...

Os diversos depoimentos de internautas atestam o cuidado profissional e a bondade pessoal de Márcia Marinho: mulheres e homens declaram sua gratidão pelos tratamentos e pelos gestos efetivos, materiais, de auxílio, ajuda, contribuição. Em uma dessas manifestações, o reconhecimento filosófico: “A drª Márcia dobrou-se quando necessário, mas levantou-se muito mais”.

Os Céus, pelo que os que nunca estiveram lá dizem, é um lugar só de coisas boas, onde doença e morte não existem. Assim, a médica Márcia Regina, além de lá do Alto zelar pelos familiares e amigos que ainda resistem neste lado de cá da Vida, quem sabe continuará se dedicando aos pequenos. Por exemplo, brincando com anjinhos.

Depois de tantas padecências físicas por aqui, que a levaram ao óbito na capital piauiense, brincar com anjos é o mínimo que de lúcido e lúdico se pode desejar ao espírito criança de Márcia Regina Serejo Marinho.

Paz e Luz, Amiga.

Boa mudança de vida.

Bom descanso.

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

Márcia Marinho, com o marido Paulo, e os filhos Larissa, Paulo Jr. e João Victor.

Espécie rara de peixe bagre dourado, encontrado por pesquisadores da UFRJ no Parque Nacional da Tijuca, no Rio.  Foto: Alex Katz/Divulgação

Três pesquisadores do Laboratório de Sistemática e Evolução de Peixes Teleósteos, do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), encontraram, pela primeira vez, nos rios e cachoeiras do Parque Nacional da Tijuca, na capital fluminense, três exemplares de peixe bagre dourado. A descoberta foi publicada no ano passado na revista neozelandesa Zootaxa, referência mundial em zoologia, pelos pesquisadores Paulo Vilardo, Axel Katz e Wilson Costa.

Segundo Axel Katz, há vários anos, a equipe vem pesquisando esses peixes do litoral e perceberam que os de São Paulo apresentavam DNA muito parecido com as espécies do Rio, embora o colorido fosse um pouco diferente. Eles focaram então em um peixe específico que apresentava um colorido mais diferenciado.

Paulo Vilardo complementou que foram realizados diversos trabalhos de campo na Floresta da Tijuca. “Em sua maioria, os exemplares encontrados eram de um padrão malhado, ou selado, com as faixas pretas transversais no corpo. É um padrão desse tipo que se encontra em várias bacias costeiras do Rio de Janeiro, São Paulo e do Paraná.”

Em dado momento, porém, em uma localidade específica do Parque Nacional da Tijuca, foram encontrados exemplares totalmente amarelos, ou dourados. “Aí, bateu a curiosidade de verificar se esse bicho não seria o mesmo que ocorre em São Paulo. Foram feitos testes de DNA, usando a técnica de PCR (ou Reação em Cadeia da Polimerase), e chegou-se à conclusão que os dourados da Floresta da Tijuca eram os mesmos de São Paulo”.

“Além disso, foi constatado que o padrão malhado também é da mesma espécie do dourado, só que esse tem coloração muito rara e é encontrado pouquíssimas vezes”, disse Vilardo. Até hoje, há registros de apenas sete ou oito indivíduos do bagre dourado nas três localidades do país. “É muito raro ser registrada essa cor nesse bicho”.

Importância

Além de identificar que o bagre dourado de água doce ocorre em todas as áreas dos três Estados, com a maior distribuição que se tem, Paulo Vilardo reforçou que o peixe tem um padrão raro. Um terceiro fator é que as condições da Floresta da Tijuca são muito boas, e a conservação dos rios é muito positiva.

“Esses peixes de padrão raro de coloração, tanto daqui como de São Paulo, foram encontrados em áreas de reserva ecológica. Uma questão interessante é ver que, em um local muito preservado, foi possível encontrar esse padrão mais raro”. O que os pesquisadores não sabem ainda é se o peixe descoberto é mais sensível que os demais, acentuou Vilardo.

Para a Mata Atlântica, Alex Katz salientou que a importância é que a maior parte de tais peixes se alimenta de insetos, basicamente, de larvas de mosquito. “Eles são muito bons para controlar as populações de mosquitos, que são vetores de muitas doenças, como dengue e febre amarela. Os peixes gostam também de escalar cachoeiras e chegam a locais inacessíveis. Por isso, são grandes predadores dos mosquitos que aparecem nos rios e cachoeiras. Às vezes, em 1,5 mil metros de altitude, a gente consegue encontrar alguns bagres. Eles ocorrem em regiões muito altas devido à habilidade de escalar rochas.” De acordo com os pesquisadores, a descoberta reforça a importância da preservação dos corpos de água doce do Rio de Janeiro.

Trichomycterus jacupiranga é uma espécie de bagre, peixe popular de água doce, que ocorre em diversos lugares da América do Sul. A maioria tem corpo amarelado com faixas pretas que atravessam o dorso, além de outras variações no padrão de manchas e marcas. O diferencial do trabalho dos pesquisadores da UFRJ foi identificar e comprovar que os exemplares dourados encontrados no Parque Nacional da Tijuca eram dessa mesma espécie popularmente conhecida, mas com uma variação de cor desconhecida em águas fluminenses. Até então, tais exemplares  só haviam sido registrados na região do Rio Ribeira do Iguapé, na divisa entre São Paulo e Paraná.

Paulo Vilardo informou que, além de dar continuidade à pesquisa sobre bagres dourados, o foco agora serão outros grupos de peixes, visando encontrar novas espécies raras na Floresta da Tijuca. Axel Katz acrescentou que um dos objetivos é localizar novamente nas microbacias da região lambaris cujo último registro data de 1880, no Parque Nacional da Tijuca, onde a espécie foi descrita pela primeira vez. “Encontrar o lambari seria muito importante porque esse é o local onde ele foi descrito”.

Além disso, a pesquisa pode encontrar peixes diferentes. “Na Floresta da Tijuca, tem muita coisa para ser descoberta”, afirmou.

Preservação

Uma descoberta desse tipo só “fortalece os esforços de ações para a conservação do Parque Nacional da Tijuca, afirmou a chefe da unidade, Viviane Lasmar. "Cada vez que temos resultado de pesquisa que demonstra o quanto o parque tem elementos e questões relevantes para a conservação, isso faz com que tenhamos um olhar mais cuidadoso para a questão da biodiversidade.”

À Agência Brasil, Viviane lembrou que o parque tem uso público intenso, e as informações das pesquisas servem de orientação para as ações de ordenamento necessárias, inclusive para ajudar na questão da conservação também. “Não é só a pesquisa pela pesquisa, mas é como aplicar o resultado em ações efetivas, para melhor uso do território como um todo e até para a conscientização dos visitantes”.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 24/08/2023 – Igreja de Nossa Senhora do Outeiro da Glória, na Glória, faz parte do roteiro de caminhada do grupo Rolé Carioca, que tem circuito escolhido com o objetivo de escavar as memórias desse território em reconhecimento ao Agosto Indígena. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Dados divulgados, nessa sexta-feira (2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil tem mais estabelecimentos religiosos que unidades de saúde e escolares juntas.

Segundo detalhamento do Censo 2022, do total de endereços, 579,8 mil são relativos a finalidades religiosas, independentemente de qual seja a crença. Isso inclui igrejas, sinagogas, templos, centros espíritas e terreiros, por exemplo.

Os estabelecimentos de ensino somam 264,4 mil localizações, enquanto os de saúde totalizam 247,5 mil endereços.

O levantamento considera a utilização final do imóvel, e não a administração do estabelecimento. Por exemplo, uma escola católica conta como uma unidade de educação, e não como localização religiosa. O mesmo vale para um hospital mantido por santa casa, que é contabilizado como endereço com atividade de saúde.

A localização exata desses pontos e o tipo de utilização foram capturados por meio de georreferenciamento durante visitas dos recenseadores nos 5.568 municípios brasileiros nos 26 Estados e no Distrito Federal.

Foi a primeira vez em que o instituto identificou a localização precisa e o tipo de finalidade de todos os endereços do país.

Finalidades

Dos 111,1 milhões de pontos mapeados, 90,6 milhões são domicílios particulares, prédios residenciais e casas, por exemplo. Isso representa 81,5% do total.

A segunda utilidade mais comum são as chamadas outras finalidades, que representam 10,5% do universo pesquisado. São 11,7 milhões de endereços que funcionam como lojas, bancos, prédios públicos, shoppings, entre outros.

Os recenseadores identificaram 4,1 milhões de estabelecimentos relacionados a atividades agropecuárias e 3,5 milhões de edificações em construção ou reforma.

Em 2022, o Brasil tinha 104,5 mil domicílios coletivos, como asilos, pensões e penitenciárias.

Os dados estão disponibilizados à sociedade em mapas interativos no site do IBGE, por meio da Plataforma Geográfica Interativa e do Panorama.  

Utilidade

O IBGE explica que os dados em grau máximo de detalhamento são fontes de informações, entre outros fins, para elaboração de políticas públicas e pesquisas acadêmicas. Por exemplo, é possível saber com precisão onde estão localizadas unidades de saúde de uma determinada localidade e quantas pessoas vivem no raio de influência desses estabelecimentos.

“É preciso saber onde a população está concentrada, como ela está distribuída e qual a utilização que é destinada a cada uma das edificações construídas no país”, afirma o instituto.

(Fonte: Agência Brasil)

Parque Nacional Serra da Capivara. Foto: Tadeu Gonçalves/Iphan

Conhecido por preservar os vestígios arqueológicos da mais remota presença do homem na América do Sul e considerado Patrimônio Cultural da Humanidade há mais de 30 anos, o Parque Nacional Serra da Capivara, no Estado do Piauí, bateu o recorde de mais de 36 mil visitantes presenciais no ano passado. Mas quem ainda não pôde visitar o local pessoalmente, tem, agora, oportunidade de fazer um passeio virtual e conhecer o acervo geológico, arqueológico e a biodiversidade dessa unidade de conservação.

De acordo com Marian Rodrigues, chefe do parque, na visita virtual, é possível ingressar no sítio arqueológico, nos mirantes e apreciar a paisagem geológica, cultural e natural. O projeto permite ver, em detalhes, as pinturas rupestres gravadas nos diversos paredões, por meio de uma parceria com o Serviço Geológico do Brasil. A ideia é disponibilizar imagens e linguagem acessível, para complementar a experiência dos visitantes.

“Essa visitação virtual dá um acesso global das pessoas do mundo inteiro a essa experiência. Depois, pode instigar uma visita presencial”, ressalta Marian Rodrigues. 

Parque Nacional Serra da Capivara. Foto: Joaquim Neto/Iphan

Sobrevoo

São dezenas de imagens, em 360 graus, de paredões, mirantes, rochas esculpidas pelo tempo. O passeio virtual dá a sensação de um sobrevoo no Parque Nacional Serra da Capivara, que pode ser feito pelo portal do Serviço Geológico do Brasil.   

link também está disponível na bio do Instagram do Parque Nacional da Serra da Capivara.  

Em São Raimundo Nonato, cidade que serve de porta de entrada para o Parque, a Fundação Museu do Homem Americano também oferece vídeos on-line com modelos interativos, feitos com escaneamento tridimensional dos registros rupestres.   

Outra oportunidade para população, pesquisadores e estudantes conhecerem mais da riqueza arqueológica e cultural dos painéis pintados por antigas populações do continente há cerca de 50 mil anos. 

(Fonte: Agência Brasil)

– Anotações sobre “A Faca e o Rio” e outras tomadas cinematográficas

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Há um ano e meio, em agosto de 2022, no Rio de Janeiro (RJ), consegui cópia do filme “A Faca e o Rio”. Há tempo eu procurava um exemplar dessa obra cinematográfica do diretor holandês (nascido em Paris) George Sluizer, que morreu em 2014, aos 82 anos, em Amsterdã – portanto, em 20 de setembro deste 2024, completam-se dez anos de sua morte.

Obtive a cópia após contatos com servidora da Fundação Casa de Rui Barbosa, que, por sua vez, antes, contatou herdeiros de Odylo Costa Filho residentes na capital fluminense. Depois me informaram que a família não apresentara objeção. Passaram-me um “link” onde estava o filme e eu providenciei três cópias – uma para a Academia Caxiense de Letras (ACL), outra para o Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC) e a minha. No mesmo agosto de 2022, enviei mensagem ao presidente da ACL, Ezíquio Barros Neto, e consensamos que, no melhor momento para a Academia, seria feita a exibição do filme.

Sob ofício, em 8 de agosto de 2023, encaminhei mídia digital com cópia do filme para o Instituto Histórico. No documento para a Presidência, escrevi: “Na forma de conversa mantida com V. Sª, encaminho, para o acervo desse Instituto, um DVD contendo cópia do filme “A Faca e o Rio” (“João em het Mes”), do diretor holandês George Sluizer, com diversas cenas gravadas em Caxias e com participação de alguns caxienses. // Na oportunidade, relembrando a conversa que mantivemos, solicito-lhe que providencie cópia para entregar à romancista e palestrante Ana Miranda, que estará no IHGC nesta semana. Em razão de viagem, não foi possível fazer antes essa segunda cópia. // Relembro que a cópia desse filme, buscada por diversos pesquisadores e outros interessados caxienses, foi-me facilitada por intercessão de servidor da Fundação Casa de Rui Barbosa, do Rio de Janeiro, durante longo período em que permanecemos na capital carioca. // Agora, para conhecimento de quem, em Caxias, tem interesse em conhecer, fica o acervo desse Instituto enriquecido com mais essa obra”.

Minha lembrança da atriz principal, Ana Maria Nóbrega Miranda, na correspondência ao IHGC, adveio do fato de que Ana me dissera que “nem mesmo ela” dispunha de uma cópia desse marcante filme na vida artística e pessoal dela. Ana Miranda disse-me isso em conversa entre uma pergunta e outra que alunos da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), em Caxias, nos faziam após palestra ministrada conjuntamente por Ana e por mim, no auditório daquela Instituição, no histórico Morro do Alecrim.

De minha parte, além da presença de Caxias, estava à procura desse filme por uma razão pessoal: eu presenciei a gravação de diversos planos das cenas dos personagens principais na delegacia de polícia, quando a personagem Maria, vivida por Ana Miranda, faz sua denúncia contra o marido, temerosa (ou certa) de que iria ser morta por ele, o velho vaqueiro João da Grécia, personagem do notável José Joffre Soares e que dá nome ao filme na titulação em holandês (ou neerlandês): “João en het Mes” [João e a Faca].

De cesta de vime na mão, eu, como habitualmente, fazia as compras de casa naquela manhã no antigo Mercado (hoje Prefeitura) Municipal. Eu era menino ainda (naqueles inícios dos anos 1970 devia ter entre 10 e, no máximo, 12 anos, a depender do ano das filmagens em terras caxienses – o filme, como se sabe, é de 1972, mas também é creditado como sendo de 1971; chegou ao Brasil pelo Rio de Janeiro, com pré-estreia em 18 de agosto de 1973).

Lembro-me bem de que, postado na frente do comércio do Seu Nonato Babá (Raimundo Nonato Saraiva de Carvalho, há pouco empo falecido), localizado em um dos quatro cantos do Mercado, encompridei o olhar e fiquei reparando na atuação do alagoano José Joffre Soares (1918-1996), da cearense Ana Maria Nóbrega Miranda (1951) e da mineira Áurea de Souza Campos (1919-1998), que interpretou a personagem Ana, amiga de Maria, e que encara João e sabe do que ele é capaz de fazer. (Em agosto de 2017, em conversa com o arquiteto, pesquisador, escritor e presidente da ACL, Ezíquio Neto, relatei esse momento de meu testemunho daquelas filmagens de “A Faca e o Rio”, que o Ezíquio incluiu no alentado e bem documentado texto “Cenas de um Filme em Caxias”, que se pode ler em seu “blog”, no “link”: https://eziquio.wordpress.com/tag/faca/ .

Alguns nomes maranhenses tiveram pequenas participações no filme, entre eles Murilo Sarney (1938-2003; advogado, auditor estadual), que também contribuiu na produção; Genu Moraes (Maria Genoveva de Aguiar Moraes [1927-2015], jornalista e escritora piauiense; no Maranhão, foi a primeira mulher presidente do Sindicado dos Jornalistas); e Aldo Leite (Aldo de Jesus Muniz Leite [1941-2016]), ator, diretor, dramaturgo, escritor e professor da Universidade Federal do Maranhão.

A trilha sonora de “A Faca e o Rio” tem música de Heitor Villa-Lobos e a fotografia é do hoje famoso Jan de Bont. Nascido em 1943, Bont estudou Cinema e Televisão em sua terra natal, Holanda, e é produtor, diretor de fotografia e diretor de cinema em Hollywood – onde, entre outros, dirigiu filmes de grande sucesso como “Velocidade Máxima” (com Keanu Reeves e Sandra Bullock), “Twister” (com Helen Hunt e Bill Paxton e roteiro do médico e escritor “best-seller” Michael Crichton, autor também de “Jurassic Park” e tantos outros) e um baseado na série de jogos “Lara Croft” (“Lara Croft: Tomb Raider – A Origem da Vida”, com Angelina Jolie).

Filmado em quatro Estados (Maranhão, Piauí, Pará e Amazonas), “A Faca e o Rio” teve uma produção cheia de altos e baixos. Só para ilustrar, Joffre Soares, em papel elogiadíssimo, foi chamado à última hora para substituir o ator principal (nome não revelado), que adoecera. Tiveram de regravar todas as cenas feitas pelo protagonista anterior. Antes e além disso, houve incêndio na produtora do filme, queimou-se tudo.... Malas e equipamentos foram extraviados no Brasil... Um dos produtores, brasileiro, teve a Receita Federal em seu encalço... e foi obrigado a sair da equipe...

Mas George Sluizer persistiu. Afinal, após receber de presente uma versão para o francês do livro de autoria do maranhense Odylo Costa Filho, que era adido cultural em Paris, recebeu, depois, a presença do próprio escritor. Com a habitual bonomia brasileira e nordestina, Odylo convidou Sluizer para visitar o Brasil, onde o cineasta holandês produziu, em três meses, quatro documentários sobre o Nordeste, inclusive o Maranhão, onde filmou o Carnaval em São Luís. O contato com chãos e gentes nordestinos foi o germe criativo para o filme com a história do velho vaqueiro João da Grécia e sua nova – novinha –  esposa Maria.

As cenas que vi sendo filmadas na alta calçada em frente à delegacia de polícia (ainda se encontra no mesmo local até hoje, no centro de Caxias) estão na película e podem ser vistas a partir dos 53 minutos e 42 segundos (00:53:42) até os 56 minutos e 44 segundos (00:56:44), com o Mercado Municipal aparecendo ao fundo nos 54 minutos e 10 segundos (00:54:10).

Antes e depois dessas cenas, Caxias é vista em um belo “take” da chegada de vaqueiros para a missa, na Igreja Catedral Nossa Senhora dos Remédios. Quem fez o papel do oficiante da celebração, aparecendo um pouco longe, no altar, foi um amigo, padre mesmo, o monsenhor Clóvis Vidigal, que desejava criar um jornal em Caxias e, anos depois, me convidou para planejar a publicação e escrevê-la com ele. As cenas na Igreja têm início logo nos primeiros quinze minutos do filme, dos 00:14:15 aos 00:15:14, com o monsenhor Clóvis entrando quase difusamente em cena aos 00:14:36.

Outras cenas caxienses registram-se quase no final do filme. Com 1 hora, 21 minutos e 14 segundos (01:21:14), o “take” se inicia mostrando as duas torres, a cruz central e os dois sinos nos altos da Catedral, a mesma igreja de 67 minutos antes. A personagem Maria pergunta ao marido João se pode ir se confessar e recebe uma seca resposta afirmativa: “– Isso é coisa que se negue a um cristão, dona?” As novas cenas na igreja, agora com cara e fala bem visível e audível do monsenhor Clóvis, inclusive contracenando com Ana Maria Miranda, se estendem por 1 minuto e 44 segundos, uma eternidade em Cinema e TV, e vão até 01:22:58, com monsenhor Clóvis Vidigal fazendo sua “reentré” no segundo 01:21:52.

No Piauí, muitas cenas foram gravadas na Fazenda Alegre, no município de Campo Maior. Essas terras, desmembradas, são hoje parte de  Sigefredo Pacheco, município criado em 29 de abril de 1992, com cerca de 10 mil habitantes e pouco mais de 1.030 quilômetros quadrados de área. Na época das filmagens, a fazenda era de propriedade de um médico e agropecuarista que deu nome ao lugar, Sigefredo Pacheco (1904-1980), nascido em Campo Maior, e que foi também farmacêutico, jornalista, professor e, como político, prefeito de Campo Maior, deputado federal e senador.

Na “internet”, o filme “A Faca e o Rio” pode ser visto no seguinte endereço: https://www.youtube.com/watch?v=jOhnsQKZLPU.

Além de indicação para o Oscar e para o festival de cinema de Berlim, “A Faca e o Rio” chamou a atenção de outros cineastas, a exemplo de Werner Stipetić, nascido em 1942, em Munique, Alemanha, que adotou o nome de Werner Herzog (“duque”, em alemão). Herzog, após ver “A Faca e o Rio”, logo convidou e contratou George Sluizer para gerente de produção de “Fitzcarraldo” (1982), filme premiado em acreditados festivais – Cannes (França) e San Sebastián (Espanha) –, que conta a história de um fã de ópera e seu sonho louco de implantar uma casa para esses dramas musicais na região do Alto Amazonas. “Fitzcarraldo” foi o primeiro filme que assisti em DVD, pois este disco digital só se firmou mesmo no Brasil a partir de 2002. Valeu a pena ver grandes nomes do cinema brasileiro, como José Lewgoy (1920-2003) e Grande Otelo (1915-1993), estarem no “cast” juntos com nomes mundial, como os dos protagonistas, o polaco-alemão Klaus Kinski (1926-1991), que faz o papel do visionário Fitzcarraldo, e a tunisino-italiana Claudia Cardinale.

Como Caxias é também coisa de cinema, não esquecer que o filme de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria” (2013), com Rodrigo Santoro, Selton Melo e Camila Pitanga, tem grande parte de seu enredo e imagens em ambiente da Caxias de 1825. Dirigido pelo jornalista, roteirista, produtor e diretor Luiz Bolognesi (nascido em São Paulo/SP, em 14 de janeiro de 1966), o filme percorre 530 anos, de 1566 a 2096, e vai das aldeias tupinambás do século XVI ao futuro quase apocalíptico no Rio de Janeiro do final do século XXI. Resultado: trouxe, pela primeira vez para um país da América do Sul e Central, o “Oscar” dos filmes de animação, o prêmio francês Festival International du Film d'Animation d'Annecy. A lista de países vencedores até 2012 contemplava Hungria, Reino Unido, Tchecoslováquia, França, Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul, Luxemburgo, Noruega, Hong Kong, Austrália, Polônia...  Aí, veio essa “História de Amor e Fúria”, onde Caxias é destacada, e abriu-se a porta da premiação... Tanto que, no ano seguinte, 2014, outro diretor paulista, Alê Abreu, ganhou o prêmio, com o filme “O Menino e o Mundo”.

Mas essas são outras histórias – boas histórias – de Cinema...

Em seu passado sobretudo, na Literatura, na Música, no Teatro, nas Artes Plásticas, na Ciência (Medicina, Odontologia, Agronomia, Botânica...), na Política, na Economia, no Cinema, na História e na Cultura.... Viva Caxias!...

* EDMILSON SANCHES

IMAGENS

“A Faca e o Rio”: cartazes em português, holandês e inglês e duas cenas em Caxias, na Igreja Catedral. O diretor George Sluizer e o escritor Odylo Costa Filho. Cartazes de “Uma História de Amor e Fúria” e “Fitzcarraldo”.