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– Um homem comum como ponto comum de membros de uma Confraria de amigos para encontros e debates

– A origem das bancas de jornais e revistas no Brasil

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Ele era um homem comum e o ponto comum, a referência para os membros de uma Confraria de amigos que em plena praça pública, uma ágora do século XXI, se encontravam e debatiam, inclusive – e sobretudo – política e futebol.

Francisco Melo Filho, o Chico da Banca, 54 anos, torcedor do Flamengo, faleceu há quatro anos, na manhã de um domingo, 28 de junho de 2020, no Hospital Municipal de Imperatriz (Socorrão). Quase três semanas antes, no dia 10 de junho, na antiga Rua 15 de Novembro (atualmente, Avenida Frei Manoel Procópio), ele havia se acidentado com sua moto. Foi internado. Foi submetido à cirurgia. Estava em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Mas o acidente resultara em quebra de uma das pernas em três lugares e pancada forte no crânio. A isso se juntaram outras questões de saúde, entre as quais diabetes, hipertensão e problemas no coração. Ocorreu infecção generalizada. Resultado: os esforços dos médicos e do paciente para reverter a situação não foram suficientes. O imperatrizense Francisco Melo Filho, o Chico da Banca, passa para sempre a ser História, com registros na Imprensa que ele, em seu ofício, ajudava a manter e divulgar.

Atendendo à solicitação, a área de Saúde da Prefeitura de Imperatriz autorizou, observados os necessários cuidados vigentes e exigidos à época, o velório do corpo do Chico em frente à sua banca de jornais e revistas e em plena Praça de Fátima, ligada à paróquia de mesmo nome, onde está a catedral e a sede da Diocese da Igreja Católica em Imperatriz.

Ultimamente, em razão do acidente e internação, uma filha do Francisco é quem substituía o pai – que ela sabia ser insubstituível naquele mister e mistério de, em volta de sua banca, ser o catalisador do ajuntamento de pessoas de diferentes atividades (políticos, empresários, intelectuais, patrões e empregados, assessores e assessorados etc.). Membros desse grupo disforme-multiforme “assinavam o ponto” todo dia, em menor número, um ou outro às vezes, mas, nos fins de semana, sábados e domingos, a frequência era maior, o alarido das conversas, as risadas, em ondas, espraiavam-se por aquele pequeno trecho da Avenida Getúlio Vargas e pela Praça de Fátima, onde o móvel metálico da banca estava fixado.

Já estava em sua segunda década a comemoração de fim de ano que ali se realizava. Espontaneamente, amigos e conhecidos do Chico da Banca, que até já haviam doado para a praça bancos novos, de qualidade, também traziam bebidas e carnes e churrasqueira e, sobretudo, a alegria de rever “figuras”, especialmente da política local e estadual, sem nenhum risco de haver confrontos, embora um ou outro safanão já havido em priscas eras. Nos últimos tempos, o respeito ao “ecumenismo ideológico” era mantido, seja pela personalidade “forte” do Chico, seja pela adultez dos presentes, que sabiam que ali se debatia sem bater. Todos eram bem-vindos à confraria do Chico, de esquerda ou de direita (seja lá o que isso ainda seja, hoje, pois se sabe muito bem de caráter e de interesses que jazem por trás das caras cínicas e “santas” dos que estiveram ou estão no Poder).

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Chico da Banca era o responsável pelo mais conhecido e mais movimentado ponto de venda de jornais, revistas e conveniências.

A uma banca de jornais e revistas pessoas comparecem para comprar informação. Em Imperatriz, à Banca do Chico muitos iam para “dar” informações, expressar opiniões, fazer gozações...

No nome “Banca do Chico” o mais importante era o “Chico”. A “banca” era tão só o “ponto”, a referência. Quando os frequentadores mais assíduos pegavam alguma publicação (jornal, revista...) era por passageira curiosidade, ou para reforçar um argumento em uma conversa que acabara de “pegar fogo” acerca de um assunto mais atual, com certeza político. Como mais de uma vez ele me disse: “– Dos que vêm aqui, você é provavelmente o maior cliente pessoal”.

Conheci o Chico na década de 1970. Eu era mais ou menos recém-chegado à cidade e ali, na Praça de Fátima, a poucos metros da banca, eu e outros colegas bancários e amigos havíamos alugado uma grande casa, que foi transformado nesse ajuntamento de machos chamado “república”... O imóvel fora a antiga residência de um conhecido agropecuarista Domingos Rodrigues – que, por muito tempo, foi meu companheiro de Rotary Club, ali na antiga Rua 15 de Novembro, região histórica, onde Imperatriz foi fundada e por onde deu os primeiros passos rumo a seu majestoso desenvolvimento, inicialmente com a ajuda do Rio Tocantins, ali ao lado, por onde se mandavam e por onde mais se recebiam produtos.

Tornei-me “habitué” da banca, não necessariamente de seus ajuntamentos de pessoas. Em muitos casos, os papéis impressos ainda tinham mais a dizer – embora não tivessem a alegria e espontaneidade dos conhecidos participantes da confraria franciscana.

Ante minha assiduidade, o Chico falava-me das dificuldades – eventualmente, de saúde, e, mais frequentemente, de trabalho. Desde a adolescência, ele vivia naquele e daquele ofício. Décadas depois, com direitos a receber, estava negociando a transferência da banca e do ponto para seu nome. O “patrão” – à época, a Distribuidora Maranhão-Piauí de Revistas Ltda. (Dimapi), já fora de atividade –, como quase todo patrão, por seus prepostos locais, impunham obstáculos ou condições draconianas... mas as conversas avançavam... Menos mal.

Até um tempo atrás, eu não sabia se haviam se encerrado as negociações, mas vi que, desde 24 de fevereiro de 2016, quatro anos e quatro meses antes de sua morte, Francisco Melo Filho tornara-se a razão social, ou seja, o nome legal da “Banca do Chico”, com número de CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica 24.238.555/0001-34 e CNAE – Classificação Nacional das Atividades Econômicas 4761-0/02, na atividade “Comércio Varejista de Jornais e Revistas”.

Portanto, o Chico era uma pessoa legal, na atividade comercial e na amizade. Era o adulto oficializando o que fazia há 40 anos, o que, por sua vez, era uma continuação do que gostava de fazer na infância: ler e trocar livros e revistas de histórias em quadrinhos em frente à entrada do Cine Marabá, na Avenida Getúlio Vargas, esquina com Rua Amazonas, em Imperatriz. Coincidentemente, nessa mesma avenida e três quarteirões antes do cinema, estava implantada, há décadas, a “Banca do Chico”, que, nos documentos, tinha o número 1 como endereço na grande avenida – número que deve ter sido um inofensivo lapso ou liberalidade, já que a Banca não está no começo daquele logradouro público (a agência do Banco da Amazônia, dois quarteirões antes da banca, tem o número 404).

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A atividade profissional de pessoas como o Chico da Banca vive, como outras, tempos difíceis. A banca de jornais e revistas é um dos mais simbólicos e, anteriormente, um dos mais fortes elos, hífen, traço de união entre quem produz conteúdos / informações / notícias e aqueles aos quais tudo isso se destina – o leitor. Com jornais, revistas e até livros e bibliotecas inteiras chegando gratuitamente e rapidamente a qualquer momento, em qualquer ligar, à palma da mão, via “smartphone”, não parece fazer sentido comprar suportes físicos, impressos, pesados, acumuladores de poeira e ácaros e ocupadores de espaços em casas e escritórios...

A essa instantaneidade e gratuidade nas informações pelo celular some-se a proverbial falta de hábito de leitura do povo brasileiro e, muito importante, a falta de condições financeiras para consumir informações em forma de livros, jornais, revistas etc. Uma informação de há muitos anos a que tive acesso, publicada no “Atlas do Mercado Brasileiro”, do jornal paulista “Gazeta Mercantil”, revelava, em números, que, em Imperatriz, se gastava mais com papel higiênico ou com cabeleireiros do que com livros, jornais e revistas... Nada de estranhar: as pessoas escolhem como querem “fazer a cabeça” ou limpar... a mente.

Jornaleiros sempre foram servidores públicos – desde 1858, quando, no Brasil, escravos anunciavam as manchetes e títulos de matérias do jornal “A Atualidade”, no Rio de Janeiro. Depois, na primeira década dos anos 1900, um italiano, Carmine Labanca, juntou uns caixotes uns sobre os outros, colocou um estrado por cima e sobre ele espalhou exemplares dos jornais do dia, para venda. (Atribui-se, para mim indevidamente, o nome “banca” ao sobrenome desse imigrante; mas a palavra “banca”, que é de origem italiana, tem, em Português, pelo menos 400 anos de existência, pois foi registrada a primeira vez em nosso idioma no ano de 1619). Nas décadas de 1920 e 1930, os vendedores de jornais aperfeiçoaram o negócio e passaram a ter estantes e, depois, quiosques feitos de madeira. As bancas foram melhorando de material e de aparência e diversificando os produtos que vendiam.

As bancas metálicas e fixas, como aquela a que o Chico da Banca tanto se entregou e se integrou, a ponto de, com seu nome, ela ser ele e ele ser ela, bancas assim, bem melhores, muuuuuito melhores que suas ancestrais, são mais recentes e mais seguras  --  só na primeira metade da década de 1980 a cidade de São Paulo (SP) cuidaria de, legalmente, tratar de ter bancas fixadas inamovivelmente ao chão, pois, até ali, durante a noite ladrões roubavam bancas inteiras... (Certamente não eram bandidos ansiosos por leituras, curiosos pelas manchetes – afinal gratuitas, visíveis – dos jornais diários ou sequiosos pelas grandes reportagens das revistas semanais e mensais ou pela última página com as presepadas d’O Amigo da Onça, personagem e “cartoon” imortal do talentoso cartunista nordestino Péricles de Andrade Maranhão [1924-1961], na revista “O Cruzeiro”).

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Chico da Banca tinha mais amigos em seu coração que produtos em sua banca – estes ele queria vender; aqueles, não era para (se) comprar...

Chico foi tema de matérias em jornais e também com passagem em textos acadêmicos,  como em “Aqui Imperatriz!: perfis de pessoas comuns no jornal ‘Correio Popular’”, do professor Alexandre Zarate Maciel, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), apresentado no 13º Congresso de Ciências da Comunicação na Região Nordeste, em Maceió (AL), de 15 a 17 de junho de 2011, realizado pela Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação.

Em seu sepultamento, em vez de uma bandeira (da cidade, do Estado, do país)... em vez de uma flâmula (de um time de futebol, de uma torcida organizada...)... no enterro do Chico da Banca, em vez de uma peça de tecido, devia-se pôr sobre o caixão as folhas abertas de um jornal...

A Eternidade agora é sua, Amigo.

Descanse.

* EDMILSON SANCHES

FOTOS:

1) Chico da Banca (à esquerda) e o coronel Edeílson Carvalho, que foi meu aluno em curso na Universidade Estadual do Maranhão; 2) Chico entrando em sua banca; 3 e 4) Movimentação em frente à banca, nos fins de semana.

Brasília (DF), 10/04/2023 - Fachada do ministério da Educação.
Foto:Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

As inscrições para as vagas remanescentes do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) referente ao primeiro semestre de 2024 podem ser feitas até a próxima segunda-feira (1º) exclusivamente pela internet, por meio do sistema Fies Seleção, disponível no Portal Acesso Único do MEC.

De acordo com o Edital 19/2024, que trata do processo de oferta e ocupação de vagas remanescentes do Fies, o resultado da ordem de classificação e da pré-seleção será divulgado no dia 4 de julho, constituído de chamada única e de lista de espera.

“As vagas remanescentes do Fies referem-se às oportunidades de financiamento que não foram preenchidas durante as etapas regulares de seleção do programa. Elas são destinadas exclusivamente aos estudantes efetivamente, matriculados, no curso, turno e local de oferta para os quais se inscreveram”, informou o Ministério da Educação.

Segundo o MEC, os candidatos devem estar obrigatoriamente em situação de “cursando” no momento da inscrição no Fies ou devem ter cursado o referido semestre com aproveitamento em, pelo menos, 75% das disciplinas, caso o semestre já tenha sido encerrado.

CadÚnico

Candidatos com renda familiar per capita de até meio salário mínimo que estejam inscritos no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico) terão prioridade na classificação para a ocupação das vagas remanescentes. Nesses casos, também será possível solicitar a contratação de financiamento de até 100% dos encargos educacionais cobrados pelas instituições.

Entenda

O Fies foi instituído pela Lei nº 10.260, de julho de 2001. A proposta é conceder financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos. Os cursos devem ser ofertados por instituições de educação superior privadas participantes do programa, bem como ter avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

(Fonte: Agência Brasil)

Antes do amanhecer dos próximos dias, os planetas Júpiter, Marte e Saturno estarão enfileirados no céu. A Lua também fará parte desse fenômeno, mas, a cada dia, estará em posição diferente com relação aos planetas. O melhor horário para observar os astros formando esse “alinhamento” é um pouco antes do nascer do Sol do dia 29 de junho (sábado), olhando para o horizonte leste, direção onde nasce o Sol. O fenômeno é visível a olho nu, por isso não são necessários instrumentos para a observação, a não ser que o observador queira avistar Urano que também estará nessa linha.

“Astronomicamente, o termo mais apropriado é conjunção. Alinhamento é um termo popular para as pessoas entenderem. Este não é um evento raro e nem de grande interesse para a Astronomia porque os movimentos dos planetas já são bastante conhecidos. É um fenômeno relativamente frequente, o que acontece é que varia de época para época e quais são os planetas que estão alinhados. Neste fim de semana, antes do Sol nascer, vamos olhar lá para o leste e ver Júpiter bem próximo do horizonte. Ele é o mais brilhante de todos”, disse o professor e coordenador do Observatório Astronômico do campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Rodolfo Langhi.

Para facilitar o entendimento, o professor usa uma analogia: imagine que você está em uma pista de atletismo, olhando os corredores correndo em volta de você e aí, de vez em quando, algum atleta ultrapassa os outros. Quando você olha isso, é como se do seu ponto de vista os dois ou os três que estivessem lá ultrapassando outros. Quando você olha isso, é como se, do seu ponto de vista, eles estivessem na mesma direção que a sua linha de visão e os outros, que estão mais para trás ficam fora da linha de visão.

“Então, é a mesma coisa que acontece com os planetas. Imagine os planetas girando em volta do Sol e, aí, cada planeta tem uma velocidade diferente nessa trajetória. Então, acontece às vezes dos planetas estarem igual aos atletas, nas mesmas posições ou em posições parecidas do nosso ponto de vista que quando a gente olha para eles é um ultrapassando o outro. Então, quando a gente olha o céu e vamos ver esses planetas no mesmo campo visual, praticamente próximos um dos outros”, explicou.

De acordo com Langhi, será possível ver Júpiter bem próximo do horizonte, um pouco acima, Marte, que se parece com uma estrela vermelha de luz fraca, mais para cima Saturno que é parecido com uma estrela meio amarela. “Daqui a um mês, os planetas já estarão em posições diferentes, porque serão 30 dias girando em torno do Sol. Muda um pouquinho a configuração, mas serão outros planetas alinhados. Há meses em que não há nenhum alinhamento, há meses que aparecem os cinco planetas na mesma direção do céu”.

Segundo o professor, o evento é interessante para o público geral porque pode despertar a curiosidade das pessoas para a astronomia e para o conhecimento dos estudos astronômicos.

(Fonte: Agência Brasil)

O governo federal assinou nessa quinta-feira (27), em Brasília, acordos com entidades representativas de professores e de técnicos-administrativos das universidades públicas e institutos federais de educação. A categoria, que estava em greve há 70 dias, retomou as atividades acadêmicas na última quarta-feira (26).

Os acordos foram fechados pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe). 

No caso dos docentes, a proposta apresentada pelo governo prevê a reestruturação da carreira, com ganhos médios de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, além de reestruturação na progressão entre os diferentes níveis da carreira. Assim, o salário inicial de um docente com doutorado passará para R$ 13,7 mil e para professor titular, no topo da carreira, será de R$ 26,3 mil em 2026. 

Reajuste médio

No caso dos técnicos, a proposta prevê reajuste médio de 31,2% em quatro anos, além de ganhos com progressão na carreira, que aumentarão dos atuais 3,9% para 4% em janeiro de 2025 e 4,1% em abril de 2026. 

Além dos reajustes, o Ministério da Educação se comprometeu a revogar a Portaria nº 983/2020, que regulamenta atividades docentes no âmbito da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, e a criar um Grupo de Trabalho com prazo de 60 dias, após assinatura do acordo, para a elaboração de uma nova regulamentação.

Também foi acordada a recomposição do conselho que estabelece as diretrizes para a concessão da certificação destinada a professores de cursos técnicos de nível médio.

(Fonte: Agência Brasil)

FRASES QUE LEMBRAMOS DE AUTORES QUE ESQUECEMOS

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Nessa quinta-feira, 27 de junho de 2024, completaram-se 116 anos de nascimento do escritor, diplomata e médico João Guimarães Rosa. Ele nasceu em 27 de junho de 1908, em Cordisburgo (MG) e morreu no Rio de Janeiro (RJ), aos 59 anos, em 19 de novembro de 1967.

Considerado entre os maiores escritores do Brasil, Guimarães Rosa é autor de livros como “Grande Sertão: Veredas” e “Sagarana”. Foi membro da Academia Brasileira de Letras (cadeira nº 2).

Curiosidade: fascinado por idiomas, Guimarães Rosa falava, além do português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, russo. Também, lia sueco, holandês, latim e grego e conhecia a gramática do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês. Segundo o próprio Guimarães Rosa, além dessas, ele “bisbilhotou” outras línguas.

De seu casamento com Lígia Cabral Pena, vieram as filhas Vilma e Agnes. Vilma Guimarães Rosa (nascida em Minas Gerais, em 5/6/1931) também se tornou escritora. Tenho dois livros dela, autografados e com dedicatória para terceiras pessoas: “Serendipity", de 1974 [foto], e "Relembramentos: João Guimarães Rosa, Meu Pai (Memórias Biográficas)”, publicado em 1983 e ganhador dos prêmios “Joaquim Nabuco” (da Academia Brasileira de Letras) e “Ensaio Biográfico”, do PEN Clube do Brasil.

O título do livro “Serendipity” vem da palavra inglesa que significa uma descoberta feliz, ao acaso. A origem do termo seria uma palavra árabe, “Serendip”, que denominaria a região do hoje país Sri Lanka, o antigo Ceilão. No livro, Vilma Guimarães Rosa, por meio do personagem Mister Ashley, diz que Serendipity “é uma palavra mágica”, “é o dom de fazer felizes descobertas! Imprevista, casualmente..." (página 88).

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No dia 12 de junho de 1937, ao tomar posse na Cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras, o jovem (49 anos) escritor, diplomata, ex-ministro do Exterior e advogado João Neves da Fontoura disse uma frase lapidar, que, descontado o saudável excesso, deveria causar algum orgulho a nós maranhenses. Falando sobre seu antecessor na referida Cadeira patroneada pelo dramaturgo paulista Álvares de Azevedo, disse Fontoura:

“Não houve melhor brasileiro do que Coelho Netto”.

O escritor caxiense havia sido o fundador (primeiro ocupante) da Cadeira nº 2 da ABL. Com o falecimento de João Neves da Fontoura (o segundo ocupante da Cadeira 2), em 31 de março de 1963, o terceiro ocupante seria também um outro ilustre – ilustríssimo –  João: João Guimarães Rosa.

Depois do discurso de recepção, feito pelo igualmente ilustrado e talqualmente mineiro Afonso Arinos de Melo Franco, o mineiro da cidade do coração, Cordisburgo, tomou-se de suas próprias lembranças de adolescente de 16 anos, lembrou-se das palavras que nessa idade dissera em velório de um amigo e as imortalizou no discurso de posse:

“A gente morre é para provar que viveu. Só o epitáfio é fórmula lapidar. [...]”

Aí, no parágrafo seguinte, vêm as palavras que tanto são ditas, reditas e desditas:

“[...] As pessoas não morrem, ficam encantadas”.

Guimarães Rosa fazia referência a seu antecessor, João Neves da Fontoura, que, naquele 16 de novembro de 1967, se vivo fosse, estaria completando 80 anos (“Soprem-se as oitenta velinhas”, escreveu o autor de “Sagarana” no antepenúltimo parágrafo desse discurso).

É impressionante a força, o símbolo e a simbologia, o sentido e o sentimento de certas frases, que voam das palavras estáticas em um papel para o dinamismo e cotidiano das pessoas – por exemplo, o nosso gonçalvino verso “Minha terra tem palmeiras”.

As palavras da frase “As pessoas não morrem, ficam encantadas” são apenas seis das 7.808 que constituem os 58 parágrafos do discurso rosiano. Trinta e três letras, em certa ordem, são, daquele discurso, o conjunto de caracteres gráficos que mais se eternizou e se entronizou no adagiário coletivo e popular, em especial nos meios literários, intelectuais, artísticos e culturais em geral. As demais 41.419 letras do discurso de posse de Guimarães Rosa há 51 anos e dois meses, com o devido valor das palavras e frases e parágrafos que formam, terminam por ser – exageremos... – a grande moldura e verniz para aquelas pouco mais de trinta letrinhas.

Essa frase – registra o também mineiro Mauro Lúcio Condé – originalmente é: “O mundo é mágico: as pessoas não morrem, ficam encantadas”, dita pelo jovenzinho Guimarães Rosa, com 16 anos, no velório de um amigo.

Despregadas do papel pela voz e emoção de Guimarães Rosa, essas palavras – pelo menos essas – pregaram-se no repertório popular como piolho de cobra em veado e passaram a fazer parte de citações e excitações intelectuais. Claro, o reiterado uso levou ao recatado abuso, e a frase vai sendo “reciclada” de acordo com o (meio) ambiente: “Artistas não morrem, se encantam”; “Poetas não morrem – encantam-se”... e por aí vai, vamos, vão-se...

Pode ser que, nas literaturas de todo o mundo e de todas as épocas, do “A” do Afeganistão ao “Z” do Zimbábue, essa frase ou algo bem assemelhado já se tenha escrito. Na parte ocidental do mundo, latinos... gregos... são autores de muita coisa que anda por aí como nova, autoral, de boca em boca, de papel em papel e de tela em tela (neste caso, tanto no cinema quanto no vasto e-mundo da Internet, lugar virtual e nem sempre virtuoso...).

Assemelhada à frase rosiana “As pessoas não morrem, ficam encantadas” é, por exemplo, o ditado “O poeta não se faz, nasce”. Ele vem do antigo latim “Poeta non fit, sed nascitur”, que, por sua vez, como registra Paulo Rónai, no mínimo “lembra a sentença atribuída a Cícero: ‘Nascimur poetae, fimus oratores’ (‘Nascemos poetas, tornamo-nos oradores’)”.

Bom. Nessa história de quem nasce, morre ou se encanta, parece haver só uma certeza:

Frases ficam, autores não – porque frases encantam... e seus autores, ora, esqueçam!...

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Em tempo: Depois de pronunciar seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras, João Guimarães Rosa morreu três dias depois, em 19 de novembro de 1967.

Como homem, foi imortal por três dias.

Como escritor, não morreu. Deve durar aí, pelo menos, meia eternidade...

* EDMILSON SANCHES

Ú}øOý.–ÃÍÿÙSão Paulo - A EMEF Presidente Campos Salles, localizada em Higienópolis, é considerada um exemplo de integração Escola-Comunidade (Rovena Rosa/Agên

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, nessa quarta-feira (26), o projeto de lei que institui o novo Plano Nacional de Educação (PNE) para o período de 2024 a 2034. O texto, encaminhado para análise do Congresso Nacional, prevê 18 objetivos, compreendidos nas temáticas de educação infantil, alfabetização, ensino fundamental e médio, educação integral, diversidade e inclusão, educação profissional e tecnológica, educação superior, estrutura e funcionamento da educação básica.

A proposta contém 58 metas e, para cada meta, um conjunto de estratégias que expressam as principais políticas, programas e ações envolvendo a União, os Estados e os municípios, para o alcance dos objetivos propostos.

Entre as inovações do PNE, está a ênfase na qualidade da oferta do ensino, com objetivos e metas focados no alcance de padrões de qualidade na educação infantil, na educação profissional e tecnológica, no ensino superior e na formação de docentes. Também há objetivos específicos para as modalidades de educação escolar indígena, educação do campo e educação escolar quilombola, relacionados à ampliação do acesso para estes estudantes. O projeto mantém metas para os públicos-alvo da educação especial e educação bilíngue de surdos. 

(Fonte: Agência Brasil)

Revelação do beach tennis no Maranhão, Augusto Neto mantém a sequência de grandes resultados na temporada de 2024. Augusto, que conta com os patrocínios do governo do Estado e do Mateus Supermercados – por meio da Lei de Incentivo ao Esporte – e do Coco da Canoa, além dos apoios da Maniacs, da Adidas e da Arena Premium, conquistou títulos na 5ª etapa do Circuito Maranhense de Beach Tennis FMT e garantiu dois vice-campeonatos no Circuito Nacional Infantojuvenil Maniacs, competições disputadas durante o mês de junho.

No Circuito Maranhense FMT, realizado no sábado (22) e domingo (23), na Arena Sports Praia, em São Luís, Augusto Neto foi um dos destaques da 5ª etapa da competição ao faturar os títulos do torneio Sub-18 e da categoria Pro. Durante o evento estadual, Augusto formou duplas com José Antenor dos Reis Lopes no Sub-18 e Marcelo Lima na Pro.

Já no Circuito Nacional Infantojuvenil Maniacs, que ocorreu nos dias 15 e 16 de junho, na Arena Maniacs, em Biguaçu (SC), Augusto Neto ficou em segundo lugar na categoria Sub-16 Masculino, competindo ao lado de Pedro Andrade Valente, e nas Duplas Mistas, onde formou dupla com Vi Costa.

“Estou feliz por mais essas conquistas. Isso só demonstra o quanto estou evoluindo bem no cenário estadual e nacional. Muito obrigado aos meus patrocinadores e apoiadores por acreditarem no meu potencial. Vamos seguir treinando muito para sempre representar muito bem o Maranhão”, disse Augusto Neto.

O desempenho no Circuito Maranhense e no Circuito Nacional Infantojuvenil Maniacs reforçam o excelente momento de Augusto Neto no cenário nacional do beach tennis. No início do ano, o atleta maranhense faturou dois títulos e dois vice-campeonatos em três etapas do Circuito Nacional Infantojuvenil de Beach Tennis, realizadas entre os dias 23 e 31 de janeiro: a Copa São Paulo e as etapas de Ribeirão Preto e Casa Branca. Antes, já havia sido campeão da categoria Open no torneio promovido pelo Studio Mormaii Península, em São Luís. 

Já no mês de maio, Augusto Neto foi bem na etapa do World Tour BT200, realizada no Rio de Janeiro. O maranhense não chegou às finais da chave principal, mas deixou boa impressão após ser eliminado pelo ex-número 1 do mundo, Vini Font, em jogo duríssimo.  

Resultados expressivos

Em 2023, Augusto Neto teve resultados expressivos no cenário estadual, nacional e internacional do beach tennis. O maranhense precisou de apenas 10 torneios para colocar seu nome entre os 500 melhores atletas de beach tennis no ranking da Federação Internacional de Tênis (ITF).

Em novembro, Augusto Neto conquistou um título e um vice-campeonato em dois torneios BT10 da ITF Niterói, onde competiu com o catarinense Gui Lima, além de chegar às oitavas de final do BT50 no evento niteroiense. No mesmo mês, o maranhense foi campeão, também ao lado de Gui Lima, da categoria de Duplas Masculinas do BT10 – Open de Beach Tennis, evento realizado em Belo Horizonte. Com essa conquista, Augusto se tornou o primeiro beachtenista do Maranhão a chegar ao lugar mais alto do pódio em um torneio da ITF.

Augusto Neto também se destacou nas etapas do Circuito Nacional de Beach Tennis, realizadas no interior de São Paulo. Em Valinhos, o maranhense sagrou-se campeão nas Duplas Mistas Sub-16 e foi 3º colocado na disputas das Simples Sub-16. Já em Campinas, Augusto foi campeão na Simples Sub-16 e 3º colocado nas Duplas Masculinas Sub-16.

Já na etapa de Ribeirão Preto do Circuito Nacional de Beach Tennis, Augusto Neto subiu ao pódio em três oportunidades. Além de faturar o título nas Duplas Masculinas Sub-16, Augusto ficou em terceiro lugar nas Duplas Mistas Sub-16 e Simples Sub-16. A nível estadual, o jovem atleta venceu as duas primeiras etapas do Maranhense de Beach Tennis.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília (DF) 12/12/2023 – Poetisa Adélia Prado comemora 88 anos de vida.
Frame TV Cultura

A poetisa mineira Adélia Prado é a vencedora da edição 2024 do Prêmio Camões, o reconhecimento mais importante da literatura portuguesa. O anúncio foi feito na tarde desta quarta-feira (26) pela Fundação Biblioteca Nacional.

A conquista celebra uma semana especial da autora, considerada a maior poetisa brasileira viva. Há seis dias, Adélia Prado foi agraciada com o prêmio Machado de Assis, a maior honraria da Academia Brasileira de Letras (ABL) e uma das mais tradicionais do país.

“Foi com muita alegria e emoção que recebi, hoje, dia 26 de junho, um telefonema da senhora Dalila Rodrigues, ministra da Cultura de Portugal, me informando que fui agraciada com o Prêmio Camões. Estava ainda comemorando o recebimento do Prêmio Machado de Assis, da ABL, e, agora, estou duplamente em festa. Quero dividir minha alegria com todos os amantes da língua portuguesa, esta fonte poderosa de criação”, disse a vencedora, em nota enviada à Agência Brasil.

Mineira de Divinópolis, Adélia Prado tem 88 anos. Na bagagem, além de poetisa leva os ofícios de professora, filósofa, romancista e contista. Os primeiros poemas foram publicados em jornais da cidade natal e Belo Horizonte.

A leitura de originais de Adélia impressionou o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), que enviou escritos para que fossem publicados como livro, em 1975. Publicado com o nome Bagagem, o livro de poemas chamou atenção da crítica pela originalidade e pelo estilo.

Com o livro O Coração Disparado, de 1978, conquistou o Prêmio Jabuti de Literatura, conferido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Em 1981, lançou Terra de Santa Cruz.

A produção intelectual de Adélia teve espaço para literatura em prosa, com os livros Solte os Cachorros (1979) e Cacos para um Vitral (1980).

A autora, que também publicou obra para o público infantil, mantinha em sua produção conteúdos ligados à fé católica. As páginas escritas pela mineira costumavam trazer temas ligados a Deus, família e a perspectiva da mulher.

A mais nova vencedora do Camões prepara um livro para ser lançado em breve, Jardim das Oliveiras, uma referência ao lugar onde, segundo a tradição cristã, Jesus Cristo rezou na véspera da crucificação.

A poetisa se adaptou ao mundo digital para que parte de sua obra continue sendo acompanhada pelas redes sociais. Pela conta de Instagram é possível ouvi-la falar a respeito ou simplesmente recitar poesias.

O prêmio

Criado em 1988, o Prêmio Camões tem o objetivo de consagrar um autor de língua portuguesa que, pelo conjunto da obra, tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural do idioma. O nome é uma homenagem a Luís Vaz de Camões, um dos maiores poetas portugueses.

A vencedora receberá um prêmio de 100 mil euros, o equivalente a mais de R$ 580 mil. O valor é subsidiado igualmente entre as duas instituições que organizam o Camões: o Ministério da Cultura português e a Fundação Biblioteca Nacional, vinculada ao Ministério da Cultura brasileiro.

Ainda não há data marcada para a entrega da premiação, que pode ser no Brasil ou em Portugal.

Escolha

A escolha de Adélia Prado foi feita por um júri de seis pessoas, sendo duas representantes do Brasil, duas de Portugal e duas de Moçambique. A cada duas edições, um terceiro país é escolhido para representar os demais integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Os integrantes brasileiros foram o escritor Deonísio da Silva e o professor e pesquisador Ranieri Ribas. Os dois participam da reunião diretamente da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

Pelo lado de Portugal figuram as professoras Clara Crabbé Rocha e Isabel Cristina Mateus. O filósofo e crítico de arte poética Dionisio Bahule e o professor Francisco Noa formaram a triparte moçambicana do júri.

Em comunicado sobre a escolha, o júri classificou Adélia como “autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética”.

“Adélia Prado é há longos anos uma voz inconfundível na literatura de língua portuguesa”, completa.

Os jurados lembraram o elogio que Carlos Drummond de Andrade fez à conterrânea. Nas palavras dele, reproduz o comunicado, “Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo".

O presidente da Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi, enfatizou a relação entre Drummond, Adélia e o Brasil.

“É a voz profunda de Divinópolis, que teve em Carlos Drummond de Andrade um de seu mais fervorosos leitores. Foi ele quem a descobriu para o Brasil, e hoje é o Brasil que se descobre dentro de sua obra”.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou que Adélia Prado representa a força e a criatividade das mulheres no cenário cultural.

O diploma entregue ao laureado contém o nome de todos os países de língua portuguesa e é assinado pelos chefes de estado do Brasil e de Portugal. Além desses dois países, formam a CPLP Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Outros vencedores

O vencedor da edição 2023 foi o ensaísta, crítico literário, cronista e tradutor português João Barrento.

Entre os 36 vencedores do Prêmio Camões estão 15 brasileiros, 14 portugueses, três moçambicanos, dois cabo-verdianos, um angolano e um luso-angolano.

O brasileiro que mais recentemente conquistou o Camões foi outro mineiro, escritor Silviano Santiago, em 2022.

Entre os brasileiros agraciados aparecem João Ubaldo Ribeiro (2008), Lygia Fagundes Telles (2005), Jorge Amado (1994), Rachel de Queiroz (1993) e João Cabral de Melo Neto (1990).

Recusa

A edição de 2019 foi marcada por uma recusa em entregar o diploma de vencedor. O premiado da 31ª edição era o escritor, cantor e compositor Chico Buarque. Mas o então presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), de quem o músico é crítico, não cumpriu o protocolo, fazendo com que a láurea só chegasse às mãos de Chico em 2023, com a assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para assinatura do nosso presidente Lula”, disse Chico na cerimônia.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília, DF 29/01/2024 A Conferência Nacional de Educação (Conae) 2024 continua até amanhã (30), em Brasília. O encontro começou ontem (28) e na Universidade de Brasília (UnB). Nos colóquios de hoje, cerca de 2,5 mil representantes da sociedade civil, de vários segmentos educacionais e setores sociais, e de entidades que atuam na educação e em órgãos do poder público, discutiram propostas para a educação no país. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Professores de universidades e de institutos federais de educação começam, a partir desta quarta-feira (26), a retomar as atividades acadêmicas, encerrando cerca de 70 dias de greve. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), as atividades acadêmicas serão normalizadas até o dia 3 de julho.

De acordo com o comando, a assinatura do acordo de fim do movimento, que estava marcada para hoje. foi adiada para amanhã (27) a pedido da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas (Fasubra). A solicitação visa dar tempo para a realização da assembleia que deverá confirmar a saída dos técnicos-administrativos da greve.

A presidente da Associação dos docentes da Universidade de Brasília (Adunb), Eliene Novaes, informou à Agência Brasil que as aulas foram retomadas hoje com um “intenso debate sobre o calendário acadêmico”, bem como sobre o resultado do movimento que, segundo a entidade, traz ganhos para os professores e avanço na reposição salarial.

“O governo apresentou uma proposta de reposição salarial de 9% a partir de janeiro de 2026, e de 3,5% a partir de abril de 2026, além da reposição dos níveis da carreira. Além desses pontos, temos outros ganhos que são resultados dessa greve. São pontos que dizem respeito à reestruturação da carreira, a direito dos aposentados, a direito de progressão e promoção docente”, disse a representante dos professores da UnB.

Cronograma

A definição do cronograma para retorno pleno das atividades, durante a reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UnB, está prevista para quinta-feira (27) à tarde. “Vamos reestruturar toda a programação de compensação de aulas de reposição das aulas durante o período de greve. Esse calendário é fundamental para assegurarmos, a estudantes e professores, todo direito ao ensino e às ações desenvolvidas”, explicou a dirigente.

A proposta apresentada pelo governo – acatada pelo comando nacional de greve – foi a de reajuste zero em 2024, devido às limitações orçamentárias. Para compensar, foi oferecida uma elevação do reajuste linear de 9,2% para 12,8% até 2026,, sendo 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.

A Adunb informa que a recomposição orçamentária das universidades federais é apenas uma das demandas do movimento paredista. A entidade tem criticado a defasagem nos orçamentos e a intervenção no pleno funcionamento das universidades.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 28/11/2023 – Estudantes do ensino médio terão poupança para permanecer na escola
Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Os estudantes do ensino médio da rede pública, beneficiados pelo programa Pé-de-Meia, começam a receber a quarta parcela do incentivo, de R$ 200, a partir desta quarta-feira (26). O pagamento é referente à frequência às aulas no mês de abril.

A chamada poupança do ensino médio será depositada até 1º de julho, conforme o mês de nascimento do aluno, na conta aberta, automaticamente, pela Caixa Econômica Federal, em nome do estudante.

Veja o calendário de pagamento da quarta parcela: 

26 de junho: para nascidos em janeiro, fevereiro e março;

27 de junho: para nascidos em abril, maio e junho;

28 de junho: para nascidos em julho, agosto e setembro; 

1º de julho: para nascidos em outubro, novembro e dezembro.

Depósitos

Os depósitos do Pé-de-Meia são feitos em contas digitais abertas, automaticamente, pela Caixa em nome dos participantes do programa. 

Caso o aluno beneficiado tenha menos de 18 anos, é necessário que o responsável legal o autorize a movimentar o valor. Esse consentimento poderá ser feito em uma agência bancária da Caixa ou pelo aplicativo Caixa Tem, disponível para smartphones. Basta o responsável escolher a opção “Programa Pé-de-Meia” – “Permitir acesso a um menor”.

No aplicativo Caixa Tem, se o responsável legal for o pai ou a mãe, será necessário fazer o upload do RG do estudante. Se o responsável legal não for um dos pais do aluno, a autorização deve ser dada em uma agência da Caixa. 

Se o estudante for maior de idade, a conta já estará desbloqueada para movimentação do valor recebido, como sacar o dinheiro.

A chamada poupança do ensino médio pode ser movimentada pelos seguintes canais: app Caixa Tem, caixas eletrônicos da Caixa, lotéricas e correspondentes Caixa Aqui, com uso de saque digital com cartão da conta. Em caso de dúvidas, basta acessar os canais digitais do Ministério da Educação (MEC) ou o aplicativo Jornada do Estudante.

Pé-de-meia

Com o programa federal Pé-de-Meia, o MEC pretende democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social.

O programa foi instituído pela Lei nº 14.818/2024 e prevê o pagamento de incentivo à matrícula no valor de R$ 200, pago em uma parcela anual. O incentivo à frequência mensal é de R$ 200, que pode ser sacado a qualquer momento, e é pago em nove parcelas. Por ano, o total será de R$ 1,8 mil. Em 2024, excepcionalmente, serão pagas oito parcelas do incentivo.

Adicionalmente, ao término de cada ano letivo do ensino médio concluído será realizado o depósito do Incentivo Conclusão no valor de R$ 1.000, totalizando R$ 3 mil. O valor fica retido e somente poderá ser sacado da poupança após a conclusão dos três anos do ensino médio.

A participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) cria a parcela única adicional de R$ 200.

Se consideradas todas as parcelas de incentivo, os depósitos podem chegar a R$ 9,2 mil por aluno.

arte poupança ensino médio, pé-de-meia

Quem pode participar?

O Pé-de-Meia é destinado a estudantes matriculados no ensino médio da rede pública de ensino de qualquer parte do país. Não é necessário fazer inscrição no programa. Para participar, é necessário que o estudante cumpra os seguintes requisitos:

- pertencer a família inscrita no Cadastro Único para programas sociais do governo federal (CadÚnico);

- ter inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);

- ter idade entre 14 e 24 anos e estar matriculado no ensino médio regular das redes públicas;

- ter idade entre 19 e 24 anos e estar matriculado na educação de jovens e adultos (EJA),

- participante do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja).

- ter, no mínimo, 80% de frequência escolar;

- ter concluído o ano letivo com aprovação;

- ter participação de exames obrigatórios.

Em caso de dúvidas, basta acessar os canais digitais do MEC, o site do programa ou o aplicativo Jornada do Estudante.   

(Fonte: Agência Brasil)