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Destaque Concurso Unificado. Foto: Arte/EBC

O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) será realizado neste domingo (5), em dois turnos, em 228 municípios de todos os Estados brasileiros, mais o Distrito Federal. O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), organizador do certame, em colaboração com a Fundação Cesgranrio, contratada para realização do concurso unificado, tem supervisionado as diferentes etapas para garantir o sucesso na aplicação das provas e na seleção dos candidatos mais qualificados para ocupar uma das 640 vagas ofertadas pelos 21 órgãos federais nesta primeira edição.

Brasília, (DF) – 16/02/2024 –  Alexandre Retamal, coordenador-geral de logística do CPNU, participa do programa A Voz do Brasil. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.

Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador-geral de Logística do CPNU no MGI, Alexandre Retamal, destacou aspectos prioritários da organização nos dias que antecedem o concurso: segurança para garantir integridade e sigilo; infraestrutura acessível a todos; logística eficiente de distribuição e retorno dos cadernos de provas; comunicação clara; transparência para garantir imparcialidade e equidade no processo; uso de tecnologia para agilizar processos e reprimir fraudes e vazamentos.

Entre eles, a segurança é destacada como a principal, para garantir a integridade, lisura e sigilo das provas e, igualmente, evitar vazamentos e fraudes no concurso unificado.

Segurança x fraudes

O MGI tem destacado que, desde o planejamento até a divulgação dos resultados, conta com a experiência de 25 anos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) do Ministério da Educação (MEC), na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que inspirou o CNPU.

Em relação à segurança e à inteligência, o MGI ampliou os protocolos de segurança que já existiam da aplicação do Enem, com apoio da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), com a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Força Nacional de Segurança Pública (MJSP) e dos Correios.

“Todos esses órgãos, em conjunto, atuam para a gente garantir, desde a vigilância nos locais de elaboração das questões de prova do concurso, impressão e a distribuição das provas fazendo a escolta e a vigilância junto com os Correios. Além disso, está sendo feita a vigilância nos armazéns onde as provas estarão até o dia da prova e a escolta nos Estados até os locais de aplicação”, destaca o coordenador-geral.

“Tudo que a gente puder fazer para garantir a segurança e a lisura do certame nós já estamos fazendo para que os candidatos possam chegar, no dia de prova, e fazer o seu melhor sem ficar preocupado se outras pessoas serão beneficiadas por esquemas fraudulentos”, reiterou Alexandre Retamal.

No dia da prova

No domingo, serão mais de 75,7 mil salas de aplicação das provas, distribuídas em 3.665 locais de aplicação, como escolas e universidades, localizados em 228 municípios. O coordenador do CPNU destaca que todos os locais de aplicação contarão com vigilância e rondas para garantir a segurança. O MGI planeja instalar, em pontos indicados pela Polícia Federal, detectores de metal e de pontos eletrônicos, principalmente, próximos aos banheiros dos locais das provas. O objetivo é impedir o uso fraudulento da tecnologia para contato externo e repasse ilegal de respostas das questões do concurso. “Justamente, para impedir a atuação de quadrilhas e organizações criminosas que usam deste artifício dos pontos eletrônicos com os candidatos na tentativa de burlar o concurso”.

Alexandre Retamal orienta o candidato que, ao entrar no local de prova, entre as 7h30 e as 8h30 de domingo, deve portar apenas o cartão de confirmação, um documento de identidade com foto, caneta preta de material transparente. Além disso, pode levar água em garrafa transparente e alimentação em embalagens fechadas.

>> Veja dicas na reta final para o Concurso Público Nacional Unificado.

No momento da aplicação das provas objetivas e dissertativas, nos dois turnos de domingo, todos os candidatos serão orientados a desligarem e guardarem, dentro de um envelope lacrado, os equipamentos com qualquer componente eletrônico, como celulares, chaves com alarme, calculadoras e relógios. Também estão proibidos os portes de relógios de qualquer natureza, pen-drives, mp3 player, fones de ouvido agendas eletrônicas, gravadores, e microcomputadores portáteis e outros sob pena de eliminação do candidato.

“É importante que os candidatos atendam às orientações dos fiscais de sala e evitem levar qualquer tipo de anotação, qualquer tipo de material que possa ser identificado como cola ou algum item escuso para que não haja surpresas”, adverte Retamal. A tentativa de fraude em um concurso público configura crime, conforme o Código Penal Brasileiro, e pode resultar em pena de um a cinco anos de prisão.

Pós-prova

Outras medidas de segurança que serão adotadas pelos fiscais de sala, durante a aplicação das provas, consistem na coleta de digitais de todos os participantes e no exame grafológico, quando o candidato terá que reescrever uma frase impressa no próprio cartão-resposta por recomendação da Polícia Federal. “Também fizemos uma parceria com a Polícia Federal para depois, quando os candidatos forem aprovados no concurso, os agentes verificarem se aquele candidato que fez a prova é o mesmo que fez a inscrição, por meio daquela coleta de digitais e do exame grafológico”, aponta o coordenador do CNPU.

Um acordo com o MEC possibilitará a confirmação da veracidade e da validade de diplomas de graduação e documentos apresentados pelos aprovados no concurso no momento da prova de títulos e da efetiva posse da vaga.

Desde essa terça-feira (30), uma força-tarefa da Advocacia Geral da União (AGU) também tem trabalhado em regime de plantão judicial para dar segurança jurídica à realização do CPNU. De acordo com o MGI, os 121 integrantes da AGU trabalharão de forma estratégica em eventuais ações judiciais para que não causem instabilidades no processo seletivo, sobretudo no domingo. O plantão judicial será mantido até 9 de maio.

Colaboradores

O Concurso Nacional Unificado envolverá cerca de 215 mil funcionários na segurança, transporte e aplicação das diferentes provas do certame. O número representa, em média, 10% do total de inscritos no Enem dos Concursos, que tem mais de 2,1 milhões de candidatos inscritos. 

“Este é o contingente de pessoas [215 mil] que nós estamos organizando para participar da aplicação, desde o planejamento até toda a parte da elaboração de provas, distribuição de provas, aplicação, depois a logística de reversa e correção”, diz o coordenador de Logística do concurso.

Em um concurso público, a logística de reversa controla o fluxo de retorno das provas, que não poderão ser levadas pelos candidatos, e dos cartões-resposta dos candidatos aos locais de correção.

O MGI explica que, para todo o ciclo de planejamento e realização deste que é o maior concurso público realizado no Brasil para preenchimento de vagas no Executivo federal, foi necessária a contratação de colaboradores para atender à demanda de candidatos. 

Dúvidas

Até sábado (4), véspera da aplicação das provas, a Fundação Cesgranrio mantém canais de comunicação para tirar dúvidas, por exemplo, sobre os locais de provas, vagas reservadas ou tratamento diferenciado. O contato pode ser feito pelo telefone 0800 701 2028, das 9h às 17h, de segunda a domingo, ou pelo e-mail [email protected]

Serviço

Provas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU)

Data: 

domingo, 5 de maio de 2024

Horários: 

manhã – portões abrem às 7h30 e fecham às 8h30

Início da prova: às 9h

 tarde – portões abrem às 13h e fecham às 14h

Início da prova: às 14h30

Os candidatos não poderão sair dos locais de prova com o caderno de questões por medida de segurança.

(Fonte: Agência Brasil)

Dos Brasis é a maior exposição de artistas negros já feita no país. - Maria Auxiliadora. A Prearação das Meninas, 1972 -  Foto: Diogo Barros/Div Sesc

A mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros, reúne obras de 240 artistas. Depois de passar sete meses em São Paulo, com mais de 130 mil visitantes, a exposição chega ao Rio de Janeiro e será instalada no Centro Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis, na região serrana. Com abertura marcada para o dia 3 de maio, a mostra receberá visitantes até 27 de outubro.

Resultado de um trabalho desenvolvido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) em todo o país, a mostra conta com sete núcleos temáticos, reunindo artistas de todos os Estados do Brasil, sob curadoria de Igor Simões, em parceria com Lorraine Mendes e Marcelo Campos. A exposição traz obras em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o século XXI.

A exposição chega na íntegra ao Centro Cultural Sesc Quitandinha. As 314 obras que estavam em exibição no Sesc Belenzinho vão ocupar os salões da área monumental do histórico edifício, que, em 2024, completa 80 anos. Parte dos trabalhos, alguns inéditos, também serão expostos pela primeira vez na área externa e no lago em frente à unidade. A mostra vai ainda oferecer ao público uma programação paralela com ações em mediação cultural e atividades educativas, além de um programa público composto de debates e palestras com convidados.

Dos Brasis é a maior exposição de artistas negros já feita no país. - Ayrson Heráclito - Agué com Folha de Prata no Peito e Avivi, 2022 - Foto: Divulgação/Sesc

Segundo o curador Igor Simões, um dos principais pontos que essa exposição discute é a necessidade de se levar em consideração que qualquer debate sobre arte brasileira terá de passar pela arte produzida por 57% da população do país.

“O fato de nós lidarmos que essa exposição esteja acontecendo em 2024 é, ao mesmo tempo, motivo de celebração e de consternação. Estabelecer a centralidade do debate da arte afro-brasileira para qualquer discussão que seja feita dentro de uma ideia de arte no Brasil é um dos grandes objetivos dessa exposição. É inegável que as pessoas que formam a maioria do Brasil querem se ver, querem ver o que elas têm entregado ao mundo em termos de pensamento artístico, estético, de diferentes linguagens”, disse o curador.

Para se chegar a esse expressivo número de artistas negros, presentes em todo o território nacional, foram abertas duas frentes. Na primeira, foram realizadas pesquisas in loco em todas as regiões do Brasil com a participação do Sesc em cada Estado, com o objetivo de trazer a público vozes negras da arte brasileira. Essas ações desdobraram-se em atividades e programas como palestras, leituras de portfólio, exposições, entre outros. Esse processo teve uma atenção especial para que não se limitasse apenas às capitais do país, englobando também a produção artística da população negra de diversas localidades, como cidades do interior e comunidades quilombolas.

A segunda frente foi a realização de um programa de residência artística on-line intitulado Pemba: Residência Preta, que contou com mais de 450 inscrições e selecionou 150 residentes. De maio a agosto de 2022, os integrantes foram orientados por Ariana Nuala (PE), Juliana dos Santos (SP), Rafael Bqueer (PA), Renata Sampaio (RJ) e Yhuri Cruz (RJ). A Residência, que reuniu artistas, educadores e curadores/críticos, contou ainda com várias aulas públicas.

(Fonte: Agência Brasil)

Destaque Concurso Unificado. Foto: Arte/EBC

No próximo domingo (5), será realizado o Concurso Unificado, o maior certame já feito no país. Pela manhã, os candidatos irão fazer a prova objetiva de conhecimentos gerais e a redação. No período da tarde, será a vez das provas de conhecimentos específicos para os cargos de nível superior e uma nova rodada de conhecimentos gerais para os de nível médio. Os portões dos locais de prova irão abrir às 7h30 e às 13h, respectivamente. 

E o que fazer nos últimos dias antes das provas? Estudar mais? Descansar? Não existe uma fórmula padrão, mas o professor Jorge Alonso, especialista em cursos preparatórios para concursos públicos, dá algumas dicas para os candidatos. 

O que o candidato pode levar ou não no dia prova

PODE levar:

- Cartão de confirmação de inscrição, que pode ser impresso na Página do Candidato.

- Documento de identidade original com foto. Não serão aceitas cópias – mesmo que autenticadas. No caso dos documentos digitais, o candidato deverá acessar o aplicativo no momento da identificação, na entrada da sala. O aplicativo deve ser baixado no celular previamente e pode ser acessado mesmo sem internet.

- Caneta preta de material transparente. Recomendação é levar mais de uma caneta.

-  Pode levar alimentos em embalagens lacradas e garrafas de água transparentes.

NÃO PODE levar:

- Relógio de qualquer natureza, óculos escuros, chapéu, boné, gorro e protetores auriculares.

- Será fornecido envelopes para os candidatos que precisem guardar itens, como telefones celulares. O aparelho e eventuais alarmes deverão ficar desligados durante toda a prova. O candidato só poderá abrir o envelope com seus pertences e ligar o aparelho celular após finalizar a prova e quando já estiver do lado de fora dos locais de exame.

- Não é permitido uso de aparelhos eletrônicos. O candidato será eliminado se for constatado, durante as provas, o porte e/ou o uso de aparelhos sonoros, fonográficos, de comunicação ou de registro, eletrônicos ou não, tais como: agendas eletrônicas, gravadores, pen-drive, mp3 player, fones de ouvido, chaves com alarme ou com qualquer outro componente eletrônico, relógios de qualquer natureza, telefones celulares e microcomputadores portáteis.

- Os candidatos não poderão levar o caderno de provas ao término do concurso – em nenhum dos turnos.

(Fonte: Agência Brasil)

Ao longo de 15 anos, muitas histórias foram contadas - por várias vozes, em muitos espaços, em cantos diversos do país. E, após uma trajetória de sucesso de público em São Luís e em Belém, o grupo maranhense Xama Teatro apresentará em Fortaleza, no Ceará, a programação especial de comemoração aos 15 anos de atividade do premiado coletivo, por meio do projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias”. As ações – entre elas, atividades formativas, espetáculos e narração de histórias –, contam com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do governo federal.

Com início no próximo dia 9 de maio (quinta-feira), a temporada em Fortaleza será realizada até o dia 17 de maio, com uma programação totalmente gratuita e aberta a todos os públicos, em dois locais da capital cearense: no Porto Iracema das Artes, na Rua Dragão do Mar, 160, na Praia de Iracema; e no Teatro Dragão do Mar, na Rua Dragão do Mar, 81, na Praia de Iracema.

Coordenado por atrizes maranhenses e com uma trajetória de sucesso no território nacional, desde 2008, o grupo Xama Teatro já circulou por todos os Estados do Brasil, foi premiado nos principais editais culturais do país e é conhecido e respeitado pela arte de narrar histórias a partir da construção conjunta de texto e cena.

Em 2024, o projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias” foi iniciado no último mês de março, em São Luís – no mês seguinte, a programação especial encantou o público de Belém, no Pará. Para a atriz e professora Gisele Vasconcelos, integrante do grupo, a expectativa é de grandes momentos de trocas artísticas com o público de Fortaleza.

“Em Fortaleza, onde há um fluxo maior de festivais, a gente pretende trocar figurinhas com o público, para que possam sentir a essência do [grupo] Xama Teatro. Ir para o Ceará é uma maneira de estarmos em locais onde possamos convidar pessoas para reconhecer a nossa arte. Nossa expectativa é de realmente trazer nossa produção para o maior público possível, repetindo o sucesso que conseguimos em São Luís e Belém”, analisou – o projeto pretende alcançar um público de, aproximadamente, 3 mil pessoas nos três Estados.

O retorno das produções de iniciativas de incentivo à cultura brasileira em 2023 abriu possibilidades para que pudessem circular em regiões brasileiras apresentando a versatilidade e inventividade características do grupo maranhense, pontua a dramaturga, atriz e diretora do Xama Teatro, Nicolle Machado.

“Este projeto [O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias] visa notabilizar a cultura Norte-Nordeste do país. É preciso difundir as práticas das artes cênicas produzidas no Maranhão e destacar as ações e projetos do Xama Teatro que se torna uma importante medida de democratização, descentralização e regionalização de saberes e práticas de grupos historicamente vulnerabilizados”, analisou a diretora.

Programação

A programação em Fortaleza será iniciada a partir do dia 9 de maio, com a oficina “Residência Experimentos Arcanos”, ministrada por Renata Figueiredo, das 9h às 12h, no Porto Iracema das Artes, até o dia 11/5. Também na quinta-feira (9), uma sessão especial do espetáculo “As Três Fiandeiras” ocorrerá às 19h, no Teatro Dragão do Mar.

No dia 10/5 (sexta-feira), também às 19h, o projeto apresenta o espetáculo “A Vagabunda - Revista de Uma Mulher Só”, no Teatro Dragão do Mar – no mesmo local, no dia 12/5 (domingo), o público poderá conferir uma “Narração de Histórias”, a partir das 17h.

Na segunda semana de programação, serão duas ações formativas entre os dias 13 e 15 de maio, no Porto Iracema das Artes: a oficina “Criação + Produção = Autogestão”, por Nádia Ethel, das 9h às 12h; e a oficina “A Construção da Cena”, por Nicolle Machado, das 15h às 18h.

Já nos dias 16 e 17 de maio, serão realizados, respectivamente, os espetáculos “A Besta Fera – Biografia Cênica de Maria Aragão” e “A Carroça É Nossa”. Ambos às 19h, no Teatro Dragão do Mar.

Os ingressos de toda a programação podem ser retirados por meio do Sympla, no endereço: https://www.sympla.com.br/produtor/xamateatro.

Serviço

O QUÊ: edição Fortaleza do projeto “O Teatro Te Xama: 15 anos em 15 dias”, do grupo maranhense Xama Teatro;

QUANDO: entre os dias 9 e 17 de maio, com ações formativas, espetáculos e narração de histórias;

ONDE: ações no Porto Iracema das Artes, na Rua Dragão do Mar, 160, na Praia de Iracema; e no Teatro Dragão do Mar, na Rua Dragão do Mar, 81, na Praia de Iracema;

Contatos: AP Assessoria de Imprensa – (98) 99613-6521 – Aidê Rocha; (98) 99968-2033 – Gustavo Sampaio.

Ingressos

Redes do Grupo Xama Teatro:

(Fonte: Assessoria de imprensa)

MULHERES E ESTRELAS

– Uma palavra de carinho, gratidão e reconhecimento para as mulheres... e alguns números indignos e revoltantes provocados pelos homens.

* * *

Qual o poema que falta ser feito

de um homem para uma mulher?

Que palavras, que modo, que... que jeito

de bem dizer aquilo que se quer?

O melhor poema para a mulher,

quem sabe, talvez nunca seja escrito

– porque o melhor poema para ela

seja, sim, aquilo que lhe seja dito...

... dito com ternura, verdade, carinho,

como quem acaricia flor e ramo,

esse poema, bem pequenininho,

é o mais simples, e o maior: “Eu te amo!”

* * *

MULHERES E ESTRELAS

*

Há algo de diferente, muito diferente, no espírito feminino.

As mulheres têm uma capacidade de suportação, de resignação e resistência que transcende a imaginação e a perplexidade do homem.

As mulheres merecem mais, muito mais: mais poder, mais participação, mais reconhecimento. As mulheres são melhores.

Tem algo de múltiplo e vário na singeleza da mulher,

de arrebatador em sua beleza,

de premonitório em seu olhar,

de indecifrável no seu ser,

de irresistível em sua sedução.

Talvez porque não haja um homem que, no íntimo, não se quede ante esse poder invisível, invejável, de que foi dotada, às escondidas, a mulher.

O poder e a resistência, a sedução e o encantamento femininos – ante os quais impérios ruíram e também se alevantaram,

vidas se ergueram e igualmente tombaram,

fracos se fortaleceram e heróis se acovardaram...

Sim... Seja à frente de reinados ou nos bastidores de residências,

sentadas em tronos como rainhas reais ou em pé em casa como rainhas domésticas,

as mulheres têm, escondido ou explícito, um poder diferente,

uma força indescrita,

um segredo não revelado,

um mistério indecifrado.

Mulher. Mar pouco navegado.

Território pouco desbravado.

Alma quase nunca compreendida.

Sentimentos quase sempre pouco correspondidos.

Desejos simples contrafeitos.

Vontades abissais insatisfeitas.

Uma mulher não é só um corpo, embora, mesmo quando acompanhada, seja uma alma só.

Sozinha.

Solitária.

Mulher – usada e ousada.

Mulher – cifrada e indecifrada.

Mulher – que acomoda e incomoda.

Mulher – citação e excitação.

Se o homem veio do barro, as mulheres vieram do pó.

Pó de estrelas.

Por isso brilham.

Por isso luzem.

Por isso ofuscam.

Por isso reinam.

Por isso voam.

... E também por isso nós homens as amamos.

****

(*) O Dia Nacional da Mulher foi criado pela Lei nº 6.791/80, sancionada pelo presidente João Figueiredo, em homenagem a Jerônima Mesquita, nascida em Leopoldina (MG), em 30 de abril de 1880, e falecida no Rio de Janeiro (RJ), em 1972.

No início do século XX, Jerônima Mesquita estudava na Europa e, ao retornar ao Brasil, trouxe consigo a coragem de enfrentar as situações contrárias às mulheres. Uniu-se a um grupo de senhoras combativas e tornou-se feminista e defensora do direito do voto para a mulher.

A violência contra a mulher brasileira está longe de terminar, e o Brasil já é o quinto país do mundo que mais mata mulheres, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Em 2020, pelo menos, cinco mulheres foram mortas todo dia, por crime de feminicídio.

 Em 2018, foram três mulheres vítimas de feminicídio por dia.

A cada dois minutos uma mulher sofre violência no Brasil, chamada lesão corporal dolosa – é a mulher que apanha, que é espancada. Foram mais de 260 mil casos registrados em 2018, só os registros feitos sob a Lei Maria da Penha.

Dos mais de 66 mil casos de estupros registrados oficialmente no Brasil em 2018, 81,8% foram contra mulheres. São 148 mulheres estupradas todo dia, seis a cada hora, uma a cada 10 minutos.

Uma menina de, no máximo, 13 anos é estuprada a cada 15 minutos – e 75,9% dos agressores são pais, tios, primos, vizinhos, amigos da família e outras pessoas conhecidas das vítimas.

E notícias informam que, não havendo mudança no histórico e no cenário, o Brasil caminha para a triste liderança mundial de violência contra a mulher.

*

Viva a mulher!

Vida à mulher.

Elas, mulheres, só querem ajudar a tornar o mundo melhor, de preferência ao lado da maior obra que elas criaram – os homens.

* EDMILSON SANCHES

Em sua primeira edição, o projeto Vila de Campeões: Ensinando pelo Judô, que conta com os patrocínios do governo do Estado e da Potiguar via Lei de Incentivo ao Esporte, faz um importante trabalho de inclusão social em pouco mais de oito meses de atividades na Vila Conceição, bairro localizado na região do Altos do Calhau, em São Luís. Idealizada para reforçar os valores do esporte em união com a educação, a iniciativa atende cerca de 100 crianças com aulas gratuitas de judô.

As aulas do projeto Vila de Campeões  são realizadas duas vezes por semana, no Instituto Valdimiro Soares, nos turnos matutino e vespertino. Além de não terem custo com as atividades, os alunos ganharam quimonos e receberam toda a estrutura necessária para os treinos de judô.

O sensei do projeto Vila de Campeões, Gustavo Bezerra, afirma que a iniciativa já está colhendo resultados expressivos em menos de um ano de atividades, não só na formação de atletas, mas, principalmente, de cidadãos. De acordo com Gustavo, os jovens judocas estão se empenhando mais na escola e se dedicando aos treinos com muita animação, para orgulho de suas famílias.

“O projeto visa tirar as crianças do momento ocioso e da rotina de ficar sem fazer nada para conhecer uma prática esportiva reconhecida no mundo todo, que ajuda bastante em casa e na escola, pois ensina a criança a ter mais atenção, disciplina e paciência. A evolução das crianças no treinamento e na questão comportamental é nítida após esses meses, melhoraram muito em casa e em sala de aula, de acordo com relato de professores e pais. Elas estão procurando ter sempre essa responsabilidade de querer treinar e tirar notas boas, pois já entenderam que o esporte anda de lado com a educação. Fica o nosso agradecimento ao governo do Estado e à Potiguar por acreditarem nessa iniciativa”, destaca o sensei.

Tudo sobre o Vila de Campeões: Ensinando pelo Judô está disponível no perfil oficial do projeto no Instagram (@viladecampeoes). Vale destacar que a primeira edição dessa iniciativa social conta com os patrocínios do governo do Estado do Maranhão e da Potiguar por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Uma sala, quatro monitores e computadores, 60 câmeras e um policiamento ostensivo contribuíram para diminuir assaltos no transporte público de Sobradinho e Planaltina. O número de ocorrências caiu este ano, em comparação com 2019. Nos últimos dois meses não houve nenhum crime desse tipo registrado em coletivos nas duas cidades. Fotos: Paulo H. Carvalho / Agência Brasília

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) divulgou, nesta segunda-feira (29), o edital para a contratação temporária de 200 profissionais de tecnologia da informação, além de cadastro reserva para atender a futuras necessidades.

Os selecionados atuarão no Programa Startup Gov.br, que tem o objetivo de apoiar e acelerar projetos de transformação digital do governo federal.

Os interessados poderão se inscrever de 2 a 20 de maio no site do Instituto AOCP, organizador do concurso. A taxa de inscrição custará R$ 60. Os candidatos economicamente hipossuficientes e doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde poderão solicitar a isenção da taxa de inscrição.

De acordo com o edital, a prova objetiva será aplicada em todas as capitais. Caso o número de inscritos exceda a capacidade de distribuição de candidatos, a prova poderá ser aplicada também em cidades vizinhas.

O secretário de Governo Digital, Rogério Mascarenhas, explicou que a iniciativa pretende democratizar a participação de mais brasileiros neste concurso temporário e promover a diversidade socioeconômica e regional na administração pública federal. 

“Queremos diferentes perfis de brasileiros no serviço público, justamente para conseguir pessoas que possam promover a inclusão nos projetos de transformação digital, com aquele olhar de não deixar ninguém para trás”, disse.

Os aprovados terão de comprovar graduação de nível superior em qualquer área. Outro critério para tomar posse da vaga temporária é também experiência profissional de 5 anos nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação, Ciência de Dados, Administração Pública, Comunicação, Administração, Ciência da Informação ou engenharias ou título de mestre ou doutor nas mesmas áreas.

A remuneração mensal será de R$ 8.300, e os profissionais também receberão auxílio-alimentação. A carga horária do cargo temporário será de 40 horas semanais, com vínculo à Secretaria de Governo Digital do MGI, em Brasília.

As vagas distribuídas conforme os perfis profissionais estão detalhadas no edital do processo seletivo.

(Fonte: Agência Brasil)

Arte Concurso unificado destaque home. Arte: EBC

As provas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) promovido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos serão aplicadas no próximo domingo (5), em 75.730 salas, distribuídas em 3.665 locais de aplicação, como escolas e universidades.

Mais de 2,1 milhões de candidatos disputam uma das 6.640 vagas do chamado Enem dos Concursos, considerado o maior certame do tipo na história do país, segundo o ministério.

A comissão organizadora definiu que 228 municípios, em 26 Estados e Distrito Federal, receberão os candidatos. A escolha das cidades considerou aquelas com mais de 100 mil habitantes, conforme dados do Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além da densidade populacional, foram considerados como critérios de seleção das localidades a facilidade de acesso às cidades e o raio de influência microrregional do município.

O ministério pretende aumentar a representatividade da força de trabalho a partir da aprovação dos candidatos, com diferentes perfis socioeconômicos, demográficos e territoriais, para que se reflita na administração pública federal.

Proximidade de casa

Os candidatos farão as provas perto de suas casas, o que, segundo a organização, democratiza o acesso ao serviço público em 21 órgãos federais, de uma só vez.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) aponta que 94,6% dos inscritos aptos a participar terão que se deslocar até 100km de seus domicílios.

O governo federal entende que este fator promove a igualdade de oportunidades de acesso aos cargos públicos, pois é mais prático e barato para a população a realização do certame próximo de casa, em um único dia, com o pagamento de uma única taxa de inscrição, de forma inédita.

Na última quinta-feira (25), o governo federal divulgou o local das provas de cada candidato a partir da disponibilização do Cartão de Confirmação de Inscrição do Concurso Público Nacional Unificado dos concorrentes, na área do candidato.

Para solicitar correções no cartão de confirmação, os inscritos devem entrar em contato com a Fundação Cesgranrio, banca organizadora do concurso unificado, pelo telefone: 0800 701 2028, de 9h as 17h, de segunda a domingo. Pelo email [email protected] é possível esclarecer e tirar dúvidas sobre os locais de provas, vagas reservadas ou tratamento diferenciado para realização das provas até a véspera da aplicação das provas, no sábado (4). 

Regiões

Os candidatos também podem visualizar, no site do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, os locais onde serão realizadas as provas, nas 228 cidades espalhadas pelo país.

O ministério fez a distribuição por macrorregiões para acesso democrático e eficiente. Ao todo, são 70 cidades na Região Sudeste; 40 cidades na Região Norte; 61 no Nordeste; 30 na Região Centro-Oeste; e 27 na Região Sul.

A região mais populosa do Brasil, a Sudeste, terá 70 municípios de aplicação de provas, com quatro no Espírito Santo, 26 em Minas Gerais, onze no Rio de Janeiro e 27 em São Paulo.

A Região Norte contará com 40 municípios, sendo dois no Acre, nove no Amazonas, três no Amapá, 17 no Pará, quatro em Rondônia, dois em Roraima e três no Tocantins.

Candidatos do Nordeste poderão realizar a prova em 61 municípios: dois em Alagoas, 18 na Bahia, oito no Ceará, nove no Maranhão, quatro na Paraíba, sete em Pernambuco, sete no Piauí, quatro no Rio Grande do Norte e dois no Estado de Sergipe.

O CPNU será aplicado em 30 municípios do Centro-Oeste, sendo 17 em Goiás, quatro em Mato Grosso do Sul, oito em Mato Grosso e um no Distrito Federal.

Por fim, a Região Sul contará com 27 cidades: nove no Paraná, dez no Rio Grande do Sul e oito em Santa Catarina.

Serviço

Concurso Público Nacional Unificado (CPNU)

Data: 

Domingo (5/5/2024)

Horários:

manhã – portões abrem às 7h30 e fecham às 8h30 Inicio da prova:  às 9h

tarde – portões abrem às 13h e fecham às 14h Início da prova: às 14h30

Candidatos não poderão sair com o caderno de provas por questão de segurança.

(Fonte: Agência Brasil)

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Interessados em participar do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2024 já podem fazer a inscrição. O prazo continua aberto até 10 de maio. Solicitações de atendimento especializado e de tratamento pelo nome social também devem ser feitas durante o mesmo período. O exame será no dia 25 de agosto em todos os Estados e no Distrito Federal.

O atendimento especializado será oferecido a participantes com baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual (mental), surdocegueira, dislexia, deficit de atenção, transtorno do espectro autista e discalculia. Também podem ser beneficiados gestantes, lactantes, idosos e pessoas com outras condições específicas.

edital do Encceja 2024 foi publicado, em março, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Participantes que faltaram às provas do Encceja 2023 devem ter justificado sua ausência no exame caso queiram se inscrever gratuitamente na edição deste ano. Quem não justificar sua ausência ou tiver a solicitação de justificativa reprovada deverá ressarcir ao Inep o valor de R$ 40.

O pagamento deve ser feito por meio de boleto, que será obtido no sistema de inscrição e poderá ser pago em qualquer banco ou casa lotérica.

O exame

O Encceja foi realizado pela primeira vez em 2002, para aferir competências, habilidades e saberes de jovens e adultos que não concluíram o ensino fundamental ou médio na idade adequada. O exame é realizado pelo Inep, responsável pela aplicação, em colaboração com as secretarias estaduais e municipais de Educação. Já a emissão do certificado e da declaração de proficiência é responsabilidade das secretarias de Educação.

(Fonte: Agência Brasil)

 “LETRAS NÃO SÃO SOMENTE CANTO DE ACALANTO, MAS TOQUE DE DESPERTAR, SINAL DE ALERTA, SIRENE DE ALARME, AVISO DE MARCHA, HINO DE GUERRA, CANÇÃO DE VITÓRIA”

(Discurso de Edmilson Sanches, presidente da Academia Imperatrizense de Letras, na solenidade de instalação da Academia Açailandense de Letras e posse de seus membros fundadores. Açailândia, 5 de junho de 2004)

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– “Uma Academia de Letras também é, ou deve urgentemente ser, um clube de serviços, ou, melhor, menos clube, e mais serviço. Prestar serviços que prestam”.

– “Academia não é só um fardão: ela é também um fardo – o qual, cada um dos membros fundadores ajudarão a carregar”.

– “Academia não mais é reverência; quando muito, é referência. É, em igual tempo, museu e laboratório, conservação e criação, pensamento e ação”.

– “Em uma Academia, não basta assinar o ato de posse – temos de tomar posse dos nossos atos”.

– “Não basta tomar posse NA Academia; e indispensável tomar posse DA Academia”.

– “Uma Academia é um laboratório – e não um repositório – de consciências”.

– “Nós, os acadêmicos de Imperatriz, claro, não estamos EM Açailândia, mas sempre estaremos COM Açailândia. Ser açailandense não é apenas nascer ou construir residência em Açailândia – é RENASCER em Açailândia e construí-la, construir e carregar a cidade dentro de si. Não é ter emprego na cidade – é trabalhar por ela. Não basta apenas ser filho da cidade – é preciso criar e crescer a cidade dentro de si”.

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Senhoras e Senhores:

O local mais seguro para um navio é o porto onde ele está fundeado. Mas não é para portos que se constroem navios.

O lugar mais seguro para um automóvel é a garagem, onde ele fica guardado. Porém, não é para as garagens que se fabricam carros.

O melhor lugar para uma criança é o colo da mãe ou os braços do pai. Entretanto, não é para ficar vitaliciamente debaixo das vistas do pai ou sob as saias da mãe que se geram filhos.

Uma Academia igualmente é um local razoável para um intelectual, para um humanista. Mas, ouso dizer, não é somente para reunir gentes sábias que se formam academias.

Não, Senhores. Apesar de ali estarem seguros, não é para portos, mas sim para os mares, que navios são construídos. É para a probabilidade da tempestade, é para a possibilidade da bonança, é para a certeza da viagem que navios são feitos e são lançados à água e singram mares já ou nunca dantes navegados. Navios são feitos porque os mares, e não os portos, existem.

Também é para roer distâncias, encurtar tempos, transportar pessoas e coisas, que se fazem carros. Eles são para as ruas e estradas, pois das vielas e becos cuidam nossos pés. É porque existem espaços para transitar, e não garagens para estacionar, que se industrializam carros.

É para a vida, para o mundo, para a certeza das buscas e incerteza do encontro, que se geram filhos. Sobre eles, pais, no máximo, têm autoridade, não propriedade.

É principalmente para unirem-se em torno de um ideal, e não em frente uns dos outros, que pessoas se juntam em clubes de serviço. E uma Academia de Letras também é, ou deve urgentemente ser, um clube de serviços, ou, melhor, menos clube, e mais serviço. Prestar serviços que prestam.

Porque é urgente e preciso organizar as pessoas para que elas organizem, para melhor, o mundo. Abrir não o leque que espalhe um arzinho de conforto, mas um fole, que resfolegue, que crie, espalhe e trabalhe também o desconforto, donde poderão sobrevir respostas e realidades – assim como do desconforto, da irritação da ostra nasce a preciosidade da pérola. As Letras não são somente canto de acalanto, mas toque de despertar, sinal de alerta, sirene de alarme, aviso de marcha, hino de guerra, canção de vitória.

Senhores:

O que legaliza uma Instituição é seu registro, mas o que a legitima é a qualidade de sua ação. Os Cartórios e as Juntas Comerciais estão cheios de certidões de fantasmas, de escrituras de vivos-mortos. Nesse caso, não há muita diferença entre uma certidão de nascimento e um atestado de óbito.

Não tem jeito. O mundo exige, as cidades precisam, o ser reclama: pessoas e instituições têm de fazer diferença. Há muita inércia no mundo, muita energia estática.

Em uma Academia, não basta assinar o ato de posse – temos de tomar posse dos nossos atos. Pelo menos nós aqui, gente escolada na vida e no ofício, sabemos que o ato de posse não se exaure, ou não se deve exaurir, nesta noite de destaques e de discursos. Não basta tomar posse NA Academia; e indispensável tomar posse DA Academia... Que ninguém se sinta pleno aqui e agora. Academia não mais é reverência; quando muito, é referência. É, em igual tempo, museu e laboratório, conservação e criação, pensamento e ação.

Por mais inusual, pouco comum, que pareça, também cabe a uma Academia – como caberia a qualquer Instituição – auxiliar na desinstalação das pedagogias criminosas. Da pedagogia que não adiciona valor, embora subtraia rendas. Da pedagogia prendedora, e não empreendedora: a educação para a passividade, que disciplina para a dependência, não para a competência.

A dependência cria, no máximo, a revolta; a competência faz a revolução. A revolta muda as pessoas do poder. A revolução muda o poder das pessoas, mostra às pessoas que elas são ou têm o poder.

O revolucionário preexiste à revolução. Uma revolução inicia-se pelo nível da consciência. Uma revolta, pelo nível da emoção. O que se inicia pela consciência fortalece a emoção; o que começa pela emoção, fragiliza a consciência. O revolucionário tem consciência da necessidade. O revoltado tem necessidade da consciência.

Uma Academia é um laboratório – e não um repositório –  de consciências.

Senhoras e Senhores, meus Confrades da Academia Açailandense de Letras:

Muito do que aqui estou dizendo é repetição, senão pregação, do que venho falando ou escrevendo já há algumas décadas.

A Academia Imperatrizense de Letras tem orgulho de estar apadrinhando a criação e instalação desta Academia e a posse de seus membros fundadores.  Dá-se, com a Academia de Açailândia, o que já se deu com a própria cidade de Açailândia: uma é filha da cidade de Imperatriz, a outra, é filha da Academia de Imperatriz. Ambas tratam e retratam valores culturais.

Talvez isso, quem sabe, seja essa a verdadeira fórmula do desenvolvimento, um desenvolvimento onde aos haveres econômicos se aliem os valores culturais. Tudo tem de estar integrado. Onde a Engenharia erga prédios, a Estética espalhe sensibilidade.

Onde a Geografia imponha limites, a Cultura interponha pontes.

Onde a Economia fixe preços, a Arte destaque valores.

Enfim, onde o Homem faz corpo, Deus sopre alma. Porque, à maneira de Vieira, prédios sem pessoas viram ruínas senão escombros.

Países sem pontes viram isolamentos senão ditaduras.

Economia sem cidadania vira exploração senão barbárie.

Política sem Humanismo vira escravidão senão tirania.

E pessoas sem cultura nem alma viram máquinas senão monstros.

E por que assuntos como este, de Arte e Cultura, parece ser tão incompreensível, inadmissível, tão “demodè”, às vezes tão estranho, hoje?

O que foi que aconteceu?

Houve a banalização da fala?

A vulgarização da palavra?

A dessensibilização dos sentidos?

A dessacralização dos sentimentos?

É o mau uso da Língua, a incorreção da linguagem, a palavra de duplo sentido ou a vida sem nem um significado?

É a precariedade ética, a prevenção cética, o primarismo estético, o pragmatismo técnico?

É a miopia política, a ausência de crítica, a repetição cíclica, a deseducação típica?

É a inafeição cultural, a inaptidão intelectual, a indisposição literal, a desinformação atual, a decomposição moral e coisa e tal, o que é, Senhoras e Senhores? É a falta da virtude rara, da vergonha na cara?

Desculpem-me – peço-lhes – se, em vez de um fraseado bonito e soluções confortantes, trago-lhes eu aqui um leriado, um palavreado feio e dúvidas cortantes, constantes. Mas até nisto há de se entrever algum mérito, porque o homem também cresce quando duvida.

É preciso mais. É urgente dar mais vida à vida.

Nós, os acadêmicos de Imperatriz, claro, não estamos EM Açailândia, mas sempre estaremos COM Açailândia. Ser açailandense não é apenas nascer ou construir residência em Açailândia – é RENASCER em Açailândia e construí-la, construir e carregar a cidade dentro de si. Não é ter emprego na cidade – é trabalhar por ela. Não basta apenas ser filho da cidade – é preciso criar e crescer a cidade dentro de si.

Uma cidade e uma academia têm esse ponto em comum. Açailândia – e sua Academia – não são somente referência, reverência, abstração, memória, história, inspiração. Açailândia – e sua Academia – não são só um sentido, um sentimento. A cidade – e sua academia – também são matéria, chão, paredes, mobília, necessidades a serem supridas, reclamos a serem atendidos, participação a ser cobrada, direitos a serem exigidos, deveres a serem cumpridos, contas a serem pagas.

Senhores Acadêmicos, Senhoras e Senhores:

Em Açailândia, sua Academia de Letras não é um contraste – é do contexto. Não é um confronto – é um encontro. Nasce de espíritos interessados, não de mentes interesseiras. A lógica de sua criação baseia-se em argumentos, não em argúcias.

É demagógico o discurso de que uma academia não é necessária a uma cidade, de que a região tem outras prioridades. Claro, ninguém vai à “vernissage” nem à “avant-première”, ninguém vem a uma solenidade como esta com olhos e bucho de fome. Mas Terra e homem foram dotados de recursos suficientes para que, explorados de forma inteligente e íntegra, integral e integrada, a vida se faça plena, dispensando, pois, prioridades isolacionistas, hierarquias mecanicistas, vícios segregacionistas, demagogias separatistas. Visão de conjunto, percepção do todo: É perfeitamente possível transformar em complementar o que se diz concorrente. Tornar compatível o que se julga contraditório. Fazer amigo no que é adversário.

Senhoras e Senhores:

Como veem, por tudo o que disse aqui, Academia não é só um fardão: ela é também um fardo – o qual, cada um dos membros fundadores ajudarão a carregar, com o concurso dos 33 cidadãos inteligentes, fortes e dispostos que formam a Academia Imperatrizense de Letras, os quais, por motivos involuntários, não puderam estar aqui nesta noite, embora muitos deles tenham estado em diversos eventos culturais realizados nesta cidade.

Senhoras e Senhores, colegas Acadêmicos:

Sejam cada vez mais açailandenses.

Sejam cada vez mais cidadãos.

Sejam cada vez mais solidários.

Sobretudo, sejam cada vez mais felizes.

Pela paciência e atenção, aceitem minha gratidão; e recebam, com afeto, o afeto que se encerra neste peito juvenil.

Muito obrigado. Palmas para Açailândia.

* EDMILSON SANCHES

Imagem:

Brasão da AAL.