O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) autorizou, nesta quinta–feira (4), a nomeação de 1.316 candidatos aprovados na primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), de 2024.
O total abrange as nomeações de 855 auditores–fiscais do trabalho, 182 analistas em tecnologia da informação e 279 analistas de infraestrutura.
As autorizações foram publicadas nesta quinta–feira (4), em duas portarias, no Diário Oficial da União.
A portaria do MGI nº 7.455/2025 autoriza a nomeação de 855 auditores–fiscais do trabalho para o quadro de pessoal do Ministério do Trabalho e Emprego.
A portaria 7.456/2025 autoriza a nomeação de 461 aprovados para cargos diretamente vinculados à modernização do Estado brasileiro, sendo 182 analistas em tecnologia da informação e 279 analistas de infraestrutura.
Direitos dos trabalhadores
Os 855 auditores–fiscais do trabalho vão atuar para garantir o cumprimento da legislação trabalhista, a proteção dos direitos dos trabalhadores e a promoção de condições dignas de trabalho em todo o país.
As inspeções do Ministério do Trabalho e Emprego envolvem ações de combate ao trabalho escravo, ao trabalho infantil e às irregularidades trabalhistas, além de fortalecer a política de segurança e saúde no trabalho.
Transformação digital do Estado
Lotados no quadro do Ministério da Gestão, os novos 182 analistas em tecnologia da informação e os 279 analistas de infraestrutura reforçamapoio à agenda de transformação digital do Estado com, inovação em serviços e fortalecimento da infraestrutura pública..
Entre as políticas públicas de modernização onde estes analistas vão trabalhar estão a Rede GOV.BR, adigitalização de serviços do governo federal, a segurança cibernética, o planejamento de grandes obras e a integração tecnológica entre União, Estados e municípios.
Próximos passos
A próxima etapa é a verificação de documentos e requisitos dos aprovados,o que será feito pelos ministérios envolvidos. O objetivo é garantir a nomeação somente daqueles que cumprirem todas as exigências.
As nomeações dependem da existência de vagas na data da posse e da comprovação de adequação orçamentária e financeira, em conformidade com a Lei Orçamentária Anual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
A medida assegura que o reforço no quadro de pessoal seja compatível com a sustentabilidade, ou “saúde fiscal" do Estado – o que significa que o governo federal só pode nomear novos servidores se tiver orçamento para pagar os salários.
Histórico de nomeações
As primeiras nomeações para o chamado Enem dos Concursos foram para o quadro de pessoal da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Agência Nacional de Energia Elétrica e Agência Nacional de Saúde Suplementar, em julho.
Na sequência, em agosto, foi autorizada a nomeação dos aprovados para o cargo de Analista de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
As inscrições para o vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp) estão abertas a partir desta quinta–feira (4), e vão até o dia 8 de outubro, com 5.867 vagas em 24 cidades do Estado de São Paulo.
O exame possibilita o ingresso em 136 cursos de graduação. As provas do vestibular acontecem no dia 2 de novembro, para a primeira fase, e 7 e 8 de dezembro, para a segunda fase, em 35 cidades do Estado de São Paulo.
A taxa de inscrição é R$ 210. Os estudantes matriculados no último ano do ensino médio da rede pública estadual paulista têm desconto de 75% da taxa de inscrição, pagando R$ 52,50.
A partir do Sistema de Reserva de Vagas para a Educação Básica Pública (SRVEBP), a Unesp direciona 50% das vagas de cada curso para estudantes que tenham concluído todo o ensino médio em escola pública. Dessas vagas, 35% são reservadas a candidatos que se autodeclaram pretos, pardos ou indígenas.
Confira as vagas disponíveis nos cursos da Unesp em cada cidade:
Araçatuba – 112 vagas.
Araraquara – 678 vagas.
Assis – 309 vagas.
Bauru – 899 vagas.
Botucatu – 478 vagas.
Dracena – 62 vagas.
Franca – 328 vagas.
Guaratinguetá – 243 vagas.
Ilha Solteira – 234 vagas.
Itapeva – 58 vagas.
Jaboticaba – 224 vagas.
Marília – 351 vagas.
Ourinhos – 46 vagas.
Presidente Prudente – 461 vagas.
Registro – 56 vagas.
Rio Claro – 373 vagas.
Rosana – 50 vagas.
São João da Boa Vista – 62 vagas.
São José do Rio Preto – 344 vagas.
São José dos Campos – 96 vagas.
São Paulo – 185 vagas.
São Vicente – 64 vagas.
Sorocaba – 64 vagas.
Tupã – 90 vagas.
Todas as orientações do exame podem ser encontradas no Manual do Candidato na página da Unesp.
Os estudantes pré-selecionados por meio da lista de espera do Programa Universidade para Todos (Prouni), referente ao segundo semestre de 2025, têm até esta sexta-feira (5) para comprovar as informações prestadas no momento da inscrição, diretamente na instituição de ensino superior privada.
A lista de espera do Prouni 2025/2 é voltada aos inscritos que não foram selecionados nas chamadas regulares do programa ou que foram reprovados por não formação de turma na instituição de ensino superior escolhida.
O programa federal oferta bolsas de estudo integrais e parciais (50% do valor da mensalidade), em cursos de graduação de faculdades privadas.
Documentação
A entrega dos documentos pelo estudante pré-selecionado pode ser feita presencialmente, na instituição de ensino superior escolhida, ou por meio eletrônico, diretamente na página da internet da entidade. A faculdade particular deverá emitir formulário de comprovação de entrega da documentação, no momento em que a recebe, por meio físico ou virtual, do candidato à bolsa
Até 12 de setembro, as instituições de ensino participantes deverão anunciar se o candidato teve o registro reprovado ou aprovado. Neste último caso, deverá ser a emissão do termo de concessão de bolsa.
De acordo com o edital com as regras desta edição do programa federal, as entidades de ensino superior particulares que optarem por efetuar um processo próprio de seleção já deverão ter comunicado formalmente aos candidatos pré-selecionados sobre a existência dessa exigência.
É proibida a cobrança de qualquer tipo de taxa para a seleção dos candidatos ao Prouni.
Para o segundo semestre de 2025, o ProUni oferece mais de 211 mil bolsas. Desse total, cerca de 118 mil eram integrais e 93 mil, parciais, que custeiam metade da mensalidade. As bolsas são destinadas a mais de 370 cursos de 887 instituições privadas de ensino superior.
O curso superior de administração teve a maior oferta de oportunidades de bolsas (13.774), sendo 9.275 bolsas integrais e 4.499 parciais. Em seguida, aparecem os cursos de direito, com 13.152 bolsas; pedagogia (11.339 bolsas); e educação física (8.939 bolsas). Para o curso de medicina, foram ofertadas 1.159 bolsas, sendo 988 integrais e 171 parciais.
Prouni 20 anos
Criado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2004, o Programa Universidade para Todos tem como público-alvo os estudantes sem diploma de nível superior.
Em 20 anos, o governo federal contabiliza mais de 3,5 milhões de estudantes beneficiados. Desses, 2,5 milhões receberam bolsas de estudo integrais (100%). Os demais beneficiados obtiveram bolsa parcial, de 50% do valor da mensalidade do curso.
Atualmente, o programa beneficia 632.503 estudantes, matriculados em 1.851 instituições privadas de ensino superior no Brasil. Desse total, 533.790 possuem bolsa integral, ou seja, cursam uma faculdade gratuitamente.
As atrizes Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre estrelam a montagem “Três Mulheres Altas”, que já passou por 11 cidades, acumula indicações a prêmios e já foi vista por mais de 70 mil espectadores. Dirigida por Fernando Philbert, a peça — que rendeu o Prêmio Pulitzer ao autor — traz uma comédia mordaz que reflete sobre a passagem do tempo por meio de um acerto de contas entre três gerações e estreia em São Luís, no próximo mês de setembro.
Escrita por Edward Albee (1928-2016) no início da década de 90, o espetáculo logo se tornou um clássico da dramaturgia contemporânea. Perversamente engraçada – como é a marca do autor –, a peça recebeu o Prêmio Pulitzer e ganhou bem-sucedidas montagens pelo mundo, ao trazer o embate de três mulheres em diferentes fases da vida: juventude, maturidade e velhice.
Após passar por mais de 10 cidades e ter mais de 70 mil espectadores na plateia, a peça chega à capital maranhense para três apresentações especiais – que ocorrerão de 19 a 21 de setembro de 2025, no palco do Teatro Arthur Azevedo (TAA).
Após São Luís, o espetáculo ainda percorre por Fortaleza (CE), Campo Grande (MS), Brasília (DF), Santos (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Ribeirão Preto (SP), totalizando 21 apresentações por cidades de todo o Brasil.
Dirigida por Fernando Philbert, a nova versão da peça, que traz no elenco as atrizes Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, tem tradução de Gustavo Pinheiro e produção da WB Entretenimento de Bruna Dornellas e Wesley Telles. O espetáculo é apresentado pelo Ministério da Cultura e Bradesco Seguros, por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais.
Três Mulheres Altas
Em seu quarto ano consecutivo em cartaz, o espetáculo continua colecionando plateias lotadas e reconhecimento por onde passa. Nesse percurso, a montagem recebeu indicações a grandes prêmios, como: Cesgranrio, Bibi Ferreira e Cenym.
Em cena, as atrizes interpretam três mulheres, batizadas pelo autor apenas pelas letras A, B e C. A mais velha (Ana Rosa), que já passou dos 90, está doente e embaralha memórias e acontecimentos, enquanto repassa a sua vida para a personagem B (Helena Ranaldi), apresentada como uma espécie de cuidadora ou dama de companhia. A mais jovem, C (Fernanda Nobre), é uma advogada responsável por administrar os bens e recursos da idosa, que não consegue mais lidar com as questões financeiras e burocráticas.
Entre os muitos embates travados pelas três, a grande protagonista do espetáculo é a passagem do tempo e também a forma com que lidamos com o envelhecimento. ‘O texto do Albee nos faz refletir sobre ‘qual é a melhor fase da vida?’, além de questões sobre o olhar da juventude para a velhice, sobre a pessoa de 50 anos que também já acha que sabe tudo e, fundamentalmente, sobre o que nós fazemos com o tempo que nos resta. Apesar dos temas profundos, a peça é uma comédia em que rimos de nós mesmos’, analisa o diretor Fernando Philbert.
A última e até então única encenação do texto no Brasil foi logo após a estreia em Nova York, em 1994. Philbert e as atrizes da atual montagem acreditam que a nova versão traz uma visão atualizada com todas as mudanças comportamentais e políticas que aconteceram no mundo de lá para cá, especialmente nas questões femininas, presentes durante os dois atos da peça. Sexo, casamento, desejo, pressões e machismo são temas que aparecem nos diálogos e comprovam a extrema atualidade do texto de Albee.
Sobre o Circuito Cultural Bradesco Seguros
Manter uma política de incentivo à cultura faz parte do compromisso do Grupo Bradesco Seguros considerando a cultura como ativo para o desenvolvimento dos capitais do conhecimento e do convívio social.
Nesse sentido, o Circuito Cultural Bradesco Seguros se orgulha de ter patrocinado e apoiado, nos últimos anos, em diversas regiões do Brasil, projetos nas áreas de música, dança, artes plásticas, teatro, literatura e exposições, além de outras manifestações artísticas.
Dentre as atrações incentivadas, destacam-se os musicais: “Bibi – Uma vida em musical”, “Bem Sertanejo”, “Les Misérables”, “70 – Década do Divino Maravilhoso”, “Cinderela”, “O Fantasma da Ópera”, “A Cor Púrpura” e “Concerto para Dois”, além da “Série Dell'Arte Concertos Internacionais” e a exposição “Mickey 90 Anos”. Para mais informações, acesse: www.bradescoseguros.com.br/circuito_cultural.
Serviço
O quê: “Três Mulheres Altas”, de Edward Albee – Com Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre;
Acessibilidade: o teatro possui acessibilidade para PCD e espaços adequados no ambiente do teatro – teremos intérprete de libras em todas as apresentações;
O programa do espetáculo será disponibilizado em Braile.
Os professores do ensino público interessados em colaborar com o Banco Nacional de Itens (BC-BNI) para elaboração, revisão de itens e de atividades do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) poderão se inscrever de 22 de setembro a 5 de novembro.
O edital com as regras de cadastramento, seleção e credenciamento dos colaboradores foi publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A medida tem o objetivo de ampliar a quantidade de profissionais qualificados de todo o Brasil e credenciados nos processos de avaliação educacional desenvolvidos pelo instituto.
Para se inscrever no BC-BNI, o docente deve ser servidor público concursado, ativo ou inativo, do ensino básico ou superior, nas esferas municipal, estadual, distrital ou federal, e ter conhecimentos de informática e diploma de ensino superior.
Os candidatos não podem ser do quadro de servidores efetivos ou comissionados dos ministérios da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e dos órgãos vinculados às duas pastas.
Documentos
A seleção inclui a análise documental dos candidatos. Para a comprovação da formação acadêmica, deverá ser inserido no sistema de cadastro o diploma, frente e verso, certificado ou declaração de conclusão de curso.
Para a comprovação da experiência docente, são válidos o contrato na carteira de trabalho que informe o cargo, nível de ensino e modalidade em que assumiu função docente, além da data de admissão e demissão, quando for o caso; declaração da instituição empregadora e ato de nomeação, em Diário Oficial.
Os inscritos que não comprovarem as informações prestadas serão desclassificados; não poderão participar de outras chamadas públicas do Inep pelo período de 2 anos e poderão responder judicialmente pelo ato.
Seleção
O resultado final dos selecionados será divulgado em 11 de fevereiro de 2026.
Para serem considerados aprovados, os selecionados vão passar por uma capacitação e deverão ter aproveitamento mínimo nas atividades propostas.
Somente depois de credenciados, os professores passam a fazer parte do banco de colaboradores, coordenado pelo Inep.
Os convocados participarão da elaboração e revisão de itens das áreas avaliadas pelo Encceja do ensino fundamental: ciências naturais; matemática; língua portuguesa, língua estrangeira moderna, artes, educação física; redação; história e geografia.
Para o exame do ensino médio, as áreas avaliadas são: ciências da natureza e suas tecnologias (química, física e biologia); matemática e suas tecnologias; linguagens e códigos e suas tecnologias (língua portuguesa, língua estrangeira moderna, artes e educação física); e ciências humanas e suas tecnologias (história, geografia, filosofia e sociologia).
Pesquisa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) aponta a desigualdade na conexão digital no Brasil. Um destaque do estudo é o tempo sem internet móvel devido à falta de franquia de dados.
O levantamento revela que 35% das pessoas com renda de até 1 salário mínimo e 35,6% das que recebem entre 1 e 3 salários mínimos ficaram sete dias ou mais sem acesso à internet móvel nos 30 dias anteriores ao estudo. Esse cenário se agrava para os consumidores de menor renda: 11,6% ficaram mais de 15 dias sem acesso, valor quase seis vezes maior do que o observado entre aqueles com renda superior a 3 salários mínimos (2,2%).
“Outro ponto de atenção é que, por estar sem a franquia de dados no celular e sem acesso ao Wi-Fi, 63,8% dos brasileiros deixaram de utilizar serviços bancários ou financeiros; 56,5% deixaram de acessar plataformas de serviços do governo; 55,2% deixaram de estudar; e 52,3% deixaram de acessar serviços de saúde”, destacam a Anatel e o Idec.
A pesquisa aborda ainda o impacto da publicidade no consumo de dados. A percepção de que vídeos de publicidade aparecem com muita frequência (“sempre” ou “muitas vezes”) ultrapassa os 50% em todas as faixas de renda investigadas.
Também há disparidade na compra de celulares por faixa de renda. Entre os indivíduos com renda de até 1 salário mínimo, 51% declararam ter aparelhos celulares com valor de compra inferior a RS 1 mil. Em contrapartida, nas faixas de renda mais elevadas, predominam os aparelhos mais caros, evidenciando a influência da barreira financeira no acesso a dispositivos mais modernos.
Apesar dessa diferença de valor, mais de 50% dos entrevistados em todas as faixas de renda têm o aparelho celular há menos de dois anos, o que indica que a maioria da população dispõe de celulares relativamente novos.
Por outro lado, o estudo revela que entre as pessoas que afirmaram não ter computador de mesa ou portátil, quase metade (47,3%) informou que o principal motivo para não ter o equipamento é o alto custo de aquisição. Outros dois motivos para não ter computador estão inter-relacionados e somam quase 30% dos entrevistados: falta de interesse e não saber utilizar.
“Essa lacuna na posse de computadores contrasta com o fato de que as pessoas geralmente preferem usá-los, em vez do celular, para tarefas essenciais, como acessar serviços do governo, bancos, atendimento médico e fazer compras online”, diz o estudo.
O levantamento avaliou o nível de satisfação dos consumidores em quatro aspectos: dispositivo, infraestrutura (serviços de internet fixa e móvel), habilidades digitais e atendimento das necessidades de conexão. As notas médias nacionais da avaliação dos consumidores foram:
Aparelho celular: 8,3
Habilidades digitais: 8,2
Infraestrutura (internet fixa e móvel): 7,6
Atendimento às necessidades de conexão: 7,8
Embora as notas de satisfação com o aparelho celular e as habilidades digitais sejam elevadas, a pesquisa aponta que a satisfação com as habilidades digitais é significativamente menor entre os mais vulneráveis, como pessoas com renda de até 1 salário mínimo e idosos.
O estudo também sugere um possível descasamento entre a autopercepção do nível de habilidades digitais e a existência real dessas habilidades, indicando que as pessoas podem se considerar mais aptas a lidar com o mundo digital do que de fato estão.
Segundo o coordenador do programa de Telecomunicações e Direitos Digitais do Idec, Luã Cruz, os dados da pesquisa escancaram que a desigualdade também é perpetuada por desafios à conectividade, como apontam os números sobre custos e o impacto das limitações na franquia.
“A partir disso, porém, vemos um necessário caminho: a promoção de conectividade significativa é essencial para a defesa e a promoção de direitos fundamentais”, afirma Luã Cruz.
O advogado do programa de Telecomunicações e Direitos Digitais do Idec, Lucas Marcon, destaca que a maior parte dos brasileiros precisa acessar a internet por celular e que mais de um terço dos pesquisados ficou sem internet por falta de dados móveis no final do mês.
“A desigualdade também é refletida no setor de telecomunicações. A gente precisa ter uma política mais ampla de acesso à banda larga e outros meios de conexão que não sejam limitadas”, diz Marcon.
Para a conselheira diretora da Anatel Cristiana Camarate, “os resultados da pesquisa apontam caminhos para aperfeiçoar iniciativas específicas de desenvolvimento da conectividade significativa, visando à inclusão digital de todos os cidadãos”.
Metodologia
A pesquisa, realizada entre agosto de 2023 e junho de 2024, foi feita por telefone, com 593 pessoas, utilizando o método CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing), e teve abrangência nacional. Foram entrevistados usuários dos serviços de telefonia celular (pré e pós-paga) ou banda larga fixa, com mais de 18 anos.
A lista dos selecionados da Première Brasil, mostra competitiva para filmes brasileiros no Festival do Rio, foi divulgada nessa terça-feira (2) e mostra aumento das produções nacionais que alcançarão o público.
Este ano, o festival do Rio chega à sua 27° edição de 2 a 12 de outubro e recebeu, entre os inscritos nacionais e internacionais, 320 filmes brasileiros de longa duração.
"Nós estamos muito, muito felizes de ter este ano uma Première Brasil que é a maior que a gente já teve, não só a maior no número de inscritos, mas principalmente a maior no número de selecionados’’, comemora Ilda Santiago, diretora do festival.
‘’Acho que o sistema brasileiro neste ano em que é tão importante, muito relevante por tudo o que aconteceu, pelos nossos prêmios, acho que é o momento de a gente poder contar mais histórias, poder dizer que o talento brasileiro existe, então são 124 filmes selecionados. Há filmes para todos os gostos, filmes em competição, documentários, curtas-metragens, séries brasileiras, esse é realmente para ser um momento de celebração e, principalmente, um momento que nos jogue para um futuro sólido, de uma indústria sólida e que a gente continue produzindo e podendo mandar essas histórias não só para fora do país, mas sobretudo contar para todo o Brasil.’’, acrescenta Santiago. Entre os filmes de longa-metragem que participam da mostra competitiva estão: A Vida de Cada Um, de Murilo Salles; Cyclone, de Flavia Castro; Ato Noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher; Coração das Trevas, de Rogério Nunes; Quase Deserto, de José Eduardo Belmonte; e Virtuosas, de Cíntia Domit Bittar.
Também em competição, documentários terão sua estreia: Apolo, estreia com direção da atriz Tainá Müller, Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins, Honestino, de Aurélio Michiles, Meu Coração Neste Pedacinho Aqui – Dona Onete, de Mini Kerti e Massa Funkeira, de Ana Rieper.
Além da mostra competitiva, filmes ainda inéditos nos cinemas e que estiveram no Festival de Cannes como O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho e Para Vigo me Voy, de Karen Harley e Lírio Ferreira, terão sessões especiais no festival
Confira os filmes brasileiros selecionados:
PREMIÈRE BRASIL FICÇÃO
A Vida de Cada Um, de Murilo Salles
Ato Noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher
Coração das Trevas, de Rogério Nunes
Cyclone, de Flavia Castro
Dolores, de Maria Clara Escobar e Marcelo Gomes
Love Kills, de Luiza Shelling Tubaldini
Pequenas Criaturas, de Anne Pinheiro Guimarães
Ruas da Glória, de Felipe Sholl
Quase Deserto, de José Eduardo Belmonte
Virtuosas, de Cíntia Domit Bittar
#SalveRosa, de Susanna Lira
PREMIERE BRASIL DOCUMENTÁRIO
Amuleto, de Igor Barradas e Heraldo HB
Apolo, de Tainá Müller e Isis Broken
Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins
Honestino, de Aurélio Michiles
Massa Funkeira, de Ana Rieper
Meu Coração Neste Pedacinho Aqui - Dona Onete, de Mini Kerti
PREMIERE BRASIL NOVOS RUMOS
Cartas Para…, de Vânia Lima
Criadas, de Carol Rodrigues
Espelho Cigano, de João Borges
Eu Não Te Ouço, de Caco Ciocler
Herança de Narcisa, de Clarissa Appelt e Daniel Dias
Nada a Fazer, de Leandra Leal
Timidez, de Susan Kalik e Thiago Gomes Rosa
Uma em Mil, de Jonatas Rubert e Tiago Rubert
Uma Baleia Pode Ser Destroçada Como uma Escola de Samba, de Marina Meliande e Felipe Bragança (HORS CONCOURS)
PREMIERE BRASIL HORS CONCOURS
A Conspiração Condor, de André Sturm
Anos 90: a Explosão do Pagode, de Emílio Domingos e Rafael Boucinha
As Vitrines, de Flavia Castro
(Des)controle, de Rosane Svartman e Carol Minêm
O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho
O Homem de Ouro, de Mauro Lima
Para Vigo me Voy, de Karen Harley e Lírio Ferreira
Perrengue Fashion, de Flávia Lacerda
Perto do Sol é Mais Claro, de Régis Faria
Por Nossa Causa, de Sergio Rezende
Querido Mundo, de Miguel Falabella e Hsu Chien
Sexa, de Gloria Pires
90 Decibéis, de Fellipe Barbosa
PREMIERE BRASIL RETRATOS
Ary, de André Weller
As Dores do mundo: Hyldon, de Emílio Domingos e Felipe David Rodrigues
Fernanda Abreu - Da Lata, 30 anos, o documentário, de Paulo Severo
Fôlego – Até Depois do Fim, de Candé Salles
Gláucio Gill – Um Teatro em Construção, de Lea Van Steen e Rafael Cardoso
Meu Tempo É Agora, de Sandra Werneck
Milton Gonçalves, Além do Espetáculo, de Luís Antônio Pillar
Não Sei Viver Sem Palavras, de André Brandão
Ninguém Pode Provar Nada: a Inacreditável História de Ezequiel Neves, de Rodrigo Pinto
O Brasil Que Não Houve - As Aventuras do Barão de Itararé no Reino de Getúlio Vargas, de Renato Terra e Arnaldo Branco
Rei da Noite, de Cassu, Lucas Weglinski e Pedro Dumans
Vou Tirar Você Desse Lugar, de Dandara Ferreira
PREMIERE BRASIL O ESTADO DAS COISAS
Cadernos Negros, de Joel Zito Araújo
Com Causa, de Belisário Franca
Do Outro Lado do Pavilhão, de Emilia Silveira
Invencíveis, de Vitor Leite e Clarice Saliby
Itacoatiaras, de Sergio Andrade e Patrícia Gouvêa
Minha Terra Estrangeira, de João Moreira Salles, Louise Botkay e Coletivo Lakapoy
Na Onda da Maré, de Lucia Murat
O Pai e o Pajé, de Felipe Tomazelli, Luis Villaça e Iwarete Kaiabi
Pau d'Arco, de Ana Aranha
Reconhecidos, de Fernanda Amim e Micael Hocherman
Rua do Pescador nº.6, de Bárbara Paz
PREMIERE BRASIL À MEIA-NOITE
A Própria Carne, de Ian SBF
Copacabana, 4 de Maio, de Allan Ribeiro
Futuro Futuro, de Davi Pretto
Nosferatu, de Cristiano Burlan
Quarto do Pânico, de Gabriela Amaral Almeida
PREMIERE BRASIL CLÁSSICOS
A Mulher de Todos, de Rogério Sganzerla
Gêmeas, de Andrucha Waddington
Hermeto Campeão, de Thomas Farkas
Nossa Escola de Samba, de Manuel Horácio Gimenez
PREMIERE BRASIL GERAÇÃO
Aventuras de Makunáima - Histórias Encantadas da Amazônia, de Chico Faganello
Criaturas – Uma Aventura entre Dois Mundos, de Juarez Precioso
Papaya, de Priscilla Kellen
Quatro Meninas, de Karen Suzane
Tainá e os Guardiões da Amazônia – Em Busca da Flecha Azul, de Alê Camargo e Jordan Nugem
Trago seu amor, de Claudia Castro
PREMIERE BRASIL SÉRIES
Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, de Andrucha Waddington
Ayô, de Yasmin Thayná
De Menor, de Caru Alves de Souza
Tremembé, de Vera Egito
COPRODUÇÕES BRASILEIRAS
La Quinta, de Silvina Schnicer (Argentina, Brasil, Chile, Espanha)
O Riso e a Faca, de Pedro Pinho (Portugal, Brasil, França, Romênia)
The Black Snake, de Aurélien Vernhes-Lermusiaux (França, Colômbia, Brasil)
PREMIERE BRASIL CURTAS
Alice, de Gabriel Novis
DIU, de Camila Schincaglia
Final 99, de Frederico Ruas
Habitar o Tempo, de Cristiana Grumbach
Jacaré, de Victor Quintanilha
Laudelina e a Felicidade Guerreira, de Milena Manfredini
Meu Amigo Satanás, de Aristeu Araújo e Carlos Segundo
Miranha, de Zahy Tentehar e Luis Bolognesi
O Faz-Tudo, de Fabio Leal
Os Quatro Exílios de Herbert Daniel, de Daniel Favaretto
Peixe Morto, de João Fontenele
Quando Eu For Grande?, de Mano Cappu
Replika, de Piratá Waurá e Heloisa Passos
Safo, de Rosana Urbes
Sebastiana, de Pedro de Alencar
PREMIERE BRASIL NOVOS RUMOS CURTAS
Brasa, de Diane Maia
João-de-Barro, de Daniel Jaber e Lu Damasceno
Klaustrofobia, de João Londres
Os Arcos Dourados de Olinda, de Douglas Henrique
Ponto Cego, de Luciana Vieira e Marcel Beltrán
Presépio, de Felipe Bibian
Sandra, de Camila Márdila
Sobre Ruínas, de Carol Benjamin
PREMIERE BRASIL O ESTADO DAS COISAS - CURTAS
A Tragédia da Lobo Guará, de Kimberly Palermo
Entre nós, vive o rio, de Day Rodrigues
Réquiem para Moïse, de Susanna Lira e Caio Barretto Briso
São as Regras, de Flávia Vieira
Tia Morgana, de Athena Sofia
Vípuxovuko - Aldeia, de Dannon Lacerda
PREMIERE BRASIL PANORAMA CARIOCA DE CURTAS
Crônicas Marginais, de Marcos Braz da Cruz Eleoterio
Memória das Águas, de Catu Rizo
O Menino e as Borboletas Zumbis, de Pê Moreira e Thomas Argos
Teia, de Claudia Castro
PREMIERE BRASIL HORS CONCOURS CURTAS
Coração Bandeja, de Jonas Araújo
Memórias com Vista pro Mar, de Marton Olympio
Samba Infinito, de Leonardo Martinelli
Transferências, de Gabriel Edel
PREMIERE BRASIL RETRATOS - CURTAS
Eunice Gutman Tem Histórias, de Lucas Vasconcelos
Marina Colasanti, Entre a Sístole e a Diástole, de Alessandra Colasanti
Um dos grandes nomes do radialismo de Caxias (MA), Luiz Abdoral Sousa, também professor e desportista, morreu nessa terça-feira (2 de setembro de 2025). Estava com 77 anos (nascido em 13 de dezembro de 1947, completaria o 78º aniversário daqui a cento e dois dias).
Conheci o Luiz Abdoral na Rádio Mearim de Caxias, emissora para a qual, eu ainda “de menor”, fui convidado para ser locutor-apresentador de três programas. Quero crer que o convite veio a partir de minha atuação em “O Pioneiro”, à época o único jornal de Caxias, para onde fui a convite do escritor e jornalista Vítor Gonçalves Neto, diretor de redação. (O Vítor, por sua vez, convidou-me em razão de ter visto exemplares de “O Sabiá”, o jornalzinho da AABB que eu redigia, editava e imprimia em mimeógrafo eletrônico. A AABB é a Associação Atlética Banco do Brasil, clube sociodesportivo dos funcionários daquela instituição financeira do Governo Federal. Após passar em seletivo do Banco do Brasil aos 13 anos de idade, fui empossado como o primeiro menor estagiário da agência e, tempo depois, fui eleito diretor da AABB, considerado raro, senão único, caso de um menor ter sido eleito como um dos diretores da conhecida agremiação, à época de frequência muito seletiva em Caxias.
A Rádio Mearim ficava a pouquíssimos metros da agência do BB, em frente ao famoso “Senadinho”, lugar onde notícias, política, bebida e vida alheia corriam de boca em boca... Foi o Antônio Bezerra de Araújo, radiotécnico e diretor da Mearim, quem me convidou. Além de minha atuação em jornais, eu fui presidente eleito e reeleito nos três anos do Ensino Médio do Colégio São José, o que levou Seu Bezerra a sugerir um programa voltado para os alunos – e surgiu “A Voz do Estudante” (que nos anos 2000 virou assunto de monografia de conclusão de curso na Universidade Estadual do Maranhão; repassei cópia de cartas que os ouvintes me enviavam, as quais preservo até hoje).
Logo depois, na Rádio, fiquei responsável também pelo “Musical Mearim” e, uma terceira responsabilidade, o suplemento musical antes de a Rádio encerrar sua programação diária, que ocorria às 19 horas. Explique-se: Naqueles idos da década de 1970, a radioemissora que não retransmitisse “A Voz do Brasil” – o noticiário do Governo Federal e mais antigo do País, existente desde julho de 1935 –, obrigatoriamente, antes de “A Voz” começar, tinha de desligar-se, encerrar seu dia. Se, ao contrário, aceitasse retransmitir “A Voz do Brasil” (gratuitamente), a rádio poderia´, após o final da “A Voz”, continuar sua programação normalmente pela noite e madrugada adentro. Creio que, por questão de economia, a direção da Rádio Mearim preferia não se arriscar assumindo custos extras de manutenção de pessoal e outros encargos.
Foi assim, nesse ambiente de trabalho, que conheci o educado, cordato, Luiz Abdoral. Moreno alto. Grande voz.
Ainda no time da Mearim, entre os locutores-apresentadores, havia o J. Rodrigues, campeão de audiência; Roberto Nunes, o “Garotinho”, que se destacou nas transmissões esportivas, falecido em São Luís em 2007, após acidente vascular cerebral em Chapadinha, onde morava); o Ivalter Cardoso, o maior vozeirão da Rádio, que comandava programa onde despontavam as maiores vozes dos cantores românticos, seresteiros. Havia também o Mário Amorim, dublê de radialista e auxiliar de perícia da Polícia Civil do Maranhão, com programa de saudade chamado “Só Sucesso”, cujos quatro sons de “s” desse nome sibilavam na pronúncia característica do grande homem da Lei e da Música. (Mário Amorim morreu em Imperatriz (MA), em 27 de maio de 2012). Outro nome, que “incendiava” a política e gestão pública na época, era o do empresário e ex-vereador João Afonso Barata, que, como comentarista político, respondia na Mearim por um programa ali pelo meio-dia. Os comentários eram ouvidos com atenção pelos adversários, a ponto de um deles, o à época poderoso industrial Constantino Ferreira de Castro, sentindo-se (mais uma vez) ofendido, foi até à Rádio, ali no centro da cidade, e descarregou o tambor de dois revólveres... – felizmente, e não era intenção do atirador, sem morte, só prejuízo material. Eu morava em rua ali ao lado e vi um pouco do fuzuê e corre-corre.
Afora essa exceção, a tranquilidade reinava no “cast” artístico da saudosa Mearim. Depois que passei a integrar a equipe, lembro-me de uma conversa de final de tarde em um dos bancos da Praça Gonçalves Dias com o colega locutor J. Rodrigues. Ele observava que os radialistas da Mearim não tinham uma identificação. Pouco depois, fui até à Folha de Caxias Artes Gráficas, bem ali na esquina, conversei com o gerente Pedro Souza, o Pedro Avião (também grande cantor), e apresentei a ele um modelo de carteira de identidade funcional, cujo desenho garatujei a lápis. A gráfica (de propriedade do industrial Alderico Jefferson da Silva) fez um belo trabalho e imprimiu a quantidade de carteiras que solicitei. Em seguida, peguei os dados e preenchi as primeiras carteiras de radialista da poderosa Mearim de Caxias. Sobre esse assunto, em uma de suas mensagens na minha página no Facebook, o Luiz Abdoral registrou que ainda mantinha consigo, como documento e saudade, sua antiga carteira que eu ousei “inventar” para os colegas todos da locução e da técnica da sua, da nossa Rádio Mearim de Caxias.
Além da Rádio Mearim, Luiz Abdoral e eu tínhamos outro ponto de contato: a Liga Esportiva Caxiense, a gloriosa LEC. Dela Abdoral foi presidente; eu, em outros tempos, fui diretor, junto com o presidente Manoel Ferreira de Araújo, o Manoel da Caçamba, falecido em julho de 2024. Abdoral foi diretor de Futebol e presidiu a liga “várias vezes” – na época, chamava-se Liga Caxiense de Futebol – , como lembra o radialista, desportista e pesquisador musical Nonato Santos, também colega do Abdoral e que manteve contato telefônico neste segundo dia de setembro com o velho diretor da Mearim, Antônio Bezerra de Araújo, que, de Brasília (DF), se dizia “incrédulo” com o falecimento do grande Luiz Abdoral.
Com a morte do Luiz Abdoral, Caxias despede-se, em pouco intervalo de tempo, só neste ano, de seu terceiro, pelo menos, nome da radiodifusão. Sinésio Santos da Silva Filho, o Sinesinho, que foi meu contemporâneo no Ensino Médio do Colégio São José e companheiro de “jiu kumite”, a luta de karatê onde aprendíamos golpes, defesas e outras técnicas, na quadra do SESC – Serviço Social do Comércio, em Caxias, faleceu em 10 de junho passado. E, agora em 29 de agosto, sexta-feira passada, o professor Nonato Ressurreição. Os três trabalharam em uma mesma emissora caxiense, a Rádio Alecrim.
Desde que retomamos contato, em 2017, Abdoral costumava enviar mensagens privadas sobre Caxias, política, história, cultura, amizade... Também comentava e aplaudia textos que eu escrevia na Internet... Em 2019 eu procurava saber dele se tinha havido radionovelas próprias na Rádio Mearim de Caxias... Ficamos nos devendo uma conversa pessoal, presencial, para rememorar tempos, ocorrências, pessoas...
*
Há os que nascem em Caxias e há os que Caxias nasce neles. Luiz Abdoral Sousa era um destes, a ponto de, em sua página no Facebook, registrar Caxias como sua cidade natal. Sabe-se que Luiz Abdoral e seus outros quatro irmãos (duas mulheres, três homens) nasceram em São Luís. Abdoral veio ainda criança para Caxias, com os pais. A família foi morar no bairro Tresidela. O pai havia sido transferido para a “Princesa do Sertão Maranhense”, pois era funcionário da Rede Ferroviária Federal S. A., popularmente REFESA. Talvez por isso o talentoso Luiz Abdoral, entre outras coisas, tenha aprendido a ser telegrafista, aquele que transmitia mensagens utilizando o Código Morse, baseado em pontos e linhas.
Luiz Abdoral conheceu um telegrafista que foi grande amigo de minha família, o Seu Valdimir, que era de Itapecuru-Mirim. Também houve o telegrafista Francisco Bastos... Eu ainda menino (morando perto da Estação Ferroviária, na Rua da Galiana) auxiliava voluntariamente a colocar em ordem uma bagunçada área de documentos, livros, jornais e revistas (inclusive, claro, a “Revista REFESA”, publicada nos anos 1960 e 1970) e passava a limpo uma espécie de formulário com registros de venda de passagens ou algo assim (havia os “chefes de estação” Seu Clóvis e Seu Riva, o “chefe de trem” Seu Sousa...).
Luiz Abdoral era casado com Dª Ana Glória Santana Madalena, servidora pública, com quem teve duas filhas. Servidor público, professor concursado do Governo do Maranhão, aposentado, Luiz Abdoral dedicou-se a Caxias também como radialista, cronista e gestor desportivo. Em sua passagem terrena, deixou pegadas do bem no caminho. Na radiodifusão, além da histórica Rádio Mearim, atuou nas rádios Alecrim e Sinal Verde e na TV Paraíso.
Paz e luz, Abdoral. E, da Eternidade, continue zelando pelos Familiares e Amigos que ainda permanecem neste lado de cá, fazendo da Existência um ato de resistência.
*
Condolências.
* EDMILSON SANCHES
FOTOS:
O professor e radialista Luiz Abdoral e a esposa, Ana Glória; antigos transmissores e antena da Rádio Mearim de Caxias, no Morro do Alecrim; e a “Revista REFESA”, da Rede Ferroviária Federal S. A., onde Abdoral aprendeu telegrafia.
Estão abertas as inscrições para o Concurso de Fotografia Limpa Brasil 2025, iniciativa que une arte, engajamento social e educação ambiental. O concurso, patrocinado pela Transpetro, integra a programação do Dia Mundial da Limpeza, no dia 20 deste mês.
Cada concorrente poderá enviar uma única fotografia inédita, feita entre os dias 16 e 22 de setembro, durante as ações oficiais do Dia Mundial da Limpeza. As imagens devem mostrar iniciativas individuais ou coletivas de preservação ambiental, mutirões de limpeza ou ainda os impactos causados pelo descarte inadequado de resíduos.
As 15 fotografias finalistas serão escolhidas por um júri técnico e pelo voto popular, tendo destaque internacional, com exibição na 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas – COP30, em Belém (PA), que ocorrerá entre 10 e 21 de novembro. Os vencedores receberão prêmios como notebooks, celulares e tablets.
“O projeto também contempla a realização de palestras online e oficinas abertas aos participantes do concurso, focado em educação ambiental e na participação social. Paralelamente, serão promovidas dez palestras presenciais em escolas públicas localizadas em áreas de vulnerabilidade social”, informa Edilainne Muniz, diretora executiva do Instituto Limpa Brasil.
“A Transpetro acredita que cuidar do meio ambiente é cuidar das pessoas. Estamos orgulhosos de fazer parte dessa mobilização, que tem como foco a preservação do meio ambiente e o cuidado com as pessoas”, afirma o presidente da empresa, Sérgio Bacci.
Podem participar pessoas com mais de 12 anos, desde que não sejam profissionais da fotografia ou que trabalhem na Transpetro. A inscrição é gratuita e deve ser feita até o dia 20 de setembro, no sitewww.limpabrasil.org. O regulamento também está disponível na internet.
Nessa segunda-feira (1º de setembro), as ondas curtas da Rádio Nacional da Amazônia completou 48 anos transportando no ar música, informação, entretenimento e dando voz a toda a diversidade da região Norte do Brasil. Com transmissão ao vivo, a festa reuniu ouvintes e a equipe que constrói essa ponte entre a região amazônica e o resto do mundo.
“Eu que cheguei aqui nos anos 70, junto com a inauguração da Nacional da Amazônia. É um privilégio, uma sintonia muito fina, as cartas que recebemos, as sementes plantadas em nossa homenagem, as crianças batizadas com nossos nomes. É uma honra acompanhar essa trajetória de tanto sucesso”, diz a apresentadora Mara Régia.
Essa proximidade entre a emissora e o seu público, tantas vezes distante de muitas das facilidades dos grandes centros, promove transformações. Um dos exemplos é o do ouvinte Cláudio Paixão, que desde pequeno teve a Rádio Nacional da Amazônia presente na fazenda onde vivia, em Estreito, no Maranhão.
“Até 2006, lá na fazenda não tinha energia elétrica. O único meio de comunicação que a gente tinha era o rádio. Sendo longe da cidade a FM não chegava, então a gente tinha somente as ondas curtas. Então a Nacional da Amazônia foi fundamental para eu traçar minha trajetória de vida profissional”, diz.
Oportunidades
Cláudio quebrou um ciclo de gerações de agricultores e formou-se jornalista e pesquisador da Nacional da Amazônia, tendo reunido o maior acervo de conteúdo já transmitido pelas ondas curtas da rádio. “Eu saí, estudei, formei por causa dessa influência que a rádio desempenhou na minha vida”, diz.
Influência que permanece alcançando gerações, como o público da apresentadora do programa do Nacional Jovem, Ediléia Martins. “Por mais que a gente tenha novas tecnologias, meios de comunicação melhores, aquele radinho de pilha continua sendo a companhia de muitos”, diz.
Conexões
Uma relação com ribeirinhos, pescadores, indígenas, quilombolas, extrativistas e tantos ouvintes que têm os programas e músicas da Nacional da Amazônia a principal companhia em muitos momentos da vida. “Toda a minha conexão com o mundo e da minha família era feita através do rádio”, diz a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
Acreana e filha de seringueiro, a ministra recorda a importância central da Nacional da Amazônia no seringal. “Eu aprendi a me expressar, mesmo sendo analfabeta, ouvindo as novelas da rádio”, lembra Marina.
Futuro
Todas essas histórias, as cartas de ouvintes e memórias criadas desde 1º de setembro de 1977 foram lembradas na comemoração dos 48 anos da rádio, quando também foi lançada a cápsula do futuro para reunir mensagens para a Amazônia 50 anos, a serem lidas e reveladas em 2027.
A programação fez parte da Semana da Amazônia, que se estende até o dia 5 de setembro com atividades que incluem ainda a experiência imersiva Amazônia Viva. “É uma honra estar aqui festejando a rádio e trazendo essa experiência que teletransporta as pessoas para dentro da realidade de um indígena que vive dentro da Floresta Amazônica, podendo retratar para o povo brasileiro a perspectiva de quem vive a Amazônia e suas nuances”, afirma Daniel Vicente, coordenador dos projetos Amazônia Popular e Amazônia nas Comunidades, responsáveis pela iniciativa.
Durante a abertura da programação, o presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), André Basbaum, destacou a importância da Rádio Nacional da Amazônia, não apenas para região, mas para o mundo. “A gente sabe do papel da radiodifusão na história do Brasil e da comunicação, sobretudo nos lugares mais distantes do país, como a imensa floresta amazônica, e do compromisso que o país tem com o meio ambiente, com os povos originários que cuidam do território. Essa é uma agenda da Brasil e do mundo”, conclui.