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Brasília (DF), 25/03/2024 - O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa da entrega de cartões do Programa Pé-de-Meia para alunos de todo o País. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os estudantes do ensino médio da rede pública de ensino, beneficiários do programa Pé-de-Meia 2025, recebem, a partir desta quarta-feira (23), a parcela do Incentivo Matrícula, no valor de R$ 200. A parcela única anual será paga de forma escalonada até 30 de abril, conforme o mês de nascimento do estudante.

O Incentivo Matrícula é destinado a todos os estudantes do ensino médio público que efetivaram sua matrícula para o ano letivo de 2025. A Caixa Econômica Federal confirma que neste mês serão disponibilizadas cerca de 3,9 milhões de parcelas, sendo 1,3 milhão para novos estudantes, ou seja, os que ingressaram no primeiro ano do ensino médio público este ano.

O estudante pode consultar o aplicativo Jornada do Estudante, do MEC para saber se tem o direito a receber os benefícios.

Em fevereiro, o MEC repassou os recursos da parcela do Incentivo Conclusão dos três anos do ensino médio relativos ao Pé-de-Meia de 2024.

Confira o calendário de pagamento da primeira parcela da edição de 2025 do programa Pé-de-Meia, no valor de R$ 200:

  • Nascidos em janeiro e fevereiro recebem em 23 de abril;
  • Nascidos em março e abril recebem em 24 de abril;
  • Nascidos em maio e junho recebem em 25 de abril;
  • Nascidos em julho e agosto recebem em 28 de abril;
  • Nascidos em setembro e outubro recebem em 29 de abril;
  • Nascidos em novembro e dezembro recebem em 30 de abril.

Incentivos pagos

A chamada Poupança do Ensino Médio tem quatro tipos de incentivos:

  • incentivo-matrícula: por matrícula registrada no início do ano letivo, valor pago uma vez por ano, no valor de R$ 200;
  • incentivo-frequência: por frequência mínima escolar de 80% do total de horas letivas. Para o ensino regular, são nove parcelas durante o ano de R$ 200.
  • incentivo-conclusão: por conclusão e com aprovação em cada um dos três anos letivos do ensino médio e participação em avaliações educacionais, no valor total de R$ 3 mil. O saque depende da obtenção de certificado de conclusão do ensino médio;
  • incentivo-Enem: por participação comprovada nos dois dias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no último ano do ensino médio. Os R$ 200 são pagos em parcela única ao estudante matriculado no terceiro ano e ficam disponíveis para saque.

O incentivo-matrícula corresponde à primeira parcela do ano. As parcelas do incentivo-frequência, que somam R$ 1,8 mil por ano, são pagas ao longo do ano letivo, a partir da comprovação da frequência mensal do estudante.

O pagamento do incentivo-conclusão na modalidade poupança depende da conclusão de cada ano do ensino médio e poderá ser sacado somente após a aprovação no terceiro ano. A última parcela, a do incentivo-Enem, será concedida se o estudante comparecer aos dois dias de provas do Enem, no ano em que estiver cursando o terceiro ano do ensino médio.

Aos alunos do Educação de Jovens e Adultos (EJA), o bônus é pago em quatro parcelas de R$ 225, por semestre cursado. O valor total semestral é de R$ 900.

Depósitos

Todos os incentivos do Pé-de-Meia são pagos pelo Ministério da Educação em conta aberta automaticamente pela Caixa em nome dos estudantes do primeiro, segundo e terceiro anos do ensino médio matriculados em 2025.

O agendamento dos pagamentos e os futuros depósitos também poderão ser consultados no aplicativo Jornada do Estudante, que pode ser baixado em smartphones e tablets e o login é feito com o próprio Cadastro de Pessoa Física (CPF) do estudante na conta no portal único de serviços digitais do governo federal, o Gov.br. A conta pode ser de nível de segurança bronze.

Calendário

Portaria nº 143/2025 do MEC estabelece o calendário de pagamento do programa Pé-de-Meia em 2025.

Os depósitos são feitos de acordo com matrícula, frequência dos estudantes nas aulas e participação no Enem. Os pagamentos seguem um cronograma que varia conforme o mês de nascimento do estudante.

Calendário pé-de-meia - EJA - primeiro semestre

Poupança do ensino médio

O programa federal do Ministério da Educação (MEC) funciona como um incentivo financeiro para que o estudante de baixa renda da rede pública permaneça na escola e se forme no ensino médio, sem abandonar os estudos para trabalhar.

A política pública é voltada a jovens matriculados do ensino médio regular e na modalidade da Educação de Jovens e Adultos, que sejam parte de famílias incluídas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Todo estudante que se encaixa nos critérios do programa é incluído automaticamente. Não há necessidade de se inscrever no Pé-de-Meia.

(Fonte: Agência Brasil)

São Paulo (SP), 10/11/2024 - Estudantes  no segundo dia de provas do ENEM na UNIP Vergueiro em São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O período para solicitar isenção da taxa de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 se encerra na próxima sexta-feira (25). O prazo de inscrição para a prova ainda será divulgado pelo Ministério da Educação (MEC).

Em nota, a pasta informou que interessados na isenção da taxa devem fazer a solicitação por meio da Página do Participante, utilizando o login único do Gov.br

“Quem não lembrar a senha da conta poderá recuperá-la seguindo as orientações da plataforma”, orienta o MEC.

De acordo com o MEC, participantes que não compareceram aos dois dias de provas do Enem em 2024 precisam justificar a ausência caso queiram participar da edição de 2025 gratuitamente.

Entenda

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, prevê a gratuidade da taxa de inscrição para pessoas que se enquadrem nos seguintes perfis:

  • matriculados no 3º ano do ensino médio em escola pública (em 2025);
  • aqueles que fizeram todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral em escola privada e que possuam renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio;
  • pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica por serem de família de baixa renda, com registro no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico);
  • participantes do programa Pé-de-Meia.

Documentação

Para não pagar a taxa de R$ 85, o MEC exige que sejam apresentados os seguintes documentos, no intuito de comprovar que o candidato não tem condições financeiras de pagar pela inscrição no Enem:

  • documento de identificação do estudante e dos demais membros que compõem o núcleo familiar; 
  • declaração que comprove a realização de todo o ensino médio em escola pública ou histórico escolar do ensino médio, com assinatura e carimbo da escola. No caso de bolsista, deve ser incluída declaração da escola que comprove a condição de bolsista integral em todo o ensino médio;
  • comprovante da renda declarada referente ao mês corrente ou até três meses anteriores;
  • comprovante de pagamento (holerite ou contracheque, recibo de pagamento por serviços prestados, envelope de pagamento e/ou declaração do empregador, entre outros);
  • declaração original, assinada pelo próprio interessado, para autônomos e trabalhadores em atividades informais, contendo as seguintes informações: nome, atividade que desenvolve, local onde a executa, telefone, há quanto tempo a exerce e renda bruta mensal em reais;
  • extrato de rendimentos fornecido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou por outras fontes, referente à aposentadoria, auxílio-doença, pensão, pecúlio, auxílio-reclusão e previdência privada. Na ausência desses documentos, apresentar extrato bancário identificado, com o valor do crédito do benefício;
  • recibo de comissões, aluguéis, pró-labores e outros;
  • recibo de seguro-desemprego e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
  • rescisão do último contrato de trabalho;
  • comprovante do valor da pensão alimentícia (na ausência desse documento, apresentar extrato ou declaração de quem a concede, especificando o valor);
  • comprovantes de benefícios concedidos por programas sociais, como o Bolsa Família;
  • declaração original da pessoa que concede ajuda financeira ao interessado, pagamento de despesas com escola ou de outras despesas, contendo as seguintes informações: nome, endereço, telefone, valor concedido e finalidade;
  • comprovante de residência (conta de água, energia elétrica, gás, telefone, carnê de IPTU, correspondências oficiais ou bancárias);
  • para beneficiários do CadÚnico: cópia do cartão com o NIS válido que contenha nome completo e CPF da mãe do participante.

Cronograma  

  • Solicitação de isenção da taxa/justificativa de ausência: 14 a 25 de abril;
  • Resultado das solicitações de isenção da taxa/justificativa de ausência: 12 de maio;
  • Período de recursos: 12 a 16 de maio;
  • Resultado dos recursos: 22 de maio.

O exame

O Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Instituições de ensino públicas e privadas utilizam a prova para selecionar estudantes: os resultados são utilizados como critério único ou complementar de processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). 

Os resultados individuais do exame também podem ser aproveitados em processos seletivos de instituições portuguesas que possuem convênio com o Inep. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal.

(Fonte: Agência Brasil)

Fortalecimento do intercâmbio entre grupos de teatro nacionais, pesquisa dos saberes ancestrais femininos e fomento à acessibilidade de qualidade junto ao público e artistas surdos e ouvintes. Assim será a programação do Grupo Moitará em sua temporada especial por São Luís (MA), com o projeto “A BUSCA – trocas, acessibilidade e pesquisa”, que estreia no próximo mês de maio.

Em turnê pelo Nordeste, o Grupo Moitará, reconhecido pelos seus 36 anos de pesquisa na linguagem com as máscaras teatrais, chega ao Maranhão para várias ações culturais e sociais. O projeto, que será desenvolvido na capital maranhense entre os dias 7 e 20 de maio, é fomentado pela Bolsa Funarte de Teatro Myriam Muniz.

“A BUSCA – trocas, acessibilidade e pesquisa” é um projeto com foco em contribuir para a criação de uma rede de troca de saberes artísticos e tradicionais a nível nacional. Para isso, a linguagem da máscara teatral e a acessibilidade cultural de qualidade para pessoas surdas, que são vertentes do trabalho desenvolvido pelo Grupo Moitará, se integram a Libras e à linguagem do Visual Vernacular nesse processo criativo e inclusivo – este último, inclusive, é um recurso artístico e poético próprio das Línguas de Sinais que visa construir cenas a partir da expressividade física e imagética dos corpos, sem necessidade da palavra.

Na capital maranhense, a programação será dividida em: apresentações do espetáculo “A BUSCA – versão bilíngue (Libras e Português)” nos dias 7, 8 e 9 de maio, a partir das 20h; oficina de Visual Vernacular para artistas surdos e ouvintes nos dias 9 e 10; roda de conversa sobre acessibilidade de qualidade na cultura para a comunidade surda no dia 10; palestra-espetáculo “A Máscara na Energia do Ator/Atriz”, onde serão discutidos os princípios de trabalho com a máscara teatral no dia 14; e na etapa final, uma oficina de treinamento de atores e atrizes na linguagem da máscara teatral nos dias 15, 16 e 17 – os locais ainda serão definidos e divulgados em breve.

Outra ação prevista será a reunião do Grupo Moitará com os grupos Xama Teatro, Núcleo Atmosfera e Companhia Cambalhotas durante dois dias, para compartilhar pesquisas e experiências criativas a partir do tema sobre saberes e ancestralidades femininas.

Arte e pesquisa

Além disso, a passagem do projeto pelo Maranhão também será acompanhada por trabalhos de pesquisa e entrevistas com grupos de mulheres quebradeiras de coco-babaçu. Esses conteúdos serão uma das fontes de inspiração para o novo espetáculo do Moitará sobre saberes ancestrais femininos em terras brasileiras e que estará concluindo a trilogia que o Grupo vem trabalhando de espetáculos criados sobre o tema.

A finalidade da pesquisa é aproximar os integrantes do grupo, aos saberes, tradições, técnicas, hábitos e comportamentos que sejam expressões de ancestralidades femininas das benzedeiras do Rio Grande do Norte e das quebradeiras de coco-babaçu do Maranhão. Em cada local, os integrantes do Moitará estarão visitando e entrevistando mulheres reconhecidas como detentoras desses saberes tradicionais e que sejam respeitadas por suas comunidades pelas lutas em prol do coletivo.

“Este trabalho é importante porque convida o espectador a reconhecer a importância de práticas e saberes ancestrais e a refletir sobre a qualidade das relações que estabelece com o mundo ao seu redor e com a natureza. A primeira peça da trilogia criada a partir dessa pesquisa foi ‘Imagens da Quimera’, seguida por ‘A BUSCA’ e será fechada com um terceiro espetáculo que está atualmente em fase de pesquisa para sua construção”, destaca Venício Fonseca, integrante do Grupo Moitará e diretor do espetáculo “A BUSCA – versão bilíngue (Libras e Português)”.

Grupo Moitará

O Grupo Moitará foi criado em 1988, por Erika Rettl e Venício Fonseca. Há 36 anos, desenvolve uma pesquisa continuada sobre o trabalho de preparação de atores e atrizes, buscando compreender os princípios que fundamentam sua arte, tendo nos estudos dos aspectos e funções da Máscara Teatral a base para a elaboração de uma metodologia própria. Ao longo desses anos, vem realizando projetos artísticos, didáticos e socioculturais por meio de oficinas, espetáculos e palestras-espetáculos, sendo reconhecido nacionalmente por sua contribuição na área artística e didática.

Em 2008, o Grupo Moitará criou o projeto “Palavras Visíveis”, voltado à capacitação técnica para atores surdos a partir da linguagem da máscara teatral. Se caracteriza por ser um projeto bilíngue (Libras/Português) que tem como objetivo unir experiências teatrais entre surdos e ouvintes, fortalecer e ampliar a produção artística da comunidade surda na cena contemporânea brasileira.

Mais informações sobre o grupo no site oficial: www.grupomoitara.art.br. Já para mais detalhes sobre a programação do projeto “A BUSCA – trocas, acessibilidade e pesquisa” em São Luís, acesse o

Instagram: https://www.instagram.com/grupomoitara/.

Serviço

 O QUÊ:projeto “A BUSCA – trocas, acessibilidade e pesquisa”, do Grupo Moitará, em São Luís;

QUANDO: entre os dias 7 e 20 de maio;

ONDE: em diversos espaços de São Luís (programação completa em breve);

Mais informações:

 no site oficial www.grupomoitara.art.br e/ou no Instagram https://www.instagram.com/grupomoitara/;

Assessoria de comunicação: 

(98) 99968-2033 (Gustavo Sampaio); (98) 99613-6521 (Aidê Rocha).

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Nos trabalhos de (re)organização do meu acervo, encontrei esse documento (acima), espécie de cupom-recibo do jornal "Cidade de Caxias", provavelmente de pagamento de assinatura e anúncio(s), anos 1960, em que os caxienses JOÃO MACHADO e ADAILTON MEDEIROS aparecem como administradores da publicação.

Um achado!

João Elzimar da Costa Machado era advogado e sócio efetivo fundador e diretor (secretário geral) do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias. Também foi promotor público, fundador da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Caxias, conciliador em juizado cível e criminal, juiz suplente, juiz de paz, ex-prefeito de Caxias, ex-deputado estadual, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, integrante do Terço dos Homens, do Centro de Cultura Coelho Netto, membro fundador da ASLEAMA (Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão), escritor, poeta, autor do livro "O Fim e o Nada", de 2012. Faleceu há doze anos, em 9 de fevereiro de 2013. Em 13 de maio de 2023, foi lançada a obra "João Machado – O Conciliador por Excelência", biografia escrita pelo empresário, bancário aposentado e escritor caxiense Antônio Cruz Gonçalves.

Adailton Medeiros foi jornalista e professor universitário no Rio de Janeiro, monge no Mosteiro de São Bento, romancista, ensaísta, um dos cinco mais citados poetas da Poesia Práxis no Brasil. Nasceu em 16 de julho de 1938 no povoado Angical, em Caxias, Maranhão, onde também surgiu literária/mente. Faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 9 de fevereiro de 2010, Está enterrado no Mosteiro de São Bento. Um livro inédito ("Oculto Piano") e seis publicados saíram no Rio em um só volume, "Obra Reunida", de 2022, com revisão e longa apresentação com ensaio biográfico-literário de Edmilson Sanches.

* EDMILSON SANCHES

Imagens:

Cupom-recibo do jornal "Cidade de Caxias" (anos 1960) e os escritores caxienses João Machado e Adailton Medeiros, com suas obras.

Fundo de Financiamento Estudantil,Fies

Estudantes interessados em concorrer às vagas remanescentes do processo seletivo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), referente ao primeiro semestre de 2025, podem fazer a inscrição a partir desta terça-feira (22), por meio do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. O prazo continua até 29 de abril.

De acordo com o edital, o resultado da ordem de classificação e da pré-seleção será divulgado no dia 6 de maio, constituído de chamada única e de lista de espera.

“Caso seja pré-selecionado, o estudante deverá comparecer à Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) da instituição de ensino superior (IES) nos dias 7 e 8 de maio, no horário de atendimento da IES, para comprovar as informações declaradas no ato da inscrição”, informou o Ministério da Educação (MEC).

Entenda

As vagas remanescentes do Fies referem-se às oportunidades de financiamento que não foram preenchidas durante as etapas regulares de seleção do programa. Elas são destinadas a estudantes que tenham condições de atingir a frequência mínima exigida para concluir o primeiro semestre letivo de 2025 na opção de curso, turno e local de oferta para os quais se inscreveram.

Ainda conforme o edital, 50% das vagas remanescentes serão reservadas para candidatos com renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo, inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), conforme determinam as regras do Fies Social.

Já para candidatos autodeclarados pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência, serão reservadas vagas em percentual de acordo com a proporção da população na unidade da Federação onde está instalada a instituição de ensino, tendo como base o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Pré-selecionados pelo Fies Social poderão solicitar a contratação de financiamento de até 100% dos encargos educacionais cobrados pelas instituições. Eles serão identificados automaticamente pelo Fies Seleção a partir de base de dados do CadÚnico, fornecida ao MEC pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome”, completou o MEC.

Podem se inscrever no processo seletivo os candidatos que, cumulativamente, atendam às seguintes condições:

  • - ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir da edição de 2010, com nota no exame válida até o momento anterior à abertura das inscrições;
  • - ter obtido média aritmética das notas nas cinco provas igual ou superior a 450 pontos e nota na prova de redação superior a zero;
  • - não ter participado do Enem como treineiro;
  • - possuir renda familiar mensal bruta per capita de até três salários mínimos;
  • - possuir, obrigatoriamente, condições de atingir a frequência mínima exigida para o semestre letivo referente ao primeiro semestre de 2025, no curso, turno e local de oferta da instituição de ensino superior para o qual se inscrever.

Vagas

Em 2025, o MEC vai ofertar mais de 112 mil vagas para o Fies. Dessas, 67.301 foram disponibilizadas no primeiro semestre. As demais serão oferecidas no processo seletivo do segundo semestre – inclusive aquelas eventualmente não forem preenchidas após o final da convocação das vagas remanescentes do primeiro semestre.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 16/04/2025 - lançamento da Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro 2024,  com foco na população LGBTI+ . Local: Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília.
Foto: Gregory Rodrigues/SCOM ALIANÇA LGBTI+

Nove em cada dez estudantes adolescentes e jovens LGBTI+ [lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis, intersexuais e outras orientações sexuais e identidades de gênero] afirmaram ter sido vítimas de algum tipo de agressão verbal em 2024.

O dado é da Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro, apresentada na última quarta-feira (16), na sede do Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília.

O levantamento foi realizado pela organização da sociedade civil Aliança Nacional LGBTI+ em parceria com o Instituto Unibanco e com o apoio técnico do Plano CDE, a Aliança, ao longo de 2024.

O diretor presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis, citou a definição de bullying homofóbico como intimidação sistemática por meio de violência física ou simbólica, com atos de humilhação ou discriminação e apontou que tem muito bullying nas escolas.

“O bullying no nosso país é estrutural e a gente vai ter que se reestruturar quando se trata dos outros. Nós precisamos trabalhar isso com uma política pública estrutural, não algo de doutrinação, mas algo de convivência harmoniosa e democrática.”

Ativista LGBTI+ há mais de 40 anos, Tony Reis defendeu uma relação saudável, de respeito e com empatia entre crianças, adolescentes e professores.

“Nós estamos dando elementos e evidências para serem trabalhados nas escolas. Vamos ter uma escola protegida, uma escola democrática, uma escola em que todo mundo possa conviver harmonicamente”, declarou Toni Reis.

Pesquisa nacional

O questionário da pesquisa foi respondido por 1.349 estudantes da educação básica (acima de 16 anos) do ensino regular e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) entre agosto de 2024 e janeiro de 2025. O relatório considerou exclusivamente as respostas dos 1.170 participantes que se identificam como LGBTI+, com diversas identidades de gênero e orientações sexuais.

Participaram matriculados em escolas públicas e privadas de todas as 27 unidades da federação.

A coordenadora de projetos da Coordenação Geral de Políticas Educacionais em Direitos Humanos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC), Maraisa Bezerra Lessa, admite que faltava pesquisa baseada em evidências e dados mais atualizada sobre este tema. “Experiências e vivências que a gente ouve vários relatos no cotidiano da Secadi e que faltavam  trazer para esse debate”.

Insegurança e violências

De acordo com os dados sobre as formas de violência, 86% dos estudantes entrevistados se sentem inseguros na escola por alguma característica pessoal, como a própria aparência. Entre pessoas trans/travestis, esse número sobe para 93%.

O levantamento revelou, por exemplo, que a escola é um ambiente pouco ou nada seguro para estudantes trans (67%); para meninos que não se encaixam nos padrões de masculinidade (59%); estudantes gays, lésbicas, bissexuais ou assexuais (49%); meninas que não se encaixam nos padrões de feminilidade (40%); além de pessoas que tenham o corpo considero como “fora do padrão” (40%).

Além da violência verbal, 34% dos entrevistados foram vítimas de violência física, em 2024, nas instituições de ensino ao longo de 2024, sendo que expressão de gênero (20%), orientação sexual (20%) e aparência (19%) foram fatores mais mencionados como supostos gatilhos para a violência sofrida.

O percentual de violência física contra LGBTI+ aumenta para 38% quando se trata de estudantes trans/travestis e de pessoas negras. Sete pontos percentuais a mais em relação aos seus pares cisgênero (cis) (31%), pessoas cuja identidade de gênero corresponde ao sexo biológico que lhes foi atribuído ao nascer.

Quando se trata de assédio sexual no ambiente educacional, 4% dos estudantes LGBTI+ já sofreram este tipo de violência, sendo que 5% sofreram de forma recorrente.

Agressores

As vítimas de comentários ofensivos, bullying ou LGBTIfobia apontaram que as agressões são praticadas, em sua maior parte, por estudantes (97%). Como os alunos LGBTI+ podem ter sido agredidos mais de uma vez e por mais uma pessoa, eles ainda reconheceram que 34% dos agressores são docentes e educadores; 16% são membros da gestão ou da diretoria da escola; e outros 10% são outros profissionais da unidade de ensino.

A integrante da organização não-governamental Mães pela Diversidade no Distrito Federal, Elis Gonçalves, conhece de perto essa realidade praticada por quem deveria educar. Ela é mãe de um menino trans de 13 anos identificado pelo nome social Ayo, que significa alegria, na língua africana iorubá. “Quando o profissional escolhe chamar o meu filho pelo nome morto, sabendo o nome social, ele está expondo o meu filho para a sala, para a escola inteira”, relatou a mãe.

“Quando o professor ou o diretor é o agressor da sua criança é pior. Porque é alguém em uma relação de poder, intimidando e expulsando seu filho todos os dias daquele ambiente. E por este profissional ser considerado um exemplo, ele está dizendo para os outros: está liberado o bullying, está liberado o desrespeito, porque eu sou o primeiro [a fazê-lo]”, constata Elis.

Apoio

Os estudantes LGBTI+ responderam que, após sofrerem as agressões nas dependências da instituição de ensino, 31% procuraram a escola, porém, destes 69% relatam que nenhuma providência foi tomada pela instituição.

Entre aqueles que relataram alguma ação por parte da instituição de ensino, 86% avaliaram as medidas como pouco ou nada eficazes.

Outros 39% dos estudantes que já sofreram bullying alegaram nunca terem conversado com alguém sobre a situação ocorrida; 44% buscaram conversar com amigos(as), enquanto (10%) uma parcela pequena buscou familiares.

Saúde mental

Diante do cenário percebido pela pesquisa de escolas como lugares hostis, os dados sugerem que esses estudantes enfrentam um quadro negativo de saúde mental: 94% dos entrevistados LGBTI+ se sentiram deprimidos no mês anterior ao levantamento. Dos estudantes impactados, 88% afirmaram ter vivenciado esse sentimento duas vezes ou mais no período. O que agravaria o sofrimento das pessoas LGBTI+.

Os estudantes trans apresentam indicadores de saúde mental piores do que seus pares cis, em quase todos os aspectos avaliados.

Os responsáveis pela pesquisa sugerem que as escolas promovam espaços de diálogo e sensibilização, como palestras e rodas de conversa, para os problemas encontrados.

Outra proposta é o fortalecimento de vínculos do estudante com a escola com o objetivo de garantir e promover ambientes mais seguros e acolhedores para reduzir impactos do isolamento e da falta de redes de apoio aos estudantes.

Evasão escolar

A pesquisa sobre bullying apresenta dados que indicam riscos elevados de evasão escolar dos estudantes LGBTI+ em razão da insegurança no ambiente educacional. “Os riscos se mostram altos para a comunidade LGBTI+ e particularmente, elevados para estudantes que se identificam como transgênero”, resume a nota sobre a pesquisa.

  • 47% dos(as) estudantes LGBTI+ faltaram pelo menos um dia à instituição de ensino, no mês anterior à pesquisa, por se sentirem inseguros na escola ou no caminho até a instituição
  • Entre estudantes trans, 57% perderam pelo menos um dia letivo no mês anterior à pesquisa, 15% mais em relação aos seus pares cis (42%);
  • Pessoas trans também relataram ter perdido mais dias letivos: 18% dos jovens trans perderam seis dias ou mais; essa proporção cai para 12% entre estudantes cis.

Durante o lançamento da pesquisa nacional, a professora Jaqueline Gomes de Jesus, a primeira transexual a entrar para o doutorado na Universidade de Brasília (UnB), contou que se deparou com uma realidade similar desde muito nova, em escolas da Ceilândia e de Taguatinga, no Distrito Federal.

“Não foram meus professores que me salvaram. Não foi a escola, porque eu não existia na escola. Eu sofri bullying, discriminação, perseguição, assédio de cunho sexual todos os dias. E professoras, coordenadoras, diretoras, as freiras não faziam nada, porque era uma criança transviada e diziam: ‘não quero me meter nisso’.

Políticas públicas

Para mudar essas realidades e enfrentar os desafios no combate à discriminação sofrida pelos estudantes LGBTI+ das redes de ensino brasileiras, a coordenadora do MEC, Maraisa Bezerra Lessa, explicou que as políticas públicas adotadas pelo MEC estão baseadas na Constituição Federal de 1988; nas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC); nos princípios do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, além do parecer do Conselho Nacional de Educação, que obriga a adoção do nome social dos estudantes.

Segundo Maraisa, os objetivos são promover a democracia, cidadania, justiça social e respeito às diversidades nos sistemas de ensino.

A coordenadora detalhou que as ações do governo federal estão focadas na formação de pessoas para ter capacidade de entender quais são seus direitos e, ainda, na formação continuada de educação  em direitos humanos dos profissionais da educação.

“A gente parte do pressuposto que a educação é um direito fundamental e que possibilita o acesso a todos os demais direitos. A educação de direitos humanos, no momento em que ela tenta contribuir para conscientizar sobre esses direitos, possibilita aos educandos e às educandas que tenham condições de luta para isso”.

Sugestões

A Pesquisa Nacional sobre o Bullying no Ambiente Educacional Brasileiro 2024 propõe a criação de políticas públicas que incluam no currículo escolar os temas: formas de violência, respeito, convivência democrática, conforme a Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.668 [que determina que as instituições de ensino combatam o bullying homofóbico em suas unidades]; a Lei 13.185/2015, de combate ao bullying, e a Lei 14.811/2024, que institui medidas de proteção à criança e ao adolescente contra a violência nos estabelecimentos educacionais.

Outras sugestões do levantamento nacional são:

  • a proteção ao educador que tratam da temática;
  • medidas legais para garantir segurança de estudantes que sofrem violência na família;
  • sensibilização e capacitação da rede de proteção de crianças e adolescentes.

O secretário-executivo do Conselho Nacional de Educação (CNE), Christy Ganzert Pato, defende que os desafios a serem enfrentados na educação brasileira são mais amplos e vão além da reformulação da educação básica e dos investimentos na formação dos docentes brasileiros.

“A mudança estrutural não é só da escola, não é só na formação [de professores], a mudança deve ser da estrutura da sociedade. Isso envolve um esforço muito além de só pensar na atuação do gestor, em leis de punição, leis de educação, leis de formação. Este é um processo muito mais de conhecimento nacional. Como é que você muda o espírito de nação?”, questionou o secretário-executivo do CNE.

(Fonte: Agência Brasil)

Cursinho preparatório para o vestibular da Universidade de São Paulo - USP Leste.

A partir desta terça-feira (22), o Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), abre as inscrições para a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). A iniciativa selecionará 130 propostas de cursinhos populares gratuitos voltados a preparar estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares que dão acesso às instituições de ensino superior. 

O edital foi publicado no site da Fiocruz. 

As inscrições poderão ser feitas no portal Prosas até o dia 6 de maio. Terão prioridade os cursinhos populares que não recebem apoio financeiro direto ou indireto. A relação com todos os inscritos deverá ser divulgada em 7 de maio, no portal do MEC.

O objetivo da CPOP é garantir suporte técnico e financeiro para a preparação dos estudantes da rede pública socialmente desfavorecidos, em especial negros, indígenas e pessoas com deficiência, que buscam ingressar no ensino superior. 

As propostas dos cursinhos deverão estar alinhadas às Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio e ao conteúdo programático do Enem, com carga horária mínima de 20 horas semanais. Também é necessário contemplar atividades complementares de promoção da saúde e de formação antirracista, anticapacitista e de promoção da cidadania. 

Segundo o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Hugo Silva, os cursinhos populares são trincheiras de resistência e de luta pela democratização do acesso ao ensino superior. 

“Em um país marcado pela desigualdade, são nesses espaços, em conjunto com a política de cotas, que se constroem estratégias e ferramentas para avançar na educação superior para juventude periférica”, afirma.

“Por isso, é urgente que esses cursinhos sigam existindo e se inscrevam no edital da Rede Nacional de Cursinhos Populares, para obter apoio didático, financeiro e de capacitação para professores”, acrescenta Hugo.

Com um investimento inicial de R$ 24,8 milhões para o ciclo 2024-2025, a rede apoiará 130 cursinhos já no primeiro ano, beneficiando até 5.200 estudantes do Brasil. Até 2027, o valor global chega a R$ 99 milhões, com cerca de 324 cursinhos populares apoiados.  

CPOP

Os principais objetivos da Rede Nacional de Cursinhos Populares são: 

  • fortalecer cursinhos pré-vestibulares populares e comunitários; 
  • elaborar orientações focadas no Enem para a estruturação e a implementação de ações de formação nos cursinhos da Rede; 
  • preparar os estudantes, ampliando a possibilidade de acesso ao ensino superior, principalmente de pessoas negras e indígenas; 
  • contribuir para retomada do interesse do jovem brasileiro pelo Enem, que voltou a crescer em 2023; 
  • e contribuir para a ocupação de vagas em cursos de graduação de instituições federais.  

(Fonte: Agência Brasil)

Roma--23/03/ 2025. O Papa Francisco faz sua primeira aparição pública em cinco semanas, no dia em que deve recebeu alta do Hospital Gemelli, em Roma, Itália. REUTERS/Remo Casilli/ Reprodução Proibida.

O papa Francisco morreu às 7h35, horário de Roma, desta segunda-feira (21), no Vaticano, em Roma. O anúncio da morte foi feito pelo Camerlengo Farrell da Casa Santa Marta.

 "Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Igreja".

O cardeal Farrell disse ainda que Francisco chegou a aparecer na sacada da Basílica de São Pedro para a mensagem de Páscoa, na manhã deste domingo (20).

“O Pontífice apareceu na sacada da Basílica de São Pedro para a mensagem de Páscoa Urbi et Orbi, deixando sua última mensagem para a Igreja e o mundo”.

“Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino," acrescentou o cardeal.

- papa Francisco deixa o hospital após quase 40 dias internado

Primeiro Papa das Américas

Francisco assumiu o papado em 2013, mas, ao longo dos últimos anos, começou a apresentar problemas de saúde, desde gripes e resfriados até ferimentos provocados por quedas em seu próprio apartamento, no Vaticano.

Com a saúde cada vez mais fragilizada, chegou a usar cadeira de rodas e bengalas para se locomover em eventos que exigiam maior esforço físico, além de limitar suas falas em razão de diversas infecções respiratórias.

Em fevereiro, foi internado para realizar exames e tratar um quadro de bronquite, inflamação dos brônquios geralmente provocada por vírus como o da influenza ou o vírus sincicial respiratório.

Apesar do agravamento da saúde no decorrer dos anos, o papa vinha mantendo grande parte de sua agenda diária de compromissos, participando, inclusive, de reuniões em sua própria residência.

Biografia

Francisco, nome escolhido por ele para seu pontificado, nasceu Jorge Mario Bergoglio. Argentino de Buenos Aires, foi o primeiro papa das Américas. Filho de imigrantes italianos, era o mais velho de cinco irmãos: dois homens e três mulheres.

Ainda jovem, chegou a formar-se técnico em química, mas, pouco depois, escolheu o caminho do sacerdócio. Licenciou-se em filosofia, foi professor de literatura e psicologia e, posteriormente, licenciou-se também em teologia.

Foi ordenado sacerdote em dezembro de 1969, prestes a completar 33 anos. Já como padre jesuíta, foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires e, posteriormente, em 2001, como cardeal, pelo então papa João Paulo II.

Como arcebispo de Buenos Aires, diocese com mais de 3 milhões de pessoas, elaborou um projeto missionário centrado na comunhão e na evangelização e com foco na assistência aos pobres e aos enfermos.

Francisco foi sucessor do papa emérito Bento XVI que, em fevereiro de 2013, aos 78 anos, renunciou ao pontificado em razão de problemas de saúde. Francisco chegou a presidir o funeral de Bento XVI, em janeiro de 2023, com uma homilia em que o comparava a Jesus.

Em meados de 2024, sobre a possibilidade de também ele renunciar, Francisco se referiu ao tema como “hipótese distante”, já que ainda mantinha saúde suficiente para seguir com seu papado. “Não tenho motivos sérios o suficiente para me fazerem pensar em desistir”.

Apelo por cessar-fogo

Ao longo de seu papado, Francisco lançou diversos apelos à comunidade internacional por cessar-fogo em conflitos na Europa e no Oriente Médio – incluindo a guerra entre Rússia e Ucrânia e, mais recentemente, os ataques do Hamas à Faixa de Gaza.

“Todas as nações têm o direito de existir em paz e em segurança e seus territórios não devem ser atacados ou invadidos. A soberania deve ser respeitada e garantida pelo diálogo e pela paz, não pelo ódio e pela guerra.”

Mulher em gabinete-chave da Igreja

Em janeiro de 2025, Francisco nomeou uma mulher para chefiar um importante gabinete do Vaticano, escolhendo a freira Simona Brambilla para dirigir o departamento responsável por todas as ordens da Igreja Católica.

Com a nomeação, pela primeira vez, uma mulher fica responsável por um dicastério ou congregação da Cúria da Santa Fé, órgão central de governo da Igreja Católica. Simona substitui o cardeal brasileiro reformado João Braz de Aviz.

Milagre na Amazônia

Em outubro de 2024, durante missa na Praça de São Pedro, Francisco proclamou a canonização do padre italiano José Allamano, fundador da congregação dos Missionários da Consolata, por um milagre que teria ocorrido na Amazônia brasileira.

Segundo a organização Consolata América, o milagre ocorreu em 1996, em Roraima, quando um indígena yanomami foi atacado por uma onça e apresentou um grave ferimento na cabeça. Um grupo de missionários teria invocado José Allamano pedindo a recuperação do rapaz, o que se realizou.

Mudanças climáticas

Em agosto de 2024, Francisco fez um de seus últimos alertas em prol da preservação do meio ambiente e exigindo uma ação global contra as mudanças climáticas. “Se medirmos a temperatura do planeta, isso nos dirá que a Terra está com febre. Ela está doente”.

“Precisamos nos comprometer com a proteção da natureza, mudando nossos hábitos pessoais e comunitários”, disse. “Os que mais sofrem com as consequências desses desastres são os pobres, aqueles que são forçados a deixar suas casas por causa de enchentes, ondas de calor ou secas”, completou.

Bênção para casais do mesmo sexo

Em dezembro de 2023, o Vaticano anunciou, em decisão histórica aprovada pelo papa Francisco, que padres podem administrar bênçãos a casais do mesmo sexo, desde que não façam parte dos rituais ou liturgias regulares da Igreja Católica.

Documento do escritório doutrinário do Vaticano destaca que tal bênção não legitima situações irregulares nem deve ser confundido com o sacramento do matrimônio, mas figura como um sinal de que Deus acolhe a todos.

O texto cita que padres “não devem evitar ou proibir a proximidade da Igreja com as pessoas em todas as situações em que elas possam buscar a ajuda de Deus por meio de uma simples bênção”.

(Fonte: Agência Brasil)

São Paulo (SP), 20/04/2025 -  CCBB em SP apresenta mostra que destaca movimento cinematográfico indígena - Cópia de Cineasta Kayapó, coletivo Beture .
Foto: Cineasta Kayapó, coletivo Beture/Divulgação

Uma mostra inédita e gratuita em São Paulo vai apresentar a produção realizada por cineastas de diversos povos indígenas do Brasil.

Chamada de Cosmologias da Imagem: cinemas de realização indígena, a mostra é composta por 33 filmes que destacam o movimento cinematográfico indígena, entre filmes experimentais, documentários e filmes-performance. O evento reúne cineastas de diversos povos e regiões brasileiras como Maxakali/Tikmũ'ũn, Kuikuro, Yanomami, Mbya-Guarani, Guarani Nhandeva, Tupinambá, Karapotó, Awa Guajá/Tentehara/Guajajara, Huni Kuin, Xakriabá, Mebêngôkre-Kayapó, Baniwa, Krahô, Xavante, Tupi, Fulni-ô e Kaiabi.

Os filmes selecionados para o evento abordam temas como terra, território, rituais e a relação dos povos com a natureza, sempre a partir de uma perspectiva de autorrepresentação. A curadoria é de Olinda Tupinambá e Júnia Torres.

“É extremamente importante que os povos possam fazer seus próprios filmes e é importante pensar em distribuir essas produções, pois só assim teremos a possibilidade de fortalecer o cinema nacional feito pelos povos indígenas”, disse Olinda, em nota.

Entre os destaques da mostra estão os primeiros filmes que foram dirigidos e filmados por mulheres Yanomami: Yuri uxëatima thë - A Pesca com Timbó e Thuë pihi kuuwi - Uma Mulher Pensando.

A programação foi dividida em 17 eixos temáticos e inclui também atividades paralelas, como uma mesa-redonda, que será realizada no dia 30 de abril, às 18h, com a presença das curadoras e dos cineastas Sérgio Yanomami e Vincent Carelli. Há ainda duas sessões comentadas: uma dos filmes O Verbo se Fez CarneKaapora, o Chamado das Matas; e Ibirapema, que será realizada no dia 27 de abril, e outra com a exibição dos filmes Os Sonhos GuiamAguyjevete, Avaxi’i; e Bakish Rao: Plantas en Lucha, que acontece no dia 1º de maio.

O festival ocorre entre os dias 26 de abril e 25 de maio no Centro Cultural Banco do Brasil, no centro de São Paulo. A programação está disponível no site da mostra.

Além de São Paulo, a exposição será levada também ao CCBB Rio de Janeiro, de 14 de abril a 12 de maio.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 20/04/2025 -  A cantora e compositora Cristina Buarque morreu neste domingo (20), aos 73 anos, vítima de câncer. A informação foi confirmada por seu filho, Zeca Ferreira.
Foto: Zeca Ferreira/Instagram

Vítima de complicações de um  câncer, morreu neste domingo (20), aos 74 anos, a cantora e compositora Cristina Buarque. A informação foi confirmada por seu filho Zeca Ferreira nas redes sociais. Filha do historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda, era irmã dos cantores Chico Buarque, Miúcha e Ana de Hollanda.  Ela estava radicada na Ilha de Paquetá, há alguns anos. 

"Uma cantora avessa aos holofotes. Como explicar um negócio desses em qualquer tempo? Mas como explicar isso nesse tempo específico? Mas foi isso a vida inteirinha dessa mulher que tivemos, nós 5, a sorte grande de ter como mãe.
Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. "Bom mesmo é o coro", ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto. É imagem bonita e nítida mas desfoca as outras belezas que se perderiam na sombra não fossem essas pessoas imunes ao imediato. Ser humano mais íntegro que eu já conheci. Farol, chefia, braba, a dona da porra toda.
Vai em paz, mãe", diz mensagem assinada por Ana, Zeca, Paulo, Antônio, Piiizinha, postada no Instagram por Zeca. 

Lula manifesta pesar

Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou pesar pelo falecimento de Cristina Buarque.

"Quero expressar meus profundos sentimentos pelo falecimento de Cristina Buarque. Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros. Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço", disse o presidente.

Portela

Ao lamentar a morte de Cristina Buarque, a Escola de Samba Portela lembrou que a cantora era natural de São Paulo e dedicou a vida ao samba e à música popular brasileira (MPB). Sua carreira ganhou notoriedade com o lançamento, em 1974, de um disco que apresentou composições de grandes nomes da MPB, como Cartola, Tom Jobim, Paulinho da Viola, Manacéa e seu irmão, Chico Buarque.

Sempre presente ao lado da Velha Guarda da Portela, Cristina deixa cinco filhos e um legado eterno para o samba e a música brasileira.

O presidente da Portela Fábio Pavão, o vice-presidente, Junior Escafura, a Velha Guarda da Portela e toda a família portelense se solidarizam com os familiares, amigos e fãs nesse momento, escreveram os representantes da agremiação.

"Descanse em paz, Cristina!", finaliza a mensagem.

Discografia

Segundo o Dicionário Cravo Albin, da Música Popular Brasileira, em 1968, o irmão de Cristina, Chico Buarque, mais velho seis anos, levou-a para gravar em seu LP Chico Buarque Volume 3, dividindo com ela a faixa Sem Fantasia, de autoria do próprio compositor. 

Em 1974, lançou o primeiro LP Cristina, no qual interpretou um de seus maiores sucessos, Quantas lágrimas, de Manacéia, compositor da Velha-Guarda da Portela. No mesmo disco, gravou composições de outros sambistas, como Dona Ivone Lara, do Império Serrano, e Nelson Cavaquinho e Cartola, ambos da Mangueira. Nessa época, já era marcante uma de suas características: resgatar canções de antigos compositores das escolas de samba, em um verdadeiro trabalho de garimpagem. Assim fez com Candeia, ainda na década de 1970, gravando em fita cassete vários de seus sambas inéditos e melodias inacabadas.

Ainda de acordo com o dicionário, em 1980, gravou o LP Vejo amanhecer, que teve a participação do conjunto Época de Ouro na faixa Cantar, de Godofredo Guedes, pai do cantor e compositor Beto Guedes, sendo o título do disco retirado da música Vejo amanhecer, de Noel Rosa. No ano seguinte, lançou o LP Cristina, com a participação especial da Velha-Guarda da Portela na faixa Vida de rainha, de Alvaiade e Monarco, e ainda de Clementina de Jesus em Quando a polícia chegar, de João da Baiana. Ainda neste ano, convidada a participar de um disco em homenagem a Geraldo Pereira, gravou a música Pode ser?, de Geraldo Pereira e Marino Pinto, e fez parte do coro na faixa Se você sair chorando, de Geraldo Pereira e Nélson Teixeira.

Em 1987, gravou um compacto duplo, com produção independente, juntamente com Mauro Duarte, no qual os dois interpretaram as músicas Resgate e Deixa eu viver na orgia”. A primeira é de autoria de Duarte e Paulo César Pinheiro e a segunda, dele e de Cristina.

Em 1988, coproduziu e participou do LP Candeia, lançado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), gravando a faixa Morro do Sossego, de Candeia e Artur Poerner. No ano seguinte, a gravadora Ideia Livre lançou o disco Homenagem a Paulo da Portela e outra vez, em dueto com Mauro Duarte, Cristina interpretou a canção Quem espera sempre alcança. No mesmo ano, participou do coro em várias faixas do disco Mangueira chegou, da Velha Guarda da Mangueira. 

Em 1998, participou do CD Chico Buarque de Mangueira, interpretando várias faixas, como Favela, de Padeirinho e Jorginho Pessanha, Como será o ano 2000, de Padeirinho, em dueto com Carlinhos Vergueiro, Polícia no morro, de Geraldo Pereira e Arnaldo Passos, Agoniza mas não morre, de Nelson Sargento, também com Carlinhos Vergueiro, e fazendo coro em quase todo o disco.

Em 2002, ao lado dos irmãos Chico, Miúcha e Ana de Hollanda, e de Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Inezita Barroso e Carlinhos Vergueiro, participou da caixa de quatro discos Acerto de contas de Paulo Vanzolini, lançada pela gravadora Biscoito Fino, na qual Interpretou três composições do homenageado: Falta de mim, noite longa, dele e de Toquinho, Mente Morte é paz.

Em 2003, ao lado de Dona Ivone Lara, Wilson Moreira, Elton Medeiros, Renato Braz, Monarco, Velha Guarda da Portela, Elza Soares, Teresa Cristina, Martnália, Nilze Carvalho, Seu Jorge e Walter Alfaiate, entre outros, participou do CD Um ser de luz – saudação a Clara Nunes, no qual interpretou Derramando lágrimas.

Em 2007 apresentou o espetáculo Cristina Buarque e Terreiro Grande, no Teatro Fecap, em São Paulo, em show produzido por Homero Ferreira.

Amigos lamentam perda

A cantora  e compositora Teresa Cristina lembrou que Cristina Buarque era uma grande pesquisadora de samba e influenciou muito sua geração.

"Tenho certeza de que a Cristina era a grande responsável pelo que todo mundo passou a chamar de revitalização do samba da Lapa, porque foi através das fitas  e posteriormente dos CDs que começamos a enriquecer nosso repertório. E a Cristina tinha uma vontade de esparramar esse repertório  pela cidade. Uma pessoa muito importante para o samba, avessa a qualquer tipo de holofote . Ela só queria cantar o samba dela, tomar a cervejinha dela, fumar o cigarrinho dela. Foram amigas durante muito tempo e depois ela foi para Paquetá, onde passou o final da vida". 

O presidente do Instituto Memória Muiscal Brasileira, João Carino, conta que produziu um disco de Cristina. "Juntos fizemos o disco Ganha-se pouco, mas é divertido, cantando a obra do Wilson Batista. Ela foi uma enciclopédia da música brasileira. Cristina Buarque vai deixar muita saudade. Ela tinha um jeito único de cantar". 

Conhecido como Pratinha, o músico Tiago Prata era amigo de longa data de Cristina e tocava com a cantora no famoso Bar Bip Bip, em Copacabana. 

"Cristina teve uma importância gigante para a música brasileira, para a defesa do samba, dos compositores. Ela não se rendeu aos caprichos do mercado fonográfico para poder manter acesa a chama dos compositores de samba. Ela formou toda uma geração da Lapa do início dos anos 2000 como Teresa Cristina e Pedro Miranda. É uma perda enorme."

A cantora Alice Canto escreveu no Instagram que Cristina era a cantora, mãe, avó e a pesquisadora mais generosa e menos vaidosa que já conheceu na vida. 

"Cristina era completamente avessa a homenagens e me avisou, quando quis homenageá-la em vida, pelos seus 70 anos: “E já vou avisando, não quero homenagens quando morrer!” Foi algo que nunca entendi muito: porque é que gravava discos e fazia um trabalho tão rico se não queria ser saudada por isso, se não tinha o desejo de “aparecer”, de colher os frutos. Era um trabalho muito apaixonado tanto pelos personagens daquilo que cantava, pelas histórias que os sambas contavam quanto pelas melodias, arranjos e batuques que ela amava tanto. E mesmo sendo tão especialista no assunto nunca se autoproclamou “sambista”, pois não tinha nascido “lá”, pois não era uma personagem, mas uma admiradora de fora."

(Fonte: Agência Brasil)