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Brasília (DF), 20/04/2025 -  A cantora e compositora Cristina Buarque morreu neste domingo (20), aos 73 anos, vítima de câncer. A informação foi confirmada por seu filho, Zeca Ferreira.
Foto: Zeca Ferreira/Instagram

Vítima de complicações de um  câncer, morreu neste domingo (20), aos 74 anos, a cantora e compositora Cristina Buarque. A informação foi confirmada por seu filho Zeca Ferreira nas redes sociais. Filha do historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda, era irmã dos cantores Chico Buarque, Miúcha e Ana de Hollanda.  Ela estava radicada na Ilha de Paquetá, há alguns anos. 

"Uma cantora avessa aos holofotes. Como explicar um negócio desses em qualquer tempo? Mas como explicar isso nesse tempo específico? Mas foi isso a vida inteirinha dessa mulher que tivemos, nós 5, a sorte grande de ter como mãe.
Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. "Bom mesmo é o coro", ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto. É imagem bonita e nítida mas desfoca as outras belezas que se perderiam na sombra não fossem essas pessoas imunes ao imediato. Ser humano mais íntegro que eu já conheci. Farol, chefia, braba, a dona da porra toda.
Vai em paz, mãe", diz mensagem assinada por Ana, Zeca, Paulo, Antônio, Piiizinha, postada no Instagram por Zeca. 

Lula manifesta pesar

Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou pesar pelo falecimento de Cristina Buarque.

"Quero expressar meus profundos sentimentos pelo falecimento de Cristina Buarque. Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros. Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço", disse o presidente.

Portela

Ao lamentar a morte de Cristina Buarque, a Escola de Samba Portela lembrou que a cantora era natural de São Paulo e dedicou a vida ao samba e à música popular brasileira (MPB). Sua carreira ganhou notoriedade com o lançamento, em 1974, de um disco que apresentou composições de grandes nomes da MPB, como Cartola, Tom Jobim, Paulinho da Viola, Manacéa e seu irmão, Chico Buarque.

Sempre presente ao lado da Velha Guarda da Portela, Cristina deixa cinco filhos e um legado eterno para o samba e a música brasileira.

O presidente da Portela Fábio Pavão, o vice-presidente, Junior Escafura, a Velha Guarda da Portela e toda a família portelense se solidarizam com os familiares, amigos e fãs nesse momento, escreveram os representantes da agremiação.

"Descanse em paz, Cristina!", finaliza a mensagem.

Discografia

Segundo o Dicionário Cravo Albin, da Música Popular Brasileira, em 1968, o irmão de Cristina, Chico Buarque, mais velho seis anos, levou-a para gravar em seu LP Chico Buarque Volume 3, dividindo com ela a faixa Sem Fantasia, de autoria do próprio compositor. 

Em 1974, lançou o primeiro LP Cristina, no qual interpretou um de seus maiores sucessos, Quantas lágrimas, de Manacéia, compositor da Velha-Guarda da Portela. No mesmo disco, gravou composições de outros sambistas, como Dona Ivone Lara, do Império Serrano, e Nelson Cavaquinho e Cartola, ambos da Mangueira. Nessa época, já era marcante uma de suas características: resgatar canções de antigos compositores das escolas de samba, em um verdadeiro trabalho de garimpagem. Assim fez com Candeia, ainda na década de 1970, gravando em fita cassete vários de seus sambas inéditos e melodias inacabadas.

Ainda de acordo com o dicionário, em 1980, gravou o LP Vejo amanhecer, que teve a participação do conjunto Época de Ouro na faixa Cantar, de Godofredo Guedes, pai do cantor e compositor Beto Guedes, sendo o título do disco retirado da música Vejo amanhecer, de Noel Rosa. No ano seguinte, lançou o LP Cristina, com a participação especial da Velha-Guarda da Portela na faixa Vida de rainha, de Alvaiade e Monarco, e ainda de Clementina de Jesus em Quando a polícia chegar, de João da Baiana. Ainda neste ano, convidada a participar de um disco em homenagem a Geraldo Pereira, gravou a música Pode ser?, de Geraldo Pereira e Marino Pinto, e fez parte do coro na faixa Se você sair chorando, de Geraldo Pereira e Nélson Teixeira.

Em 1987, gravou um compacto duplo, com produção independente, juntamente com Mauro Duarte, no qual os dois interpretaram as músicas Resgate e Deixa eu viver na orgia”. A primeira é de autoria de Duarte e Paulo César Pinheiro e a segunda, dele e de Cristina.

Em 1988, coproduziu e participou do LP Candeia, lançado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), gravando a faixa Morro do Sossego, de Candeia e Artur Poerner. No ano seguinte, a gravadora Ideia Livre lançou o disco Homenagem a Paulo da Portela e outra vez, em dueto com Mauro Duarte, Cristina interpretou a canção Quem espera sempre alcança. No mesmo ano, participou do coro em várias faixas do disco Mangueira chegou, da Velha Guarda da Mangueira. 

Em 1998, participou do CD Chico Buarque de Mangueira, interpretando várias faixas, como Favela, de Padeirinho e Jorginho Pessanha, Como será o ano 2000, de Padeirinho, em dueto com Carlinhos Vergueiro, Polícia no morro, de Geraldo Pereira e Arnaldo Passos, Agoniza mas não morre, de Nelson Sargento, também com Carlinhos Vergueiro, e fazendo coro em quase todo o disco.

Em 2002, ao lado dos irmãos Chico, Miúcha e Ana de Hollanda, e de Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Inezita Barroso e Carlinhos Vergueiro, participou da caixa de quatro discos Acerto de contas de Paulo Vanzolini, lançada pela gravadora Biscoito Fino, na qual Interpretou três composições do homenageado: Falta de mim, noite longa, dele e de Toquinho, Mente Morte é paz.

Em 2003, ao lado de Dona Ivone Lara, Wilson Moreira, Elton Medeiros, Renato Braz, Monarco, Velha Guarda da Portela, Elza Soares, Teresa Cristina, Martnália, Nilze Carvalho, Seu Jorge e Walter Alfaiate, entre outros, participou do CD Um ser de luz – saudação a Clara Nunes, no qual interpretou Derramando lágrimas.

Em 2007 apresentou o espetáculo Cristina Buarque e Terreiro Grande, no Teatro Fecap, em São Paulo, em show produzido por Homero Ferreira.

Amigos lamentam perda

A cantora  e compositora Teresa Cristina lembrou que Cristina Buarque era uma grande pesquisadora de samba e influenciou muito sua geração.

"Tenho certeza de que a Cristina era a grande responsável pelo que todo mundo passou a chamar de revitalização do samba da Lapa, porque foi através das fitas  e posteriormente dos CDs que começamos a enriquecer nosso repertório. E a Cristina tinha uma vontade de esparramar esse repertório  pela cidade. Uma pessoa muito importante para o samba, avessa a qualquer tipo de holofote . Ela só queria cantar o samba dela, tomar a cervejinha dela, fumar o cigarrinho dela. Foram amigas durante muito tempo e depois ela foi para Paquetá, onde passou o final da vida". 

O presidente do Instituto Memória Muiscal Brasileira, João Carino, conta que produziu um disco de Cristina. "Juntos fizemos o disco Ganha-se pouco, mas é divertido, cantando a obra do Wilson Batista. Ela foi uma enciclopédia da música brasileira. Cristina Buarque vai deixar muita saudade. Ela tinha um jeito único de cantar". 

Conhecido como Pratinha, o músico Tiago Prata era amigo de longa data de Cristina e tocava com a cantora no famoso Bar Bip Bip, em Copacabana. 

"Cristina teve uma importância gigante para a música brasileira, para a defesa do samba, dos compositores. Ela não se rendeu aos caprichos do mercado fonográfico para poder manter acesa a chama dos compositores de samba. Ela formou toda uma geração da Lapa do início dos anos 2000 como Teresa Cristina e Pedro Miranda. É uma perda enorme."

A cantora Alice Canto escreveu no Instagram que Cristina era a cantora, mãe, avó e a pesquisadora mais generosa e menos vaidosa que já conheceu na vida. 

"Cristina era completamente avessa a homenagens e me avisou, quando quis homenageá-la em vida, pelos seus 70 anos: “E já vou avisando, não quero homenagens quando morrer!” Foi algo que nunca entendi muito: porque é que gravava discos e fazia um trabalho tão rico se não queria ser saudada por isso, se não tinha o desejo de “aparecer”, de colher os frutos. Era um trabalho muito apaixonado tanto pelos personagens daquilo que cantava, pelas histórias que os sambas contavam quanto pelas melodias, arranjos e batuques que ela amava tanto. E mesmo sendo tão especialista no assunto nunca se autoproclamou “sambista”, pois não tinha nascido “lá”, pois não era uma personagem, mas uma admiradora de fora."

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 12/08/2023 - Dia Internacional dos Povos Indígenas é celebrado com feira de artesanato no Parque Lage. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Para celebrar a diversidade cultural dos povos indígenas no Brasil, o Parque Lage, no bairro do Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio de Janeiro, recebe a partir desta sexta-feira (18) a 15ª edição do Dia dos Povos Indígenas. O evento, organizado pela Associação Indígena Aldeia Maracanã (AIAM), é gratuito e acontece até segunda-feira (21), das 9h às 17h.

Neste ano, o Dia dos Povos Indígenas acontece com feira de artesanato, cantos e danças rituais, pintura corporal, oficinas de arte indígena e contações de história. Além disso, também acontecem palestras e debates sobre as principais questões que envolvem os povos indígenas na atualidade. 

“Vamos ter discussões sobre o marco temporal, sobre emergência climática e sobre como os povos indígenas veem essa questão e o que estão fazendo para mudar essa situação. Na verdade, quando falamos dessa questão da importância dos debates, queremos fazer com que os povos indígenas falem com a sociedade sobre tudo isso e, quem sabe, reconectamos a cidade ao meio ambiente”, afirma a presidente da AIAM e organizadora do evento, Marize Guarani.

De acordo com o Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil conta com 1.694.836 pessoas indígenas. Desses, 63,25% (1.071.992) vivem fora das terras indígenas. 

Cerca de 400 indígenas de mais de 25 etnias do Brasil e da América do Sul participam do evento. Além das atividades artísticas e culturais, a edição deste ano também promove um desfile de moda indígena. 

“Isso também é uma questão pedagógica para mostrar que nós não somos ‘índios’, somos povos e temos uma pluralidade”, diz a presidente da AIAM, á Agência Brasil, garantindo que o evento é “não só multiétnico, mas pluricultural”.

No Parque Lage, o Dia dos Povos Indígenas acontece desde 2014. Antes, o evento era realizado no antigo Museu do Índio, no bairro do Maracanã, edifício ocupado por indígenas de diferentes etnias desde 2006 e intitulado como Aldeia Maracanã. Na realização do evento, a AIAM conta com apoio da Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa (SECEC) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

(Fonte: Agência Brasil)

Goiás - Encenação da via sacra de Jesus Cristo, durante a Procissão do Fogaréu na cidade de Goiás (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A Sexta-Feira Santa é parte do tríduo pascal, celebração da Igreja Católica que retoma a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. A data varia a cada ano porque tem como referência o período da Festa de Pessach (páscoa judaica), citado nos evangelhos cristãos.

“Quando a gente vislumbra o período de preparação para a páscoa, isso vai acontecer por uma tradição que vem desde antes do período cristão, e já era praticada pelo judaísmo”, explica Ana Beatriz Dias Pinto, doutora em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Segundo a especialista, os escritos relatam que, para os judeus, a festividade ocorria no sábado e domingo de lua cheia após o início da primavera no hemisfério norte (outono no hemisfério sul).

“Quando Jesus foi sentenciado à morte, eles precisaram antecipar o momento de crucificação dele - que foi o castigo imposto na época - para que não atrapalhasse as festividades dos judeus. Então, acabou sendo numa sexta-feira”, diz.

Na celebração judaica, a data em que Jesus Cristo foi morto coincidiu com os preparativos da Festa de Pessach. Tradicionalmente um cordeiro é morto em sacrifício para a proteção das moradias sujeitas à décima praga no Egito, que previa a descida do anjo da morte, quando todos os primogênitos seriam mortos em razão da escravização do povo judeu.

Evangelhos

 “A interpretação teológica desse evento é fundamentada nos evangelhos, principalmente o Evangelho de João e também nas Cartas de São Paulo, quando ele vai falar que Cristo era a verdadeira Páscoa e que foi imolado [morto em sacrifício]”, explica Ana Beatriz.

A ruptura histórica e cultural promovida pelo sofrimento de Jesus Cristo, posto em sacrifício, impulsionou a criação de uma nova religião, destaca a teóloga.

“Um homem de carne e osso, que acaba sendo morto e, pela espiritualidade, se compreende que ele veio para cumprir as escrituras. Então, ele vai demonstrar que não existe mais só a necessidade de se sair da escravidão para a liberdade, mas que havia a necessidade desse povo sair do contexto de pecado para um contexto de amor”, reforça Ana Beatriz.

A sexta-feira retoma exatamente os últimos passos de Jesus até a sua morte, no dia em que foi sentenciado e penitenciado a carregar a cruz na qual viria a ser pregado até perder a vida. Para católicos, na liturgia da Sexta-Feira Santa não acontece o momento da eucaristia, que é uma ação que dá graças à presença de Jesus Cristo. “Dentro dessa dinâmica do simbolismo, a ausência da celebração eucarística está ligada a um caráter de luto. Os católicos entram em luto na quinta-feira à noite”, frisa Ana Beatriz.

A missa celebrada na data também reserva um momento de adoração da cruz para destacar o sacrifício de Jesus Cristo para redimir o mundo dos pecados, detalha a teóloga.

“Aqui no Brasil, por termos uma tradição latina, a gente é muito passional. Muita gente beija a cruz, se ajoelha diante dela. Na Europa, por exemplo, as pessoas se aproximam da cruz e fazem uma reverência com a cabeça. Em alguns lugares, fazem uma genuflexão [dobram os joelhos], mas não tem essa coisa de tocar e beijar. Cada povo vai ter um costume”, afirma.

Também é na Sexta-feira Santa que tradicionalmente algumas cidades encenam a Via Sacra, para relembrar a trajetória de Jesus até a morte e o significado da Paixão de Cristo, que se pôs em sacrifício pela humanidade.

“O tom que pela tradição da igreja se pede é de austeridade, silêncio, contemplação e luto. É realmente um momento de se lembrar que uma pessoa morreu, que é o líder máximo do cristianismo”, enfatiza.

Feriado

No Brasil, desde a chegada dos portugueses, o cristianismo foi adotado como religião oficial do Império e a tradição foi mantida após a Independência em relação a Portugal. Como um país com grande população cristã, a Sexta-Feira Santa é considerada um feriado religioso pela Lei 9.093/1995.

“Apesar do Brasil ser um estado laico, acabou sendo convencionado que se manteria esse calendário como feriado, porque se faz parte da cultura do povo, da tradição e dos costumes. Se isso faz sentido para o povo, não tem por que retirar do calendário”, reforça.

Sincretismo

Além das religiões cristãs, muitas outras celebram a Páscoa com liturgias que trazem um simbolismo próprio.

“A umbanda e o candomblé, que são algumas das maiores religiosidades de matriz africana no país, a Quimbanda e o Batuque vão celebrar a Páscoa como uma festa de renascimento espiritual. Vão fazer festas para Oxalá, que seria o orixá associado à figura de Jesus Cristo, porque a gente tem um sincretismo muito grande entre as matrizes africanas e o catolicismo”, salienta Ana Beatriz.

No próprio cristianismo, as práticas e interpretações também variam, afirma a teóloga. “Na doutrina espírita, a ressurreição de Jesus é vista como uma evolução, uma sobrevivência do espírito. Eles não vão ter rituais, mas eles respeitam como um símbolo de renovação interior. E eles, evidentemente, têm também a figura de Jesus Cristo como um profeta, como alguém muito evoluído.”

Para a pesquisadora, a Semana Santa é um período para reflexões independentes de uma religião e que pode motivar até mudanças sociais.

“Hoje, a gente pode reinterpretar também o sentido da Páscoa como uma oportunidade de a gente olhar para nós mesmos, para a nossa realidade social, para a nossa realidade econômica, política e pensar, a partir daí, o que a gente quer para a nossa sociedade?”, conclui.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 16/04/2025 - Eric Sousa Costa Ribeiro, Estudante de Engenharia Aeroespacial e Física na Universidade de Notre Dame em Indiana.
Frame Histórias de Sucesso Ismart

O programa Black STEM, que seleciona estudantes negros para concorrer a bolsas de estudo no exterior, está com inscrições abertas até o dia 30 deste mês. Pelo programa, os selecionados podem receber até R$ 35 mil em bolsas para cursos nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês). A iniciativa é do Baobá – Fundo para Equidade Racial, com apoio da B3 Social e parceria do Brasa, uma associação de estudantes brasileiros no exterior.

A lista com os resultados dos estudantes classificados será divulgada dia 11 de julho, no portal Baobá.

O Baobá é um fundo voltado para o incentivo à promoção da equidade racial para a população negra e ações de combate ao racismo no Brasil. 

Na primeira edição do Black STEM, cinco estudantes foram selecionados: Camilla Ribeiro, de Vitória, que está em Portugal cursando pilotagem; Diovanna Stelmam, de São Paulo, que faz na China o curso de computação; Melissa Simplício, do Rio de Janeiro, que estuda ciência da computação nos Estados Unidos; Rilary Oliveira, de Diadema, São Paulo, que faz medicina na Argentina; e Eric Ribeiro, de Caieiras, São Paulo, aluno de engenharia aeroespacial e física na Universidade de Notre Dame, em Indiana, Estados Unidos.

Eric Ribeiro (foto) ficou sabendo do programa de bolsas por meio de uma analista do Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos - Ismart. Ele conta que ter suporte da família foi fundamental nesse processo. 

“Minha família sempre apoiou muito minha conexão com o Baobá – eles se envolveram bastante no processo, encantados com a proposta do programa e tudo o que ele representa”, disse o estudante, que enfrentou dificuldades com o clima e a saudade da família. “A adaptação é um processo longo. O clima, a comida e a distância da família foram os maiores desafios. Acredito que neste semestre já esteja mais acostumado ao frio de Indiana e à falta do arroz e feijão de casa – coisas que, com o tempo, vão pesando menos, à medida que encontramos novos amigos e nos adaptamos à culinária local.

"No entanto, a saudade continua sendo um ponto difícil. A distância é uma constante: não dá para contornar, só para encurtar – e isso só acontece de meses em meses, quando tenho a chance de voltar", afirmou o estudante.

Por outro lado, os pontos positivos têm sido incríveis, destacou Eric. "Estar em um campus onde todas as minhas atividades acontecem me permite criar laços profundos. Acredito que os amigos que fiz aqui são para a vida toda, pelo tempo e intensidade que vivemos juntos. E, além disso, a proximidade com os professores e a chance de aprender com eles no dia a dia têm sido fundamentais para o meu crescimento acadêmico e profissional.”

Além da bolsa de estudos, o estudante conta com iniciativas de suporte proporcionadas pelo Fundo Baobá e pela Associação B3 Social. “Tmbém recebo suporte neoemocional e psicológico, o que tem sido essencial para minha saúde mental longe de casa. As mentorias, as oportunidades de networking e a rede de apoio formada por outros bolsistas também fazem diferença. Sentir que não estou sozinho na jornada e que há um coletivo torcendo por mim transforma toda a experiência”, afirmou.

O estudante escolheu estudar engenharia aeroespacial e física nesta universidade por se identificar depois de ter contato com alunos. “Sobre a Universidade Notre Dame, foi uma escolha que uniu coração e estratégia. Desde as primeiras conversas com alunos e professores, percebi que era um lugar onde eu poderia crescer em todas as dimensões – acadêmica, pessoal e social. E foi exatamente isso que encontrei aqui.” A presença negra na ciência é relevante para a humanidade

Em nota, a diretora de Programa do Fundo Baobá, Fernanda Lopes, explica o propósito do Black STEM e de que forma o projeto pode apoiar estudantes negros no propósito de entrar e permanecer em instituições de ensino superior. 

"Por isso, afirmamos que o Black STEM não é ‘apenas’ um programa de bolsas complementares para apoiar a permanência de estudantes negros em cursos de graduação completa em instituições estrangeiras. Por exemplo, a primeira médica da história da humanidade era uma egípcia; o pai da engenharia no Brasil, André Rebouças, foi um homem negro. O Baobá, ao instituir o Black STEM recupera a memória das contribuições negras para a ciência e tecnologia mundial e reitera que, no futuro, grandes descobertas e avanços também poderão ser protagonizados por pessoas negras”, explica.

(Fonte: Agência Brasil)

São Paulo (SP), 16/04/2025 - IA exposição Venenosas, Nocivas e Suspeitas está em cartaz na Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp, na capital paulista, com entrada gratuita, até o próximo domingo (20).

Por meio da inteligência artificial, a artista visual Giselle Beiguelman criou obras que relacionam plantas proibidas ou estigmatizadas pelo colonialismo, por razões como o uso em rituais ou por seus poderes afrodisíacos e alucinógenos para as mulheres que dominavam o seu uso.
Retatos feitos através IA/Giselle Beiguelman

A exposição Venenosas, Nocivas e Suspeitas está em cartaz na Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp, na capital paulista, com entrada gratuita, até o próximo domingo (20).

Por meio da inteligência artificial, a artista visual Giselle Beiguelman criou obras que relacionam plantas proibidas ou estigmatizadas pelo colonialismo, por razões como o uso em rituais ou por seus poderes afrodisíacos e alucinógenos para as mulheres que dominavam o seu uso.

A artista homenageou naturalistas do século XVII ao XIX que fizeram importantes contribuições à ciência e às artes, mas não tiveram reconhecimento. Beiguelman recriou retratos dessas mulheres em meio às plantas e com a intenção de se aproximar da aparência que tinham na idade em que morreram.

Mulheres homenageadas

Entre as mulheres homenageadas na exposição estão Maria do Carmo Vaughan Bandeira (1902-1992), primeira botânica do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que interrompeu sua trajetória científica para ingressar na vida religiosa em um convento/; Constança Eufrosina Borba Paca (1844-1920), ilustradora que integrou as expedições científicas realizadas pelo marido, o botânico João Barbosa Rodrigues (1842-1909); e Luzia Pinta, ex-escravizada e sacerdotisa com experiência em práticas de cura, que foi denunciada como feiticeira e enviada de Minas Gerais para a Inquisição em Portugal no século XVIII. 

Para a gerente de Cultura do Sesi de São Paulo, Débora Viana, a exposição é uma oportunidade para entender como a inteligência artificial vem sendo utilizada por artistas na produção de seus trabalhos.

A mostra proporciona “a oportunidade às crianças e jovens de conhecerem sobre plantas consideradas pelo colonialismo como perigosas ou até proibidas e sobre importantes mulheres que foram apagadas da ciência e da história”, acrescentou Viana, em nota.

(Fonte: Agência Brasil)

fotografia da primeira seleção brasileira feminina de futebol
Imagens cedidas pela Olé Produções

Está em cartaz nesta semana nos cinemas o filme “As Primeiras”, que traz um tema pouco conhecido pelo público brasileiro. O documentário, dirigido por Adriana Yañez, conta histórias das mulheres que formaram a base da primeira Seleção Feminina de Futebol do Brasil, nos anos 1980. O filme inclui depoimentos de seis ex-jogadoras.

Quando Elane dos Santos, Leda Maria, Maria Lucia da Silva, Marilza Martins, Marisa Pires, Roseli de Belo e Rosilane Camargo começaram a jogar, o esporte era proibido para mulheres. O futebol feminino foi regulamentado no Brasil apenas em 1983, após mais de 40 anos de proibição. Em 1941, um decreto do Estado Novo impediu que mulheres praticassem esportes.

Aira Bonfim, responsável pela pesquisa do filme, aponta uma semelhança comum entre as gerações das jogadoras que vieram antes das que jogaram depois da proibição:

“Esse grupo de pioneiras que a gente escolheu, elas habitam os mesmos bairros suburbanos cariocas em que essas equipes apareceram na década de 40. Então, é quase que uma retomada, elas reaparecem nesses mesmos terrenos. O filme faz essa relação desse ambiente, dessa periferia carioca”.

Agora, o documentário traz os depoimentos dessas mulheres pioneiras que vivem nos subúrbios do Rio de Janeiro, estão perto dos 60 anos e guardam um passado comum: são a base da primeira Seleção Feminina de Futebol do Brasil.

fotografia da primeira seleção brasileira feminina de futebol
Imagens cedidas pela Olé Produções

Leda Maria Abreu, de 59 anos,  moradora de Itaboraí, na região metropolitana do Rio, esteve em campo profissionalmente por 26 anos. Ela conta que tinha 17 anos quando foi cabeça de área na primeira seleção feminina.

“Trazer uma visibilidade pra gente, porque tivemos o apagamento de uma geração inteira, e mostrar o quanto lutamos, o quanto a gente sofreu para estar dentro dos campos, contra tudo e contra todos. Conseguimos, por meio do filme, trazer essa amizade que nos unia, atravessando as barreiras todas desse período em que jogamos futebol”.

Nessa época, o retorno financeiro foi baixo, e elas tiveram de buscar novos caminhos e novos sentidos para a rotina, depois que a vida dentro do campo foi interrompida.

Para a diretora do filme, Adriana Iañez, o documentário faz um resgate histórico sobre a amizade feminina, a memória do futebol das brasileiras e a capacidade dessas mulheres de reconstruir suas vidas, apesar das injustiças que sofreram.

“Quase quatro décadas depois, elas continuam nas mesmas comunidades, vivendo de trabalhos informais, mas, mesmo assim, têm uma força, uma esperança e, ao mesmo tempo, orgulho e alegria pela história que tiveram, de ter tido a oportunidade de jogar futebol e se conhecer. É muito bonito ver a força da amizade feminina e a resiliência dessas mulheres”.

De tempos em tempos, as ex-atletas se reencontram para jogar uma boa partida e botar o papo em dia.

O filme está em cartaz em salas de cinemas de São Paulo e do Rio de Janeiro. A partir do dia 17 de abril, “As Primeiras” ficará disponível no serviço de streaming.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 14/04/2025 - CCBB do Rio recebe mostra com filmes de cineastas indígenas - Filme A Transformação de Canuto.
Foto: Menire Djapej/Divulgação

O Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, apresenta, a partir dessa quarta-feira (16), uma mostra de filmes produzidos por cineastas indígenas. Serão exibidas, até 12 de maio, 33 obras, sendo 12 longas e 21 médias e curtas-metragens.

Com o nome "Cosmologias da Imagem: cinemas de realização indígena", o evento apresenta filmes produzidos entre 2011 e 2024 por diferentes povos. Ele é organizado pela produtora Filmes de Quintal, coordenado pela antropóloga e documentarista Júnia Torres, que também assina a curadoria com a cineasta e artista visual Olinda Tupinambá. A produção executiva é de Tatiana Mitre, da Amarillo Produções.

Segundo os organizadores, a mostra reflete sobre a identidade e a ancestralidade brasileiras, e procura valorizar cineastas originários de várias regiões e povos.

“Acredito que o cinema indígena apresenta um olhar de descolonização à imagem dos indígenas. E, assim como é extremamente importante que os povos possam fazer seus próprios filmes, é importante pensar em distribuir essas produções, pois só assim teremos a possibilidade de fortalecer o cinema nacional feito pelos povos indígenas”, diz a curadora Olinda Tupinambá.

A curadoria da mostra diz que buscou a diversidade de formas, propostas fílmicas e temáticas. Há documentários, filmes-rituais, filmes híbridos (que misturam documentação e encenação da vida cotidiana, da história e da cosmologia), vídeo-performances e clipes musicais.

Entre os povos que contribuem para a mostra estão: Maxakali/Tikmũ’ũn (MG), Kuikuro (MT/Xingu) Yanomami (AM e RO), Mbya-Guarani (RS e SP), Guarani Nhandeva (MS), Tupinambá (SP e BA), Karapotó (AL), Awa Guajá/Tentehara/Guajajara (MA), Huni Kuin (AC), Xakriabá (MG), Mebêngôkre-Kayapó (PA), Baniwa (AM), Krahô (TO), Xavante (MT), Tupi (SP), Fulni-ô (PE) e Kaiabi (MT).

Para a curadora Júnia Torres, "o foco da mostra está no poder transformador do audiovisual indígena, capaz de reconstruir nossa autoimagem como uma nação pluriétnica e de construir uma identidade contemporânea inclusiva, protagonizada por novos atores sociais e artísticos através da auto-representação”.

Além das exibições, estão programadas atividades complementares como a mesa-redonda Retomada e transformação nos cinemas e nas artes indígenas, com as curadoras, Júnia Torres e Olinda Tupinambá, e o cineasta indígena Guarani Nhandewa Alberto Alvares.

Rio de Janeiro (RJ), 14/04/2025 - CCBB do Rio recebe mostra com filmes de cineastas indígenas - Filme A Transformação de Canuto.
Foto: Leonardo Mecchi/Divulgação

Serviço

Cosmologias da Imagem: cinemas de realização indígena

Data: de 16 de abril a 12 de maio;

Local: Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ), Rua Primeiro de Março, 66, Centro – Rio de Janeiro / RJ;

Entrada franca. Ingressos disponibilizados às 9h do dia da sessão, na bilheteria física ou em bb.com.br/cultura.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 13/02/2025 - Programa Pé de Meia. Professor durante aula para alunos da escola Setor Oeste. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O prazo para adesão voluntária das redes públicas de ensino à Prova Nacional Docente (PND) termina nesta quinta-feira (17).

O chamado Enem dos Docentes será anual e tem o objetivo de otimizar o processo de contratação por concursos públicos ou seleções simplificadas e, com isso, aumentar o ingresso de professores efetivos no magistério em todo o Brasil.

Nesta primeira edição, a prova unificada usará como referência a prova do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas, implementado em 2024.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela realização do Enade das Licenciaturas, vai aplicar a prova em todo o território nacional, de forma descentralizada, no último trimestre de 2025.

Os resultados da prova terão validade por três anos.

O Inep estima que, em 2025, o país terá cerca de 250 mil formandos em licenciaturas, “potenciais candidatos a ocupar cargos e posições nas secretarias de educação”, disse em nota o instituto.

Etapas da adesão

O processo de adesão voluntária ao Prova Nacional Docente deve ser feito de forma virtual pelas secretarias de educação municipais, estaduais e do Distrito Federal. O acesso é pelo site do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec), com login no portal de serviços digitais do governo federal, o Gov.br.

No módulo Prova Nacional Docente (PND), o gestor local deve selecionar a aba “adesão”, responder ao questionário e informar a data do processo seletivo para professores da educação básica em sua rede. Por fim, deve assinar eletronicamente o termo de adesão do programa.

Editais

A Prova Nacional Docente não substitui o processo seletivo das redes. Por isso, após a confirmação da adesão pelo Inep, cada secretaria de educação deverá cadastrar o próprio edital de seleção de professores até 25 de junho, no mesmo Simec, indicando o uso da nota da Prova Nacional Docente como parte da seleção.

O Ministério da Educação (MEC) preparou um guia prático para apoiar estados e municípios na uso da prova em seus processos seletivos, principalmente, na elaboração dos seus editais de seleção.

Em 30 de junho, o Inep deve divulgar os editais e as vagas disponíveis nas redes públicas de ensino municipal, estadual e distrital que aderiram ao uso da prova.

Após o processo, ops candidatos com formação em licenciatura que queiram lecionar em escolas da rede pública poderão se inscrever voluntariamente, em data a ser definida em um futuro edital do Inep.

Autonomia dos gestores

Os responsáveis pelas secretarias de educação têm autonomia para usar os resultados obtidos pelos participantes da PND em concursos públicos ou processo seletivo simplificado. A nota pode funcionar como mecanismo único classificatório, eliminatório ou complementar de seleção dos futuros docentes.

No caso, os Estados, municípios e o Distrito Federal podem estabelecer outros critérios de recrutamento, como prova prática ou de títulos.

Porém, mesmo com a adesão voluntária ao exame unificado, o gestor de educação não é obrigado a usar os resultados em todos os seus processos seletivos.

Mais Professores para o Brasil

A Prova Nacional Docente é um dos eixos do Programa Mais Professores para o Brasil, lançado em janeiro deste ano.

Além de contribuir para que os entes federativos selecionem profissionais mais qualificados para suas redes de ensino, o exame tem o objetivo de ajudar a União, os estados, os municípios e o Distrito Federal a formular e avaliar as políticas públicas de formação inicial e continuada de professores e permitir a autoavaliação dos participantes da prova.

O governo federal calcula que o programa atenderá 2,3 milhões de docentes em todo o país com as seguintes iniciativas, além do Enem dos docentes: Pé-de-Meia Licenciaturas, Bolsa Mais Professores, Portal de Formação e ações de valorização em parceria com bancos públicos e outros ministérios. 

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília/DF, 19/01/2024, Golpes feitos pelo telefone celular. Crime cibernético, Fake news, cyber crime, golpe, fraude, Fraude bancária. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Diante de câmeras que transmitem seus movimentos ao vivo para 141 pessoas na internet, um adolescente de 17 anos atira coquetéis molotov em um homem que dormia em situação de rua no Rio de Janeiro. A vítima sobrevive, mas fica em estado grave e sofre queimaduras em 70% do corpo.

Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o crime bárbaro foi incentivado e contratado no Discord, uma plataforma digital frequentemente usada por crianças e jovens para bate-papo. Em um desafio promovido por usuários da plataforma, um prêmio de R$ 2 mil foi oferecido ao adolescente.

As investigações constataram que o ataque não foi um ato isolado e demonstram o perigo à espreita de crianças e adolescentes na internet ─ sejam eles alvos da violência ou aliciados para cometê-la. 

Os administradores do servidor que veiculou o vídeo do ataque compunham uma organização criminosa especializada em crimes cibernéticos. São investigados nesse contexto crimes de ódio, de tentativa de homicídio, de instigação ao suicídio, de maus tratos a animais, de apologia ao nazismo e de armazenamento e divulgação de pornografia infantil.

“A atuação do grupo é tão significativa no cenário virtual que mereceu a atenção de duas agências independentes dos Estados Unidos, que emitiram relatórios sobre os fatos, contribuindo com o trabalho dos policiais civis envolvidos no caso”, disse a corporação.

Responsabilidade compartilhada

A responsabilidade por ambientes digitais seguros para crianças e adolescentes é compartilhada entre as famílias e as escolas e não deve estar dissociada da regulação das grandes empresas de tecnologias pelo Poder Público, defende o coordenador de digital do Instituto Alana, Rodrigo Nejm. 

O especialista em educação digital é a favor da responsabilização das plataformas virtuais que não protegem os adolescentes dentro de seus espaços.

Nejm considera que é obrigação das chamadas big techs a adoção de procedimentos de segurança. “[São necessários] mecanismos de proteção que envolvam mais responsabilização das empresas que não protegerem os adolescentes que estão lá dentro; mecanismos de recomendação de conteúdo mais cuidadosos para não recomendar conteúdo violento, conteúdo não saudável; e regulação também para responsabilizar as empresas que usam funções de design aditivas, ou seja, funções chamadas de design manipulativo, que comprovadamente causam prejuízos à saúde dos usuários”.

Verificação etária

Outro procedimento recomendado é a verificação etária, com métodos que vão além da autodeclaração, facilmente burlada quando o usuário somente informa sua data de nascimento. Em dezembro de 2024, foi aprovado no Senado Federal, e está em discussão na Câmara dos Deputados, o projeto de lei (PL n° 2628/2022), que prevê a verificação etária em serviços de redes sociais e em sites pornográficos.

De acordo com Rodrigo Nejm, a conferência da idade do internauta é uma importante barreira da entrada de crianças e adolescentes nas redes sociais, para não permitir que indivíduos muito jovens acessem serviços e conteúdos a públicos mais velhos. No entanto, é preciso cuidar de quem já navega nesses ambientes.

“Vários métodos são possíveis, que podem ser mais rigorosos para plataformas mais perigosas, e métodos mais básicos, para plataformas de menor risco. Então, o que a gente precisa agora, definitivamente, no Brasil é de uma regulação que exija a existência desses métodos”.

Cyberbullying

O debate sobre o estímulo à violência em ambientes digitais, sobretudo com o aliciamento de crianças e adolescentes para a prática de crimes, ganhou ainda mais impulso com o sucesso internacional de Adolescência, no streaming Netflix. Em quatro episódios, a série trata do assassinato de uma menina, cujo principal suspeito é um colega de escola. Com adolescentes imersos em linguagens próprias e em plataformas digitais que seus pais e as autoridades desconhecem, o seriado mostra o desamparo dos menores de idade e o despreparo dos adultos diante das múltiplas ameaças do ambiente digital. 

Entre essas violências a que crianças e adolescentes estão sujeitos está o cyberbullying, também presente na narrativa da série britânica. A psicóloga e neuropsicóloga pelo Instituto de Psicologia Aplicada e Formação de Portugal (IPAF), Juliana Gebrin, entende que a série é importante para o processo de conscientização sobre a situação da ocorrência do bullying em escolas e em outros espaços de convivência física e virtual.

À Agência Brasil, a profissional defendeu que a melhor forma de tratar a questão é a prevenção, e que é preciso que os responsáveis e as escolas identifiquem sinais de que o bullying está ocorrendo. Os sintomas podem ser percebidos tanto em agressores como nas vítimas. Ela percebe que, em várias situações, o agressor pode ter sido vítima de outras perseguições. 

“Eu vejo muitas pessoas feridas ferindo outras pessoas. Não justificando a conduta maldosa de uma pessoa que faz bullying, mas explicando. Eu vejo essa situação se perpetuando: de pessoas que já sofreram algum tipo de situação como essa”.

A especialista traça um perfil do agressor e indica tratamento psicológico. “São pessoas que têm prazer pelo poder. Para subir um pouco a autoestima, elas precisam ‘pisar no pescoço’ de outras pessoas pela autoafirmação. Alguns podem ter alguns traços de psicopatologia, sim, tendo prazer em ver o sofrimento alheio, sob alegado tom de brincadeira. Mas, isso não é brincadeira que se faça com alguém”, taxou.

Traumas

Pela experiência clínica em consultórios, a neuropsicóloga Juliana Gebrin aponta que as principais vítimas do bullying são indivíduos que fogem dos padrões de beleza, de comportamento ou pensamento socialmente aceitos; pessoas com deficiência, LGBTQIA+, crianças e adolescentes tímidos.

As vítimas costumam mudar o próprio comportamento de uma forma drástica, ficam mais agressivas, ansiosas ou deprimidas, com baixa autoestima, tendem ao isolamento social e, em casos mais graves, têm planos e até tentativas concretas de suicídio. A profissional cita outros indícios de sofrimentos emocionais, lista a profissional.

“O bullying atrapalha tudo. O desempenho escolar começa a decair de uma forma abrupta; as relações sociais também, porque a pessoa não vai querer mais se relacionar por achar que os outros possuem aquela maldade, do bullying; a tendência ao isolamento é a tentativa de se proteger do mundo em que ela vive. Há a tendência a ter ansiedade, depressão, quadros de TEPT, que é o transtorno de estresse pós-traumático”, explica a neuropsicóloga Juliana Gebrin.

(Fonte: Agência Brasil)

Dirigido por Ernesto Piccolo, espetáculo é baseado na obra de Martha Medeiros e tem dramaturgia assinada pela autora ao lado de Rosane Lima, a partir dos livros ‘Quem Diria Que Viver Iria Dar Nisso’ e “Simples Assim”

Em uma produção original da Turbilhão de Ideias, a peça Simples Assim retorna aos palcos do Brasil em uma turnê por cinco cidades, em cinco diferentes Estados do país. A montagem retorna para o cenário teatral nacional nas seguintes cidades: Manaus, São Luiz, Recife, Campina Grande e Cuiabá. Antes disso, o espetáculo já tinha passado por São Paulo, Belo Horizonte, Palmas, Fortaleza, Porto Alegre, Brasília, Uberlândia, Goiânia, Curitiba, Belém, Vitória, Campinas e Ribeirão Preto, totalizando 68 apresentações. O espetáculo é apresentado pela Bradesco Seguros desde sua estreia.

Em São Luís, o espetáculo ocorre nos dias 18, 19 e 20 de abril, no Teatro Arthur Azevedo, sexta e sábado às 21h e domingo às 19h. Os ingressos custam a partir de R$ 40 (inteira popular) e R$ 20 (meia-entrada popular) e estão à venda por meio do site ingressodigital.com.br.Haverá intérprete de Libras e audiodescrição na sessão do dia 20 de abril.

Baseado na obra de Martha Medeiros, o texto foi adaptado pela própria autora, ao lado de Rosane Lima. No elenco, estão Julia Lemmertz, Georgiana Góes e Pedroca Monteiro, sob a direção de Ernesto Piccolo. A idealização e concepção do projeto é do produtor Gustavo Nunes, em uma produção original da Turbilhão de Ideias.

A peça é marcada por histórias entrelaçadas e apresenta figuras simultaneamente distópicas e reais, como um casal que apenas interage pelo celular, uma mulher que contrata uma dublê de si mesma e uma jovem que decide viajar para Marte e abandonar o amante. Em todos os casos, há espaço para uma indagação: para onde foi a simplicidade do afeto tête-à-tête? O enredo traz reflexões sobre a roda da vida e a humanidade em meio ao caos moderno e à solidão tecnológica, repleta de informações e desencontros.

A comédia reflete sobre o cotidiano com humor e afeto, como é usual na obra da escritora, uma das mais celebradas cronistas brasileiras. As duas coletâneas em que a peça se baseia reúnem cerca de 200 crônicas e, dessa pesquisa, resultaram dez cenas que são um retrato das relações interpessoais no mundo contemporâneo.

Martha Medeiros afirma que a peça traz o espírito de nossa época: “A vida é difícil, mas a simplicidade salva. Corruptos existem, mas eles nada podem contra a morte. A tecnologia nos domina, mas o amor segue imperioso. Tudo se entrelaça. É um texto para rir e pensar sobre essa birutice toda”, explica. Martha ainda acrescenta que as cenas exploram detalhes dessas relações no cotidiano, procurando o que permanece de humano nos personagens em meio a tantas transformações. “Montar a peça hoje é abrir um espaço de pensamento e, ao mesmo tempo, de prazer para os espectadores, desejando que eles possam rir e refletir sobre nossa linda e atribulada humanidade”, conclui.

Rosane Lima, coautora, lembra que a estrutura do texto de “Simples Assim” segue um modelo inspirado em “A Ronda”, clássico do austríaco Arthur Schnitzler, com cenas aparentemente independentes, mas com um personagem sempre se repetindo no quadro seguinte. Com isso, os atores se revezam em vários personagens. "Eu também sabia que teríamos um elenco pequeno e um número razoável de personagens, situação que esse formato favorece”. “A Ronda” foi escrita na virada do século XX, um período de grandes transformações sociais, morais, etc., possibilitando uma analogia atraente com o momento atual. Na ciranda de Simples Assim não surgem apenas casais, como na peça de Schnitzler, mas também relações de irmãs, amigos, empregados, o que, além de ampliar o espectro de visão da peça, contempla a variedade e o alcance das crônicas da Martha", define Rosane Lima.

Ernesto Piccolo considera Simples Assim a peça mais atual da escritora. “É a mais antropológica. Ela tem um lado muito humano e também traz lampejos sociais e políticos muito atuais, retrata o nosso desconforto com as coisas que estão acontecendo no mundo”.

A Martha consegue traduzir tudo de uma maneira popular, que se comunica com todos”, elogia Georgiana Góes. O espetáculo propõe focar no que realmente importa, tenta alcançar a simplicidade, que é algo tão complexo e difícil. “É preciso buscar gente que converse e se escute, que se aproxime pelo afeto, pelo carinho, pela empatia, pelo interesse pela vida do outro. É trocar, ouvir e ser ouvido”.

A transposição para o palco

Uma das mais importantes escritoras brasileiras da atualidade, Martha Medeiros teve outras obras adaptadas para o teatro como Divã e Doidas e Santas. É a primeira vez que ela assina também a versão do texto para o palco. “As peças foram adaptadas com liberdade total, com minha obra servindo como base, mas agora é diferente, não há uma releitura dos meus textos. Em Simples Assim, eles estão mais íntegros. Claro que há também a adaptação da craque Rosane Lima, mas o espírito da peça está mais sintonizado com o que escrevo nos jornais. Há um compromisso real com minhas ideias e meu espírito”, explica.

O projeto nasceu de uma ideia do produtor Gustavo Nunes, que viu potencial nas crônicas de Martha para criar um espetáculo sobre a vida caótica e hiper conectada que vivemos na atualidade. A parceria entre os dois rendeu aindaduas temporadas da web-série “M de Martha”, no YouTube, e o curso “A Arte da Crônica”, na Plataforma Xpertise, além de outros projetos em parceria.

“’Simples Assim’ já circulou por mais de 15 cidades, sempre com uma imensa aceitação do público. Com essa nova temporada, estamos chegando a todas as regiões do país, o que é um dos grandes objetivos da Turbilhão de Ideias: fomentar a cultura não apenas nos grandes centros, mas também em regiões onde produções de maior projeção não costumam circular”, ressalta Gustavo.

Sinopse

A vida é difícil? A simplicidade salva. Corruptos existem, mas nada podem contra a morte. A tecnologia nos domina, mas o amor segue imperioso. A montagem Simples Assim propõe humor e reflexão para melhor enfrentar a época em que vivemos.

Ficha Técnica

Simples Assim

Baseado na obra de Martha Medeiros

Texto e adaptação: Martha Medeiros e Rosane Lima

Direção Artística: Ernesto Piccolo

Elenco: Julia Lemmertz, Georgiana Góes e Pedroca Monteiro.

Produção e idealização: Gustavo Nunes

Cenografia: Clívia Cohen

Projeções Cênicas: Rico Vilarouca / Renato Vilarouca

Figurino: Helena Araújo e Alfaiataria Conrado

Luz: Felício Mafra

Trilha Sonora: Rodrigo Penna

Visagista: Sid Andrade

Preparação Corporal: Cristina Moura

Preparação Vocal: Rose Gonçalves

Fotos: Victor Hugo Ceccato

Cenógrafo Assistente: José Cohen

Cenotécnica: Humberto Silva e Humberto Silva Jr.

Assistente de direção: Neuza Caribé

Diretor de Palco, Camareiro e Elenco: Gleison Brito

Contrarregra: Ney Silveira

Operador de Áudio e Projeção: Edmar da Rocha

Operador de Luz: Felipe Antello

Transporte de Cenário: Bibi Transportes

Design Gráfico: Henrique Marcusso

Social Media: Ismara Cardoso

Gestão de Tráfego: Rodrigo Gonzaga

Consultoria de Prestação de Contas: Andréia Fernandes

Administração Financeira: Marcela Rosario

Coordenação de Produção: Henrique Schmitz

Produção Executiva: Aline Gabetto

Produção Administrativa: Deivid Andrade

Assessoria de Imprensa Local: Guilherme Frota Produções

Produção Local: Guilherme Frota Produções

Uma Produção Original: Turbilhão de Ideias

Apresentado por: Ministério da Cultura Bradesco Seguros

Serviço

SIMPLES ASSIM, de Martha Medeiros, com Julia Lemmertz, Georgiana Góes e Pedroca Monteiro

SÃO LUÍS(MA)

Teatro Arthur Azevedo

Endereço: Rua do Sol, s/n, Centro, São Luís/MA. CEP: 65020-590

Valores dos ingressos:

PLATEIA: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia-entrada)

FRISA: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada)

CAMAROTE: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada)

BALCÃO: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada)

GALERIA: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada)

Vendas on-line:

INGRESSO DIGITAL

https://shopingressos.com.br/pesquisa.php?busca=S&txt_busca=simples+assim

Classificação: 12 anos

Duração: 75 minutos

Gênero: Comédia

Sobre o Circuito Cultural Bradesco Seguros

Manter uma política de incentivo à cultura faz parte do compromisso do Grupo Bradesco Seguros considerando a cultura como ativo para o desenvolvimento dos capitais do conhecimento e do convívio social. Nesse sentido, o Circuito Cultural Bradesco Seguros se orgulha de ter patrocinado e apoiado, nos últimos anos, em diversas regiões do Brasil, projetos nas áreas de música, dança, artes plásticas, teatro, literatura e exposições, além de outras manifestações artísticas. Dentre as atrações incentivadas destacam-se os musicais “A Noviça Rebelde”, “Ursinho Pooh, O Musical”, “Priscilla, a Rainha do Deserto”, “O Jovem Frankenstein”, “O Rei do Rock, O Musical”, “Bibi Uma Vida em Musical”, “Elis, a Musical” além dos espetáculos teatrais “O Que Só Sabemos Juntos”, “Eu de Você”, “Doidas e Santas”, “Três Mulheres Altas”, a “Série Dellarte Concertos Internacionais”, a companhia de dança “Momix – Alice” e outros.

(Fonte: Assessoria de imprensa)