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Principal atleta do kitesurf feminino do Brasil, a maranhense Socorro Reis, que é patrocinada pela Fribal e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, além de contar com os patrocínios do Grupo Audiolar, da Revista Kitley e do programa Bolsa-Pódio, vai participar da Allianz Regatta, uma das competições mais importantes no cenário mundial da modalidade, que começa na próxima quarta-feira (31) e será realizada até 4 de junho, na cidade de Lelystad, na Holanda.

Antes da disputa na Holanda, Socorro Reis obteve grandes resultados nas primeiras competições que participou em 2023. Em fevereiro, a maranhense garantiu o segundo lugar das Américas e a nona posição na classificação geral do Clearwater US Open, que ocorreu em Clearwater, nos Estados Unidos. Pouco depois, em março, Socorro brilhou no Campeonato Pan-Americano de Fórmula Kite, em Cabarete, na República Dominicana, onde conquistou o vice-campeonato continental e ficou na terceira colocação na classificação geral. Além disso, Socorro Reis representou o Maranhão e o Brasil na tradicional Semana Olímpica Francesa, disputada em abril, na cidade de Hyères.

Embalada pelo ótimo início de temporada, Socorro Reis mira uma posição de destaque na Allianz Regata para elevar a confiança antes dos principais desafios no ano: o Campeonato Mundial de Vela, entre os dias 10 e 20 de agosto, na cidade de Haia, na Holanda, e os Jogos Pan-Americanos, que serão disputados entre 25 de outubro e 5 de novembro, em Santiago, no Chile. Os dois eventos são classificatórios para os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, na França.

“A vaga olímpica é meu grande objetivo, estou me preparando, me ajustando e evoluindo para estar presente nesse evento que é o sonho de todo atleta. A cada campeonato que participo, volto para casa com ajustes que serão colocados em prática no evento seguinte. Estou bem feliz pela oportunidade de representar o Maranhão e o Brasil mundo afora, e busco sempre dar o meu melhor em busca de grandes resultados”, disse Socorro.

Últimas conquistas

Em novembro de 2022, Socorro Reis faturou, pela primeira vez, o título da categoria feminina do Campeonato Pan-Americano de Fórmula Kite, em São Luís, e também garantiu o hexacampeonato brasileiro de Fórmula Kite. Já em outubro, a maranhense foi campeã da Copa Brasil de Vela, que ocorreu em Ilhabela (SP) e foi válida como segunda etapa do Campeonato Brasileiro de Fórmula Kite.

Também na temporada de 2022, Socorro Reis foi a quarta melhor kitesurfista das Américas e 15ª colocada da Flotilha Silver do Mundial de Fórmula Kite, em Cagliari, na Itália, conquistou a Copa Brasil de Vela de Praia, que ocorreu em agosto, na cidade de Fortaleza, e representou o Maranhão no Circuito Europeu de Fórmula Kite, no início de outubro, em Lepanto, na Grécia.

Além disso, Socorro Reis também garantiu a segunda posição no Campeonato Asiático, realizado em março, na Tailândia, esteve na disputa da Semana Olímpica Francesa, em abril, e ficou no Top 20 da Copa do Mundo de Vela, ocorrido em junho, na Holanda. Já em 2021, Socorro foi pentacampeã brasileira, vice-campeã pan-americana e terceira colocada na categoria Master Feminina do Campeonato Mundial.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) publicou nesta quarta-feira (24) edital do Programa de Apoio a Eventos no País para a Educação Básica. A ação vai selecionar propostas de instituições vinculadas a programas ou cursos de formação inicial ou continuada de professores. As inscrições começam em 1º de junho. 

Em nota, a Capes informou que os projetos de eventos acadêmicos, científicos, tecnológicos ou de extensão deverão ser inscritos até o dia 14 de julho por meio do sistema de inscrições do órgão. O valor do edital é de R$ 1 milhão.  

“O edital apoia eventos presenciais ou semipresenciais a serem realizados no país entre 1º de outubro de 2023 e 30 de junho de 2024, com abrangência regional, que envolve participantes provenientes de, pelo menos, dois estados da mesma região; nacional – com palestrantes de, no mínimo, duas regiões do país –; e internacional, reunindo conferencistas vindos de dois ou mais países”.

O repasse de valores, segundo a Capes, considera o porte das ações: eventos pequenos (até 200 pessoas) recebem de R$ 50 mil a R$ 90 mil; médios (entre 201 e 600), de R$ 70 mil a R$ 120 mil; e grandes (mais de 600), entre R$100 mil e R$ 160 mil.

“Com esses recursos, é possível pagar passagens e hospedagem dos palestrantes, confeccionar materiais e contratar diversos serviços de apoio. Também podem ser custeadas despesas com recreação infantil aos filhos dos participantes”, informou o órgão. Outras informações devem ser solicitadas pelo e-mail [email protected].

(Fonte: Agência Brasil) 

A jornada de estudos do Alessandro Gabri de Almeida, de 46 anos de idade, começou em 2007, e desde então ele foi aprovado e convocado para assumir as funções em vários concursos públicos até chegar à função de delegado de Polícia no Rio de Janeiro. “Quando comecei a estudar queria ser Oficial de Justiça, mas não saía o edital. Então fiz o concurso do Tribunal de Justiça (RJ), mas passei para analista e não para o cargo que queria. Depois fiz para inspetor da Polícia Civil, passei e comecei a trabalhar”.

Mas ele não parou por aí. Continuou estudando, e em 2009 passou para oficial de cartório, também da Polícia Civil, e ainda no concurso do Ministério do Trabalho e Emprego. Não assumiu as funções porque se identificava mais com a atividade policial de inspetor. 

“Continuei estudando, porque queria ser Oficial de Justiça. No final 2009, passei no concurso de agentes da Polícia Federal (PF), mas tinha que sair do estado, não queria ficar longe da minha mãe, iria para o Acre e não assumi”, disse.

Finalmente, em 2012, saiu a prova de Oficial de Justiça. “E eu não passei por conta de uma questão de informática! Foi quando decidi estudar para cargo de delegado de polícia do Rio de Janeiro, em 2012. Mas por vários problemas o concurso levou 10 anos para sair, só saiu em 2022”.

No meio do caminho, em 2018, ele fez o concurso para delegado de polícia de São Paulo e passou. “Mas pedi fim de fila e só assumi em 2022. Quando fui para São Paulo, saiu o edital para delegado de Polícia do Rio de Janeiro”. Ele prestou o exame e passou. “Agora estou indo para a Academia de Polícia do Rio de Janeiro (Acadepol)”.

“Eu almejava essa função porque combina comigo, acho muito interessante, nenhum dia do trabalho do delegado de polícia é igual ao outro. Comparando com os outros cargos, [como] defensor, promotor, juiz, é a atividade mais instigante, que é a atividade investigatória”, explica.

Vagas

Para quem vem estudando há muito tempo para ingressar na carreira pública, como o Alessandro, há muitas oportunidades este ano. O governo federal anunciou novas vagas de concurso público para recompor o quadro do funcionalismo, defasado nos últimos anos. Casos como o atraso da análise de processos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), aumento da fila nos serviços de saúde, desassistência a povos indígenas com redução do quadro da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), mostram essa defasagem.

“Só do último governo a defasagem no setor público federal é de 131 mil servidores a menos”, informa o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva. “É preciso fazer uma recomposição emergencial, porque um servidor do Executivo está fazendo as tarefas de três. Essa urgência nos concursos é imediata porque os serviços públicos tiveram uma decadência muito grande nos últimos anos. Ao juntar essa defasagem do governo Bolsonaro com o que já tinha do passado, avaliamos que chega a ser em torno de 200 mil novos servidores para suprir a defasagem do executivo”.

O secretário da Condsef disse que os setores mais críticos são a área ambiental, agrária, indígena (Funai), INSS, saúde e educação. “Os outros também têm, mas não na mesma necessidade desses setores, que precisam recompor essa força de trabalho, tanto dos que faleceram no período da covid-19, quanto os que se aposentaram e muitos estão afastados por conta de uma série de fatores”.

Silva ressalta o impacto da redução dos recursos humanos que promovem esses serviços e políticas públicas. “Essa redução da força de trabalho é drástica para a população brasileira, que carece dos serviços. O INSS está em uma situação caótica. O governo se comprometeu em acabar com a fila em um ano, mas o INSS precisa em torno de 20 mil novos concursados. Já chegou a ter 42 mil trabalhadores em atividade e hoje tem 18 [mil]. Precisa repor essa força de trabalho e acabar com a fila de INSS que gira em torno de 1 milhão de pessoas. Ficam prejudicados quem mais necessita dos serviços públicos, que é povo mais carente e das regiões mais inóspitas do nosso país”, lamenta Silva.

A Agência Brasil entrou em contato com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) para saber quantas vagas são necessárias para recompor o quadro. A pasta informou que está analisando as demandas por concursos públicos dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, mas disse que não comenta solicitações em análise.

Para este ano, o MGI já autorizou 9.637 vagas. Quem se interessa pelas vagas do serviço público federal, já pode se preparar ou aumentar o ritmo de estudos. Só no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), serão disponibilizadas 8.141 vagas, e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, serão 814 vagas de nível superior.

“Importante lembrar que o MGI apenas autoriza o concurso público. A publicação do edital e realização do certame cabe a cada órgão autorizado”, lembra a pasta em nota.

MGI já autorizou também a realização de concurso público para preenchimento de cargos no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, disse, em abril, que até o fim deste ano devem ser anunciados três blocos de concursos públicos para recomposição de pessoal.

Modalidades

O concurso público tem a finalidade de preencher cargos públicos com as pessoas mais preparadas e de maneira justa. Essa modalidade de ingresso no serviço público está prevista na Constituição Federal (Artigo 37) e em outras leis complementares.

Todo concurso público precisa ter, pelo menos, uma prova escrita, que pode ser objetiva ou dissertativa, ou ambas. Apesar de não serem obrigatórias, provas práticas, avaliações de títulos e testes físicos poderão ser realizados.

Já o processo seletivo visa suprir uma necessidade, na maioria das vezes urgente ou temporária, em que o número de concursados do órgão não é suficiente para realizar todo o serviço, como é o caso dos processos seletivos do IBGE, em que selecionam agentes e outras funções para o Censo. O modelo de contratação é temporário.

Interior

Além das vagas do governo federal, os estados e os municípios realizam concursos para comporem seus quadros de funcionários. Nos municípios, a média é de nove vagas para as câmaras de vereadores e de 200 vagas para as prefeituras.

A organizadora de concursos públicos IADHED, sediada em Uberaba (MG), já organizou este ano concursos e processos seletivos em 11 cidades no estado de Minas Gerais. “Temos cinco já contratados e a previsão para o ano de 2023 é de finalizar com mais de 25 certames executados”, informa o diretor de Projetos e Operações, Marcelo Navarro, do Instituto Assistencial de Desenvolvimento Humano, Educacional e Desportivo (IADHED).

Essa organizadora atende principalmente câmaras municipais e prefeituras de municípios de até 200 mil habitantes, além de fundações, institutos e autarquias municipais nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

A Lei Federal 8666/93, que vigora até o fim de 2023, e a nova Lei de Licitação nº 14133/21, que já está em vigor e substituirá a 8666/93, estabelecem as formas de contratação por meio do processo licitatório em modalidades (pregão, tomada de preço, concorrência, entre outras), mas abre a possibilidade para dispensa de licitação, quando a contratação for voltada para instituições privadas de natureza jurídica sem fins lucrativos, com a pacificação do Tribunal de Contas da União, por meio da Súmula 287.

Atualmente, a dispensa de licitação é a forma mais utilizada para contratação na esfera Federal e estadual, que conta com organizadoras de abrangência nacional como Fundação Getulio Vargas (FGV), Fundação Cesgranrio, Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe), Fundação Carlos Chagas (FCC), Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (Vunesp).

“Mesmo tendo a possibilidade de dispensa, a maioria das cidades abaixo de 200 mil habitantes ainda está utilizando o pregão presencial, que é uma modalidade muito frágil para esse tipo de contratação, devido à baixa exigência de qualificação das organizadoras”, disse Navarro, do IADHED.

Para ele, a concorrência ou a tomada de preço são as modalidades mais adequadas para contratação do objeto concurso público. “Devido a toda a complexidade e idoneidade exigida na operacionalização desse tipo de serviço junto a órgãos públicos”.

O diretor da organizadora de concursos explica que nos últimos anos ocorreu uma evolução significativa nos certames, seja no nível de exigências e de fiscalização dos atos e fases. “Os avanços tecnológicos foram fundamentais nesse processo, agilizando toda a execução e acompanhamento”, disse.

Na visão dele, todo esse avanço proporciona uma melhor seleção de servidores públicos. “Os servidores públicos efetivos contribuem para transparência das ações dos gestores públicos. Considerando que um servidor concursado não deve seu cargo ao ente político, ele pode agir estritamente dentro da legalidade, sem medo de perder seu cargo, por não atender a solicitações não republicanas de alguns gestores”.

Preparatórios

O setor de cursos preparatórios também tem boas expectativas para este ano. “Acreditamos fortemente que teremos mais alguns concursos nas carreiras bancárias, inclusive da Caixa Econômica Federal, que ainda depende de decisão judicial. Apostamos também na continuidade das recomposições, como têm acontecido desde o início do ano, com concursos do Executivo e do Judiciário estaduais, principalmente segurança pública e fiscais de tributos”, disse Márcio Cisco, gerente de Preparatórios da Casa do Concurseiro, curso digital preparatório para concursos públicos, sediado em Porto Alegre.

Com 17 mil alunos ativos, Cisco diz que a procura tem sido por cursos que preparam para os concursos públicos de bancos. “Hoje, a maior procura é para os concursos na área bancária, considerando a referência dos nossos professores no mercado. Outras áreas que também são bastante requisitadas são as de carreira policial e as carreiras administrativas do Judiciário e do INSS”.

O assessor parlamentar Cristiano Gonçalves Rosa, 43 anos de idade, vem se preparando há três anos para o cargo de delegado da PF. “Um sonho de vida. Já fiz nove concursos públicos para o cargo de delegado, sendo aprovado em quase todos, mas ficando fora da nota de corte, que está muito alta, ressalte-se! O último que fiz foi para delegado do Rio [de Janeiro] e passei muito perto da nota de corte. Senti uma evolução boa desde o primeiro que fiz, estando ainda na faculdade, o que me fez crer e continuar lutando”.

Bacharel em Direito e policial militar concursado do Bope-RJ, Cristiano disse que a vontade de ser delegado surgiu quando foi instrutor de um curso para a PF. “Conheci um delegado que me incentivou a iniciar o curso de Direito, que ocorreu em 2016, aos 36 anos”.

Para atingir o objetivo, a carga de estudos é alta. “Minha rotina de estudos é de 6 horas de estudo sem edital [aberto]. Com edital, costumo apertar para 10 a 12 horas, quando dá para conciliar com o trabalho. Mas hoje costumo estudar em qualquer lugar, na academia, fila de banco. Um dia fui mergulhar e um amigo me fotografou estudando no barco”, brinca.

Para quem vai começar a jornada de estudos, ele recomenda estudar, no mínimo, 4 horas por dia. “Mesmo sem previsão de concurso. Publicado o edital, o ritmo deve subir necessariamente!”

O futuro delegado Alessandro Gabri, que em breve começa a Acadepol, concorda com o colega de estudos Cristiano. Os dois se conheceram durante uma prova e dividem a opinião de que é preciso esforço e foco para estudar para os concursos.

“Para passar em um concurso público, não é preciso ser inteligente e fora da curva. É ser esforçado, ter paciência e perseverar. Ver e rever a matéria e esperar o seu momento. Só não passa no concurso quem desiste. Alguns passam mais rápido, outros demoram mais. Esse tempo é um tempo dolorido, de solidão, de dedicação e ter foco. O concurso tem início, meio, e esse meio demora, parece que nunca vai acabar, e tem o fim que é a posse. O estudo mudou a minha vida e pode mudar a vida de qualquer um”.

(Fonte: Agência Brasil)

A contagem regressiva para a estreia da seleção feminina de futebol na Copa do Mundo deste ano, na Austrália e na Nova Zelândia, chega a dois meses nesta quarta-feira (24). O maior evento da modalidade serve como inspiração para a exposição “Rainhas de Copas”, que é realizada no Museu do Futebol, em São Paulo, desde 28 de abril.

Mais do que contar a história das Copas femininas e da participação brasileira, a exposição apresenta a luta das mulheres por espaço no esporte mais popular do planeta. Ela parte de 1988, quando foi realizado um torneio experimental com 12 seleções na China, embrião do primeiro Mundial da Federação Internacional da modalidade (Fifa), quatro anos depois, no mesmo país.

Apesar de o evento-teste não ter sido televisionado, a mostra traz imagens raras de lances e gols do Brasil, além do acervo das próprias atletas e recortes do Jornal dos Sports, que teve a repórter Cláudia da Silva como única jornalista do país a cobrir a competição. No espaço destinado a 1988 há, inclusive, uma foto da sueca Pia Sundhage, então jogadora e, hoje, técnica da seleção brasileira.

“Quando a gente pesquisa sobre 1988, descobre a Cláudia e passa a fazer contato com aquelas jogadoras, pioneiras, criamos vínculos com elas. É dessa forma que resgatamos as histórias, procurando em acervos da hemeroteca para confirmar dados, trazendo fotos das próprias atletas, porque não existe cuidado nenhum com a memória do futebol de mulheres no nosso país”, destacou Juliana Cabral, ex-zagueira da seleção feminina do Brasil e uma das curadoras da exposição, ao lado de Aira Bonfim, Lu Castro e Silvana Goellner.

“Muito do que as pessoas vão percorrer [na mostra] é o que estava nas mãos daquelas rainhas que vivenciaram aquilo. É também uma homenagem a todas as mulheres que estiveram em campo por algum momento, mas, infelizmente, pela falta de estrutura e preconceito, não conseguiram se tornar rainhas”, completou a ex-atleta, que representou o Brasil nas Copas do Mundo de 1991 e 1995 e que conquistou a medalha de prata na Olimpíada de Atenas (Grécia), em 2004.

A exposição transita pelas Copas de 1991 a 2019, com a ficha técnica das partidas da seleção e registros marcantes, como a reconstituição do primeiro gol verde e amarelo em Mundiais (que não tem imagens) - de Elane sobre o Japão na edição inaugural do evento - ou o vídeo com o golaço de Marta contra os Estados Unidos na semifinal de 2007. Apresenta também diversas reivindicações de atletas durante a competição, a exemplo da foto das brasileiras segurando um cartaz com a mensagem “Brasil, precisamos de apoio”, justamente após o vice-campeonato de 16 anos atrás, melhor campanha do país.

“Tem muita gente falando sobre o futebol de mulheres no país que não conhece a história, que não sabe que a mulher foi proibida de jogar no país [devido a um decreto de 1941, que perdurou até 1979], que não sabe que as categorias de base [femininas] surgiram faz pouco tempo, depois da obrigatoriedade da Conmebol [Confederação Sul-Americana de Futebol], em 2019 [exigindo que os clubes participantes dos torneios continentais tivessem equipes femininas profissionais e de formação]”, disse Juliana.

“Então, conhecer a história, as protagonistas, é extremamente importante para que as pessoas entendam o contexto atual. Quem vier à exposição conseguirá ver que nada nunca foi cedido à mulher. Ela sempre lutou muito para ocupar esse espaço, com muita bravura e qualidade”, completou a curadora e ex-atleta.

Na última sala da exposição, o visitante confere um painel interativo no qual pode conhecer a trajetória das jogadoras que já representaram o Brasil nas Copas do Mundo. Entre elas estão Marta, Cristiane, Formiga, Pretinha, Kátia Cilene, Sissi e a própria Juliana, que se tornaram as referências que elas próprias não tiveram na carreira. Há, ainda, uma réplica do troféu do Mundial, que a seleção brasileira tentará conquistar pela primeira vez.

“Acho que temos bons nomes [na atual seleção], uma base que, talvez, não brilhe nesta Copa, mas é um futuro muito promissor. Quem já está atuando e nunca disputou uma Copa, tenho certeza de que, por tudo que vem fazendo pela seleção, fará um grande Mundial. E a gente quer isso: colocar cada vez mais nomes das rainhas que puderam pisar em campo, defender a seleção, e que a luta continue para a mulher estar sempre dentro de campo”, concluiu Juliana.

O ingresso para visitar a exposição “Rainha de Copas” custa R$ 20,00 (meia R$ 10,00), sendo que crianças até sete anos não pagam. O Museu do Futebol fica na Praça Charles Miller, no Estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu). A mostra vai até 27 de agosto e funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 18h (horário de Brasília), com entrada até 17h.

(Fonte: Agência Brasil)

Evoluir. Esta é a palavra-chave que tem norteado o surfista Kadu Pakinha na atual temporada. Considerado uma das principais revelações do esporte maranhense, Pakinha, que conta com o patrocínio do governo do Estado e da Potiguar por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, tem disputado cada vez mais competições importantes fora do Maranhão. Neste mês, por exemplo, o surfista marcou presença na primeira etapa do Circuito Brasileiro de Surf de Base, que ocorreu na Praia do Borete, em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca (PE). Apesar de não ter conseguido chegar ao pódio no evento nacional, o maranhense demonstrou evolução e apresentou um surfe de bom nível. 

Único atleta do Maranhão nesta etapa do Circuito Brasileiro de Base, Kadu adquiriu um grande aprendizado na disputa contra os principais nomes da modalidade na categoria Sub-16. Em busca de experiência no cenário nacional do surf, o maranhense travou duelos bastante equilibrados, mas não conseguiu o resultado necessário para avançar à fase final da competição. 

Mesmo não tendo obtido os resultados esperados, Kadu Pakinha ganhou confiança para melhorar seu desempenho na sequência do evento, que terá uma nova etapa entre os dias 10 e 13 de agosto, na cidade de Guarujá (SP). “Agradeço a todos que sempre estão na torcida por mim. Acabei ficando na primeira fase da competição e, é claro, que não era o resultado que eu esperava, mas agora é manter o foco nos treinos e se preparar para as próximas etapas. Vamos com tudo para continuarmos evoluindo em busca de melhores resultados”, afirmou Kadu Pakinha. 

Temporada 2023

Antes de iniciar a participação no Circuito Brasileiro, Kadu Pakinha teve um ótimo desempenho no Grumari Masters, que foi realizado nos dias 6 e 7 de maio, na Praia de Grumari, no Rio de Janeiro. Com muita habilidade e desenvoltura sobre a prancha, o atleta maranhense garantiu a quarta posição na categoria Sub-16 Masculino da competição em águas cariocas. 

Em busca de novas experiências e de desenvolvimento no esporte, Kadu Pakinha está passando a temporada de 2023 no Rio de Janeiro, com uma intensa rotina de treinamentos no Recreio dos Bandeirante e competições no Estado. Em sua primeira competição no Rio, em fevereiro, o jovem maranhense atingiu as quartas de final nas categorias Sub-16 e Sub-18 do Quissamã Pro-Am 2023, na Praia Barra do Furado, em Quissamã. 

Kadu Pakinha mira uma temporada repleta de títulos após um 2022 histórico, com destaque para a participação no Campeonato Maranhense de Surf, onde foi campeão na categoria Sub-16 e garantiu a terceira colocação na categoria Open. 

Na última temporada, Kadu também chegou às quartas de final do Iguape Pró, do Maresia Ondas do Futuro e do Circuito Caucaia, além de representar o Maranhão nas categorias Sub-14 e Sub-16 do Circuito Brasileiro de Surf de Base. Por causa dos grandes resultados durante todo o ano, Kadu Pakinha foi eleito o melhor atleta de surfe na 18ª edição do Troféu Mirante Esporte, maior premiação esportiva do Estado. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A Academia Monte Branco foi a grande campeã da segunda etapa do Circuito Maranhense, competição promovida pela Federação Maranhense de Judô (FMJ) no último fim de semana. O evento, realizado no Colégio Marista AraçagI, reuniu judocas de diversas regiões do Estado nas seguintes classes: Sub-13, Sub-15, Sub-18, Sub-21, Sênior e Veteranos. Para conquistar o título, a Academia Monte Branco somou um total de 40 medalhas, sendo de 27 de ouro, 8 de prata e 5 de bronze. A Academia Judô Góes foi a vice-campeã geral com 25 ouros, 9 pratas e 3 bronzes, enquanto a Academia Judô Rios ficou na terceira colocação (13 ouros, 1 prata e 3 bronzes). 

Esta etapa do Circuito Maranhense serviu de pontuação para o ranking nacional do Sub-18 e Veteranos. “Foi mais um evento de sucesso que conseguimos promover. Estamos satisfeitos com os desempenhos dos atletas, que a cada dia estão evoluindo cada vez mais. Esta etapa do Circuito foi bastante disputada e nós, da FMJ, só temos a parabenizar atletas, técnicos, academias por estarem empenhados em melhorar cada vez mais o nível do judô maranhense. Também gostaria de agradecer a toda a direção do Colégio Marista Araçagi

O desempenho dos judocas da Academia Monte Branco foi praticamente impecável. Além do título geral, a tradicional academia foi campeã no masculino com 19 ouros, 5 pratas e 4 bronzes. A Academia Góes (14 ouros, 8 pratas e 2 bronzes) e o Fórum Jaracaty (7 ouros, 3 pratas e 2 bronzes) completaram o pódio. 

Já na disputa do naipe feminino, o título ficou com a Academia Góes, que conquistou 13 medalhas, sendo 11 de ouro, 1 de prata e uma de bronze. A Academia Monte Branco ficou na segunda posição seguida pela Academia de Judô Tiradentes, que encerrou sua participação no terceiro lugar. 

Festival de Judô

Também no sábado (20), a Federação Maranhense de Judô (FMJ) promoveu a primeira edição do Festival de Judô 2023, evento voltado para crianças de 4 a 10 anos. O objetivo do festival foi o de atrair e incentivar a prática da modalidade a jovens judocas. 

Além da realização de lutas adaptadas, o Festival de Judô foi uma oportunidade de propiciar uma confraternização com os pais e responsáveis dos jovens atletas. Todos os judocas mirins foram premiados com medalha de participação. 

RESULTADOS 2ª ETAPA DO CIRCUITO MARANHENSE DE JUDÔ

CLASSIFICAÇÃO GERAL

  1. Academia Monte Branco
  2. Academia Góes
  3. Academia Rios
  4. Academia Tiradentes
  5. Fórum Jaracaty

CLASSIFICAÇÃO MASCULINA

  1. Academia Monte Branco
  2. Academia Góes
  3. Fórum Jaracaty
  4. Academia Rios
  5. Centro de Treinamento Guerreiro

CLASSIFICAÇÃO FEMININA

  1. Academia Góes
  2. Academia Monte Branco
  3. Academia Tiradentes
  4. Academia Rios
  5. Fórum Jaracaty

(Fonte: assessoria de imprensa)

As instituições públicas de educação superior (federais, estaduais ou municipais) já podem aderir ao segundo processo seletivo de 2023 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O prazo de adesão começou nesta segunda-feira (22) e terminará às 23h59, de sexta-feira (26). Caso seja necessário, as instituições podem retificar o documento de adesão entre os dias 29 de maio e 9 de junho.

A adesão da instituição de ensino é feita pelo Sisu Gestão, o sistema informatizado gerenciado pelo Ministério da Educação. Por meio do Sisu Gestão, as instituições participantes oferecerão vagas em cursos de graduação, a serem disputadas por candidatos inscritos em cada uma das duas edições anuais do Sisu.  

Neste segundo processo seletivo de 2023, os candidatos serão selecionados de acordo com a melhor classificação na edição de 2022 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

Os procedimentos para a adesão e o cronograma completo foram publicados, no Diário Oficial da União (DOU), do último dia 15.

Adesão e obrigações

A instituição participante do Sisu deve descrever, no documento de adesão, as condições específicas de concorrência às vagas ofertadas no âmbito do Sisu. 

Ao assinarem o Termo de Adesão, as instituições federais de educação superior se comprometem a cumprir o que determina a Lei nº 12.711, de 2012, chamada de Lei de Cotas. 

E no prazo para a inscrição de estudantes aos processos seletivos do Sisu, ainda a ser definido MEC, essas instituições de educação superior devem disponibilizar acesso gratuito à internet, nos dias e horários de funcionamento regular da instituição. Assim como, as instituições participantes devem também disponibilizar acesso virtual para encaminhamento da documentação exigida para a efetivação da matrícula do estudante, no cronograma que será anunciado pelo MEC. 

Pelo edital, as instituições se comprometem também a divulgar na internet e em locais de grande circulação de estudantes, as condições específicas de concorrência às vagas ofertadas no programa de seleção, no momento da adesão. Número de telefone para tirar dúvidas é 0800-616161. 

(Fonte: Agência Brasil)

A peça intitulada Valse, de 1819, consta do volume manuscrito 7703 da Biblioteca Nacional da França, em Paris. Nele, encontram-se peças para piano de autoria do compositor austríaco Sigismund Neukomm, escritas no Rio de Janeiro, e por ele autografadas. Neukomm foi o único músico a integrar a Missão Artística Francesa no Brasil, onde escreveu 70 obras.

Mestre de música de D. Pedro, entre 1816 e 1821, deve-se a Neukomm a menção, em seu catálogo, de que elaborou arranjos para orquestra a partir de “seis valsas de D. Pedro”.

Até hoje, essas composições não foram localizadas, nem os arranjos de Neukomm. Porém, dentre as 25 peças do volume manuscrito que se encontra na Biblioteca Nacional da França, a Valse é a única que não traz a assinatura de Neukomm e que não foi mencionada em seu catálogo, o que aponta para a possibilidade de tratar-se de uma das peças de autoria de Dom Pedro I, ainda não encontradas, segundo a musicista Rosana Lanzelotte.

Avaliação

Além disso, os elementos compositivos de Valse são claramente distintos daqueles característicos do músico austríaco e, por sua vez, podem ser avaliados como próximos de outras peças do então príncipe.

“A única forma de comprovar seria se encontrássemos o manuscrito de Dom Pedro, que já se procurou. Estive em contato com vários musicólogos que estão de acordo que estilisticamente essa valsa é mais próxima da linguagem composicional de Dom Pedro do que do Neukomm”, disse Rosana.

Se confirmada, a descoberta pode representar um acontecimento histórico para a música brasileira, na avaliação de Rosana, que está finalizando um livro sobre Dom Pedro compositor que deve ser lançado no segundo semestre.

Dom Pedro assinou o Hino da Independência, o Hino Constitucional que foi o hino português entre 1834 e 1910, e obras sacras preservadas no arquivo da Catedral Metropolitana do Rio, mas não uma valsa.

Musica Brasilis

Criado em 2009, o portal Musica Brasilis tem como missão o resgate e difusão de repertórios brasileiros de todos os tempos, em grande parte inacessíveis por falta de edições. O acervo – constituído por mais de 2.500 partituras de compositores brasileiros – é mensalmente consultado por 45 mil usuários de todo o mundo.

(Fonte: Agência Brasil)

Em estudo publicado no periódico científico internacional Historical Biology, pesquisadores do Museu Nacional, da Universidade Regional do Cariri e da Universidade do Contestado identificaram que a maioria dos fósseis da espécie de pterossauro Caiuajara dobruskii, pertencia a indivíduos que estavam em seus primeiros anos de vida.

Segundo a pesquisa, esses animais jovens tinham comportamento semelhante ao das aves atuais. O Caiuajara dobruskii era um pterossauro de pequeno porte, com uma envergadura que podia variar de 0,65 metro (m) a 2,35m, que viveu durante o período Cretáceo (~90-70 milhões de anos).

Descoberta em 2014, fósseis da espécie foram encontrados no interior do Paraná, em rochas do município Cruzeiro do Oeste e representou um importante achado para a paleontologia nacional. Essa foi a primeira vez que esses répteis alados foram encontrados fora da Região Nordeste. No local do achado, estavam presentes centenas de ossos dessa espécie.

Os pesquisadores constataram que a maior parte dos exemplares, cerca de 80% da amostra, pertencia a indivíduos ainda em estágio juvenil. Desse modo, muito possivelmente os pterossauros usaram a localidade como ponto de reprodução.

“Estes pterossauros quando juvenis, aparentemente, ficavam reunidos em grupos, um comportamento também visto em aves atuais. Esta estratégia de agrupamento dos juvenis é denominada creching, e costuma ser um mecanismo de sobrevivência que permite melhor regulação da temperatura e proteção dos juvenis contra predadores”, disse o líder da pesquisa, o doutorando Esaú Araújo, em nota. Ele é aluno do programa de pós-graduação em Zoologia do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“Pela primeira vez, foi feito um estudo paleohistológico com um número expressivo de ossos de pterossauros, e isto só foi possível dada a abundância de registros desta espécie, um cenário normalmente raro para os paleontólogos que estudam os pterossauros".

Com um bom número de amostras, foi possível compreender, a partir das microestruturas dos ossos, o grau de desenvolvimento dos indivíduos, sua taxa de crescimento, fisiologia e aspectos comportamentais.

Na constituição óssea do Caiuajara dobruskii, foi observado um córtex ósseo extremamente fino com a presença de um complexo ósseo tecidual denominado fibrolamelar. O padrão em questão é bem conhecido na literatura, estando presente em diferentes espécies de pterossauros.

Esse tipo de tecido ósseo sugere que o Caiuajara dobruskii apresentava taxas de crescimento altas, também comparáveis às das aves atuais. Ele crescia a um ritmo superior ao de outras espécies de pterossauros, como espécies encontrada na China, Argentina e Alemanha.

“Esse trabalho é fruto da união de cientistas de diferentes instituições que, além da descoberta, estão auxiliando na reconstrução do Museu Nacional/UFRJ. É também mais uma demonstração de que o Museu Nacional Vive”, afirmou, em nota, Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, cuja sede ficou destruída por um incêndio em 2 de setembro de 2018.

(Fonte: Agência Brasil)

Brena Carvalho foi aluna do curso preparatório ao vestibular do Projeto de Ensino Cultural e Educação Popular (Pecep) em 2017. No ano seguinte, depois de passar para a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), retornou ao projeto, já como voluntária. Hoje, recém-formada em pedagogia, ela reconhece o papel transformador do Pecep.

“Foi muito essencial para mim. Se eu não tivesse entrado, teria uma perspectiva muito diferente sobre faculdade, sobre visão de mundo mesmo”, diz ela. Uma trajetória similar vem sendo trilhada por Thiago Lins. Morador do Rio de Janeiro, ele está de malas prontas para João Pessoa. Em julho, começam suas aulas do curso de letras da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Para ser aprovado, ele estudou no curso preparatório da UniFavela. Assim como Brenda, ele é grato pela experiência e também resolveu contribuir com o projeto como voluntário: ele agora faz parte do grupo pedagógico e vem atuando tirando dúvidas dos alunos.

“Por mais difícil que seja o ensino público, que eles sempre tenham em mente que é um avanço na vida deles. É uma experiência nova que eles conseguem; é uma oportunidade de conhecimento maior, de conhecer novos lugares, novas pessoas, sem esquecer de onde vieram”, disse Lins à Agência Brasil.

O Pecep e o Unifavela são atualmente organizações não governamentais consolidadas na capital fluminense. O Pecep surgiu em 2001 após o marcante sequestro do ônibus 174 em 2000, no qual os passageiros foram feitos de reféns por Sandro do Nascimento quase cinco horas. Um documentário do diretor José Padilha retratou o caso, associando a personalidade criminosa do sequestrador às vivências de sua infância e à falta de oportunidades na vida.

Na época, os alunos que costumavam usar o ônibus 174 como meio de transporte para chegar à Escola Parque, localizada no Bairro da Gávea e próximo à Rocinha, decidiram dar início a um projeto que pudesse contribuir para mudar a realidade da comunidade à sua volta. Assim, surgiu o Pecep, um cursinho pré-vestibular comunitário que prepara alunos que concluíram ou estão no último ano do ensino médio a um custo de R$ 40 mensais, já com o material incluído.

O projeto desenvolve suas atividades para moradores de comunidades de baixa renda da zona sul carioca, entre as quais a Rocinha. Os professores voluntários são alunos e ex-alunos da Escola Parque, que cede seu espaço para a iniciativa. O curso abre 70 vagas anualmente. Nos últimos sete anos, o Pecep atendeu a mais de 450 estudantes. Dentre os alunos que ficam no pré-vestibular por três anos, a taxa de aprovação alcança 100% e, por dois anos, 89%.

Tão logo terminou o ensino médio, Brena Carvalho tentou o Ensino Nacional do Ensino Médio (Enem) mas não teve boas notas para entrar no ensino superior e decidiu esperar mais um ano. Encorajada pela família, decidiu entrar no curso do Pecep, que dava para conciliar com o trabalho em uma creche da Rocinha, onde mora com os pais.

“Foi bem cansativo. Não foi fácil por conta do trabalho e dos desafios da vida. Mas o Pecep me ensinou muita coisa. Foi onde eu criei muita consciência crítica e política. Vi que eu poderia expor minhas opiniões sem medo. Me vi encorajada. Sou muito grata ao Pecep. Por isso, retornei depois como voluntária. É um ambiente de muito acolhimento e, de certa forma, torna tudo mais leve, porque o ambiente de pré-vestibular costuma ser muito pesado. O Pecep fez tudo parecer mais fácil”.

Já o Unifavela surge em 2018, no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, de forma improvisada. Um estudante de letras e duas de história começaram a dar aula para dez jovens na laje da residência de um desse alunos. Todos eles foram aprovados em universidades públicas, impulsionando o projeto. No ano passado, a organização não governamental (ONG) recebeu o prêmio Sim à Igualdade Racial 2022, organizado pelo Instituto de Identidades do Brasil (ID_BR).

Além de facilitar o acesso de jovens às universidades, a meta é estimular também os adultos da região a ingressar no ensino superior. No curso, jovens e adultos adquirem conhecimento por meio de uma ação interativa e gratuita. São oferecidas vagas para 39 alunos. Em 2022, foram 11 alunos regulares durante todo o ano, e nove ingressaram na universidade até março de 2023, o que significa quase 100% de aprovação.

Em sua dissertação de mestrado defendida no ano passado na Universidade Estadual Paulista (Unesp), a pesquisadora Carolina Campagni estudou os cursinhos populares e observou que eles englobam questões que vão além do ingresso nas universidades, atuando como espaço emancipador que tem a potência de ampliar a visão de mundo. São também espaços de afeto e de identificação de seus participantes, o que poderia explicar por que muitos alunos voltam posteriormente como voluntários.

Segundo Carolina Campagni, os cursinhos populares começam a emergir com maior intensidade no fim do século XX, como forma de enfrentamento das desigualdades sociais. Foi uma resposta à falta de políticas que garantam equidade de direitos no acesso ao ensino superior para camadas mais vulneráveis e marginalizadas da população. “Isso se deu junto com o levante populacional pelas ações afirmativas para a população negra, ambos conduzidos por movimentos sociais”, escreve em sua pesquisa.

Ao analisar a experiência do Cursinho Popular TRIU, em Campinas, Carolina pontuou que a pedagogia do afeto e o acolhimento praticados “são fundamentais para que exista um aprendizado efetivo dos conteúdos, desencadeando no ingresso de seus estudantes nas instituições de ensino superior”. Apesar disso, ela pontua que somente estes projetos não são suficientes para sanar as lacunas causadas pelas injustiças sociais, já que existem inúmeras questões de ordem econômica, social, cultural, estrutural com as quais eles não são capazes de lidar. “Algumas antecedem e outras sucedem o ingresso dos estudantes nos cursinhos”, observa.

Apoio

Os cursinhos populares oferecem aulas gratuitas ou a preços acessíveis para alunos de baixa renda. Por isso, muitas vezes, precisam estabelecer parcerias para desenvolverem e ampliarem suas atividades, podendo atender a um maior número de alunos. Uma das parcerias firmadas pelo Pecep e pelo Unifavela foi com o Instituto Phi, uma ONG que atua criando pontes entre doadores individuais ou empresariais e projetos considerados investimentos que dão retorno social e que possibilitam a mensuração os resultados. Os dois cursinhos recebem apoio por meio de recursos humanos, alimentação, material e equipamentos.

A parceria está ocorrendo pelo segundo ano consecutivo. Segundo o analista de projetos do Instituto Phi, Matias Hernandez, os resultados dos dois cursinhos chamam a atenção, com altas taxas de aprovação. Segundo ele, o Unifavela já impactou diretamente a vida de mais de 100 estudantes durante os últimos quatros anos.

“Sempre que os doadores quiserem continuar apoiando causas de educação, a gente pode continuar”, afirmou. O Instituto Phi levanta dados dos projetos que atendam às demandas que chegam dos doadores. Segundo Hernandez, um mapeamento junto ao pré-vestibular do Pecep mostrou que o curso preferido pelos alunos no Enem foi pedagogia. Levando em conta também o Unifavela, os estudantes dos dois projetos optaram ainda por direito, enfermagem, administração, matemática, ciências econômicas e da computação, física, arquitetura, engenharia elétrica e civil, música, educação física, letras, saúde coletiva, nutrição e produção cultural.

Um dos desafios dos cursinhos populares ao firmar parcerias envolve a manutenção de sua autonomia de gestão. O pesquisador Felipe Pinto Simão, que também estudou os cursinhos populares em dissertação na Unesp concluída em 2020, chamou atenção para casos em que empresas privadas financiam material didático que perpetua uma visão meritocrática pautada em um ensino que valoriza apenas a memorização e repetição de conteúdos. Ele questiona a capacidade de se oferecer uma formação crítica a partir dessas apostilas.

“Apesar de a pesquisa não oferecer dados suficientes para compreender os interesses dessas empresas privadas que financiam o material didático nos cursinhos populares, questiona-se aqui o papel destes últimos – que 'dependem' de um sistema apostilado – enquanto espaços de (trans) formação social”, escreveu.

(Fonte: Agência Brasil)