Os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 já podem ter acesso à correção detalhada de suas redações. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disponibilizou a vista individual da folha de redação na manhã desta sexta-feira (14).
Os interessados nos espelhos das redações devem consultar o material na Página do Participante, mediante inserção do número do CPF e senha registrados no portal Gov.br.
O acesso à prova de redação tem finalidade exclusivamente pedagógica e ocorre sempre após a divulgação do resultado oficial do exame, em janeiro.
A vista do espelho permite que os participantes do Enem compreendam os critérios de avaliação da redação e serve de ferramenta para identificar os pontos em que o desempenho foi satisfatório e aqueles que necessitam de aprimoramento para futuras edições do exame ou para outras produções de texto.
Em 2024, o tema da redação do Enem foi Desafios para a valorização da herança africana no Brasil.
Verificação
Com a vista do espelho da redação, o participante tem a possibilidade de verificar a pontuação alcançada em cada uma das cinco competências avaliadas. Cada uma das competências vale 200 pontos, e o candidato pode atingir a pontuação máxima de 1.000 pontos.
Dois avaliadores julgaram o desempenho do participante na redação de acordo com esses critérios. A nota total de cada avaliador corresponde à soma das notas atribuídas a cada uma das competências e a soma desses pontos compõem a nota total de cada avaliador. A nota final do participante é a média aritmética das notas totais atribuídas pelos avaliadores.
Cada texto pode passar por até quatro avaliações independentes para o cálculo da nota final, se houver discrepância entre as notas dos avaliadores.
De acordo com o Inep, “o processo de avaliação das redações do Enem é supervisionado pelo Inep em todas as suas etapas e segue rigorosamente os critérios estabelecidos pelo edital do exame”.
Treineiroa
Os resultados dos chamados treineiros - que fizeram os dois dias de provas somente com o objetivo de testar conhecimentos - também estão disponíveis na Página do Participante.
O Ministério da Educação contabiliza que dos 4.325.960 inscritos na edição de 2024, mais de 841,5 mil (19,4%) eram estudantes do 1º ou 2º ano do ensino médio. Já os que não cursam e nem completaram o ensino médio, mas fizeram o Enem para autoavaliação de conhecimentos, corresponderam a 24.723 (0,6%) de inscritos.
De acordo com o edital do Enem do ano passado, os candidatos que tiveram as provas anuladas não terão vista da prova de redação. São motivos de anulação da redação a escrita de impropérios, desenhos, apresentação de parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto ou qualquer forma de identificação do candidato no espaço destinado exclusivamente ao texto da redação, por meio, por exemplo, de nome, assinatura, rubrica.
Outra situação que impede a visualização da folha de redação ocorre se a banca avaliadora atribuiu nota zero à redação escrita predominante ou integralmente em língua estrangeira.
Se o candidato quiser mais detalhes sobre os critérios de correção da prova de redação de 2024, o Inep disponibilizou uma cartilha online ao participante.
Escolas públicas e privadas de todo o país têm até o dia 17 de março para fazer a inscrição na 20ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). Considerada a maior competição científica do Brasil, a olimpíada é voltada para alunos do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio.
Para participar, as escolas devem acessar o sitewww.obmep.org.br, preencher a ficha de inscrição disponível, informar o código MEC/INEP e criar uma senha de acesso. No regulamento, estão disponíveis informações sobre condições, prazos, datas e regras previstas para participação na competição.
Todos os anos, a Obmep reúne mais de 18 milhões de estudantes. Criada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) em 2005, a competição é promovida com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC). Neste ano, a olimpíada comemora 20 anos.
Provas
A competição tem duas fases. A primeira fase é uma prova objetiva de 20 questões, que será aplicada em 3 de junho. Já a segunda fase é voltada para os classificados na primeira etapa, que fazem uma prova discursiva de seis questões, em 25 de outubro.
As questões são preparadas de acordo com o grau de escolaridade do aluno. O nível 1 é voltado para o 6º e 7º ano do ensino fundamental; o nível 2, para o 8º e 9º ano do ensino fundamental; e, o nível 3, para o ensino médio.
A divulgação dos aprovados para a segunda etapa será feita em 1º de agosto e a divulgação dos premiados em 22 de dezembro.
Premiação
A Obmep vai distribuir 8.450 medalhas nacionais: 650 de ouro, 1.950 de prata e 5.850 de bronze, além de 51 mil certificados de menção honrosa.
Os alunos premiados nacionalmente são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), voltado para o incentivo e promoção do desenvolvimento acadêmico. Os participantes de escolas públicas receberão uma bolsa de R$ 300.
Serão distribuídas ainda 20,5 mil medalhas estaduais para os alunos com os melhores desempenhos em cada Estado.
Os professores também serão homenageados. Ao todo, 969 professores serão premiados e irão receber, além de diploma e livro de apoio, uma medalha de ouro especial. Os professores premiados vão concorrer ainda a oito viagens.
O romancista, dramaturgo e autor de telenovelas Dias Gomes (1922-1999) será o homenageado deste ano na Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô). A festa ocorrerá entre os dias 6 e 10 de agosto, no Pelourinho, em Salvador.
Nascido na capital baiana, Dias Gomes começou a escrever ainda na adolescência. Com apenas 15 anos redigiu sua primeira peça teatral, A Comédia dos Moralistas, que ganhou o 1º lugar no Concurso do Serviço Nacional de Teatro em 1939. Três anos depois estreou no teatro profissional com a comédia Pé-de-cabra.
Um de seus textos mais famosos é O Pagador de Promessas (1960), que foi adaptado ao cinema por Anselmo Duarte, em 1962, tornando-se o primeiro filme brasileiro a receber uma indicação ao Oscar e o único a ganhar a Palma de Ouro em Cannes. Ele também foi autor de vários sucessos na TV brasileira, escrevendo novelas como O bem-amado (1973), Saramandaia (1976) e Roque Santeiro (1985), que chegou a ser censurada pela ditadura militar.
Era casado com Janete Emmer (Janete Clair), autora de telenovelas, com quem teve cinco filhos.
Na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, Dias Gomes participou da produção da radiodramaturgia Grande Teatro, programa lançado no dia 7 de maio de 1955. A produção ia ao ar nas noites de sábado e começou com peças adaptadas pelo dramaturgo Dias Gomes. Em 1964, foi demitido da Rádio Nacional, da qual era diretor-artístico, por força do Ato Institucional nº 1. Era casado com Janete Emmer (Janete Clair), autora de telenovelas.
Em toda a sua carreira, Dias Gomes escreveu 33 peças de teatro, oito livros, 14 telenovelas, cinco minisséries e dois seriados. Em 1991, ele passou a ocupar a cadeira 21 na Academia Brasileira de Letras (ABL).
“Dias Gomes é um grande escritor baiano. Amigo de Jorge Amado, era sempre recebido na Casa do Rio Vermelho. Trocavam cartas, que hoje integram o acervo da Fundação Casa de Jorge Amado. E tinham uma conexão quanto aos temas abordados em suas obras como a intolerância religiosa, a exploração política e comercial da fé popular, o coronelismo político e o progresso descontrolado, assim como no uso do estilo literário realismo mágico”, disse Angela Fraga, diretora-executiva da Fundação Casa de Jorge Amado, instituição cultural responsável pela realização da Flipelô.
A Flipelô é o maior evento cultural literário da Bahia. Inspirada na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), a Flipelô teve a sua primeira edição em 2017 e é realizada pela Fundação Casa de Jorge Amado. A festa surgiu com o objetivo de preservar e valorizar a memória do escritor Jorge Amado, a cultura e arte da Bahia e também estimular a literatura, principalmente entre os jovens.
O Conselho Regional de Educação Física do Maranhão (Cref21/MA) e o Ministério Público do Maranhão (MP-MA) vão intensificar o trabalho de fiscalização de academias em São Luís e no interior do Estado. O objetivo é que os órgãos trabalhem em conjunto para garantir a qualidade na prestação de serviços por profissionais qualificados e dos serviços ofertados pelos estabelecimentos.
O fortalecimento da parceria entre Cref21/MA e MP-MA foi tema central de uma reunião realizada na manhã dessa quarta-feira (12). O presidente do Cref21/MA, Sandow Feques [Cref 001806-G/MA], e o assessor jurídico do Conselho, Rafael Sauaia, estiveram reunidos com a promotora de Justiça, Drª Elisabeth Mendonça, da Promotoria Especializada na Defesa da Saúde.
“O Cref21/MA tem tido um trabalho muito importante em fiscalizar e confirmar a legalidade de atuação do profissional de Educação Física. Isso garante que o profissional que está trabalhando possui formação acadêmica necessária para fornecer um serviço de qualidade nas academias. E é por isso que o Conselho sempre está em busca de novas parcerias, como esta que estamos firmando com o Ministério Público do Maranhão, para que consigamos intensificar as fiscalizações, que também tem caráter de cuidar da saúde das pessoas e garantir os direitos delas como consumidoras e beneficiárias de serviços de saúde que as academias oferecem”, afirmou Sandow Feques.
Durante a reunião, os representantes do Conselho apresentaram ao MP-MA um relatório detalhado sobre as fiscalizações ocorridas durante o ano de 2024, em academias de todo o Estado. Em suas fiscalizações, o Cref21/MA atua no combate à ilegalidade na profissão de Educação Física e analisa outros aspectos como as condições da estrutura física do local, acessibilidade, condições de higiene, entre outros.
Somente no ano passado, o relatório informa que, aproximadamente, 1.500 fiscalizações foram realizadas, sendo que cerca de 160 empresas foram autuadas e notificadas quanto à má prestação dos serviços ofertados, que denotam claramente perigo eminente à saúde pública. “Foram remetidos ao órgão ministerial os relatórios de fiscalização, com a indicação dos profissionais e estabelecimentos autuados para que seja dado o efetivo encaminhamento investigativo e punitivo em relação às condutas verificadas e atestadas no exercício da função essencial da autarquia federal, que é a fiscalização”, explicou o advogado Rafael Sauaia, assessor jurídico do Cref21/MA.
Parceria com o Procon-MA
Além da parceria com o Ministério Público do Maranhão (MP-MA), o Conselho Regional de Educação Física do Maranhão (Cref21/MA) tem atuado em conjunto com outro importante órgão de fiscalização: o Procon-MA. Em janeiro deste ano, o Cref21/MA e o Procon-MA se reuniram para planejar o cronograma das fiscalizações em 2025, que vão ocorrer regularmente.
“Ficamos felizes em firmar, mais uma vez, esta importante parceria para a sociedade maranhense. O Cref21/MA e o Procon-MA fiscalizam a parte que lhes cabem a fim de garantir que todos os aspectos legais das academias estejam em suas melhores condições, bem como diagnosticar se elas possuem profissionais especializados para atender corretamente a população maranhense”, ressalta o diretor-executivo do Cref21/MA, Diogo Oliveira [CREF 001847 G/MA].
No site do Cref21/MA (www.cref21.org.br)é possível informar irregularidades e consultar se os locais que oferecem serviços de atividade física são registrados no Cre21/MA ou se o profissional é realmente habilitado.
IPHAN REALIZA CERIMÔNIA DE ENTREGA DA OBRA DE RESTAURO E ADAPTAÇÃO DE USO DO COMPLEXO FERROVIÁRIO DE CAXIAS, SEDE DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE CAXIAS (IHGC)
– Registros sobre o desembargador Arthur Almada Lima Filho, fundador do IHGC, nascido em Caxias, em 7 de outubro de 1929 e falecido em São Luís, em 27 de outubro de 2021
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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizou na tarde dessa quarta-feira (12/3), em Caxias (MA), a cerimônia de entrega da obra de restauro e adaptação de uso do Complexo Ferroviário. A solenidade teve início às 15h e encerrou-se às 17h. Houve visita técnica às instalações, discursos, apresentações artísticas e descerramento da placa inaugural. Sócios do Instituto Histórico, da Academia Caxiense de Letras, da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão, autoridades do Estado e do município e convidados compareceram ao evento.
Constituído de três grandes edificações, que antes eram a Estação Ferroviária e os dois galpões (de armazenamento e de manutenção de locomotivas e vagões), as construções foram inteiramente restauradas e adaptadas para novos usos. Entre estes usos, a sede do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias, que já vinha ocupando e dinamizando o local e cujo fundador e presidente, desembargador Arthur Almada Lima Filho, deu início ao uso regular do prédio principal como sede do IHGC. No início, com a ação do desembargador, foram afastados da área os dependentes químicos que antes “tomavam de conta” das instalações, onde praticavam o vício e tornavam anti-higiênico a histórica Estação.
A Estrada de Ferro São Luís-Teresina, que alavancou a economia de Caxias no século passado, foi criada pelo Congresso Nacional em dezembro de 1904, inicialmente, o trecho de São Luís até Caxias (depois foi estendida até a capital piauiense).
A seguir, um pouco de memória e história acerca do fundador e primeiro presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias.
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ARTHUR ALMADA LIMA FILHO
– Fundador e primeiro presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC)
Muitos daqueles que passam pela Avenida Getúlio Vargas, em Caxias (MA), e veem o grande, restaurado e remodelado prédio e os galpões igualmente imensos, restaurados e remodelados da antiga estação ferroviária não imaginam o quanto de sonho, de visão, de esperança, de burocracia, de esforço e de amor pela terra está misturado a cada mão de tinta, pá de cal, lata de areia, barro e cimento e metros de fiação elétrica e outros materiais utilizados para o restauro daquelas construções e o resgate ou ampliação de considerável fatia do amor-próprio dos caxienses.
Aqueles prédios da antiga Estrada de Ferro São Luís-Teresina (EFSLT), da Rede Ferroviária Federal S. A. (REFFESA) estiveram durante muito tempo ao Deus-dará, antes de Arthur Almada Filho “tomar de conta” deles e ali instalar a sede do IHGC. Antes do Arthur, os prédios desmoronavam – como sempre, menos pela ação do tempo e mais pela omissão dos homens. Décadas de história estavam ruindo sem ruído, numa fragmentação silenciosa, num desfazimento criminoso de um passado que, embora não tão distante, foi responsável por parte das bases econômico-sociais de que talvez ainda se jactem alguns poucos que vivenciaram aqueles tempos e/ou que deles têm memória.
Arthur Almada Lima Filho passava ali pela Avenida Getúlio Vargas, olhava aquelas edificações e se inquietava – pode-se dizer, até: se indignava. Era o filho ilustre sabendo o quão igualmente ilustre havia ali em termos de historicidade.
Dos contatos iniciais, das correspondências obrigatórias, dos obstáculos e dificuldades que se (o)põem à frente dos que querem fazer a coisa certa neste país, até a autorização para uso e utilização, “sine die”, das portentosas instalações “refesianas”, Arthur Almada Filho teve de munir-se de paciência e persistência, sob pena de suas (boas) intenções irem juntar-se àquelas que assoalham o caminho da Geena.
Foi assim que Caxias e seu Instituto Histórico e Geográfico (IHGC) ganharam adequado espaço para se passar o passado – ou ao menos parte dele – a limpo. O Instituto é o espaço institucional por excelência e de referência para a busca, guarda, zelo e divulgação de itens e fatos, marcas e marcos do passado histórico de Caxias (que o histérico presente ainda não soube respeitar à altura).
Esse espaço, sede do IHGC, recebeu pacientes reformas, restauro, remodelação, melhorias – as quais foram entregues ontem (12 de março de 2025). E pensar que tudo começou com o sadio inconformismo, a consciência, o talento e, em especial, o tempo e o esforço de Arthur Almada Lima Filho – ele que, em vez de curtir o merecido ócio, após décadas de ofício na Magistratura, na Educação, na Imprensa, ele incumbiu-se e desincumbiu-se nas tarefas de, em igual tempo, presidente do Instituto e encarregado de fazer os contatos, o acompanhamento, as “cobranças”(ou, eufemisticamente, “lembranças”) aos que, pessoas e/ou instituições, aderiram à saudável luta pela adequada recuperação do patrimônio ferroviário e sede do IHGC – o que foi conquistado a troco da persistência e persuasão arturianas.
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Um pouco acerca desse grande caxiense, honrado legatário e esforçado transmigrante da estirpe almadiana, é o que se tentou condensar adiante. (EDMILSON SANCHES)
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A Estação Ferroviária em Caxias estava abandonada, ruindo. Um caxiense, Arthur Almada Lima Filho, resolveu “comprar briga”. Investiu tempo, talento, paciência, capacidade de luta e de gestão etc. e, em uma primeira fase, recuperou o prédio e o transformou na portentosa e orgulhosa sede do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias, que Arthur fundou e dirigiu.
O passado só ainda está presente e somente terá algum futuro se dele tiverem cuidadores como Arthur Almada Lima Filho.
Lembro-me de que, na época já aos 90 anos, completados em 17 de outubro de 2019, aquele renovado Arthur sentava-se à sua távola quadrada e pequena no remoçado prédio da Estação Ferroviária, cuidava de aspectos da gestão do Instituto e aplicava-se a ler, estudar, pesquisar, escrever, quase sempre sobre fatos históricos de Caxias.
Anatole France, escritor francês (1844-1924), disse que “(...) o passado é o nosso único passeio e o único lugar onde possamos escapar a nossos aborrecimentos diários”, pois “o presente é árido e turvo, o futuro, oculto”. É o caso de Arthur Almada de Lima Filho, que gostava de passear no passado de Caxias, e o fazia sem aborrecimento, pois o passado caxiense era para ele desafio e combustível, mister e mistério de arqueólogo, que se vai descobrindo camada a camada, limpando as contaminações, rearrumando em ordem lógica, até a interpretação e documentação final.
O paulista Eduardo Paulo da Silva Prado, que nem o Arthur, era homem do Direito e escritor; também acadêmico, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Viveu só 41 anos, tempo bastante para, entre seus amigos, contarem-se, entre outros, portentos literários e intelectuais como Eça de Queirós e Ramalho Ortigão. Eduardo Prado escreveu: “Certamente o homem deve viver no seu tempo, mas a tendência para a contemplação do passado é um dom nobilíssimo da sua alma”. Mais do que contemplar, Arthur Almada Filho, no caso do passado de Caxias, quis contribuir para organizá-lo, trazê-lo ao presente para garantir-lhe algum futuro. Como constatou o filósofo e poeta francês Paul Valéry (1871-1945): “O passado (...) age sobre o futuro com um poder comparável ao do próprio presente”.
Em geral, Caxias pouco sabe dos esforços e da história, das lutas, lides e lidas desse Arthur filho caxiense que, à maneira de Bilac, “ama com fé e orgulho” a terra em que nasceu. Juiz de Direito, desembargador, vice-presidente e presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, presidente da nascente universidade estadual maranhense, é citado no prestigioso e internacional “Who’s Who”, seus votos como jurista estão transcritos em obras de Direito, tem seu nome na testada de prédios públicos, seja em fórum seja em escola estado adentro, tais os méritos que a sociedade maranhense quis reconhecer e homenagear. Ex-reitor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), autor de livros, pesquisador infatigável, magistrado intimorato, honrou o nome e o ofício do pai e o conceito da família – família que, no passado e no presente (e, pelo visto, para o futuro também), legou tanta gente inteligente para Caxias, o Maranhão e o Brasil.
Pelos feitos que fez, certamente não cabe ao Arthur a observação do educador e abolicionista norte-americano Horace Mann (século XIX): “Tenha vergonha de morrer até ter obtido alguma vitória para a Humanidade”.
Arthur e eu somos (permita-se o verbo no presente) conterrâneos, confrades e amigos, pertencemos às sadias – e lutadoras – hostes do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC), do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), da Academia Caxiense de Letras (ACL), da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão (Asleama) e do Rotary Club. E não estamos apenas para estar ou ser, mas para fazer.
Era preciso conviver um pouco com o Arthur para ver-lhe os esforços em nome de coisas e causas coletivas. Era preciso estar perto para sentir-lhe o entusiasmo e satisfação quando da descoberta de um novo nome de caxiense de talento, ou nova informação sobre Caxias, dados que zanzavam por aí, escondidos sob a poeira da História ou encobertos pelo pó do desinteresse humano.
No fim do ano 2013, Caxias e o Maranhão receberam de presente uma obra (“Efemérides Caxienses”, 404 páginas; Ética, 2014) em que Arthur Almada organizou, sistematizou e sintetizou eventos passados, com nomes e datas da História caxiense, mas com pontos de contato com a História maranhense e brasileira. Como dizia e escrevia o Arthur, ausente todo laivo de ufanismo: "Sem a História de Caxias não há História do Brasil". E, com ardor e energias moças, ainda publicou um livro de perfis biográficos (“Perfis”, 238 páginas; Ethos, 2019) e deixou, escrita e organizada – e por enquanto inédita – outra obra de fôlego, o "Dicionário Biobibliográfico de Autores e Artistas Caxienses". Sem falar nos diversos livros que se podem organizar com o ror de textos (artigos, ensaios, prefácios etc.) que Arthur deixou inéditos ou espalhados em jornais e revistas, Maranhão adentro e afora...
É esse conterrâneo, caxiense com muito orgulho, que, nessa quarta-feira (12/2), ressurge e (se) reaviva, vívido, no meio de nós, na entrega, restaurado, do Complexo Ferroviário de Caxias.
Parabéns, Arthur Almada Lima Filho, por ter feito valer a pena o dom da Vida recebido e o dom da dedicação com que se entregou à Justiça, ao Direito, à Educação, à Imprensa, à História e à Cultura.
Parabéns, Companheiro Arthur Almada Lima Filho, pela rica Vida que teve, sempre dedicada ao próximo:
– como advogado, promotor, juiz e desembargador, fazendo valer o império da Lei e da Justiça para as partes dos processos;
– como educador, professor e gestor da Educação, levando informação, saber e inspiração para alunos, estudantes e Colegas;
– como administrador privado, levando resultados às Pessoas Físicas e Jurídicas, privadas e públicas, que acertadamente confiaram em sua competência;
– como pesquisador, historiador, escritor, resgatando e levando aos seus Conterrâneos do Maranhão, em especial de Caxias, os registros acerca de pessoas e fatos notáveis de nossa Cidade;
– como ser humano, solidarizando-se com Familiares, Amigos, Colegas, Conhecidos, e disponibilizando-se a auxiliar nas necessidades prementes, nas dificuldades presentes.
Toda a vida do Arthur foi um ato de doação, pois, como é lema de Rotary, ele sabia dar de si antes de pensar em si. E sabia que o maior benefício está no melhor serviço, no saber servir.
Arthur, como Você sabe, os Céus são um lugar de perfeição. Deste modo, lá do Alto mantenha-se torcendo e orando pelo mundo, por sua Cidade, por nós que ainda teimamos em continuar “escapando” neste lado de cá da Vida.
Arthur ainda tinha obras a inaugurar, livros a escrever, lugares para visitar, amigos para rever...
Ainda tinha conversas para conversar, “breves graças” para contar, livros para ler, versos para declamar...
Tinha Francês para falar, Latim para citar, Português para bem cuidar, lições para dar...
Tinha o Belo para apreciar, o Tempo para mais aprender, mais o que realizar, mais – muito mais – para viver...
Arthur, pelo visto, ainda tinha muito que fazer – e, se não tivesse, iria procurar...
Companheiro Arthur, como pesquisador e escritor, Você enriqueceu a História.
E, com sua mudança de Vida, é a História que se enriquece com Você.
Aí na Eternidade, Paz e Luz, Amigo.
* EDMILSON SANCHES
Fotos:
Arthur Almada Lima Filho e seus livros: "Sem a História de Caxias não há História do Brasil".
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e as confederações de bancários – como a Contraf e o Contec – anunciaram, nessa terça-feira (11), a oferta de bolsas de estudo gratuitas para capacitar mulheres no setor de tecnologia. Segundo as instituições, serão oferecidas 3,1 mil bolsas de estudo, sendo 3 mil delas voltadas para iniciação em programação e outras 100 para formação em análise de dados.
O objetivo da oferta de bolsas é gerar mais oportunidades para a contratação de mulheres em uma área em que elas ainda são minoria. A iniciativa é parte do que ficou acordado na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2024/2026, negociada entre as entidades de trabalhadores e dos empregadores do setor financeiro. Entre outros temas, foi definida a realização de ações para promoção e inclusão, como a equidade entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
Programação
Para o caso das bolsas em programação, podem se candidatar mulheres de todas as regiões do país, mas terão prioridade as que estão em situação de vulnerabilidade socioeconômica. As aulas terão entre 15 e 20 horas de conteúdo, e as atividades serão desenvolvidas totalmente online. Ao final do curso, as alunas receberão certificados.
Serão oferecidos dois cursos, coordenados pelo PrograMaria. O primeiro é o Análise de Dados: meus primeiros passos em Python, com inscrições disponíveis até o dia 19 de março neste formulário. Já o segundo é Front-End: minha primeira página web, que recebe inscrições nesta página.
Análise de dados
Para o curso de formação em análise de dados, coordenado pelo instituto Laboratoria, serão oferecidas 100 vagas. O curso terá duração de seis meses, com 600 horas de conteúdo. A formação exige dedicação semanal de quatro horas presenciais e mais 10 horas remotas e assíncronas, ao longo de 20 semanas.
Para concorrer a essas vagas é preciso identificar-se como mulher, ter mais de 18 anos e ter concluído o ensino médio. O prazo para se inscrever está aberto até sexta-feira (14), e será preciso passar por teste online e entrevista. Mais informações estão disponíveis no site.
O período de matrícula dos convocados para os quatro cursos de formação do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) organizados pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) foi aberto nessa terça-feira (11) e terá prazos diferentes, conforme cada curso. As inscrições devem ser feitas diretamente no site da instituição, na aba do respectivo cargo.
Para os candidatos ao cargo de auditor-fiscal do trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, o prazo de matrícula no curso de formação começou hoje e terminará às 18h de sexta-feira (14), no horário oficial de Brasília.
Entre os dias 13 e 17 (até as 18h), deverão se matricular nos cursos os convocados para os seguintes cargos: especialista em regulação de serviços públicos de energia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), especialista em regulação de saúde suplementar da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e especialista em regulação de serviços de transportes aquaviários da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Terceira etapa
Ao todo, nove cargos têm a terceira etapa do chamado Enem dos Concursos. Esta fase tem caráter classificatório e eliminatório.
Os cursos de formação são organizados por duas instituições: o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), que é responsável por quatro cursos, e a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), responsável por cinco.
O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) avisa que quem não fizer a matrícula no respectivo curso de formação dentro do prazo estabelecido no edital de cada um deles será automaticamente eliminado daquele cargo.
De acordo com o MGI, a formação dos candidatos aprovados nesse processo seletivo visa desenvolver competências técnicas, gerenciais e estratégicas, além de proporcionar um entendimento mais profundo sobre as funções e responsabilidades dos cargos no serviço público federal, consideradas essenciais pelo ministério.
Além de preparar os candidatos para aplicar conhecimentos específicos, os cursos incluem orientações sobre valores como ética, equidade, sustentabilidade e foco nos resultados para o cidadão.
Todos que concluírem o curso com êxito e corresponderem aos requisitos legais receberão um diploma de pós-graduação com título de especialista na área.
Enap
Na última segunda-feira (10), começou o prazo de matrícula para um dos cinco cursos de formação organizados pela Enap: especialista em políticas públicas e gestão governamental, analista de comércio exterior, analista em tecnologia da informação, analista técnico de políticas sociais e analista de infraestrutura.
A matrícula deve ser feita em modo online até 23h59 do próximo dia 18 pelo próprio candidato convocado, no site da escola.
Provas
A prova objetiva será aplicada para todos os candidatos, no mesmo local e endereço de realização do curso de formação, na data definida no edital de cada um deles. A prova objetiva será do tipo certo/errado, sem critério de penalidade para questões erradas, e valerá 100 pontos.
O MGI alerta que, em hipótese alguma, a prova será realizada em data, horário ou local diferente dos estabelecidos. Também não haverá segunda chamada.
O não comparecimento à prova resultará em nota zero, e o candidato, consequentemente, será eliminado do concurso. Os editais dos cursos de formação determinam que o participante precisa obter nota final no curso de formação superior a 60% dos pontos possíveis.
Carga horária
O regime de aulas e a duração dos nove cursos de formação do Concurso Público Nacional Unificado foram determinados em regulamentos específicos das instituições responsáveis. A carga horária varia conforme o cargo, entre 140 e 540 horas.
Os matriculados têm obrigação de frequentar todas as aulas e atividades programadas pontualmente, realizar e entregar trabalhos e avaliações nos prazos estipulados, cumprir atividades não presenciais e dedicar-se integral e exclusivamente ao curso de formação.
Os candidatos podem ter até 25% de faltas justificadas nas disciplinas. De acordo com as regras, não haverá possibilidade de reposição ou recuperação de aulas e atividades.
Os cursos de formação serão realizados em formato integralmente presencial, de segunda a sexta-feira, sem possibilidade de acompanhamento remoto. A única exceção, previamente definida, é o cargo de auditor-fiscal do trabalho, que terá formato híbrido, com a parte presencial em Brasília, e a outra, online, na modalidade de ensino a distância.
Somente os candidatos a especialista em regulação de saúde suplementar farão o curso no Rio de Janeiro. Os demais participantes terão aulas dos cursos de formação em Brasília, em locais já informados nos editais.
Custos
O candidato é o único responsável por todos os gastos relacionados à sua participação no concurso unificado, o que inclui transporte e estadia durante o período, alimentação e eventuais despesas com saúde.
Durante o curso, os convocados receberão 50% da remuneração inicial prevista para o cargo, menos descontos, com exceção dos servidores públicos, que poderão optar por manter os vencimentos atuais.
A atriz e acadêmica Fernanda Montenegro atraiu, nessa terça-feira (11), um público grande para a Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro. Uma fila longa se formou do lado de fora do prédio, e o auditório principal ficou lotado para assistir ao recital que abriu a programação cultural de 2025 da ABL.
Em uma sala escura, com palco, cenário e roupas pretas, a luz realçou ainda mais rosto, mãos e cabelos brancos da atriz. E evidenciou a habilidade de alternar entre diferentes tons e expressões que os textos escolhidos para o recital pediam. Em cerca de uma hora e quarenta minutos ininterruptos de apresentação, ela apresentou um fôlego invejável para alguém com 95 anos de idade.
No evento chamado Uma Academia toda prosa, Fernanda leu contos e crônicas acadêmicos atuais e do passado: Ailton Krenak, Ana Maria Machado, Antonio Carlos Secchin, Antônio Torres, Domício Proença Filho, Edgard Telles Ribeiro, Godofredo de Oliveira Neto, Heloisa Teixeira, Ignácio de Loyola Brandão, João Almino, Paulo Coelho, Rosiska Darcy de Oliveira, Ruy Castro e Machado de Assis.
Até dezembro, a ABL tem uma agenda cheia de atividades que celebram a literatura brasileira. A escolha de Fernanda Montenegro para o primeiro evento do ano vem pouco tempo depois de o filme brasileiro Ainda Estou Aqui, no qual a atriz atua, vencer o Oscar de melhor filme estrangeiro. Ela também estará nos cinemas a partir da próxima quinta-feira (13), com o filme Vitória.
“O momento foi ideal, embora não tenha sido programado por isso. Nós tínhamos combinado isso muito antes do filme Ainda Estou Aqui ter sido selecionado para representar o Brasil no Oscar. Mas veio na melhor hora para homenagear a Fernanda Montenegro e a Fernanda Torres, e a cultura brasileira, que é o diretivo central da academia”, disse Merval Pereira, presidente da ABL.
Durante o ano, estão previstas 38 conferências na ABL nos ciclos das terças-feiras às 16h. Às quintas-feiras, às 17h30, mesas-redondas, peças de teatro, lançamento de livros e filmes. Além do carro-chefe, a literatura, também há espaço para música popular, dramaturgia, mercado editorial, questão ambiental e memorialismo.
Os próximos eventos do mês de março são:
13/3 – 17h30 – Lançamento de uma nova edição da gramática de Evanildo Bechara Um Bechara renovado em nova edição da Moderna Gramática Portuguesa, por Ricardo Cavaliere, com coordenação de Antonio Carlos Secchin.
18/3 – 16h – Conferência Samba de enredo e literatura, por Luiz Antonio Simas.
20/3 – 17h30 - Leitura dramática de Nausícaa de Gilberto Schwartsmann. Com os atores José Adão Barbosa, Sandra Dani e Luis Paulo Vasconcellos.
25/3 – 16h – Conferência Direito e Literatura, por José Roberto de Castro Neves.
27/3 – 17h30 - Caravanas Euclidianas, com Noilton Nunes, Regina Abreu e Ivana Bentes.
O governo federal lançou, na tarde dessa terça-feira (11), a publicação Crianças, Adolescentes e Telas: Guia sobre Uso de Dispositivos Digitais, com o objetivo de construir um ambiente digital mais seguro, equilibrado e saudável.
A publicação também oferece recomendações aos pais e responsáveis para combater o excesso de tempo em frente às telas em geral – celulares, tablets, computadores e televisão –, estimular o acompanhamento familiar deste público; além de dar instruções a professores e educadores.
De forma remota, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, comentou os impactos do uso excessivo das telas na saúde mental, segurança on-line e cyberbullying.
“O excesso de tempo no ambiente digital pode causar ansiedade, depressão, sedentarismo, autolesões e possibilitar violações de direitos”.
A ministra adiantou que o guia foi elaborado "com base em evidências científicas e na escuta das pessoas mais interessadas: crianças, adolescentes, suas famílias, educadores” e que ele será permanentemente atualizado pelo governo federal.
A secretária-executiva do ministério Janine Mello avalia que o combate à exposição excessiva às telas enfrenta dificuldades maiores na atualidade, se comparado aos tempos de videogames e da televisão das gerações anteriores.
“[Atualmente] o uso é basicamente individual, muito fácil, a qualquer momento, em qualquer lugar, o que dificulta a supervisão de adultos, que não têm, exatamente, a noção do que está sendo acessado e que tipo de conteúdo está à disposição daquela criança e adolescente naquele momento. A aliado a isso, temos a produção de conteúdos voltada para gerar engajamento", contextualizou Janine Mello.
Em entrevista ao programaRepórter Brasil, da TV Brasil, o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), João Brant, destacou que o guia vem para ajudar as famílias a lidar com a aceleração digital ocorrida nos últimos anos, principalmente em decorrência da pandemia.
"Precisamos trabalhar na forma de pacto, como a gente valoriza o uso positivo dos dispositivos digitais ao mesmo tempo que a gente evita os usos negativos. Para isso, é preciso ter informação na mão para que possa atuar e estabelecer limites para crianças e adolescentes", disse.
Recomendações
O novo guia pode ser acessado aqui. O documento explica, entre outras coisas, como funciona o modelo de negócios das plataformas digitais, já que muitas ferramentas foram desenvolvidas para aumentar o engajamento das pessoas nas plataformas.
Há também explicação sobre o valor econômico de informações coletadas massivamente em relação ao comportamento e aos padrões de uso dos usuários.
Além disso, o guia traz recomendações sobre usos de dispositivos digitais:
não usar telas para crianças com menos de 2 anos, salvo para contato com familiares por videochamada;
não disponibilizar celular próprio para crianças antes dos 12 anos;
o uso de dispositivos digitais deve se dar aos poucos, conforme a autonomia progressiva da criança ou adolescente;
o acesso a redes sociais deve observar a classificação indicativa;
o uso de dispositivos eletrônicos, aplicativos e redes sociais durante a adolescência (12 a 17 anos) deve ter acompanhamento familiar ou de educadores;
o uso de dispositivos digitais por crianças ou adolescentes com deficiência, independentemente de faixa etária, deve ser estimulado para permitir a acessibilidade e superação de barreiras;
escolas devem avaliar criteriosamente o uso de aparelhos para fins pedagógicos na primeira Infância e evitar o uso individual pelos estudantes.
Celulares nas escolas
O governo avalia que o guia pode servir de base para a construção de políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social e proteção.
A publicação chega no início do ano letivo de 2025, logo após a publicação da Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares, por estudantes, nas escolas públicas e privadas da educação básica de todo o território nacional, durante as aulas, inclusive no período do recreio e nos intervalos entre as aulas.
Durante o lançamento do guia em Brasília, a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Kátia Schweickardt, afirmou que o MEC tem realizado encontros virtuais para a formação de gestores de escolas no sentido de orientar sobre o uso deste novo material nas reuniões pedagógicas com a comunidade escolar (famílias e os responsáveis pelos alunos) com o objetivo de esclarecer, chamar atenção e estimular o debate em casa sobre a restrição e, também, o uso positivo das telas, com fins educacionais.
“Estamos tendo a grande oportunidade de refazer um pacto social em prol de ter uma sociedade menos doente, mais sustentável, mais feliz, com interações positivas".
A secretária avalia que apesar de uma pequena resistência inicial dos estudantes adolescentes, chamados de nativos digitais, a nova lei que restringe o uso de celulares no ambiente escolar tem sido benéfica para os processos de aprendizagem.
Para ela, o guia vem somar neste processo. "A mensagem não é proibir por proibir, é restringir o uso e a gente potencializar boas interações. O guia traz muitas sugestões do que fazer fora das telas e o que fazer com as telas".
Tema transversal
A elaboração do guia foi coordenada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), com participação de outros seis ministérios: a Casa Civil, os ministérios da Educação, da Saúde, da Justiça e Segurança Pública, dos Direitos Humanos e da Cidadania, e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Para Tiago César dos Santos, da secretaria-executiva da Secom, o novo guia defende o futuro do país diante do excesso de exposição às telas.
"Essa é uma dor familiar que não se esconde e está exposta, sentada no sofá da sala de cada um de nós, que está dentro de todas as casas, de famílias de todas as categorias socioeconômicas, que está na zona rural e nas grandes cidades e compromete toda a nossa perspectiva de futuro".
Dados
De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2024, sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no Brasil, 93% da população de 9 a 17 anos é usuária de internet no país, o que representa atualmente cerca de 25 milhões de pessoas.
O levantamento aponta que, aproximadamente, 23% dos usuários de internet de 9 a 17 anos reportaram ter acessado a internet pela primeira vez até os 6 anos de idade. Em 2015, essa proporção era de 11%.
Estão abertas as inscrições para a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica e a Olimpíada Brasileira de Foguetes, que buscam estimular nos estudantes o interesse pelos mistérios do universo. Para que os alunos possam participar, as escolas devem se cadastrar, até o dia 1º de maio, no site da olimpíada.
Os participantes da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica serão avaliados por meio de uma prova, marcada para o dia 16 de maio. O exame é composto por dez perguntas, sendo sete de astronomia e três de astronáutica, com quatro níveis de dificuldade para abarcar estudantes desde o 1º ano do ensino fundamental até o ensino médio. Os melhores classificados no último nível participam de seletivas para representar o Brasil em competições internacionais
Já a Olimpíada Brasileira de Foguetes contempla estudantes do ensino fundamental e médio e também da educação superior. Os participantes devem construir e lançar foguetes com materiais como canudo, garrafa pet e tubo pvc, de acordo com cada nível. O alcance é medido pelos professores, que submetem os resultados na plataforma da olimpíada.
Os melhores colocados dos níveis 3 ao 6 são convidados para participar das Jornadas de Foguetes, que acontecem na cidade de Barra do Piraí, no Rio de Janeiro.
A programação conta com palestras e oficinas práticas sobre astronáutica, astronomia e ciências afins, observação do céu e visita a um planetário. Os participantes também lançam seus foguetes e podem receber medalhas e troféus.