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DEIXE SUA CRIANÇA TOMAR CONTA DE VOCÊ...

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Eu conheço esta criança. O rosto sério... O ar grave...

Essa criança governa o homem. O homem tem medo dessa criança. Medo de envergonhá-la. De não merecê-la.

Eu não posso mudar a criança. Posso colocar nela uns enfeites, tentá-la com um novo brinquedo. Mas é o espírito dela que brinca comigo.

A criança é anterior ao homem. A criança é mais velha que eu.

E eu aprendi a respeitar os mais velhos.

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Caxias é a fundação, a base, o baldrame, enfim, tudo o que dá sustentação ao erguimento da edificação de mim.

Tenho orgulho e, mais que isso, tenho prazer da infância riquíssima que tive. Não me lembro bem das coisas que fiz há cinco, dez, vinte anos... mas como estão vivos e vívidos os ontens vividos na minha meninice!

As ruas onde morei... As escolas onde estudei...

Menino pobre de infância rica: bom nadador, atravessava de um só fôlego o Rio Itapecuru (que nem de longe se parece com os restos mortais líquidos e incertos de hoje). Décadas depois, em Fortaleza, estava fazendo mergulho no mar, em profundidade de 40 metros, como mergulhador submarino (mergulho autônomo).

Ainda em criança, costumava ser levado pelos parentes e amigos para pescar, pois eu era o único com “coragem” para, no meio ou nas margens do rio, descer da canoa, afundar-me nas águas, acompanhar a linha da vara de pescar e ir recuperar o anzol que corria o risco de se perder – ou porque fisgara o muçum que teimava em não sair da loca, ou porque, teimando em não se render, o peixe enroscara a linha em vegetações, troncos e galhos no fundo do rio. Era uma festa cada anzol recuperado (devidamente acompanhado do habitante fluvial que o engolira).

Infância rica de menino pobre: nadar no Porto dos Homens; espiar, por entre o mato, as garotas no Porto das Mulheres. Pegar frutas na quinta do seu Antônio João. Buscar as doces canaranas que se derreavam na outra margem do rio, quebrando-as debaixo d’água, para que o vigia não percebesse o barulho e não atirasse com sua espingarda com carga de sal. Acordar cedinho para catar no chão os caroços das sapucaias abertas na noite pelos morcegos.

Na quinta da Maria Poquinha e em outras quintas e cantos, muito antes de surgir os impedimentos legais (ainda bem que vieram!), caçar passarinhos, de baladeira (não se chamava estilingue), marcando no cabo a quantidade de bichinhos que se pegara. Preparar arapucas e outras armadilhas para bichos de pena e bichinhos do mato. Criar guriatã, canário, sabiá (inclusive sabiá-cagona), pipira, anum, vim-vim (não se chamava gaturamo). Ouvir o canto da rolinha fogo-apagou, do tiziu (passarinho que dava saltos mortais no ar e pousava seguro no galho).

Buscar pequi na chapada, onde também se colhiam frutinhas como coroa-de-frade, canapu, seriguela, cajá, umbu...

Pegar “carona” em carros e carroças, dependurando-se na traseira desses veículos e fazendo pequenas “viagens”. Andar – muuuuito – de trem, de São Luís a Teresina, memorizando as estações do percurso – entre outras, Aarão Reis, Cantanhede, Carema, Caxias, Cristino Cruz, Urichoca.

Jogar futebol no Campinho, acima do Bar Vavá, próximo à estação de ferro, e participar de brigas, depois de jogar areia ou cuspir no rosto do garoto adversário ou desfazer com os pés uma risca no chão (“Aqui é a tua mãe e aqui é a mãe dele”).

Jogar pedras rente à água do rio para saber quantos filhos ia fazer. Banhar-se no rio até os olhos ficarem vermelhos e assoprá-los para voltarem a ficar “brancos”, senão a taca no lombo seria certa. Catar cobre, alumínio e outros metais para vender no quilo.

Nas quitandas do Natinho, do seu Manoel e de outros Natinhos e Manoéis, fazer compras de óleo em medida, querosene em litro para as lamparinas, quarta de arroz, meio litro de farinha...

Bater em bico de lamparina para o murrão sair. Socar arroz no pilão e catar as escolhas no quibano. Limpar as cinzas do fogareiro feito de barro em lata de querosene “Jacaré”. Comprar cuim na usina de arroz e misturá-lo com o resto de comida de pratos e panelas (“lavagem”) e colocar nos cochos para alimentar os porquinhos.

Deitar na rede, enrolando-se todo de medo da “pesadeira” ou da grande porca que andava pelas ruas altas horas da noite – os adultos diziam.... Ficar cheio de receios e temores ao ouvir a rasga-mortalha grasnando longe, pois se cantasse sobre uma casa significaria que nela, em breve, morreria alguém.

Disputar campeonatos de futebol (sobretudo no clássico Galícia, da Rua da Galiana, contra o Palmeiras, da Rua da Palmeirinha). Fazer e vender gaiolas de buriti e papagaios de papel (sura era o papagaio sem “rabo” e a curica, com; não se chamavam de pipas). Quebrar lâmpadas e transformar o vidro em pó, para fazer cerol (que era passado com as mãos na linha esticada em inúmeras voltas no quintal, onde ficava até secar), e depois disputar nos céus quem cortava a linha de quem.

Jogar triângulo ou chucho, inclusive “de revestrés”. Jogar castanhas. Jogar “casa ou bila” com peteca (não se chamava bolinha de gude), fazendo “casas” (buracos), sobretudo após uma chuva, ou acertando uma na outra com o “cocão” (peteca grande) ou, na vez do outro jogador, substituindo a peteca pela menor que se tivesse (a “mirulinha”).

Colecionar “dinheiro”, que eram as embalagens de carteiras de cigarro – Minister, Hollywood, Continental, Gaivota... O papel brilhante, metálico, dentro das carteiras, era a “cédula” de menor valor.

Subir nos arcos da ponte de cimento. Jogar a câmara de ar e depois jogar-se da ponte de ferro e ir boiando, Rio Itapecuru abaixo, até o porto mais próximo de casa. Banhar-se no Ouro, no Ponte, na Maria do Rosário, no Iamun (Inhamum). Divertir-se na Veneza e suas piscinas e lagos de água mineral e trazer de lá latas cheias de lama medicinal.

Ver os potes “suando” na bilheira, sinal de água fria, bebida em copos de alumínio brilhando de ariado. Deliciar-se com os doces em vasilhames no petisqueiro, cristais na cristaleira. Sentar em peitoril e, à noite, levar para a calçada mochos, tamboretes e, o fino da bossa, cadeiras de macarrão e cadeiras preguiçosas, e ouvir estórias, “causos”. Ouvir também a Rádio Mearim de Caxias e o programa do Jairzinho na Rádio Sociedade da Bahia, onde também se ouvia a novela “Direito de Nascer”, com Albertinho Limonta beijando a Isabel Cristina e Dom Rafael dando bronca e Mamãe Dolores sofrendo... (Ai, Dom Rafael, / eu vi ali na esquina / o Albertinho Limonta / beijando a Isabel Cristina. // A Mamãe Dolores falou: / “Albertinho, não me faça sofrer; / Dom Rafael vai dar a bronca / e vai ser contra o direito de nascer”.).

Ler “romances” (nome que se dava aos folhetos de literatura de cordel, como “Pavão Misterioso”, “O Cachorro dos Mortos”, “O Valente Cancão de Fogo no Inferno”...). Ler muitos livros na Biblioteca Pública Municipal, desde as enciclopédias "Delta-Larousse" às coleções de Monteiro Lobato e também "Os Irmãos Corsos", "Tesouro da Juventude" e muitos outros títulos e coleções... Sem falar nas revistas em quadrinhos, lidas e depois trocadas em frente ao Cine Rex, mas, sobretudo, em frente ao Cine São Luís. Antes, aos cinco, seis anos, já passara pela “Carta de ABC” e “cartilha”, e, sentadinho no chão de terra batida, já ouvira muito Seu Miguel, paraplégico, em uma rede em sua casa, lendo e contando “A História do Imperador Carlos Magno e os Doze Pares de França” – livro antigo de que consegui um exemplar idêntico décadas depois.

Ceder ao vizinho, através da cerca feita de talos, xícaras de café em pó, açúcar, sal, arroz, óleo. Erguer canteiros e neles plantar coentro, alface e cebola em folha, para serem vendidos em molhos no Mercado Municipal (hoje a prefeitura).

Auxiliar na construção de casas de taipa e ajudar a cobri-las com folhas de palmeiras. Estudar na escolinha de dona Maria Luíza da Luz Mousinho e ter que bater de palmatória nas mãos dos coleguinhas porque era o único a saber soletrar “helicóptero” e “exercício” (sabia até soletrar “Matias”: eme-a-má ti-gui-ti, corta o “t”, pinga o “i”, tira daqui, bota prali, esse-ás Matias...).

No São João, brincar brincadeiras de roda, espocar foguetes, jogar traques e bombinhas, dançar quadrilha, ter madrinha de fogueira e faca na bananeira...

Comer bolo na festa de Reis, ouvindo os tambores e a cantoria (“Ô meu Divino Espírito Santo!”). Criar carneirinhos que eram presentes de aniversário e ensiná-los a marrar, para desespero da mãe, que achava que o animalzinho poderia quebrar a cabeça do “treinador” (e o ensinamento dos mais velhos: “De carneiro que recua é grande a marrada”).

Brincar de pegador, bombaquim, corrida do saco (brinquei muito – era campeão – na Rua Bom Pastor), passa anel (em uma roda de meninas e meninos, colocar uma pedrinha entre as mãos da pessoa escolhida, geralmente uma meninazinha na qual a gente estava de olho...). Brincar de “boca de forno”:

– Boca de forno? – Forno!

– Jacarandá – Dá!

– Se eu mandar? – Vou!

– E se não for? – Apanha!

– Farão tudo que seu mestre mandar? – Faremos todos!

– E se não fizerem? – Ganharemos bolo!

– Remã, remã...

Após o “mestre” dizer “remã, remã”, ele completava com uma tarefa, por exemplo: “Remã, remã, quero que me tragam uma pedrinha de cor preta”; ou “... um caroço de manga”; ou a embalagem de uma determinada carteira de cigarro (que, em outra brincadeira, a ela era atribuído um valor de uma das cédulas de dinheiro da época; etc. etc. Quem não trouxesse, ou quem trouxesse por último (ou outro critério), levaria o “bolo” – que, como sabemos, não era uma comida, mas uma pancada com régua, palmatória, ou com a mão na mão de outrem.

Essas brincadeiras, jogos, tarefas, isso tudo e muito mais, a sadia riqueza que se deve acumular e que ninguém pode roubar.

Mas ocorre o infanticídio, e daí surge o homem, lutando por poucas coisas e brigando por muitas causas.

Feliz Dia da Criança!

* EDMILSON SANCHES

Fotos:
Crianças brincando e Edmilson Sanches menino, ministrando conferência em Brasília e andando pelo Quartier Latin, bairro de intelectuais e boêmios de Paris.

Neste domingo, continuamos falando sobre....

Palavras homônimas e parônimas

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46. ESPIAR ou EXPIAR
Espiar = olhar, observar:
Ele nos espiava pela janela.

Expiar = cumprir pena:
Passou o resto da vida expiando sua pena nesta prisão.

47. ESTÁTICO ou EXTÁTICO
Estático = paralisado:
Ficou estático diante do perigo.

Extático = em êxtase:
Ficou extático diante de tanta beleza.

48. ESTÂNCIA ou INSTÂNCIA
Estância = fazenda, sítio:
Passarei este fim de semana na sua estância.

Instância = jurisdição, foro:
Lutarei até a última instância.

49. ESTANTE ou INSTANTE
Estante = armário:
Colocou os livros na estante.

Instante = momento, ocasião:
Ele pode chegar a qualquer instante.

50. ESTERNO ou EXTERNO
Esterno = osso dianteiro do peito:
A radiografia provou que não houve fratura no esterno.

Externo = do lado de fora;
Ele quer externar o seu pensamento.

51. ESTRATO ou EXTRATO
Estrato = tipo de nuvem, camada:
Estratos embelezavam o céu.
Vivemos numa sociedade estratificada.

Extrato = essência, concentrado:
Recebeu o extrato de sua conta bancária.
Comprou um extrato de tomates e um extrato do seu perfume preferido.

52. FLUIDO ou FLUíDO
Fluido = qualquer líquido ou gás:
Acabou o fluido do isqueiro.

Fluído = particípio do verbo “fluir”:
A água já tinha fluído completamente.

53. FRAGRANTE ou FLAGRANTE
Fragrante = que tem perfume:
Adorava a fragrância das flores.

Flagrante = evidente;
Foi preso em flagrante.

54. FUZIL ou FUSÍVEL
Fuzil = arma, carabina:
O soldado atirava com o seu fuzil.

Fusível = para proteger contra excesso de corrente elétrica:
Ficamos sem luz elétrica, porque queimou o fusível.

55. HISTÓRIA ou ESTÓRIA
História = real ou fictícia:
Quero conhecer mais a história mundial.

Estória = só ficção:
Ninguém podia acreditar naquela estória.

Teste da semana
Que opção completa, corretamente, a frase abaixo?
“Permita-me V.Exa. __________ do assunto, já que _________ por bem recorrer aos meus conhecimentos”.
(a) informá-la / houve;
(b) informar-vos / houvestes;
(c) informar-lhe / houve;
(d) informá-lo / houvestes;
(e) informar-vos / houveste.

Resposta do teste: Letra (a).
Os pronomes de tratamento fazem concordância na terceira pessoa. Em razão disso, não podemos usar o pronome “vos” (segunda pessoa do plural) e as formas verbais “houveste” (segunda pessoa do singular = tu) e “houvestes” (segunda pessoa do plural = vós). O verbo INFORMAR é transitivo direto e indireto com duas regências aceitáveis: informar alguma coisa a alguém ou informar alguém de alguma coisa. Na frase, não é possível “informar-lhe do assunto” porque teríamos dois objetos indiretos (“lhe” e “do assunto”); por isso, devemos “informá-la do assunto” (“la” = objeto direto; “do assunto” = objeto indireto). Embora possa substituir pessoas do sexo masculino também, Vossa Excelência é uma forma do gênero feminino.

Sou feito de sangue e vísceras,
como o porto é feito de choro e pedras;

Sou feito de tronco e membros,
como o navio é feito de ferro e esperas;

Sou feito de carne e ossos,
como o mar é feito de sal e abismos;

Sou feito de razão e sentidos,
como o rio é feito de margens e mangues;

Somos todos poetas de espaços contidos,
feitos de sonhos e ajustes...

* Fernando Braga, in “O Puro Longe”, Caldas Novas, 2012.

O futebol maranhense, como todo futebol do mundo, tem as suas surpresas. Surpreendentes. E até impossíveis. E, quando a coisa “se dá”, a gente fica, de momento, sem compreendê-la. E vem logo aquela advertência de que “o impossível acontece”. O fato é que, no futebol, “não tem lógica”. Então, vem sempre o que não se pensa que possa vir.

Há uma CERTEZA que, passado os noventa minutos de jogo, desaparece, deixa de existir, escapa pelos “fundos” da nossa incompreensão. Um “lance” perigoso que acontece e que atormenta por muito tempo o torcedor. É isto. E, com isto, estamos pensando naquele 6 x 2 que arrancou do Moto a faixa de campeão de 63. E um motense, antes da partida, garantia-nos que o Maranhão Atlético Clube não era um “duro adversário”. E fez, para nós, um minucioso relato do futebol maranhense, colocando o MAC numa situação precária. Entretanto, o motense não nos convencia.

Escutávamos os argumentos apresentados e, no íntimo, íamos nos lembrando do que aconteceu conosco, no Rio, quando, um dia, saindo da casa do Neiva, em Caruaru, resolvemos ir até ao Botafogo assistir, pela primeira vez, ao nosso Vasco jogar, enfrentando os botafoguenses.

Já se vão alguns anos. Sabíamos que o Vasco bastaria garantir um empate para sagrar-se campeão. Vascaínos que ainda somos nunca tínhamos visto os onze do São Januário jogar. Contentávamos apenas em registrar as vitórias e que vitórias! Apenas. Na época, quem comandava a “linha” vascaína era o inesquecível Ismael. Um negro magro, alto, sisudo.

O Vasco, nesse jogo, estreava uma nova camisa: preta com uma lista branca. Nunca nos esquecemos disso. O campo de São Severiano estava superlotado. Um delírio. Uma expectativa. O Vasco entrou em campo. Ismael era o comandante da “linha perigosa”. Os jogadores estavam, assim pareciam, senhores de si, confiantes. Entrou o Botafogo. Com ele, o BIRIBA, a mascote do Botafogo, um cãozinho irrequieto.

Os onze do Vasco faziam uma ligeira demonstração de “passes”. Delírio por toda a parte. Nós estávamos olhando o Vasco. Olhando Ismael. Dos pés de Ismael iam sair os petardos. Olhávamos Chico, com sua “esquerda” perigosa, entrando na área adversária e empurrando, de qualquer maneira, o COURO para dentro da “armadilha”. Sentíamos que ia ser fácil.

O Vasco sairia mais uma vez com a vitória. Coisa CERTA. Não poderia haver outro resultado! O juiz apita. Os jogadores se alinham nas suas posições. Coube a saída ao Vasco. Ismael faz o “passe” inicial. E, depois, avança. Um leque vai se fechando para a área do Botafogo. Dentro de nós, gritamos GOOL! Um grito só ouvido por nós. Talvez ouvido por todos, pela assistência! Mas não FOI. O “passe” de CHICO para Ismael e deste para CHICO não surtira o efeito desejado.

Ismael falhara no remate. O couro passou raspando a trave! E o jogo continuava. Os minutos escoavam-se. E o IMPOSSÍVEL estava acontecendo. Os onze vascaínos estavam irreconhecíveis. Os jogadores não estavam se entendendo. Os onze paravam no campo.

Ismael “parava”. As investidas perigosas, como mágica do diabo, desapareceram. O Botafogo agiganta-se. Dominava. Era o dono do campo. Das posições. Tudo assim até o fim.

Barbosa se desdobrava na defesa. Um tigre. Uma fera acuada, salvando o máximo, evitando a goleada! Estava “pegando tudo”. Barbosa era o time. Ismael, lá no meio do campo, parecia um assistente. De nada valeram as substituições. O Botafogo sagrava-se campeão. E nós ali, olhando a fuga espetacular da CERTEZA. Escapava-se pelo fundo da nossa incompreensão. Foi terrível. Mas, de lá, saímos mais vascaínos. Muito mais. E pensávamos em tudo isto ouvindo a história que nos contava o torcedor do Moto, poucos instantes da surpreendente partida.

E o MOTO parou, certamente. O seu Ismael perdeu várias oportunidades. Os atleticanos dominaram. Tomaram conta da bola. Fizeram travessuras. No começo, em minutos, em instantes, deram início à goleada que veio depois, que veio surpreendentemente.

Os onze do Maranhão Atlético Clube reapareceram fulgurantes. Conquistaram o título, o título que o nosso Sampaio Corrêa não pôde competir. Mas a gente só se é Sampaio uma vez e tem que amargar com a mesma fé com que nos comportamos nas vitórias. Mas ali estava o Maranhão arrebatando o título do Moto, arrancando-o numa goleada surpreendente.

E não vimos mais o amigo motense. Não sabemos das suas reações diante da fatalidade. Não sabemos. Apenas nos lembramos daquela derrota do Vasco quando da primeira e última vez que o vimos jogar. Muitos anos no Rio e só uma vez vimos os onze da Colina jogar.

Aqui, nunca vimos o Sampaio nem nas derrotas e nem nas vitórias. Ficamos, de longe, torcendo por ele, brigando por ele. Mas, o motense? Não mais o vimos. Mas o certo é que o futebol “não tem lógica”.

Há, sempre, um 6 x 2 que decepciona, que deixa tudo diferente, que muda por completo o fortalecimento das argumentações. Há sim. E o futebol maranhense, como todo futebol do mundo, tem as suas surpresas. Surpreendentes e até impossíveis.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 1º de março de 1964 (domingo).

Para marcar os 80 anos do Rei do Futebol, a ser comemorado no próximo dia 23 de outubro, o Museu do Futebol vai reabrir suas portas nesta quinta-feira (15), para a exposição Pelé 80 – o Rei do Futebol.

A exposição será realizada na sede do museu, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. A venda de ingressos será feita, exclusivamente, pela “internet”, pelo “site” da mostra, que tem a curadoria do cenógrafo Gringo Cardia.

Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, é considerado um dos maiores jogadores de futebol da história, tendo sido eleito melhor atleta do século por diversas revistas e instituições especializadas. Seu último jogo oficial foi em 1977, com a camisa do Cosmos. Como jogador, Pelé eternizou a camisa 10 da Seleção Brasileira, conquistando três Copas do Mundo. Pelé também foi campeão mundial pelo Santos e autor de 1.282 gols em sua carreira.

A exposição

A exposição do Museu do Futebol é lúdica e tem início com a instalação de uma enorme escultura de Pelé logo na entrada do museu. A escultura antecede a apresentação de uma animação feita especialmente para a mostra, com 444 imagens históricas que cobrem desde os primeiros anos de Pelé na cidade de Três Corações (MG), passando pela conquista da Copa de 1958; pelos 18 anos em que defendeu a camisa do Santos; e, por seu último jogo, defendendo o Cosmos, em Nova York.

Também foram feitas várias instalações, pensadas para conquistar o público mais jovem. Em uma delas, chamada de Pelé Menino, um ator interpreta o Rei do Futebol falando com outras crianças sobre a sua infância. Na instalação Kevinho e o Rei, há uma “performance” do MC Kevinho, contando a história de Pelé em ritmo “funk”. Há também uma instalação onde os visitantes participam de um “quiz”, um jogo virtual que desafia o público a responder perguntas sobre a carreira do Rei. Mais brincadeiras ocorrem no Jogo Adivinhação e no Jogo das Palavras, que também apresentam fatos e histórias sobre Pelé a partir de imagens e perguntas.

Os conteúdos interativos da exposição vão poder ser acionados pelos celulares do público para evitar contato com os botões e telas, já que ainda estamos em plena pandemia do novo coronavírus. Aqueles que não tiverem celular vão contar com ajuda dos orientadores e educadores do museu.

Já na instalação Grandes Jogadas, o público vai escolher entre os 10 gols mais famosos de Pelé para vê-lo na forma de partidas de futebol de botão. A instalação seguinte, chamada O Brasil Ama o Rei Pelé, conta com depoimentos de 35 celebridades que são fãs do jogador tais como o desenhista Maurício de Souza, o músico Chico Buarque, o técnico Tite, a jogadora Marta e o ex-jogador Dadá Maravilha.

Para encerrar a exposição, a instalação As Quatro Seleções de Pelé homenageia os times nacionais em que ele fez história. E no túnel que dá acesso ao gramado do estádio, uma instalação sonora vai contar a história da relação entre Pelé e o Pacaembu – ambos nascidos em 1940 e completando 80 anos em 2020.

O Museu do Futebol informa o público que está preparado para funcionar com segurança durante a pandemia do novo coronavírus, com capacidade reduzida e acesso feito, exclusivamente, por ingresso adquirido com antecedência e hora marcada. O uso de máscara será obrigatório no museu e há totens de álcool em gel disponíveis durante o percurso.

(Fonte: Agência Brasil)

O Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher é lembrado hoje (10) e, mesmo após 40 anos de sua criação, continua dando visibilidade a uma grave faceta da desigualdade de gênero. A data foi instituída após uma mobilização feita em São Paulo por mulheres que ocuparam as escadarias do Theatro Municipal para defender seus direitos.

Em entrevista concedida à Agência Brasil, a socióloga Marlise Matos, uma das principais especialistas do país no assunto, pontuou que as lutas pela igualdade de gênero são históricas e que o patriarcado é uma das primeiras formas de opressão da humanidade. Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (Nepem), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ela explica que o conceito de gênero surge assim designado nos anos 1980, mas que já se faziam alusões a ele antes disso, utilizando-se outros nomes.

"Há muitos anos, a gente já tem um movimento muito forte no campo das relações sociais, pensando no debate de gênero e raça. Está nomeando há, pelo menos, 100 anos, diria, um campo de estudos sobre temas que remete às agendas das opressões estruturais", disse.

Violência na pandemia

A mais recente edição do relatório “Violência Doméstica Durante Pandemia de Covid-19”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) analisou dados de março a maio deste não. Segundo a pesquisa, com o isolamento adotado em várias Unidades da Federação, houve “uma redução em vários crimes contra as mulheres em diversos Estados – indicativo de que as mulheres estão encontrando mais dificuldades em denunciar a(s) violência(s) sofridas neste período”. A única exceção foi nos crimes letais.

O relatório do Fórum também indica que, no período avaliado, houve uma redução na “distribuição e na concessão de medidas protetivas de urgência, instrumento fundamental para a proteção da mulher em situação de violência doméstica”.

Sinal vermelho

Com a pandemia e o isolamento, veio a necessidade de entes públicos reverem estratégias para a coibição da violência contra mulheres. Uma das iniciativas, lançada em junho, é a campanha Sinal Vermelho, iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). O objetivo é incentivar as vítimas a fazer denúncias em farmácias.

Em solo paulista, o projeto tem tido boa adesão, segundo o presidente do Conselho Regional de Farmácia, Marcos Machado, que o vê com bons olhos. Ele disse que, ao mesmo tempo em que sensibiliza os funcionários das lojas para o problema, estimula as vítimas a pedir socorro, já que se abre espaço para que sejam acolhidas sem tanta formalidade. "É encontrar na farmácia um ponto de apoio contra a violência doméstica", disse. "A farmácia, em muitos bairros, funciona, de fato, como verdadeiro estabelecimento para tudo, recebe pessoas com uma necessidade de acolhimento".

A juíza Bárbara Lívio, integrante da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) também elogiou a campanha. "Um dos grandes fatores que contribuem para o aumento da violência durante a pandemia é a mulher não conseguir pedir ajuda. A partir do momento em que ela recorre ao atendente da farmácia, há uma nova porta de entrada. O símbolo de x na mão é acessível. A farmácia existe em todos os municípios brasileiros e fica aberta até a noite, quando não é 24 horas".

Bárbara destaca que a maior parte das ocorrências de violência doméstica não acontece durante horário comercial, mas sim à noite e aos fins de semana. “O fato de ser a farmácia um dos locais que recebem essas mulheres é muito significativo. E, quando formos pensar na responsabilidade do atendente, não é chamado como testemunha, não se vincula ao processo, apenas faz a ligação entre a vítima e os órgãos estatais, e isso representa efetivamente a diferença entre a vida e a morte de uma mulher", disse.

Caminho pela educação

A magistrada disse que, para ela, a solução para a violência de gênero está em se promover mudanças que rompam os padrões culturais que sujeitam as mulheres a uma posição de subalternidade e em instrumentalizá-las para que se emancipem. O caminho começa pela educação.

"A forma como educamos nossas meninas e nossos meninos são essenciais para a ocorrência de violência. Por exemplo, educamos as meninas para que elas sejam independentes, se entenderem como dignas de amor, de afeto, independentes de qualquer afeto? Como educamos essas meninas? Educamos dizendo que só têm valor quando estão em um relacionamento? Ponderamos que a profissão é tão importante para a mulher como para o homem", exemplifica.

(Fonte: Agência Brasil)

Ilson Mateus Rodrigues

O HOMEM, OS NÚMEROS, O NOME

– Ilson Mateus é o 9º mais rico do Brasil.
– Grupo Mateus oferta parte das ações nesse 9 de outubro, quebra dois recordes na Bolsa de Valores e arrecada R$ 4,6 bilhões.
– Ilson Mateus e familiares ainda mantêm consigo cerca de 80% das ações.

Capa da Revista "Forbes"

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Este ano de 2020 será inesquecível para bilhões de pessoas no mundo, por motivos iguais para todos – a pandemia do novo coronavírus. Mas para um brasileiro, maranhense e imperatrizense, além da pandemia (que afetou sua vida, seus colaboradores e seus negócios), 2020 se tornará marcante por motivos igualmente além do controle dele: sócio majoritário (dono) do Grupo Mateus, Ilson Mateus Rodrigues conquista feitos inimagináveis – embora desejáveis e desejados – no mundo dos negócios maranhenses e dos grandes negócios corporativos do país. Nessa sexta-feira, 9 de outubro de 2020, o Grupo Mateus, antes familiar, fez a oferta de parte de suas ações e arrecadou nada menos do que R$ 4 bilhões e 630 milhões, feito e valor inéditos este ano na Bolsa de Valores, além de ser a maior estreia de um grupo empresarial com origem no Nordeste do Brasil em toda a história da Bolsa de Valores brasileira.

Um pouco de história...

Página da Revista "Forbes"

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Somente nesta segunda semana de outubro de 2020, começou a circular, nas bancas de jornais de Imperatriz (MA), o número 80, de setembro, da edição brasileira da centenária, prestigiada e famosa revista norte-americana “Forbes”, com a lista das 238 pessoas mais ricas do Brasil – os bilionários.

Até onde se sabe, pela primeira vez, alguém declaradamente maranhense e, em especial, alguém comprovadamente imperatrizense consta dessa lista – e a ela chegou chegando: em vez de apenas CONSTAR, veio para CONTAR, entrando logo na NONA posição, ou, em outras palavras, é um dos nove mais ricos do país.

Como está na capa da revista, trata-se de um número diferenciado: é a “edição especial de aniversário” da ‘Forbes’ brasileira, que teve início em 2012, com uma linha editorial “positiva e propositiva”, conforme decidiu o empresário ítalo-brasileiro Antonio Camarotti, que trouxe a revista para nosso país – e que não deixou de ouvir palavras de descrença de quem argumentava que “o que ‘vendia’ no Brasil era a desgraça”.

A revista foi fundada em 1917, nos Estados Unidos, por Bertie Charles Forbes, mais conhecido por BC Forbes, um escocês proveniente da pequena localidade de New Deer e que se naturalizou norte-americano. Até morrer em 6 de maio de 1954, uma semana antes de completar seus 74 anos de vida, BC Forbes dirigiu pessoalmente sua revista, pois não tinha sido à toa que dera a ela seu próprio sobrenome e a transformara em referência no mundo da economia, negócios, finanças e listas de “mulheres poderosas”, celebridades ricas, e um pouco de notícias do mundo da Tecnologia, das Comunicações, da Ciência e do Direito.

Se, no mundo dos negócios, o assunto é dinheiro – aliás, muuuuuito dinheiro –, então é “Forbes”. Não sem razão, a “Forbes” é (re)conhecida como “a ferramenta capitalista” (“The Capitalist Tool”). A sede mundial da revista fica em Jersey City, no Estado de New Jersey, onde – pouca gente sabe – geograficamente se localiza a Ilha da Liberdade e a mundialmente famosa e evocativa Estátua da Liberdade, cujo nome oficial é “A Liberdade Iluminando o Mundo” ou, em inglês, “Liberty Enlightening the World” e, em francês, o idioma em que foi projetada e construída em 1886, “La liberté éclairant le monde”. Ali está esculpida a deusa Libertas, tendo aos pés uma corrente quebrada e, na mão direita, a celebérrima tocha, e, na outra mão, uma tábula de leis, como a lembrar as tábuas mandamentais de Moisés ao povo hebreu. Por acordo, a Ilha da Liberdade é federal mas, digamos assim, é operacionalizada pelo Estado de Nova York, ali pertinho, com um porém: todo o dinheiro do turismo vai para o Estado de New Jersey.

Nessa história da “Forbes” e de dinheiro, entra o maranhense-imperatrizense deixado anônimo lá em cima (pois é no alto que ele agora, e pioneiramente, está...). Ilson Mateus Rodrigues, o bilionário maranhense, tem lá suas parecenças com Bertie Charles Forbes. Os dois têm origem humilde. Ambos tiveram de se esforçar muito. Forbes e Mateus controlam seus próprios negócios. O principal negócio de ambos leva o nome de cada um – e cada um tem três nomes, o jornalista com 19 letras, o varejista com 20.

A diferença é que, se o escocês Forbes precisou cavar riqueza fora de seu país, o brasileiro Mateus sequer precisou cavar fora de seu próprio Estado para se estabelecer – e quando foi, literalmente, como garimpeiro, escavar fora do Maranhão, não teve sucesso...

O sucesso começaria na própria hinterlândia maranhense, e ele veio certo, de forma líquida – vendendo pinga, cachaça. E o sucesso não só começou como continuou pela boca dos outros – vendendo alimentos.

De lá para cá, como o nome daquele trecho musical com aumento progressivo de intensidade sonora, foi só crescendo. Claro, nesse intervalo e até hoje, sem vislumbre de parar, muito trabalho, muitos percalços e obstáculos, algum disse me disse, pois é mais fácil falar do outro do que fazer como o outro, com o outro.

Jornalista BC Forbes

Nessa história de “Forbes” e dinheiro, imagine você que toda a riqueza do Brasil, em 2019, era da ordem de R$ 7 trilhões e 300 bilhões. Pois, entre os 211.755.692 brasileiros, o grupo dos 238 em que agora se encontra o imperatrizense Ilson Mateus Rodrigues tem ou detém, só esse grupo, 21,91% dessa riqueza, ou R$ 1 trilhão e 600 bilhões.

Sendo o único bilionário maranhense na lista miliardária, Ilson Mateus, com seus R$ 20 bilhões, não só é a nona pessoa mais rica como também posicionou o Maranhão na coincidente posição número 9 entre os Estados, praticamente empatando com o Paraná (R$ 20 bilhões e 90 milhões) e superando Pernambuco, Pará, Espírito Santo e Paraíba.

Sem querer fazer pouco, mas o MA de Maranhão e de Mateus, com seus R$ 20 bilhões, “engole”, juntos, três desses Estados... O Maranhão, entre 27 Unidades Federativas, está à frente de 18 Estados, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e Paraná. São Paulo tem 99 bilionários; Rio de Janeiro, 34; Minas Gerais, 24; Santa Catarina, 18; Ceará, 16; Rio Grande do Sul, 14; Pernambuco, 6; Paraná, 5; Goiás, 4; Espírito Santo, Maranhão, Pará e Paraíba, 1 bilionário cada um.

A imensa fortuna desses 238 brasileiros poderia ser maior se fossem consideradas as “coisas” de valor que eles, bilionários, não deixaram tornar-se públicas. Como diz a “Forbes”, só foram consideradas as informações de acesso público, “oficiais e confiáveis”. As riquezas que, ainda que oficiais, não são de acesso público (a declaração de Imposto de Renda por exemplo, onde se detalham posses, haveres, bens) não integram a soma que cada “richest” (mais rico) tem. Itens patrimoniais como imóveis, aplicações financeiras, dinheiro no Exterior, pinturas, esculturas e outras obras de arte (e de valor), participação financeira em empresas de capital fechado e outros negócios acinzentados mas não escuros nem escusos – tudo isso ampliaria, ainda mais, o “totum” financeiro e o “quantum” dos muitos ricos.

O maranhense Ilson Mateus participa de, pelo menos, dois – moda, varejo e atacado; e alimentos e bebidas – dos três maiores segmentos, entre 19, em que estão os 238 bilionários brasileiros. O maior segmento é o “financeiro e investimento”, que, sozinho, abocanha mais de um quarto (25,8%) do total, confirmando que “dinheiro chama/atrai dinheiro” ou que “a água só corre para o mar” – claro, com alguns rios e riachos permanentes aqui e acolá, senão não se aguenta...

A quantidade dos brasileiros muito ricos aumentou consideravelmente desde 2012, quando a “Forbes” chegou ao Brasil. Pelos meus cálculos, o incremento foi da ordem de 230,55%: são 238 bilionários em 2020 contra 72 bilionários em 2012. Já quanto ao valor de todas as fortunas somadas, o aumento foi de 362,42%, comparando-se o R$ 1 trilhão e 600 bilhões atuais com os R$ 346 bilhões de oito anos atrás.

Das 146 páginas (46 de publicidade) da “Forbes”, três mencionam, em textos e tabela, o nome de Ilson Mateus Rodrigues. Diz de seu faturamento de quase R$ 10 bilhões e lucro líquido de quase R$ 340 milhões em 2019, mas não disse do faturamento do Grupo no primeiro semestre de 2020, de R$ 5 bilhões e 120 milhões (aumento de 30%) e lucro de R$ 297 milhões e 180 mil (aumento de 62%). Também, a “Forbes” não poderia dizer, mas pôde prever, acerca dos R$ 4 bilhões e 630 milhões arrecadados nessa sexta-feira (9/10/2020), na Bolsa de Valores.

A “Forbes” conta também um pouco da história do imperatrizense Ilson Mateus, sua passagem como garimpeiro e nenhum pingo de ouro, e como vendedor de cachaça, quando seu ouro começou com a pinga...

Uma das quase 140 lojas do Grupo Mateus

É claro, em uma revista como a “Forbes”, não há espaço para detalhes sobre Ilson Mateus, como o apelido “Miúdo” e os jogos de bola, na infância... O corpo franzino, Ilson Mateus mantém até hoje, e bola... bem, no plural, talvez só as de dinheiro, que os carros das companhias de transporte de valores vão regular e diariamente buscar nas suas quase 140 lojas e outras unidades empresariais em mais de meia centena de cidades de diversos Estados.

Para um Estado acostumado a ser pisado e repisado com os piores indicadores socioeconômicos entre as 27 Unidades Federativas,...

... uma terra acostumada a ser rica pela Natureza de Deus e empobrecida pela natureza do homem, pela hereditária vileza político-administrativa que submete seu povo a ser destinatário da pobreza e alvo de adjetivos nada substantivos como “preguiçoso”,...

... por mais que leituras e subleituras anticapitalistas queiram desdizer ou desfazer, com seu redistributivismo igualitarista retórico ou igualitarismo redistributivista de boca...

... nesse cenário simultaneamente rico e pobre, a história pessoal-empresarial de Ilson Mateus é um alento e, até provas em contrário, é um orgulho. Pois não é fácil – como não foi rápido (são quase quatro décadas de trabalho constante) –, não é fácil, repita-se, chegar ao topo, ou, como foi apropriado pela “Forbes”, não é fácil “chegar lá”.

Afora os casos fortuitos de heranças e de excelência tecnológica (do mundo da Informática sobretudo), a esse “lá” geralmente só se chega após os 50, 60 anos de idade, nos negócios ditos mais tangíveis. Além do mais, para o “workaholic”, os muito trabalhadores, a luta pelo crescimento permanente ou pela manutenção do “status” empresarial-financeiro certamente consumirá décadas mais.

Isso quer dizer que não há tanto tempo assim para fruição, para gozo, para “gastar” o que se ganhou, “vivendo a vida”. Desse modo, a vida tem de ser vivida no seu percurso, as alegrias têm de ser geradas – e distribuídas e compartilhadas – no “hic et nunc”, no aqui e agora em que a existência se dá. Tem-se de gostar de trabalhar trabalhando no que gosta, pois assim o próprio viver-prazer se realizaria – o que chamo, com uma palavra que criei há anos, de “ergolagnia”, o trabalho-prazer ou prazer em trabalhar: do grego “érgon-”, ‘trabalho’ + “-lagneia”, ‘prazer’ (extensão semântica de origem libidinal).

Como quase é praxe ocorrer em ambientes menores e em mentes estreitas, os negócios e o sucesso do Ilson Mateus já foram atribuídos à influência de outros e até à sociedade com gente dita e tida como poderosa, sobretudo politicamente. Que ele tenha sido, e seja, procurado pelas excelsas figuras de sempre, que buscam “apoio$” para campanhas políticas, eu não tenho dúvidas – só que não há qualquer novidade nisso, nem no Maranhão nem do “A” de Abadia de Goiás ao “Z” de Zortéa, em Santa Catarina, no extenso alfabeto dos 5.570 municípios brasileiros.

O próprio Ilson Mateus me contou o quanto atribuem a outrem o êxito que decorre da luta cotidiana sua e de seus colaboradores: “– Todo mês me dão um sócio”, disse ele, após mencionar dois dos nomes mais frequentes.

Isso foi há cinco anos, em 23 de setembro de 2015. Mateus e outros quatro empresários foram convidados por estudantes de Administração da Faculdade de Imperatriz (Facimp), a maior instituição de Ensino Superior privado de Imperatriz e região. Ele recebeu homenagens e fez uma palestra, contou sua luta.

A surpresa da noite foi eu ter sido convidado ao palco pelo coordenador do curso para uma homenagem especial, como ex-diretor da Faculdade mas sobretudo em razão de meus trabalhos técnicos, citados em textos e na bibliografia de um livro de Administração que estava sendo lançado naquela noite de quarta-feira, que marcava o encerramento da Semana do Administrador.

Após a solenidade, Ilson Mateus convidou-me para um jantar e conversa agradável, presente também Ana Clara Freire, uma "controller" maranhense que residia em São Paulo e foi trazida de volta à sua terra pelo Grupo Mateus. (“Controller” é o profissional responsável pela gestão contábil e planejamento financeiro de uma empresa, área chamada Controladoria).

Depois de falar sobre sua trajetória de vida pessoal e empresarial, em que, entre outras atividades, foi garimpeiro, vendedor de pinga e dono de mercearia, Ilson Mateus Rodrigues disse que, "apesar de sua história, todo mês me dão um sócio: uma hora é [José] Sarney, outra hora é [Edison] Lobão".

Para Mateus, se ele tivesse sócios assim, "seria muito fácil crescer os negócios: bastaria ir até os 'sócios' e pedir o dinheiro". Mas era o contrário: “Tenho de ir aos bancos” – como para buscar recursos para construir o maior Centro de Distribuição (CD) do grupo, à época, em território do município de Davinópolis, próximo de Imperatriz, ao lado da Rodovia Belém-Brasília. Para implantar esse Centro, Ilson Mateus contou que foi até a sede do Bradesco, em Osasco (SP), e, em audiência com o vice-presidente do banco, pediu R$ 150 milhões, e como terminara o período de carência, chegara a hora de começar a pagar – nada menos do que R$ 3 milhões e 500 mil por mês.

Ilson Mateus contou histórias nada glamorosas de sua vida empresarial e humana, como a querer desmistificar a visão dourada que alguns têm acerca de grandes empresários. Ele detalhou aspectos da vida familiar, do quanto ele é subtraído da convivência com mulher e filhos (que ele diz serem "sua vida"). Disse ainda de como ficou durante 90 dias dentro do Centro de Distribuição, quase sem comer nem dormir, preocupado com sistemas de Informática que não "engrenavam", com pessoal que se revelou, na época, ainda não suficientemente treinado etc. etc., e a repercussão disso tudo em meses e meses de prejuízos, porque o abastecimento às unidades do Grupo foi seriamente prejudicado. "Mas agora, não – ele respirara, aliviado –, tudo está funcionando e tenho a meu lado, no CD e em todas as unidades, um time de colaboradores comprometidos com a Empresa, com o bom atendimento".

Ilson Mateus contou um episódio que ele reconhece que o afetou pessoalmente: com o novo e gigantesco Centro de Distribuição nas imediações de Imperatriz, era preciso fechar ou reduzir o CD de Balsas, bem menor. Para isso, foi preciso demitir mais de 1.000 funcionários em Balsas, cidade onde o Grupo Mateus teve início. Ilson sofreu duplamente: com as demissões e com as críticas de quem não tem como compreender e aceitar decisões empresariais necessárias à sobrevivência dos negócios e à manutenção de milhares de outros empregos, hoje mais de 20 mil em toda a Organização. "Em Balsas me criticaram de todo jeito; disseram que estava rico e que esqueci a cidade. Teve um tempo em que eu não deveria aparecer na cidade; poderia até ser apedrejado".

Na época, as sempre renovadas dificuldades político-econômicas no Brasil levaram a uma ordem no Grupo Mateus: “Fazer caixa", isto é, ter dinheiro para necessidades e oportunidades futuras. Cinco anos atrás, isso levou a serem suspensos quase todos os investimentos previstos, como a implantação de lojas em Caxias e outras em Imperatriz. Mas, pelo visto, a coisa mudou positivamente, pois já em novembro de 2019 foi inaugurada a grande loja de Caxias – o Mix Mateus, de atacarejo (atacado e varejo), no Bairro Refinaria, na terra do poeta Gonçalves Dias.

Esse depoimento de Ilson Mateus Rodrigues, praticamente com as mesmas palavras e certamente com os mesmos fatos, é dito transparentemente em diversos lugares e ocasiões, seja em encontro com estudantes, seja em conversa com amigos ou em entrevistas para a Imprensa. O Grupo Mateus, além da parte mais visível que são os Supermercados, Mix, Atacado e Eletro Mateus, compreende também uma indústria de pão (Bumba Meu Pão) e a distribuidora de produtos farmacêuticos Invicta e outros empreendimentos.

Homem religioso, Ilson Mateus é mesmo do tipo “fé com obras”, pois, como está no bíblico livro de Tiago, a fé coopera com as obras e pelas obras a fé é aperfeiçoada (2:22). Dois versículos adiante, reitera-se: “[...] o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé”, pois, finaliza Tiago (2:24) “assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta”.

Mas como, no homem, toda fé chega depois do nome, talvez, quem sabe, o “segredo” do sucesso de Ilson Mateus Rodrigues já estivesse prenhe, grávido, em seus prenomes e no sobrenome. Afinal, palavras têm poder.

Com efeito, o muito conhecido nome “Mateus” – e o mais conhecido do homem e dos negócios do Grupo Mateus – já é, por si só, uma bênção vocabular: significa, na tradução/adaptação mais comum, “dom (ou presente) de Deus”. Isso porque, na antiga língua hebraica, de onde o nome se origina, “Deus” é “Iahweh” (Iavé ou Javé), oriunda do tetragrama IHWH, pois, por um respeito ou temor ancestral, não se podia pronunciar o nome de Deus. Assim, em hebraico, tinha-se “mattanyah” (veja-se a terminação “-yah”, início de Yahweh). O “mattanyah” hebraico foi para a língua aramaica de forma abreviada: “mattai” – e, daqui, foi para o grego, nas formas “maththaios” e “matthaios”. Daí para o latim “Mattheus” foi um pulo, e essa forma gráfica foi simplificada em português: Mateus.

Por sua vez, o primeiro prenome, “Ilson”, suas diversas origens se perdem (ou se acham) nas brumas de Avalon, quer dizer, da antiga Inglaterra. “Ilson” é variante ou simplificação de “Ailson”, e também, estendendo o território etimológico, teria a ver com um “filho de Hildo”, filho de um guerreiro, e “filho de Helena”, filho de uma mulher iluminada, pois a etimologia do antropônimo “Helena” remeteria a esse sentido de “fogo”, “brilho”, “luz”. No geral, os cabalistas da Onomástica (estudo dos nomes) “traduzem” que o nome “Ilson” é o de “uma pessoa otimista, guerreira e pertencente a uma família que luta pelos seus objetivos”.

Por fim, “Rodrigues” é um sobrenome vindo de um nome, “Rodrigo”. Assim como em inglês “-son” quer dizer “filho de” (Johnson, filho de John, João), assim também em romeno, com “-escu” (Simionescu, filho de Simion, Simeão), assim em outras línguas, também em português há uma partícula que, pelo menos antigamente, revelava descendência, origem: “-es”. Deste modo, Fernandes é filho de Fernando e Rodrigues é filho de Rodrigo. Já “Rodrigo” vem do germânico, velha língua indo-europeia. Para a formação do nome “Rodrigo” juntaram-se duas palavras, “hruot” (‘fama’) e “rik” (‘governante’). Vai e vem, no antigo germânico, ficou “Hrodric”; no inglês antigo, “Hrodicus”; no latim, “Rodericus”; e, finalmente, em português, "Rodrigo” – e temos aí, por história e extensão, um nome/sobrenome que significa “governante/príncipe/administrador famoso”.

Agora, somem-se as características e virtudes de um “filho de iluminada com guerreiro” (= Ilson) mais um “dom de Deus” (= Mateus) mais um “administrador famoso” (Rodrigues) e temos a equação da vitória na palma do nome. E Titus Maccius Plautus, dramaturgo romano que viveu dois séculos antes de Cristo, poderia dizer como escreveu: “Este nome é um presságio” (ou, com a concisão latina: “Nomen est omen”).

Morei alguns anos em Brasília. Era assessor da presidência da maior instituição financeira pública de desenvolvimento regional da América Latina. Muitas das vezes, a pé, passava por um hotel – acho que o Naoum – cujo dono dissera algo como: “Só quem tem responsabilidade e gosta do que faz coloca o próprio nome no negócio”.

Sobre isso, o grande Miguel de Unamuno y Jugo (1864-1936), ensaísta, romancista, dramaturgo, poeta e filósofo espanhol, escreveu no ensaio “A Seleção dos Fulanos”: “O nome é em certo sentido a própria coisa. Dar nome às coisas é conhecê-las e apropriar-se delas. A nomeação é o ato de posse espiritual”. Por outro lado, Alexandre Canalini (1926-2016), médico, historiador, escritor e pensador cristão brasileiro, reconhece e adverte: “Para fazer um nome, / leva-se, às vezes, toda uma existência; / para arranhá-lo, destruí-lo, / basta apenas um segundo...”.

Ilson Mateus sabe, como o Homem-Aranha, que grandes poderes trazem, cada vez mais, maiores responsabilidades. Não é fácil o “poder”, o peso de R$ 20 bilhões, seja ele em sentido figurado ou – bem melhor... – em papel-moeda. Homem religioso que é, repita-se, Ilson Mateus sabe – pois a Bíblia ensina – que “o bom nome vale mais do que muita riqueza”, e que “ser estimado é melhor do que ter prata e ouro”. Nem sempre se conciliam riqueza e estima – mas, alguns cínicos diriam, não se vive mesmo para sempre... E quase todo mundo gostaria de ser “desestimado” com algumas dezenas de bilhões na conta...

É preciso responsabilidade e respeito para se fazer um mix com o Mateus, jogando na mesma panela textual ingredientes como palavras e números, idiomas e espiritualidade. Mas tudo isso, e muito mais (Darwin assegura) está interligado; apenas nós, enquanto Humanidade, é que ainda não tivemos tempo nem cérebro para o tanto de realidades que virão, de singularidades que se mostrarão, de verdades que se revelarão...

É claro que esse meio em que agora se meteu, ou ao qual foi (e)levado, o Ilson Mateus sabe que é um meio de troca-troca de posições ou até de sumiço delas. Em um ano pode subir, em outro, descer, ou desaparecer. É um ambiente instável. Volúvel. Volátil. O alfabeto empresarial tem tristes, dramáticos, trágicos e, às vezes, criminosos casos de extinção, no Brasil e no exterior: Arapuã (chegou a estar entre as maiores redes varejistas de eletrodomésticos do Brasil)... Blackberry (teve mais de 50% do mercado de celulares nos Estados Unidos)... Blockbuster (a maior franquia de aluguel de DVDs)... Enron Corporation (empresa norte-americana de energia; chegou a faturar 101 bilhões de dólares)... Gurgel (fábrica brasileira de automóveis)... Kodak (chegou a ter 80% da venda das câmeras e 90% de filmes fotográficos)... Lehman Brothers (um dos maiores bancos norte-americanos)... Manchete... Mappin (a grande loja de departamentos, várias vezes “empresa do ano”, considerada em sua época a “única loja de departamentos completa do Brasil com mais de 85 mil itens”)... Varig (por três décadas uma das maiores e mais conhecidas companhias aéreas privadas do mundo)... Vasp... Yahoo! (chegou a valer 125 bilhões de dólares como o maior portal de Internet do mundo)...

Às vezes, é um inimigo microscópico, invisível, que acaba de um dia para o outro toda uma história de vida pessoal e empresarial. O coronavírus de 2020 obrigou empresas aéreas a fazerem pouso forçado, como Aeromexico, Avianca, Latam... O vírus arrasou empresas varejistas grandes, centenárias na idade e bilionárias no faturamento (em dólares), como J. C. Penney e J. Crew, ambas dos Estados Unidos. O vírus deixou na lona o Cirque du Soleil e estacionou na garagem a mundialmente famosa Hertz, locadora de veículo...

São muitas as lições que o fracasso final deixa aos que confirmam um êxito inicial. “Sic transit gloria mundi” – “Assim passa a glória do mundo”.

Que Ilson Mateus sabe da transitoriedade da vida e das coisas isso não se discute, por óbvio que é. Ele, por antecipação e segurança, sabe apalpar com um dos pés os terrenos em que vai pisando... De areia movediça a buracos e desníveis... há de tudo no mundo dos negócios (na verdade, na má índole de pessoas que estão nos negócios). Por isso, Mateus vai continuar tendo muito trabalho para manter e fazer prosperar seus empreendimentos com sustentabilidade (é a palavra da moda) e, como corolário, continuar mantendo seu nome na lista da “Forbes” – coisa que, pelo pouco que sei dele, ele está pouco ligando, embora (e ele sabe disso também) essa visibilidade lhe acrescente ainda mais credibilidade, o que, por via de consequência, pode ser positivo para os (futuros) negócios do Grupo, os quais, intui-se, são muitos.

Que Ilson Mateus é cabra trabalhador, quase incansável, isto se sabe e os que convivem com ele confirmam. Não se tem notícia de que seu sucesso tenha, realmente, sido obtido a troco dos “sócios” – inexistentes – que aqui e acolá lhe dão. Tampouco se flagrou o Ilson Mateus comprando lá no Marrocos, nas Arábias ou nas Oropas uma varinha mágica, um pote de pó de pirlimpimpim, uma palavra ou frase mágica (“Abre-te, Sésamo”; “Shazam!”)...

Ou seja, se o que foi e está sendo conquistado não veio por milagre ou mágica ou outro modo esotérico, a melhor resposta para se conquistar o sucesso é a mais simples, nos termos do princípio investigativo chamado “Navalha de Occam”: trabalho, dedicação, produtividade, leitura adequada dos ventos e eventos e alguma esperteza negocial, pois Ilson Mateus não deixa de ter seu lado sestroso (aqui entendido, aquela pessoa esperta, viva, sagaz, “capaz de perceber algo rapidamente”, como está na definição do “Dicionário Houaiss”, o maior e melhor de todos em Língua Portuguesa).

“O trabalho só espanta as almas fracas”, disse Luís XIV, o “Rei Sol”, da França, sucessor de Luís XIII, o que deu nome, em 1612, à cidade de São Luís, a capital maranhense, onde está a sede do Grupo Mateus.

O poeta romano Virgílio, do primeiro século antes de Cristo, escreveu que “o trabalho persistente vence tudo”.

Na reportagem da “Forbes”, Imperatriz é citada de passagem, mas a cidade é permanente na história de Ilson Mateus, a partir mesmo de sua certidão de nascimento, há 57 anos. Pensando nisso, para Ilson Mateus, até nascer em Imperatriz deu certo. Pois a cidade o favoreceu com a “energia” do nome dela: na origem, a palavra “imperatriz” vem de um verbo latino (“paratum”) que significa “esforçar-se para obter”.

Esforçar-se para obter. Trabalhar para ter. Dedicar-se para vencer.

Realmente, palavras têm mesmo poder...

E em forma de palavras – não bilhões delas, o que é impossível –, saúde-se o primeiro maranhense e imperatrizense a entrar no fechadíssimo clube dos nove mais ricos bilionários de todo o Brasil...

... cumprimente-se o maranhense e imperatrizense que, nesse 9 de outubro de 2020, acaba de quebrar dois recordes na B3 (a Bolsa de Valores), arrecadando R$ 4 bilhões e 630 milhões, tornando-se o maior IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) no ano de 2020, até agora, além de o Grupo Mateus tornar-se o que foi classificado como “a maior estreia de uma empresa com origem na região Nordeste da história da Bolsa brasileira”.

Embora a bilionária arrecadação com a oferta das ações de seu Grupo, Ilson Mateus e familiares continuarão como controladores absoluto do negócio, pois ainda mantêm cerca de 80% das ações do grupo em seu poder.

Como disse esse empresário de Imperatriz: “Acreditar no trabalho inspira a acreditar nas pessoas e no Brasil, porque somos um só coração! O sonho é o primeiro passo para realizar grandes conquistas".

O ano de 2020 está confirmando essas grandes conquistas.

Parabéns, Ilson Mateus!

* EDMILSON SANCHES

Em pesquisa divulgada pela Brasil Marketing e Opinião (BMO) a respeito das eleições para prefeito na cidade de Santa Inês, o candidato Cabral (PL), que conta com apoio do Democratas e do PDT, lidera as intenções de voto no município com 45,31%.

Os números divulgados pela BMO apontam vitória de Cabral, que aparece bem à frente do segundo colocado, o deputado estadual Felipe dos Pneus (Republicanos), que soma 34,38%.

O ex-prefeito Ribamar Alves (MDB) está bem atrás nas pesquisas com apenas 4,02% das intenções de voto. O Padre Nelcinho (PSDB) vem na sequência com 2,9%, enquanto que Creusa (PSL) tem 1,12%, Joe Rodrigues (DC) soma 0,45% e Lindenberg Braga (PSD) tem 0,22%.

Apenas 10,04% das pessoas entrevistadas não sabem ou não responderam em qual candidato a prefeito votaria se as eleições ocorressem hoje. Votos brancos e nulos somam 1,56%.

O levantamento foi realizado entre os dias 30 de setembro e 1º de outubro. Ao todo, 448 pessoas foram ouvidas na zona urbana e rural de Santa Inês. A margem de erro é de 4% para um intervalo de confiança de 95%. A pesquisa encontra-se registrada na Justiça Eleitoral TSE com o nº MA-06260/2020.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

O Programa Mundial de Alimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) conquistou o Prêmio Nobel da Paz, nesta sexta-feira (9), por seus esforços para combater a fome e melhorar as condições para a paz em áreas atingidas por conflitos.

A entidade, sediada em Roma, afirma que ajuda 97 milhões de pessoas em cerca de 88 países todos os anos, e que uma em cada nove pessoas no mundo ainda não tem o suficiente para comer.

"A necessidade de solidariedade internacional e cooperação multilateral é mais notável do que nunca", disse a presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Berit Reiss-Andersen, em entrevista coletiva.

O prêmio é de 10 milhões de coroas suecas, ou cerca de US$ 1,1 milhão, será entregue em Oslo, no dia 10 de dezembro.

(Fonte: Agência Brasil)