Termina, amanhã (12), o prazo de adesão de instituições públicas de educação superior ao primeiro processo seletivo de 2021 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A adesão, que começou na segunda-feira (8), deve ser feita, exclusivamente, por meio do siteSisu Gestão.
Só poderão participar desta seleção estudantes que tenham feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020, que foi adiado em razão da pandemia de covid-19 e aplicado em janeiro e fevereiro deste ano.
O Sisu é o programa do MEC para acesso de brasileiros a um curso de graduação em universidades públicas do país, sejam elas federais, estaduais ou municipais. As vagas são abertas semestralmente, por meio de um sistema informatizado, e, para participar, é preciso ter garantido um bom desempenho nas provas do Enem e não ter zerado a redação.
É de exclusiva responsabilidade da instituição participante descrever, no documento de adesão, as condições específicas de concorrência às vagas por ela ofertadas no âmbito do Sisu. Após o período de adesão, as instituições terão de 17 a 23 de fevereiro para retificar, se for o caso, as informações constantes nos documentos de adesão, que deverão ser encaminhados ao MEC.
O edital de adesão prevê ainda que seja disponibilizado, pelas instituições, o acesso virtual para que os estudantes selecionados pelo Sisu possam encaminhar a documentação exigida e efetuar suas matrículas de forma remota, caso não possam realizar os procedimentos necessários de forma presencial.
Cabe a elas, ainda, divulgar, tanto em suas páginas na internet como em locais de grande circulação de estudantes, as condições específicas de concorrência às vagas ofertadas no âmbito do Sisu, conforme expressas em seus documentos de adesão, bem como editais próprios, como da lista de espera, e a sistemática adotada para a convocação dos candidatos.
A quadra da escola de samba Grande Rio, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, é a primeira de seis escolas de samba do grupo especial do Rio, considerado a elite do Carnaval carioca, que vão receber, até domingo (14), intervenções artísticas da fotógrafa paulista Flávia Junqueira. Além de fotos, Flávia vai fazer vídeos, que ao fim do projeto, serão editados em um documentário.
A inspiração para o trabalho foi a situação completamente diferente que a pandemia de covid-19 causou na vida dos componentes das escolas e dos visitantes das quadras.
“A ideia de entrar nesses espaços foi justamente por entender que o Carnaval é uma festa popular, muito característica de nosso país e, neste momento, com todas as restrições que estamos passando por causa do novo coronavírus, esses espaços estão extremamente vazios, quando a gente sabe que se fosse uma situação normal estariam repletos de pessoas, supercoloridos e com samba. As quadras são lugares de união do público”, disse a fotógrafa em entrevista à Agência Brasil.
No lugar do ambiente vazio, estará um cenário produzido por Flávia Junqueira com balões, confetes, serpentinas, papel picado e fumaça colorida nas cores de cada escola. “As fotos são sem ninguém, para refletir um pouco sobre este momento em que a gente vive e [espaços] que, na maioria das vezes, estariam lotados e com muitas festas. É mostrar o vazio junto com a festa. É uma intervenção um pouco triste, mas, ao mesmo tempo, uma homenagem e uma grande alegria poder levar para esses espaços algo da festa que o público teria normalmente”, comentou.
A escolha das escolas seguiu a classificação do Carnaval de 2020, com as seis primeiras colocadas. “A gente não tinha como fazer em todas, já que são muitas e ficam em lugares muito distintos. Para conseguir viabilizar, achamos que uma possibilidade era homenagear as seis primeiras colocadas no Carnaval”, afirmou.
Hoje (11), as intervenções serão nas quadras da Mangueira e do Salgueiro, na zona norte. Amanhã, será a vez da Beija-Flor de Nilópolis, também na Baixada. No sábado (13), a Mocidade Independente de Padre Miguel, na zona oeste, vai receber a fotógrafa e no domingo, fechando as intervenções nas quadras, será a vez da campeã de 2020, a Viradouro, de Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
“As cores da escola são a base do cenário e, em algumas, estou adicionando serpentinas ou chuva de papel picado prateado. Por exemplo, a Viradouro vai ter esses papéis e um algo a mais por ter sido a última campeã. Cada uma a gente está fazendo a partir da história da escola, como as cores e a bandeira”, contou.
Sambódromo
O palco dos desfiles também vai receber uma intervenção artística. Na terça-feira (16) de Carnaval (16), com autorização da Prefeitura do Rio, por meio da Riotur, Flávia Junqueira vai poder fazer as fotos e os vídeos, que considera com um perfil mais poético, com movimento dos objetos usados nos cenários. No local, que será aberto apenas para a fotógrafa fazer o seu trabalho artístico, as cores vão representar todas as agremiações.
“A gente finaliza o projeto com essa intervenção que tem uma escala maior, justamente pela arquitetura do espaço. Eu utilizo balões maiores com as cores misturadas de todas as escolas, no lugar que recebe todas elas. Vai ser também uma homenagem a esse espaço arquitetônico que também estaria em festa neste momento, mas, infelizmente, está vazio”, acrescentou.
Além da Riotur, a iniciativa conta com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa).
A artista disse que tudo está sendo feito de acordo com as regras de segurança sanitária. Uma equipe de produção foi contratada especialmente para as montagens, que contam com o apoio da marca de balões Qualatex Brasil. O cenário é montado para as fotos e vídeos e, com o trabalho encerrado, tudo é desmontado para evitar que provoquem aglomerações de quem for ao local para tentar ver o trabalho, e ainda porque os espaços são ocupados pelas escolas para outras atividades.
Para a secretária de Cultura do Rio, Danielle Barros, o trabalho da fotógrafa vai trazer alegria a lugares que teriam a tristeza do vazio. “Sou fã do trabalho da Flávia e acredito que vem casar perfeitamente com a necessidade que temos de levar alegria sem ajudar a propagar a covid-19. Um acontecimento que ficaria marcado pelo vazio e pela tristeza será marcado para sempre por esse trabalho que ficará belíssimo”, observou.
A artista Flávia Junqueira, que, atualmente, está com a exposição Revoada, no Farol Santander de Porto Alegre, depois de ter ocupado o Farol de São Paulo, é reconhecida pela originalidade de seu trabalho, mostrado em galerias e museus de diversos países. Entre os principais projetos e exposições coletivas de que participou, estão a Culture and Conflict, IZOLYATSIA in Exile; Palais de Tokyo, The World Bank Art Program e o prêmio Energias na Arte, no Instituto Tomie Otahke. Algumas de suas obras integram o acervo de museus e espaços culturais no Brasil, como o Museu de Arte do Rio (MAR-RJ), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e Museu do Itamaraty.
As inscrições para o processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em seu primeiro semestre, ocorrerão de 6 a 9 de abril. O resultado será divulgado em 13 de abril, segundo informações do Ministério da Educação (MEC). As inscrições serão feitas pela página do Sisu na internet.
Os selecionados terão de 14 a 19 de abril para efetuar a matrícula ou o registro acadêmico na instituição de ensino para a qual o candidato tenha sido selecionado. Quem não for selecionado na chamada única do Sisu poderá disputar uma das vagas ofertadas por meio da lista de espera. O prazo para manifestar interesse em participar da lista de espera será de 13 a 19 de abril.
Para participar do Sisu, o estudante deverá ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edição de 2020, obtido nota superior a zero na prova de redação, e não pode ter participado do Enem na condição de treineiro.
O Sisu é o programa do MEC para acesso de brasileiros a cursos de graduação em universidades públicas do país. As vagas são abertas semestralmente, por meio de um sistema informatizado, e para participar é preciso ter garantido um bom desempenho nas provas do Enem e não ter zerado a redação.
Além do Sisu, as notas do Enem podem ser usadas para acessar o Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas de estudo em instituições privadas, e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que facilita o acesso ao crédito para financiamento de cursos de ensino superior.
A iniciativa Petrobras Cultural para Crianças recebe, até o fim desta semana, inscrições de projetos de feiras e ações literárias voltadas para crianças com até seis anos de idade. A Petrobras reservou R$ 2 milhões para dividir (não necessariamente de forma igual) entre os selecionados pelo edital.
As feiras e ações literárias escolhidas deverão ser realizadas entre o segundo semestre deste ano e o primeiro semestre de 2022. Os projetos podem prever ações presenciais, em qualquer cidade brasileira, ou virtuais (on-line).
Para se inscrever, é preciso acessar o site da Petrobras Cultural e enviar um projeto até as 18h desta sexta-feira (12).
Os Emirados Árabes Unidos anunciaram que sua primeira missão a Marte chegou ao planeta vermelho e entrou em órbita.
A sonda Hope foi lançada ao espaço, em julho de 2020, pelo foguete H2A do Japão, a partir do Centro Espacial de Tanegashima, na região sudoeste do Japão. Os Emirados desenvolveram o equipamento em cooperação com universidades americanas.
Nessa terça-feira (9), cerca de 200 pessoas, incluindo autoridades do governo, juntaram-se em um local especial em Dubai, a maior cidade dos Emirados Árabes, para observar, em uma grande tela, as operações do centro espacial do país.
Pouco depois das 20h, hora local, ouviram-se gritos quando foi anunciado que a nave espacial havia entrado em órbita.
A sonda vai coletar dados sobre a atmosfera de Marte. Esta é a primeira missão de um país do Oriente Médio ao planeta vermelho.
Os Emirados Árabes Unidos promoveram o desenvolvimento urbano utilizando receitas provenientes do petróleo. Agora, o país visa a estimular novas indústrias, desenvolvendo tecnologias relacionadas ao espaço.
O Grêmio Maranhense soltou o grito de campeão do Estadual Sub-15 de Futebol 7, competição promovida pela Federação Maranhense de Futebol 7 (FMF7). No último domingo (7), a equipe gremista teve muitas dificuldades, mas conseguiu superar o Aurora por 2 a 1 na decisão do torneio, realizada na Arena Olynto, no Bairro do Olho d’Água, para levantar a taça.
O duelo entre Grêmio Maranhense e Aurora foi bastante disputado. As duas equipes entraram em campo com muita disposição na marcação. Aos poucos, a intensidade defensiva do Aurora foi diminuindo, e o time gremista não perdoou. Artur Henrique foi às redes ainda na etapa inicial para colocar a equipe gremista em vantagem: 1 a 0.
O resultado persistiu até o início da etapa final. O Grêmio voltou do intervalo a todo vapor e pressionou em busca do segundo gol. De tanto pressionar, Artur Henrique não desperdiçou cara a cara com goleiro: Grêmio 2 a 0.
Mesmo em desvantagem, o Aurora não se entregou. O time foi valente em busca do empate e chegou a descontar nos minutos finais, com Enos da Silva. No entanto, a reação parou ali. Fim de jogo na Arena Olynto: Grêmio Maranhense 2 x 1 Aurora.
Além do título estadual Sub-15, o Grêmio Maranhense ainda levou duas premiações individuais: William Lima foi eleito o Melhor Técnico, enquanto que Artur Henrique e Júlio César foram os artilheiros com 7 gols marcados cada um. Finalista, o Aurora teve o Melhor Goleiro da competição: Iury Gabriel.
Tudo sobre o Campeonato Maranhense de Futebol 7 está disponível nosite(www.fut7ma.com.br) e nas redes sociais oficiais da federação (@fmf7ma).
A garotada estava ansiosa para o início das disputas da segunda edição da Copa Interbairros de Futebol 7, competição patrocinada pelo governo do Estado e pelas Drogarias Globo por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. E, no último fim de semana, a ansiedade deu lugar ao talento dentro de campo. Nos duelos que deram o pontapé inicial ao torneio, nas categorias Sub-9 e Sub-11, não faltou equilíbrio, emoção e qualidade com a bola no pé. O campo da A&D Eventos recebeu todas as oito partidas realizadas.
Nesta edição, a Copa Interbairros terá formato de mata-mata, sendo disputada em três fases: quartas de final, semifinais e final. Pela categoria Sub-9, muito equilíbrio para definir os quatros times classificados para as semifinais. Das equipes vitoriosas, apenas duas venceram no tempo normal: R13 fez 3 a 0 no Craque da Escola, enquanto o Aurora superou o Juventude Maranhense por 2 a 1.
Os outros dois semifinalistas da categoria foram conhecidos somente nas disputas de pênaltis. Após empate por 1 a 1, a garotada do Corinthians do Bequimão bateu o Futuro do São Francisco por 3 a 1 nas penalidades. Já o Audaz fez 2 a 1 no Projeto GPV após empate sem gols no tempo normal.
Com os resultados, os confrontos das semifinais do Sub-9 serão os seguintes: Aurora x Audaz e Corinthians do Bequimão x R13.
Sub-11
As disputas das quartas de final da categoria Sub-11 foram marcadas por muitos gols. O principal responsável pela elevada média de bolas na rede foi a equipe do Craques da Veneza, que não deu chances ao Estrelinha Bom de Bola e aplicou a maior goleada do torneio: 12 a 0. Com três gols marcados cada um, Enzo Claudino e Carlos Henrique foram os destaques.
Quem também foi muito bem foi o Projeto Paredão, que eliminou o Grêmio Ribamarense ao vencer o rival por 3 a 0. Já a Ponte Preta fez 4 a 2 sobre a Academia Futebol Arte e também avançou no torneio. E a última vaga para as semifinais ficou com a garotada do Seve, que, após empate por 0 a 0 com o time da Alemanha, fez 3 a 2 nas disputas por shoot-out e continua com chances de título.
Assim, os duelos das semifinais da categoria Sub-11 já estão definidos: Craques da Veneza x Ponte Preta e Seve x Projeto Paredão.
Tudo sobre o torneio está disponível nas redes sociais oficiais da competição no Instagram e no Facebook (@copainterbairrosfut7ma).
RESULTADOS
SÁBADO (6/2) // A&D EVENTOS
Craques na Escola 0 x 3 R13 (Sub-9)
Futuro do São Francisco 1 (1) x (3) 1 Corinthians do Bequimão (Sub-9)
Estrelinha Bom de Bola 0 x 12 Craques da Veneza (Sub-11)
A Agência Espacial Europeia (ESA) lança, na próxima semana, uma campanha de recrutamento de astronautas nos Estados-membros, para uma nova viagem à Lua. O anúncio foi feito, hoje (9), pela ESA, em comunicado.
Os detalhes sobre as condições de recrutamento serão conhecidos na próxima terça-feira (16), e as inscrições poderão ser feitas entre 31 de março e 28 de maio.
O processo de seleção estará dividido em seis etapas e deverá estar concluído em outubro.
Paralelamente, a agência lança um projeto piloto que prevê a escolha de um parastronauta, "o primeiro astronauta com algum nível de deficiência", diz o documento.
O projeto dará oportunidade, de seguir uma carreira de astronauta, "a uma parte da sociedade que foi até agora excluída do voo espacial", destacou a organização, acrescentando que é a primeira vez na história que uma agência espacial assume um projeto inclusivo como esse.
A campanha de recrutamento de astronautas faz parte de uma estratégia mais abrangente da ESA, que visa a mostrar "um número elevado de oportunidades de trabalho" dentro da organização.
O objetivo é recrutar cerca de 100 pessoas anualmente durante os próximos dez anos.
A agência afirmou que espera atrair maior número de mulheres este ano, indicando que, em 2009, foram aceitas 1.430 candidatas, em um total de 8.413.
David Parker, diretor de Exploração Humana e Robótica, citado no documento da organização, defendeu que a diversidade na ESA não deve apenas abordar a origem, idade, experiência ou sexo dos astronautas, mas "talvez também deficiências físicas".
"Graças a um forte mandato dos Estados-membros da ESA no último conselho ministerial em 2019, a Europa está ocupando seu lugar no centro da exploração espacial", disse a agência no comunicado. "Para ir onde nunca antes fomos, precisamos olhar mais longe do que antes".
A pandemia restringiu a circulação de crianças e adolescentes nas ruas, mas eles continuam “caminhando” em ruelas virtuais nem sempre tão seguras e bem sinalizadas. Para ajudar adultos e crianças a se orientarem melhor nos meandros da internet, entidades ligadas à educação e proteção on-line promovem, anualmente, o Dia da Internet Segura, com a promoção de debates, divulgação de estatísticas e de cartilhas instrutivas. Em 2021, o evento ocorre nesta terça-feira (9), de forma remota, e se estende ao longo da semana (clique para acessar a página do Dia da Internet Segura).
Criado, internacionalmente, pela Rede Insafe na Europa, o Safer Internet Day (nome em inglês) ocorre em mais de 140 países e estimula usuários e instituições a terem um uso livre e seguro da rede. A Safernet coordena o comitê organizador do Dia Mundial da Internet Segura no Brasil desde 2009 e conta ainda com a correalização do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).
“A rede é um ambiente de interação de muitas pessoas, conhecidas, desconhecidas, boas e más. Quando nossos filhos saem na rua, ou a gente os acompanha, ou os instrui para que possam ter noções de riscos e perigos. O mesmo ocorre na internet”, compara Kelli Angelini, gerente da Assessoria Jurídica do NIC.br, entidade vinculada ao Comitê Gestor da Internet.
No Brasil, 41% dos usuários de internet maiores de 16 anos residem com crianças e adolescentes. Os dados são do Painel Covid-19, em levantamento realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). Já os dados da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2019 revelam que 89% da população entre 9 e 17 anos já usavam a internet antes mesmo da necessidade de isolamento social, o equivalente a mais de 24 milhões de pessoas. Com a pandemia do novo coronavírus, boa parte da vida dos pequenos migrou para o ambiente virtual, com participação desde em aulas on-line a videochamadas para garantir a interação social, com impacto na rotina das famílias.
O diretor de Educação da organização não governamental SaferNet Brasil, Rodrigo Nejm, chama a atenção para a intensificação dos desafios que a "hiperconexão forçada” produz. Segundo Nejm, de um lado, os pais tentam encontrar limites de negociação para o tempo que filhos gastam em jogos e redes sociais. Do outro, as famílias e educadores buscam meios de fazer com que as crianças e adolescentes adotem posturas mais críticas e cuidadosas nas suas experiências digitais e durante o consumo de diferentes conteúdos.
Em vez de simplesmente restringir o acesso às plataformas digitais, Rodrigo Nejm sugere que os pais negociem limites com os filhos. “Por mais que os pais não se sintam tão aptos tecnicamente, é necessário fazer conexão de princípios, valores e maturidade para ter um olhar crítico sobre a experiência digital". Ele propõe, como caminho do meio, uma espécie de "dieta digital".
Consequências do uso inseguro
Além dos riscos de contatos com estranhos, a divulgação de conteúdo sem consentimento entre crianças e adolescentes também pode causar consequências desastrosas. É o caso da exposição de memes (montagens) de fotos de colegas ou de conteúdos íntimos, conhecidos como nudes. “Esse tipo de atitude fere o ordenamento jurídico brasileiro e, no caso de um adolescente, ele pode vir a responder por ato infracional”, pontua Angellini.
Angelini é autora doGuia Internet com Responsacriado pelo Nic.br. A organização também disponibiliza cursos on-line gratuitos para pais e educadores. Entre eles, a gestora destaca o curso Filhos Conectados, que aborda temas como cyberbullying, desafios violentos, influenciadores digitais irresponsáveis, exposição na internet (trechos exibidos no vídeo acima), entre outros.
Um dos braços de atuação do Safernet Brasil são os canais de denúncia de crimes e violações contra os direitos humanos cometidos na internet – owww.denuncie.org.br– e também a plataforma de ajuda a pessoas afetadas por condutas deste tipo (www.canaldeajuda.org.br). Os dados consolidados ao longo do ano de 2020 serão divulgados no evento da semana.
- A pesquisa Painel TIC Covid-19 traz informações coletadas sobre o uso da internet durante a pandemia causada pelo novo coronavírus. Para efeitos de comparação, o material tem como referência parte dos indicadores da pesquisa TIC Domicílios;
- No portal Internet Segura, mantido pelo NIC.br, é possível baixar um catálogo com o resumo e links de cursos e publicações voltados para crianças, pais, responsáveis, educadores e pessoas com mais de 60 anos. Todo este material pode ser utilizado e distribuído livremente;
Neste dia 9 de fevereiro, há 240 anos, nascia, na Alemanha, o zoólogo Johann Baptiste von Spix, que, há mais de 200 anos, revelou o Brasil à Europa, com o botânico Carl Friedrich von Martius. Eles também foram responsáveis pelo estudo mais amplo sobre grande parte da fauna e da flora brasileira no século XIX, tendo descoberto e registrado diversas espécies do ecossistema brasileiro, como a ararinha-azul, Sittace spixii.
Nascido em 1781, na cidade de Höchstadt an der Aisch, território do Reino da Baviera entre 1805 e 1918, Spix ingressou na Escola Episcopal de Bamberg, aos 11 anos, e, logo no ano seguinte, foi transferido para o Seminário Episcopal da cidade. Aos 19, já era doutor em filosofia e, logo, um famoso filósofo da natureza. Também se formou doutor em medicina, no ano de 1807, e, em 1810, foi contratado pela Academia Real de Ciências para organizar o museu de zoologia, em Munique.
Johann Baptist von Spix
Segundo a historiadora Cláudia Witt, a experiência e o renome foram o que definiu a escolha de Spix para coordenar as pesquisas que integrariam a comitiva da arquiduquesa austríaca Leopoldina, em viagem ao Brasil. A missão, conhecida por Austro-Bávara, buscava uma integração dos países da região europeia da futura esposa do príncipe herdeiro D. Pedro I, com a então colônia portuguesa.
“O Spix tinha uma experiência muito maior, e ele deu esse peso acadêmico que a expedição precisava. Havia muito mais integrantes austríacos. Então, era importante que houvesse um nome de reconhecimento internacional, pelo menos, no mundo germânico”, explica Cláudia.
Foram três anos (1817-1820) de viagem desde o Rio de Janeiro até a fronteira do Amazonas com a Colômbia, 10 mil quilômetros percorridos por sete Estados, 3.381 espécies de animais brasileiros catalogadas, documentação de línguas indígenas, formação de coleções para estudos. Além disso, Spix coordenou uma equipe de cientistas que produziram muitos outros estudos etnológicos, sobre a fauna e a flora brasileira.
Referência sobre o Brasil
O professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (USP) Stefan Wilhelm Bolle explica que o relato dessa viagem, Reise in Brasilien (Viagem pelo Brasil), publicado em três volumes 1823, 1828 e 1831, é o principal legado deixado pelos cientistas.
“Viagem pelo Brasil é considerado o livro mais importante em língua alemã sobre o Brasil”, diz.
Bolle esclarece que, embora o relato de viagem tenha contribuições de Spix nos três volumes publicados, ele participou, ativamente, da elaboração do primeiro e de parte do segundo volume, pois faleceu apenas seis anos após retornar da viagem ao Brasil, em 1826, aos 45 anos. Durante esse tempo, mesmo com a saúde fragilizada, ele ainda escreveu mais nove volumes com a descrição de macacos, morcegos, lagartos, cobras, tartarugas, sapos, aves, peixes, insetos e moluscos.
Para Cláudia Witte, além dos resultados científicos que permanecem referência até os dias de hoje, a principal contribuição de Spix e Martius foi a de inaugurar, por estes lados do Oceano Atlântico, uma forma diferente de pesquisa fora dos laboratórios. “Eles partem de uma visão mais holística em que os seres vivos estão integrados em determinado ambiente, interagindo com ele, e isso tudo é que forma o objeto de pesquisa desses cientistas”, diz.
Sittace spixii – Ararinha-azul
Após a morte de Spix, em 1832, Johann Georg Wagler, que havia trabalhado com o cientista, prestou uma homenagem ao renomear a arara-azul com a denominação científica Sittace spixii, já que a espécie havia sido descrita pela primeira vez pelo zoólogo.
No relato da viagem ao Brasil, Spix descreve o animal em uma imagem na qual denomina a ave de Arara hyacinthinus, nome que já havia sido dado a outra espécie. A homenagem foi mantida quando, finalmente, a ave foi reclassificada por meio de análise molecular e passou a ter a denominação Cyanopsitta spixii.
Spix também é considerado o primeiro zoólogo a pesquisar a região amazônica brasileira, e o seu trabalho até os dias de hoje é referência para estudiosos de todos os tempos. Desde o ano de 1908, o Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, no Estado do Pará, reconhece o legado científico deixado por Spix e Martius na forma de um monumento de meio-busto dos cientistas, fixados em uma lápide de mármore. A escultura foi doada pela Academia de Ciências da Baviera, na Alemanha.
“Tudo isso que eles documentaram acabou se tornando uma referência, um marco zero. É uma base para qualquer estudo de hoje sobre as regiões por onde eles passaram. E o nível de empenho, de profissionalismo que eles imprimiram no trabalho deles, em anos e anos de dedicação, estabeleceu um parâmetro muito alto. Então, eles se tornaram, ao mesmo tempo, uma base e uma inspiração para as pessoas, e isso certamente influenciou várias e várias pesquisas que vêm sendo feitas até hoje”, diz Cláudia Witti.
Povos indígenas
Ao longo da viagem de Spix e Martius pelo Brasil, eles registram vários povos indígenas por meio de desenhos e relatos de aspectos físicos, culturais e da relação dos indivíduos com o meio em que viviam. Cláudia Witt destaca que, em um dos relatos, os cientistas revelam uma mudança na forma de estudarem aqueles povos após presenciarem uma espécie de ritual de uma indígena que havia sido escravizada no Amazonas. Até aquele momento, era comum que olhassem para os indígenas como se fossem crianças, sem sentimentos característicos dos adultos.
“Ali, eles perceberam que não só existia uma crueldade no processo da escravização entre os próprios indígenas, como também existia maldade entre eles. E, nesse momento, eles conseguem enxergar os indígenas como seres humanos", explica.
O professor Wilhelm Bolle também reforça a importância desses relatos nos futuros estudos científicos dos povos indígenas do Brasil. Segundo ele, outros grandes etnólogos alemães cruzaram o Atlântico em expedições inspiradas na de seus conterrâneos.
Alguns exemplos foram Karl von den Steinen, que pesquisou os povos indígenas na região do alto Xingu, na década de 1880. Theodor Koch-Grünberg que, no período de 1911 a 1913, estudou os mitos e as lendas dos índios arekuna e taulipang. E ainda Curt Unckel, que veio para o Brasil, em 1903, e passou a estudar os índios Guarani, quando recebeu um novo nome daquele povo e passou a ser chamado de Nimuendajú. Ele publicou trabalhos científicos sobre vários povos como os Apinajé, os Mura e os Ticuna.
Bolle conta ainda que as imagens dos indígenas encontrados por Spix e Martius repercutem na cultura europeia até os dias de hoje, como é o caso da gravura de um préstito festivo do povo Ticuna, perto de Tabatinga (AM). “Esse tipo de desfile, com máscara de pássaros, estimulou a criação dos chamados pássaros juninos, que fazem parte até hoje das festas juninas em Berlim”, diz,
Mudanças pelo caminho
Após 200 anos da expedição Austro-Bávara, o também alemão Stefan Wilhelm Bolle refez, entre 2017 e 2019, os trechos mais significativos do percurso de Spix e Martius. “O nosso principal objetivo foi observar nesses lugares as continuidades e as mudanças ocorridas durante esses últimos 200 anos”, diz o professor, que viajou com o então diretor do Instituto Martius-Staden, Eckhard Kupfer.
Segundo ele, o percurso foi cumprido em três etapas: de Ouro Preto a Diamantina, em 2017; uma travessia do sertão no norte de Minas Gerais até as fronteiras com Goiás e com a Bahia, em 2018; e de Belém a Manaus, em 2019. Para Bolle, perceber a presença de pesquisadores e da preservação de algumas áreas ao longo do percurso foram os principais pontos positivos encontrados por onde os cientistas passaram. Por outro lado, a persistência das desigualdades sociais, as ameaças sofridas pelos indígenas e os problemas ambientais existentes na Amazônia são os grandes desafios a serem enfrentados para que seja possível preservar o que ainda resta do Brasil visto pelos cientistas.
“Eu faço votos de que esse patrimônio que a natureza deixou para a humanidade seja preservado”, conclui.
Mais sobre Spix
O que há de mais recente sobre o zoologista é a biografia Ein Leben für die Zoologie: Die Reisen und Forschungen des Johann Baptist Ritter von Spix (Uma vida para a Zoologia: a viagem e a pesquisa de Johann Baptiste von Spix), escrita por Klaus Schönitzer e publicada em 2011 somente em alemão.
A publicação mais conhecida de Spix e Martius, Reise in Brasilien (Viagem pelo Brasil, 1823, 1828 e 1831) teve sua versão traduzida para o português e a mais recente edição foi disponibilizada em versão digital, pela editora do Senado Federal.