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O Sítio Roberto Burle Marx, onde morou e fez experimentos o mais famoso dos paisagistas brasileiros, é candidato a entrar para a lista do patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) este ano.

Localizado em Barra de Guaratiba, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, o sítio abriga uma coleção de mais de três mil e quinhentas espécies de plantas de regiões tropicais e semitropicais.

Burle Marx comprou a propriedade em parceria com o irmão, Siegfried, em 1949, e fez dela um laboratório para conhecer o comportamento da flora brasileira, até então pouco valorizada nos projetos paisagísticos.  A partir dessas experiências, ele criou o jardim tropical moderno, que representou “uma mudança de paradigma no paisagismo, uma grande contribuição para a humanidade”, explica a diretora do sítio, Claudia Storino.

Boa parte das plantas que podem ser vistas no sítio hoje veio das excursões que Burle Marx fazia pelos diversos biomas brasileiros. O arquiteto e paisagista José Tabacow participou de várias delas, primeiro como estagiário e depois como sócio de Burle Marx. Ele relembra que a única situação que deixava o amigo irritado durante as viagens eram os flagrantes de destruição do meio ambiente. 

O auxiliar em preservação e defesa ambiental, Sinval Pereira Filho, que começou a trabalhar no sítio aos 20 anos, ainda sob o comando de Burle Marx, conta que, nessas expedições, o paisagista chegou a descobrir cerca de 50 novas espécies, muitas batizadas com o seu nome, como o orthophytum burle-marxii (foto).

Na visita ao sítio, também é possível apreciar como o paisagista aproveitou material de prédios demolidos em calçamentos, cascatas, portas e fachadas na propriedade. “Ele foi precursor em muitas coisas”, diz a educadora Suzana Bezerra, que apresentou o espaço à equipe do Caminhos da Reportagem e ressaltou a genialidade do artista.

Na casa onde Burle Marx morou são preservados alguns objetos pessoais, como óculos, roupas e calçados, assim como um vasto acervo de obras do paisagista, que era um artista de múltiplas faces: pintor, escultor, designer de joias e até cantor de ópera. A professora de História da Arte da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Vera Beatriz Siqueira,  avalia que tanto no paisagismo quanto na pintura a produção de Burle Marx mantém vínculos com as nossas tradições culturais, com a nossa realidade e com a nossa paisagem mesmo quando se apresenta na forma abstrata. “Ele cria uma espécie de ambiente que eu chamo de ecologia da forma moderna”, explica a professora.  

As salas também abrigam a enorme coleção de arte popular que Burle Marx adquiriu ao longo da vida. A auxiliar de serviços gerais, Maria Goreti Ferreira de Lima, que começou a trabalhar na casa durante os preparativos para a festa de 80 anos do paisagista, diz que limpa as peças com mãos de seda e zela para manter viva a memória do Seu Roberto, como se refere a ele.

“Se eu procurei compreender o jardim aplicado à nossa natureza, vamos dizer, à nossa natureza humana e sobretudo às necessidades brasileiras, é porque eu não quero fazer apenas jardins para uma casa de milionários. Eu gostaria de fazer jardins que o povo pudesse participar”, eternizou Burle Marx, em entrevista ao programa O Mundo Mágico, que faz parte do arquivo da TV Brasil.

Preocupado com a preservação do seu acervo, Burle Marx doou o sítio ainda em vida para o governo federal, em 1985, nove anos antes de morrer. Hoje, o espaço está sob a responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan.  Carlos Alberto Moreira da Silva, coordenador da manutenção do acervo botânico, conta que o desafio dos funcionários mais antigos agora é preparar os mais novos para cuidar desse presente deixado pelo paisagista. “As pessoas precisam saber disso aqui pra dar o valor que o sítio tem e merece”, afirma. 

Herdeira do escritório de paisagismo criado por Burle Marx, a paisagista Isabela Ono comemora a candidatura do sítio a patrimônio mundial. No fim de 2019, ela e os dois sócios criaram o Instituto Burle Marx com a finalidade de tornar público também o acervo de projetos, croquis, fotos, maquetes, entre outras peças, que pertencem ao escritório. “Estamos na torcida. Só junta forças pra celebrar esse legado tão importante e tão grande que o Burle Marx deixou pra nós”, diz Isabela. Por causa da pandemia, a reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco será realizada on-line este ano, entre os dias 16 e 31 de julho. 

Caminhos da Reportagem “Sítio Roberto Burle Marx, um legado para a humanidade” vai ao ar neste domingo, às 20h, na TV Brasil. 

(Fonte: Agência Brasil)

Programa de qualificação profissional que une jovens e empresas, o Qualifica Mais reabriu as inscrições para o processo seletivo. Os interessados poderão se inscrever até o próximo dia 25, por meio de um novo acesso para inscrição.

Parceria entre a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia e o Ministério da Educação, o programa deve qualificar mais de 6 mil profissionais em três áreas de tecnologia da informação e comunicação: programador web, programador de dispositivos móveis e programador de sistemas. Os cursos terão duração de cerca de 200 horas cada um. Além da qualificação, os estudantes que concluírem os cursos serão auxiliados para inserção no mercado de trabalho.

Atualmente, o programa opera em 11 regiões metropolitanas: Salvador, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Florianópolis, Joinville (SC), Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Campinas (SP). A primeira fase de inscrição foi aberta em março  e durou quase um mês. Com a reabertura do prazo, o governo pretende preencher as vagas restantes.

De acordo com a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, a escolha dos estudantes está sendo realizada pela plataforma EduLivre. Nesse ambiente virtual, os candidatos participam de uma trilha educacional, onde recebem informações sobre postos de trabalho e cursos na área e resolvem alguns exercícios sobre o conteúdo apresentado.

A trilha ficou aberta até a última segunda-feira (11). Quem se inscreveu e concluiu os módulos teve a inscrição validada na quinta-feira (15). Os candidatos que iniciaram a trilha, mas não concluíram, devem preencher novamente o formulário de inscrição e escolher, ao término, duas opções de cursos.

Os novos inscritos que forem selecionados receberão o e-mail de pré-matrícula no próximo dia 29. Os calendários foram adiados em duas semanas, e as aulas devem ter início a partir de 24 de maio.

O Qualifica Mais tem um canal para auxiliar os candidatos na fase das inscrições e matrículas, as dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail [email protected]. Outras informações estão disponíveis na página do programa na internet.

(Fonte: Agência Brasil)

Neste domingo (18), comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil. A data foi escolhida porque, nesse dia, em 1882, nasceu o escritor Monteiro Lobato, considerado o pai da literatura infantil brasileira. A data celebra esse gênero literário e homenageia o escritor, autor de clássicos como Sítio do Pica-Pau AmareloO SaciFábulas de NarizinhoCaçadas de Hans Staden e Viagem ao Céu.

De acordo com a última pesquisa Retratos da Leitura do Brasil, o número de crianças leitoras cresceu de 2015 a 2019, período em que 48% disseram que leem por gosto. A prática da leitura contribui para o desenvolvimento de capacidades como pensar, interpretar, falar, aprender e conviver.

Em tempos de uso de tantas telas, como tablets, celulares e televisão, e agora com o ensino remoto, os livros infantis ainda têm espaço na rotina das crianças? A doutora em educação pela Universidade de São Paulo Diva Albuquerque Maciel diz que sim.

“As telas são grandes concorrentes do livro, mas temos que usar todos esses recursos em favor do livro, e não como concorrente. O livro tem um formato muito importante para a formação da língua escrita, temos que usar estratégias para aliar, já que a língua escrita precisa ser estimulada. Uma das estratégias é saber quais são as motivações das crianças, por exemplo, quais heróis e personagens elas buscam na internet, que possam estimular a leitura escrita de textos mais densos como gibis”. Diva é professora aposentada do departamento de psicologia escolar do desenvolvimento da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB).

A pedagoga Daniela Denise Batalha Santini, que, atualmente, é professora do 1º ano do ensino fundamental do Colégio Parque Sevilha, na zona leste de São Paulo, afirma que, mesmo com a habilidade que o aluno de hoje tem de manusear telas, o livro ajuda muito a melhorar o interesse pela aprendizagem e a capacidade de concentração.

“O livro físico tem seu valor e não pode ser deixado totalmente para trás. O livro físico precisa se fazer presente em sala de aula como instrumento palpável. O sentir o livro, o explorar, o virar de páginas fazem toda a diferença no dia a dia do aprendizado dos pequenos. Fora as experiências sensoriais, tem a visualização, o concreto. Aguçar a curiosidade, proporcionar momento de troca”, observa Daniela Denise.

Também pedagoga, Fernanda Gadelha de Freitas Miranda é professora na Escola Municipal de Educação Infantil 22 de Março e no Centro de Educação Infantil Bryan Biguinati Jardim. Para Fernanda, o hábito da leitura precisa ser estabelecido desde a infância para que se formem cidadãos autônomos, questionadores e protagonistas de sua conduta e pensamentos. “Assim, acredito que a leitura, os livros infantis, sejam facilitadores desse processo. Costumo, todos os dias, oferecer aos meus alunos oportunidades de ampliar a visão de mundo e seu repertório, com os livros que lemos”.

Fernanda destaca que muitas crianças, devido às condições sociais, não têm acesso às tecnologias. “O livro impresso ainda é uma ferramenta facilitadora nesse processo, pois permite que mais adultos e crianças sejam contemplados nesse universo. Para a criança, o concreto do livro impresso é mais atraente e aceitável, ao contrário do adulto, que tende buscar à praticidade do e-book, por exemplo”.

Incentivo e diversidade temática

Diva Maciel considera fundamental o papel dos professores para estimular a leitura pelas crianças. “É preciso que os professores façam pesquisa dos livros que podem ser adotados em sala de aula, mesmo na sala remota. Ver o que elas estão buscando espontaneamente nas séries da TV, da internet. E, a partir daí, oferecer bons textos, ler com elas numa roda de leitura, ou estimulá-las a escrever e ler para turma na roda, por exemplo”.

É o que tem feito a professora Daniela, que trabalha os livros de forma descontraída, em rodas de conversa. “Com momentos dirigidos e outros momentos livres, fazendo sempre um trabalho educativo, alinhando com o conteúdo desenvolvido, com temas atuais e, muitas veze,s trazendo discussões acerca de fatos do cotidiano. O momento da roda de conversa é mágico e encantador. É gratificante ver os pequenos interagindo com este universo da leitura, com seus colegas e professores”.

A professora Diva chama a atenção também para o estímulo à diversidade étnica e cultural na literatura infantil. “Lemos muito para os nossos filhos as histórias clássicas dos contos de fadas, mas, hoje em dia, temos que lembrar que são histórias que estão no formato de reis e rainhas brancos. Hoje, sabemos que é importante trazer os contos em que os personagens são negros e têm outras etnias, e já existe muita coisa publicada. Nós somos um país miscigenado. No entanto, a cultura branca continua sendo dominante. É importante trazer outros tipos de livros infantis para ler para as nossas crianças”.

Diva indica a Afroteca Audiovisual Infantil, com livros com diversidade étnica e destaca que o Brasil é rico nessa diversidade cultural. “Nós temos uma oferta de grandes textos que envolvem a nossa cultura popular, nosso cancioneiro, nossos personagens. Monteiro Lobato foi um autor que utilizou bastante essas possibilidades”.

Nova tributação pode desestimular leitura

Apesar de pais e professores incentivarem a leitura, a proposta de nova tributação sobre os livros pode desestimular a compra deles. O governo federal propôs, em julho do ano passado, um projeto de lei para fusão do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) em um único tributo, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Entre as alterações, estão o fim da isenção do PIS e da Cofins para o mercado de livros e a cobrança da CBS com alíquota de 12%. O Congresso Nacional estuda a proposta no âmbito da reforma tributária.

O presidente da Associação Brasileira de Editores e Produtores de Conteúdo e Tecnologia Educacional (Abrelivros), Ângelo Xavier, afirma que o livro impresso é uma ferramenta muito importante na formação da criança e defende a manutenção da imunidade tributária dos livros no país. Xavier considera “um equívoco” a proposta de reforma encaminhada pelo Ministério da Economia que tributa os livros.

“Seja para os livros infantis, seja para a literatura adulta, para livros escolares, qualquer que seja a categoria de livros, isso vai dificultar ainda mais o acesso. As famílias menos favorecidas vão sofrer ainda mais. Vai haver uma concentração muito grande e poucos lançamentos de novos autores pelas editoras. Tudo que temos de positivo no mercado de livro tende a cair por terra com essa tributação. E muitas empresas, editoras, livrarias e distribuidoras tendem a ter dificuldades e até podem quebrar com a nova política, que esperamos que não se concretize”, afirma.

Como escolher um bom livro infantil

A coordenadora de Engajamento Social e Leitura do Itaú Social, Dianne Melo, dá dicas de como escolher um bom livro infantil. A primeira é a qualidade textual: o registro linguístico deve ser literário, ou seja, a linguagem é conotativa, utiliza figuras, e há preocupação com a escolha das palavras. “A construção textual deve estimular uma boa leitura em voz alta por parte do mediador”.

O projeto gráfico deve ter também qualidade visual, ou seja, ter capacidade de motivar e enriquecer a interação do leitor com o livro; a fonte deve oferecer boa legibilidade, e as ilustrações não devem reforçar estereótipos sociais, históricos, raciais e de gênero.

É preciso ainda ter qualidade temática: o conteúdo não deve ser “didatizante” e sim dialogar com o imaginário infantil. “É importante contemplar a diversidade de contextos culturais, sociais, históricos e econômicos, além de possibilitar a reflexão das crianças sobre si próprias, os outros e o mundo que as cerca”, completa a especialista.

(Fonte: Agência Brasil)

Neste domingo,

Vamos concordar

1ª) Vascaínos só precisam de um empate para CHEGAR ou CHEGAREM à final?

O uso do infinitivo sempre nos dá dor de cabeça.

Temos, aqui, um caso polêmico. Há quem considere um caso de concordância facultativa, ou seja, as duas formas estariam corretas. Por outro lado, há quem só considere correta a concordância no singular.

É importante observarmos que, no exemplo, temos duas orações: “Vascaínos só precisam de um empate” (oração principal) + “para chegar à final” (oração subordinada adverbial final, reduzida de infinitivo). A concordância do infinitivo no plural se justificaria porque seu sujeito determinado simples (eles = os vascaínos) está no plural: “Vascaínos só precisam de um empate para (eles) CHEGAREM à final”. A concordância do infinitivo no plural seria aceitável, mas não obrigatória.

A maioria dos estudiosos, porém, prefere seguir a regra clássica que determina o uso do infinitivo não flexionado quando o sujeito do infinitivo for o mesmo da oração principal: “Vascaínos só precisam de um empate para CHEGAR à final”.

Sugiro o uso do infinitivo no singular, porque é uma concordância indiscutivelmente correta e aceita por todos.

2ª) É maior o número de pessoas que TENTA ou TENTAM diagnosticar a doença?

Maior é o número, mas quem tenta diagnosticar a doença são as pessoas. Em razão disso, a concordância correta é: “É maior o número de pessoas que TENTAM diagnosticar a doença”.

3ª) Grande parte das vítimas É CRIANÇA ou SÃO CRIANÇAS?

Trata-se de uma concordância facultativa. Pela concordância lógica, o verbo concorda com o núcleo do sujeito (= parte) no sigular: “Grande parte das vítimas é criança”. Hoje em dia, é incontestável a preferência pela concordância atrativa, isto é, o verbo concorda no plural com o especificador (= vítimas): “Grande parte das vítimas são crianças”.

4ª) A professora tinha uns TRINTA ou TRINTAS anos?

O correto é: “A professora tinha uns TRINTA anos”. Os numerais não fazem flexão de número.

Os numerais só apresentam plural quando são substantivos (= nomes dos numerais): “No meu CPF, há três OITOS”.

Para ficar claro, observe a comparação:

1ª) “A criança comeu QUATRO biscoitos” (numeral sem flexão);

2ª) “Na prova de ontem, houve dois QUATROS” (nome do numeral faz plural).

5ª) Ela está MEIO ou MEIA triste?

O correto é: “Ela está MEIO triste”.

MEIO, quando significa “um pouco, mais ou menos”, é advérbio. Em razão disso, é uma forma invariável (sem feminino nem plural). Os advérbios não se flexionam: “Ela está MUITO triste”; “Ela está POUCO triste”; “Ela está MEIO triste”.

6ª) Ela está com dor NA ou NAS costas?

O correto é: “Ela está com dor NAS COSTAS”.

A concordância deve ser feita obrigatoriamente no plural, porque o substantivo COSTAS (= parte posterior) é plural.

COSTA, no singular, é outro substantivo. É a zona litorânea: “É linda a costa brasileira”.

7ª) OBRIGADO ou OBRIGADA?

A concordância depende de quem está agradecendo:

1º) Homem agradece: “Obrigado, por sua gentileza!”;

2º) Mulher agradece: “Obrigada, por sua gentileza!”.

8ª) Ela já teve duas GRAVIDEZ ou GRAVIDEZES?

O plural de GRAVIDEZ é GRAVIDEZES, como todas as palavras terminadas em “Z”: rapazes, felizes, capazes, gizes, avestruzes, gravidezes…

Teste da semana

Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases a seguir:

1ª) É preciso que isto se _________ ao anterior;

2ª) Eles não se  _________ com minhas explicações;

3ª) Ele _________ seus direitos.

a) equivala / satisfazeram / requis;

b) equivalha / satisfizeram / requereu;

c) equivalha / satisfizeram / requis;

d) equivala / satisfazeram / requereu;

e) equivalha / satisfazeram / requis.

Resposta do teste: letra (b).

EQUIVALER é derivado do verbo VALER. O presente do subjuntivo do verbo VALER é “que ele valha”, por isso o correto é EQUIVALHA. O verbo SATISFAZER é derivado de FAZER. Se eles FIZERAM, o correto é SATISFIZERAM. O verbo REQUERER não é derivado de QUERER. É um verbo normal da segunda conjugação. Se ele VENDEU, PERDEU e COMPARECEU, o correto é REQUEREU.

O líder popular, governador José Sarney, está visitando os bairros. Ele e os seus secretários imediatos. Sarney entra em contato com o povo. Realiza, assim, a sua prestação de contas. Informa o que já fez o governo. Informa todo o seu trabalho no sentido de cumprir as promessas feitas durante a sua campanha eleitoral.

Dele, a palavra simples, a palavra orientadora. Dele, a sinceridade. Dele, a melhor compreensão para ouvir, para sentir, de perto, as necessidades do povo. Fala. Esclarece. Registra as ocorrências. O povo ouve e o aplaude. Para os adversários, Sarney está fazendo demagogia. Mas, para os que ouvem Sarney, o governo está conversando com o povo, mostrando as providências tomadas para resolver o problema da água, da luz. Fala apresentando fatos.

E o povo sabe que Sarney não está mentindo. Os adversários se encolhem, e outros utilizam a campanha do desespero. Utilizam uma oposição sem brilho, sem o fortalecimento das argumentações capazes de convencer. Criam. Inventam. Sarney realiza. Sarney governa. Sarney trabalha. Sarney mantém a liderança. É um fato.

Outro dia, surpreendemos Sarney na Coreia. E a Coreia iluminou-se. Parecia uma noite de festa. E perguntamos: “O que houve?” “O governador está no bairro”. E um boêmio que bebericava: “– Sarney está aí, veio falar com a gente. Já o vi. O branco fala bem. E olhe, vai recuperar o Maranhão. E deixa os outros falarem...” E Sarney estava no bairro, falando. Fazendo a reportagem do seu governo, do que tem feito. O povo ouvindo, aplaudindo Sarney.

E a verdade é que o líder popular vem fazendo muito. Exigir de Sarney mais não é possível. Encontrou um Estado arrasado. Um Estado sem identificação própria. Cid Carvalho afirmou isto e Renato também. O povo também dizia isto. Até os amigos da Copa, quando Newton estava no governo, diziam isto cá fora.Mas Newton fez umas coisinhas. Podia até ter mais. A política não deixou. O PSD não deixou. O ódio contra os adversários não deixou. Mas o “cassado” fez. Deixou marcas da sua presença no Executivo. É verdade que prevaleceu o aproveitamento. Newton ficou rico. Na sombra de Newton, muitos ficaram ricos. Havia mesmo campeando, por toda a parte, a licenciosidade. O furto generalizou-se. Mas o Brasil também estava submetido. Muitos outros governos roubaram!

A revolução pegou muita gente na fartura dos negócios mais escusos. Mas não se pode esconder que Sarney encontrou um Estado em situação difícil. E, em poucos meses de gerência, o ex-deputado udenista tem realizado. Deu outra feição na vida administrativa do Estado. Verdade. Tem contrariado alguns amigos. Tem irritado alguns inimigos. Mas Sarney governa. E o povo sabe e sente isto.

Mas dizíamos que o governador José Sarney está visitando os bairros. Está fazendo a sua prestação de contas. Está ouvindo o povo. Anotando as reclamações. Explicando. Submetendo-se ao julgamento popular. E isto é bom. Todos os governos deviam fazer isto. Conversar diretamente com o povo. Olhar de cara o povo, de perto. Prestar esclarecimentos. Mostrar a realidade da sua administração. Mostrar as dificuldades. Isto não é demagogia, é democracia. Democracia pura, boa e da melhor.

Sarney está falando ao povo. Mostrando as medidas “determinadas ao Departamento de Estrada de Rodagem para o asfaltamento das vias públicas dos bairros e outras melhorias para os subúrbios”. Com Sarney, o exemplo, a melhor maneira de responder aos ataques dos seus adversários. É a melhor maneira de continuar oposicionista! Tá certo ou não tá? – Tá!

Anil viu Sarney numa noite magnífica. Um céu na iluminação das estrelas. Um pedaço de luz no crescimento. Com o povo, a iluminação de novas esperanças. E Sarney falou. O povo aplaudindo o líder oposicionista. O político evoluído que há em Sarney. E parece que Sarney vai prosseguir, visitando os bairros e os subúrbios. Com os adversários, o desespero. A raiva. E, com raiva e despeito, eles trabalham, estão trabalhando em favor de Sarney. O povo gosta de ouvir Sarney. E, no Anil, ouvimos as mais encantadoras impressões. E, enquanto houver a confiança do povo, o governo vai bem. O Maranhão vai progredindo. Sarney, acreditamos ainda, não decepcionará.

O governador está falando nos bairros, falando ao povo.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 28 de outubro de 1966 (sexta-feira).

Em meio à pandemia da covid-19, o Festival Caleidoscópio, realizado há sete anos na Baixada Fluminense, no Estado do Rio de Janeiro, começará, hoje (17), mais uma edição virtual para discutir temas e apresentar atrações ligadas à cultura hip hop. Neste ano, o tema principal do festival será a representatividade.

A programação conta com Master Classes, exposição de artes, feira criativa, painel de graffiti, apresentações de DJs, batalhas de MCs e plantio de espécies nativas da Mata Atlântica na Serra do Vulcão, em Nova Iguaçu.

A abertura do festival será realizada pelo rapper Dudu de Morro Agudo (DMA), que apresentará atividades e discussões propostas na edição. Tudo será transmitido no site do festival e nas redes sociais do Instituto Enraizados, fundado por DMA. 

As Master Classes ocorrerão ao longo da semana que vem. Para segunda-feira (19), está previsto o tema Maternidade e Arte Independente, com a MC/rapper Lisa Castro, a produtora-executiva, artística e mãe Yvie e a produtora cultural, empreendedora, artista e mãe Naitha.

Na terça-feira (20), a discussão abordará Racismo e Internet, com o rapper DMA, a codiretora-executiva do Olabi e coordenadora da PretaLab Sil Bahia, e o gerente do hub Nós, Duda Vieira;

Na quarta-feira (21), a Master Class terá o tema Pluralidades e Vivências Trans, com o jornalista e criador de conteúdo Thiago Peniche, a produtora e fundadora do Baphos Periféricos Quitta Pinheiro, e a escritora, cantora e slammer Valentine.

E, na quinta-feira (22), será debatido o Rap de Ontem, de Hoje e de Amanhã, com o rapper Léo da XIII, a rapper Edd Wheller, integrante do grupo feminino pioneiro Damas do Rap, e o também rapper Kall FBX.

(Fonte: Agência Brasil)

Trabalhadores encontraram fragmentos de fósseis de dinossauros enquanto faziam a escavação de uma galeria para escoamento de água de chuva na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294). As peças foram encontradas nas obras de uma praça de pedágio, a uma profundidade de 20 metros da superfície do solo, no quilômetro 623 da rodovia, entre as cidades paulistas de Irapuru e Pacaembu.

Segundo a concessionária da rodovia, a Eixo SP, as obras foram paradas imediatamente para que os trabalhos paleontológicos fossem feitos. Os trabalhos foram desenvolvidos pelo paleontólogo Fabiano Vidoi Iori e pelo biólogo Leonardo Paschoa, ambos pesquisadores do Museu de Paleontologia Pedro Candolo, em Uchoa (SP).

De acordo com a Eixo SP, as pesquisas indicam que, entre as dezenas de fragmentos fósseis encontrados, estão ossos dos gigantes titanossauros – os dinossauros “pescoçudos”, quadrúpedes e herbívoros que podiam alcançar por volta de 20 metros de altura – e dentes de abelissaurídeos, dinossauros predadores bípedes, que chegavam a até nove metros de comprimento.

Outros fragmentos extraídos sugerem que, no período Cretáceo – que durou de 145 milhões a 65 milhões de anos atrás – a região era formada por rios e lagos. O material encontrado também inclui ossos, escamas e dentes de crocodiliformes; escamas de peixes; e restos de cascos e esqueletos de cágados, uma fauna que viveu por volta de 85 milhões de anos atrás.

“Dentre os fósseis coletados, temos peças bem importantes, em especial os fragmentos cranianos, que vão permitir investigar mais a fundo se as espécies descobertas são inéditas ou já catalogadas na região”, destacou o paleontólogo Fabiano Vidoi Iori.

Os fósseis foram levados para o Museu de Paleontologia de Uchoa e estarão expostos na reabertura do espaço, atualmente fechado em cumprimento às medidas restritivas de combate à pandemia de covid-19.

(Fonte: Agência Brasil)

Maior vencedor do futsal do Maranhão na atualidade, o Balsas Futsal irá, mais uma vez, representar o Estado em uma das principais competições do país: a Copa do Brasil de Futsal Masculino Adulto 2021. Contando com os patrocínios da Equatorial Energia e do governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, e da Prefeitura de Balsas, a equipe balsense entrará na disputa nacional como uma das grandes forças do torneio e vai em busca do inédito título, que ficou no quase em 2020. Na primeira fase deste ano, o Balsas Futsal terá pela frente o JES Futsal (PI). Os jogos de ida e volta estão marcados para os dias 11 e 16 de maio, em Teresina e em São Luís, respectivamente.

Com a terceira colocação conquistada na temporada passada, o Balsas Futsal fez a melhor campanha da história de um time do Maranhão na Copa do Brasil. O clube maranhense chegou até às semifinais, quando foi eliminado pela equipe do Dois Vizinhos (PR) que, após avançar à decisão, sagrou-se campeã.

O desempenho em 2020 é motivo de confiança para o Balsas Futsal fazer mais uma bela campanha neste ano. Comandada pelo técnico Hallyson Dias, a equipe maranhense passou por um processo de reformulação, mesclando experiência com juventude para montar um time forte e à altura da tradição do maior clube de futsal do Maranhão.

“Buscamos atletas de Balsas que estavam em outros Estados. São atletas que participaram conosco de campanhas vitoriosas anteriores. Também trouxemos atletas que foram campeões conosco em 2018. Vamos contar com a experiência do Neto Caraúbas e do Tatu, que continua no elenco e que foi muito importante nas conquistas do ano passado. Estamos montando uma equipe forte. Graças aos patrocínios da Equatorial Energia, do governo do Estado e da Prefeitura de Balsas, vamos conseguir ficar o ano todo trabalhando e aprimorando nossa equipe visando a Copa do Brasil e as demais competições”, afirmou Hallyson.

Copa do Brasil

Em 2021, a Copa do Brasil de Futsal Masculino chega à sua 5ª edição. Além do Balsas Futsal, o torneio contará com outros 29 clubes de 16 Estados. Esta será a primeira vez que a competição atinge este número de clubes numa única participação.

A fórmula de disputa é bem simples: o evento será disputado em cinco fases, sendo a primeira fase com até 16 grupos, definidos pela logística dos clubes envolvidos, reduzindo custos fimamceiros. Em todas as fases, são jogos de ida e volta, classificando a equipe que obtiver duas vitórias ou uma vitória e um empate. A ordem dos jogos da 1ª fase foi definida por sorteio, porém, nas demais fases, fará o segundo jogo em casa a equipe com melhor índice técnico geral.

Balsas Futsal

Com apenas dez anos de existência, o Balsas Futsal tornou-se o clube mais vitorioso do futsal maranhense. A equipe balsense contabiliza oito títulos estaduais e diversos resultados expressivos em sua história: 3º lugar na Copa do Brasil de Futsal 2020, 5º lugar na Taça Brasil de Clubes de Futsal Divisão Especial, vice-campeão na Liga Nordeste de Futsal, vice-campeão Brasileiro Primeira Divisão dentre outras conquistas e participações em relevantes competições estaduais e nacionais, também tendo destaque nas categorias de base.

Vale destacar que o Balsas Futsal conta com os patrocínios da Equatorial Energia e do governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, e da Prefeitura de Balsas, além dos apoios da Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma) e da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef-MA).

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Assim como a impressão digital, cada pessoa tem uma voz única. Pode até ser parecida, nunca igual. Mas isso não impede que dubladores e imitadores emprestem suas identidades vocais a personagens de séries televisivas, desenhos animados e filmes de cinema. Neste ano, a identidade vocal é o tema do Dia Mundial da Voz, data celebrada nesta sexta-feira (16) e criada há 18 anos.

Entre aqueles que “burlam” a natureza, estão os dubladores Fátima Mourão e Isaac Bardavid, cujas vozes fazem parte do entretenimento audiovisual. Ao longo da entrevista com Fátima, quem também aparece é a princesa She-ra e Olívia Palito. Na vez de conversar com Isaac, o ranzinza Wolverine (X-Men) e o saltitante Tigrão (Ursinho Pooh) disputam espaço com o veterano.

Aos 90 anos e aposentado “há uns 40 anos, mas não da dublagem”, Isaac muda o tom apenas para falar sobre as diferenças de reconhecimento entre dubladores norte-americanos e brasileiros. “Lá, eles enriquecem”, afirma, taxativo. Mas suas queixas são poucas: nem mesmo o problema de audição que surgiu com a idade diminui a empolgação quando fala sobre sua companheira de profissão – a voz, responsável por dublar mais de 40 mil filmes, na conta do próprio.

[...] é muito divertido dublar, sabia? Mesmo aquelas dublagens mais complicadas, mais difíceis. É sempre com grande prazer que você as faz e quando você termina, a alegria de ter feito é muito grande. 

Isaac é ator, dublador e poeta (ou escritor de sonetos, como frisou). Seu maior sucesso televisivo foi o tirano feitor Seu Francisco, na novela Escrava Isaura (1976). Dublador de personagens como o computador K.I.T.T., do seriado A Super Máquina, e do vilão Esqueleto, do desenho He-man, sua voz deixou marcas em diferentes gerações brasileiras ao ser usada para dublar Wolverine, personagem praticamente imortal das histórias em quadrinhos, e que ganhou o mundo do desenho animado e do cinema. “A minha voz é imortal na medida em que seja imortal a lembrança do Wolverine (e de outros personagens)”, explica. 

Sem aceitar a vaidade de ser um bom locutor e estar há 24 anos interpretando a voz do mutante no Brasil, Isaac considera que não foi sua voz que fez sucesso, mas sim o personagem. “É claro que eu tive algum mérito nisso. Mas qualquer outro dublador com alguma sensibilidade, e nós temos muitos, se fizessem o Wolverine, fariam o mesmo sucesso", acredita. 

Essa visão é compartilhada pela diretora de dublagem Fátima de Mourão, que tem, no currículo, filmes como O Vento Levou e o desenho animado She-ra. Ela explica que, apesar de um certo apego natural, não é incomum a troca de dubladores. “Eu fiz alguns filmes logo no começo da (carreira da atriz) Julia Roberts, mas, depois que me mudei, foi natural que outras amigas queridas continuaram fazendo um belíssimo trabalho dublando-a”, conta. Contudo, Fátima ressalta que é preciso manter uma conduta ética de buscar chamar os mesmos dubladores quando disponíveis na praça.

Antes de dublar, Fátima atuava no teatro. Meio ao acaso, participou de um teste na Peri Filmes, a convite de Mário Monjardim (voz do Pernalonga), onde deveria gravar uma galinha. Ela conta que, literalmente, “soltou a franga”, fazendo com que a voz esganiçada e o sincronismo impressionassem os presentes. Depois disso, fez outras atuações, até que passou no teste para ser a voz da Olívia Palito. 

Foi surpreendente quando me deparei com a dublagem. Eu vi o potencial da minha voz. Me redescobri como profissional. 

Na sua trajetória nos estúdios de dublagem Herbert Richard (que fechou as portas em 2009), ela interpretou a voz da mãe da criança protagonista do filme ET, o Extraterrestre. A película, dirigida por Steven Spielberg, obrigou o estúdio brasileiro a atualizar a tecnologia da época, inferior às exigências do diretor e de Hollywood.

Yasmin Yassine:  notoriedade pelas vozes imitadas

No Brasil, os personagens dublados tendem a ser mais famosos que os dubladores. Mas há quem seja reconhecido por imitar vozes populares. Yasmin Ali Yassine é um desses fenômenos. A youtuber (que contabiliza 380 mil inscritos em seu canal), podcaster e cantora acabou viralizando após imitar algumas dessas vozes. Mais especificamente, ela faz a voz do Cebolinha (Turma da Mônica) – criada, profissionalmente, pela dubladora Angélica Santos – e reproduz a voz feminina do Google no Brasil, gravada originalmente pela locutora Regina Bittar.

Em um canal de humor, Yasmin pode estar frente a frente com Angélica Santos e foi elogiada por sua interpretação do Cebolinha. Hoje, ela é uma das apresentadoras do Vênus Podcast e pretende convidar Regina Bittar para confrontar a voz oficial do Google com a sua versão “paraguaia”, em suas próprias palavras. 

Aos 24 anos e formada em Comércio Exterior, ela deixa claro que não é dubladora e que a profissão exige uma longa qualificação, bem como registro profissional, que ela pensa buscar um dia. Cantora e DJ em eventos, ela atribui a sua formação e estudos em canto à capacidade de oscilar rapidamente entre vozes tão distintas da sua. 

Quando era adolescente, esperava que minha voz chegasse ao mundo pela música. Inesperadamente, estourei na imitação, que não era algo que fazia, mas que tem tudo a ver com consciência vocal que vinha das aulas de canto.

Por ofício e diversão, Yasmin tornou sua voz em instrumento profissional diário. Por isso, aumentou sua preocupação com a saúde e espera incluir sessões de fonoaudiologia na rotina em breve. “Meu professor de canto pede pra reparar, se o canto tiver cansando, ir outro caminho. Evito líquido gelado, tento comer saudável. É importante aquecer e desaquecer”.

Enquanto Isaac conta não ter tido obstáculos de saúde vocal durante sua carreira, Fátima opta sempre por alertar os participantes dos seus cursos ou dubladores que dirige sobre a necessidade de aquecer bem a voz antes de um trabalho. “Se você entra no estúdio e não fez um aquecimento fácil, a sua mandíbula pode sair do lugar, ou ficar muito inchada”, relata. 

Mesmo com trajetórias diferentes, Yasmin, Isaac e Fátima mostram fascínio e gratidão por aquilo que alcançaram e alcançam com suas vozes.

Dia Mundial da Voz

A voz começa na laringe, após a vibração das pregas vocais (popularmente chamadas de cordas vocais) sob a pressão do ar dos pulmões. Livia Lima, que integra a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, explica que as pregas vocais são músculos e que, portanto, precisam ser exercitadas para ter maior flexibilidade.

A preocupação com a saúde vocal é antiga no Brasil e fez com que encabeçasse, desde 1999, uma campanha pelo Dia da Voz, com o intuito de chamar atenção para o câncer de laringe. Em 2003, a data tomou proporção mundial e hoje completa 18 anos. Na pandemia, o uso intensivo de máscaras cria um bloqueio das ondas sonoras emitidas, pode produzir cansaço na fala e problemas de comunicação. Por isso, Livia lista algumas dicas para evitar esses problemas:

No caso de dubladores e imitadores, a especialista aponta que o cuidado com a voz deve ser redobrado. Apesar da voz ser parte da identidade de cada pessoa, os dois precisam produzir outro conjunto de características vocais para representar ou imitar um determinado personagem. “É possível você fazer a dublagem ou imitação sem se machucar. Para isso, é importante se preparar”. Ela relata casos de sucesso em que dubladores tiveram melhor performance após a atenção de um fonoaudiólogo. 

(Fonte: Agência Brasil)

O Conselho Estadual de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDCA) informou que publicará, em seu sitenota técnica sobre todos os procedimentos que devem ser adotados em casos de agressão contra menores de idade. O texto será submetido à assembleia plena do conselho para aprovação.

O presidente da instituição, Carlos André Moreira dos Santos, disse que o tema é pauta prioritária da instituição. “Além de ser um órgão deliberativo e fiscalizador, o conselho estadual é um órgão de controle social que vai acolher as denúncias e cobrar das autoridades competentes, para que sejam tomadas as devidas providências”, acrescentou.

Pessoas com suspeita de que uma criança está sendo vítima de maus-tratos podem informar o caso aos conselhos tutelares, às polícias Civil e Militar, ao Ministério Público e, também, pelo canal Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

O professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), Daniel Monnerat, especializado em psiquiatria infantil, explicou que, diferentemente de pacientes adultos, uma criança vítima de violência pode apresentar quadros de depressão e ansiedade. Além de perda de interesse em atividades antes prazerosas e humor deprimido, esses quadros podem ser caracterizados por aumento de irritabilidade, isolamento social, alterações de sono e no apetite.

Monnerat esclareceu que as crianças podem passar a comer mais ou menos, como uma atitude compensatória para suprir a ansiedade, por exemplo, de estarem sofrendo agressões verbais ou físicas. Esses são, segundo o especialista, os principais pontos que devem ser observados.

“A criança pode apresentar, indiretamente, esses sinais ou sintomas, mostrando que é preciso investigar e esclarecer se essas agressões podem estar acontecendo ou não”. Para o professor, quanto mais nova uma criança e mais cedo é vítima de agressão, mais dificuldade, muitas vezes ela tem de verbalizar o que esteja sofrendo. É preciso que pais e responsáveis tenham sensibilidade para entender os sinais e sintomas de uma possível agressão contra os menores.

Acompanhamento

De acordo com o médico, o tratamento psiquiátrico para uma criança vítima de maus-tratos tem de ser particularizado, caso a caso. “Porque não sabemos se essa criança que está sofrendo alguma agressão moral ou física já apresentava algum diagnóstico psiquiátrico prévio”.

Ele disse que, de qualquer maneira, o acompanhamento tende a ser multiprofissional. Ou seja, envolve acompanhamento psiquiátrico, “medicando ou não a criança, de acordo com os sintomas mais ou menos exuberantes que possam interferir de maneira mais incisiva na rotina de vida dela” e buscando apoio de psicólogos e pediatras. Acrescentou que sinais observados no exame físico ou na consulta podem servir para que se faça uma intervenção que permita interromper aquele processo de agressão ao qual o menor esteja sendo submetido.

O presidente do Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Marco Gama, afirmou que as principais causas de morte em crianças acima de 1 ano até os 19 anos de idade no país são violência e acidentes. “Não são as doenças infectocontagiosas”. Advertiu que, em geral, as pessoas não têm essa visão. O pediatra avaliou, por outro lado, que as mortes por violência e acidentes são evitáveis, mas faltam ações para que esses números sejam reduzidos.

No período de 2010 a agosto de 2020, 103.149  crianças e adolescentes de até 19 anos de idade morreram vítimas de agressões no Brasil. Os óbitos por agressões e suas causas podem ser conferidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, obedecendo à Classificação Internacional de Doenças (CID-10).

Até 4 anos

Os números analisados pela SBP mostram que, entre 2010 e agosto do ano passado, 2.083 crianças mortas por maus-tratos estavam na faixa etária de zero a 4 anos de idade. Essa era a idade do menino Henry Borel, vítima de suposta violência em casa que o levou à morte, no último dia 8 de março.

Embora os números relativos a 2020 ainda sejam preliminares, a análise da década revela que as agressões por meio de disparo de outra arma ou de arma não especificada lideram os óbitos entre crianças e jovens, totalizando 76.528 casos. Na faixa até 4 anos, esse tipo de agressão causou 386 mortes nos últimos dez anos. Em seguida, aparecem as agressões por meio de objeto cortante ou penetrante, com 10.066 mortes entre crianças e adolescentes de até 19 anos.

De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, as agressões por meios não especificados foram as causas de 451 mortes de crianças até 4 anos no período investigado, seguidas por agressões por meio de objeto contundente (254), por outras síndromes de maus-tratos (190) e por agressões por meio de objeto cortante ou penetrante (164).

Violência e doença

Marco Gama esclareceu que, embora a mortalidade seja alta, o número de vítimas de agressão é muito superior. Em 2018, por exemplo, foram 140 mil crianças e adolescentes agredidos. “Isso é subnotificado”, disse. O total de crianças de zero a 4 anos de idade foi de 32 mil, “também subnotificado”, nesse ano. “É um número crescente, a cada ano que passa, de crianças sendo mais agredidas”.

Segundo o pediatra, um conceito que a sociedade precisa entender é que violência para a criança é uma doença crônica, “porque ela tem uma história, tem exame clínico, laboratorial e de imagem, tem tratamento e encaminhamento”. O médico lembrou que o problema dessa doença, principalmente em sua parte crônica, é que ela vai se perpetuando em muitas famílias. O filho de um pai violento, se não morre em decorrência das agressões, acaba se tornando também violento. “Nessa família, a violência é uma coisa crônica, que vai se perpetuando enquanto não for interrompida”.

Muitas vezes, a criança é tirada dos pais e devolvida aos avós, que são os agressores iniciais do processo e aí começa tudo de novo, observou Gama. Ele assegurou que ninguém nasce violento. A criança vai, ao longo do sofrimento de vários tipos, se tornar um adulto violento e até um homicida. “Como pode não se tornar, como essa criança que faleceu”, disse o pediatra, referindo-se ao menino Henry Borel cuja mãe, Monique Medeiros, e o namorado dela, vereador Dr. Jairinho, foram presos, investigados pela morte da criança.

Marco Gama afirmou que não só o número de óbitos por maus-tratos é grande, mas também o de sequelados, com sequelas físicas, de retardo do desenvolvimento físico, psíquico, cognitivo. “Tem criança que não consegue ter bom nível de aprendizado devido à violência que sofreu. É um processo gigantesco que acontece todos os dias”.

Para ele, o caso do menino Henry Borel ganhou visibilidade pelo fato de ser de família de classe média. O pediatra lembrou, entretanto, que a violência acontece em todas as classes sociais, todas as etnias, todas as religiões, e os pais são de todos os níveis de escolaridade. “Todos são violentos”.

Pandemia

Na análise do presidente do Departamento Científico de Segurança da SBP, embora não haja ainda estatísticas oficiais, “seguramente” o número de violência contra crianças e jovens cresceu durante a pandemia de covid-19. Marco Gama observou que a criança poderia pedir socorro a um vizinho, à professora ou a um colega na escola, a um padrinho com quem tenha proximidade afetiva. Mas, com o isolamento social imposto pela pandemia, a criança que sofre maus-tratos está limitada ou presa no ambiente domiciliar.

As estatísticas mostram que, em 2018, 83% dos agressores foram o pai ou a mãe e que mais de 60% das agressões foram cometidas dentro das residências. “A pandemia propiciou o conjunto ideal para o agressor”. O mesmo ocorreu em relação às mulheres, com a expansão de feminicídios, destacou. “As agressões aumentaram durante a pandemia, e as chances de defesa das crianças diminuíram”.

Gama defendeu a criação de uma rede técnico-científica para combater os maus-tratos contra as crianças e adolescentes, “porque violência, como doença, é caso médico, mas como agressão, é caso de polícia”. É preciso, segundo o pediatra, tratá-la nas duas instâncias, interromper esse processo e cuidar precocemente das vítimas.

Para Marco Gama, a rede de proteção aos menores tem de ser mais efetiva, mais ágil e conhecer melhor a violência. Essa rede envolveria a SBP, a Justiça, a Polícia Civil, o Ministério Público. A SBP tem um projeto nesse sentido, que começou a ser elaborado. Gama citou o caso da organização não governamental (ONG) Dedica, da Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas de Curitiba, que, há 13 anos, atende crianças e adolescentes que vivem em situação de violência.

A presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, observou que “o Brasil precisa estar preparado para, por meio da efetiva implementação das políticas de prevenção à violência na infância e na adolescência, garantir ações articuladas entre educação, saúde, segurança e assistência social”.

Luciana comentou que o tratamento humilhante, os castigos físicos e qualquer conduta que ameace ou ridicularize a criança ou o adolescente, quando não letais, podem ser extremamente danosos à formação da personalidade e como indivíduos para a sociedade, bem como interferem negativamente na construção da sua potencialidade de lutar pela vida e no equilíbrio psicossocial. “Nascer e crescer em um ambiente sem violência é imprescindível para que a criança tenha a garantia de uma vida saudável, tanto física quanto emocional”.

(Fonte: Agência Brasil)