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De acordo com o estudo “Por Elas Que Fazem a Música”, divulgado pela União Brasileira de Compositores (UBC), cresceu 56% o número de novos associados do sexo feminino à entidade de 2018 para 2019. Considerando o total de novos associados, o incremento observado em 2019 em relação ao ano anterior foi de 34%. “O número de mulheres associadas cresceu em velocidade mais rápida”, afirmou à Agência Brasil a gerente de Comunicação e coordenadora da pesquisa da UBC, Elisa Eisenlohr.

Elisa ressalta, entretanto, que ainda existe um grande gargalo entre a participação de homens e mulheres na indústria fonográfica. A pesquisa revela, por exemplo, que apenas dez mulheres estão entre os 100 maiores arrecadadores de direitos autorais no país.

Em sua terceira edição, o estudo mostra que, apesar do crescimento de 56% no número de novas associadas à UBC, permanece a desigualdade porque, dentre todos os mais de 33 mil associados da entidade, somente 15% são mulheres, contra 85% de homens. Em 2018, o sexo feminino no mercado fonográfico participava com 14%.

Concentração

A maior concentração das cerca de 5 mil associadas da UBC está na Região Sudeste (64%), seguida do Nordeste, com 14%. Nas demais regiões do país, as mulheres estão presentes com 9% (Sul), 7% (Centro-Oeste) e 2% (Norte). Elisa Eisenlohr aponta que o relatório mostra para o mercado onde as mulheres estão menos representadas. A migração para o Sudeste é consequência natural das carreiras ligadas à indústria fonográfica. “O artista, quando quer fazer ‘show’, acaba se mudando para cá”, comentou.

Por faixa etária, a maioria das mulheres que atuam nesse mercado tem entre 30 e 39 anos de idade (29%), 20 e 29 anos (20%) e 40 e 49 anos (19%). Apenas 3% estão abaixo de 20 anos, e 12% se encontram entre 50 e 59 anos.

O estudo constata que os recebimentos como intérprete continuam tendo o dobro da importância econômica para as mulheres (27%) do que para os homens (14%). Elisa informou que a UBC representa quase 60% do volume arrecadado pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) em direitos autorais. Do total de recursos distribuídos pela UBC em 2019, 91% foram para homens e 9% para mulheres. Do total distribuído, as maiores participações para o sexo feminino foram observadas nas profissões de versionista (29%), contra 71% dos homens; e intérprete (17%), contra 83% de homens. O sexo masculino domina também nas profissões de autor ou compositor (92%), músico executante (93%) e produtor fonográfico (93%).

Rubrica

O estudo revela ainda que, em relação ao ano anterior, foi registrada expansão no número de obras e fonogramas cadastrados que têm participação de mulheres como produtoras fonográficas (+15%), autoras e músicos executantes (+11% cada uma) e intérpretes (+9%). A TV aberta foi a rubrica com menor participação feminina no ano passado (7%), contra 93% de homens. Entretanto, essa foi a segunda maior fonte de rendimentos dentre o total arrecadado pelas mulheres. A primeira fonte foi o rádio, com 25%. Entre os homens, a TV aberta foi a maior fonte de rendimentos, com 28% do total arrecadado, seguido por “show”, com 22%.

A pesquisa também cita que o canal da UBC no YouTube (focado em carreiras e tutoriais) tem 78% dos expectadores do sexo masculino, contra 22% de mulheres.

Segundo a coordenadora do estudo, como a mulher tem poucas referências nessa área musical, um dos desafios para elevar a representatividade feminina na música nacional “é quebrar esse estreitamento e abrir os horizontes na indústria”. Outro desafio é entrar nesse ambiente supermasculino de estúdio para que a mulher seja considerada tão apta como os homens para desempenhar atividades como compositora, músico executante, baterista, por exemplo. É preciso também “inspirar as novas gerações para que as mulheres se sintam também capazes”, porque o homem está bem ambientado e a mulher é muito mais vista como intérprete e versionista, ou seja, pessoa que faz a versão de obras que não são dela. “É isso que a gente quer mudar”, afirmou Elisa.

(Fonte: Agência Brasil)

Você se lembra do sujeito determinado composto?

Hoje é dia de enfrentá-lo. Como será que devemos fazer a concordância verbal com os sujeitos compostos? E mais um pouco de crase.

Dicas gramaticais

1. "Não só o aluno mas também o professor ERROU ou ERRARAM a questão?"

O correto é "Não só o aluno mas também o professor ERRARAM a questão". O verbo vai normalmente para o PLURAL, concordando com o sujeito determinado composto.

Quando o sujeito determinado composto é ligado por "não só... mas também" ou por "não só... como também", o verbo deve concordar no PLURAL:
“Não só o aluno mas também o professor ERRARAM a questão”.
“Não só o público como também os organizadores FICARAM insatisfeitos”.

2. "Nem eu nem você PODE ou PODEMOS viajar neste mês?" Tanto faz. As duas formas são aceitáveis.

- Quando o sujeito determinado COMPOSTO é ligado pela dupla negativa “nem... nem”, a concordância é facultativa (singular ou plural):
“Nem o gerente nem o diretor COMPARECEU ou COMPARECERAM à reunião” e “Nem eu nem você PODE ou PODEMOS viajar neste mês”.

Se houver idéia de alternativa (= o fato expresso pelo verbo só pode ser atribuído a um dos sujeitos), devemos usar o verbo no SINGULAR:
“Nem o Pedro nem o José SERÁ ELEITO o presidente do grêmio estudantil”. (= só um pode ser eleito)

- Quando o sujeito é determinado SIMPLES, o verbo fica no SINGULAR:
“Nem um nem outro diretor COMPARECEU à reunião”.
“Ainda não CHEGOU nem uma nem outra candidata”.

Crase
1. Saiu a noite ou à noite?
Depende.

Se “saiu a noite”, foi a noite que saiu. Eu vou compreender que quem saiu foi a noite (= sentido figurado): “a noite surgiu, apareceu...” ou simplesmente “anoiteceu”.

Entretanto, se você “saiu à noite”, significa que você não saiu “à tarde ou pela manhã”, ou seja, “à noite” é um adjunto adverbial de tempo.

2. Saiu as 10h ou às 10h?
Só pode ter sido “às 10h”.

“Hora” indica tempo e é uma palavra feminina. É um adjunto adverbial de tempo formado por palavra feminina, logo devemos usar o acento grave: “A aula começa sempre às 7h”; “A reunião será às 8h”; “A sessão só começará às 16h”; “Ele vai sair às 20h”.

3. A reunião será a ou à partir das 14h?
O certo é: “A reunião será a partir das 14h” (= sem acento da crase).

"A partir de" é uma locução prepositiva formada por um verbo. Não há crase, porque é impossível haver artigo antes de verbo (= partir).

Teste de ortografia
Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas da frase abaixo.
"Esta __________ não __________ tampa".
(a) tijela – possui;
(b) tijela – possue;
(c) tigela – possue;
(d) tigela – possui.

Resposta do teste: letra (d).
Não existe "tijela", com "j". Toda “tigela” se escreve com "g". A forma verbal POSSUI deve se grafada com "i", porque é do verbo POSSUIR, que se escreve com "i": possuir – ele possui; influir – ele influi; concluir – ele conclui; atrair – ele atrai; cair – ele cai; distrair – ele distrai.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) inicia, nesta sexta-feira (6), o novo modelo de concessão de bolsas de pós-graduação para mais de 350 instituições de ensino superior públicas e privadas do país. A distribuição será com base no desempenho acadêmico e no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) da cidade onde o curso é ofertado.

A relação das bolsas de mestrado e doutorado será divulgado no “site” da autarquia, e estarão disponíveis para serem distribuídas pelos cursos aos estudantes em março. Essa é a primeira vez que a Capes define regras unificadas para a concessão do benefício. Serão redistribuídas 84,1 mil bolsas.

Não se tratam de novas bolsas, mas de bolsas existentes que serão redistribuídas de forma gradual de acordo com os critérios estabelecidos pela Capes. Os estudantes que já têm bolsas de estudo não serão atingidos. As regras valem apenas para as vagas que estão desocupadas ou cuja previsão de conclusão de pesquisa seja este ano.

Cursos que perderem bolsas pelo novo cálculo, mas que estiverem com as bolsas ocupadas, permanecem com as bolsas até a conclusão das pesquisas, mas não poderão ofertar o benefício a novos estudantes.

Atualmente, as universidades e os programas de pós-graduação têm uma determinada quantidade de bolsas de estudos. Se um bolsista conclui a pesquisa, a bolsa é repassada para um novo bolsista do mesmo programa.

Agora, as bolsas não permanecerão, necessariamente, no mesmo programa. Um curso de mestrado ou doutorado poderá perder ou ganhar bolsas de acordo com os critérios estabelecidos. Haverá uma transição para que os cursos não sejam prejudicados. Eles poderão perder, no máximo, 10% das bolsas ou ganhar até 30% das bolsas atuais.

Segundo a Capes, o modelo foi pensado para corrigir distorções. “O modelo revê, por exemplo, a distribuição de bolsas de estudos para cursos que possuem a mesma nota, estão na mesma área de conhecimento e localização geográfica, mas contam com quantitativos de bolsas muito diferentes. Também entram, nesse contexto, cursos de excelência com número de bolsas inferior ao de cursos com nota mínima permitida”, informou a autarquia.

Os critérios valem até fevereiro de 2021 e poderão ser revistos após esse período. As regras valem para os Programa de Demanda Social (DS), Programa de Excelência Acadêmica (Proex), Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (Prosup) e Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições Comunitárias de Ensino Superior (Prosuc).

Atualmente, os bolsistas de mestrado recebem, por mês, R$ 1,5 mil e os de doutorado, R$ 2,2 mil.

(Fonte: Agência Brasil)

MENINOS DE OURO

Após os torneios para a garotada das categorias de base, a Federação Maranhense de Futebol 7 (FMF7) decidiu inovar com a realização da primeira edição da Copa Papai Bom de Bola. O torneio é destinado aos pais dos jovens atletas, que disputam, regularmente, as competições promovidas pela FMF7 ao longo do ano. Ao todo, 18 times estão confirmados, sendo que 12 na categoria +30 e seis na categoria +40.

“Estamos proporcionando uma nova experiência aos pais dos meninos e meninas que participam das nossas competições de base. Os pais estão sempre presentes nos jogos dos filhos e, agora, vão estar em campo, enquanto os filhos estarão nas arquibancadas. Temos certeza de que será um momento muito especial para pais e filhos”, explicou Waldemir Rosa, presidente da FMF7.

FLAMENGO

As disputas da Copa Papai Bom de Bola terão início já neste fim de semana, com a realização de nove partidas. Todos os jogos ocorrerão no campo do A&D Eventos, no Bairro do Turu.

No sábado (7), a bola vai rolar para Ponte Preta x Society Club Calhau e Cruzeiro B x Aurora, ambos pela categoria +30. A rodada começará a partir das 14h45.

CRUZEIRO

Já no domingo (8), as partidas ocorrerão tanto na parte da manhã, quanto no período vespertino. Às 8h30, tem Meninos de Ouro/AABB x Olímpica (+30). Na sequência, tem Meninos de Ouro/SRT x Grêmio Maranhense (+30) e Juventude Maranhense x Afasca (+30).

À tarde, os jogos recomeçarão a partir das 14h45, com Flamengo x Cruzeiro São Luís (+30). Logo em seguida, começam as disputas da categoria +40: Palmeirinha x Grêmio Maranhense. AABB x Olímpica e Meninos de Ouro x Cruzeiro São Luís.

Tudo sobre a Copa Papai Bom de Bola está disponível no “site” (www.fut7ma.com.br) e nas redes sociais oficiais da federação (@fmf7ma). A competição recebe apoio da A&D Eventos, da WE Sports e da AP Assessoria de Imprensa.

TABELA DE JOGOS
Sábado (7/3) / A&D Eventos
14h45 – Ponte Preta x Society Club Calhau (+30)
16h – Cruzeiro B x Aurora (+30)

Domingo (8/3) / A&D Eventos
8h30 – Meninos de Ouro/AABB x Olímpica (+30)
9h30 – Meninos de Ouro/SRT x Grêmio Maranhense (+30)
10h30 – Juventude Maranhense x Afasca (+30)
14h45 – Flamengo x Cruzeiro São Luís (+30)
16h – Palmeirinha x Grêmio Maranhense (+40)
17h – AABB x Olímpica (+40)
18h – Meninos de Ouro x Cruzeiro São Luís (+40)

(Fonte: Assessoria de comunicação)

O Museu Nacional estará parcialmente de portas abertas em 2022, quando se comemora o bicentenário da Independência. A estimativa é dos envolvidos no projeto de recuperação, que deu um passo importante nessa terça-feira (3) com a assinatura do termo da estrutura de governança, incluindo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Fundação Vale e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

Em solenidade realizada no Campus da Praia Vermelha da UFRJ, foi anunciado que já foram captados R$ 164 milhões, dos R$ 340 milhões necessários para as obras de reconstrução, depois da tragédia de setembro de 2018, quando um incêndio liquidou o acervo histórico e quase fez ruir as fachadas.

A reabertura plena da instituição só deverá ocorrer em 2025. O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, considerou que os recursos já garantidos são um bom começo, mas lembrou que ainda há uma longa jornada pela frente, quando serão necessários maiores aportes financeiros, para recuperar, ainda que parcialmente, a importância que o Museu Nacional possuía.

Dos R$ 164 milhões aportados, R$ 55 milhões são provenientes de emendas de deputados federais, R$ 50 milhões da Vale, R$ 21 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 20 milhões da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e R$ 16 milhões do Ministério da Educação (MEC). Os valores são arredondados.

A Unesco foi representada por sua diretora e representante no Brasil, Marlova Jovchelovich Noleto. A Vale contou com a presença de seu diretor-executivo de Relações Institucionais, Comunicação e Sustentabilidade, Luiz Eduardo Osório, que também é presidente do Conselho Curador da Fundação Vale.

(Fonte: Agência Brasil)

Termina, nesta segunda-feira (2), o prazo para os candidatos pré-selecionados na chamada única do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) complementarem as informações da inscrição. O procedimento deve ser feito pelo “site” do programa. São cobrados os dados bancários do estudante, do fiador e do seguro para pagamento da dívida em caso de morte.

As informações serão validadas pela instituição de ensino, que pode solicitar mais documentos. Após esse processo, o estudante já pode comparecer à agência da Caixa Econômica Federal e formalizar a contratação do financiamento.

Os candidatos não pré-selecionados foram, automaticamente, incluídos na lista de espera e devem acompanhar sua eventual pré-seleção entre 28 de fevereiro e 31 de março, na página do Fies.

Resultado

O Ministério da Educação (MEC) divulgou, na quarta-feira (26), o resultado do processo seletivo, para o primeiro semestre de 2020, do Fies e do Programa de Financiamento Estudantil (P-Fies). Neste semestre, o programa vai oferecer 70 mil vagas para financiamento estudantil em instituições privadas de ensino superior.

Os pré-selecionados na modalidade P-Fies deverão ir, pessoalmente, à instituição de ensino para validação das informações de sua inscrição e contratação do financiamento. No P-Fies, não existe a etapa de lista de espera.

O programa do MEC está dividido em duas modalidades, o Fies a juros zero para quem tem renda familiar de até três salários mínimos por pessoa e o P-Fies para aqueles com renda familiar “per capita” de até cinco salários mínimos, com juros que variam de acordo com o banco e a instituição de ensino. Essa última modalidade funciona com recursos dos fundos constitucionais e dos bancos privados participantes.

(Fonte: Agência Brasil)

A Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) anunciou, nesta semana, ter encontrado o que considera ser “a maior explosão já vista no Universo”. Ela foi detectada no aglomerado de galáxias Ophiuchus, que fica a cerca de 390 milhões de anos-luz da Terra.

De acordo com os astrônomos, uma “erupção gigantesca e recorde” atingiu um buraco negro em um aglomerado de galáxias distantes. A descoberta foi possível a partir de dados de raios-X dos observatórios de Raios-X Chandra, da Nasa; XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia; Murchison Widefield Array, na Austrália; e do Telescópio Gigante de Rádio Metrewave, na Índia.

“De certa forma, essa explosão é semelhante à forma como a erupção do Monte St. Helens, em 1980, arrancou do topo da montanha”, disse Simona Giacintucci, do Laboratório de Pesquisa Naval, em Washington, DC. Simona é a principal autora do estudo. “Uma diferença fundamental é que você poderia colocar quinze galáxias da Via Láctea seguidas na cratera. Essa erupção perfurou o gás quente do aglomerado”, acrescentou.

A quantidade de energia necessária para criar a cavidade em Ophiuchus é cerca de cinco vezes maior que o recordista anterior (MS 0735 + 74), e centenas e milhares de vezes maior que os aglomerados típicos em outras galáxias.

No centro do aglomerado de Ophiuchus, há uma grande galáxia que contém um buraco negro supermassivo. Os pesquisadores pensam que a fonte da erupção gigantesca é esse buraco negro.

Segundo a Nasa, apesar de os buracos negros serem famosos por puxar material em sua direção, eles geralmente expelem “quantidades prodigiosas de material e energia”. Isso acontece quando a matéria que cai em direção ao buraco negro é redirecionada para jatos ou vigas, que explodem no espaço e se chocam com qualquer material circundante.

As primeiras dicas sobre a explosão gigante no aglomerado de galáxias Ophiuchus aconteceram durante observações de Chandra relatadas em 2016, quando foi descoberta de uma “borda curva incomum” na imagem Chandra do “cluster”.

Na época, os observadores suspeitaram que isso representava parte da parede de uma cavidade no gás quente criado por jatos do buraco negro supermassivo. No entanto, eles descartaram essa possibilidade, em parte porque seria necessária uma enorme quantidade de energia para o buraco negro criar uma cavidade tão grande.

No entanto, o último estudo de Giacintucci e seus colegas mostrou que “uma enorme explosão ocorreu de fato”.

Primeiro, eles mostraram que a aresta curva também é detectada por XMM-Newton, confirmando a observação Chandra. O avanço crucial, para confirmar as suspeitas, ocorreu a partir de novos dados de rádio do MWA e dos arquivos GMRT, mostrando que a borda curva é realmente parte da parede de uma cavidade, uma vez que faz fronteira com uma região cheia de emissão de rádio e com a constatação de que havia elétrons acelerados até quase a velocidade da luz.

“Essa aceleração provavelmente se originou do buraco negro supermassivo”, informou a Nasa por meio de nota. "Os dados do rádio cabem dentro dos raios-X como uma mão em uma luva", disse o coautor Maxim Markevitch, do Centro de Vôo Espacial Goddard da Nasa, em Greenbelt, Maryland. "Este é o argumento decisivo que nos diz que uma erupção de tamanho sem precedentes ocorreu aqui".

Ainda de acordo com a agência norte-americana, a erupção do buraco negro deve ter terminado porque os pesquisadores não veem nenhuma evidência de jatos atuais nos dados de rádio. Esse desligamento pode ser explicado pelos dados de Chandra, que mostram que o gás mais denso e mais frio visto nos raios-X está atualmente localizado em uma posição diferente da galáxia central.

Se esse gás se afastar da galáxia, terá privado o buraco negro de combustível para o seu crescimento, desligando os jatos.

O Marshall Space Flight Center da Nasa gerencia o programa Chandra. O Centro de Raios-X Chandra do Observatório Astrofísico Smithsonian controla as operações científicas e de vôo de Cambridge e Burlington, Massachusetts.

(Fonte: Agência Brasil)

O Museu da Imagem e do Som (MIS) é um dos três museus da América Latina indicados ao Leading Culture Destination (LCD Awards) 2020, considerado o Oscar dos Museus, e a única instituição brasileira concorrente na premiação deste ano. A presidente do museu, Clara Paulino, explicou à Agência Brasil que a LCD fez um mapeamento prévio da instituição nas redes sociais e em termos de visitação, para conhecer a avaliação do público sobre o museu.

O MIS, que fica na cidade do Rio de Janeiro, concorre na categoria Melhor Destino Cultural na América Latina, em reconhecimento à sua importância para a vida artística da cidade e por todo o trabalho que vem sendo feito desde 1965. São três museus concorrentes em cada continente. Na próxima semana, será conhecido o vencedor. Essa é a sexta edição do prêmio, que será entregue entre os dias 4 e 5 de março, em Berlim, Alemanha.

De acordo com informação da assessoria de Imprensa do MIS, o LCD Awards é uma das premiações mais importantes do mundo na área de museus e instituições culturais, que identifica as ofertas mais significativas existentes no mercado e que podem traduzir-se em destinos de conexão entre as artes e o turismo. Os equipamentos indicados são avaliados por um corpo de jurados internacionais especializado.

Acervo

Inaugurado em 3 de setembro de 1965, como parte das comemorações do 4º Centenário da cidade do Rio de Janeiro, o MIS é o primeiro centro audiovisual do país e tem em seu acervo 315 mil itens de grandes nomes da cultura nacional das áreas de música, fotografia e cinema. Entre eles, destacam-se Augusto Malta, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim, Dorival Caymmi, Nara Leão. “É um acervo muito precioso, e a gente trabalha, diariamente, pela conservação dele”, ressaltou a presidente do museu.

No ano passado, o MIS voltou, depois de algum tempo, a oferecer programação cultural à população do Rio de Janeiro, com exibição de filmes, oficinas, entre outras atividades, “além de toda a riqueza do acervo, o maior do Estado. Acho que isso, na verdade, estimulou a indicação a essa premiação”, comentou Clara.

Além da nova sede cuja construção, em Copacabana, deverá ser retomada ainda este ano, o MIS tem duas unidades, sendo uma na Lapa e outra na Praça 15, ambas na região central da capital do Estado, em funcionamento constante. Clara Paulino disse que o acervo está disponível para pesquisadores. A unidade de pesquisa que, no momento, está funcionando provisoriamente na Lapa, enquanto são recuperados alguns espaços da Praça 15, está à disposição dos pesquisadores, que precisam apenas fazer um agendamento e especificar a pesquisa no “e-mail” [email protected].

Nova sede

Segundo Clara Paulino, a construção da sede do MIS é prioridade do governo fluminense. “Agora em janeiro, felizmente, a gente conseguiu parecer favorável do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para republicação do edital”. A Secretaria de Estado de Infraestrutura está efetuando os últimos ajustes para poder lançar a licitação. Após quatro anos da construção paralisada, a presidente do MIS acredita que, até o próximo mês de junho, a obra poderá ser retomada, prevendo-se sua conclusão em um ano. “A gente deve estar com o museu pronto em meados de 2021”.

Clara confirmou que os recursos necessários à retomada da obra serão oriundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mas ficarão inferiores à estimativa preliminar de R$ 41 milhões. “Teve vários ajustes no TCE, e esse valor foi reduzido”, afirmou.

(Fonte: Agência Brasil)

Apresentamos, neste domingo, o uso do acento indicativo da crase. Casos que sempre nos deixam dúvidas.

Dicas gramaticais
1. Eu fui AQUELA ou ÀQUELA farmácia?

O certo é: “Eu fui ÀQUELA farmácia”.

Os pronomes AQUELE(S), AQUELA(S) e AQUILO deverão receber o acento grave sempre que forem complementos de verbos e nomes cuja regência exija a preposição "a":
“Eu fui a (= preposição) aquela farmácia” (= Eu fui ÀQUELA farmácia); “Ele não fez referência a (= preposição) aquilo” (= Ele não fez referência ÀQUILO).

Se o verbo for transitivo direto, não haverá crase: “Ele viu (TD) aquela farmácia (OD)”; “Ele não leu (TD) aquilo”.

Algumas locuções adverbiais de tempo iniciadas pela preposição "em" podem ser iniciadas pela preposição "a". Nesse caso, usa-se o acento da crase: “Àquela hora tudo estava calmo” (= Naquela hora).

2. A nossa disciplina é semelhante A ou À dos militares?

O certo é: “A nossa disciplina é semelhante À dos militares”.

Nesse caso, temos a fusão da preposição “a” (= exigida pelo adjetivo “semelhante”) + o pronome demonstrativo “a” (aquela = a disciplina):
“A nossa disciplina é semelhante a (= preposição) + a (= aquela disciplina) dos militares”.

Os pronomes demonstrativos "a" e "as" (= aquela e aquelas) geralmente vêm antes da preposição "de" ou do pronome relativo "que":
“Sua reivindicação é igual à dos metalúrgicos”. (= igual a aquela dos metalúrgicos); “Faça uma linha paralela à do centro”. (= paralela a aquela do centro); “Ele se referiu às que reclamaram”. (= ele se referiu a aquelas que reclamaram); “Essa piada é semelhante à que me contaram ontem”. (= semelhante a aquela que me contaram ontem).

Se o verbo for transitivo direto, é impossível haver crase: “Ele chamou a da esquerda”. (= chamou aquela da esquerda); “Não conheço a que saiu”. (= não conheço aquela que saiu).

3. Aqui está a obra A ou À que ele se referiu?

O certo é: “Aqui está a obra A que ele se referiu”.

Nesse caso, não há crase. Temos apenas a preposição “a” exigida pela regência do verbo “referir-se” (= quem se refere sempre se refere a alguma coisa). Não há artigo definido nem pronome demonstrativo:
“Aqui está a obra a que ele se referiu”. NÃO significa “a obra a aquela que ele se referiu”.

4. Esta é a aluna À ou A quem o professor entregou as provas?

O certo é: “Esta é a aluna A quem o professor entregou as provas”.

Antes do pronome QIEM jamais haverá artigo. Isso significa que jamais haverá crase antes do pronome “quem”.

5. Aqui está a obra A ou À qual ele se referiu?

O certo é: “Aqui está a obra À qual ele se referiu”.

Observe a diferença: “Aqui está a obra a que ele se referiu”; “Aqui está a obra à qual ele se referiu”.

Qual é a diferença? Por que só ocorre a crase no segundo caso?

No primeiro caso, temos apenas a preposição “a” exigida pelo verbo “referir-se”; no segundo, ocorre crase porque, além da preposição “a” do verbo “referir-se”, temos o artigo “a” que antecede o pronome relativo “qual” (= a a qual ele se referiu).

Isso significa que deveremos usar o acento grave no artigo “a”/“as” que antecede o pronome relativo “qual”/“quais” (= à qual/às quais), sempre que houver também a preposição “a”:
“Esta é a aluna à qual o professor entregou as provas”; “Estas são as funcionárias às quais fizemos referência”; “Não lembro o nome da cidade à qual eles chegaram ontem”.

Se o verbo for transitivo direto, não há a necessidade da preposição e, consequentemente, não ocorre crase: “Esta é a aluna a qual vimos (TD) na praia”; “Estas são as funcionárias as quais estamos ajudando (TD)”.

Teste de ortografia
Que opção completa, corretamente, as lacunas da frase abaixo?
“Considerava sua __________ um simples __________”.
(a) assessoria – assessório;
(b) acessoria – acessório;
(c) assessoria – acessório;
(d) acessoria – assessório.

Resposta do teste: Letra (c).
Assessor e assessoria devem ser escritas com “ss”, mas acessório é com “c”

Hoje (28) completam-se 85 anos da morte de Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga, compositora, instrumentista, primeira maestrina brasileira e autora teatral, integrante do grupo dos fundadores da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT). Nascida no dia 17 de outubro de 1847, Chiquinha Gonzaga foi ainda a primeira pianista de choro e autora da primeira marcha carnavalesca do país, intitulada “Ó Abre-Alas”, em 1899. Sua importância foi tão grande para a música nacional que o dia do seu aniversário foi escolhido para instituir o Dia da Música Popular Brasileira, de acordo com a Lei 12.624, de maio de 2012.

Na avaliação do Ricardo Cravo Albin, advogado, jornalista, historiador, crítico, radialista e musicólogo brasileiro, considerado um dos maiores pesquisadores da MPB, Chiquinha é a “mãe” da música popular brasileira. “Isso não é pouco, porque Chiquinha aparece no século XIX, um tempo em que a mulher era, normalmente, prisioneira de sua casa, saía muito pouco à rua e jamais participava de movimentos musicais. Chiquinha fez exatamente tudo ao contrário, razão do pioneirismo absoluto dela”, destacou Albin.

Filha de José Basileu Gonzaga, marechal de campo do Exército Imperial Brasileiro, e de Rosa Maria Neves de Lima, filha de escrava alforriada, Chiquinha cumpriu, segundo Ricardo Cravo Albin, o destino, que depois se transformaria em uma bandeira essencial da música brasileira, de ter sido uma mulata. “E nós somos um país mulato. E a música popular brasileira, a partir dela, também é uma música mulata”.

Afilhada de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, Chiquinha teve aulas de piano com o maestro Elias Álvares Lobo. Desde cedo, frequentou rodas de lundu, umbigada e outros ritmos oriundos da África. Com 11 anos de idade, escreveu sua primeira composição, a canção natalina “Canção dos Pastores”.

Casamento forçado

Aos 16 anos, em 1863, foi obrigada a casar com Jacinto Ribeiro do Amaral, oficial da Marinha Mercante, com quem teve três filhos: João Gualberto, Maria do Patrocínio e Hilário. O marido levou Chiquinha para viajar com ele por todo o país. No Porto de Salvador, onde teve permissão do marido para ir ao mercado, voltou trazendo um violão, que acabou sendo a causa de sua separação. A compositora sofreu por não poder criar os dois filhos mais novos, afastados dela pelo ex-marido. De volta ao Rio, Ricardo Cravo Albin observou que ela não foi para a casa dos pais.

Expulsa pela família, ela procurou uma casa própria onde, para poder se manter, começou a dar aulas de música, sobretudo de piano. Ali também começou a compor. “Juntou um grupo de músicos em torno de si que a respeitaram a tal ponto que divulgaram suas obras no meio musical da época, que era concentrado na Praça Tiradentes, centro do Rio de Janeiro, onde ficavam 12 teatros de revistas musicais. Chiquinha começa então a fazer peças musicais ou operetas populares, que atingiram um número absurdo. Ela fez mais de mil operetas”. Chiquinha teve vida longa. Morreu no dia 28 de fevereiro de 1935, aos 87 anos de idade. Produziu de forma permanente e experimentando todos os gêneros da música: xote, valsa, choro, o tango brasileiro.

Marco histórico

Opinião semelhante tem a pianista Maria Teresa Madeira, professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e especialista em Chiquinha Gonzaga. “Ela foi um marco na história da música e acabou influenciando todos os criadores depois [dela]. Era uma artista popular e uma profissional de sucesso na época; era abolicionista e uma pessoa envolvida com os políticos para defender causas populares. Ela foi muito importante em todo esse processo histórico e não só musical”, afirmou Maria Teresa à Agência Brasil.

A música de Chiquinha entra no contexto social também, “no que acontece em volta dela, por conta dela ou como consequência dela. A influência dela foi imensa, inclusive para fortalecer o choro, que virou um gênero musical depois das adaptações dos chorões com a música europeia”. Segundo destacou Maria Teresa Madeira, Chiquinha Gonzaga influenciou muitos compositores devido à contextualização de vários gêneros na música popular brasileira, como valsa, habanera (música cubana em compasso binário, com figuração rítmica característica), tango, choro, samba, canção.

Maria Teresa disse que considerando as obras musicais, canções, peças de teatro e obras para piano, Chiquinha Gonzaga acumulou cerca de 2 mil criações. “Uma quantidade absurda de criação”.

Seguidoras de Chiquinha Gonzaga

Através do tempo, Chiquinha Gonzaga teve compositoras que seguiram sua linha de criação. Um exemplo é a pernambucana de Jaboatão, nascida em 1897, Amélia Brandão Nery, conhecida popularmente como Tia Amélia, que teve o programa “Velhas Estampas”, na TV Rio, onde tocava choros e contava histórias de sua juventude. “Tia Amélia, com certeza, teve influência de Chiquinha. Tinha o estilo muito parecido com o dela”. Tia Amélia tocava valsinhas, polcas, choros.

Maria Teresa citou outra artista influenciada por Chiquinha Gonzaga, que foi Carolina Cardoso de Menezes, nascida em 1913 e morta em 1999. “Ela passou por aquela época áurea das rádios e se aposentou como pianista pela Rádio Nacional. Ela reverenciava muito Chiquinha”. Lina Pesce também é compositora cuja obra para piano mostra claramente a influência de Chiquinha. A peça “Bem-Te-Ve Atrevido” é um bom exemplo, disse Maria Teresa Madeira.

Pianistas

Ela própria, como pianista, foi bastante influenciada por Chiquinha Gonzaga. “A minha vida, depois que eu conheci a obra dela, virou”. Nesse gênero brasileiro pianístico, Maria Teresa revelou que Chiquinha foi sua segunda paixão, depois de Ernesto Nazareth. “Mas veio tão forte a paixão quanto Nazareth”. Maria Teresa já lançou três discos sobre Chiquinha e, este mês, está lançando uma coleção de livros para pianistas com a classificação das obras que Chiquinha escreveu para piano por ordem de dificuldade. Os quatro volumes começam voltados para pianistas iniciantes e vão até os músicos adiantados. “Ela nunca foi classificada”, informou Maria Teresa.

Em vídeo gravado pelo criador do “site” de Chiquinha Gonzaga (Wandrei Braga), Maria Teresa toca a polca Atraente, da compositora, para seus alunos na Unirio, em evento que reuniu também a biógrafa de Chiquinha (Edinha Diniz) e a atriz Rosamaria Murtinho, que fez o papel da compositora e maestrina no teatro. “Foi uma festa”. Outra musicista que reverencia Chiquinha Gonzaga e que também esteve presente nesse evento é Clara Sverner, que descobriu as partituras da compositora na década de 1980 e foi a primeira pianista erudita a gravar suas obras. “O que ela [Chiquinha] influenciou, direta ou indiretamente, é um número absurdo de pessoas”, assegurou Maria Teresa Madeira.

Carnaval

A primeira música carnavalesca que Chiquinha Gonzaga compôs, em 1899, foi a marcha-rancho “Ó Abre-Alas”, considerada a primeira marchinha de Carnaval da história, criada para embalar o desfile do cordão Rosa de Ouro, do Bairro do Andaraí, na zona norte do Rio de Janeiro, onde ela morava. Os direitos autorais dessa canção expiraram em 2005, 70 anos após a morte da compositora, e ela entrou em domínio público.

Romances

Chiquinha veio a ter outros dois companheiros. Um deles foi o engenheiro de estradas de ferro João Batista de Carvalho, com quem teve uma filha: Alice Maria. Viveram juntos muitos anos, mas as traições de Carvalho fizeram Chiquinha separar-se. Mais uma vez, ela perdeu a guarda da filha, que ficou com o pai. Aos 52 anos, em 1899, Chiquinha Gonzaga se apaixonou por João Batista Fernandes Lage, estudante de música de 16 anos apenas. Com medo do preconceito, Chiquinha adotou o rapaz e, em 1902, mudou-se com ele para Lisboa.

Seus filhos resistiram um pouco ao romance da mãe, mas acabaram aceitando o rapaz. O casal retornou de Portugal e nunca assumiu o romance em público. A compositora morreu ao lado de João Batista Lage, em 1935, aos 87 anos de idade, quando começava o Carnaval daquele ano. Chiquinha Gonzaga foi sepultada no Cemitério de São Francisco de Paula, no Catumbi, zona norte do Rio.

Em homenagem à compositora, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro criou, pelo Projeto de Resolução 14/1999, a Medalha de Reconhecimento Chiquinha Gonzaga, que é conferida a personalidades femininas que tenham se destacado em prol de causas democráticas, humanitárias, artísticas e culturais no âmbito da União, Estados e municípios.

Teatro

A partir da repercussão de sua primeira composição impressa, Chiquinha decidiu compor para o teatro de variedades e revista. Estreou compondo a trilha da opereta “A Corte na Roça”, de 1885, com texto de Palhares Ribeiro, no Teatro Imperial, com a companhia portuguesa Souza Bastos. Em 1888, com “A Filha do Guedes”, rege pela primeira vez uma orquestra. Em 1911, estreia a opereta “Forrobodó”, que chegou a registrar 1.500 apresentações seguidas, o que é um recorde do gênero no Brasil. Em 1934, aos 87 anos, escreveu sua última composição “Maria”.

Destaque

No livro “Chiquinha Gonzaga uma História de Vida”, a autora Edinha Diniz, biógrafa da compositora, avalia que “Ó Abre-Alas”, sua música mais popular, poderia servir como lema para sua vida. “Compositora e maestrina de sucesso, numa época em que mulher não tinha profissão, ela abriu caminhos e ajudou a definir os rumos da música brasileira”. A obra de Chiquinha Gonzaga, estimada em cerca de duas mil canções e 77 partituras para peças teatrais, é maior do que qualquer compositor de seu tempo.

Em conversa com a Agência Brasil, Edinha Diniz revelou que Chiquinha morreu numa quinta-feira, antevéspera de Carnaval e, agora, o aniversário de 85 anos de sua morte ocorre dois dias após a quarta-feira de Cinzas. A "Madrinha do Carnaval" tem sua memória festejada sempre ligada à festa popular que batizou, destacou Edinha.

Na nota que redigiu sobre a música composta por Chiquinha para o Bloco Cordão de Ouro, Edinha afirma que “a despretensiosa marchinha foi inspirada no andamento do cordão, que sabemos utilizar a procissão religiosa como matriz. Nascia ali, em fevereiro de 1899, a marchinha, um gênero novo que ainda prestaria grandes serviços ao Carnaval carioca. Até então, a festa que viria a representar a nacionalidade brasileira não tinha música própria. Nos bailes mascarados dos salões, a elite dançava ao som de polcas, habaneras, quadrilhas, valsas e mazurcas, enfim, os gêneros de dança de salão da época. Nas ruas, o povo se divertia com a percussão do Zé-Pereira, o som de baterias cadenciadas e canções reaproveitadas: cantigas de roda, hinos patrióticos, chulas, trechos de óperas, árias de operetas, fados lirós, quadrinhas musicadas na hora e até marcha fúnebre. É certo que ranchos e cordões, na virada do século XIX para o XX, já se utilizavam de certas canções, inclusive um tipo de marcha apropriada no andamento, e bradavam também a palavra de ordem para abrir passagem na multidão. Mas uma música especialmente concebida para a festa não ocorrera a nenhum compositor”.

De acordo com Edinha Diniz, Chiquinha Gonzaga foi de fato a criadora do gênero ao criar a canção carnavalesca, antecipando-se em 18 anos, porque foi somente a partir de 1917 que o Carnaval passaria a ter música feita regularmente para a época. “Incapaz de prever o que a posteridade reservava à sua singela marchinha, Chiquinha a incluiu na peça de costumes cariocas ‘Não Venhas’, representada no Teatro Apolo em janeiro de 1904. Logo publicada por seu editor como dobrado carnavalesco, [a marchinha] servia ao enredo da peça como o maxixe do Cordão Terror dos Inocentes. Só em 1939, quando a jornalista Mariza Lira preparava a primeira biografia da compositora, ‘Ó Abre Alas’ foi publicada na sua integralidade, já reconhecida como pioneira”, revela a biógrafa

(Fonte: Agência Brasil)