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Hora de dar espaço à literatura maranhense aqui no BLOG DO PAUTAR. Hoje, escolhemos um texto do amigo Edmilson Sanches que vale a pena conferir. Boa leitura a todos.

PREFÁCIO

(Ao livro “Do Sertão à Beira-mar”, de Raimundo da Silva Costa, 2019. Raimundo Costa é advogado e professor, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e da Academia Grajauense de Letras e Artes)

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Apesar da inclemência do sol, da aridez das terras, do arcaísmo da estrutura fundiária e da rudeza das condições em geral, o Sertão tem feito brotar frutos suculentos e seres humanos de muitos talentos.

O sertanejo não é forte porque isto seja de nascença; é forte por pertença – vale dizer, por pertencer a um ambiente que naturalmente lhe exige fortaleza.

Apesar de sua proverbial frase “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”, Euclides da Cunha lista logo após um conjunto de adjetivos e substantivos pouco qualificadores acerca do homem do sertão, embora se resguarde dizendo que é algo de “aparência”, algo “ao primeiro lance de vista”. Diz que falta ao sertanejo “a plástica impecável”, que esse homem do sertão “é desgracioso, desengonçado, torto” e reflete “a fealdade típica dos fracos”, além de ser, em geral, um ser abatido, displicente, deprimente, fatigado.

À frente do modo de ver euclidiano – um Euclides jornalista e escritor nascido no Estado do Rio de Janeiro –, põe-se a definição do médico, professor e escritor mineiro Antônio da Silva Mello, para quem “o sertanejo é comumente um indivíduo sadio, resistente [...], sendo geralmente dotado de grande perspicácia, que traduz elevada inteligência instintiva” (in “O Nordeste Brasileiro”, 1953).

Mello confronta o “Hércules-Quasímodo” (força e feiura) euclidiano. De qualquer modo, diga-se como disse padre Antônio Vieira em sua “História do Futuro”: “E digo que sem injúria nem agravo de todas as outras histórias humanas, porque, como também terão advertido os mais lidos e versados, assim nas antigas como nas modernas, todas elas estão cheias, não só de cousas incertas e improváveis, mas alheias e encontradas com a verdade, e conhecidamente supostas e falsas, ou por culpas ou sem culpa dos mesmos historiadores”.

Euclides da Cunha não sei em quantos “sertões” no Brasil ele esteve e com quantos de seus habitantes conversou e acompanhou ou observou. Sabe-se que ele não ficou tanto tempo assim no interior da Bahia: veio, a convite, quase no término da guerra de Canudos e não esperou pelo fim dela – quatro dias antes já havia retornado, com anotações que lhe consumiram cinco anos até lançar sua obra máxima “Os Sertões”, que divide, com “Canaã”, do maranhense Graça Aranha, o mérito de livro precursor do Modernismo na literatura brasileira.

Bem antes de Euclides da Cunha chegar a Canudos, lá chegou, permaneceu e até ficou no “front” da guerra o jornalista e escritor Manoel Benício Fontenelle, maranhense de Brejo, que, como correspondente de jornal, viveu o cotidiano da guerra e sobre ela escreveu o livro “O Rei dos Jagunços”, lançado em 1899 -- bem antes da obra euclidiana, que é de 1902.

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Esses registros mostram o quanto de trabalho têm historiadores, pesquisadores, acadêmicos, escritores e autores em geral para resgatar, repor, reconstruir a História e fatos históricos relacionados a personagens, nomes, ambientes e ocorrências sertanejas.

A palavra “sertão” ultrapassou o espaço territorial de suas primeiras definições e ampliou-se semanticamente, compreendendo não só regiões agrestes mas abarcando também a hinterlândia brasileira, afastada das capitais e metrópoles megaurbanizadas e coisa e tal.

Desse “novo” sertão participa o interior maranhense, onde até grandes cidades orgulham-se dos epítetos que têm: “Princesa do Sertão”, com que mais se aformoseiam Caxias e Barra do Corda; e “Capital dos Sertões Maranhenses”, com que se engalana Grajaú.

E é de Grajaú, mais especificamente de seu ex-distrito Formosa da Serra Negra, emancipado há 25 anos, que nos chegam Raimundo da Silva Costa, advogado, pesquisador, historiador, acadêmico, e este seu livro. Ambos se tornam “provas” a mais da “força” (euclidiana) e da “resistência” (segundo A. da Silva Mello) do sertanejo. Não só pelo livro em si ou pelos méritos de seu autor, mas, sobretudo, pelo elenco de nomes e outras referências – de que o conteúdo da obra está farto – nos quatro pronunciamentos que saíram da condição oral e alçaram à materialidade documental, a obra impressa.

“Do Sertão à Beira-mar – Posses Acadêmicas” já traz em seu título a dicotomia platônica de um todo bidividido em partes simultaneamente contrárias e complementares, posto que integrantes de uma mesma realidade físico-político-administrativa – o Maranhão.

Raimundo da Silva Costa, o acadêmico e autor, era portador de todas as pré-condições para ser apenas o sertanejo forte da roça, onde em criança tanto pelejou... e onde também era feliz, a seu modo, com os pais e mais doze irmãos.

Mas, se o homem é produto do meio, também o é de sua força interior – e do pendor, disposição e chamamento para as coisas do mundo das Letras. Os anos futuros confirmaram: formou-se Raimundo da Silva Costa em História e em Direito e tornou-se advogado, com pós-graduações e tudo, e professor – todas as atividades lastradas na palavra, verbal ou gráfica.

Essa história de superação e talento no mundo do Direito, das Letras e da História lembra-nos padre Antônio Vieira, em sua precitada obra: “Todas as penas nasceram em carne e sangue, e todos na tinta de escrever misturam as cores do seu afeto”.

Como advogado, o homem do Direito. Como historiador, o homem dos fatos. Como professor e escritor, o formador de consciências e o documentador e disseminador de conhecimentos, de saberes.

Seu empenho e produção o levaram às instituições maiores das Letras e Artes no município e da História e Geografia no Estado. Daí vêm os discursos deste livro – dois referentes à posse na Academia Grajauense de Letras e Artes (Agla) e no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) e dois dos respectivos acadêmicos que fizeram a saudação de recepção ao novo confrade: o professor doutor Alan Kardec Gomes Pacheco Filho, membro da Agla, e o historiador e professor Euges da Silva Lima, à época presidente do IHGM.

Alan Kardec, em sua fala de recepção a Raimundo Costa, relembra e alerta que “as Academias hoje têm mais preocupações do que somente a língua, a parte literária. Têm que se preocupar com a história e principalmente com memória”. Se isso é (ou deveria ser) uma verdade para essas Instituições, já é uma certeza – e prática – para diversas pessoas desse mundo, como é o caso de Raimundo da Silva Costa, que, bem antes dos paramentos acadêmicos, já fuçava arquivos e outras rumas de papeis velhos atrás de (re)construir memórias, histórias – que, em futuro próximo, haverão de também virar livro(s).

O professor e historiador Euges Lima, ao saudar o novo membro do IHGM, em São Luís, o fez com a autoridade de quem conviveu com o acadêmico entrante, Raimundo da Silva Costa, em quem – diz Euges – “já percebia a sua vontade pelo conhecimento e sua paixão pela História, principalmente pela história de sua região, de seu Torrão Natal, que hoje ele vem reconstruindo, prestando relevantes serviços de pesquisas, publicando vários artigos importantes”.

Quando escrever mais sobre seus irmãos sertanejos e maranhenses – como discorre, aqui, sobre seus antecessores, mas, em especial, seus patronos na Agla e no IHGM, respectivamente Francisco Rosas das Chagas e Silva (o Chico Rosas, nascido em Balsas), e Raimundo Nina Rodrigues, o médico pioneiro na Antropologia Criminal no Brasil, nascido em Vargem Grande –, Raimundo da Silva Costa estará adensando em texto uma imagem mais contemporânea e, provavelmente, mais real e diferenciada daquela anotada por Euclides da Cunha. Pois o sertanejo, no físico e no caráter, é forte (com suas fraquezas) e igualmente é belo (com seus feiumes) tal qual todo brasileiro e toda e qualquer gente.

Para além disso, Raimundo da Silva Costa sabe, bem antes do laurel acadêmico, que a História regional precisa muito de abnegados como ele, mesmo sem adequada ou nenhuma contrapartida. Como, aliás, pontua magistralmente quem tem sobeja experiência no ramo, o também advogado, historiador, escritor e acadêmico Sálvio Dino, presidente da Agla e membro de diversas entidades histórico-culturais, entre as quais a Academia Imperatrizense de Letras e a Academia Maranhense de Letras. Ele alerta e reconhece: “[...] é obrigação despertar a Memória Nacional que é retardada e, muitas vezes, sofre de amnésia”.

E ainda: “[...] aos estudiosos de nosso passado e aos abnegados e, às vezes, tão incompreendidos e desvalorizados historiógrafos [...]”.

O grande homem de Letras grajauense faz coro: “[...] o povo tem memória curta [...]”.

E, com um mundo de desejo e um fiapo de esperança: “[...] o tempo, às vezes, senhor cruel e ingrato com os homens ilustres, que jamais deveriam morrer na mente e no coração do povo”. (SÁLVIO DINO, in “Clarindo Santiago, o poeta maranhense desaparecido no Rio Tocantins”, s/d).

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A tradição acadêmica recomenda – e, às vezes, impõe – que, na posse de um novo membro, este seja saudado por um já sócio do sodalício, que lhe destaca a história e virtudes pessoais, profissionais e aquelas mais específicas, que o fizeram ser indicado, eleito e acolhido na Academia.

De sua parte, o novel acadêmico deve agradecer e, obedecendo à práxis, tecer considerações históricas, biográficas, culturais, literárias etc. sobre seus predecessores na Cadeira que assume, e, de modo particular, deve enfatizar aquele que é realmente imortal na Academia – o patrono.

Desse modo, sabendo que sobre Raimundo da Silva Costa falam melhor os acadêmicos apresentadores; e sabendo que sobre seus antecessores e patronos fala melhor o próprio Raimundo da Silva Costa, aboleto-me nestas já alongadas palavras destas páginas iniciais, como aquele ator menor que tenta prender a atenção do espectador-leitor até a entrada em cena (nas próximas páginas) do elenco maior – os professores Alan Kardec e Euges Lima – e o ator principal desta peça (literária), o advogado, historiador, professor e acadêmico Raimunda da Silva Costa.

Nossos aplausos.
EDMILSON SANCHES

O vereador Chico Carvalho (PSL) solicitou, por meio de um requerimento à Câmara de São Luís, que seja enviado um ofício ao prefeito de São Luís, Edvaldo Holanda Jr., e ao secretário municipal de Saúde, Lula Fylho, para que seja disponibilizado, nas unidades de saúde do município, os medicamentos Hidroxicloroquina, Cloroquina e Azitromicina para que os médicos que queiram prescrevê-los já forneçam aos pacientes.

Os medicamentos citados estão sendo usados para o tratamento do novo coronavírus (Covid-19), tendo mostrado eficácia, quando é usado no início dos primeiros sintomas da doença.

A preocupação do parlamentar é com a escassez desses medicamentos e o alto valor cobrado em farmácias. Isso tem impossibilitado famílias de baixa renda terem acesso aos medicamentos.

“Não adianta serem atendidos nos hospitais públicos e saírem de lá apenas com a receita. O Poder Público tem a obrigação de fornecer esses medicamentos aos pacientes confirmados neste momento tão delicado”, destacou Chico Carvalho.

(Fonte: Portal Enquanto isso no Maranhão)

Professora em uma escola municipal de Campinas (SP), Doani Bertan é uma das 50 indicadas ao Global Teacher Prize, premiação que busca incentivar iniciativas educacionais de impacto em todo o mundo. Ela concorre a partir do projeto Sala 8, um canal de vídeos que apresenta conteúdos de português e matemática para crianças em linguagem brasileira de sinais (Libras).

“O projeto Sala 8 surgiu de uma necessidade de que eu tenho com os meus alunos em sala de aula. A gente tem uma problemática no nosso país que é a escassez de material bilíngue, que atenda o público surdo também”, conta Doani. A produção começou em 2017, para responder às dúvidas dos alunos para quem a professora leciona todas as manhãs na Escola Municipal Júlio de Mesquita.

A professora conta que tinha dificuldades em auxiliar todos os estudantes nas dúvidas com as lições de casa. “Algumas atividades os pais não conseguiam ajudar, porque a forma como hoje a gente ensina é diferente de como os pais aprenderam”, contextualiza. Por isso, Doani, muitas vezes, fazia repetidas chamadas de vídeo pelo celular para conseguir dar conta das dúvidas dos alunos.

Assim, surgiu a ideia de fazer algo que fosse possível de compartilhar com toda a turma de uma vez. “Eu preciso preparar alguma coisa, algum resumo da aula, para que as crianças tenham condições de lembrar da aula e fazer as atividades”, explica sobre como surgiu a ideia. “Uma videoaula jamais substitui um professor. É mais um outro recurso, mais um tipo de material para a criança ter acesso”, pondera.

Repercussão

O projeto, no entanto, ganhou uma projeção muito além das turmas com quem Doani se encontra presencialmente. Os vídeos acumulam centenas de milhares de visualizações e retornos de espectadores até de outros países. “Eu recebo muita devolutiva não só das crianças surdas, mas de pessoas ouvintes que estão aprendendo libras”, diz a respeito dos resultados.

Apesar de ter ganho outros públicos, a professora enfatiza que usa uma linguagem adaptada para crianças. “É um sinal mais devagar, para o público infantil”, ressalta.

Para conseguir dar conta do trabalho extra, Daoni tem apoio do marido, Robson, que ajuda com a edição dos vídeos. “Ele participa inteiramente, me ajuda muito com as edições. Porque é muito puxado”, diz.

“Gosto mesmo do recreio”

Apesar das dificuldades, como a falta de material didático específico que levou a professora a fazer o esforço extra nos vídeos, Daoni conta que é apaixonada pelo ensino de crianças surdas. “Eu gosto mesmo é da escola, das crianças, da hora do recreio. Trabalhar com a diferença e com a alfabetização é o que eu mais gosto no mundo”, assume entre risadas.

Um gosto que surgiu ainda na infância, assistindo aos programas infantis da apresentadora Xuxa Meneghel. “A Xuxa tinha um trabalho em relação à língua de sinais e, quando criança, eu já conhecia o alfabeto. É uma memória de infância de que eu gosto, me traz nostalgia e alegria. Começou lá com a Xuxa”, relembra.

Mas o trabalho mesmo começou ainda na época em que cursava a faculdade de pedagogia, em 2002. Nesse período, Daoni chegou a lecionar no ensino superior, porém, acabou voltando para as aulas para as crianças.

Prêmio

Se for premiada pelo Global Teacher Prize ganhará US$ 1 milhão, que gostaria de investir no projeto do Sala 8. O prêmio é concedido desde 2014 pela Varkey Foundation, entidade que destina recursos à educação em áreas carentes. Os 50 finalistas deste ano foram escolhidos entre 12 mil candidatos.

(Fonte: Agência Brasil)

A Biblioteca Desembargador Juvenil Amorim Ewerton, do Fórum de São Luís, traz novas dicas de leitura para esta semana. A ação faz parte de um conjunto de medidas da unidade para o desenvolvimento do equilíbrio entre corpo e mente, no enfrentamento do isolamento social ocasionado pela Covid-19.

A iniciativa, que tem apoio da Diretoria do Fórum, tem a finalidade de trazer boas opções de leitura e, com isso, ajudar a promover o bem-estar das pessoas em situação de isolamento. Segundo Lindamira Leite, chefe da Divisão de Informação, Documentação e Biblioteca do Fórum da capital, a leitura é uma importante ferramenta neste período de pandemia.

Esta semana, a Biblioteca Juvenil Amorim Ewerton eleva a autoestima com a positividade de Louise Hay, que foi uma escritora e palestrante norte-americana, considerada a “mãe” do crescimento pessoal e a precursora dos livros de autoajuda. A escritora deixou um grande legado literário, dentre eles dois de seus “best-sellers”: “Você pode curar sua vida” (1984) e “O poder está dentro de você” (1991).

Nessas obras, ela adverte sobre o poder do pensamento em nossas vidas, razão pela qual, em tempos de pandemia e isolamento social, manter a positividade se torna essencial. Hay afirmava que “os pensamentos que escolhemos pensar são as ferramentas que usamos para pintar o quadro de nossas vidas”.

Então, que tal um pouco mais de otimismo nesses tempos de pandemia? Veja, abaixo, a lista dos principais livros de Louise Hay, disponíveis nos aplicativos Amazon Kindle; Aldiko; Kobo; Wattpad; EBook Droid.

Boa leitura!

“Você pode curar a sua vida”; “Histórias de vida”; “Ame seu corpo”; “Pensamentos do coração”; “Mulheres poderosas”; “Vida!”; “O Poder está em você”.

(Fonte: TJ-MA)

As mulheres que assumiram ser mães, principalmente na sociedade quilombola de Serrano do Maranhão, desafiando todos os obstáculos, receberam homenagens nesse domingo (10/5), Dia das Mães.

Os filhos dessas maravilhosas mulheres resolveram marcar esse momento com uma celebração, enaltecendo o respeito, valorizando a preciosidade que é tê-las como origem de suas existências, sustentáculos de suas vidas e formadoras de sua cidadania.

“Que Deus as proteja e cuide dessas mulheres mães, considerando os ensinamentos de amor e altruísmo! E as cultuem muito além deste Feliz Dia das Mães! Eu, como mãe, celebro a maternidade!”, assim encerrou a celebração a professora Marileide.

(Fonte: Portal O Municipalista)

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 começam nesta segunda-feira (11) e vão até o dia 22 de maio. Elas poderão ser feitas por meio da página do Enem na “internet”.

Enem digital

A partir deste ano, o Enem terá duas modalidades de provas, as impressas, com aplicação prevista para os dias 1º e 8 de novembro, e as digitais, para os dias 22 e 29 de novembro. O participante que optar por fazer o Enem impresso não poderá inscrever-se na edição digital e, após concluir o processo, não poderá alterar sua opção.

A estrutura dos dois exames será a mesma. Serão aplicadas quatro provas objetivas, constituídas por 45 questões cada uma, e uma redação em língua portuguesa. Durante o processo de inscrição, o participante deverá selecionar uma opção de língua estrangeira – inglês ou espanhol.

Neste ano, será obrigatória a inclusão de uma foto atual do participante no sistema de inscrição, que deverá ser utilizada para procedimento de identificação no momento da prova. O valor da taxa de inscrição é de R$ 85 e deverá ser pago até 28 de maio.

Isenção de taxa

De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), todos os participantes que se enquadrarem nos perfis especificados nos editais, mesmo sem o pedido formal, terão isenção da taxa. A regra vale tanto para os participantes que optarem pelo Enem impresso quanto para os que escolherem o Enem digital e se aplica, inclusive, aos isentos em 2019 que faltaram aos dois dias de prova e não tenham justificado ausência.

Portanto, no ato da inscrição para o Enem 2020, terão isenção de taxa os candidatos que estejam cursando a última série do ensino médio este ano, em qualquer modalidade de ensino, em escola da rede pública declarada ao Censo da Educação Básica; tenham feito todo o ensino médio em escolas da rede pública ou como bolsistas integrais na rede privada e tenham renda “per capita” familiar igual ou inferior a um salário mínimo e meio; ou declarem estar em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por serem integrantes de família de baixa renda e que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico), que requer renda familiar “per capita” de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimos.

Para consultar os resultados dos pedidos de recurso para a isenção de taxa de inscrição do Enem, os interessados devem acessar a Página do Participante, no aplicativo ou no “site” do Enem, e verificar as informações.

Acessibilidade

A Política de Acessibilidade e Inclusão do Inep visa dar atendimento especializado aos participantes que necessitarem. Para facilitar a compreensão no momento da inscrição, os atendimentos específicos (gestantes, lactantes, idosos e estudantes em classe hospitalar) foram incluídos na denominação "especializado". As solicitações para esses atendimentos também deverão ser feitas entre 11 e 22 de maio. Os resultados serão divulgados em 29 de maio. Para os pedidos que forem negados, está prevista uma fase para apresentação de recursos. O resultado final estará disponível no dia 10 de junho.

Os pedidos de tratamento por nome social serão feitos entre 25 e 29 de maio, com previsão de divulgação dos resultados em 5 de junho. O período para apresentação de recursos será entre 8 e 12 de junho e a disponibilização dos resultados finais em 18 de junho.

(Fonte: Agência Brasil)

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Os Jogos Olímpicos têm UM mascote ou UMA mascote?

O gênero das palavras, pelo visto, provoca mais dúvidas do que eu imaginava.

Neste domingo, Dia das Mães, vejamos outros casos que merecem atenção.

Dicas gramaticais

1. MASCOTE é sobrecomum OU comum de dois gêneros?
Os nossos principais dicionários e o Vocabulário da Academia Brasileira de Letras (ABL) consideram MASCOTE um substantivo sobrecomum, ou seja, A MASCOTE é uma palavra feminina que serve aos dois sexos.

Dicionário “Aurélio”
Substantivo feminino.
Pessoa, animal ou coisa a que se atribui o dom de trazer sorte ou felicidade.

Dicionário “Caldas Aulete”
s2g.
1. Pessoa, animal ou coisa a que se atribui o dom de trazer sorte: mascote oficial das olimpíadas.
2. Animal de estimação.
3. Bot. Planta (Guarania malacophyla) da fam. das cucurbitáceas, de flores avermelhadas.

Volp
s.f.

2. MODELO é sobrecomum OU comum de dois gêneros?
Para o dicionário Aurélio e para o Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras (ABL), é sobrecomum, ou seja, a forma masculina O MODELO serviria para homens ou mulheres. O dicionário Houaiss considera MODELO substantivo de dois gêneros: O MODELO e A MODELO.

Dicionário “Caldas Aulete”
sm.
1. Art.Pl. Qualquer pessoa ou objeto de atributos ger. especiais, que se reproduz por imitação ou que serve de referência para criação
2. Art.Pl. Pessoa que posa para artista em ateliê de pintura e/ou escultura; MODELO-VIVO
3. Art.Pl. Figura que, produzida em matéria pastosa ou macia (argila, cera, gesso etc.), é reproduzida em material de grande solidez, como mármore, ferro, bronze etc.
4. Arq. Representação em escala reduzida daquilo que se pretende criar em tamanho maior; MAQUETE
5. P.ext. Qualquer reprodução física em três dimensões, us. como recurso didático (como partes do corpo de um animal, cadeia montanhosa etc.)
6. Estrutura oca em que se derrama metal derretido para se formar um objeto quando esse metal se solidificar
7. Pessoa ou coisa que se utiliza como referência: "Está na cara que isso não leva a lugar nenhum, só perpetua um modelo de ganho que não é baseado na produção". (Ana Maria Machado, A audácia dessa mulher)
8. Pessoa ou coisa que, por suas qualidades, é digna de servir de exemplo: Seu pai era um modelo de bondade.
9. Tipo particular de um produto fabricado em série (automóvel, eletrodoméstico etc.): Era um modelo de carro de 1940.
10. Desenho, esboço de peça de indumentária criada por costureiro ou casa de modas: Apressou-se para levar o modelo do vestido à costureira.
11. Feitio de roupa, chapéu, sapato etc.: Ficou fascinada pelo modelo daquela saia; Este modelo lhe cai bem.
12. Aquilo que serve de exemplo ou norma (modelo poético; modelo literário)
13. Construção teórica, sistema (modelo econômico; modelo industrial; modelo gravitacional)
14. Impresso para ser preenchido (com pedidos, declarações etc.), encontrado em empresas, escritórios, repartições públicas, bancos etc.; FORMULÁRIO
15. Fís. Conjunto de hipóteses, de ideias, sobre a estrutura de um sistema físico, pelo qual podem ser explicadas as propriedades desse sistema
16. Inf. Representação simplificada de um fenômeno, que serve de referência para análise e estudo

s2g.
17. Pessoa que desfila peças de vestuário de coleção nas passarelas da moda, ou que é fotografada para campanhas publicitárias: Trabalhava como modelo de uma famosa marca de cosméticos; Após o desfile, as modelos foram bastante aplaudidas.

Volp
s.m.; cf. modelo, fl. Do v. modelar

3. ÍDOLO é sobrecomum OU comum de dois gêneros?
É sobrecomum. Devemos dizer O ÍDOLO tanto para homens como para mulheres: “Ela é o meu ídolo”. Não há registro de “ídola” nem de “ídala”.

Dicionário “Aurélio”
Substantivo masculino.
1. Estátua ou simples objeto cultuado como deus ou deusa.
2. Objeto em que se julga habitar um espírito, e por isso venerado.
3. Pessoa a quem se tributa respeito ou afeto excessivos.

Volp
s.m.

4. PERSONAGEM é sobrecomum OU comum de dois gêneros?
Originariamente, PERSONAGEM era substantivo sobrecomum: A PERSONAGEM para homens e para mulheres. Hoje em dia, PERSONAGEM é comum de dois gêneros: O PERSONAGEM e A PERSONAGEM.

Dicionário “Aurélio”
Substantivo feminino e masculino.
1. Pessoa notável; personalidade.
2. Cada um dos papéis duma peça teatral que devem ser representados por um ator.
3. Cada um daqueles que figuram numa narração, poema ou acontecimento. [Pl.: –gens.]

Volp
s.2g.

5. O TAPA ou A TAPA?
A forma masculina é aceita por todos os dicionários: “Recebeu UM TAPA no rosto”. A forma feminina é considerada regionalismo pelo dicionário Aurélio e pelo Vocabulário Ortográfico da ABL.

Dicionário “Aurélio”
tapa1
Substantivo feminino.
Ação ou efeito de tapar.

tapa2
Substantivo masculino e feminino.
1. Pancada com a mão, em qualquer parte do corpo; tabefe.
2. Bofetada.

Volp
adj. s.2g. s.m.f.

6. O GRAMA ou A GRAMA?
A forma feminina é a relva: “A grama do jardim estava bem aparada”. A forma masculina refere-se à massa (peso): “Comprei DUZENTOS gramas de mortadela”.

Dicionário “Aurélio”
grama1
Substantivo feminino.
Bot. Nome comum a várias gramíneas ornamentais, ou forrageiras, ou medicinais.

grama2
Substantivo masculino.
Fís. Unidade de medida de massa, igual a 0,001 kg.

Volp
s.m.f.

7. Um TELEFONEMA OU uma TELEFONEMA?
As palavras de origem grega terminadas em “-ema” são masculinas: o problema, o teorema, o estratagema, O TELEFONEMA.

Dicionário “Aurélio”
Substantivo masculino.
Comunicação telefônica; telefonada (pop.).

Volp
s.m.

8. O TSUNAMI ou A TSUNAMI?
TSUNAMI refere-se a um fenômeno: terremoto no fundo do mar que provoca ondas gigantes. Em japonês, os substantivos são neutros e são aportuguesados no masculino: o quimono, o caratê, o caraoquê ou o karaoke, o sushi, o sashimi, O TSUNAMI.

Dicionário “Caldas Aulete”
(ca.ra:o.quê)
sm.
1. Entretenimento em que qualquer pessoa pode cantar ao microfone acompanhada por músicos ou por fundos musicais gravados, ger. lendo a letra das canções em uma tela
2. Local em que essa atividade é realizada
3. Aparelho sonoro ou audiovisual (ou modo de funcionamento de certos aparelhos) us. para esse tipo de entretenimento
[F.: Do jap. karaoke.]

Volp
s.m. jap.
Estrangeira

9. O XEROX ou A XÉROX?
Tanto faz. Tudo é válido: o xerox, a xerox, o xérox ou a xérox.

Volp
xerox
Adj. s.2g.
xérox
Adj. s.2g.

10. O LOTAÇÃO ou A LOTAÇÃO?
O LOTAÇÃO se refere a um meio de transporte coletivo, sinônimo de autolotação e micro-ônibus: “A Dama do Lotação”; A LOTAÇÃO é a “capacidade de lotar”: “O cinema estava com sua lotação esgotada”.

Dicionário “Aurélio”
Substantivo feminino.
1. Ato ou efeito de lotar.
2. A capacidade dum veículo, duma sala de espetáculos, etc. [Pl.: –ções.]

Volp
s.m.f.

11. O MORAL ou a MORAL?
O conjunto de regras, a ética ou a conclusão é A MORAL. O ânimo, brio ou vergonha é O MORAL: “Os jogadores estão com o moral baixo”.

Dicionário “Aurélio”
Substantivo feminino.
1. Conjunto de regras de conduta ou hábitos julgados válidos, quer universalmente, quer para grupo ou pessoa determinada.
2. Conclusão moral duma obra, fato, etc.

Substantivo masculino.
3. O conjunto das nossas faculdades morais; brio, dignidade.
4. A moralidade (1 a 3) de algo.
5. Pop. Disposição de espírito; humor.

Adjetivo de dois gêneros.
6. Relativo à moral. [Pl.: –rais.]

Volp
adj. 2g. s.m.f.

Teste de ortografia
Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas da frase abaixo:
“Por ser uma pessoa __________, mandou __________ os móveis".
(a) previnida – invernizar;
(b) previnida – envernizar;
(c) prevenida – invernizar;
(d) prevenida – envernizar.

Resposta do teste: Letra (d).
O verbo é PREVENIR, por isso o adjetivo é PREVENIDO. O "ato de passar verniz" é ENVERNIZAR.

A Rádio MEC FM (99,3 MHz), veículo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), completa 37 anos no ar neste domingo (10), com uma programação especial.

Para celebrar a data, a rádio presenteará os ouvintes com transmissões de concertos comemorativos do aniversário da emissora. Ao todo, três apresentações poderão ser apreciadas pelo público.

O concerto mais recente, em 2018, prestou uma homenagem à programação única da rádio, com a exibição de músicos e grupos que são destaque nos programas da Rádio MEC FM. Entre eles: Códex Santíssima, Quarteto de Cordas da UFF, Trio de Sopros da Orquestra Sinfônica Brasileira, Luis Carlos Barbieri, Trio Corcovado, e Choro na Rua.

O Dia das Mães terá também um papel de destaque na comemoração. O programa “Clássicos do Ouvinte” trará uma lista de músicas, feitas por mães compositoras e instrumentistas, que conciliaram a carreira musical com a maternidade. O exemplo permitiu que os filhos se inspirassem a continuar na música.

Rádio MEC FM

A MEC FM foi criada em 10 de maio de 1983, a partir de um desdobramento da programação educativa da Rádio MEC AM, idealizada por Edgard Roquete Pinto em 1923, como Rádio Sociedade, pioneira na radiodifusão no Brasil.

Atualmente com 85% de sua grade de programação dedicada à transmissão de música de concerto, a emissora leva ao ar diariamente grandes compositores brasileiros e internacionais de todos os tempos, além do jazz internacional, choro e música instrumental brasileira.

Nesses 37 anos, a emissora se consolidou como uma das poucas rádios dedicadas à música clássica, tendo semelhanças com as rádios BBC 3, da Inglaterra; a Antena 2, de Portugal; e a Nacional Clássica, de Buenos Aires.

Serviço:

Rádio MEC FM (99,3 MHz)
Programação especial de aniversário e Dia das Mães

Domingo, dia 10 de maio de 2020:
8h às 12h – “Concerto MEC FM 37 anos” – um especial relembrando os concertos de aniversário da emissora realizados em 2013 no Salão Leopoldo Miguez, em 2015 na Sala Guiomar Novaes e 2018 na Sala Cecília Meireles.

13h às 15h – “Clássicos do Ouvinte” – uma seleção com as músicas de compositoras/instrumentistas pedidas pelas nossas "ouvintes mães" e pelos filhos.

Os ouvintes podem acompanhar essa programação especial nas ondas do rádio no Rio de Janeiro em FM 99,3 MHz. Em outras regiões do país, é possível acompanhar o conteúdo pelo aplicativo EBC Rádios, disponível para Android e iOS, ou também por meio do “streaming” no “site” da emissora pública em http://mecfm.ebc.com.br.

(Fonte: Agência Brasil)

O cantor Carlos José, de 85 anos, morreu nessa sexta-feira (9), no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital São Francisco da Providência de Deus, na Tijuca, zona norte da cidade, com suspeita do novo coronavírus (covid-19).

Carlos José Ramos dos Santos nasceu em São Paulo, em 22 de setembro de 1934, e foi cedo para a capital fluminense. Formado em Direito, abandonou a carreira de advogado para se dedicar à música, nos anos 1950.

Cantor romântico e seresteiro, Carlos José teve muitos sucessos. Entre eles, “Esmeralda”, que tocou nas rádios de todo o país.

Em 2015, lançou sua última produção, “Musa das canções”, ao lado do irmão, o maestro Luiz Carlos Ramos. Carlos José deixa esposa, dois filhos e dois netos.

(Fonte: Agência Brasil)

A partir do ano que vem, estudantes do 1º ano do ensino médio de todas as escolas do país, públicas e privadas, farão a primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seriado. A nota, com o desempenho obtido, posteriormente, pelos estudantes no 2º e 3º ano, poderá ser usada para ingressar no ensino superior.

O exame foi criado, esta semana, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A autarquia tornou o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) anual. A prova, que, atualmente, é aplicada de dois em dois anos a estudantes do 2º, 5º e 9º anos do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio, passará a ser feita por todos os estudantes do país, de todas as séries, a partir do 2º ano do ensino fundamental.

O novo Saeb, será implementado aos poucos. O 1º ano do ensino médio será o primeiro a ser incorporado, em 2021. O Inep pretende também usar os resultados do exame não apenas para verificar a qualidade das escolas, como é feito hoje, mas para possibilitar o ingresso em universidades. Por causa da nova função, o Saeb aplicado aos estudantes do ensino médio ganhará um nome, Enem seriado.

Nessa etapa, a prova será digital, feita em “tablets”, que serão distribuídos pelo Ministério da Educação. O conteúdo do Enem seriado deverá estar organizado de maneira semelhante ao Enem tradicional, em quatro áreas de conhecimento: matemática, linguagens, ciências da natureza e ciências humanas. Será usado o mesmo método de correção, chamado teoria de resposta ao item (TRI)

A Agência Brasil conversou com o presidente do Inep, Alexandre Lopes, sobre as mudanças que foram anunciadas e sobre como serão as novas provas. Segundo ele, como a avaliação vai ser implementada aos poucos, apenas, em 2024, os estudantes que ingressarem no ano que vem no ensino médio poderão usar as notas para concorrer a vagas na universidade.

Leia principais trechos da entrevista:

Agência Brasil:
Por que o Inep decidiu tornar o Saeb anual?
Alexandre Lopes:
A gente quer mudar o enfoque, o objetivo agora é chegar na escola. O Saeb anterior era avaliação de sistema, que ocorria a cada dois anos. Só nos anos finais. Era uma coleta de informações. Agora, queremos fazer essa avaliação, mas o nosso objetivo maior é dar informação ao professor, à família, à escola, em tempo hábil, para que eles possam fazer as intervenções pedagógicas mais rápido. A família vai saber que o filho fará a prova todo ano e receberá o boletim, vai saber o que está acontecendo com o aluno e poderá comparar o que está ocorrendo com o seu filho, com as demais escolas do município e do Brasil inteiro. O que a gente quer? Que a família participe mais do dia a dia da vida da escola.

Esse é o objetivo da avaliação externa. Ter uma avaliação padronizada, comparada com outras escolas, outros Estados e com o Brasil inteiro. Como a gente usa a TRI, as provas são comparáveis ano a ano, a escala é a mesma. O diretor vai saber se aquelas medidas que adotam na escola estão, ano a ano, melhorando. Em vez de ter de esperar os resultados, agora, todo ano, o professor terá uma avaliação dos seus alunos.

Agência Brasil:
Hoje, o Saeb avalia os conhecimentos em português e matemática. Mais recentemente, foram aplicadas, em forma de amostra, questões de ciências. O que será cobrado nessa nova prova?

Alexandre Lopes:
Competências e habilidades. São as áreas de conhecimento que estão previstas na BNCC [Base Nacional Comum Curricular]. A partir dessa base, vamos gerar as matrizes de provas e produzir os itens. A gente quer aproximar o modelo de avaliação daquilo que existe no exterior, como, por exemplo, o Pisa [Programa Internacional de Avaliação de Estudantes]. Os itens do Pisa são mais sofisticados. Isso é que queremos levar para a nossa avaliação. [Queremos] melhorar a qualidade dos itens de prova que fazemos. Como a prova é digital [no ensino médio], então, a gente vai poder começar a fazer itens mais sofisticados, para aferir os conhecimentos dos alunos em relação às competências e habilidades que estão previstas.

Agência Brasil:
Haverá metas de aprendizagem? Atualmente, o Saeb é usado para calcular o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que é o mais importante indicador escolar de qualidade da educação. Hoje, há metas previstas para esse índice. Como será com o novo Saeb?

Alexandre Lopes:
O programa de metas termina em 2024. Ano que vem é o último ano de aplicação do Saeb tradicional. É o momento da sociedade repactuar as metas de ensino. O que estamos mostrando para a sociedade é que o sistema de avaliação vai mudar. O que vai ser avaliado agora é diferente. É um passo de cada vez. A partir da definição do modelo de avaliação, a gente vai passar a discutir – e esse é um trabalho mais até do MEC e, talvez, do Inep, junto com a sociedade – uma repactuação com a sociedade. Onde queremos chegar nos próximos dez, 20 anos? [Serão] novas metas, com o indicador que vai ser revisitado.

Agência Brasil:
Como será implementado o novo Saeb?

Alexandre Lopes:
Ano que vem, começa no 1º ano do ensino médio. Em 2021, a gente vai ter a aplicação do Saeb tradicional, da maneira como já é feito, no 2º ano, 5º ano e 9º ano do ensino fundamental e no 3º ano do ensino médio, em papel, normal. Não vamos mudar isso. Vamos acrescentar o 1º ano do ensino médio. No ano que vem, todos os alunos das escolas públicas e privadas do 1º ano do ensino médio vão fazer o novo Saeb em “tablet”. Em meio digital.

Temos um cronograma, mas por causa da substituição que houve no MEC, com a nova secretária de Educação Básica, Ilona Becskeházy, vou revalidar o cronograma para ver se ela está de acordo. Preciso conversar para saber se a ordem de implementação no ensino fundamental atende às necessidades da nova secretária.

Agência Brasil:
Sabemos que nem todas as escolas possuem “tablets”, como será o acesso à avaliação?

Alexandre Lopes:
Nós vamos fornecer os equipamentos. O modelo de aplicação não é um modelo do Enem, que o aluno vai em um fim de semana a um local de prova e faz o exame. O modelo de aplicação é um modelo Saeb, que é o mais barato que temos. Levamos o equipamento para a escola, o aluno faz prova na própria escola ao longo de várias semanas. Então, o mesmo equipamento é utilizado por vários alunos.

Agência Brasil:
Em termos de números, vamos passar de quantos alunos que fazem hoje o Saeb para quantos fazendo a nova avaliação?

Alexandre Lopes:
Vão ser todos os alunos das escolas públicas e privadas. Do 2º ano do fundamental ao 3º do médio, totalizando 35 milhões de alunos. No ano passado, o Saeb foi aplicado para 6 milhões.

Agência Brasil:
Para ampliar a avaliação, serão necessárias mais questões e, para isso, imagino, a publicação de editais para convocar professores para a elaboração. Como o Inep está se organizando? Como fica o orçamento da autarquia?

Alexandre Lopes:
Para este ano, de 2020, não precisamos de nenhum recurso adicional. O orçamento do Inep é suficiente para a execução das atividades preparatórias do novo Saeb. Precisamos apenas para a aplicação da prova no ano que vem. Então, vamos pedir orçamento para 2021. A gente vai começar a conversar com o Ministério da Economia para, primeiro, reconhecer que o quadro de servidores do Inep é formado de carreiras típicas de Estado. Fazemos o Enem, calculamos o Ideb, fazemos o Censo, o Enade [Exame Nacional de Desempenho de Estudantes], avaliações “in loco” nas instituições de ensino superior, nós fazemos publicações. As atividades do Inep são estratégicas, cruciais para a educação brasileira. Segundo ponto, é preciso que a gente faça concurso público para o Inep. Eu sei que é difícil, é demorado, mas a gente vai começar a conversar com o Ministério da Economia sobre isso porque o que dá base, o que dá continuidade a esse trabalho, são os servidores do Inep. Não dá para fazer com servidores externos. Então, precisamos fazer um concurso.

Mas não é um trabalho para ser feito só com os servidores. Não preciso fazer um concurso público grande, enorme, não é esse o objetivo. Nós vamos fazer, que a lei permite, é trazer servidores dos Estados e municípios, cedidos, temporariamente, como prevê a legislação, com salário pago na origem, pelo ente que está cedendo. Eles virão aqui construir junto com a gente esse novo Saeb. Vamos capacitar esses professores na produção de itens, com a TRI, e eles vão ajudar a produzir esses itens. Depois, voltam para seus Estados e municípios como multiplicadores do conhecimento que adquiriram aqui.

Agência Brasil:
Esses professores serão, então, os responsáveis pela elaboração de todos os itens?

Alexandre Lopes:
Eles vão trabalhar junto com a nossa equipe, sob supervisão dos servidores do Inep, na produção de itens, na logística de aplicação, nos vários serviços que compõem a elaboração do novo Saeb.

Agência Brasil:
Quanto precisará ser investido?

Alexandre Lopes:
O custo estimado para a realização dessa prova no 1º ano do ensino médio é de R$ 300 milhões. Mas é importante entender que o custo é decrescente no tempo. Por que isso? Vamos aplicar em 2021 para os 2,7 milhões de alunos que existem no 1º ano do ensino médio. Em 2022, quando formos aplicar para o 2º ano, não serão R$ 600 milhões porque já estarei com os equipamentos na escola, com aplicadores na escola. Não vou precisar dobrar a quantidade de equipamentos.

Depois que implementar do 2º do fundamental ao 3º do médio e tiver todos os equipamentos, o custo passa a ser só de manutenção e reposição. O custo passa a ser de aplicação, não tem mais investimento. Nesses anos de implementação, há custo de investimento, de garantia de equipamentos. O custo é decrescente, começa mais alto porque há investimento e, depois, é decrescente. Há aproveitamento de equipamentos e pessoal.

Agência Brasil:
Em relação ao ensino médio, como o Enem seriado vai ser usado para o ingresso no ensino superior?

Alexandre Lopes:
O Enem seriado é a prova do Saeb aplicada no ensino médio. Não é uma prova a mais. Com o resultado do 1º, 2º e 3º ano, vamos construir uma nota, uma proficiência. Com essa nota, o aluno vai se candidatar a instituições de ensino superior. São vagas diferentes. A nota não vai ser comparada à nota do Enem. Você terá um percentual de vagas reservado para o Enem tradicional e um percentual para o Enem seriado. Será mais uma opção de acesso à faculdade. Esse processo de avaliação seriada existe em alguns lugares, como Brasília [como forma de ingresso na Universidade de Brasília (UnB)] e Pernambuco [na Universidade de Pernambuco (UPE)]. Mas, isso não está disponível para todos os alunos do país. Com o Enem seriado, estamos levando essa possibilidade de o jovem usar notas do 1º, 2º e 3º ano para todo o Brasil. Esse é o diferencial. É uma forma de inclusão, é algo a mais.

Agência Brasil:
Quando o Enem seriado começa a valer para ingressar no ensino superior?

Alexandre Lopes:
[O Enem seriado] começa no ano que vem. Esses alunos vão concorrer à vaga nas universidades em 2024. Farão as provas no 1º, 2º e 3º anos, receberão um conceito e, com ele, vão concorrer a vagas. Como a prova é feita no fim do ano, eles farão em 2023 e concorrerão [a vagas em universidades] em 2024. Se tiverem um bom conceito, poderão entrar direto na faculdade. Podem também fazer o Enem. O Enem [tradicional] permanece, não existe previsão de acabar com o Enem.

Agência Brasil:
Uma das discussões em relação a qualquer tipo de avaliação em educação é o que de fato ela é capaz de medir e de que forma influencia no que é ensinado em sala de aula. Isso porque, uma vez que todos os alunos fazem uma prova no fim do ano e essa prova serve para medir o aprendizado, as escolas tendem a ensinar os estudantes a fazer essa avaliação. O conteúdo todo se volta para a prova. Como o Inep vê essa questão?

Alexandre Lopes:
A gente só conhece aquilo que sabe medir. O que a gente não mede, não conhece. Existe, hoje, um desconhecimento muito grande, principalmente por parte da família, do que acontece na escola. Então, o que estamos fazendo é levando informações e conhecimento para propiciar maior interação entre a família e a escola. Estamos levando uma informação para o professor, para o diretor, oferecendo informação. Estamos oferecendo uma coisa que muitas pessoas querem e não têm – um conjunto de informações que poderá ajudar na aula, ajudar os diretores. Eu acredito no aspecto positivo da avaliação externa. Entendo, conheço esses posicionamentos, mas acho que, para o Brasil de hoje, é importante que se conheça um pouco mais a realidade das escolas para que as medidas, as intervenções pedagógicas, sejam realmente eficientes. Acho que é importante ter esse papel da avaliação externa. Pode ser que daqui a 20, 30 anos, essa realidade seja diferente. Para o Brasil de hoje, nós entendemos que é importante.

(Fonte: Agência Brasil)