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Até o dia 5 de agosto, Rondônia sedia a primeira edição da Campus Party na Região Norte do Brasil. Mais de 2 mil campuseiros estão acampados no Sesi de Porto Velho. Cerca de 20 mil pessoas devem passar pelo evento até domingo.

A primeira conferência, nessa quarta-feira(1º), foi sobre como a África passou a liderar o mundo em cinco áreas de tecnologias avançadas. O continente está em destaque na Campus Party de Rondônia. Uma das 350 palestrantes desta edição é a sul-africana Sharron McPherson, diretora do maior grupo de mulheres em investimentos em infraestrutura da África.

O diretor-geral da Campus Party, Tonico Novaes, destaca que, além de trazer um olhar internacional sobre as novidades em tecnologia, a programação atende a demandas específicas do público da região.

“A gente sabe que o público aqui de Rondônia é muito aficionado por ‘games’ e, com isso, a gente permite a experiência de ‘games’ gratuitos na área que não tem cobrança de ingresso, que é a área ‘open”’, afirmou.

Outra atração da Campus Party em Rondônia é o campeonato de robótica, que mobilizou estudantes do Instituto Federal do Estado, como Danielle Marrieli, de 16 anos. Ela dá aulas de robótica para crianças e passou os últimos meses preparando o próprio robô para a competição.

“O objetivo vai ser o robô cumprir toda a pista organizada pelos árbitros em uma série de atividades que o robô precisa fazer de forma autônoma”, informou a estudante.

A Campus Party foi criada há 20 anos, na Espanha, e, depois, passou a ter edições em países como Brasil, Colômbia e México. É considerado um dos mais importantes encontros sobre inovação, ciência, criatividade e entretenimento digital. Na edição em Rondônia, os participantes serão desafiados a pensar em soluções digitais para áreas como educação, Justiça e desenvolvimento sustentável.

(Fonte: Agência Brasil)

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira (1º), manter a validade da norma que definiu a idade mínima em que crianças podem ser matriculadas no ensino fundamental nas escolas públicas e particulares. A questão foi julgada a partir de questionamentos da Procuradoria Geral da República (PGR) e do Estado do Mato Grosso do Sul.

Por maioria de votos, a Corte julgou constitucional resoluções editadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), em 2010. As regras definiram que a matrícula, no primeiro ano do ensino fundamental, só pode ser feita se a criança tiver completado 6 anos de idade até o dia 31 de março do ano da matrícula. Dessa forma, se ainda tiver 5 anos, a criança deve continuar na educação infantil até completar o critério.

O julgamento começou em maio, mas foi interrompido por um pedido de vista do ministro Marco Aurélio, quando tinha sido registrado placar a favor das resoluções. Na sessão de hoje, os ministros Marco Aurélio, Celso de Mello e a presidente Cármen Lúcia, últimos a votar, também se manifestaram, favoravelmente, ao corte temporal.

Segundo Cármen Lúcia, o CNE levou em conta questões psíquicas e a unificação nacional da educação para definir a idade mínima para o ingresso no ensino fundamental. Em seu voto, a ministra, também, afirmou que o grande problema do Brasil é a falta de educação eficiente.

“Negar a uma criança a educação formal é negar a ela não a capacidade apenas de exercer sua liberdade, mas de se libertar de condições que não são aquelas constitucionalmente previstas”, disse.

Entenda

A controvérsia sobre a questão ocorre porque a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabeleceu que o ensino fundamental começa aos 6 anos de idade, no entanto, a resolução do CNE foi além e criou o corte etário no mês de março, em uma tentativa de organizar o ingresso dos alunos nos sistemas de ensino do país.

Especialistas em educação alegam que crianças com 5 anos não estão preparadas psicologicamente para ingressar no ensino fundamental. Além disso, governos estaduais afirmam que o corte é necessário porque não há vagas suficientes para todos os alunos na educação infantil.

A restrição já foi contestada nas instâncias inferiores da Justiça por pais de crianças que queriam matricular seus filhos menores de 6 anos no ensino fundamental e conseguiram fazê-lo por meio de liminares.

(Fonte: Agência Brasil)

O trabalho do deputado federal Juscelino Filho (DEM) na Câmara dos Deputados em obter benefícios para os municípios maranhenses tem resultado no fortalecimento e na consolidação de apoios políticos em todo o Maranhão. No último fim de semana, por exemplo, lideranças das cidades de São João do Caru e de Trizidela do Vale oficializaram o compromisso em torno do projeto de reeleição do deputado com a realização de grandes atos.

No domingo (29), no município de São João do Caru, o presidente estadual do DEM participou de um ato promovido pelo líder político Fernando do Ipiranga e pela vereadora Juça, outra importante liderança caruense. Os prefeitos Vianey Bringel (Santa Inês) e Dr. Francisco (Bom Jardim), além do deputado estadual Neto Evangelista, também participaram do evento.

“Estou muito honrado com os apoios que nosso projeto político tem recebido. Isso demonstra que o nosso trabalho está sendo reconhecido nos municípios. E cada novo apoio nos fortalece para buscar mais benefícios para a população do nosso Estado. Só tenho a agradecer a confiança dos maranhenses”, afirmou o deputado.

Trizidela do Vale

Já na última sexta-feira (27), o deputado federal Juscelino Filho recebeu o apoio do Dr. Gustavo Brandão, importante líder político no município de Trizidela do Vale. Na ocasião, o parlamentar comprometeu-se em continuar trabalhando pela população trizidelense.

Outras lideranças também marcaram presença no evento e manifestaram seu apoio ao deputado Juscelino Filho. Foi o caso dos diretores do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Trizidela do Vale, que voltaram a enaltecer a patrulha agrícola recebida no mês de maio.

O equipamento agrícola, adquirido por meio de uma emenda do deputado Juscelino Filho, está beneficiando dezenas de famílias de trabalhadores rurais no município.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

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O Rio de Janeiro recebeu, nessa terça-feira (31), o primeiro Encontro Mundial para Mulheres em Matemática (World Meeting for Women in Mathematics - (WM)²), evento que faz parte do Congresso Internacional de Matemáticos (ICM 2018, da sigla em inglês), que começa hoje (1º) e vai até o dia 9, no RioCentro, na zona oeste da cidade.

A organizadora do evento no Brasil, a pesquisadora do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) Carolina Araújo, disse que, pela primeira vez, a discussão de gênero entrou no debate. Segundo ela, encontros de mulheres matemáticas foram realizadas nas últimas duas edições do ICM, mas o foco era apenas a pesquisa científica desenvolvida por mulheres.

“Um momento de muita dificuldade na carreira profissional das mulheres é o momento da maternidade, na maioria dos países, onde esse papel em geral socialmente acaba recaindo sobre a mãe mesmo. É um momento em que as mulheres são muito impactadas na carreira e, muitas vezes, esse impacto vai ter um efeito para o resto da vida profissional da mulher”, diz Carolina.

De acordo com ela, a discussão busca iniciativas para não perder essa cientista que virou mãe, “porque são talentos que podem contribuir para a ciência e que a gente perde se não fizer alguma coisa”.

Na matemática, Carolina destaca que existe uma sub-representação das mulheres. “No Brasil, somos menos de 25% dentre os pesquisadores em matemática. Em outros países, a situação é ainda mais extrema. Parte do que a gente está fazendo aqui é tentando entender quais são os principais problemas, as principais dificuldades e discutir iniciativas, programas, políticas que possam ajudar a reverter essa situação”.

Segundo ela, a sub-representação é tão presente que, apenas em 2003, uma mulher foi aceita para ocupar um lugar no Comitê Executivo da União Internacional de Matemática (IMU), Ragni Piene. Apenas em 2014, uma mulher foi agraciada com a Medalha Fields, considerada o prêmio Nobel da matemática, a iraniana Maryam Mirzakhani. Morta no ano passado, vítima de câncer de mama, Maryam foi homenageada no (WM)² com uma exposição de painéis que mostram fotos inéditas da pesquisadora e seu trabalho.

Incentivo para mulheres na matemática

De acordo com a especialista, iniciativas para incentivar a entrada de mulheres na carreira científica são recentes. Por isso, ela acredita que a participação das mulheres na matemática deve melhorar nos próximos anos. “Parte desse encontro tem como objetivo juntar forças, se conhecer melhor, saber o que as outras estão fazendo, aprender da experiência umas das outras pra gente conseguir construir algo mais sólido nessa direção”.

Dados da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) – aplicada a estudantes de ensino fundamental e médio – mostram que a participação de meninas e meninos na prova são paritárias, inclusive entre os 5% que passam para a segunda fase da competição. Porém, entre os medalhistas, apenas 30% são meninas no nível 1 (6º e 7º anos) caindo para 20% no nível 2 (8º e 9º anos) e apenas 10% no nível 3 (ensino médio).

“Esses números são gritantes. Mostra que alguma coisa precisa ser feita. A Obmep traz um diagnóstico da situação. Ela também se apresenta como uma ferramenta muito potente para a gente mudar, porque a Obmep consegue ter acesso ao país todo, tem uma rede que conecta o país todo. Então, ela pode ser também uma ferramenta pra gente propor essas mudanças”, diz Carolina.0

Igualdade racial

O (WM)² também promove o incentivo com recorte racial. Um grupo de 20 matemáticas negras recebeu apoio do Instituto Serrapilheira para participar do encontro. Segundo a diretora de divulgação científica do instituto, Natasha Felizi, o fomento à produção e divulgação científica precisa levar em conta a diversidade de gênero e raça.

“Essa é uma parcela muito grande da população e, quando você exclui essa parcela da população, você está perdendo muitos talentos e muitos cérebros que poderiam contribuir para o desenvolvimento da ciência no Brasil. Porque as pesquisadoras elas existem, mas por ocuparem menos posições de prestígio e serem menos visíveis, a gente tem a impressão deque existem menos do que existem de fato”.

A ideia, de acordo com Natasha, é incentivar garotas a entrar para carreira científica a partir da divulgação de figuras inspiradoras que sirvam de modelo. “Não é só no Brasil, uma das bandeiras que a gente considera é a da representatividade, são os “role models”. Ao apoiar ações como essa, a gente procura mostrar para garotas, meninas e potenciais futuras cientistas que existem outras mulheres nessas carreiras e que esse é um caminho possível para elas também”.

Segundo um levantamento divulgado no fim do ano passado pela Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), a primeira mulher a obter um doutorado em matemática no país foi Marília Chaves Peixoto, em 1948, seguida de outras duas pioneiras no campo, Maria Laura Mouzinho Leite Lopes e Elza Furtado Gomide, que obtiveram o título em 1949.

Atualmente, a participação das mulheres na matemática do Brasil é comparável a de muitos países da Europa e da América do Norte, com cerca de 42% dos estudantes de graduação e 48% dos que terminaram a faculdade na área. Na pós-graduação, cerca de 27% dos graus são obtidos por mulheres. Entre os professores das universidades federais e estaduais, elas somam cerca de 40%.

(Fonte: Agência Brasil)

Professores da rede pública e servidores públicos federais que queiram trabalhar na aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio de 2018 podem se inscrever, a partir de hoje (31), pela “internet”. No caso dos professores, podem participar os das redes estaduais e municipais de ensino.

As inscrições vão até o dia 20 de agosto. As provas do Enem 2018 serão aplicadas nos dias 4 e 11 de novembro.

Os inscritos que forem aprovados vão receber capacitação por meio de um curso à distância. Quem já participou da aplicação de provas anteriores do Enem também deverá fazer a capacitação. Para atuar no dia da prova é preciso ter, no mínimo, 70% de aproveitamento nas atividades do curso.

Critérios para inscrição

Alguns dos critérios para se inscrever são: ter o ensino médio; ser servidor público federal ou docente da rede estadual ou municipal de ensino efetivo e registrado no censo escolar; não estar inscrito ou ter cônjuge, companheiro ou parentes inscritos para as provas do Enem 2018; não ter vínculo com as atividades do processo de elaboração, impressão, distribuição, aplicação e correção da redação exame. Ainda é indispensável ter “smartphone” ou “tablet” com acesso à “internet” móvel.

O trabalho é remunerado, e o valor pago é de R$ 318 por dia de atuação na Rede Nacional de Certificadores (RNC) do Enem 2018. A carga horária diária é de 12 horas.

(Fonte: Agência Brasil)

No Brasil, metade dos professores não recomendaria a um jovem se tornar educador, por considerar a profissão desvalorizada, revela a pesquisa Profissão Docente, iniciativa da organização Todos Pela Educação e do Itaú Social.

De acordo com o levantamento feito pelo Ibope Inteligência em parceria com a rede Conhecimento Social, a maioria (78%) dos professores disse que escolheu a carreira principalmente por aspectos ligados à afinidade com a profissão. Entretanto, 33% dizem estar totalmente insatisfeitos com a atividade docente, e, apenas, 21% estão totalmente satisfeitos.

Durante a pesquisa, foram entrevistados 2.160 profissionais da educação básica em redes públicas municipais e estaduais e da rede privada de todo o país, sobre temas como formação, trabalho e valorização da carreira. A amostra respeitou a proporção de docentes em cada rede, etapa de ensino e região do país, segundo dados do Censo Escolar da Educação Básica (MEC/Inep).

Para o diretor de políticas educacionais da organização Todos pela Educação Olavo Nogueira Filho, os dados são preocupantes. Ele reforçou a necessidade de repensar a valorização da carreira dos professores brasileiros. “Há bastante tempo, conhecemos o desafio da desvalorização docente, da falta de prestígio em relação à carreira, mas acho que os novos dados chegam para reforçar e, mais uma vez, mostrar que temos um longo caminho a ser trilhado na educação, no que diz respeito à valorização da carreira”, afirmou.

Formação

Os docentes apontam como medidas mais importantes para a valorização da carreira, a formação continuada (69%) e a escuta dos docentes para a formulação de políticas educacionais (67%). Eles consideram urgente a restauração da autoridade e o respeito à figura do professor (64%) e o aumento salarial (62%).

Para o diretor Nogueira Filho, os números passam relevante mensagem no sentido de desmistificar o senso comum, que coloca a questão salarial como o principal problema para a carreira docente no país.

“O debate, de modo geral, tem colocado ênfase, de maneira quase isolada, na questão salarial. E, de fato, esse ponto surge no conjunto das principais medidas que as pessoas entendem como importantes para valorizar a carreira, mas não aparece na pesquisa como fator principal. Acho que isso traz uma questão importante sobre a discussão da valorização], que precisa ir além da questão do salário”.

A remuneração média dos professores no Brasil atualmente, segundo a pesquisa, é de R$ 4.451,56. A maioria dos docentes (71%) tem a profissão como principal renda da casa, e 29% afirmam ter outra atividade como fonte de renda complementar.

Segundo a pesquisa, um em cada três professores tem contrato com carga horária de menos de 20 horas semanais, o que pode ter impacto na renda e no cumprimento de um terço da carga horária, prevista na Lei do Piso do Magistério para atividades extraclasse. Pelo menos, 58% dos professores afirmam ter tempo remunerado fora da sala de aula. Contudo, somente cerca de 30% dos docentes dispõem de, aproximadamente, ou mais de um terço da carga horária para planejamento de aula.

Políticas públicas

Os professores ouvidos pela pesquisa consideram que é papel das secretarias de Educação oferecer oportunidades de formação continuada (76%), mas não concordam que programas educacionais, como um todo, estejam bem alinhados à realidade da escola (66%). Apontam a falta um "bom canal de comunicação" entre a gestão e os docentes (64%), e dizem que não há envolvimento dos professores nas decisões relacionadas às políticas públicas (72%). Também consideram aspectos ligados à carreira mal atendidos, como o apoio à questões de saúde e psicológicas (84%) e ao salário (73%).

Falta de confiança

Para o diretor de políticas educacionais da organização Todos pela Educação Nogueira Filho, os dados mostram que a falta de confiança entre o professor e as secretarias estaduais e municipais de educação é outro desafio a ser enfrentado. “Uma parcela significativa dos professores diz não acreditar que a secretaria tem lançado mão de políticas que tenham aderência à sua escola e, mais do que isso, mostram descrença com relação ao próprio compromisso da secretaria para com a aprendizagem dos alunos”.

O governo federal anunciou, em fevereiro deste ano, o aporte de R$ 1 bilhão para a Política Nacional de Formação de Professores, com objetivo de financiar 190 mil vagas em três diferentes iniciativas para formação docente: o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), o Programa de Residência Pedagógica e a Universidade Aberta do Brasil (UAB).

“São políticas que apontam no sentido correto e desejável, mas, considerando o tamanho do desafio, é razoável dizer que são insuficientes para, de fato, mudar o cenário que a pesquisa traz no que diz respeito à valorização da profissão, das estruturas da carreira e a qualidade da formação, tanto do ponto de vista inicial quanto continuado”, disse.

O diretor ressaltou a necessidade de mudança estrutural na formação inicial dos docentes. Na sua opinião, o governo federal pode ter papel importante na indução de melhorias a partir da criação de parâmetros de estruturação de carreira que possam ser seguidos pelas secretarias de Educação.

Procurados pela reportagem, o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Secretários da Educação (Consed) não se manifestaram até o momento de publicação da matéria.

(Fonte: Agência Brasil)

A Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa, na sigla em inglês) comemora, neste domingo (29), o seu 60º aniversário, um feito que marca o momento em que o governo americano começou a olhar para as estrelas tanto com curiosidade científica quanto com temores militares.

Em um dia como hoje, há exatamente 60 anos, o então presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower, assinou a lei que deu origem à emblemática agência espacial, embora sua implementação só tenha ocorrido no dia 1º de outubro daquele mesmo ano.

No entanto, a história da Nasa remonta há mais de meio século, no alvorecer da aviação, quando em 1915 Washington criou o Comitê de Assessoria Nacional para a Aeronáutica (Naca, na sigla em inglês), cuja missão principal era buscar soluções práticas aos desafios apresentados pelos primeiros voos.

"[A Naca] não se limitava a estudar voos na atmosfera, por isso, com o passar do tempo, seus engenheiros e cientistas começaram a estudar foguetes e voos espaciais", explicou à Agência EFE o historiador e assessor do Pentágono para assuntos aeronáuticos e espaciais, Richard Hallion.

Em 1926, o físico e inventor americano Robert Goddard atraiu a atenção do mundo inteiro ao lançar com sucesso o primeiro foguete propulsado com combustível derivado do petróleo líquido.

Esse feito representou uma conquista científica de enorme valor, mas também uma oportunidade militar evidente.

Durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), a Alemanha deu um grande passo à frente dos EUA ao desenvolver mísseis balísticos que podiam viajar por mais de 300 quilômetros, e com os quais aterrorizou os cidadãos de Londres, no Reino Unido.

"No fim da guerra, o desenvolvimento de foguetes se transformou em um assunto de grande interesse para os Estados Unidos e a União Soviética", assinalou Hallion, que acrescentou que, definitivamente, "isto foi basicamente o início do que depois acabaria ficando conhecido como a corrida espacial".

Naquela época, a pesquisa espacial já tinha duas vertentes claras: uma militar, que pretendia a desenvolver foguetes capazes de transportar uma ogiva nuclear; e outra científica, que buscava colocar um satélite em órbita.

Novamente, os americanos ficaram para trás e tiveram que observar como, em 4 de outubro de 1957, os soviéticos realizavam o feito de colocar em órbita o primeiro satélite da história: o Sputnik 1.

Esse novo revés levou o governo americano a refazer os planos sobre qual deveria ser o caminho a ser seguido na pesquisa espacial. O Congresso decidiu, então, criar uma agência que fundiria a Naca com a Agência de Mísseis Balísticos do Exército (ABMA, na sigla em inglês).

"O resultado desse casamento foi a agência que acabou se transformando na Nasa", disse o historiador. Ele destacou que, apesar de as Forças Armadas terem mantido "seus próprios interesses no espaço", essa decisão permitiu que a Nasa "se concentrasse nos aspectos civis e na exploração".

A partir daquele momento, a agência aeroespacial começou a acumular conquistas históricas, como a chegada do homem à Lua em 20 de julho de 1969, mas também sofreu reveses como a explosão do ônibus espacial Challenger, em 1986, na qual morreram seus sete tripulantes.

Os acidentes e o elevado custo da corrida especial levaram Washington a apostar nos últimos anos por manter os pés na Terra e olhar menos para as estrelas.

No entanto, com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, o país voltou a situar a conquista do espaço como prioridade. Uma conquista que, agora, tende a ser tanto científica como militar.

A promessa de Trump de que os Estados Unidos serão o primeiro país a levar o homem a Marte parece hoje um pouco mais distante que seu compromisso de criar um Exército espacial, cuja missão será proteger os interesses americanos na estratosfera.

"Para garantir que nossos militares estão preparados para lutar e vencer neste cenário disputado, trabalhamos com afinco para aumentar nossa letalidade e nossa força e para garantir a manutenção da nossa liderança e liberdade de ação no espaço", disse à EFE o major da Força Aérea americana, William Russell.

Longe, portanto, parecem ficar os anos dourados nos quais as autoridades começaram a olhar para as estrelas com tanta curiosidade como apreensão. "O espaço já não pode ser considerado um ambiente benigno", frisou Russell.

(Fonte: Agência Brasil)

Destruído por um incêndio em 2015, o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, tem sua reabertura prevista para dezembro de 2019. Quando voltar a receber visitantes, o equipamento cultural terá mais espaço destacado ao português falado fora do Brasil que sua versão anterior e manterá a diversidade de sotaques dos brasileiros.

Segundo o presidente da empresa de energia portuguesa EDP no Brasil, Miguel Setas, o museu exibirá para brasileiros e turistas a riqueza que a língua portuguesa adquiriu ao se espalhar da Europa para a África, América e Ásia, chegando até a fronteira com a Oceania, e somando 260 milhões de falantes atualmente. A EDP é uma das patrocinadoras da reconstrução, ao lado da Fundação Roberto Marinho, do Grupo Globo, do Itaú e da Sabesp.

"Agora, vamos ter um museu que capta todas essas tonalidades do português ao redor do mundo", disse Miguel. "É um conteúdo que é muito importante para os brasileiros, porque é desconhecida muitas vezes essa difusão do português".

Além de Brasil e Portugal, falam português Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau e Timor-Leste. Em Macau, na China, a língua não é a oficial, mas continua a ter falantes, já que a região também teve colonização portuguesa.

Setas informou que a reforma do museu caminha em ritmo acelerado e que, após a conclusão da fachada e da cobertura, os esforços agora se concentram nos recursos tecnológicos e no acervo.

Quando foi inaugurado, em 2006, o museu encontrou uma população menos habituada a usar tecnologia em seu dia a dia, e, em 2019, deve contar com recursos como paredes táteis e equipamentos de direcionamento sonoro para surpreender os visitantes.

A nova versão do museu não vai apagar ou tentar esconder o incêndio que o destruiu, mas incorporá-lo como parte de sua história. Na visita, será possível ver sinais do fogo integrando o acervo, como madeira queimada.

Outra novidade deve ser o terraço do espaço, que antes era fechado e agora será um espaço com vista aberto a visitação e realização de eventos.

"Isso vai conferir ao museu um charme ainda maior do que tinha antes”

(Fonte: Agência Brasil)

Nascida em uma família liberal e que defendia a laicidade no Marrocos, país de maioria islâmica e leis conservadoras, a escritora Leila Slimani sentia-se no exílio, em sua própria casa, em relação ao mundo fora dela. Depois de mudar para a França, aos 17 anos, ela encontrou uma sociedade mais laica, mas ainda cheia de resistências ao multiculturalismo e preconceitos contra imigrantes. Francesa de origem marroquina, aos 36 anos, Leila considera-se pertencente à literatura.

"O exílio não é uma coisa geográfica, sentia-me exilada até no meu próprio país", afirmou a escritora em entrevista coletiva, nessa sexta-feira (27) durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), onde participou de uma das mesas de discussão. "O único lugar em que não me sinto exilada é na literatura. Este é o meu verdadeiro país. Quando era jovem e li livros de [Leon] Tolstói e Jorge Amado, por exemplo, senti que era a esse universo que eu pertencia".

A escritora critica certo saudosismo que existe entre os conservadores europeus, que sonham com a volta da França ou da Itália de outrora. "Eu não tenho nenhuma saudade dessa França e não lamento. Uma França em que as mulheres não tinham direito de votar, nem de abortar, em que os homossexuais eram considerados ilegais. Não vivo nessa nostalgia", disse ela.

"O multiculturalismo é uma enorme riqueza para nosso continente. Infelizmente, como vocês sabem, ele suscita muita oposição e muita violência por parte da direita", acrescentou.

Leila Slimani publicou recentemente, no Brasil, o livro “Canção de Ninar”, que rendeu a ela o Prêmio Goncourt, o mais importante da França. Na história, em que uma babá mata os dois filhos de seus patrões, Leila Slimani explora as diferenças sociais, culpas e relações de poder presentes nessa sociedade, sem julgamentos ou condescendências. Autora de sete livros, ela já escreveu sobre uma mulher casada e compulsiva por sexo, e sobre a vida sexual secreta de mulheres marroquinas.

Na história de “Canção de Ninar”, a babá transita entre a loucura e o desejo ilusório de alcançar a perfeição para pertencer a uma família burguesa. "Percebi, na qualidade de mulher e na qualidade de mãe, que eu só poderia ser realmente emancipada e livre quando tivesse aceitado o fato de ser imperfeita".

Para a escritora, a sociedade imputa muito mais culpa às mulheres que aos homens, especialmente no que diz respeito à maternidade. "Em uma situação dessas, em que estou em Paraty, até a minha própria mãe diz para mim que estou fazendo muita falta aos meus filhos. Se for o meu marido que viaja, eles dizem para ele: 'seus filhos devem fazer muita falta para você'".

Intimidade é política

Leila Slimani contou que sua experiência como jornalista, cobrindo a insatisfação da juventude nos países da Primavera Árabe, revelou uma falta enorme que esses jovens sentiam da intimidade, por terem suas vidas constantemente controladas pelas famílias e pela moral religiosa. Segundo ela, no Marrocos, apenas 0,1% das pessoas com menos de 28 anos moram em uma casa com um quarto só para elas. "Eu me dei conta de que essa questão da intimidade era, sim, uma questão política".

No caso das mulheres, a percepção da escritora nas viagens ao país de origem era de que seus corpos não pertenciam a elas, ainda que se falasse com mulheres diversas, casadas, prostitutas, lésbicas ou ateias. "Constatei que a primeira violência que você pode fazer com uma mulher é o silêncio, é dizer cale-se eu não quero ouvir o que você tem a dizer", disse ela, que se lembrou de uma jovem que contou a ela que queria ser escritora, mas tinha medo de perder as pessoas que amava. "Temos que lembrar sempre que, para muitas mulheres ao redor do mundo, ousar dizer e ousar contar histórias é perder as pessoas próximas".

Captura do leitor

A escritora disse também que o fato de ser jornalista influenciou na forma de seus textos e, também, na capacidade de observar os detalhes à volta, muito usados em sua literatura.

"A gente [jornalista] está sempre cortando o texto. Isso me ensinou que é preciso que o leitor seja imediatamente capturado pelo texto. Não se pode perder tempo para que isso aconteça".

“Francês não está em declínio”

Em outro ponto da entrevista coletiva, Leila Slimani discordou de uma repórter que perguntou como ela via o espaço da língua francesa tomado por outros idiomas como o inglês e o mandarim. A escritora respondeu que a língua francesa não está em declínio, porque é uma das mais estudadas e traduzidas, e está muito presente em países que terão grande crescimento populacional, especialmente no continente africano.

"Hoje em dia, existem 250 milhões de francófonos [aqueles que falam francês] no mundo. Em 2050, haverá 600 milhões", afirmou Leila, destacando que o francês é uma língua versátil e espalhada em todos os continentes, sendo, inclusive, mais estudada fora da França.

"A francofonia vai ficar cada vez mais forte à medida que a França não seja o seu centro", ressaltou Leila Slimani.

(Fonte: Agência Brasil)

O Brasil, assim como outros países da América Latina, tem dificuldade em atrair jovens talentosos para a carreira de professor. Essa é uma das conclusões do estudo “Profissão Professor na América Latina – Por que a docência perdeu prestígio e como recuperá-lo?”, divulgado, nesta sexta-feira (27,) pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

No Brasil, apenas 5% dos jovens de 15 anos pretendem ser professores da educação básica, enquanto 21% pensam em cursar engenharia. No Peru, o índice dos que pretendem optar pela docência é de menos de 3%, contra 32% que querem se tornar engenheiros. Por outro lado, em países onde a profissão é mais valorizada, o interesse tende a ser maior, como na Coreia do Sul, onde 25% dos jovens têm a intenção de lecionar e, na Espanha, onde o índice chega a quase 20%.

Entre as razões para o desinteresse para atuar na educação básica estão, segundo a pesquisa, os baixos salários. “Mesmo nos últimos anos, após uma década de incrementos nos salários dos professores, eles continuam a ganhar consideravelmente menos do que outros profissionais”, enfatiza o texto.

A partir dos dados das pesquisas domiciliares no Brasil, Chile e Peru, o estudo do BID mostra que os educadores ganham cerca da metade da remuneração de profissionais com formação equivalente. No Equador, a diferença é menor, mas os professores ainda recebem 77% da remuneração de outras áreas. No México, os vencimentos dos trabalhadores da educação são de 83% dos de outros ramos.

Falta de infraestrutura

Além da questão financeira, o estudo aponta para as condições de trabalho como razão do desinteresse dos jovens pela docência. “Muitas vezes, a infraestrutura das escolas latino-americanas é deficiente em relação a equipamentos e laboratórios e até mesmo em termos de serviços básicos”, ressalta o documento.

O estudo menciona as informações levantadas pelo Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação em 2013 sobre escolas de 15 países latino-americanos, incluindo o Brasil. Na ocasião, foi constatado que 20% dos estabelecimentos de ensino não tinham banheiros adequados, 54% não tinham sala para os professores e 74% não contavam com laboratório de ciências.

Desinteresse

O estudo aponta ainda que muitos jovens acabam seguindo a carreira docente “por eliminação, não por vocação”. Recuperando dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2008, a pesquisa destaca que, à época, 20% dos estudantes de ensino superior com foco no magistério haviam feito a opção para ter uma alternativa caso não conseguissem outro emprego, e 9% por ser a única possibilidade de estudo perto de casa.

“Ser professor na América Latina não é uma carreira atraente para jovens talentosos do ponto de vista acadêmico. Não se pode ignorar o fato de que muitos futuros professores decidem frequentar um curso de carreira docente exatamente por ser uma carreira mais acessível no aspecto acadêmico, e não necessariamente por terem uma vocação pedagógica”, analisa o estudo.

Reflexos

Esse problema tem, com outros fatores, reflexos no desempenho dos estudantes. Os dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), citados pela pesquisa, mostram, por exemplo, que os conhecimentos em leitura, matemática e ciências dos jovens de 15 anos da região está dentro dos 40% dos com pior resultado entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O percentual dos estudantes que não atingem o nível básico das competências é mais do que o dobro da média da OCDE.

(Fonte: Agência Brasil)