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Crianças da educação infantil em sala de aula

Há dois anos, Esteffane de Oliveira, 25 anos, moradora da Cidade de Deus, em Japarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, tenta conseguir vaga em creche pública para a filha, Maytê, que tem 2 anos. Para conseguir trabalhar e sustentar a casa, muitas vezes Esteffane acaba deixando a filha menor com a outra filha, Ana, de apenas 7 anos. "Eles falam para mim que não tem vaga, que está tudo cheio. Eu até choro, está ficando muito complicado".

O caso de Esteffane está na Justiça. Ela é uma das 7,5 mil crianças que esperam vagas em creches no Rio de Janeiro, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação. Em todo o país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2023 (Pnad Contínua 2023) cerca de 2,3 milhões de crianças de 0 a 3 anos não estão em creches por alguma dificuldade de acessar o serviço, seja por falta de escola, inexistência de vaga ou porque a instituição de ensino não aceitou o aluno por causa da idade.

A educação infantil é uma das principais competências do município em relação à educação e um dos maiores desafios para as próximas gestões que serão eleitas este ano.

A educação, para Esteffane, é uma das demandas prioritárias. Os outros dois filhos, Ana e Pierre, de 4 anos, estão matriculados em escola próxima à casa deles. Agora, só falta Maytê. "Minha filha de 7 anos sabe ler, faz conta, faz tudo. Meu filho de 4 está aprendendo agora também. E eu queria que ela já entrasse na creche, porque já vai sabendo o ritmo, como é a escola", diz a mãe.

Além da aprendizagem das crianças, Esteffane sente-se segura deixando as crianças na escola. "Isso para mim é muito importante, entendeu? Eu vou trabalhar com a minha mente mais tranquila".

A Constituição Federal estabelece a educação como direito de todos e dever do Estado e da família. De acordo com o Artigo 211, os sistemas de ensino federal, estadual e municipal devem se organizar em regime de colaboração. Os municípios devem atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil, que abrange creches (que atendem bebês e crianças de até 3 anos) e pré-escolas (4 e 5 anos). A Constituição estabelece que as prefeituras destinem, no mínimo, 25% de sua arrecadação à educação.

Os municípios também devem estar atentos à prestação de alguns serviços para que a educação seja garantida aos estudantes: o transporte escolar, a merenda dos estudantes, a qualidade do ensino e o financiamento, que abrange o salário dos professores. Em regime de colaboração, o governo federal oferece apoio por meio de iniciativas como o Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Representantes

No dia 6 de outubro, mais de 150 milhões de eleitores poderão comparecer às urnas e votar em candidaturas para os cargos de prefeito e vereador. As pautas educacionais estão entre as que são citadas por candidatos e que fazem parte das promessas de campanha. Pesquisa Genial Quaest, divulgada em julho deste ano, mostra que entre os principais problemas considerados pelos eleitores estão economia (citada por 21% dos entrevistados); violência (19%); questões sociais (18%); saúde (15%); corrupção (12%) e educação (8%).

Segundo a professora do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mayra Goulart, o resultado da pesquisa mostra "algo desfavorável em termo das percepções sobre educação nessa lista de principais temas", aparecendo em último lugar entre os assuntos considerados. No entanto, o Pé-de-Meia, voltado para estudantes do ensino médio, aparece entre os programas mais conhecidos e aprovados do governo Lula, mostrando que a educação tem relevância diante do eleitorado.

As demandas da população são muitas, como a de Esteffane por vaga em creche, mas nem todas são de competência municipal, que deve ter como foco principalmente a educação infantil e o ensino fundamental. Promessas que fogem a essa alçada geralmente não são cumpridas.

A área da educação virou também terreno de disputa. "O tema da educação aparece de outra forma por causa da polarização com a extrema direita que fala muito de Escola sem Partido, de ideologia de gênero na escola. É nesse sentido que a educação tem sido disputada, a partir da ideia de que tem que ficar a cargo da família, o que contrasta com a ideia de que a educação tem que ficar a cargo do Estado e das instituições republicanas", afirma Mayra.

A professora recomenda aos eleitores acompanhar o trabalho dos candidatos. Essa é uma forma de não cair em falsas promessas e de pressionar para que sejam cumpridas as que foram feitas. "A participação do eleitor no acompanhamento, no controle sobre o representante, vendo se ele está cumprindo a função de representação, acho que é a chave para se proteger de falsas promessas e responsabilizar os representantes quando eles não cumprem suas propostas", alertou.

(Fonte: Agência Brasil)

As inscrições para a 32ª edição do Programa Bolsas de Verão (PBV), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), estão abertas até o dia 23 de setembro. Gratuitas, as inscrições podem ser feitas pela internet.  

O programa é voltado a alunos de graduação das áreas de Ciências Exatas e da Terra, Engenharias, Tecnologias, Ciências Biológicas e Saúde, da América Latina e Caribe e já acolheu mais de 450 estudantes ao longo de suas edições.

Os projetos desenvolvidos durante o PBV serão propostos por equipes de pesquisadores e especialistas do CNPEM. A abordagem será multi e interdisciplinar nas áreas da saúde, agricultura, meio ambiente, energias e materiais renováveis; tecnologias quânticas, tecnologias habilitadoras: ciência com luz síncrotron, bioimagem, síntese e caracterização de materiais, aceleradores de partículas, engenharia e instrumentação científica, caracterização em nanoescala, micro e nanofabricação, síntese, teoria e ciência de dados.

Experiência imersiva

“O PBV oferece uma experiência imersiva em um dos mais importantes centros de pesquisa do Brasil, conectando estudantes com as fronteiras do conhecimento em diversas áreas. Somente ao chegar ao campus do CNPEM, em janeiro de 2025, será revelado ao estudante qual o projeto, quem serão seus orientadores e em qual Unidade do CNPEM passará o programa”, informou a organização.

Os candidatos aprovados no programa serão recebidos no campus do CNPEM, em Campinas, no Estado de São Paulo, a partir de 8 de janeiro de 2025. Serão oferecidos aos estudantes diversos benefícios: passagem aérea de ida e volta, suporte psicológico e pedagógico, seguro de assistência em viagem, alimentação, hospedagem e transporte diário entre a residência temporária e o CNPEM.

(Fonte: Sgência Brasil)

Paracatu-MG 31/08/2024 premiação de crianças do Fliparacatu. Fotos Assessoria de imprensa

Quantas histórias cabem nos muros invisíveis? Alunos da rede pública e privada de Paracatu foram instigados a dar respostas à essa pergunta. Após visitar a mostra Muros Invisíveis: Professores Negros, eles foram convidados a desenvolver uma fanfic, ou seja, inventar histórias a partir de outras já existentes. A ideia era revelar talentos, além de promover o gosto pela leitura e pela escrita.

A premiação ocorreu nessa manhã de sábado (31), dentro da programação do Festival Literário Internacional de Paracatu, e celebrou os vencedores das categorias de desenho e redação. Foram 18 vencedores, nas seis categorias do concurso.

Paracatu-MG 31/08/2024 premiação de crianças do Fliparacatu. Fotos Assessoria de imprensa

Bárbara Kamyllia Tenório, de 17 anos, ficou com o primeiro lugar na categoria de estudantes de 15 a 18 anos. Ela está no terceiro ano do ensino médio e estuda na Escola Estadual Neusa Pimentel Barbosa. Sua redação recebeu o título “Uma imprescindível mulher”.

“Eu fiquei muito surpresa com o primeiro lugar. Eu sabia que eu tava no pódio, mas não imaginava que seria logo o primeiro. Eu escrevi sobre uma professora negra e sobre quebrar muros, quebrar barreiras. Porque ser negro no Brasil é muito difícil, por causa do nosso histórico, e ter forças para quebrar os muros, como a gente viu na exposição, é muito bonito”, fala.

 A professora de português, redação e literatura Kélia Nunes Rabelo, acompanhou o processo da Bárbara e disse que foi muito difícil selecionar o texto, tamanha qualidade dos textos produzidos.

“Nós visitamos a exposição, fizemos uma aula ao ar livre e ficamos surpreendidos com a qualidade dos nossos alunos. Desde o início, estávamos confiantes no primeiro lugar, porque a redação da Bárbara ficou muito boa, original, criativa e acho que cumpriu com o propósito do concurso”.

Com o título “A heroína da educação”, Andressa Gabrielly, da Escola Estadual Altina de Paula Guimarães, conquistou o terceiro lugar da categoria de 12 a 14 anos. Ela gosta de ler, escrever e já participou de outros concursos de redação. “Eu usei a professora Laisa como personagem principal e o superpoder dela é do conhecimento e da educação. Os professores podem não ter o poder da invisibilidade, ou de voar, mas passam todo o conhecimento que eles têm”.

A diretora da escola da Andressa, Sueli Batista Gomes, acredita que o apoio da escola, da professora e da família foram fundamentais. Para ela, o que fica do Fliparacatu, é “imensurável na cultura, conhecimento, arte que é levada às crianças e adolescentes”.

A segunda edição do Prêmio de Redação teve 44 desenhos inscritos e 47 redações. Cerca de 32 mil alunos forem envolvidos. Os primeiros lugares receberam premiações em dinheiro de R$ 300, R$ 500 e R$ 1.000. A comissão julgadora foi composta pelo jornalista Cláudio Oliveira, a historiadora Helen Ulhoa Pimentel e os professores José Ivan Lopes e Vinícius Paz de Araújo.

Muros invisíveis

Com curadoria das líderes quilombola, Rose Bispo e Kassius Kennedy, a mostra homenageia 21 professores negros da rede pública de Paracatu. A exposição é realizada pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, por meio da promotora de Paracatu, Mariana Leão.

Selma Bispo dos Anjos Silva, uma das escolhidas, afirma que foi indescritível participar e conta que foi maravilhosos contar a sua história, o racismo sofrido. Para ela, é um projeto que vai mudar a história de Paracatu e do povo negro.

“Ser convidada foi uma surpresa. Porque, geralmente não se homenageia professores e, ainda mais, professores negros, com uma história comum e, para a maioria, uma história sem importância. Senti que seria uma forma de nos mostrar para a sociedade e que a gente pode tudo. E também homenagear os nossos antepassados. A sensação que a gente tinha, na inauguração, é que tinha várias e várias gerações ali conosco”.

Selma dá aulas para o ensino infantil e fundamental na Escola Municipal Maria de Trindade Rodrigues, na zona Rural de Paracatu. A escola do Jean Carlos dos Reis Silva, de 11 anos, vencedor da categoria PCD com um desenho onde ele retratou alunos de mãos dadas, com a professora. Jean disse que está “muito feliz” com o prêmio e que pretende continuar desenhando.  

Paracatu (MG), 28.08.2024 -  2° edição do Festival Literário Internacional de Paracatu. Foto: Festival Literário Internacional de Paracatu/Divulgação

Para Selma, ter a história recontada pelos alunos foi muito especial. Em uma delas, foi retratada como uma princesa; em outra, foi comparada a Carolina Maria de Jesus. Por fim, ela lembra ainda que uma das alunas, de cinco anos, viu a foto na mostra e perguntou: tia, a senhora é negra? E Selma respondeu, “sim, somos, você também é negra? Ela olhou pra mim e disse: uai, eu sou da cor da senhora, então eu sou, né?”.

Conceição Evaristo, que começou a carreira como professora infantil no Rio de Janeiro, disse que concursos como este são “o momento alto dos eventos de literatura”.

Conceição ressaltou a importância de homenagear professores negros como um resgate histórico. E, em especial, as professoras negras.

“Talvez as primeiras professoras foram as mulheres negras, dentro da casa grande. Elas cuidavam da prole da casa grande. Exerciam papel de educadora, inclusive da língua falada no Brasil”, disse a escritora.

Ao encerrar a premiação, Ailton Krenak, homenageado do Festival, deu um carinhoso conselho às crianças.

“Mantenham seus coraçõezinhos nos lugares onde sempre estiveram: seguros. A beleza de vocês é o que dá sentido ao mundo. Os desenhos, os textos, isso é o sentido da literatura, do desenho, da arte. Bem-vindos a esse mundo incrível, cheio de muros invisíveis, que vocês vão ajudar a desmontar”, afirmou Krenak.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 28/07/2024 - A escritora, Conceição Evaristo, participa da 10ª Marcha das Mulheres Negras do RJ.  Mulheres negras marcham contra o racismo e pelo bem viver, na praia de  Copacabana, zona sul da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Conceição Evaristo se emociona escrevendo. Chora, precisa levantar e retomar o fôlego ao fim de uma cena particularmente dolorosa. Edifica os personagens como quem cria filhos. Também se demora em um texto. Às vezes mais de década. É que toda palavra que sai de suas mãos tem que ser bem trabalhada. O texto flui, mas flui de maneira cuidadosa.

“Eu acho que esse isso também faz parte do prazer da criação. Para mim, é prazeroso, é muito bom quando você acaba de escrever um texto e sente que aquele texto é um texto feliz. Mesmo quando estamos falando de coisas duras”, afirma a escritora.

Conceição é um dos nomes mais queridos da segunda edição do Festival Literário Internacional de Paracatu. Ano passado, foi a homenageada, com o escritor moçambicano Mia Couto. Nesta conversa, ela falou com a Agência Brasil sobre seu processo criativo, preço do livro no Brasil, os autores que têm lido e as modas que ainda pretende inventar.

Rio de Janeiro (RJ), 28/07/2024 - A escritora, Conceição Evaristo, participa da 10ª Marcha das Mulheres Negras do RJ.  Mulheres negras marcham contra o racismo e pelo bem viver, na praia de  Copacabana, zona sul da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Agência Brasil: 

Como é a emoção de estar em uma feira? 

Conceição Evaristo: 

Pra mim, desmistifica essa fala, que é muito comum, que o brasileiro não gosta de ler, que as pessoas não leem. Eu fico sempre pensando que não é oferecido às pessoas a oportunidade da leitura. Quem tem a oportunidade da leitura, de ir se formando como leitor, gosta de ler, sim. Falta estímulo. E tem uma questão que eu acho mais séria ainda: livro no Brasil é caro. Por exemplo, este livro aqui está a R$ 49. Eu comprei agora para dá de presente para criança. Um texto ilustrado, colorido, sai caro. Então, talvez se tivesse mais ou se tivesse políticas de publicação, políticas voltadas para a publicação. Eu acho que, talvez o que impede a leitura no Brasil, é que livro sempre foi muito caro.

Agência Brasil: 

Na mesa com Itamar Vieira Júnior, a senhora falou sobre afeto e que as mulheres negras têm falado muito sobre afeto. Como o afeto aparece na sua literatura?

Conceição Evaristo: 

Ontem quando o Itamar tava dizendo da construção das personagens dele, que as personagens acabam ecoando alguma experiência que ele tem, eu também acho que as minhas personagens acabam ecoando alguma experiência. Isso não significa que cada personagem sou eu, mas, na construção de determinadas personagens minhas, é como se eu tivesse, realmente, construindo ou edificado filho. Tem um texto meu que eu começo falando de parentes, para dizer que cada personagem é um parente. E aí, quando você se cumplicia com o personagem, vem do afeto. Quando eu tava escrevendo Ponciá Vicêncio, tem uma cena, depois do marido ter espancado ela diversas vezes, já tá naquela fase de compreensão dela. Então, ele vem com uma canequinha de café e oferece café para ela. Quando ele chega perto, ela se recua e abaixa o corpo esperando as pancadas. E ele, então, chega com a canequinha debaixo do nariz dela, quando ela sempre cheira, que ela percebe que é um ato de afeto que ele tá levando para ela. Eu escrevi aquela cena chorando. Várias vezes, tive de levantar para tomar fôlego.

Agência Brasil: 

Conceição nunca foi vítima de violência doméstica e acredita que os homens podem mudar.

Conceição Evaristo:

 Nesse romance, Ponciá Vicêncio, há um momento que o marido de Ponciá se transforma. Há um momento em que ele olha para essa mulher que ele batia, porque não tinha paciência nenhuma com ela, porque ela ficava vários momentos fora de si, e ele percebe a solidão dessa mulher. Aí, ele percebe a própria solidão. Ele muda. Então, eu acredito que possa haver uma mudança, sim. Pode vir com a própria consciência, o sujeito se descobrir. Como também eu acho que pode vir até de uma punição mesmo. Talvez, esses homens que cometem violência contra mulher se eles recebessem uma punição, mas uma punição não é também... um processo educativo, de conscientização, talvez eles possam perceber.  Em um outro lugar, a gente não tá falando de mesma coisa, mas eu acredito que haja pessoas brancas que um dia vão perceber quão racistas elas são e podem ter esse processo de esforço, de aprendizagem, de compreensão e mudar. E ser, inclusive nossos aliados na luta contra o racismo, né? Eu acho que esse processo também pode acontecer com o homem.

Agência Brasil:

 Sobre as mudanças do mundo, Conceição acredita que há um esgotamento, um cansaço. E que não há espaço para brutalidade e guerras.

Conceição Evaristo:

Eu acho que é um cansaço na humanidade. Há um esgotamento das pessoas. Por exemplo, a Europa perdeu o rumo. Hoje, não é mais novidade. Hoje, não, há muito tempo, a Europa não é mais novidade hoje não, tá? Talvez, por isso, eles se voltem com tanto a ênfase ou se voltou com tanta ênfase com as populações tradicionais, com as populações africanas, as populações indígenas. E, individualmente, até mesmo em termos de grupos sociais, eu acho que há um esgotamento. Eu acho que isso também é muito por força do capitalismo. O que que as pessoas querem? O que as pessoas procuram? Em que nós depositamos a nossa vida? Outro dia me impressionou muito. Eu passei perto de dois jovens, e eles estavam discutindo aposentadoria. Aí, um dizia que vai se aposentar com 65 anos. Ora, com 65 anos, se você não tiver é uma vida saudável, você vai estar muito doente. E aí você não tem mais nem como aproveitar a vida, né? Ao mesmo tempo que se olha muito para o futuro, também tem uma ânsia muito grande nesse presente, né?

Agência Brasil: 

A senhora já falou, em outros lugares, que a literatura negra não é apenas para lazer, mas também para incomodar, fazer pensar. A senhora acredita que a literatura ainda é este lugar?

Conceição Evaristo:

Acredito. E acho que aqui cabe uma outra questão. Há uma tendência em dizer que a arte é universal, né? Então, a literatura, ela é universal, ela não guardaria determinadas especificidades, né? E, quando essa literatura guarda agora determinadas especificidades, ela é chamada de literatura militante, literatura panfletária. Mas o que que eu percebo? Tem várias obras da literatura brasileira, obras belíssimas que eu gosto imensamente, mas ela me incomoda, na medida que o sujeito negro não cabe ali naquela obra. E quando ele aparece, aparece estereotipado. Então, ela é uma literatura que eu gosto muito, mas que ela não me convoca. Pelo contrário, ela me expulsa, nesse processo de ficcionalização.

Ora, quando eu escrevo livro e, como eu sempre digo, toda a minha literatura é contaminada pela minha experiência de mulher negra na sociedade brasileira. Então, quando eu escrevo um livro e esse livro convoca mulheres, homens, pretos, brancos, brasileiros, estrangeiros, e tem um público leitor fora do âmbito nacional, então, a gente faz uma literatura universal. A partir de minha experiência como mulher negra, a partir da minha subjetividade, eu consigo criar um texto que convoca todo mundo. Então, esta sim, sem modéstia nenhuma, esta sim, é literatura universal.

Agência Brasil: 

O que a senhora tem lido ultimamente?

Conceição Evaristo: 

Eu tenho lido esses escritores de países africanos de língua portuguesa; tenho lido as obras de Carolina Maria de Jesus, para além do Quarto de Despejo. Paulina Chiziane, que é justamente essa escritora de Moçambique, né? Acabei de reler Eu , Tituba: bruxa negra de Salem, de Maryse Condé. Eu releio livros porque, às vezes, e minha primeira leitura é para trabalho. Então, eu gosto de fazer uma leitura despretensiosa, que é mais gostosa.

Agência Brasil: 

Conceição diz que está sem tempo para ler e que tem escritos parados há mais de dez anos. Agora, ela prepara um livro com poesias eróticas. E fala do cuidado com esse texto.

Conceição Evaristo: 

É uma coletânea de poemas, que já deve nascer como uma tradução para o inglês. Devo fazer esse livro com muito cuidado, com muito cuidado. Por quê? Porque eu gosto muito dessa linguagem que insinua, dessa linguagem que a pessoa que lê depois tem que ter um tempo de maturação: será que foi isso mesmo que eu li? Gosto muito disso. E também porque falar de sexo, falar de sexualidade, ou falar de amor, de gozo, nessa relação passional, é muito difícil. E também para as mulheres negras talvez seja mais difícil ainda, né? Por causa dessa objetificação do corpo negro. Tanto do corpo do homem, como do corpo da mulher. As pessoas negras são vistas como com potencial sexual. Eu não posso fazer um livro de poemas eróticos e trabalhar em cima dos mesmos estereótipos do corpo negro, né?

Agência Brasil: 

Conceição está lendo Carolina Maria de Jesus para além do Quarto de despejo, obra pela qual a autora é mais conhecida. E fala sobre os olhares para as mulheres negras.

Conceição Evaristo:

Hoje mesmo, eu tava pensando, né? O olhar sobre nós, mulheres negras, é um olhar muito, muito cruel. Carolina Maria de Jesus tinha um comportamento que era, muitas vezes, considerada como louca, sem educação, ainda mais que ela vinha de uma favela. Carolina é uma pessoa muito intensa. Tão intensa quanto Clarice Lispector. As pessoas se referem à intensidade de Clarice Lispector de uma outra forma, né? Tem uma tendência de compreensão com as atitudes de Clarice, com o modo de Clarice ser.

Eu nunca vi alguém falando que Clarice era sem educação, que era louca. Carolina era pessoa extremamente também angustiada. Ela enfrentava esse processo de solidão que o ser humano enfrenta, com mais ou menos intensidade. Carolina era assim. Aurora, a mulher que tomava banho no rio (personagem do livro Canção para ninar menino grande), simboliza um desejo e uma realização de liberdade que todos nós temos. Então, esse é o exercício, de agarrar a personagem naquilo que tem escondido na personagem e na gente e que as pessoas não veem nas pessoas negras. Todo mundo lê Carolina pensando que ela tá falando só da fome física. A angústia de Carolina ultrapassava o fato dela não ter dinheiro para comprar o pão pros filhos.

(Fonte: Agência Brasil)

O piloto Marcelo Medeiros, da equipe Taguatur Racing, confirmou hoje (31), no Distrito Federal, sua vitória na edição 2024 do Sertões BRB, entre os quadriciclos. O maranhense dominou a prova do início ao fim, fazendo até parecer fácil atravessar os 3.704 quilômetros pelas estradas empoeiradas dos sertões de Goiás, Minas Gerais e Bahia. Ele encerrou a competição com 2h32min36s de vantagem sobre o segundo colocado.

O quadriciclo Yamaha YFM 700R de número #100 abriu vantagem sobre os concorrentes nas quatro primeiras etapas. De três dias pra cá, veio só administrando a liderança, com uma tocada mais conservadora, para preservar sua máquina em dias de trial mais pesado. Ao todo, nesta edição, Medeiros foi o mais rápido em quatro etapas, fez o segundo melhor tempo nas outras duas, fechando em quarto lugar, neste sábado.

“Imprimi um ritmo forte desde a primeira etapa, com segurança e consciente. Ccompletei todas as etapas sem problemas e mantive o foco e o ritmo até o final. Estou feliz por ter completado a prova e saber que estamos competitivos”, afirmou o hexacampeão que tem, no currículo, participações no Rally Dakar. “E devo isto não só a mim, mas à minha equipe e ao povo do Maranhão, que torceu por mim. Sem eles, não conseguiria mais esse título”, disse.

Medeiros enfrentou, este ano, 3.704 quilômetros de rally, 2.306 deles cronometrados, durante nove dias. O roteiro passou pelos caminhos que o escritor João Guimarães Rosa eternizou no romance “Grande Sertão: Veredas”. “Foi um dos ralis mais bacanas que participei, com excelentes especiais, trechos bem elaborados”, contou.

A última etapa do maior rally das Américas foi de Formosa (GO) a Brasília (DF). Foram 133 quilômetros de especial cronometrado e outros 130 de deslocamentos. Começou rápida, em estrada tipo WRC (World Rally Championship), com algumas pedras e passagens de ponte. Depois, vieram 40 quilômetros de estrada larga, mesclando pontos de largura média, com lombas e buracos. Na sequência, 26 quilômetros em estradas de sítio, alternando piso duro e trecho de fesh fesh (bolsões de areia fina). O percurso foi finalizado com lombas, garantindo alguns saltos, para deixar os competidores com gosto de “quero mais”.

O Sertões BRB 2024 foi encerrado com uma festa de premiação no estacionamento da Arena BRB Mané Garrincha, em Brasília.

Histórico

Marcelo Medeiros, natural de São Luís (MA), 35 anos, após o hiato de um ano fora do grid, o piloto esteve de volta à sua 13ª participação na maior competição nacional do gênero. No Sertões, o maranhense coleciona títulos conquistados em 2012, 2015 e como vice em 2013, 2019, 2020, 2022 e, agora, 2024.

No Dakar 2024, Marcelo Medeiros completou seis etapas, com três vitórias, dois terceiros lugares e uma quarta posição. Mas, quando liderava a sétima etapa,  sofreu uma queda e precisou abandonar. Ano passado, garantiu um nono lugar, após vencer quatro das 14 etapas. Em 2022, sua estreia na Arábia Saudita, ficou em sexto. O piloto de São Luís (MA) também possui, em seu currículo, outras três participações no principal rally do planeta, quando a competição ocorreu na América do Sul. Em sua estreia em 2016 e no ano seguinte, o maranhense não finalizou a prova. Em 2018, ficou em quarto lugar entre os quadriciclos.

O piloto Marcelo Medeiros é beneficiado pela Lei de Incentivo do governo do Estado do Maranhão por meio do Centro Elétrico e da Granorte.

SERTÕES 2024

31/8 – Oitava etapa: Formosa / Brasília

DI: 29km / SS: 133km / DF: 101km – Total: 263km

RESULTADO DA OITAVA ETAPA CBM – QUADRICICLOS (EXTRAOFICIAL)

1)#49 Giovanni de Castro (BRA), Yamaha Raptor 700R, 01:38:05.14

2)#45 Wescley Dutra (BRA), Yamaha Raptor 700R, 01:44:06.94

3)#53 Felipe Viana (BRA), Yamaha Raptor 700R, 01:50:08.81

4)#100 Marcelo Medeiros (BRA), Yamaha YFM 700R, 01:51:59.51

5)#40 Hélio Pessoa (BRA), Yamaha Raptor 700R, 01:55:15.67

CLASSIFICAÇÃO FINAL – QUADRICICLOS (EXTRAOFICIAL)

1) #100 Marcelo Medeiros (BRA), Yamaha YFM 700R, 32:55:44.37

2) #53 Felipe Viana (BRA), Yamaha Raptor 700R, 35:28:20.54

3) #49 Giovanni de Castro (BRA), Yamaha Raptor 700R, 35:48:02.21

5) #40 Hélio Pessoa (BRA), Yamaha Raptor 700R, 42:07:42.89

4) #45 Wescley Dutra (BRA), Yamaha Raptor 700R, 45:49:13.01

Mais informações:

Instagram: @marcelomedeiros10

Consultoria de Comunicação e Assessoria

SIG Comunicação | [email protected]

Silvana Grezzana Santos | (11) 999.726.966

www.sigcomunicacao.com.br

Leia também.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Marcelo Medeiros, piloto da equipe Taguatur Racing, manteve, nessa sexta-feira (30/8), a estratégia adotada na última quinta-feira (29/8), de tocar uma corrida mais conservadora para administrar a vantagem da liderança na geral acumulada entre os quadriciclos da edição 2024 do Sertões BRB. O maranhense finalizou os 349km da sétima especial da competição em 5h9min42s, garantindo o 2º melhor tempo na  modalidade. Com o resultado da etapa realizada em Formosa (GO), ele continua à frente, com 2h34min37s de vantagem sobre o segundo colocado.

“A expectativa de hoje era não me perder, evitar problemas e fazer uma boa colocação”, explicou o pentacampeão do maior rally das Américas entre os quadriciclos.

E a penúltima etapa do rally não deu refresco para os pilotos que vêm em uma sequência de dias de muito trial, navegação exigente e poucos trechos de retas velozes. Com um circuito em forma de laço, com largada e chegada a Formosa (GO), a competição começou em trecho sinuoso de serra, seguido de um pedaço de mais velocidade. Depois, voltou a travar com “mais do mesmo” que tem marcado esta edição de 2024: abismos, pontes estreitas em entradas e saídas e curvas, mata-burros, travessias de rios (hoje dos grandes), piçarra, areia, cascalhos e um festival de 'curecas' espalhadas na planilha de navegação. Além das famosas “pegadinhas”, com triângulos de entrada e saída, para alcançar waypoints.  O roteiro foi fechado com um trecho de retas e lombas, para levantar a moral da tropa, porque um pouco de velocidade e uns saltos não fazem mal a ninguém.

“Foi uma etapa longa, de 340km com muita curva, de velocidade média e baixa, e muito fesh-fesh (bolsões de areia fina que levantam poeira). Mas consegui andar bem, não tive problema e terminei a etapa. Agora, vou me preparar para amanhã não ter imprevistos”, disse o piloto da Yamaha número #100, de olho em seu sexto título de campeão do segundo maior rally mundial.

Neste sábado (31), a caravana do Sertões parte para sua última etapa, com destino ao Distrito Federal, completando 3.704km pelos caminhos que o escritor João Guimarães Rosa eternizou em seu livro “Grande Sertão: Vereadas”.

O piloto Marcelo Medeiros é beneficiado pela Lei de Incentivo do governo do Estado do Maranhão por meio do Centro Elétrico e da Granorte.

SERTÕES 2024

30/8 – Sétima etapa: Formosa / Formosa

DI: 89km / SS: 349km / DF: 63km – Total: 501km

RESULTADO DA SÉTIMA ETAPA CBM – QUADRICICLOS (EXTRAOFICIAL)

1)#49 Giovanni de Castro (BRA), Yamaha Raptor 700R, 05:05:22.36

2)#100 Marcelo Medeiros (BRA), Yamaha YFM 700R, 05:09:42.47

3)#45 Wescley Dutra (BRA), Yamaha Raptor 700R, 05:23:59.65

4)#53 Felipe Viana (BRA), Yamaha Raptor 700R, 05:25:53.05

5)#40 Hélio Pessoa (BRA), Yamaha Raptor 700R, 05:35:21.82

CLASSIFICAÇÃO GERAL, APÓS SÉTIMA ETAPA - QUADRICICLOS (EXTRAOFICIAL)

1) #100 Marcelo Medeiros (BRA), Yamaha YFM 700R, 31:03:34.86

2) #53 Felipe Viana (BRA), Yamaha Raptor 700R, 33:38:11.73

3) #49 Giovanni de Castro (BRA), Yamaha Raptor 700R, 34:06:57.07

4) #45 Wescley Dutra (BRA), Yamaha Raptor 700R, 40:03:48.22

5) #40 Hélio Pessoa (BRA), Yamaha Raptor 700R, 44:06:06.07

ROTEIRO:

31/8 – Oitava etapa: Formosa / Brasília

DI: 29km / SS: 133km / DF: 101km – Total: 263km

* DI: deslocamento inicial/ SS: especial cronometrada / DF: deslocamento final

Distância total: 3.704km

Especiais: 2.306km

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(Fonte: Assessoria de imprensa)

Às vésperas do Dia do Profissional de Educação Física (1º de setembro), o Conselho Regional de Educação Física do Maranhão (Cref21/MA) celebra a aprovação de importantes projetos que vão reforçar direitos e garantir conquistas para toda a categoria. Um dos projetos aprovados pelo Fundo de Desenvolvimento do Sistema Confef/Crefs visa, inclusive, reduzir os casos de exercício ilegal da profissão de Educação Física no Maranhão, intensificando a quantidade de fiscalizações no interior do Estado, além de ampliar e melhorar as instalações da sede própria do Cref21/MA. 

Os projetos aprovados recentemente correspondem a um desejo antigo do presidente do Cref21/MA, professor Sandow Feques (Cref 001806-G/MA). Os recursos oriundos desses projetos aprovados são fundamentais para o fortalecimento da atuação do Conselho no Maranhão. 

“Foi mais uma conquista que nós conseguimos junto ao Conselho Federal de Educação Física (Confef). A gente tem, hoje, um Conselho Regional que está crescendo, aumentando o número de registros e, logicamente, as nossas ações também acompanham esse crescimento. Então, é preciso que o Conselho se modernize, que tenha uma estrutura melhor para receber o nosso profissional”, explicou o presidente. 

O Fundo de Desenvolvimento do Sistema Confef/Crefs foi criado justamente para prover recursos financeiros para a execução de projetos apresentados pelos Crefs. No caso do Cref21/MA, a solicitação dos recursos terão a seguinte finalidade: ampliar as fiscalizações no interior do Maranhão, comprar a quarta sala da nova sede própria, além de comprar mobília para a nova sede. A assinatura do contrato do Fundo de Desenvolvimento ocorreu no mês passado, em solenidade realizada no Rio de Janeiro (RJ). 

“Viemos buscar junto ao Conselho Federal esse apoio que nos dê condições para o Cref21/MA se desenvolver com estruturas, com um melhor aparelhamento no que diz respeito às fiscalizações, ao apoio ao profissional de Educação Física que a gente dá em todo o Estado do Maranhão levando cursos, orientando, mostrando a importância da regulamentação de uma profissão. Assinamos um Termo de Compromisso garantindo ao Conselho Federal a eficiência da aplicação desse recurso em prol dos 8 mil registrados que somos hoje. Nossa diretoria e nossos funcionários estão de parabéns pelo esforço muito grande que fizemos para conseguir realmente solidificar a presença do Cref21/MA em todo o Estado”, concluiu Sandow Feques. 

Dia do Profissional de Educação Física

O Dia do Profissional de Educação Física é comemorado em 1º de setembroA celebração ocorre nesta data por também ser o dia da aprovação da Lei Federal nº 9.696, em 1º de setembro de 1998, que regulamentou a profissão e criou os conselhos Federal e Regionais de Educação Física. 

Independentemente da área em que o profissional de Educação Física atua, ele sempre está diretamente relacionado com a promoção da saúde e aumento da qualidade de vida da população, representando, assim, a categoria por meio da cor verde que é atribuída às profissões da área da Saúde, pois significa esperança, força, longevidade e imortalidade.  

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Depois de muita expectativa, está chegando a hora de uma das competições mais importantes do beach-soccer brasileiro nesta temporada: a Supercopa do Brasil de Beach-Soccer Masculino e Feminino 2024, que será realizada a partir da próxima terça-feira (3), em Ceilândia, no Distrito Federal. Referência nacional na modalidade, o Maranhão contará com três equipes na disputa da primeira edição da Supercopa: além do Sampaio Corrêa, que terá times nas duas categorias da competição, o Moto Club também participará do torneio masculino, cujo campeão garante vaga para representar o país na Copa Libertadores de Beach-Soccer.

As três equipes maranhenses confirmadas na Supercopa do Brasil de Beach-Soccer contam com o patrocínio do Porto do Itaqui, o apoio do governo do Estado do Maranhão e todo o suporte da Federação Maranhense de Beach-Soccer (FMBS), que organizou uma preparação de alto nível para os atletas na região dos Lençóis Maranhenses, tradicional celeiro de craques do Estado. O time masculino do Sampaio Corrêa está realizando suas atividades na cidade de Paulino Neves, enquanto a equipe feminina do Sampaio Corrêa e o Moto Club treinam em Tutoia.

Representante do Brasil nas últimas duas edições da Copa Libertadores de Beach-Soccer e campeão de todos os grandes torneios nacionais da modalidade, o time masculino do Sampaio Corrêa vem forte em busca do título da Supercopa, com destaque para as presenças do goleiro Bobô, do ala Datinha e do pivô Edson Hulk, que conquistaram a Copa do Mundo pela Seleção Brasileira no início de 2024. Além disso, a Bolívia Querida se reforçou com o argentino Lucas Medero.

"A Supercopa é importantíssima para o cenário do beach-soccer brasileiro. Passamos por um período de treinamentos intensos com foco total nessa competição, que terá grandes clubes e grandes nomes do beach-soccer, e o Sampaio não poderia ficar de fora. Estamos focando muito nos detalhes, o beach-soccer é um esporte muito dinâmico e muito detalhista, e contamos com o apoio da torcida da Bolívia Querida em mais esse desafio. O Sampaio vem sempre disputando e chegando à frente das principais competições e, com certeza, vai chegar fortíssimo para brigar pelo título da Supercopa", afirma o técnico Carlos Jacques.

A equipe feminina do Sampaio Corrêa, por sua vez, chega para a Supercopa do Brasil com a confiança elevada pelo título da Copa Brasil Interclubes, realizada em junho. Eleita a melhor jogadora de beach-soccer do mundo por dois anos consecutivos, Adriele Rocha é a referência técnica e liderança do elenco da Bolívia Querida, que conta ainda com nomes de destaque como Ster e Jéssica Potiguar para lutar pela taça nas areias do Distrito Federal.

"A Supercopa é uma competição superimportante, mais um desafio para o Sampaio feminino, a nossa preparação está muito intensa, principalmente na questão psicológica. O time está ganhando entrosamento, é uma competição de um nível muito alto, mas temos plenas condições de chegar ao nosso objetivo final, que é o título. A expectativa é muito boa e vamos deixar esse time afiado para trazer essa conquista para o Maranhão", ressalta Giovanni Sousa, treinador do time feminino do Sampaio Corrêa.

De volta ao cenário nacional do beach-soccer, o Moto Club promete dar trabalho aos seus rivais e fazer uma grande campanha na Supercopa do Brasil. O Papão do Norte, que tem Gil Costa como treinador, aposta no talento de Gui, Raylan e Beju para se sobressair entre as melhores equipes da modalidade no país.

"Estamos finalizando os nossos treinos com muita intensidade, para acertar alguns detalhes táticos e físicos do nosso clube. Queremos estar bem preparados para disputar essa grande competição que é a Supercopa. Agradecemos o apoio do Porto do Itaqui e do governo do Maranhão, que sempre estão ajudando o nosso esporte", destaca Gil Costa.

Supercopa do Brasil 2024

A Supercopa do Brasil de Beach-Soccer Masculino e Feminino 2024 começa na próxima terça-feira (3) e vai até o próximo domingo (8), na Arena Guariroba, em Ceilândia. O torneio reunirá com 12 equipes no torneio masculino e oito times na disputa feminina.

O clube campeão do torneio masculino da Supercopa do Brasil de Beach-Soccer se classifica para a disputa da Copa Libertadores de Beach-Soccer 2024. O torneio continental ocorre entre os dias 1º e 8 de dezembro, no Equador.

Participantes da Supercopa do Brasil de Beach-Soccer 2024:

Masculino:

Sampaio Corrêa, Moto Club, Anchieta (ES), Beira-Mar (PB), Carlos Renaux/Juventos (SC), Ceilândia, Flamengo, Internacional, SEG (ES), Vasco e Vitória

Feminino:

Sampaio Corrêa, Botafogo, Ceilândia, Confiança, Flamengo, Rede Gol (DF), São Pedro (ES) e Vasco.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Alunos em sala de aula. Foto: Shubham Sharan/Unsplash

Com um total de 351.696 contratos já renegociados, o prazo para adesão ao Desenrola Fies foi novamente prorrogado – desta vez, até 31 de dezembro. O programa permite a renegociação de dívidas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Em maio, o prazo para adesão já havia sido prorrogado e venceria neste sábado (31).

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social (Secom), os contratos renegociados produziram um desconto de R$ 12,8 bilhões e uma redução da dívida total de R$ 16,1 bilhões para R$ 3,2 bilhões. As renegociações resultaram em R$ 677 milhões em restituição aos cofres públicos, por meio de pagamentos à vista.

Entenda

Gerido pelo Ministério da Educação e operacionalizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Desenrola Fies oferece condições especiais, incluindo descontos para estudantes inscritos no Cadastro Único. Alunos com dívidas em contratos firmados até 2017 e inadimplentes até 30 de junho de 2023 podem solicitar a renegociação.

As condições de renegociação variam de acordo com o tempo de inadimplência e se o estudante pertence a famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) até 30 de junho de 2023 ou foi beneficiário do auxílio emergencial pago em 2021.

Estudantes com dívidas em atraso há mais de 360 dias e inscritos no CadÚnico ou beneficiários do auxílio emergencial podem obter descontos de 92%, se o atraso for entre 360 dias e cinco anos; e de 99%, se o atraso for superior a cinco anos.

Para os que não estão no CadÚnico ou não receberam auxílio emergencial, há outras condições de renegociação com descontos variados, permitindo o parcelamento da dívida em até 15 vezes após o desconto.

Serviço

O ministério e o FNDE disponibilizam o portal Fale Conosco (https://mecsp.metasix.solutions/portal) e o telefone 0800 616161 como meios de sanar dúvidas e obter mais informações sobre o Desenrola Fies, contam com os seguintes canais de atendimento:

- Caixa: aplicativo; contato pelo WhatsApp no número 0800 104 0 104; e ligações pelo número 4004 0 104 (para capitais e regiões metropolitanas) ou 0800 104 0 104 (para as demais regiões do país).

- Banco do Brasil: aplicativo; contato pelo WhatsApp no número (61) 4004 0001; e ligações para a Central de Atendimento do BB pelo número 0800 729 0001.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 29/08/2024 – Museu Nacional inaugura novo espaço com a exposição “Um Museu de Descobertas”, em São Cristóvão, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Uma área a cerca de 400 metros do palácio histórico ainda em reconstrução se tornou, nessa quinta-feira (29), um marco para o Museu Nacional, no Rio de Janeiro. É onde passa a funcionar a Estação Museu Nacional, primeiro espaço permanente para contato de estudantes com o acervo da instituição, que teve 80% dos 20 mil exemplares destruídos pelo incêndio de 2 de setembro de 2018.

O novo espaço, inaugurado ontem com a participação de alunos da rede pública, tem o tamanho aproximado de cinco quadras poliesportivas e conta com acervo que vai de fósseis, representação de dinossauros, espécies de pequenos animais - como rãs e outras que vivem em costões rochosos, borboletas, artigos indígenas, símbolos do folclore e da cultura brasileira e itens do Egito Antigo, como a representação de um sarcófago.

Rio de Janeiro (RJ), 29/08/2024 – Museu Nacional inaugura novo espaço com a exposição “Um Museu de Descobertas”, em São Cristóvão, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Nos últimos seis anos, em paralelo ao trabalho de recuperação, o Museu Nacional organizou exposições temporárias em outros endereços, como o prédio da Casa da Moeda e o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), ambos no centro do Rio de Janeiro, e até nos jardins do Paço de São Cristóvão, na zona norte carioca, onde fica a instituição.

A partir de agora, o Museu Nacional tem um espaço permanente para visitação, pertinho do palácio em reconstrução. O acervo mistura doações recebidas pós-incêndio e itens recuperados, como o Amuleto da Cantora de Amon, uma sacerdotisa que viveu há mais de 2,7 mil anos onde hoje é a cidade egípcia de Luxor.

Rio de Janeiro (RJ), 29/08/2024 – Museu Nacional inaugura novo espaço com a exposição “Um Museu de Descobertas”, em São Cristóvão, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A múmia da sacerdotisa era um presente do então rei do Egito, Quevida Ismail, a Dom Pedro II, em 1876. O imperador brasileiro sempre manteve o caixão fechado. Depois do incêndio, durante as escavações para tentar recuperar o acervo, foi encontrado o amuleto, fazendo com que fosse exposto à luz do sol pela primeira vez em 2,7 mil anos.

“Não acabou”

O diretor do museu, Alexander Kellner, enfatiza que a abertura do espaço de visitação é uma amostra de que o Museu Nacional “não acabou” com o incêndio e “transcende a questão da exposição”.

“O Museu Nacional nunca fechou, continuou com sua atividade de pesquisa e de ensino. O que ficou muito prejudicado foi, justamente, essa interação com o público através das exposições. Agora, temos um espaço físico permanente, em que podemos receber o público escolar”, disse à Agência Brasil.

Rio de Janeiro (RJ), 29/08/2024 – O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner fala durante inauguração de novo espaço da instituição com a exposição “Um Museu de Descobertas”, em São Cristóvão, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Alexander Kellner

Kellner disse ainda que pretende estender as atrações para a sociedade, além do público escolar. Ele enfatizou, também, o maior objetivo da administração. “Nós estamos aqui, mas queremos estar lá naquele palácio”, disse ao apontar em direção ao Paço de São Cristóvão.

Festival

No próximo domingo (1º), véspera do aniversário de seis anos do incêndio, será realizada a sexta edição do Festival Museu Nacional Vive. São diversas atividades gratuitas na Quinta da Boa Vista, enorme área verde que serve como jardim para o Paço de São Cristóvão.

O objetivo da direção é reinaugurar o Museu Nacional em abril de 2026.

Inauguração

Alunos da rede pública participaram da cerimônia de corte da fita inaugural na Estação Museu Nacional. Myrella Brito, de 11 anos, do 5º ano da Escola Municipal Mestre Waldemiro, vizinha ao novo espaço, aproveitou o convite.

“Gostei muito dessa oportunidade. Nunca tinha vindo ao museu”, disse a estudante. Para ela, o contato com o local é uma forma de aprendizagem. “Saber o que tinha no passado, coisas que podem acontecer no nosso futuro”.

A gerente-executiva do Projeto Museu Nacional Vive, Lucia Basto, reafirma o papel do museu como ferramenta de educação.

Rio de Janeiro (RJ), 29/08/2024 – Museu Nacional inaugura novo espaço com a exposição “Um Museu de Descobertas”, em São Cristóvão, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

“A questão da educação é um pilar superimportante para o Museu Nacional e para qualquer museu. Então, a gente precisa ter um espaço para receber, interagir com as escolas e com os alunos. Então, esse espaço é para isso”, disse à Agência Brasil.

O Museu Nacional é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, e o programa de reconstrução conta com apoios como o do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Vale, Bradesco e do Congresso Nacional. A Estação Museu Nacional é patrocinada pela Rede D’Or.

A paleontóloga Juliana Sayão, diretora-adjunta de Integração Museu e Sociedade, destacou que o nome Estação é uma referência a duas localidades próximas ao espaço inaugurado: a “democrática” estação de metrô e trem São Cristóvão - que liga à zona norte ao centro e à zona sul do Rio – e a Estação Primeira de Mangueira, que fica aos pés do Morro da Mangueira, “polo cultural da nossa cidade”, classificou.

Rio de Janeiro (RJ), 29/08/2024 – A diretora de integração museu e sociedade, do Museu Nacional, Juliana Sayão fala durante inauguração de novo espaço da instituição com a exposição “Um Museu de Descobertas”, em São Cristóvão, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Juliana Sayão

“Estamos aqui interligando sociedade, cultura e ciência no Museu Nacional através desse espaço”, disse.

“Não vamos parar com esse espaço. Queremos o nosso museu reaberto, com a nossa exposição plena, com crianças correndo curiosas, público ávido pelo saber que o Museu Nacional constrói”, afirmou ela, que enfatizou ainda que a instituição é formadora de acadêmicos.

“Nós seguimos formando nossos alunos, devolvendo para a sociedade os recursos humanos e cumprindo a nossa missão social”.

Além de pesquisa científica nas áreas de antropologia, botânica, entomologia, geologia e paleontologia, vertebrados e invertebrados, o Museu Nacional realiza cursos de pós-graduação em antropologia social, arqueologia, botânica, linguística e línguas indígenas, zoologia e geociências.

Serviço

As visitas à Estação Museu Nacional são feitas por e-mail, com grupos de até 40 alunos. As opções são terças-feiras (10h), quartas, quintas e sextas-feiras (10h e 14h). O endereço é Av. Bartolomeu de Gusmão, 875 – São Cristóvão.

(Fonte: Agência Brasil)