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DE LEITURAS E RELEITURAS, CANÇÕES E EXÍLIOS

– Polifonias e polissemias sobre a "Canção" de Gonçalves Dias

*

Em um outro texto que publiquei – "Gonçalves Dias e eu" –, ante a passagem, neste 3 de novembro de 2025, do 161º ano da morte do poeta maranhense, mencionei a vontade de organizar um livro sobre os "impactos" da "Canção do Exílio", a ponto de, a partir desta, ter sido escrita uma ainda não estabelecida quantidade de textos em verso e prosa – cujo desafio para recolha, análise/interpretação/estudo e publicação bem que merece um agente financiador… Atrevi-me a escrever o livro “A Canção do Brasil”, sobre esse impacto ou influência da “Canção do Exílio”, mas a obra, que teria mais de quinhentas páginas, foi reduzida para cento e dez, por questões de custos editoriais.

Nem se fale dos muitos estudos sobre Gonçalves Dias constantes da também numerosa quantidade de textos acadêmicos, sejam eles trabalhos de conclusão de cursos de graduação, monografias de especialização, dissertações de mestrados, teses de doutorado e relatórios de pós-doutoramento. Igualmente, nem se mencione o sem-número de trabalhos de disciplinas universitárias…

Do autor, o que fica mesmo é sua obra e esta será tanto mais impactante ou influente quanto o for o sentido de recorrência a ela e, com isso, de permanência dela, pelas menções, citações, cortes e recortes, o "name-dropping" em torno do autor e de do que ele escreveu.

Entre os autores de textos que tiveram lastro, inspiração, influência, raiz, mote, motivo e "Leitmotiv" na "Canção do Exílio", exemplifiquemos com alguns nomes nacionais, com título e trecho dos poemas:

AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA (27/3/1937-4/3/2025) – O professor universitário e escritor mineiro escreveu o poema "Canção do exílio mais recente", cujo título remete à poesia gonçalvina. As duas primeiras estrofes, das 21 que constituem o poema:

Não ter um país
a essa altura da vida,
a essa altura da história,
a essa altura de mim,
– é o que pode haver de desolado.

É o que de mais atordoante
pode acontecer ao pássaro e ao barco
presos desde sempre à linha do horizonte.
[…]

*

CACASO – O professor universitário e escritor mineiro Antônio Carlos de Brito (1944-1987) também bebeu na fonte gonçalvina. Seu poema "Jogos florais" traz logo na primeira estrofe e primeiro quarteto:

Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
Vive comendo o meu fubá.
[…]

*

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1902-1987) – O muito citado poeta mineiro, logo em seu primeiro livro, de 1930, traz a referência gonçalvina na última estrofe do poema "Europa, França e Bahia" (e localizei a fonte em que o mineiro Drummond, em troca de cartas com o paulista Mário de Andrade, revela que aquele quase centenário primeiro livro drummondiano, “Alguma Poesia”, teve, inicialmente, o título “Minha Terra tem Palmeiras”, o que Mário elogiou) :

[…]
Chega !
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos,
Minha boca procura a "Canção do Exílio".
Como era mesmo a "Canção do Exílio" ?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá !

– Dedicada ao escritor maranhense Josué Montello (1917-2006), Drummond escreveu "Nova canção do exílio", cuja primeira estrofe (são cinco) se destaca abaixo:

Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
[…]

*

CASIMIRO DE ABREU (1839-1860) – O poeta fluminense é bem lembrado pelos poemas que fez inspirados na "Canção do Exílio": a "Canção do exílio" e a "Canção do exílio – meu lar":

"Canção do exílio"
Eu nasci além dos mares:
Os meus lares,
Meus amores ficam lá
– Onde canta nos retiros
Seus suspiros,
Suspiros de sabiá!
[…]
"Canção do exílio – meu lar"
Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
[…]

*

CHICO BUARQUE & TOM JOBIM – O músico e escritor carioca Francisco Buarque de Hollanda (1944) e o músico Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, também nascido no Rio de Janeiro (RJ), compuseram a canção "Sabiá", onde as referências gonçalvinas têm início logo na primeira estrofe da letra:

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá

*

EDUARDO ALVES DA COSTA (1936) – Esse escritor fluminense, nascido em Niterói, ficou muito conhecido em razão de versos de seu poema "No caminho, com Maiakovski", onde, na segunda estrofe, começa: "[…] Tu sabes, / conheces melhor do que eu / a velha história. / Na primeira noite eles se aproximam / e roubam uma flor / do nosso jardim.[…]". Os dias e roubos se sucedem no poema de cerca de 90 versos, até que, não havendo oposição ao primeiro "delito", já não mais nem o que dizer no último deles… pois até a voz foi arrancada… Esse poeta escreveu "Outra canção do exílio", cujos versos iniciais de cada uma das sete estrofes são calcados na "Canção" gonçalvina, como nas duas estrofes finais:

[…]
Minha terra tem palmeiras
a baloiçar, indiferentes
aos poetas dementes
que sonham de olhos abertos
a rilhar os dentes.
Não permita Deus que eu morra
pelo crime de estar atento;
e possa chegar à velhice
com os cabelos ao vento
de melhor momento.
Que eu desfrute os primores
do canto do sabiá,
onde gorjeia a liberdade
que não encontro por cá.

*

FERREIRA GULLAR – O escritor e tradutor maranhense José Ribamar Ferreira (1930-2016) escreveu um sensual poema de 18 versos, que dedicou "a Cláudia" e a quem diz, logo de cara, nas quatro linhas iniciais:

Minha amada tem palmeiras
Onde cantam passarinhos
e as aves que ali gorjeiam
em seus seios fazem ninhos
[…]

*

GUILHERME DE ALMEIDA (1890-1969) – O advogado e escritor paulista compôs a "Canção do expedicionário", que tem este trecho:

[…]
Por mais terra que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
[…]

*

JOSÉ PAULO PAES (1926-1998) – O escritor e tradutor paulista escreveu, pelo menos, dois poemas que têm referência na "Canção do exílio" de Gonçalves Dias, uma delas com o mesmo título da composição gonçalvina e, a segunda, "Lisboa: aventuras":

lá ?
ah!
sabiá…
papá…
maná…
sofá…
sinhá…
cá ?
bah!

– "Lisboa: aventuras" (poema de 15 versos, cujos cinco últimos transcrevem-se abaixo):

[…]
gritei: "ó cara!"
responderam-se "ó pá!"
positivamente
as aves que aqui gorjeiam
não gorjeiam como lá

*

MANUEL BANDEIRA (1886-1968) – O escritor pernambucano compôs suas "Sextilhas românticas", onde assume ("concede") seu romantismo e, à Gonçalves Dias, diz logo na primeira estrofe:

Paisagens da minha terra,
Onde o rouxinol não canta
– Mas que importa o rouxinol?
Frio, nevoeiros da serra
Quando a manhã se levanta
Toda banhada de sol!
[…]

*

MÁRIO QUINTANA (1906-1994) – O poeta, jornalista e tradutor gaúcho escreveu "Uma canção", onde a primeira estrofe denuncia a clara inspiração gonçalvina:

Minha terra não tem palmeiras…
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
[…]

*

MURILO MENDES (1901-1975) – O poeta mineiro também escreveu sua "Canção do exílio", cuja primeira estrofe é:

Minha terra tem macieiras da Califórnia
Onde cantam gaturamos de Veneza
Os poetas da minha terra
São pretos que vivem em torres de ametista,
Os sargentos do exército são monistas, cubistas,
Os filósofos são polacos vendendo a prestações.
[…]

*

OSWALD DE ANDRADE (1890-1954) – O escritor paulista e paulistano compôs seu "Canto de regresso à pátria", de onde se destaca a primeira estrofe:

Minha terra tem palmares
Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui
Não cantam como os de lá
[…]

*

TORQUATO NETO & GILBERTO GIL – O jornalista e escritor piauiense Torquato Pereira de Araújo Neto (1944-1972) e o músico baiano Gilberto Passos Gil Moreira (1942) compuseram "Marginália II", onde o estro gonçalvino está presente, por exemplo, nos versos:

[…]
minha terra tem palmeiras
onde sopra o vento forte
da fome do medo e muito
principalmente
da morte
[…]

*

VINICIUS DE MORAES (1913-1980) – O escritor e diplomata carioca escreveu "Pátria minha", onde, na última estrofe, cria neologismo ("avigrama"), lembra gonçalvino tema e põe o próprio nome no poema:

[…]
Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama…
Vinicius de Moraes".

*

Escritos em julho de 1843, quando Gonçalves Dias ainda não completara 20 anos, os versos da “Canção do Exílio”, publicados nos "Primeiros Cantos", de 1846, atravessam gerações e se depositam e se (re)transmitem quase como que por hereditariedade. Parece não mais ser essa fixação resultado da leitura, mas produto de um código genético, uma informação cromossômica que se repassa no intercurso sexual e se vai instalando na mente de cada novo ser humano brasileiro.

Seja em gente da antiga, seja no jovem de hoje, a poesia cometida em Coimbra em 1843 está inscrita na memória das várias gerações de brasileiros dos últimos 182 anos. Ainda que, ressalve-se, em grande número de vezes, nunca esteja o poema inteiro, de 24 versos, 5 estrofes, 113 palavras, 487 letras.

Mas aqueles dois primeiros versos, quando não toda a primeira estrofe, não há negar: está na cabeça, melhor, está na alma do brasileiro:

“Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;”

Na cidade de Caxias, mais que um poeta, nasceu uma expressão de caxiensidade, maranhensidade e de brasilidade.

Muito da obra de Gonçalves Dias mostra de peito aberto o amor, o orgulho, o sentimento de pertença ("ownership") que o poeta desenvolvia pela sua própria terra.

Quantos, hoje, manifestamente, denunciam assim orgulhosa e escancaradamente essa emoção telúrica, essa querença pátria?

* EDMILSON SANCHES

Ilustrações:
As duas estrofes iniciais da "Canção do Exílio", na edição de 1846, que abre o livro "Primeiros Cantos", o primeiro lançado por Gonçalves Dias. E o livro de Edmilson Sanches sobre o impacto/influência da “Canção”.

Brasília (DF), 26/03/2025 - Varlinda Leite e seu neto, Arthur Diogo, participam do lançamento de gibi da Turma da Mônica sobre intergeracionalidade em escola no Itapoã, região administrativa do Distrito Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O etarismo é o preconceito, a discriminação baseada na idade, principalmente em relação às pessoas idosas, que se manifesta em diferentes contextos da vida cotidiana. Isso se traduz, por exemplo, no trabalho, na exclusão de profissionais mais velhos em processos seletivos e na falta de oportunidade de capacitação. Esse tipo de situação também acontece na saúde, quando profissionais desautorizam a queixa do idoso ou a associam simplesmente a sintomas da idade, alegando que isso é normal para a faixa etária do paciente e não deve ser valorizado.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) na população brasileira vem aumentando. De 2000 a 2023, esse percentual quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em números absolutos, o total de idosos no país aumentou de 15,2 milhões para 33 milhões no período.

Segundo as Projeções de População do IBGE, em 2070, os idosos representarão quase 40% (37,8%) dos habitantes do Brasil. Serão 75,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade no país.

Brasília (DF), 31/10/2025 - Dra. Isabela Azevedo Trindade, fisioterapeuta e presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG. Foto: SBGG/Divulgação
Isabela Azevedo Trindade

Presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a fisioterapeuta Isabela Azevedo Trindade diz que, nos meios de comunicação, são comuns representações estereotipadas de idosos como frágeis, dependentes, incapazes. “Na própria relação social familiar, [observam-se] a infantilização, a superproteção ou a desconsideração da autonomia da pessoa idosa.”

Ela acrescenta que, muitas vezes, a pessoa idosa acaba incorporando o preconceito, acreditando que é sinônimo de perda, de incapacidade. “Trata-se de um problema social, que impacta a saúde física e mental da pessoa. Ele favorece o isolamento social, induz ao não engajamento em atividades produtivas, perpetua a ideia de que o envelhecimento é algo negativo. Isso é muito ruim”, aponta Isabela. Na visão da especialista, combater o etarismo é uma forma de valorizar o envelhecimento como uma parte natural da vida, de se construir uma sociedade para todas as idades.

Intergeracionalidade

Para combater o etarismo, segundo a especialista, a receita é promover o relacionamento intergeracional, valorizando o convívio e a troca entre gerações.

“[É preciso] incluir a pauta do envelhecimento nos meios de comunicação, mostrando idosos ativos, produtivos; capacitar profissionais da saúde, reconhecer e evitar atitudes etaristas; fomentar políticas públicas que garantam a inclusão social e a empregabilidade de pessoas idosas, estimulando uma mudança cultural”, enumera Isabela Azevedo.

Procurar ter uma longevidade saudável tem muito a ver com a forma como a pessoa vai envelhecer. Ela deve procurar fazer atividade física, ter alimentação saudável, sono adequado em todas as fases da vida, destaca a especialista. “Mas tudo isso começa antes. É a pessoa procurar ter um envelhecimento saudável. Tem muito a ver com essa forma de viver, como você vai passar os seus anos de vida.”

Indagada por que os jovens, especialmente, acreditam que a pessoa idosa não deve mais trabalhar, está “morta” para o amor e, inclusive, para o sexo, Isabela avalia que isso tem a ver com a educação, que é geracional. “Isso é muito ruim. A gente tem que trabalhar isso, fomentando a relação intergeracional, valorizando o convívio e a troca entre gerações.”

Brasília (DF), 26/03/2025 - O  Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa do Ministério dos Direitos Humanos, Alexandre da Silva,  participa do lançamento de gibi da Turma da Mônica sobre intergeracionalidade em escola no Itapoã, região administrativa do Distrito Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Alexandre da Silva

Outro ponto importante é desmistificar a ideia de que a velhice significa o fim da vida afetiva, do amor, da sexualidade. “A afetividade e o desejo fazem parte de todas as idades. O que muda são as formas de expressão e as prioridades. A gente precisa dessa mudança cultural de valorizar o envelhecimento como parte natural da trajetória humana”.

Para o secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Alexandre da Silva, o enfrentamento ao etarismo passa pelos aspectos cultural e da educação.

“A criança que não tem essa visão positiva do envelhecer também vai falar mal do que é uma pessoa idosa”, diz o secretário, em entrevista à Agência Brasil. “O mesmo vai ocorrer com o adolescente e outras faixas etárias”, complementa.

História em quadrinhos

De acordo com a Ouvidoria do MDHC, as pessoas mais jovens são as que mais violentam os idosos, mas são também as que mais podem proteger. Por isso, a secretaria lançou a revista em quadrinhos Turma da Mônica em: Intergeracionalidade, que busca estabelecer um diálogo entre gerações, usando personagens idosos para falar de diversidade, respeito e etarismo.

“É uma forma de aproximar em que todo mundo ganha”, destaca Silva. "Somos uma sociedade constituída por vários povos, como os povos africanos e asiáticos, que têm uma cultura de respeito aos mais velhos”.

Acesse a versão digital da revista em quadrinhos

Brasília (DF), 26/03/2025 - O ministério dos Direitos Humanos e Instituto Maurício de Souza lançam gibi da Turma da Mônica sobre intergeracionalidade em escola no Itapoã, região administrativa do Distrito Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O gibi foi lançado em evento numa escola pública do Distrito Federal, em março deste ano. Participaram do lançamento a pensionista Varlinda Lisboa Leite, de 61 anos, e o seu neto, Arthur Digo, de 12 anos (foto principal), que moram juntos desde que o menino nasceu.

Na ocasião, Varlinda, que também foi criada pela avó, destacou a importância da troca de experiências com o quinto neto, mesmo com a diferença de idade de quase 40 anos. "Eu ensino muito o que os meus pais e minha avó me passaram. A ter respeito pelo próximo”, contou Varlinda.

A Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa desenvolve outras ações para essa parcela da população, como iniciativas educacionais voltadas ao combate ao analfabetismo.

“Nós estamos também criando uma ação junto ao Ministério da Educação visando à formação tecnológica para idosos e temos um programa chamado Viva Mais Cidadania, que está alinhado ao Artigo 5º da Convenção Interamericana, que fala das pessoas que estão em situações de vulnerabilidade. A gente já faz isso para vários grupos, como quilombolas, indígenas, pessoas ribeirinhas, refugiados, pessoas idosas LGBTQIA+. E já começa um pouquinho antes dos 60 anos”, informa o secretário Alexandre da Silva.

(Fonte: Agência Brasil)

FALTA (MAIS) POESIA NA ESCOLA

– Nascemos poesia e morremos pó

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“(...) A escola enche o menino de matemática, de geografia, de linguagem, sem, via de regra, fazê-lo através da poesia da matemática, da geografia, da linguagem. A escola não repara em seu ser poético, não o atende em sua capacidade de viver poeticamente o conhecimento e o mundo. (...)” 

(Carlos Drummond de Andrade, em “A Educação do Ser Poético”, 20/7/1974)

* * *

Nascemos poesia e morremos pó. E entre um e outro momento nos perdemos daquilo que, bebê, criança, viam em nós: emoção, inspiração, razão de ser.

 É isso mesmo: Por que retiram ou retiramos de nós o encanto de nascença e, como vítimas de Medusa, tornamo-nos pedras, calcificamos os sentidos, endurecemos a sensibilidade?

Estamos sempre em busca de TORNAR SONHOS EM OBRAS CONCRETAS quando deveríamos TRANSFORMAR A CONCRETUDE EM OBRA DE SONHOS.

A escola, como espaço de alimentação de cérebros, de formação de pessoas, poderia ser esse espaço de sensações... sentimentos... sensibilidades. Um espaço com/sentido, com/sentimento.

A escola não deveria se envergonhar de seguir uma “receita”: aplicar “injeções” de poesia, por via intraneural, diariamente, no início de cada aula. Uma leitura de texto poético, selecionado pelos próprios alunos... e pronto.

Não é para “descobrir” poetas no meio deles  - É PARA NÃO ENCOBRIR A HUMANIDADE DENTRO DELES.

Não é, muito menos, para formar escritores – é para não deformar gentes.

A poesia não faz milagres – o milagre somos nós. Somos poesia, somos “poiésis” – “criação”, “obra poética”, em grego.

 O mundo precisa de médicos, de engenheiros, de advogados...

O “mercado” precisa de trabalhadores, de profissionais, de consumidores...

A escola não precisa ser só fábrica de doutores. A “schole” significa “lazer”, não “fazer”. Escola, portanto, é espaço de libertação, imaginação... De MAIS poesia.

Mas o que se vê são conteúdos demais, formalistas demais – não é à toa que eles se chamam “disciplina”).

O que se vê são conteúdos duros demais – não é à toa que eles também se chamam... “matéria”.

Claro que quase sempre não é fácil a “leitura” poética. Aí, bem... aí vai depender da formação/informação/afirmação de cada leitor da poesia. Vai depender de seu cardápio de conteúdos, seu “menu” de sensibilidade.

Cada aluno, em fases etárias diversas, tem seu próprio “apanhado” de coisas  - o que lê, o que ouve, o que conversa, o que sonha, o que faz, o que reflete...

O caldeirão de saberes , fazeres e pensares poderá conter algo mais denso ou, por enquanto, ainda ralo, mas existente. Todos temos algo a dizer de tudo. Pode faltar vontade ou oportunidade para expressar isso, mas que temos, temos!

Há, sim, espaço para a poesia.

Dentro das pessoas.

Dentro das escolas.

*  EDMILSON SANCHES

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(*) 31 de outubro - Dia Nacional da Poesia. Nesta data, em 1902, nasceu em Minas Gerais o poeta Carlos Drummond de Andrade, falecido no Rio de Janeiro há 30 anos, em 17/8/1987. O Dia Nacional da Poesia foi instituído pela Lei federal nº 13.131, de 3/6/2015. Antes, a data "não oficial" do Dia Nacional da Poesia era 14 de março, dia de nascimento do poeta baiano Castro Alves, em 1847 (falecido em 6/7/1871).

Rio de Janeiro (RJ), 24/04/2025 – Novos médicos do Programa Mais Médicos durante visita no Super Centro Carioca de Saúde, em Benfica. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Os candidatos da segunda etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira 2025/1 (Revalida) que entraram com recursos referentes à versão preliminar das questões do exame, já podem consultar o parecer final das bancas de especialistas do exame.

O resultado foi publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no Sistema Revalida.

No mesmo site, os participantes podem consultar as razões de deferimento ou indeferimento do recurso.

O Revalida tem o objetivo de verificar a aquisição por candidatos formados em medicina no exterior de habilidades, competências e conhecimentos considerados necessários ao exercício profissional no Brasil.

O exame visa garantir a qualidade do atendimento médico prestado no país e que estejam adequados aos princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os resultados definitivos estão previstos para esta sexta-feira (31). 

Para serem aprovados na segunda etapa do Revalida 2025/1, os participantes precisam obter, no mínimo, 65,655 pontos de 100.

Os aprovados deverão indicar a universidade parceira revalidadora do diploma médico estrangeiro até este sábado (1º), exclusivamente no Sistema Revalida, considerando a disponibilidade de vagas ofertadas.

Revalida

O exame tem duas edições anuais e é direcionado tanto aos estrangeiros formados em medicina fora do Brasil quanto aos brasileiros que se graduaram em outro país e querem exercer a profissão em sua terra natal.

O Revalida é composto pelas etapas teórica e de habilidades clínicas, que abordam, de forma interdisciplinar, as cinco grandes áreas da medicina: 

  • clínica médica;
  • cirurgia;
  • ginecologia e obstetrícia;
  • pediatria e medicina da família;
  • e comunidade (saúde coletiva).

O Revalida não classifica instituições de educação superior de outros países.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF) 10/11/2024 – Segundo dia do Enem: candidatos respondem a 90 questões até 18h30
Candidatos chegaram cedo para evitar surpresas antes da prova
Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

As pessoas que têm dívidas com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), de contratos assinados a partir de 2018, poderão renegociar seus débitos a partir deste sábado (1º) até dezembro de 2026.

O Ministério da Educação (MEC) calcula que a medida deve beneficiar cerca de 160 mil estudantes com parcelas em atraso, que somam, aproximadamente, R$ 1,8 bilhão em saldo devedor.

 O objetivo é ajudar os que enfrentam dificuldade financeira a ter novamente seus nomes limpos, fora de cadastros restritivos de crédito.

O Fies é o programa do Ministério da Educação que concede financiamento a estudantes de cursos de graduação, em instituições de educação superior privadas.

Como negociar

A Caixa Econômica Federal é o agente financeiro dos contratos do Fies e da renegociação das dívidas. 

O processo de renegociação deve ser feito de forma digital pelo aplicativo Fies Caixa, disponível para smartphones, ou pelo site do banco público, com CPF e senha. Portanto, o estudante com dívidas não precisa se dirigir a uma agência bancária da Caixa para renegociar o débito.

Tem aditivo

A renegociação será formalizada por meio de um termo aditivo ao contrato original do financiamento, com a concordância expressa do estudante e de seus fiadores.

O termo aditivo cria uma nova obrigação de pagamento, com o novo prazo e valor.

Se a pessoa que renegociou a dívida do Fies deixar de pagar alguma das parcelas do novo acordo, o financiado e seus fiadores terão seus nomes e CPFs incluídos em cadastros restritivos de crédito.

Condições e prazos

A nova edição de regularização das dívidas do Fies oferece melhores condições de pagamento para os estudantes.

O novo modelo permite o parcelamento do saldo devedor em até 180 vezes (15 anos), com desconto de 100% dos juros e multas.

A parcela mínima será de R$ 200, exceto nos casos em que o valor total seja inferior.

O prazo para realizar o acordo vai até 31 de dezembro de 2026.

Requisitos para renegociação

Os estudantes podem solicitar a renegociação, se cumprirem os seguintes requisitos:

  • ter contratos do Fies assinados a partir de 2018;
  • estar na fase de amortização, ou seja, já concluíram o curso e iniciaram o pagamento do financiamento;
  • ter pagamentos em atraso há mais de 90 dias, a partir de 31 de julho de 2025.

Para conhecer todas as novas regras para a renegociação de dívidas do Fies 2025-2026, acesse a Resolução nº 64/2025 do MEC.

(Fonte: Agência Brasil)

O piloto maranhense Ciro Sobral fechou acordo com uma nova equipe para a disputa das próximas etapas da Fórmula 4 Brasil, principal categoria-escola em monopostos do automobilismo nacional. Único representante do Norte/Nordeste na F4 Brasil, Ciro agora integra o time da Starrett Bassani Racing e fará a sua estreia pela equipe na 5ª etapa da categoria-escola, que ocorre entre os dias 7 e 9 de novembro, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, como parte da programação oficial do GP de São Paulo da Fórmula 1.

Ciro Sobral se junta à Starrett Bassani Racing na expectativa de voltar a brigar pelas primeiras posições nas próximas etapas e na classificação geral da Fórmula 4 Brasil. Com 61 pontos, o piloto maranhense está em 8° lugar na temporada 2025, onde acumula resultados expressivos: depois de garantir a pole position e conquistar uma vitória histórica na Corrida 1 da 1ª etapa da F4 Brasil, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, Ciro ficou em segundo lugar na Corrida 2 da 3ª etapa, realizada no Autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu.

"Estou muito feliz pela oportunidade de estar correndo e trabalhar com toda a equipe da Starrett Bassani. Agradeço muito pela confiança, é uma nova página, significa um recomeço e um bom jeito de terminar a temporada em meio aos eventos que aconteceram nas últimas etapas. Só o fato de estar nessa nova fase já inspira mais confiança para buscar pódios e vitórias", destaca Ciro Sobral.

Nova equipe de Ciro Sobral, a Starrett Bassani é referência no cenário nacional do automobilismo, com o compromisso de desenvolver talentos e ser competitivo na modalidade. Na Fórmula 4 Brasil 2025, a Starrett Bassani soma três vitórias e 10 pódios até o momento, resultados que destacam a força do time na categoria-escola. 

Contando com o reforço de Ciro Sobral, a Starrett Bassani espera manter o bom retrospecto nas etapas da Fórmula 4 Brasil que integram a programação da Fórmula 1, depois de vencer três corridas em 2023 e garantir um triunfo em 2024. Para Eduardo Bassani, chefe da equipe, a experiência e o talento de Ciro são muito importantes para buscar grandes resultados nas corridas decisivas da temporada 2025.

"Estou muito animado com a chegada do Ciro. Acho importante porque a nossa equipe só tem rookies (novatos), mas agora temos um piloto experiente, que já venceu em Interlagos. Ciro tende a contribuir bastante com o desenvolvimento do time e dos demais competidores, e a nossa expectativa é que ele alcance bons resultados até o fim do campeonato. Vamos trabalhar para que essa união dê certo logo nesse primeiro desafio em São Paulo", afirma Eduardo Bassani.

Revelação do automobilismo maranhense

Em sua segunda temporada consecutiva na Fórmula 4 Brasil, Ciro Sobral se consolidou como uma das revelações da modalidade e chega a esta temporada como um dos postulantes ao título. Em 2024, quando fez a sua temporada de estreia e foi o único piloto do Norte/Nordeste a participar da categoria-escola, Ciro colecionou bons resultados e garantiu o Top 5 do campeonato dos novatos, além de atingir o Top 10 da classificação geral, adquirindo um grande aprendizado para a sequência da carreira no automobilismo. 

No ano passado, Ciro Sobral teve uma temporada de estreia com oito etapas, cada uma com três corridas, e subiu ao pódio três vezes, com destaque para o segundo lugar na abertura da competição, ocorrida no Autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu. O piloto maranhense também garantiu o terceiro lugar na quarta etapa, que foi disputada em Goiânia, e na quinta etapa, em Buenos Aires, faturando o seu primeiro pódio internacional justamente na estreia da F4 Brasil no exterior. 

Em processo de adaptação à Fórmula 4 Brasil e de evolução a cada corrida, Ciro Sobral encerrou a temporada de 2024 com ótimos resultados. Além de ficar em 4º lugar no campeonato dos novatos, com 260 pontos, Ciro esteve no primeiro pelotão da classificação geral durante toda a F4 Brasil 2024 e concluiu o ano em 9º lugar, somando 109 pontos. 

Treinos e corridas na Itália 

Em meio à temporada 2024 da Fórmula 4 Brasil, Ciro Sobral teve uma experiência internacional de destaque no fim de outubro, participando de treinos e disputando três corridas da sétima e última etapa da Fórmula 4 Italiana no Autódromo de Monza, um dos circuitos mais famosos do automobilismo mundial e conhecido como o "Templo da Velocidade". 

Único piloto do Norte/Nordeste a disputar a F4 Italiana 2024 e representante do Brasil na última etapa da competição, Ciro Sobral correu pela escuderia Jenzer Motorsport e teve um desempenho regular na categoria mais competitiva do mundo para jovens pilotos, com destaque para o Top 20 na primeira corrida em Monza.

CLASSIFICAÇÃO DA F4 BRASIL 2025 APÓS QUATRO ETAPAS (TOP 10)

1° - Heitor Dall'Agnol, 199 pontos

2° - Filippo Fiorentino, 120 pontos

3° - Murilo Rocha, 116 pontos

4° - Pedro Lima, 110 pontos

5° - Pedro Lins, 86 pontos

6° - Ethan Nobels, 85 pontos

7° - Pietro Mesquita, 62 pontos

8° - Ciro Sobral, 61 pontos

9° - Alceu Feldmann Neto, 56 pontos

10° - Rogério Grotta, 54 pontos 

CALENDÁRIO DA F4 BRASIL 2025

1ª etapa: 3 e 4 de maio, Interlagos (SP) – já realizada

2ª etapa: 20 de julho, Velocitta (SP) - já realizada

3ª etapa: 28 de setembro, Velocitta (SP) - já realizada

4ª etapa: 5 de outubro, Velocitta (SP) - já realizada

5ª etapa: 9 de novembro, Interlagos (SP) – Preliminar do GP de São Paulo de Fórmula 1

6ª etapa: 30 de novembro, Brasília (DF)

7ª etapa: 14 de dezembro, Interlagos (SP)

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A arte como um poderoso instrumento pedagógico capaz de alfabetizar. Esse é o objetivo central do Projeto Ópera para Todos, iniciativa criada há 28 anos para promover transformações reais que acelerem novas formas de ensinar e aprender. Por meio da ópera, alunos da rede municipal de ensino são estimulados a ler, a escrever e a desenvolver seu lado criativo e cultural. 

Em 2025, o Ópera para Todos está sendo desenvolvido em quatro escolas municipais: Maria Alice Coutinho (Turu), José Sarney (Itapiracó), Luiz Pinho Rodrigues (Divineia) e Leonardo da Vinci (Angelim). Para despertar o interesse das crianças no aprendizado, o projeto utiliza os estudos de peças da música erudita. Os pequenos leitores são guiados por personagens fascinantes, enredos envolventes e melodias encantadoras. 

“O Ópera para Todos é voltado para crianças de 6 a 8 anos porque ele é um projeto de alfabetização. A arte é utilizada para alfabetizar, que é um dos processos mais complexos da escolaridade. Por isso, usar o texto da ópera na escola motiva muito mais as crianças para aprender a ler e escrever”, explicou a educadora Ceres Murad, idealizadora e responsável pelo projeto que, nesta edição, conta com o patrocínio da Equatorial Energia por meio da Lei de Incentivo à Cultura do governo do Estado e o apoio da Prefeitura de São Luís. 

Durante as atividades em sala de aula, os alunos produzem textos próprios com mais significado, ampliam sua visão de mundo e culminam seu aprendizado com a encenação da ópera estudada que, neste ano, ocorrerá no dia 29 de novembro, na Praça Maria Aragão. 

“Existe uma preocupação muito grande com a questão intelectual das crianças, com o que elas aprendem academicamente. No meio disso, cuidamos dos aspectos socioemocionais das crianças, a educação das emoções, dos sentimentos e do pensar, que não pode ser esquecida. Quando pensamos ou duvidamos se as crianças são capazes de pensar, de sentir e de refletir sobre os fatos da vida, o Projeto Ópera para Todos nos mostra que basta utilizar a arte para sensibilizar as crianças. Tudo isso colocado com emoção e com sentimento com a música, leva as crianças a refletirem profundamente”, disse Ceres Murad. 

Carmen 

Em 2025, a ópera escolhida para ser trabalhada no processo de alfabetização dos estudantes foi “Carmen”. Na ópera de Georges Bizet, o soldado Don José se apaixona perdidamente pela sedutora cigana Carmen, abandonando tudo por ela. No entanto, Carmen se cansa de José e se envolve com o toureiro Escamillo. Tomado pelo ciúme e pela obsessão, Don José tenta reconquistá-la, mas ela o rejeita. A obra explora temas como liberdade, paixão e destino, com música vibrante e envolvente. 

“Será, mais uma vez, um espetáculo majestoso no dia 29 de novembro para 2.000 pessoas. Será um espetáculo extraordinário porque um dos grandes objetivos desse projeto é difundir a cultura e a boa música para a comunidade. É um espetáculo gratuito para o entretenimento de adultos e crianças, onde os alunos participantes do Ópera para Todos são os grandes protagonistas”, concluiu a educadora. 

Projeto premiado 

O Projeto Ópera para Todos é uma iniciativa que já faz parte do calendário cultural da capital maranhense. O uso de uma metodologia própria e revolucionária desenvolvida pela professora Ceres Murad tem o reconhecimento nacional. 

Em 2003, o projeto recebeu o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação – a mais importante comenda concedida pela Câmara dos Deputados na área de Educação – por despertar o interesse de crianças de baixa renda pela leitura e escrita por meio da ópera. A iniciativa foi destaque por seu trabalho pioneiro na área da alfabetização que privilegia o envolvimento da literatura desde as primeiras classes da pré-escola. 

Ópera para Todos 

O Projeto Ópera para Todos é uma iniciativa pioneira no Brasil, que visa não só educar o público infantil para a apreciação de música erudita, como utiliza todo o potencial emocional dos grandes clássicos da cultura universal enquanto fator motivador da aprendizagem das crianças. 

A ópera é, neste projeto, um instrumento para convidar as crianças a adentrarem no universo da arte, da leitura e da escrita. Enquanto recurso pedagógico, a ópera estimula as crianças das classes de alfabetização a vivenciarem sentimentos profundos, conduzidas por composições magistrais, que transmitem emoções por meio de acordes intensos e vibrantes, materializados na dramaticidade das cenas. 

O projeto trabalha as diversas linguagens da ópera – música, dança, literatura, poesia e drama – para facilitar o processo da aprendizagem da leitura e escrita. Essa riqueza de estimulação emocional e intelectual se reflete na qualidade dos textos que as crianças produzem ao longo do projeto, ao mesmo tempo em que proporciona a ampliação do seu universo cultural e da sua visão de mundo. 

Os produtos finais do projeto são um livro de reescrita narrativa do libreto e a encenação, em que as crianças tocam, dançam e representam a ópera. No Ópera para Todos, as crianças atuam não como simples espectadoras, mas como protagonistas dessas grandes obras da cultura universal. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Clube mais vitorioso do futsal maranhense, o Balsas Futsal continua se preparando para o Campeonato Maranhense de Futsal 2025, competição promovida pela Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma). Focado em manter a sua tradição de títulos, o Balsas, que tem o patrocínio da Prefeitura de Balsas e da Casa Sertaneja, está confirmado na disputa de 15 categorias do Estadual e projeta grandes campanhas em todos os torneios.

Maior vencedor do Campeonato Maranhense de Futsal na categoria Adulto Masculino, com 10 títulos, o Balsas Futsal vai disputar a etapa regional da categoria na cidade de Balsas, contando com o apoio do torcedor. Os confrontos da fase de grupos serão realizados nos dias 28, 29 e 30 de novembro.

Além de lutar por mais um título na categoria Adulto Masculino, o Balsas Futsal vai disputar o Campeonato Maranhense de Futsal 2025 nas seguintes categorias: Sub-7, Sub-8, Sub-9, Sub-10, Sub-11, Sub-12, Sub-13, Sub-14, Sub-15, Sub-16, Sub-17, Sub-19, Sub-20 e Adulto Feminino. O Balsas jogará a primeira fase dos torneios Sub-8, Sub-9, Sub-10, Sub-11 e Sub-12 em Imperatriz, enquanto as demais equipes farão os seus primeiros compromissos em São Luís.

"A expectativa do Balsas Futsal para o Campeonato Maranhense é muito grande. Estamos fazendo todos os ajustes necessários para competir bem e lutar por títulos. Além do Adulto Masculino, onde somos os maiores campeões, vamos disputar várias categorias do Estadual, ressaltando a tradição e a força do Balsas como clube formador de jovens talentos para o esporte maranhense. Agradeço aos nossos patrocinadores e apoiadores por todo o suporte para que a nossa equipe possa disputar o Maranhense em alto nível", destaca Hallysson Dias, presidente e técnico do Balsas Futsal.

O Balsas Futsal conta com o patrocínio da Prefeitura de Balsas e Casa Sertaneja, além dos apoios da Líder Peças, da Evolução Contabilidade e de Tulio Rezende.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília (DF), 19/02/2025 - Programa Pé-de-Meia. A aluna da escola CED619  da Samambaia, Aline Rocha Soares. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) paga, nesta quinta-feira (30), a oitava parcela do programa Pé-de-Meia de 2025 aos beneficiários aos nascidos nos meses de julho e agosto.

Os beneficiados pelo programa federal são os estudantes entre 14 e 24 anos do ensino médio, matriculados na rede pública regular e, também, na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), que estão inscritos no Cadastro Nacional de Programas Sociais do governo federal (CadÚnico) e que tenham a renda por pessoa mensal até meio salário-mínimo.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), para ter direito ao benefício, eles devem ter presença mínima de 80% nas aulas.

Nesta nova etapa, a Caixa Econômica Federal – responsável pela gestão dos recursos repassados pelo MEC – aponta que, ao todo, cerca de 3,2 milhões de estudantes de escolas públicas receberão o benefício de R$ 200.

Pagamento escalonado

Os pagamentos do incentivo-frequência do Pé-de-Meia ocorrem até a próxima segunda-feira (3), conforme o mês de nascimento dos alunos que estão matriculados em uma das três séries do ensino médio na rede pública de ensino, seguindo o calendário:

- nascidos em janeiro e fevereiro recebem em 27 de outubro;

- nascidos em março e abril, em 28 de outubro;

- nascidos em maio e junho, em de 29 de outubro;

- nascidos em julho e agosto, em 30 de outubro;

- nascidos em setembro e outubro recebem em de 31 outubro;

- nascidos em novembro e dezembro, em 3 de novembro.

Confira as dicas de como usar as parcelas do benefício 

Depósitos

A oitava parcela da chamada Poupança do ensino médio de 2025 está sendo depositada em uma conta poupança da Caixa Econômica, aberta automaticamente em nome dos estudantes. O valor pode ser movimentado ou sacado imediatamente, se o participante desejar. Basta acessar o aplicativo Caixa Tem, se o aluno tiver 18 anos ou mais. As informações relativas aos pagamentos também podem ser consultadas no mesmo aplicativo.

No caso de menor de idade, será necessário que o responsável legal autoriza a movimentação da conta. O consentimento poderá ser feito no próprio aplicativo ou em uma agência da Caixa.

O participante poderá consultar no aplicativo Jornada do Estudante, do MEC, o status de pagamentos (rejeitados ou aprovados), as informações escolares e regras do programa.

Incentivos

A poupança do ensino médio tem quatro tipos de incentivo financeiro-educacional:

Incentivo-matrícula: por matrícula registrada no início do ano letivo, valor pago uma vez por ano, no valor de R$ 200;

Incentivo-frequência: por frequência mínima escolar de 80% do total de horas letivas. Para o ensino regular, são nove parcelas durante o ano de R$ 200;

Incentivo-conclusão: por conclusão e com aprovação em cada um dos três anos letivos do ensino médio e participação em avaliações educacionais, no valor total de R$ 3 mil. O saque depende da obtenção de certificado de conclusão do ensino médio;

Incentivo-Enem: paga após a participação nos dois dias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no ano que o estudante conclui o 3º ano do ensino médio. Os R$ 200 são pagos em parcela única.

Dessa forma, a soma do incentivo financeiro-educacional pode alcançar R$ 9,2 mil por aluno, no fim do ensino médio.

Pé-de-Meia

Lançado em janeiro de 2024, o programa do governo federal é voltado a estudantes de baixa renda do ensino médio da rede pública.  A iniciativa funciona como uma poupança para promover a permanência e a conclusão escolar nessa etapa de ensino.

Saiba aqui quais são os requisitos para ser inserido no programa.

O MEC esclarece que não há necessidade de inscrição no programa. Todo aluno que se encaixa nos critérios do Pé-de-Meia é incluído automaticamente.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 21/08/2025 -Livro infantil mais procurado na biblioteca comunitária Atelier das Palavras, no morro da Mangueira, zona norte da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Dia Nacional do Livro, comemorado no Brasil, nesta quarta-feira (29), pode ser uma oportunidade para estimular a leitura já a partir da infância, contribuindo para o desenvolvimento da pessoa. É o que afirma o presidente da Biblioteca Nacional (BN), Marco Lucchesi.

“Sem dúvida alguma, a infância que começa com esse impacto de leitura acaba lendo o mundo dos livros e lê o livro do mundo. São duas descobertas que se complementam mutuamente. A criança vai criando dentro dela viagens para outros mundos, possibilidades de exercício de liberdade, de imaginação, de criatividade, e, particularmente também, de empatia".

"A criança começa a compreender que existem outras formas de vida, outras organizações de mundo, outras formas de afeto distintas ou que recuperam como espelho o que aquela criança vive em sua casa. Mas, sobretudo, ela dá essa empatia”.

Em entrevista à Agência Brasil, Lucchesi lembra que o Dia do Livro no Brasil é comemorado em 29 de outubro por ser o aniversário de fundação da Biblioteca Nacional.

"São 215 anos de grandes aventuras, de grandes resultados para o país, de uma política da memória que atravessa inúmeras gerações. E cada uma imprime uma direção nessa mesma política”, afirma. "O livro significa um grau de expansão da sensibilidade da criança, da imaginação, do intelecto e do espírito. É para um adulto melhor que a leitura orienta, para um adulto mais generoso, mais fraterno que a leitura abre portas e janelas com muita beleza”.

Incentivo à leitura

Com esse objetivo, a Fundação Biblioteca Nacional reforça a atuação da Casa da Leitura, aberta em 1993, que visa à formação de leitores e a garantir acesso democrático à literatura, destinada em especial ao público infantil e juvenil. A unidade funciona na Rua Pereira da Silva, 86, em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h.

“A Casa da Leitura tem um papel fundamental diante dos desafios de criar novas vozes, ampliando o lugar dessas crianças e adolescentes”, indicou Marco Lucchesi.

Esse olhar estratégico da BN foi ampliado na semana passada com a inauguração de uma biblioteca em âmbito hospitalar, sob a coordenação da instituição. O pioneiro foi o Hospital Universitário Antonio Pedro (HUAP), da Universidade Federal Fluminense (UFF). Segundo Lucchesi, a ideia é instaurar a biblioterapia, ou seja, trabalhar o livro como grande terapia, não só para as crianças neurodiversas, mas também para os acompanhantes e equipes médicas.

“Nós vamos continuar trabalhando com essa meta de hospitais, porque queremos abrandar a espera para todo mundo. A gente quer humanizar esses espaços com o projeto dessas bibliotecas, sempre com a curadoria da BN”.

Outra ação na área socioeducativa deverá ser lançada pela Biblioteca Nacional em fevereiro do próximo ano, com objetivo de levar livros a adolescentes privados de liberdade. Lucchesi destacou que as crianças estão em toda parte e o exercício da leitura não é só levar a leitura às pessoas, mas aprender com as pessoas como elas podem ler.

Brasília, 09/10/2023 O projeto Lê Pra Mim, de incentivo à leitura de livros infantis brasileiros, tem início no Museu dos Correios, em Brasília. Esta nova temporada na capital do país vai até quarta (11) e faz parte das comemorações pelos 360 anos dos Correios. O ator Paulo Betti e o jornalista Fábio William fizeram a abertura do evento.  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Potencialização

Para o professor Godofredo de Oliveira Neto, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), o livro potencializa a cognição da criança e a conduz para um mundo mais humanista. Daí, a importância dessa data para sublinhar a importância do livro para a criança para, mais tarde, ter uma visão mais crítica e competente das coisas, inclusive da política e da ciência.

“Só pelo fato de o livro servir como material didático e paradidático nas escolas do Brasil inteiro, isso já mostra a importância do livro. Não é um capricho, é algo fundamental”, diz o imortal, que lembrou também que o livro em papel não morreu. “Ao contrário, ele consegue sobreviver ao lado do e-book, do livro digital”.

Oliveira Neto cita a experiência da Suécia, que tinha abolido o livro impresso e voltou atrás em sua decisão. "Então, os livros de conhecimento geral, de história, geografia, matemática, português, ciências humanas e sociais são fundamentais para a sustentação da criança no mundo", defendeu. 

Sobre a literatura de ficção, o professor acrescenta que é positiva a experiência, em sala de aula, de ler com as crianças e constatar que a criação de outro mundo pelo autor ou autora coincide com histórias criadas pelas próprias crianças.

“É algo fascinante. Assim, elas mergulham no mundo literário e passam a gostar de ler. De novo, não é apenas um capricho, mas é algo fundamental para sua constituição no mundo. Acho fundamental essa data e a valorização do livro”, concluiu Oliveira Neto.

O presidente da ABL, Merval Pereira, acrescentou que o Dia Nacional do Livro “é um dia para celebrar o poder transformador da leitura em nossas vidas, uma oportunidade de incentivo do amor pelos livros e da valorização da literatura.

"Com o livro, as crianças exploram imaginação e habilidades. Ao ler, aprendem a reconhecer a importância do diálogo e da inclusão, valores cruciais para a vida moderna. Como formadores de opinião, devemos promover e facilitar o acesso aos livros a todos, desde os primeiros anos de vida. E encorajá-los a encontrar os vários mundos que existem dentro dos livros”.

Rio de Janeiro (RJ), 05/09/2023 – Público lota a 20ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro, no Riocentro, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Sabor especial

Na avaliação do professor Hubert Alqueres, vice-presidente da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros) e vice-presidente de Operações da Câmara Brasileira de Livros (CBL), o dia 29 de outubro é uma data muito importante para os brasileiros celebrarem a leitura, os autores, as editoras, os livreiros, professores e, acima de tudo, os leitores.

Este ano, a data tem um sabor ainda mais especial, porque o Rio de Janeiro foi escolhido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) Capital Mundial do Livro. “É a primeira cidade de língua portuguesa a receber essa distinção”, destacou.

“Para as crianças, a leitura ajuda a formar o vocabulário, o raciocínio, a sensibilidade, a criatividade. Acho que, para os jovens, ela amplia mundos, dá referências culturais, desenvolve o senso crítico. E, para quem está mais velho ou atravessando momentos difíceis de saúde, o livro é, muitas vezes, uma grande companhia”.

Também curador do Prêmio Jabuti, Alqueres comentou que é muito importante, no Dia Nacional do Livro, que se discuta essas políticas públicas cada vez melhores e mais efetivas para conquistar os leitores, englobando crianças, jovens e adultos, do ponto de vista da educação e da cultura.

Promovido pela CBL, o Prêmio Jabuti é o mais tradicional prêmio literário do Brasil. Criado em 1959 pelo então presidente da CBL, Edgard Cavalheiro, o prêmio foi idealizado para premiar autores, editores, ilustradores, gráficos e livreiros de maior destaque a cada ano. 

(Fonte: Agência Brasil)