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cursinhos preparatórios para concursos públicos

Os mais de 2,1 milhões de candidato do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) que farão provas neste domingo (18) já podem consultar a concorrência por vaga em cada bloco temático do certame.

Cada candidato pôde se inscrever em apenas um bloco temático e, dentro do mesmo bloco, classificou, por ordem de preferência, os cargos desejados.

Os blocos de 1 a 7 exigem formação de nível superior. Já a escolaridade para o bloco 8 é nível médio ou técnico.

Concorrência

Para que o candidato saiba como está a concorrência dentro do bloco em que disputa a sua vaga, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) divulgou, nesta semana, uma tabela que traz várias informações como a proporção de candidatos por vaga.

Em média, se consideradas todas as vagas do certame, nestes oito blocos, a proporção de candidatos por vaga é de 318,4.

O bloco temático com mais candidatos é o 8, de nível médio. São mais de 694 mil inscritos, o que resulta na maior concorrência: são 1.003 candidatos por vaga do bloco.

O bloco 7 (gestão governamental e administração pública) tem o maior número de vagas, são 1.737. A taxa de candidatos por vaga é de 242,9.

A menor concorrência é para os candidatos do bloco 1 (infraestrutura, exatas e engenharias), com a relação de 161,6 candidatos por vaga.

Porém, o Ministério da Gestão esclarece que o sistema de seleção do certame com candidatos concorrendo a mais de um cargo dificulta a definição estatística da disputa dentro dos blocos. Em nota, o integrante do Grupo Técnico Operacional do concurso unificado do MGI, Pedro Assumpção Alves, explicou. “No CPNU, cada candidato se inscreveu para várias vagas dentro do mesmo bloco, isso permite que ele concorra a mais vagas e tenha mais chance de entrar na administração pública”.

Cotas

Dentro das categorias para a política de cotas, os candidatos que estiverem aptos terão as seguintes relações candidato/vaga, no total de blocos:

  • pessoas negras: 315,7 candidato/vaga;
  • pessoas com deficiência (PCD): 114,7 candidato/vaga;
  • indígenas: 68, 4 candidatos/vagas.

Alves estima que a alta participação de pessoas negras (pardos e pretos), pessoas com deficiência e indígenas, somada à política de cotas e ao formato do certame, permitirão uma maior inclusão no serviço público brasileiro, dentro da estratégia de aumentar a diversidade e transformar a administração pública em um local mais democrático.

Blocos temáticos

Os oito blocos temáticos estão separados por área de atuação, para preenchimentos de 6.640 vagas em 21 órgãos federais, conforme a especialização ou formação do candidato.

Os editais distintos, segmentados por blocos temáticos, com os diversos cargos dentro de uma mesma área, estão publicados no site oficial do processo seletivo.

O chamado Enem dos Concursos terá um modelo de seleção inédito, com formação de um banco de candidatos aprovados em lista de espera, para futuras convocações, o que aumentará as chances de convocações dos aprovados.

Com a iniciativa, cada um dos oito blocos terá um cadastro reserva com o dobro do número de vagas imediatas do respectivo bloco o que resultará em 13.280 pessoas no banco de candidatos aprovados.

Bloco 1: 1.454 candidatos em cadastro reserva;
Bloco 2: 1.194 candidatos em cadastro reserva;
Bloco 3: 1.060 candidatos em cadastro reserva;
Bloco 4: 1.942 candidatos em cadastro reserva;
Bloco 5: 2.032 candidatos em cadastro reserva;
Bloco 6:  718 candidatos em cadastro reserva;
Bloco 7: 3.496 candidatos em cadastro reserva;
Bloco 8: 1.384 candidatos em cadastro reserva.
Total: 13.280 pessoas em cadastro reserva

(Fonte: Agência Brasil)

A partir da próxima segunda-feira (19), a cidade de Santa Inês (MA) vai sediar a segunda edição da Copa Capital do Vale de Futsal Adulto Masculino, competição patrocinada pelo governo do Estado e pelo El Camiño Supermercados por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. Ao todo, oito equipes estão confirmadas na disputa do torneio. Todos os jogos serão realizados no Ginásio João Cambinha. 

Nesta edição, a Copa Capital do Vale de Futsal Adulto Masculino terá o formato de mata-mata com as seguintes fases: quartas de final, semifinais e final. Nas duas primeiras fases, as disputas serão em duelos de ida e volta. A decisão do torneio será em jogo único, previsto para ocorrer no dia 30 de agosto. 

Atual campeão do torneio, o Palmeirense entra na competição com o objetivo de manter a hegemonia em Santa Inês. No entanto, os rivais se fortaleceram para impedir uma nova conquista. Além do Palmeirense, as outras sete equipes confirmadas na Copa Capital do Vale são Oz Acabados (atual vice-campeão), Dinâmico, Athletíc, Gênesis, Revelação, Canecão e Palermo.  

Na última terça-feira (13), ocorreu o lançamento oficial da competição com a presença dos representantes das equipes. Durante a solenidade, cada time recebeu kits com uniforme completo (camisa, calção e meião) e bolsas esportivas. Em seguida, foi realizado o congresso técnico do torneio, que definiu os confrontos e chaveamento da competição. 

Os jogos de ida das quartas de final serão na segunda e terça-feira (19 e 20). Já os duelos de volta, serão na quarta e quinta-feira (21 e 22). Na primeira fase, os confrontos eliminatórios serão as seguintes: Dinâmico x Athletíc, Gênesis x Revelação, Palmeirense x Canecão e Oz Acabados x Palermo. 

“Vai ser uma competição bem disputada. Tenho certeza de que a Copa Capital do Vale será um evento que vai atrair os amantes do futsal em Santa Inês e na região do Vale do Pindaré. A expectativa é de casa cheia nos dias de jogos. Nós só temos a agradecer ao governo do Estado e ao El Camiño Supermercados por acreditarem na importância do torneio”, afirmou Waldemir Rosa, coordenador-técnico da competição. 

Tudo sobre competição está disponível no Instagram oficial do torneio (@copacapitadovale).

Premiação

Ao final das disputas da Copa Capital do Vale de Futsal Adulto Masculino haverá a premiação dos times campeões e vice-campeões com troféus e medalhas. Durante a solenidade de encerramento, haverá, também, a entrega dos prêmios individuais: Melhor Jogador, Artilheiro, Goleiro Menos Vazado e Melhor Treinador. 

TABELA DE JOGOS

Oitavas de final (jogos de ida)

Segunda-feira (19/8) / Ginásio João Cambinha

19h30 – Dinâmico x Athletíc

20h30 – Gênesis x Revelação 

Terça-feira (20/8) / Ginásio João Cambinha

19h30 – Palmeirense x Canecão

20h30 – Oz Acabados x Palermo

Oitavas de final (jogos de volta)

Quarta-feira (21/8) / Ginásio João Cambinha

19h30 – Athletíc x Dinâmico

20h30 – Revelação x Gênesis 

Quinta-feira (22/8) / Ginásio João Cambinha

19h30 – Canecão x Palmeirense

20h30 – Palermo x Oz Acabados

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Um sábado (17) de muitas decisões pela Super Taça Maranhão de Futebol 7, competição promovida pela Federação Maranhense de Futebol 7 (FMF7). Ao todo, seis equipes vão soltar o grito de campeão neste fim de semana. As disputas que vão definir os vencedores das categorias Sub-8, Sub-9, Sub-10, Sub-11, Sub-12 e Sub-13 terão início às 14h45, na Arena Olynto, no Bairro do Olho d’Água. 

De acordo com a FMF7, a programação das finais da Super Taça Maranhão vai começar com o duelo entre Eurofoot e Paredão pela categoria Sub-13. Na sequência, às 15h40, a bola rola para Paredão x São Luís Academy, confronto que definirá o campeão da categoria Sub-12. 

Às 16h20, tem a final do Sub-11 entre PSG e Madri. Na sequência, mais três decisões: Grêmio Maranhense x São Luís Academy (Sub-10), Grêmio Maranhense x Cruzeiro (Sub-9) e Grêmio Maranhense x São Luís Academy (Sub-8). 

Vale destacar que as equipes campeãs desta edição da Super Taça Maranhão de Futebol 7 asseguram classificação para torneios nacionais. “A Super Taça Maranhão é uma das principais competições do futebol 7 no Estado. O torneio já caiu nas graças dos atletas e das escolinhas e, a cada edição, o nível técnico tem melhorado, uma vez que a competição também é classificatória para torneios nacionais”, explicou Waldemir Rosa, presidente da Federação Maranhense de Futebol 7 (FMF7). 

JOGOS SUPER TAÇA MARANHÃO

Sábado (17/8) / Arena Olynto

14h45 – Eurofoot x Paredão (final Sub-13)

15h40 – Paredão x São Luís Academy (final Sub-12)

16h20 – PSG x Madri (final Sub-11)

17h – Grêmio Maranhense x São Luís Academy (final Sub-10)

17h40 – Grêmio Maranhense x Cruzeiro (final Sub-9)

18h20 – Grêmio Maranhense x São Luís Academy (final Sub-8) 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Tudo pronto para o início das disputas do Santo Amaro Open de Beach Tennis. A partir desta sexta-feira (16), a cidade de Santo Amaro (MA) vai ser a casa do beach tennis maranhense. Chancelado pela Federação de Beach Tennis do Maranhão (FBTM), entidade que representa oficialmente a modalidade no Estado, e contando com os patrocínios do governo do Estado e do Grupo Mateus por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, o Santo Amaro Open vai reunir mais de 260 atletas, que estarão na briga pelo título da etapa e por pontos nos rankings estadual e nacional. 

Até domingo (18), o beach tennis será atração em Santo Amaro, mais precisamente às margens do Rio Alegre, um cenário deslumbrante para receber os principais atletas da modalidade. O Santo Amaro Open integra o calendário esportivo da FBTM, correspondendo à nona etapa do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis 2024. Nesta edição, o torneio teve um recorde na quantidade de inscrições e de atletas participantes. 

“Pelo terceiro ano consecutivo, vamos realizar o Santo Amaro Open de Beach Tennis às margens do Rio Alegre na cidade de Santo Amaro, dentro do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Esta será a penúltima etapa do Campeonato Maranhense Oficial, e a briga pelo ranking está mais acirrada a cada etapa. Essa etapa contará com 260 atletas e mais de 380 inscrições, com uma área de 11 quadras montadas às margens do Rio Alegre”, explicou Menezes Júnior, presidente da FBTM. 

Vale destacar que o Santo Amaro Open também soma pontos para o ranking estadual da modalidade. É a partir desse ranking que o Time Maranhão de Beach Tennis será formado para disputar o Campeonato Brasileiro Oficial de Beach Tennis entre os dias 20 e 24 de novembro, na cidade de Vitória (ES). 

Em 2024, o Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis vai passar por seis cidades do Maranhão. Além de Santo Amaro, São Luís, Imperatriz, Bacabal, Santa Inês e Codó também sediaram etapas do torneio nesta temporada. 

Outras informações sobre as etapas do Campeonato Maranhense Oficial de Beach Tennis estão disponíveis no Instagram oficial da Federação de Beach Tennis do Maranhão (@maranhaobeachtennis). 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

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“[...] ele cismou com isso aí.

// [...] ele cismou.

Quando ele cisma, é uma tragédia".

(AÍRTON VIEIRA, desembargador, juiz instrutor,  assessor do ministro ALEXANDRE DE MORAES / STF)

*

Por essas coincidências que só (re)afirmam a crendice, o dia 13  – e, mais ainda, 13 de agosto --, para um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, passa a ser um dia infeliz. Um dia, como qualificavam os latinos, “nigro notanda lapillo”, ou seja, um dia que deve ser marcado com uma pedra preta.

Mas a vida é como os registros contábeis escriturados com as chamadas partidas dobradas: se há um lançamento no débito, há que haver outro no crédito. Desse modo, a uma coisa ruim corresponde uma boa: para algumas pessoas, para diversas pessoas, para muitas pessoas, o 13 de agosto de 2024 será um dia feliz, ou, como diziam os latinos, um dia “albo notanda lapillo”, que deve ser marcado com uma pedra branca. O enorme escritor e dramaturgo francês Honoré de Balzac (1799-1850) utiliza esta segunda expressão no original latino em “Modesta Mignon”, romance que completa, em 2024, exatos 180 anos de publicação e é parte das “Cenas da Vida Privada” da monumental “A Comédia Humana”, constituída de mais de 90 livros.

Mas, tornando ao 13 de agosto, diz a antiga sabedoria popular que desgraça pouca é bobagem e que, às vezes, além da queda vem o coice –  vale dizer, o 13 de agosto apenas abriu as portas do inferno astral que, ao que tudo indica, se reserva para um ministro da Alta Corte Constitucional do Brasil.

A primeira de várias, senão muitas, reportagens que, em série, foi publicada no 13 de agosto pelo jornal paulista “Folha de S. Paulo” já foi suficiente, ela sozinha, para levar o próprio jornal e um grandíssimo número de outros veículos de Imprensa, entidades, políticos e as denominadas mídias sociais digitais a avaliarem como “fora do rito”, ilegais, criminosos etc. etc. os atos, atitudes, manifestações e ordens ou determinações do ministro Alexandre de Moraes e o cumprimento das ordens, comentários dos assessores que materializavam as ordens, enfim, os feitos e desfeitos e até os (documentos) refeitos por esses subordinados, pois senão o ministro poderia ele mesmo produzir os textos e/ou documentos (claro que isso dificilmente ocorreria, haja vista a decantada estrutura de recursos humanos e logísticos que se diz terem os senhores ministros e mais a relação de subordinação e dependências dos subordinados).

Evidentemente, para “compensar” as investidas dos muuuuitos que querem a cabeça do ministro, está comparecendo um razoável número de pessoas físicas e jurídicas que afirmam a inocência do togado e a regularidade de seus atos – incluindo os dos assessores também, é claro.

Já dei aulas de Jornalismo em Universidade pública  – disciplinas “Assessoria de Imprensa” e “Entrevista, Pesquisa e Reportagem”. Tanto pelo mister desse magistério quanto pelos “mistérios” do ofício de (bem) informar, posso assegurar que vem coisa no mínimo “mais pesada” nos próximos dias em desfavor do ministro. As reações, notas, palavras em seu favor logo após a primeira reportagem são apressadas, mas de todo modo natural, próprias do calor do momento. O também jurista Aulus Gellius, que viveu no segundo século depois de Cristo, escreveu em suas “Noites Áticas” que “a verdade é filha do tempo” (“Veritas temporis filia”).

Ora, diz e repete a Imprensa que o material que recebeu, de modo lícito, ocupa mais de 6 (seis) gigabytes de memória. São mensagens por escrito e por áudio, além de arquivos de imagens e de vídeos, tudo trocado via WhatsApp, este aplicativo multiplataforma que, neste ano em que debuta (completa 15 anos), já fez muito bem aos seus criadores e alguns males para muitos de seus confiados usuários... O material nas mãos dos jornalistas da “Folha de S. Paulo” diz respeito a apenas 10 (dez) meses, os cinco últimos de 2022 e os cinco primeiros do ano seguinte, portanto, de agosto de 2022, após ter iniciada a campanha eleitoral e durante toda ela, até maio de 2023, já no novo Governo  eleito e empossado.

Mas, sobretudo para o ministro e para os que correram em sua defesa, cabe perguntar: Alguém acha que os jornalistas e o jornal publicariam o pior desses seis gigabytes logo no primeiro dia? Claro que não! Isso não é da lógica humana nem muito menos do ofício jornalístico. A conta-gotas, homeopaticamente, vão-se depositando palavras, imagens e sons (áudios das conversas) no papel do jornal, no e-mundo digital e tal e tal. Aí, feitas as primeiras publicações, jornal e jornalistas esperam as reações, sobretudo as que tentam negar ou justificar os atos do ministro e seus assessores. Avaliadas, pesadas e ponderadas essas reações, o jornal e seus jornalistas produzem e lançam mais algumas “bombas”, isto é, um conjunto de informações que, estas sim, reforçam a publicação anterior e até agravam a situação dos personagens das matérias, as quais, para piorar ainda mais, fragilizam e/ou invalidam as defesas adredemente feitas. É tortura chinesa (dizem), em que pingos d’água caem por horas ou dias sobre a testa ou na moleira de indivíduos amarrados. Ou pode ser a “gota tártara”, tortura inventada pelos russos, onde a pessoa nua sofre pelo menos 40 horas com um fio d’água –- geladíssima!... –  lhe infernizando o corpo e a mente.

Dá para imaginar o que ainda vem por aí? Serão noites insones e dias trombones...

Tentemos ver o que pode vir. Os próprios grupos de comunicação  – Folha, Globo... – reafirmam nas matérias que, repita-se, “são mais de 6 gigabytes” de gravações, arquivos, o que seja.

Para você ter uma ideia, vamos falar um pouco sobre o que é a capacidade de armazenamento de informações ou processamentos de dados em um computador, “tablet”, celular, “pen-drive” etc. Assim como o quilograma é para massa (peso), o litro para capacidade (líquidos e gases), o metro para comprimento, o “byte” (baite) é a medida para a capacidade de armazenamento de dados. O byte é formado por uma unidade menor, chamada “bit”.

A palavra “byte” é originada do inglês “bite” (mordida). A palavra “bit” é formada pela união das duas primeiras letras de “binary” com a última de “digit” – é “binary digit” (dígito binário) porque, como se sabe, as informações no computador são representadas por dois algarismos, o 0 [zero] e o 1 [um]. São necessários oito “bits” para formar um “byte” e cada letra ou caractere que você está vendo aqui corresponde a um “byte”. Assim, como se fora o “Bolero” de Ravel e seu crescendo musical progressivo, a capacidade de armazenamento de dados também vai crescendo: da menor unidade, o “bit”, vai-se ao “byte”; deste ao “kilobyte” (ou mil “bytes”), ao “megabyte” (mil “kilobytes”), chega-se ao “gigabyte” (mil “megabytes”) e, também mil vezes mais, o “terabyte” – e já existem o “petabyte”, o “exabyte”, o “zettabyte” e o “yottabyte”, este por enquanto o de maior capacidade, equivalente 1 (um) quatrilhão de “megabytes” ou um trilhão de “gigabytes”.

Vamos voltar aos “mais de seis ‘gigabytes’” de mensagens e outros arquivos em só dez meses de conversas e trocas de postagens entre o ministro e seus subordinados, em um grupo de WhatsApp denominado “Inquéritos”. A Ciência (da Computação) diz que CADA “GIGABYTE” corresponde a 6,5 milhões de páginas de documentos. Por escrito: 1 “gigabyte” armazena SEIS MILHÕES E QUINHENTAS MIL páginas cheinhas de letras e/ou imagens. Como são “MAIS DE SEIS ‘GIGABYTES’”, a multiplicação é simples: 6,5 milhões X 6 “gigabytes” = 39 (TRINTA E NOVE) MILHÕES DE PÁGINAS. E ainda tem o sobejo, o resto, pois são “MAIS” de seis “gigabytes”. Ou seja: o jornal “Folha de S. Paulo” e seus dois jornalistas estão com, potencialmente, QUARENTA MILHÕES DE PÁGINAS de documentos (e seus conteúdos) para serem vazados sob forma de reportagens, todo dia, sem falar nas reações e outras repercussões e o que de fatos novos podem ocorrer, em razão da publicação em série. Por exemplo: a vida, a profissão, o passado, as amizades sensíveis, as sentenças que prolatou (para quem foi juiz de Direito), os textos que publicou, os lugares que visitou, pessoas que ofendeu ou fisicamente maltratou, eventuais movimentações financeiras, os bens (patrimônio) que acumulou, os vícios a que se entregou, e uma lista (grande) de “otras cositas más” poderão – e serão – pesquisadas, investigadas, na surdina, em segredo, com discrição... e, localizado algo jornalisticamente interessante, une-se ao material e reúne-se o conjunto de evidências, provas etc. para sustentar a fidedignidade e profissionalismo do trabalho da Imprensa e a incolumidade dos profissionais envolvidos, em especial a liberdade, a honra e o patrimônio.

Volte-se a repetir: ainda que também contenha imagens estáticas, imagens em movimento (vídeos), documentos, áudios, além das mensagens escritas, seis “gigabytes” é muita coisa. Evidentemente, esses dados foram recebidos já há algum tempo. Tempo suficiente para leitura, corte e costura dos dados, pesquisas, entrevistas, reuniões com o setor Jurídico e a Alta Direção do jornal, sopesamento das consequências (inclusive econômicas) para o veículo de Imprensa...

É claro que os seis “gigabytes” de informações não foram recebido dia 12 ou dia 10 ou neste mês de agosto... Uma montanha – na verdade, uma cordilheira – de dados desses não se formou nem foi escalada agora; não com a hipersensibilidade de que essas informações potencial e explicitamente se revestem, com as implicações e implicâncias políticas, jurídicas, profissionais e até humanas que ela suscita e já está suscitando.

*

Falta explicar a razão do título – “EM CISMAR, SOZINHO, À NOITE”.

Há 181 anos, precisamente no mês de julho de 1843, o advogado, cientista e escritor Antônio Gonçalves Dias, meu conterrâneo de Caxias (MA), escreveu o poema que é quase um segundo hino nacional, a “Canção do Exílio”. Não há quem não lhe saibam os versos iniciais: “Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o sabiá”. Seis versos depois destes, está a linha inicial da terceira estrofe: “Em cismar, sozinho, à noite”. (Este mesmo verso retorna na estrofe seguinte da “Canção”).

O principal assessor do ministro Alexandre de Moraes, também juiz e desembargador, na boquirrotice das conversas e mensagens via WhatsApp, disse que o ministro estava “esses [aqueles] dias sem sessão”; assim, estava “com tempo para ficar procurando”. Ele fazia isso inclusive à noite, em casa, já que estava em recesso (de férias) do trabalho. Assim, haja enviar mensagens, arquivos para a assessoria, com instruções de fazer  – e fazer logo, e fazer bem feito. Ou, como falou o assessor: ”Quem mandou isso aí, exatamente agora, foi o ministro e mandou dizendo: Vocês querem que eu faça o laudo? Ele tá assim, ele cismou com isso aí”.

Isso mesmo: “[...] ele cismou com isso aí. // [...] ele cismou. Quando ele cisma, é uma tragédia."

A palavra “cisma” é bissexual, assume dois gêneros. Como substantivo masculino, denomina a separação de um grupo de pessoas de uma coletividade. Também significa desacordo, dissidência de opiniões.

Como palavra feminina, “cisma” é velha conhecida nossa e ela se torna talvez o único  (para utilizar a terminologia do assessor ministerial) “mínimo múltiplo comum” com o Sr. Alexandre de Moraes, que sabe ficar cismado que nem gente comum. Desde o tempo das aulas de Matemática do Ensino Fundamental (ou foi do Médio?) que eu não mais tinha ouvido falar em Mínimo Múltiplo Comum (ou MMC) e Máximo Divisor Comum (ou MDC). Como já disse: “cisma” não é só coisa de gente de toga, não.

Cisma – está no “Houaiss” – é mania; produto da fantasia, da utopia. Em sua rica semântica, cisma é teima, é capricho, é ideia fixa, é hostilidade um tanto gratuita.

Desde que foi registrada a primeira vez em Língua Portuguesa, há 631 anos (1393), a palavra “cisma” não imaginava que estaria, em suas flexões verbais, três vezes na boca de gente importante para qualificar (!) gente mais importante ainda...

Isso é o que dá cismar sozinho e à noite.

Serve para fazer grandes versos.

Serve para dizer coisas pequenas...

* EDMILSON SANCHES

Brasília (DF) 15/08/2024 A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, participa do programa Bom Dia, Ministra.  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, disse que o governo federal estuda a possibilidade de realizar uma segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) em agosto de 2025 e que há previsão orçamentária.

"Temos falado na possibilidade de um novo concurso unificado, mas ainda é uma possibilidade. Com a prova que vai ser realizada no domingo, a gente vai fazer um balanço desta prova. Por enquanto, o nosso balanço é muito positivo, do ponto de vista da demanda, da opinião pública sobre a ideia de uma prova unificada, da possibilidade de diversificar mais esse público", avaliou a ministra do MGI, Esther Dweck.

A ministra calcula que foram criadas cerca de 14 mil vagas para o serviço público em órgãos do governo federal – entre as vagas de concursos em andamento, somadas às que o MGI já autorizou desde o ano passado. Com a previsão de entrada de aproximadamente 7 mil aprovados até o fim de 2026, Esther Dweck prevê que o número de vagas abertas no funcionalismo público pode chegar a 21 mil para repor parte da saída de, aproximadamente, 70 mil servidores federais desde 2016. A ministra explicou que, somente de janeiro a agosto de 2024, 1.085 vagas foram autorizadas pelo MGI, e que novas permissões de concursos públicos federais devem ser autorizadas até dezembro.

"Temos feito um trabalho muito importante de dimensionar a força de trabalho, e ido de ministério em ministério para olhar o que estão precisando, que tipo de servidor é preciso para o MGI ter um bom cálculo real da necessidade de servidores e em que áreas, para que a gente possa tomar essas decisões de novas vagas. Temos uma previsão orçamentária. Então, entre o fim deste ano e o ano que vem, a gente vai começar a autorizar a chamada de excedentes, como chamamos o cadastro de reserva, ou de novas vagas para áreas que não foram contempladas ainda", disse durante o programa Bom Dia, Ministra

Locais de provas

Sobre o fato de 65% dos mais de 2,11 milhões de candidatos inscritos ainda não foram conferir o local onde farão as provas em dois turnos no domingo. Dweck orientou os candidatos a acessarem a Área do Candidato, mesma página da internet em que a pessoa fez a inscrição, a fim de conferir o seu local de prova e não deixar tudo para última hora.

"Façam uma prova com tranquilidade, mas, por favor, não deixem de acessar o cartão de confirmação de inscrição, com seu local de prova, e checar se tá tudo certo. Então, vocês conhecem o local e ficam tranquilos para fazer a prova".

A ministra alertou os candidatos que, após o adiamento das provas, em maio, devido às chuvas no Rio Grande do Sul, houve mudanças de vários locais de provas, sobretudo, no Rio Grande do Sul, São Paulo, além de outros estados.

"Quero fazer um apelo e pedir para todo mundo checar de novo esse local de prova. Quem não conhece o local, vá antes, conheça, saiba onde, veja o tempo que demora para chegar.

As salas serão abertas duas horas antes do início da prova, que começa às 9h30, no turno da manhã; e 14h30, na parte da tarde. A partir de 7h30, os locais de prova já estarão abertos para receber os candidatos. “Por isso, cheguem antes”, pediu a ministra.

Greve

A possível greve de servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não deverá afetar a realização do CNU, no próximo domingo (18), avalia a ministra. 

A ministra informou que o MGI está em negociação salarial com servidores do órgão ligado ao Ministério da Educação e que tem conversado com os dirigentes do Inep que estão envolvidos diretamente no apoio ao certame.

“A gente tem conversado bastante com eles [servidores do Inep]. Tem a questão da negociação, porque eles têm todo direito de se manifestar, fazer a mobilização que acharem necessária, mas a outra questão é que é uma atividade essencial, que envolve dois milhões de candidatos no Brasil inteiro e mais de 21 órgãos que vão receber servidores também. Pela nossa conversa, vai transcorrer tudo bem neste dia”, prevê Dweck.

(Fonte: Agência Brasil)

– Um passeio memorial, rápido, pela Literatura, pelas histórias em quadrinhos, pelos cordéis, pelo Cinema, pela Música, pela vida...

(Prefácio ao livro “Assim Tombou Ricardo Constâncio”, inédito, de João Pereira Neto, juiz de Direito em São Luís (MA))

Era boquinha da noite. Conta-se que o homenzarrão chegou ao povoado do qual se dizia ser terra de gente valente.

O homão não viu ninguém nas ruas. Aparece um menino, e ele, rude, pergunta: “–  Cadê os homens daqui?” O garoto aponta um bar logo adiante.

Foi entrando e já foi insultando: “–  Este lugar não tem homem, não? Cadê os cabras valentes daqui?” E foi enticando os presentes. Enfiava o dedo nos peitos de cada um e questionava: “–  É você o valentão daqui?”

Quando o indicador em riste do valentão foi se chegando ao peito de um baixinho que pitava seu fuminho tranquilamente, o homenzarrão finalmente ouviu uma resposta: “–  Seu moço, neste lugar, num tem nem um valentão, não; porque os que chegam aqui... nós mata!”

O grandão recém-chegado ainda teve tempo de revirar os olhos, tentando aparar com as mãos o sangue e os intestinos que, aos borbotões, em evisceração, começavam a sair de seu bucho, aberto de cima a baixo e de lado a lado por uma afiadíssima faca peixeira que, com modos de prestidigitador, o baixinho pitador manuseara, cortando fundamente em cruz a barriga do malsinado valentão, que, ali mesmo, tombou, mortinho da silva...

O baixinho João da Cruz não tinha esse nome à toa...

*

Que eu me lembre, desde a minha infância, convivo com valentões. Sequer imaginava que, no completar de mais uma década de vida, com este pequeno grande livro – ”Assim Tombou Ricardo Constâncio”, de João Pereira Neto –, eu viesse a me apegar com mais um. E dos bons.

Explico: Menino curioso que sempre fui, eu ouvia histórias de valentões nas conversas na entrada da noite, quando os vizinhos iam falar seus casos, coisas e “causos” em frente lá de casa, sentados em seus tamboretes, mochos, cadeiras de macarrão, cadeiras preguiçosas... Para iluminar a noite e as conversas, em uma época sem energia elétrica para todos, um ou outro mais abastado trazia seu Petromax, alguns remediados traziam candeeiros e os mais humildes, as lamparinas de morrão. E haja aparecerem histórias e “causos” de valentões, arruaceiros e brutamontes!... A noite de animadas conversas só terminava tarde – antes, só se o tempo recomendasse ou se a rasga-mortalha teimasse chirriar por sobre ali, emitindo prenúncios de mau agouro.

Do convívio com valentões das conversas, passei para os valentes dos livros. Os primeiros acho que os conheci por volta dos seis anos de idade, quando eu, sentado no chão de barro batido da casa, ficava a ouvir Seu Miguel, um paraplégico ledor, morador do mesmo lado de rua, que lia para mim a “História de Carlos Magno e os Doze Pares de França”, que, depois, ele me emprestou e que, adulto, consegui um exemplar semelhante da obra. Até hoje, tenho de memória o nome dos valentes Roldão (ou Rolando) e Oliveiros e, também, Galalão (ou Ganelão), entre outros, e o adversário gigante Ferrabraz, todos com suas espadas com nome: “Joiosa”, espada do Imperador Carlos Magno; “Durindana”, de Roldão; “Alta Clara”, de Oliveiros; “Plotança”, “Batizo” e “Braba”, todas de Ferrabraz. (Além dessas armas do período carolíngio (742-814), como não se lembrar das espadas arturianas, da Távola Redonda? A “Excalibur”, do Rei Artur, a “Cortana”, do cavaleiro Tristão...).

Aos valentões de conversas e aos valentes de livros juntei os da Cultura Popular. Foram estes e outros valentes e valentões que me acompanharam, bem retratados nos muitos “romances” que eu lia e, até hoje, leio e releio. “Romance” era o nome que se dava, à época, aos livretos de literatura de cordel. Nesses, eram frequentes os valentes e valentões, reais e imaginários, que, igualmente, viviam ou eram colocados em relatos verdadeiros ou aventuras fictícias. Entre esses valentes e valentões, além de príncipes em busca de suas princesas, de Juvenal e seu dragão, havia personagens mais chãos, mais telúricos, como Lampião; ou Antônio Cobra Choca e Zé Mendonça (o “Sertanejo Valente”), e Negrão do Paraná e João Balduíno (o “Seringueiro do Norte”), todos do cordelista Francisco Sales de Arêda; os ladinos e legendários Cancão de Fogo e Pedro Malasartes. A valentia de uns e a valentice de outros são sempre bem descritas pelos autores cordelistas. O citado Arêda descreve o valentão Negrão do Paraná:

“Quando chegava nas feiras

fazia o maior destroço

dava nuns matava outros

quebrava pernas e pescoço

o pobre que ele pegasse

quebrava osso por osso”.

Mas como toda chaleira tem sua tampa, havia o humilde e valente Seringueiro do Norte, de nome João Balduíno, na estrofe abaixo identificado como “rapaz”, que não tinha medo de foba e assim falou pro Negrão do Paraná na peleja:

“O rapaz disse está certo

você é duro eu sou duro

pegue arma se defenda

que também estou no apuro

pode furar se puder

que também vou vê se furo”.

Em outro folheto de cordel, e rejeitando a fama de valentices de um lugar, Cobra Choca diz a que veio:

“– Isto de fama é besteira

quem é bravo também morre!

Se o senhor quiser, eu vou

buscá-lo e ele não corre.

Caso ele com a negra

só Jesus Cristo o socorre”.

Cancão de Fogo, por exemplo, se não era um valentão, era um trapaceiro adorável, com laivos de valentia, como na hora da morte, segundo relata João Martins de Athayde, em seu cordel “A Vida de Cancão de Fogo e Seu Testamento”:

“Quando ele viu que morria

Chamou a mulher pra junto

e disse: ‘Minha mulher,

não precisa chorar muito:

não há tempo mais perdido

do que chorar por defunto’”.

O cordelista Severino Milanês descreve bem o seu “Valentão do Mundo”, o herói-título do folheto:

“Era forte e musculoso

tinha força igual a Sansão

domesticava pantera

pegava lobo de mão

matava cobra de murro

botava sela em leão”.

Desde criança, eu também via e ouvia valentes e valentões nas Histórias em quadrinhos (HQs) e na Música. No universo das HQs, lotado de mil e muitos heróis (e seus respectivos vilões...), cite-se apenas um, clássico, que traz a intrepidez no nome: o Príncipe Valente, do desenhista e roteirista canadense Hal Foster (1892-1982), que há mais de oitenta anos, desde 1937, povoa mentes de crianças  dee adultas com suas aventuras.

Por seu lado, as músicas, em especial as brasileiras, me encantavam com os sons que delas saíam e com as letras, pelas imagens que com elas eu construía. Até hoje, recordo da letra e melodia de uma canção que, ainda, não consegui identificar: “Ele é o João Valentão, o bandidão”. Este João aqui tem nada a ver com a música-título “João Valentão”, que Dorival Caymmi passou nove anos pra compor e que, finalmente, gravou em 1953, merecedora de regravações inúmeras nas vozes de Ângela Maria, Elis Regina, Fagner, Ná Ozzetti, Oswaldo Montenegro... Ao descrever seu valentão, Caymmi dedica vinte dos vinte e seis versos para detalhar o ambiente/lugar encantador que é terra de João, personagem apresentado, ao término da música, como um “homem que nunca precisa dormir pra sonhar” – mas os primeiros seis versos revelam logo o “lado A” do moço:

“João Valentão é brigão

Pra dar bofetão

Não presta atenção

E nem pensa na vida

A todos João intimida

Faz coisas que até Deus duvida”

E faltaria espaço pra tantos valentes e valentões na Música, como nas composições de Luiz Gonzaga com Zé Dantas (o “sujeito valente e brigão” em “Forró de Caruaru”, de 1955) e com José Clementino, no icônico “Xote dos Cabeludos”, que seria uma “resposta” do Rei do Baião para outro “rei”, Roberto Carlos, que teria feito uma desfeita ao sanfoneiro pernambucano. Eis a descrição de um homem valente no xote:

“[...]

No sertão de cabra macho

Que brigou com Lampião

Brigou com Antônio Silvino

Que enfrenta um batalhão

Amansa burro brabo

Pega cobra com a mão

Trabalha sol a sol

De noite vai pro sermão

Rezar pra Padre Ciço

Falar com Frei Damião

[...]”.

No Cinema, nem se fale! É valente e valentão pra todo lado, na Terra e fora dela, com seus heróis e vilões armados com as próprias mãos (artes marciais e fortões tipo Hércules, Ursus e Maciste), com revólveres (faroeste), com armas de raios (ficção científica) etc. Conan, Dirty Harry, Braddock, Rambo, Shaft, enfim, do “A” do Aquaman ao “Z” do Zorro, é gente valente por toda a terra, água e ar...

Voltando à Literatura, fora das menções ao ciclo carolíngio e ao reino arturiano, Guimarães Rosa nos apresenta o valente Manuel Fulô e o valentão Targino, no conto “Corpo fechado”, de “Sagarana”. A “Bíblia” traz valentes aos milhares; a meu ver, um exemplo de valente é Davi e, de valentão, Golias.

As citações acima, nas diversas formas de expressão cultural (Literatura, Música, Cinema, Cultura Popular etc.), impõe que seja feita a distinção entre o que é “valente” e o que é “valentão”. Valente é uma virtude; valentão, uma deformação. Valente, em geral, é o que uma pessoa é; valentão, via de regra, é o que lhe atribuem ser. Para mim, valentão é arruaceiro, provocador, brigão, quando não um mero bravateiro, farsante, fanfarrão.

Esse “-ão” em “valentão” não é um intensificador da palavra; é um corrompedor dela, como em “respondão”.

Esse “-ão” em “valentão” não é um aumentativo; paradoxalmente, é um diminutivo, desqualificador, depreciativo.

Neste livro, a preponderância do termo “valentão” sobre “valente” e “valentia” é quase sempre um espelho, em que se vê, invertida, a imagem do outro. Por mais realística que seja, é reflexo e é o contrário da realidade.

Mulheres e homens que conheceram Ricardo Constâncio descrevem-no como “um moço muito bonito, educado e respeitador”. O próprio Ricardo Constâncio declara que “nunca havia nem sonhado de ser valentão ou coisa parecida”. O autor, de certa forma, ratifica isso quando, tanto no fim quanto na introdução, ressalva: “[...] não há relatos de que Ricardo tenha algum dia matado por encomenda ou para roubar” e “pensamos não ser justo pintar Ricardo Constâncio como um bandido celerado e de coração duro. Mas também não adianta querer retratá-lo como bonzinho. Nada de extremos”. João Pereira Neto sabe: “In medio virtus”. Nem ladino nem paladino.

Considerada essa distinção, apresenta-se, nesta obra, o moço Ricardo Gomes, o Ricardo Constâncio, pessoa histórica, isto é, verdadeira, real, que existiu mesmo. Casou-se, teve uma filha, tinha trabalho e endereço certos. João Pereira Neto o descreve com habilidade de escritor e leveza de um bom contador de “causo”. Nem parece que são rarefeitas as fontes para a pesquisa e construção de “Assim Tombou Ricardo Constâncio”. Talvez o mais que houvesse agora seja expletivo.

Com “Assim Tombou Ricardo Constâncio”, a boa Literatura maranhense e brasileira enriquece seu rol de personagens intrépidos, corajosos, valentes. João Pereira Neto, jovem, mas experiente juiz de Direito, está acostumado à dura prática diária da escrita – mas uma escrita que decide liberdade, patrimônio e valores intangíveis de pessoas, nos limites quase inflexíveis da Lei.

Sair desse cotidiano não é fácil, o que torna mais admirável esta pequena grande obra – no gênero, a primeira do autor. Entretanto, se, em seu mister, o juiz sentencia sobre Liberdade, Patrimônio e Valores, o escritor, em seu mistério, não é diferente: o personagem Ricardo Constâncio luta por liberdade legal, ao querer ajustar contas com a Justiça, e defende o patrimônio, material e moral, seu e de outros.

A Literatura ganha um estilista, pesquisador e documentador/descrevedor de falas, ambientes, situações. Nem o incômodo de ombro seriamente dolorido, que o levou à terapia física e a esta terapia literária, minou-lhe o bom humor, o (re)lembrar-se de aspectos da vida que ele próprio, autor, viveu e que reviveu em uma e outra passagem deste seu primeiro filho literário.

Como não gostar dos gostosos achados e descrições dados aqui à leitura pelo autor? “Dia de feira era, quase sempre, dia de facadas [...]”. “Aqui se mata por devoção [...]”. “[...] a Justiça daquele tempo era cara, lenta e rara, sendo vantajosamente substituída pela sentença do trabuco, que era definitiva, não admitia recurso”. Lei mesmo? Só “o bacamarte, o cacete, a faca”, “sem receio das fraquezas dos juízes e das patifarias dos jurados, sempre escolhidos a dedo”.

Ao relatar a briga entre o valente Ricardo Constâncio e o valentão Negão do Sul, João Pereira Neto alia à competência descritiva um “humour” na medida: “Ricardo não perdeu tempo e deu uma forte bofetada em Negão, que caiu de queixo trancado por cima de uma mesa de tábua de bacuri. Nisso, aparece o pai de Negão, chamado Isidoro, que morava em Caxias, e entra na briga. // Isidoro estava portando um cacete de jucá, assado ao fogo, duro mais do que beirada de sino [...]”.

Que beleza o trazer-se para aqui essa riqueza de imagens e analogias do interiorzão maranhense!... Que autoridade a do escritor, ele próprio, menino, um (con)vivente dessas realidades da gostosa linguagem cabocla, interiorana, com um belo e delicioso repertório de comparações e paralelismos semânticos!...

“Assim Tombou Ricardo Constâncio” recupera uma história de vida (e morte), de – “O tempora! O mores!” – um tempo que se (es)vai, de “homens de gênio forte e desassombrada coragem”, de gente que ousava “comprar questão”, de um povo “façanhudo” que nem Ricardo Constâncio, que, valente, “não costumava comprar valentia, mas também não era homem de vender covardia”.

Se não é um libelo acusatório, este é também um livro denunciatório... pelo menos em relação às práticas e modos de ser de ontem (ontem?) da Justiça, da Polícia, da Política, vale dizer, do Estado – um Estado corrupto e corruptor, desservidor e prejudicador dos cidadãos. Veja-se a descrição forte, precisa, exata de João Pereira Neto...

... sobre a Polícia: “As delegacias, com raríssimas exceções, estavam entregues a indivíduos analfabetos, servindo de cegos instrumentos de obediência partidária, sob a influência nefasta de desabusados chefetes políticos e sem os livros exigidos para registro de ocorrências, queixas-crimes, licença etc.”.

E sobre os desvios da Política por desviados políticos: “[...] a Guarda Municipal, mantida pelas Prefeituras do interior, existente em diversos municípios do Estado, formava um quadro de política roceira, sendo constituída por homens a serviço particular do prefeito, do delegado e de outras autoridades, pessoas que nada mais eram do que rachadores de lenha, tiradores de palmito ou tratadores de animais e que, nas horas vagas, faziam a correição, matando nas ruas e fundos de quintais os animais de propriedade dos adversários políticos, quando não podiam, por outro meio, satisfazer o seu capricho partidário”.

João Pereira Neto é um desses escritores que faltavam. Desenvolve, com primor, uma técnica de períodos curtos: nos originais à minha frente, em mais de cento e oitenta parágrafos de seu texto (com linhas de, em média, oitenta caracteres com espaço) apenas nove parágrafos tinham mais de cinco linhas e nenhum chegou a dez linhas. Uma qualidade ou um estilo, ou os dois – sem qualquer contraindicação, em especial nestes tempos de preguiça de ler, de acomodação mental, de consumo imagético via “smartphones” (estes aparelhinhos que, em geral, têm mais “esperteza” e conteúdos que seu manipulador).

Como a previamente querer desencorajar louvores por ou para esta obra, o autor diz, em “ponto final”, que, apenas, contou o que ouviu contar – o que, assim, digo-o eu, tornaria a obra uma realização coletiva e o autor mero escrivão da frota (de gentes).

Nesta sua obra primogênita, João Pereira Neto afirma que não há “pretensão literária alguma” e não intenciona “obter rasgados elogios”. (Fazendo blague, no caso deste prefácio pelo menos, os elogios vão inteiros...).

Neste livro, portanto, uma boa história, escrita com excelência.

*

Com valentia. Assim lutou, assim viveu e assim tombou Ricardo Constâncio.

Com mestria. Assim contou muito bem contada a história João Pereira Neto.

Parabéns, João Neto!

Bem-vindo ao clube.

* EDMILSON SANCHES

ILUSTRAÇÃO:

O valentão Ricardo Constâncio (xilogravura sem autoria localizada)

Destaque Concurso Unificado. Foto: Arte/EBC

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) contará com cerca de 215 mil colaboradores que estarão envolvidos na segurança e logística para aplicação do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), no próximo domingo (18), em 3.647 locais de provas de 228 cidades de todos os Estados e do Distrito Federal. 

O número de profissionais representa cerca de 10% dos 2,11 milhões de inscritos no certame. São aplicadores, fiscais de prova, gestores e uma rede de servidores de órgãos de segurança federais, estaduais e municipais.

Rede de segurança

O Ministério da Gestão criou uma rede formada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP); Polícia Federal (PF); Polícia Rodoviária Federal (PRF); Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Força Nacional (FN), além de secretarias de segurança pública estaduais, com efetivos de policiais militares, civis e bombeiros militares.

Nesta quarta-feira (14), em apoio ao Ministério da Gestão, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, autorizou o uso da Força Nacional de Segurança Pública em Roraima, Rio Grande do Sul e Mato Grosso durante o concurso.

De acordo com portarias publicadas no Diário Oficial da União, as equipes da Força Nacional permanecerão nos Estados de sexta (16) a segunda-feira (19). 

Antes do adiamento das provas do concurso, em maio, devido às chuvas no Rio Grande do Sul, o auxílio da Força Nacional estava assegurado também para o Amazonas, Rio de Janeiro, Pará, Mato Grosso do Sul e Maranhão, totalizando oito Estados com o reforço na segurança até o momento.

Em resposta à Agência Brasil, o Ministério da Justiça afirmou que as tratativas para autorizações para emprego da Força Nacional nos Estados estão em andamento com os governos locais.

Desde a última terça-feira (13), uma força-tarefa da Advocacia Geral da União (AGU) também tem trabalhado em regime de plantão judicial para dar segurança jurídica à realização do CPNU. E 124 integrantes da AGU trabalharão de forma estratégica em eventuais ações judiciais para não causar instabilidades no processo seletivo, sobretudo, no domingo. O plantão judicial será mantido até 23 de agosto, diz portaria publicada no Diário Oficial da União.

Colaboradores

A logística do processo seletivo conta com a experiência de 25 anos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC), na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que inspirou este concurso.  

Em todo o país, serão 4.146 coordenações de aplicação de provas. Cada uma das coordenações engloba 517 participantes do concurso. 

O Ministério da Gestão explica que, para atender à demanda de candidatos, foi necessária a contratação de um quantitativo de colaboradores para todo o ciclo, que envolve desde o planejamento, segurança e operacionalidade até a logística reversa para retorno dos cartões de resposta dos candidatos de todos os Estados até a sede da banca examinadora responsável pelo concurso público, a Fundação Cesgranrio, no Rio de Janeiro, onde serão corrigidas as questões.

Os trabalhadores que irão compor a equipe de aplicação das provas passaram por treinamento e qualificação profissional.

Segurança

Nesta primeira edição do chamado Enem dos Concursos, serão adotadas medidas de reforço na segurança que vão valer durante a aplicação da prova visando coibir a atuação de criminosos.

Todos os locais de aplicação contarão com vigilância e rondas para garantir a segurança. O MGI planeja instalar - em pontos indicados pela Polícia Federal - detectores de metal para identificar pontos eletrônicos, principalmente, próximos aos banheiros dos locais das provas. O objetivo é impedir o uso fraudulento da tecnologia para contato externo e repasse ilegal de respostas das questões do concurso.

A organização prevê que os candidatos não poderão levar os cadernos de provas quando elas terminarem, nem fazer anotações do gabarito no cartão de confirmação. O objetivo é evitar o repasse das respostas a outros candidatos, ainda dentro de salas de aplicação do concurso, por meio do uso clandestino e ilegal de ponto eletrônico.

Porém, o MGI permitirá a entrega de uma folha de rascunho aos candidatos que ficarem até os 30 minutos finais de cada um dos dois turnos das provas no domingo para que eles anotem respostas  marcadas no gabarito oficial. A folha entregue pela manhã com as anotações das respostas da prova do primeiro turno não poderá ser levadas para dentro da sala no período da tarde. Este papel ficará no envelope fornecido pelos fiscais de sala do concurso para guardar objetos pessoais como telefones e chaves.

Pela manhã, os portões dos locais de prova estarão abertos das 7h30 às 8h30 (horário de Brasília) de domingo. Ao entrar na sala da prova, o candidato deverá portar apenas o cartão de confirmação, um documento de identidade com foto, caneta preta de material transparente. Além disso, poderá levar água em garrafa transparente e alimentação em embalagens fechadas.

Antes da aplicação das provas objetivas e dissertativas, nos dois turnos do domingo, todos os candidatos serão orientados pelos fiscais de sala para que desliguem e guardem, dentro de um envelope lacrado, os equipamentos com qualquer componente eletrônico, como celulares, chaves com alarme, calculadoras e relógios.

Também estão proibidos os portes de relógios de qualquer natureza, pen-drives, MP3 player, fones de ouvido, agendas eletrônicas, gravadores, microcomputadores portáteis e outros, sob pena de eliminação do candidato.

Por recomendação da Polícia Federal, outra medida de segurança adotada no momento em que todos estiverem nas salas será a coleta de digitais dos candidatos e exame grafológico, quando o candidato terá que reescrever uma frase impressa no próprio cartão-resposta.

Correios

Os Correios são os responsáveis pela operação logística da entrega dos 18,7 mil malotes de mais de 2,11 milhões de cadernos de provas até os pontos de aplicação do exame, em 228 cidades em todo o Brasil, até a data de realização da prova, em 18 de agosto.

Ao todo, as 1.442 rotas de distribuição foram mapeadas e serão usadas para levar as provas aos 3.647 locais de aplicação aos candidatos.

No último dia 3 de agosto, os mais de 18,7 mil malotes contendo as provas do concurso unificado começam a ser distribuídos pelos Correios. O material deixou o local (não divulgado por questões de segurança) onde estava armazenado desde o adiantamento da prova, em maio deste ano.

A estatal também irá fazer a logística reversa dos cartões de resposta das unidades nos Estados para o local de correção definido pelo Ministério da Gestão.

Os trajetos contarão com a segurança de todos os órgãos que apoiam a execução do CPNU, como a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), secretarias estaduais de Segurança e Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Depois das provas

O Ministério da Gestão agendou, para 21 de novembro, a divulgação dos resultados finais dos participantes do concurso unificado. Os 6.640 aprovados para as vagas de níveis médio e superior serão convocados em janeiro de 2025, para tomar posse e, para cargos específicos, para ingressar nos cursos de formação.

Um a um, os candidatos aprovados terão verificados - por agentes da Polícia Federal – tanto o exame grafológico quanto às digitais coletadas em 18 de agosto. Os policiais irão conferir se aquele candidato que fez a prova é o mesmo que se inscreveu no certame, em janeiro.

Um acordo com o Ministério da Educação possibilitará a confirmação da veracidade e da validade de diplomas de graduação e demais documentos educacionais apresentados pelos aprovados no concurso, no momento da prova de títulos e da efetiva posse da vaga em um dos 21 órgãos federais participantes do processo seletivo unificado.

Os envolvidos em tentativa de golpe em um concurso público podem responder pelo crime de fraude em certames de interesse público, previsto do Código Penal Brasileiro, com pena de um a quatro anos de prisão.

(Fonte: Agência Brasil)

Sede do Ministério da Educação, em Brasília.

Os ensinos fundamental e médio no Brasil estão conseguindo retomar a trajetória positiva observada nos anos anteriores à pandemia, em especial quando o recorte são os anos iniciais do fundamental (do 1º ao 5º ano), com o país conseguindo atingir a meta de seis pontos – valor que tem como referência o desempenho de nações desenvolvidas, segundo resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). 

Segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), relativo a 2023, divulgado nesta quarta-feira (14), em Brasília, pelo Ministério da Educação (MEC), nos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano), o Brasil alcançou cinco pontos. Apesar de não ter atingido a meta de 5,5 pontos, o resultado demonstra uma retomada positiva na comparação com o período pré-pandêmico (2019), quando obteve 4,9 pontos. 

Em 2021, ano em que, devido à pandemia, a taxa de aprovação foi influenciada por políticas que evitaram prejuízos ainda maiores aos estudantes, a nota obtida foi naturalmente maior: 5,1 pontos. 

Pontuação

O ensino médio registrou 4,3 pontos em 2023, também abaixo da meta de 5,2 pontos. O resultado, no entanto, apresenta evolução, se comparado a 2019 e 2021, quando a pontuação obtida alcançou 4,2 pontos. 

O Ideb é o principal instrumento de monitoramento da qualidade da educação básica do país. Ao reunir dados sobre o índice de aprovação e de desempenho dos estudantes em língua portuguesa e matemática, ele averigua desempenho e indicadores de fluxo e trajetória escolar. 

"Estamos encerrando um ciclo que era para ser finalizado em 2022, com o Ideb de 2021. O Ideb norteia caminhos e tomadas de decisões para a educação básica do país, e determina o que deve ser melhorado para garantir programas e iniciativas que assegurem o atendimento das necessidades da população", explicou o ministro da Educação, Camilo Santana, ao apontar o índice como principal instrumento de monitoramento da educação básica do país.

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 03/11/2023, Prédio da AGU. Fachada da Advocacia Geral da União.  Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A Advocacia Geral da União (AGU) enviou, nessa terça-feira (13), ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer pela inconstitucionalidade da lei do Rio do Grande do Sul que autoriza a criação de escolas cívico-militares no Estado.

A adoção do modelo é questionada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul.

De acordo com as entidades, a Lei estadual 16.128/2024, que autoriza o governo a instituir as escolas cívico-militares, extropola as atribuições legais dos policiais militares e viola os princípios da liberdade de cátedra e do livre aprendizado.

Para a AGU, somente o Congresso Nacional pode aprovar novos modelos educacionais. Além disso, segundo o órgão, a lei gaúcha não está de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

"Resta demonstrada a inexistência de fundamento constitucional que permita a criação de escolas cívico-militares da forma como realizada pela legislação sob invectiva, haja vista que a Constituição Federal, mesmo considerando as características do modelo federativo, não outorga aos Estados federados a competência legislativa para instituir um modelo educacional distinto daquele delineado pela Lei nº 9.394/1996", argumenta a AGU.

A ação é relatada pelo ministro Dias Toffoli. Não há prazo para julgamento.

(Fonte: Agência Brasil)