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Lembrando papai… MURAD E A SANTA CASA DE MISERICÓRDIA*

Recebemos o convite. Mas não foi possível o nosso comparecimento. Surgiram as dificuldades. E ficamos em casa. E quando nos encontrarmos com o dr. José Murad, haveremos de registrar desculpas. Dele, certamente, a boa compreensão. Mas sem ter ido à inauguração dos melhoramentos realizados na Santa Casa de Misericórdia, tínhamos conhecimento de que o dr. Murad vinha trabalhando, intensamente, visando, em menos tempo possível, melhores condições para o tradicional hospital da Rua do Norte. Sabíamos do grande esforço que vinha sendo desenvolvido pelo dinâmico secretário de Saúda do atual governador do Estado, José Sarney. Sabíamos da execução do plano de trabalho que o dr. Murad vem pondo em prática naquele setor de administração com a grandiosidade duma inteligência afeita à execução de realizações como essa. O dr. Murad tem realizado milagres na Santa Casa de Misericórdia. Mas há, nesses milagres, a determinação duma vontade firme, duma decisão que não se desvia dos seus objetivos. Há com o médico ilustre, quer queiram ou não os que o combatem, uma grande capacidade de trabalho e de organização. Ninguém poderá desmentir isso.

E não foi surpresa o acontecimento: a inauguração de melhoramentos na Santa Casa de Misericórdia. Não. Houve, isto sim, a alegria no coração de todos que lá foram ver a lavanderia mecanizada e a central de oxigênio. Alegria no coração dos doentes. Alegria no coração dos que ali ajudaram o médico a conquistar essas promoções que se faziam necessárias e que, agora, é uma realidade admirável. E os que lá foram viram todo o hospital e sentiram, em todos os seus setores de atividade, a marca do progresso. Dum trabalho modernizado. Dum trabalho edificante. Viram toda a extensão da luta do médico, esforço gigante para realizar, mais realizar. E viram a “laje do pavimento destinado ao centro cirúrgico”, já em fase de acabamento. Uma realização feita, sabemos, com sacrifício. Uma constante luta contra tudo e contra todos. Contra o material humano que sempre fica no registro das promessas. Mas, com o dr. Murad, a resistência, a insistência, a execução imediata. Com o dr. Murad, há a impetuosidade dum plano de serviço que nunca fica no “planejamento da espera”. Não. Com o secretário de Saúde do governo Sarney, há a barragem contra a “má vontade”, contra as ações negativas. E se é para arregaçar as mangas, ele o faz sentir não a necessidade do trabalho em execução, em iniciativa, em realização. Mas se dá a “implicação”, esta encontra no cardiologista maranhense a reação certa, medida, eficiente. É assim o dr. Murad. E, na Santa Casa de Misericórdia, está, indelével, inconfundível, a marca do administrador. Do homem responsável, do homem que realiza.

Na Secretaria de Saúde, informa-se, há o mesmo esforço, a mesma máquina, construindo, realizando. Muita coisa está sendo feita. Já há a evidência dessa conquista, desses melhoramentos. E acreditamos que muito e muito mais o dr. José Murad fará em favor do desenvolvimento dos serviços médicos em todo o Estado. Acreditamos em Murad. Não importa que contra ele, de quando em quando, haja a acusação dos gestos bruscos, violentos até, Não. Não importa. Uma questão de temperamento. Mas, às vezes, só com os gestos desencontrados, com a palavra atrevida se consegue fazer alguma coisa em benefício da coletividade, do povo! A verdade é que bem poucos os que querem cumprir com o dever funcional.

Então, aí, só mesmo o registro de um grito, de um berro ou duma ameaça que, logo depois, perde a tensão e entra na área do bom entendimento. Mas de qualquer maneira, há, com o dr. José Murad, a identificação: um grande administrador. E não nos foi possível ir à inauguração dos melhoramentos realizados na Santa Casa de Misericórdia. Mas estaremos nas outras. Estaremos.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 17 de agosto de 1966 (quarta-feira).