Inauguram-na. E foi um domingo de festa para a cidade. E uma conquista valiosa para o maior desenvolvimento do Maranhão. E lá do lado do Bacanga, com São Marcos na moldura histórica da Ilha-Capital está a torre anunciando para os que chegam a presença de mais uma emissora “nos céus de nossa terra” – a Rádio Educadora do Maranhão com o seu prefixo ZYF.26. E foi um acontecimento e marcou, na vida social da cidade, um marco indelével de vontades determinadas, de esforços conjugados que partiram do planejamento para a execução extraordinária. E temo-la hoje na consagração deste realismo admirável: na homenagem da inauguração. Passou a existir. Integrou-se na vida trabalho da cidade, na vida luta do Maranhão, o Estado que quer sair do amadorismo e que quer sair das limitações para atingir o máximo do desenvolvimento, do progresso, das construções positivas.
Foi com dom José de Medeiros Delgado que esteve a iniciativa. Que esteve o planejamento, que esteve a dureza da iniciativa, do esforço inicial. Nasceu “no seio da Igreja” e do então arcebispo do Maranhão e contou com o fortalecimento duma ação firme, decidida, conduzindo a realização para a grandiosidade do existir, da vida em emoção, da vida em trabalho. Da vida no realismo de tudo que traduz colaboração, valiosa para que o Estado mais se desenvolva e mais prospere.
E foi com o arcebispo d. João Mota e Albuquerque, também idealista, que a Rádio Educador do Maranhão atingiu os seus objetivos: realizou-se. E, como disse d. João, “será uma emissora cristã sobre todos os pontos de vista”. Algum tempo, a nova emissora esteve na tormenta das dificuldades, na luta heroica para vencer o tempo, para vencer as exigências que sempre surgem para a realização dos grandes feitos. Mas, contra o “temporal”, a insistência, o trabalho constante dos seus idealizadores. E a ideia humanizou-se. Tem vida, tem existência. Tem um programa a cumprir, objetivos grandiosos a serem atingidos. E a primeira etapa já foi vencida e contou com os aplausos dos intelectuais da terra dadivosa e rica. Contou com o prestígio do governo Sarney, contou com o apoio de todas as classes sociais, trabalhadoras do grande Estado que tem, em cada maranhense, uma parcela viva de colaboração para que se promova, em menos tempo possível, o seu maior progresso, o seu maior desenvolvimento. Pensamos assim. Com a Rádio Educadora, tem uma equipe de homens inteligentes, capazes e, muitos deles, têm consigo a grande experiência, têm consigo a valorização duma ajuda valorosa. Um material humano que assegurará, temos esta impressão, para a nova emissora, uma programação sadia, cultural, excelente, profundamente educativa, promovendo os valores mentais da terra e contribuindo para levar aos lares da família maranhense a mais autêntica programação de inteligência e de cultura, auxiliando todo este trabalho construtivo (no plano educacional) que vem sendo posto em prática pelas demais emissoras maranhenses. É este um pensamento independente. E, desta coluna, a nossa homenagem à Arquidiocese de São Luís na pessoa de d. João da Mota e Albuquerque, pelo grande feito realizado.
* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 16 de junho de 1966 (quarta-feira).