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Estudantes que têm contratos do Financiamento Estudantil (Fies) por meio do Banco do Brasil (BB) ou da Caixa Econômica Federal (CEF) poderão requerer a suspensão do pagamento enquanto durar a vigência do estado de calamidade pública decretado por causa da pandemia da covid-19. A medida vale para clientes em situação de inadimplência com seus contratos, antes do dia 20 de março, data em que foi aprovado o estado de calamidade pública no país, pelo Congresso Nacional. Os estudantes que estão em situação de inadimplência também poderão suspender as parcelas, desde que as amortizações devidas até 20 de março sejam de, no máximo, 180 dias. As parcelas em atraso antes da pandemia não serão suspensas.

As novas condições foram atualizadas pela Resolução nº 39, de 27 de julho, expedida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do Ministério da Educação (MEC) que concede financiamento a estudantes para a educação em cursos superiores de instituições de ensino particulares. A resolução anterior já permitia a suspensão do financiamento, mas limitado a quatro parcelas e autorizado para os alunos que estivessem em dia com os pagamentos. Segundo o FNDE, pouco mais de 151 mil estudantes do Fies aderiram ao programa de suspensão do pagamento das parcelas. Com as novas regras, cerca de 1,5 milhão de alunos do Fies, do total de 2,8 milhões que estão no programa, são elegíveis para a suspensão temporária do pagamento.

As prestações que forem pausadas serão incorporadas ao saldo devedor do financiamento, nos termos e condições contratados, incidindo juros contratuais sobre as parcelas suspensas e não juros de mora, ou multa por atraso. Os pagamentos das parcelas de amortização e das demais obrigações financeiras com o Fies devem ser retomados a partir do mês seguinte ao término da suspensão. De acordo com o FNDE, a suspensão vale para os pagamentos de contratos em fase de utilização, carência ou amortização.

Banco do Brasil

A adesão ao programa de suspensão do pagamento do Fies já está disponível no Banco do Brasil, e pode ser feito diretamente nas agências bancárias e via aplicativo do banco na “internet”, mas, nesse segundo caso, apenas a partir da primeira quinzena de outubro. Segundo o BB, a manifestação é feita de forma simples, sendo necessária apenas a concordância do estudante acerca das alterações contratuais, no momento da solicitação da suspensão. Após a formalização da proposta, a suspensão não poderá ser cancelada.

Para quem optar por procurar o atendimento presencial, o BB informa também que, durante a pandemia, as agências atendem em contingenciamento e triagem para o acesso às salas de autoatendimento, com a autorização de acesso limitada à capacidade do espaço disponível em cada unidade.

Caixa Econômica Federal

Para o estudante que possui contrato do Fies com a Caixa Econômica Federal, a nova regra de suspensão dos pagamentos ainda não está disponível, mas o banco esclarece que ela será feita de forma retroativa, sem prejuízo ao beneficiário. O banco divulgará quando o serviço estiver disponível, o que deve ocorrer em algumas semanas.

(Fonte: Agência Btasil)

IDE E PREGAI

– Nosso planeta, uma nesga de nada na imensidão do Universo...

Não podemos perder nossa humanidade. Afinal, ser humano é a única razão – humana – de ser.

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Eu estava em viagem. Fizera diversas palestras, sem ônus, nos últimos dias. Lembro-me de que, há cinco anos, em setembro de 2015, fiz dois pronunciamentos em Parauapebas, a segunda maior economia do Pará, na época com mais de 15 bilhões de reais em Produto Interno Bruto (exatamente R$ 15.568.461.000,00, conforme série revisada do IBGE).

Ambas as palestras foram feitas em ótimo auditório da Câmara Municipal (cuja sede é enorme, para o alto e para os lados, três andares, algo, dir-se-ia, suntuoso em relação ao prédio-sede de outros Poderes Legislativos municipais que conheço).

No pronunciamento da noite, fui surpreendido, no meio da fala, por aplausos de pé, puxados – pelo que pude rapidamente perceber – pelas mulheres que compunham a Mesa de trabalhos (juíza de Direito, secretárias municipais, terapeutas, escritoras) e vereadores, entre estes um maranhense de Presidente Dutra, que, à época, era o presidente da Casa de Leis daquele segundo maior município do Pará, em economia, e o poeta Paulo Reis, maranhense de Caxias, então presidente da Academia de Letras do progressista município do sudeste do Pará.

Com a franqueza habitual, entre diversos pontos que, de improviso, pude tratar, alertei àquelas autoridades e demais pessoas (empresários, jornalistas, músicos, pessoas de outras cidades, inclusive da capital, Belém, que vieram especialmente para o evento), alertei-as, segundo meu ponto de vista, acerca da necessidade de comunidades como Parauapebas não “descansarem” em cima do segmento-âncora de sua economia, no caso, a extração do minério de ferro e sua exportação para grandes centros mundiais.

Disse-lhes o que provavelmente já deviam saber: que um dia essa “commoditie” (mercadoria, produto exportado “in natura”) se exaure, acaba, ou pode não ser mais tão procurada, seja pelas questões ambientais que envolve, seja pela substituição de novos materiais que a tecnologia pode “inventar” e colocar no mercado como substitutos.

Enfim, disse da efemeridade de certas coisas materiais, de como tudo o que é sólido se desmancha no ar – para lembrar o título do livro de 1982 do norte-americano Marshall Berman, título extraído de frase do “Manifesto Comunista” publicado por Marx e Engels em 1848.

Apelei para o sentido de “Cultura” e dos produtos culturais também como opção econômica.

Cultura como objeto econômico e como fator de transformação (positiva) e permanência das cidades, das civilizações.

Cultura para além do romântico (mas mantendo-se este “espírito”).

No ano seguinte (2016), fui convidado a fazer palestra especificamente sobre a questão da sustentabilidade econômica e social de Parauapebas. A palestra, prevista para uma hora de duração, estendeu-se, por solicitação do público, por mais de quatro horas, das 19h às 23h30, sem que ninguém abandonasse o auditório – e não estavam dormindo... [rs].

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Já estive em 19 Estados brasileiros, ministrando palestras, participando de debates, fazendo intervenções em reuniões, congressos e outros eventos. Em Gramado (RS), em cena pública, vi a plateia majoritariamente de descendentes de alemães, italianos, poloneses levantar-se em aplauso e ainda eu ser convidado por famílias para estar com elas no Lago Negro, ponto turístico gramadense.

Em Arapiraca, no Hotel Sol Nascente, recebi o abraço de uma mulher que estava na parte alta do auditório, e ela colou-se e coleou-se a mim dizendo: “– Meu filho, você acaba de salvar minha vida”.

Em Brasília, auditório Nereu Ramos, da Câmara Federal, década de 1980, um representante da Ordem Internacional dos Juristas me aparteou numa conferência que eu fazia e me disse: “– Venho aplaudi-lo porque nunca vi em tão pouca idade tamanha experiência”. Respondi-lhe: “– Fico agradecido, e digo que, se há a experiência dada pela idade, há a idade dada pela experiência”. Não é uma questão, propriamente, só de IDADE, mas de INTENSIDADE, de entrega, dedicação, paixão e prazer no fazer.

As palestras que dou só fazem sentido (para mim) se nelas aplico e se elas levam um componente humanista e de humanidade, de crença na possibilidade de o ser humano fazer, mesmo que como opção final, a escolha pelo Bem, pelo Bom, pelo Belo, e não pelo Mal, pelo Medo, pela Miséria.

Apesar dos pesares, apesar de tudo, quero acreditar que, coletivamente, não optaremos pelo Caos, creio que a Humanidade pode ser mais humana.

Não admito que, como Humanidade, existimos para a derrota, que fomos feitos para falhar e nos tornar nulos, terra de volta ao pó, poeira estelar, depois de tanta coisa linda, sensível, emocionante que, como Humanidade, aqui realizamos, neste pequenino grão a que denominamos planeta, uma nesga de nada na imensidão do Universo.

Há que haver humanidade. Afinal, ser humano é a única razão – humana – de ser.

Por essa sintonia e química fina com as vontades mais essenciais das gentes, de cada ser humano, é que, muitas das vezes, sou surpreendido com gestos coletivos assim, de pessoas que nunca vi se sentirem “tocadas” por “verdades” simples, quase simplórias, que ouso espalhar por aí, em um “ide e pregai” particular, individual, que nem sei se ganhará repercussão para além dos ambientes climatizados e poltronas confortáveis, em alguns casos, ou dos ambientes naturais ou abertos, públicos, como as ruas, os quintais, as calçadas, os campos de futebol (por exemplo, em Petrolina e no Riacho do Meio, distritos de Imperatriz, onde por diversas vezes lancei ao ar nossas palavras e onde já fiz palestras e reuniões que foram das 15 horas às 22 horas de um domingo, tudo entremeado de bolos e caldo de cana e sucos de frutas e galinha caipira cozida, no momento do jantar, à luz da Lua, recheado de perguntas, risos e cidadania).

(Sim, há que se alimentar também, de preferência bem. Lembremo-nos do “primum vivere/manducare, deinde philosophari”, em que se abeberaram grandes nomes da Cultura, como os autores seiscentistas Cervantes, em seu “Dom Quixote”, de 1605, e Hobbes, em seu “Leviatã”, de 1651)

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Como parece mesmo que palavras não são sólidos, espero, torço para que, atiradas por aí, elas não se desmanchem, e permaneçam, e sejam levadas pelos ventos...

Torço para que alguns corações e mentes possam (re)tê-las...

“Letras não são só cantiga de ninar, mas, também, toque de despertar, sinal de alarmar, hino de guerrear, canção de cantar vitória”.

Amém.

* EDMILSON SANCHES,

Fotos:
Edmilson Sanches e seu “ide e pregai”: nas cidades grandes e nos povoados, grandes auditórios e em calçadas e quintais, para civis e militares, jornalistas e políticos, estudantes e professores... – indo e pregando. (Nas duas últimas fotos, na adolescência, estudante do ensino médio, como presidente do Grêmio Santa Joana d'Arc, do Colégio São José, das Irmãs Missionárias Capuchinhas, em Caxias (MA), falando para seus colegas estudantes no lotado auditório da Escola).

Neuropsiquiatra Ruy Palhano

Como perceber se um parente, um amigo ou até você mesmo precisa de ajuda para sair do estado de tristeza, angústia ou depressão, o que, em muitos casos, pode levar a consequências sérias, como tirar a própria vida?

A prevenção do suicídio é o tema da “live” de hoje (23) à noite do Inspire e Comunique. Para falar sobre esse assunto bastante complexo e que já foi considerado tabu na sociedade, o bate-papo será com uma das maiores referências em psiquiatria no Maranhão, o neuropsiquiatra Ruy Palhano.

Estamos no mês do “Setembro Amarelo”, campanha de prevenção do suicídio, o que contribui muito para o que tema seja bastante discutido nos dias atuais. A campanha foi articulada, no país, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) como forma de estimular o debate público.

O assunto é pauta global. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo.

“O suicídio é um problema de saúde pública. É um assunto complexo e abrangente que merece atenção especial. É preciso que a sociedade se engaje nesta campanha no sentido de evitar tal acontecimento”, observa Ruy Palhano.

Apesar de todas as campanhas e do tema ter ganho mais espaço em discussões na sociedade, ainda não foi suficiente para reduzir o número de suicídios. Os jovens encabeçam a lista das estatísticas.

De acordo com o neuropsiquiatra, que afirma ser favorável ao descortinamento do tema, porém este deve ser tratado com quem entende do assunto. É preciso atenção, conforme afirma, para que não sejam criados excessos, exageros e conceitos inadequados que, em vez de ajudar, podem atrapalhar o processo. “Se escancarou o tema, mas a população não é treinada para manejar com a situação”, observa Ruy Palhano, destacando a necessidade de capacitação dos professores, por exemplo.

Ao abordar a temática, o Inspire e Comunique, projeto das jornalistas Franci Monteles e Yndara Vasques, visa contribuir com as discussões e informações, acendendo uma luz sobre as considerações e preocupações do renomado neuropsiquiatra Ruy Palhano.

Serviço:
Live: Inspire e Comunique com Ruy Palhano
Tema: A prevenção do suicídio
Hora: 19h30
Canal: Instagram @franci_monteles

(Fonte: Assessoria de comunicação)

A Câmara dos Deputados aprovou, nessa terça-feira (22), o PL 3.267/2019, com importantes alterações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A proposta, que foi relatada pelo deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA), segue para sanção presidencial. No governo, a expectativa é que isso ocorra ainda durante a Semana Nacional do Trânsito, que vai até 25 de setembro.

“Conforme o compromisso que fiz já na primeira reunião da Comissão Especial, priorizei a proteção à vida, a segurança nas ruas e estradas do país e a redução dos acidentes. Também acatei propostas de modernização, desburocratização e diminuição de custos. Entregamos um CTB muito melhor. Agradeço ao presidente Rodrigo Maia, ao Democratas, às lideranças e aos colegas parlamentares por todo o apoio”, discursou Juscelino Filho.

Em relação às emendas do Senado acatadas pelo deputado, destaca-se a que proíbe a substituição de penas privativas de liberdade por penas restritivas de direitos nos crimes de homicídio ou lesão corporal cometidos por motoristas comprovadamente sob efeito de álcool ou substâncias entorpecentes. Em seu parecer, Juscelino Filho frisou que essa foi a modificação mais importante aprovada pelos senadores.

“Isso significa que a prisão não poderá ser substituída por penas alternativas. Apesar dos avanços com a Lei Seca, muitos condutores insistem em misturar álcool e drogas com direção. É urgente interromper a sensação de impunidade. Espero que essa mudança represente um avanço no sentido de punir com mais rigor os que provocam acidentes de trânsito ao sentar-se ao volante de um veículo estando bêbado ou sob efeito de entorpecentes”, disse o relator.

O deputado Juscelino Filho declarou, ainda, estar feliz com a conclusão do que chamou de missão. “O nosso Código de Trânsito é de 1997 e precisava de adequações, motivo pelo qual enalteço a iniciativa do Executivo de enviar o PL 3.267 para o Congresso Nacional. Também estou muito satisfeito pelo texto que construímos, com a contribuição de especialistas, entidades, parlamentares, governo e sociedade civil”, afirmou.

Confira os principais pontos do PL 3.267/19

Validade da CNH:
A carteira de motorista terá validade de 10 anos para motoristas até 50 anos de idade. Para aqueles entre 50 e 70 anos, será de 5 anos. E a partir dos 70 anos, validade de 3 anos. Nos exames de aptidão física e mental, médicos e psicólogos poderão determinar validade menor da CNH.

Pontuação:
Haverá limites diferentes de pontos na CNH para suspensão do direito de dirigir. 40 pontos para quem não tiver infração gravíssima no período de 12 meses, 30 pontos para quem possuir uma gravíssima, e 20 pontos para quem tiver duas ou mais infrações do tipo. Motoristas que exercem de atividade terão 40 pontos de teto.

Cadeirinha:
Fica mantida a multa para quem transportar crianças sem o dispositivo de retenção adequado para cada idade, peso e altura (bebê conforto, cadeirinha e assento de elevação). A obrigatoriedade foi ampliada para crianças de até 10 anos ou 1,45m, considerada a altura de segurança para evitar o estrangulamento pelo cinto de segurança.

Exames de aptidão:
Os exames de aptidão física e mental serão realizados por médicos e psicólogos com a titulação de especialista em Medicina do Tráfego e em Psicologia de Trânsito, respectivamente. Ela também prevê que os exames sejam avaliados pelo examinado, a fim de que haja fiscalização do profissional.

Avaliação psicológica:
Será exigida avaliação psicológica nos casos em que o condutor se envolver em acidente grave para o qual tenha contribuído, se for condenado judicialmente por delito de trânsito ou quando estiver colocando em risco a segurança do trânsito, por decisão da autoridade de trânsito.

Exame toxicológico:
Está mantida a obrigatoriedade dos exames toxicológicos para motoristas das categorias C, D e E, para obtenção e renovação da CNH. Além disso, aqueles com idade inferior a 70 anos, terão de se submeter ao exame a cada 2 anos e meio.

Escolas de trânsito:
A proposta propõe a criação de escolinhas de trânsito, por parte dos órgãos executivos de trânsito estaduais e municipais, destinadas a promover a educação para crianças e adolescentes, que serão os motoristas do futuro. Parte dos recursos do Funset, fundo formado por arrecadação de multas, pode ser utilizada para tal finalidade.

Cadastro positivo:
Será criado o Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), no qual deverão constar os dados dos condutores que não cometeram infração sujeita a pontuação, nos últimos 12 meses. Além de apontar os bons motoristas para os órgãos de trânsito, o cadastro vai possibilitar que União, Estados, municípios e seguradoras de veículos possam conceder benefícios fiscais, tarifários e na prestação de serviços.

Motos no corredor:
Fica regulamentado o tráfego de motocicletas, motonetas e ciclomotores pelo corredor quando o trânsito estiver parado ou lento. O texto também determina a criação de áreas de espera para motos, à frente dos carros e antes da faixa de pedestres. As medidas visam à proteção das principais vítimas do trânsito.

Multas administrativas:
O texto propõe a isenção de pontos na CNH relativos às infrações de natureza administrativa, que não colocam em risco a segurança no trânsito. Exemplos: ter a placa do veículo em desacordo com especificações, deixar o comprador de efetuar o registro do veículo em 30 dias ou conduzir o veículo sem documentos de porte obrigatório.

“Recall”:
O cumprimento de “recall” será condição para o licenciamento anual do veículo, a partir do segundo ano após o chamamento. A ideia é reduzir o tempo em que o veículo circulará com reparos pendentes, diminuindo o risco de acidentes de trânsito.

Contran:
O texto determina que minutas de normas regulamentares a serem editadas pelo Contran sejam submetidas à consulta pública antes da entrada em vigor. A medida dará maior transparência às decisões do Conselho, garantindo, assim, que a sociedade civil apresente as suas contribuições, no sentido de construir normas mais justas e efetivas.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

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Até 23h59 (horário de Brasília) do dia 1º de outubro, inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 devem inserir ou alterar a foto na Página do Participante. O cadastramento é obrigatório, e a foto deve atender a algumas regras, como ser atual, nítida, individual, colorida e com fundo branco.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), não serão aceitas imagens de pessoas com óculos escuros ou artigos de chapelaria (boné, chapéu, viseira, gorro ou similares). A fotografia também deve mostrar o rosto inteiro do participante, com uma boa iluminação e foco, além de estar nos formatos de arquivo JPEG e PNG (tamanho máximo de 2 MB). Imagens em PDF não serão permitidas. O Inep e o Ministério da Educação (MEC) não realizam validação da foto.

Provas

Por causa da pandemia do novo coronavírus as provas da edição 2020 do exame foram adiadas para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021 (versão impressa); e 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021 (versão digital). Além de uma redação e 45 questões os candidatos terão que responder questões sobre quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias.

Dúvidas

As informações a respeito do Enem 2020 podem ser acompanhadas nos portais do Inep e do MEC, assim como nas redes sociais oficiais dos dois órgãos do governo federal. Dúvidas podem ser sanadas pelo Fale Conosco do instituto, por meio do autoatendimento “on-line” ou do 0800 616161, a central aceita apenas chamadas feitas de telefone fixo.

(Fonte: Agência Brasil)

A segunda fase do maior festival de documentários do Brasil e um dos maiores da América Latina – “É Tudo Verdade” – começa nesta quarta-feira (23) com um filme exibido em “drive-in”. O festival vai até o dia 4 de outubro.

Por causa da pandemia do novo coronavírus, a 25ª edição do festival foi dividida em duas fases. A primeira ocorreu em março, com apresentação “on-line” de 30 documentários, entre longas, curtas e séries.

A previsão inicial do festival era de que a segunda fase poderia ser feita nos cinemas, mas como a pandemia do novo coronavírus prossegue no país, com salas ainda fechadas na capital paulista, a nova etapa será novamente por “streaming”.

“Circunstâncias emergenciais exigem soluções excepcionais. A pandemia inviabilizou nossa 25ª edição em salas, mas vamos celebrar esta marca histórica com uma segunda etapa também digital, reafirmando, em sintonia com nossos patrocinadores e parceiros, a tradição de excelência de nossas competições, sessões especiais, palestras e debates”, disse Amir Labaki, diretor-fundador do “É Tudo Verdade”.

Nesta segunda fase do evento, serão apresentados 61 documentários da mostra competitiva, entre eles dez longas brasileiros. Na abertura, será apresentado o documentário “A Cordilheira dos Sonhos”, de Patricio Guzmán, que aborda a ditadura no Chile. O filme será exibido, somente para convidados, em formato “drive-in” [quando pessoas assistem, de dentro de seus carros, aos filmes projetados em uma tela grande], a partir das 20h30 de hoje, mas haverá, também, uma transmissão “on-line” gratuita, para todo o público, nesse mesmo horário, no “site” do festival. O filme foi um dos vencedores do Olho de Ouro de Melhor Documentário no Festival de Cannes do ano passado.

Os demais filmes do festival serão todos apresentados por “streaming” e participam da mostra competitiva. Os documentários premiados pelos júris do festival, tanto na competição brasileira quanto na internacional, sejam de longas, médias ou de curtas-metragens, serão automaticamente classificados para apreciação à disputa do Oscar do próximo ano.

Os dez longas brasileiros serão apresentados diariamente, em sessões diárias, às 21h. No dia seguinte à exibição, sempre às 17h, os diretores desses filmes participarão de debate virtual, disponível no “site” do festival.

No encerramento do evento, no dia 4 de outubro, às 20h, será exibido o documentário “Win Wenders: Desperado”, de Eric Fiedler e Andreas Frege, sobre um dos cineastas mais prestigiados no mundo, autor de documentários como “Buena Vista Social Club”, “Pina” e o “Sal da Terra”.

Mais informações e a programação completa podem ser conferidos no “site”.

(Fonte: Agência Brasil)

“Mes vers ont le sens qu’on leur prête”.
(Meus versos têm o sentido que lhes é atribuído)
Paul Valéry, poeta e filósofo francês (1871-1945)

**

Poema é forma, palavras;
poesia, conteúdo, sentido(s)
con/sentido(s)
significado(s)
sentimento(s)
sensibilidade(s)
– do poeta
que re/inventa,
do leitor
que acrescenta.

Todo poeta nasce jovem, velho,
contemporâneo, atemporal.
Sua poesia não tem idade
ou tem todas elas.

Jovem, velho, não são só “fase”, número,
sequer quantidade
de anos;
pode ser estado, condição:
o que é recente – recentidade –,
o que é prévio – antiguidade –,
aquele que chegou, ou se foi,
e a quem não lhe olhamos os algarismos
na certidão de nascimento
ou no atestado de óbito.

Poesia não vai à escola
– e já lhe criamos tantas...
Poesia não se aquieta sob tarjas
fichas catalográficas
código de barras
sumários,
índices
bibliografias
referências.

Poesia, “moderna” (se quiser, “pós-”), não tem gênero
– ou, “bi”, “trans”, “pan”, de A a Z, os tem a todos eles.

Poesia – linear, cartesiana, aragem,
ou “trabalhada”, “renovadora” (de linguagem) –
não precisa razão para ser,
precisa que lhe deixem existir
... senão ela existirá de qualquer forma.

(A pessoa – mais perfeita, sim, das poesias –
para existir, em humildade ou esplendor,
não pediu luxos, não quis manás ou ambrosias...
Inda assim nasceu, interseção desejo e dor.)

O que poesia não depende
é de que lhe definam, lhe encarcerem,
lhe ponham rótulos.
(Claro, tudo isso continuará havendo,
sob o manto de qualquer desculpa ou razão,
“porque somos humanos”,
e “qualquer coisa é criticável”
e “tudo é relativo”

... e tudo e todos – criação, criatura,
o criador e seu criado o crítico, cítrico –,
não tivessem nada mais,
ainda teriam o sagrado direito
de ir pro Inferno em paz...).

Se, verdadeiros ou falsos, admitimos que pessoas diferentes
na beleza, na condição social, na opção sexual, vivam suas vidas,
por que nos incomodamos com o "diferente" modo de escrever poesia,
de fazer poesia, de sentir poesia, de ser poesia, seja ela o que ela seja?

Quem,
serpente ou Adão,
Eva ou maçã,
habita esse jardim
e se acha a gênese
pio/gênese
parênese
da Criação?

Quem tu és,
novo Moisés?
Acaso portas as pedras
– regras –,
novo portal
de onde (merda!)
medra
esperança
criadora,
logo, poética?

(Enquanto o “Lógos”,
também universal,
também Poesia,
se une em verso
com Heráclito em Éfeso,
João no Evangelho,
Fílon em Alexandria).

Há poesia “simples” / “simplória”, “malfeita”?
Há poesia “feia”, “noviça”, “de iniciante”?
Há poesia que, de tão “assim”, sequer lhe sabemos o adjetivo?
E daí, Champollions (com suas líticas Rosettas)?
Alevantem, mosaístas, as “suas” poesias
como novas tábuas
de cláusulas
e clausuras
pétreas
mandamentais
mandatárias
mandatórias.
Aguentem seu peso antes que caiam
e, pedras que são,
se quebrem
e se tornem úteis cascalhos
calhaus
seixos
britas
na pavimentação de caminhos,
no erguimento de muros.

Ó, semideuses!,
embriagados com seu próprio vinho poético,
não têm como perceber que o vinho
é fluido demais para nele sustentar-se a verdade,
qualquer verdade
– pois verdade líquida é incerta
e assume a forma do vaso
ou dos intestinos
que a contêm.

No vinho não está a “veritas”, “vérité”, verdade:
está, só, a embriaguez, embriaguez e bobagens.
Ninguém chega ao balcão e pede vinho à procura de certezas,
em busca de verdades em doses, taças, copos:
quando muito pede acompanhamento, quer acompanhante.
Ninguém pega a garrafa e nela busca ou dela despeja
o Real, o Pleno, o Absoluto...
senão, em novo e não divinal “fiat!”, mijaríamos convicções
e concretudes
e continuaríamos bêbados no sétimo dia.
Não se fazem universos em penicos, urinóis
– que é onde fazemos
quando tudo em nós já foi feito.

Na poesia e na pessoa, esqueçam-se os adjetivos
e deixe-se o que há de substantivo ser.
Ruim não é a poesia “diferente”
– é ser intolerante com a existência do diferente...

O diferente é o outro, e o outro é meu referente,
minha medida, “alter ego” do “self”:
afinal, o bom, o bem, o belo, o elevado, o mágico
existem porque o outro, que não é, existe
– só há o belo, o bom, o divino se houver
o seu contrário: o feio, o ruim, o humano.

Deixem os rústicos rirem
os incultos cultivarem
os tolos versejarem
o tosco capengar
o torto coxear
o diferente claudicar.
Pois, mais feios que eles,
a intolerância, a arrogância
andam, caminham, voam...
e até no nada
cada uma delas nada
de braçada...

Hospedeiros da presunção,
não queiram o sumiço do diferente
só porque o diferente os atrai,
não lhes convém,
não lhes é... igual (ora bolas...).

Que triste uma sociedade de poetas vivos...
e prepotentes.
Poetas que tanto fazem poesia
quanto “desfazem”, fazem pouco,
de poemas alheios.

E são esses que recitam “Viva e deixe viver”,
pregam o direito de nascer,
e, bocudos, mandam um e outro se foder?

“Doutores” em poesia,
despóticos em caráter.
Escrevedores de an/versos em espelho.

Mirem-se, inversores:
Há quem
– também –
lhes ache feios, horríveis,
por fora ou por dentro, ou os dois.
Mas, por serem feios, vocês não precisam
de autorização dos outros para existir.
(Lembrança de poesia
memorizada na infância [O autor, quem é o autor?]:

“Que sapo medonho
com cara de mau,
no lombo levando
pancadas de pau.

Que bicho mais feio?
Será mau assim?
Por que é que vocês
o julgam tão ruim?

Se é feio, decerto,
ninguém vai desdizer,
mas só por ser feio
ele deve morrer?”

Ah essas poesias simples!...)

A poesia “diferente” precisa
– formal –
de autorização? Não;
ou, prisional,
de alvará de soltura? Frescura;
ou, escravocrata,
de carta de alforria? (Quem diria!...);
ou, clerical,
de “nihil obstat”,
“imprimatur”? “Deleatur”!

Por que a intolerância contra o que não é seu?

“Porque não é poesia”, dirão, bocejando,
os donos do DNPI
– departamento nazista da poesia imaculada:
eugenia... eupoesia...

Estão enganados os que se acham
criadores da poesia imaculada
ou de um jeito especial (o jeito “deles”)
de fazê-la.

“Não é poesia!!!”, insistem – louca/mente – os “inventores”,
os “pais” da poesia – na verdade todos eles filhos,
filhos da luta
– da igual luta pela vida
que teimamos existir.

“No meio do caminho tem uma pedra”.
Mas, antes dela, antes do verso, tem Drummond...

“azul / teu cu”
– sujidade não há
se o verso ou o poema
é de Gullar.

(Poetas federais
retiram ouro
das fossas nasais.

... Enquanto os municipais
e estaduais – eca! –
do nariz mesmo só tiram
humana meleca...).

Poesia é libertação,
corrente sem elos
– e toda ela ligação.

Desde a origem, poesia, “poiésis”, é criação.
Poetas, hum!, tão somente criaturas são...
So/mente.

Poetas acham que escrevem poesia.
Entanto, é a Poesia que se inscreve neles
e usa cada um – “medium” – como papel de rascunho e sangue.

Coitadinhos de nós...
Acreditamos que sabemos
acreditamos que somos
acreditamos que escrevemos...

Enquanto isso, em amor atemporal,
eterno
imortal
Cronos e Criação, paternais,
riem-se de nós...

* EDMILSON SANCHES

Ilustrações:
“A Criação de Adão” (detalhes), pintura de Michelangelo (1475-1564), no teto da Capela Sisitina, no Vaticano.

O Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, região portuária da capital carioca, reabriu hoje (22) para visitação do público com as exposições Casa Carioca e Aline Motta: memória, viagem e água. Está permitida a presença de 60 pessoas a cada duas horas.

Para evitar aglomeração, o museu manterá o limite de visitantes abaixo da sua capacidade e irá seguir os protocolos sanitários de combate à covid-19, conforme determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS), como obrigatoriedade do uso de máscaras durante toda a permanência no museu. As áreas coletivas do MAR, como o terraço, que antes da pandemia era muito procurado, permanecerão fechadas.

Os ingressos gratuitos são adquiridos apenas por meio de agendamento no “site”, e o museu definiu três horários para a visitação que poderá ser feita até sábado (26): 10h, 14h e 16h. “O agendamento pelo ‘site’ evita também o contato a impressão dos bilhetes para não ter uma forma de transmissão do vírus. É só acessar o ‘site’ e escolher o horário. As entradas não são pagas porque o museu se mantém com portas fechadas e sem contato com outras áreas”, comentou o curador-chefe do MAR, Marcelo Campos, em entrevista à Agência Brasil.

Campos disse que, embora tenha a expectativa de receber um bom público, parte da frequência que o museu costumava receber não deve ocorrer, por causa dos protocolos que precisam ser seguidos. “É possível que a gente não consiga o público mais de transeuntes, aquelas pessoas que estão passando na rua e resolvem entrar. Acho que a diferença é o planejamento para chegar ao museu e não alguma coisa mais espontânea como ocorria com o museu. Isso também vai impactar a presença dos grupos. É diferente daqueles que estão almoçando na Praça Mauá e resolvem entrar no Museu, mas a gente tem recebido respostas de pessoas comovidas com a reabertura do museu”, contou.

A reabertura faz parte de ações programadas que o museu organizou para este período de pandemia. Segundo o curador, mesmo fechado ao público externo, o espaço cultural continuou funcionando internamente e interagiu com quem buscou as suas redes sociais. Além disso, a Escola do Olhar continuou funcionando com a formação de professores com aulas virtuais. Marcelo Campos disse que as duas exposições já estavam previstas no plano anual do MAR.

“Eram exposições que iam acontecer de qualquer modo. Quando a pandemia chegou, a Aline Motta já estava sendo construída, e a Casa Carioca já estava com a pesquisa bastante avançada. O Museu resolveu permanecer com a fase de produção de obras com uma programação ‘on-line.’ A Casa Carioca teve ‘lives’ com a curadoria, teve depoimentos de artistas participantes. Então, houve uma ativação nas redes do museu, enquanto isso a gente ia produzindo a exposição para que pudesse ficar pronta a tempo de ser inaugurada em 2020. Na verdade, foi uma continuidade do plano anual”, revelou.

Se essas exposições puderam ser produzidas, a pandemia não permitiu que outras duas, também incluídas na programação, fossem realizadas. Ainda assim, o curador espera que, até o fim do ano, mais duas exposições do planejamento de 2020 também sejam abertas. Se isso ocorrer, vão funcionar em paralelo com a Casa Carioca e a Aline Motta: memória, viagem e água. “Elas não foram canceladas, foram apenas adiadas”, completou, acrescentando que, de início, só há previsão de receber o público nesta semana, mas o museu já trabalha com a possibilidade de abrir outros períodos, ainda que não haja data definida.

Casa Carioca

A exposição Casa Carioca apresenta temas como sociabilidade, o papel da mulher como esteio de família e direito à moradia, com cerca de 600 obras e mais de 100 artistas. Uma montagem de trabalhos que retratam o período de isolamento social, assinada por Marcelo Campos e pela arquiteta, urbanista e ativista do movimento feminista negro, Joice Berth, também faz parte da mostra, que tem a mineradora Vale como patrocinadora, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

A Casa Carioca, que ocupará duas galerias do terceiro andar do MAR, além da Sala de Encontro localizada no térreo, é a exposição do MAR com maior número de artistas jovens e periféricos com trabalhos nos mais diversos suportes, como vídeos, objetos, instalações, fotografias e pinturas. A mostra conta também com trabalhos de artistas consagrados, como Adriana Varejão, Alfredo Volpi, André Rebouças, Beatriz Milhazes, Cícero Dias e Mestre Valentim.

Aline Motta

Já a exposição individual da artista fluminense Aline Motta: memória, viagem e água, que é inédita no Rio de Janeiro, leva o público a um mergulho na história de sua família, por meio de montagem imersiva que apresenta uma trilogia de videoinstalações de forma sequencial e dinâmica. A mostra foi instalada em uma galeria do 1º andar do pavilhão de exposições. Os trabalhos Pontes sobre abismos (2017), Se o mar tivesse varandas (2017) e Outros fundamentos (2019) foram produzidos após a artista descobrir um segredo de família contado pela avó Doralice: sua bisavó era escrava e havia engravidado após ser abusada por seu dono. Após a revelação, Aline começou uma busca por suas raízes em lugares distantes entre si, como Serra Leoa, Nigéria, Portugal e Brasil, mas aproximados pelo Oceano Atlântico.

(Fonte: Agência Brasil)

Minha página no Facebook não é de conforto ou comodismo. Ela, muitas das vezes, instiga, problematiza, critica, propõe.

Em geral, os textos são grandes. Mas apenas uma – repita-se: apenas uma – pessoa, residente em uma capital de Estado, observou (uma única vez) que eu deveria, digamos, ser “menor”.

Acho que quem pensa assim é que tem de ser maior. (De qualquer modo, essa pessoa prossegue em leituras e comentários).

Comunidades desenvolvidas são comunidades leitoras. E leitoras de livros, não de telegramas.

Aponte-me uma sociedade atrasada e ali haverá uma população não leitora. Mostre-me uma sociedade desenvolvida e nela existe uma grande população leitora.

Dos mais de CEM BILHÕES de pessoas que já existiram no planeta Terra, a maior parte não deixou uma marca para a posteridade. Nem os ossos sobraram, corroídos pelo Tempo. Transformados em pó.

Assim, de certa forma, a coisa escrita torna-se o novo fóssil. O fóssil onde cientistas, especialistas e pesquisadores de um distante futuro haverão de colher material que diga ou que ajude a dizer como era a sociedade humana em que vivíamos nós que fomos habitantes dos antigos séculos XX e/ou XXI.

Claro, cada um de nós tem o direito de ir pro inferno em paz, isto é, de fazer nossas próprias escolhas, de viver como quiser, de preferir o comodismo ou o esforço, a preguiça ou a labuta, a vida mole ou o trabalho duro.

De minha parte, acho que usar ambientes de redes sociais e outros espaços da Internet (“blogs”, “sites”...) apenas (eu disse: “apenas”) para frivolidades é desperdiçar os recursos dos espaços digitais e o talento potencial que cada um de nós carregamos, pois todos nascemos com a mesma quantidade de neurônios (86 bilhões).

Mas, enfim, volto a repetir, não há censura nisso, é só uma constatação, e cada um – torno a dizer – é senhor ou senhora de sua própria vida. Dela faz o que quiser – desde que não “mexa” negativamente com a vida dos outros.

Convenhamos, entretanto, que, do ponto de vista biológico, não faz bem nenhum aos neurônios de uma pessoa ou aos cromossomos (a herança genética que ela deixará) se ela, pessoa, por exemplo, em redes sociais, se limita a “comentar” quase sempre com reduções/abreviações do tipo “vdd” ou demonstrar reações e emoções com “rs rs” / “kkk” ou com figuras de rosto ou dedão azul pra cima (ou pra baixo).

Quanto de tempo alguém economiza “escrevendo” assim? E o que faz com o tempo economizado? Qual o ganho que há se, em vez de “verdade” escreve “vdd”, em vez de “beleza” escreve “blz” etc.?

A repetição, a frequência, o acostumar-se a essa linguagem excessivamente sincopada, braquigráfica, vai gradativamente habituando o cérebro (que tanto quer desafios, informações...) a ficar “preguiçoso”, lento... Aí, quando o escrevedor de “vdds” e “kkks” se defronta com textos com linhas a mais, bate o desânimo, a preguiça, o desconforto, o desinteresse, quando não a imediata repulsa – pois o cérebro não foi adequadamente estimulado (exceto para o nenhum ou pouco esforço mental).

Quando tem de enfrentar uma redação no vestibular, uma entrevista de emprego, uma fala em público, a pessoa se perde, se ataranta... porque não habituou – para a leitura, a inteligência, o raciocínio, a escrita adequada – o único órgão que define quem cada pessoa é (o cérebro).

Tempos atrás, um leitor de minha página “facebookiana” pediu-me, por mensagem privada, que escrevesse um texto sobre um determinado assunto. Depois de uns poucos dias em que fui fazendo leituras e reflexões sobre o tema, depois de naturalmente meu cérebro ir acumulando e organizando “automaticamente” informações e correlações acerca da matéria, escrevi o texto e prontamente o enviei para meu leitor, também por mensagem privada (Messenger) – afinal, se ele me suscitara para escrever o texto, deveria ser o primeiro a dele tomar conhecimento...

Quase que imediatamente o leitor enviou-me esta micromensagem: “Vdd”.

Basicamente ele havia lido só o título e já pespegou uma resposta, um comentário, usando a braquigrafia (o processo de escrever por abreviações, abreviaturas, siglas, acrografias, símbolos e outras formas de redução).

Àquela altura, eu sequer sabia o que era “vdd”. Rapidamente descobri o que significava e indaguei ao leitor: “É só isso o que você tem a dizer?”

Achei que essa pergunta se justificava. Afinal, eu investira tempo, esforço, saúde, energia mental para a elaboração do texto com alguma propriedade e, como “resposta”, me vem três consoantes!...

A coisa piorou. Em “resposta” à minha pergunta, o leitor enviou a figura de um dedão de cor azul, com o polegar para cima, como a “dizer” “OK”, ou “isso mesmo”, “certo”.

Ou seja: o leitor saiu da fase das abreviações, onde ainda se usavam letras, para um nível simbólico, imagético. O cérebro se acomoda mais, pois a interpretação, o significado é quase simultâneo. A mente vai ficando em estado basal, termo da Medicina que indica que um órgão ou organismo chegou ao ou está no patamar mínimo de atividade.
Embora o cérebro não seja estimulado apenas pela leitura e a escrita, a Ciência já confirmou que a leitura é a verdadeira “academia de ginástica” do cérebro. Sem um bom uso da linguagem, corremos o risco de voltar ao “Ugh! Ugh!” e, quando acabar esta fase “verbal”, voltaremos a fazer inscrições nas cavernas...

Decididamente, não serei um escritor rupestre. Não farei livros esgrafiando. Não reproduzirei a pré-história e o primitivo usando mediocremente cérebro e, ops!, língua.

É evidente que não se está negando aqui o valor de frases curtas, densas, espirituosas, que fazem “pirar” e inspirar.

Não se nega o valor do pequeno, do extremamente minúsculo, do qual todos nós e tudo em qualquer parte do Universo é constituído.

O de que se fala aqui é de outra coisa.

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Sabemos que, dentro de um futuro ainda distante, o planeta Terra e tudo que há nele deixarão de existir. Um irrefreável fenômeno astronômico de gradual aproximação do Sol à Terra vai queimar, vai torrar nosso mundo. É verdade científica. Não é “se”, mas “quando”, e todo o conhecimento humano acumulado nada poderá fazer. A solução, há muito pensada e buscada, é descobrir um novo planeta que nos acolha e nos ature (pois somos maus, não zelamos devidamente o lugar que habitamos).

A busca por uma nova “casa” planetária necessitará de mais e mais conhecimentos – inovadores, criativos, ousados, exequíveis, quiçá urgentes. Conhecimentos exigem mentes preparadas, porosas, abertas, sequiosas de saber (sem neura, evidentemente). E não se consegue isso com “kkks”, não é vdd? Então, blz.

Ser “moderno” ou contemporâneo não é ter um telefone inteligente (“smartphone”) de última geração, com todos os recursos e aplicativos possíveis.

Ser “moderno” não é ter um computador com altíssima memória RAM e terabytes de capacidade no HD.

Ser moderno ou contemporâneo, sem descartar os momentos de diversão, é ter e/ou desenvolver conteúdos que nos tornem também agentes das ideias e dos fazeres, “mens et manus”, e não cômodos usuários de facilidades e frivolidades.

A Humanidade precisa que os humanos explorem suas potencialidades – para, ao menos, tentar garantir nossa sobrevivência enquanto espécie.

Nada tão frustrante como testemunhar o desaparecimento de um indivíduo ou de uma sociedade sem que ele ou ela tenham atingido seu estado de quase plenitude na sadia exploração, na adequada utilização das possibilidades de cada um de nós.

O cérebro não tem esses bilhões todos de células (os neurônios) à toa. Um só cérebro pode fazer mais ligações neuronais do que a quantidade de átomos existente em todo o Universo conhecido.

Essa enorme quantidade de neurônios e essa imensurável quantidade de sinapses (ligações entre neurônios) não estão dentro de cada um de nós apenas para fazer número...

... ou para ser uma enrugada massa...

... ou para ser uma viscosa pasta.

Basta.

* EDMILSON SANCHES

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Em 21 de setembro de 2015, escreveu-me o talentoso radialista Jerry Alves:

“Faz-se alguma confusão com o Dia do Radialista oficial. Se hoje, ou em outra data mais pro fim do ano. Prefiro sempre consultar o mestre e guardião do conhecimento, língua, artes e palavra, Edmilson Sanches, também um virtuoso radialista, com quem pretendo me juntar um dia, para dividir a apresentação de um programa de rádio, que já tem até nome: Biscoito Fino. Isso tudo com o auxílio luxuoso do mega colecionador e especialista em música, Lourival Neto.

“Afinal, professor, qual a data oficial, e por quê a confusão?

Sendo hoje ou não o Dia do Radialista, parabéns a todos que surfam nas ondas do rádio, o centenário e charmoso veículo de comunicação que nunca sai de moda, que ri e chora com sua comunidade, sob o comando de profissionais, nem sempre reconhecidos, mas, sempre apaixonados pelo que fazem.

Viva o radialista!” (JERRY ALVES, mestre de cerimônias, ex-locutor-apresentador da Rádio Mirante FM, Imperatriz-MA)

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RESPOSTA: Na época, respondi ao amigo e colega Jerry Alves:

Lá vai alguma coisa, maior talvez que sua encomenda.

De imediato, informo que o Radialista tem um dia que, por tradição, há 75 anos é comemorado – o 21 de setembro – e há 14 anos tem um dia oficial que, por decreto, foi estabelecido – o 7 de novembro.

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A DATA – Uma data, um “Dia” pode ser estabelecido por um costume, por uma "coisa" da Natureza (início do Verão, da Primavera), uma decisão de uma categoria, um ato oficial, legal.

Os radialistas tinham seu costume: celebravam o “Dia do Radialista” e o “Dia do Rádio” (ou “Dia da Radiodifusão”) no 21 de setembro. Por quê? Porque foi o dia em que, em 1945, o presidente Getúlio Vargas e seu ministro Alexandre Marcondes Filho assinaram o Decreto-Lei nº 7.984, que fixava “os níveis mínimos de remuneração dos que trabalham em empresas de radiofusão e dá outras providências”. Portanto, uma grande vitória para o setor.

Pois bem. Em um congresso da categoria, o 4º Congresso Brasileiro de Radiodifusão (alguns dão nos anos 1980, mas o 4º Congresso com esse nome ocorreu em 1966), na Bahia, os proprietários decidiram separar o rádio do radialista.

Assim, o “Dia do Radialista” permaneceu o 21 de setembro (data do decreto de Getúlio Vargas) e o “Dia do Rádio” ou “Dia da Radiodifusão”, 25 de setembro, pois nessa data, em 1884, nascera Edgard Roquette-Pinto, médico, antropólogo e professor, fundador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 21 de abril de 1923.

Mas o “Dia do Radialista”, 21 de setembro, era uma referência, como dito, ao dia e mês do decreto-lei de Getúlio Vargas. E esse decreto, em seus 22 artigos, não criava nenhuma data; apenas estabelecia direitos (o que, claro, era o que o setor desejava).

Assim, como o “Dia do Radialista” não existia no calendário de eventos oficiais do governo federal, em 24 de julho de 2006 o presidente Luís Inácio Lula da Silva e seu ministro João Luiz Silva Ferreira assinaram a Lei nº 11.327, que estabelece o 7 de novembro como o “Dia do Radialista” . O Artigo 1º da Lei explica: “Fica instituído, no calendário das efemérides nacionais, o Dia do Radialista, a ser comemorado no dia 7 de novembro, data natalícia do compositor, músico e radialista Ary Barroso”.

Mas autoridades sabem que costumes não se iniciam ou se impõem ou se acabam por decreto, ou lei. Deste modo, os radialistas brasileiros preferem comemorar como uma conquista sua o 21 de setembro (que é a data do profissional) e o 25 de setembro (a data da atividade – radiodifusão, ou rádio). Por respeito, dão uma “colherzinha de chá” ao 7 de novembro do governo federal.

Resumo:

Dia 21 de setembro – a data do decreto que assegurou conquistas profissionais para o radialista e que, como costume, se “enraizou” como o Dia do Radialista. Portanto, esse dia é dedicado ao profissional de rádio.

Dia 25 de setembro – a data tradicional, estabelecida pela categoria patronal como o Dia do Rádio ou Dia da Radiodifusão. Esse dia, por sua vez, é dedicado à atividade, ao radialismo.

Dia 7 de novembro, aniversário do músico e radialista Ary Barroso – esta é a data oficial do Dia do Radialista, estabelecida em lei federal desde 2006. Portanto, é a data “mais nova”, legal e oficialmente dedicada ao profissional do rádio.

De todo modo, a gente sabe: o dia do radialista mesmo é o dia a dia, é todo dia. E sua melhor homenagem, a preferência dos ouvintes.

Parabéns, Colegas!

* EDMILSON SANCHES.