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Ótima notícia para Santa Inês! Atendendo ao pedido feito pelo deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA) no início do mês, o governador Flávio Dino e o secretário estadual de Saúde, Carlos Lula, garantiram, nesta sexta-feira (23), a instalação de uma maternidade em uma das alas do Hospital Macrorregional Tomás Martins. A previsão é que ela seja inaugurada e comece a funcionar no dia 5 de novembro deste ano.

“No dia 2, estive com o secretário Carlos Lula e protocolei ofício com o pleito. É, portanto, uma grande conquista para a cidade, especialmente para as gestantes e mães. A maternidade ocupará uma ala exclusiva do macrorregional, solução que atende a uma demanda antiga, reprimida. Mas vamos continuar trabalhando para assegurar os recursos para viabilizar uma estrutura exclusiva no futuro”, afirmou Juscelino Filho.

No encontro do início de outubro, Carlos Lula elogiou o pedido feito pelo parlamentar. “É compromisso do governo Flávio Dino ampliar a assistência materno-infantil. A gente montou maternidade em Colinas e Balsas, reestruturou a de Imperatriz, apoia em Caxias, temos uma em Alto Alegre do Maranhão, e vamos continuar essa ampliação. A região do Vale do Pindaré é uma das que precisa desse apoio e vamos traçar isso com cuidado”, disse.

Prestando contas

Nesta sexta-feira, Juscelino Filho esteve em Santa Inês, onde fez gravações detalhando as diversas ações do mandato em prol do município. “A gente faz e presta contas. Tenho muito orgulho de ser o deputado federal que mais trabalha por Santa Inês. Nos últimos anos, asseguramos cerca de R$ 30 milhões para obras que beneficiam toda a cidade, nas áreas urbana e rural. Contem comigo para avançarmos ainda mais”, destacou.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

O futebol brasileiro tem vários personagens. Mas nenhum deles tem o protagonismo de Edson Arantes do Nascimento. A importância de Pelé é tamanha que é possível falar que, a partir dele, o mundo mudou a forma de ver os jogadores e a seleção do Brasil.

Biografia de Pelé

A trajetória daquele que viria a ser conhecido como o rei do futebol começa de forma muito comum. Nascido em 23 de outubro de 1940, na cidade mineira de Três Corações, Pelé vem de “uma família das classes populares, que trabalhava duro para educar os filhos”, diz o pesquisador do MEMOFUT (Grupo Literatura e Memória do Futebol) Rodrigo Saturnino.

Ainda na infância, um fato parece definir sua relação com o futebol. Ao ver o pai, o ex-jogador José Ramos do Nascimento, o Dondinho, chorar após a derrota da seleção brasileira na final da Copa do Mundo de 1950, o pequeno Edson promete que conquistaria o primeiro Mundial do país.

Mas antes de cumprir essa promessa, Pelé daria os primeiros passos no esporte na cidade paulista de Bauru, para onde a família dele se mudou durante sua infância. Lá, defendeu várias equipes amadoras de futebol de campo e salão, até que, ao completar 15 anos, foi levado para fazer um teste no Santos. Aprovado, foi contratado em junho de 1956 e começou a defender a equipe da Vila Belmiro.

No Santos, desandou a marcar gols, o que lhe garantiu a primeira convocação para a seleção brasileira em 1957, para participar da Copa Roca, competição na qual fez seu primeiro tento e iniciou uma caminhada de conquistas.

Rei desde jovem

A qualidade de Pelé era tamanha, que a ideia de que ele era o rei do futebol surgiu antes mesmo da conquista de um título de expressão pela seleção. Jovem ainda, com 17 anos, meses antes da disputa da Copa de 1958, o dramaturgo Nelson Rodrigues se referiu ao jogador da seguinte forma em uma crônica sobre o jogo entre América e Santos: “O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: – a de se sentir rei, da cabeça aos pés. Quando ele apanha a bola e dribla um adversário, é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento”.

A coroação definitiva vem com a conquista dos títulos das Copas do Mundo. “Em 1957, o futebol brasileiro estava por baixo, com a derrota para a seleção uruguaia em 1950, a apenas regular participação na Copa de 1954, os resultados fracos durante uma excursão à Europa em 1956 e o fraco desempenho no Campeonato Sul-Americano de 1957 (…). E surge Pelé, com 17 anos. O futebol brasileiro então passou de 5ª a 6ª força para ser, indiscutivelmente, o melhor do mundo. Com Pelé e Garrincha, a seleção nunca perdeu. Foram três títulos mundiais em quatro Copas. Pelé foi o principal responsável por esse desempenho. A identificação da seleção com o povo brasileiro atingiu seu ponto máximo. Pelé se transformou na face do Brasil bem-sucedido, o brasileiro mais reconhecido da história, em todo o mundo”, diz Saturnino.

O sociólogo e professor da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Rio de Janeiro (Uerj) Ronaldo Helal concorda e afirma que Pelé foi fundamental para a seleção acabar com a história de que teria um complexo de vira-latas (expressão de Nelson Rodrigues) que a impediria de conquistar títulos: “Em 1958, o Brasil ganha a Copa do Mundo, e Pelé foi marcante, se tornando o rei do futebol com 17 anos de idade”.

Auge no México

Entre estas conquistas, uma ocupa um lugar especial na história do futebol, a da Copa do Mundo de 1970, no México. Foi nessa competição que Pelé mostrou todo o seu potencial como jogador. “Em 1970, ele foi fundamental, fez uma Copa ímpar, brilhante do início ao fim, e colocou o Brasil no topo do futebol mundial”, diz Helal.

Clodoaldo, um dos companheiros de Pelé naquela campanha, compartilha dessa opinião: “Foi o melhor momento do Pelé na seleção brasileira. O vi em 1970 como nunca, preparado nos aspectos físico, técnico e psicológico. Ele estava voando. Foi o momento no qual atingiu o máximo de sua carreira”. Nessa competição, o futebol brasileiro alcançou um novo patamar, passando a ser admirado em todo o mundo.

 

Quantos gols Pelé fez

O sucesso de Pelé não se deve apenas à seleção. Foi pelo Santos que ele marcou a maior parte dos seus 1.281 gols (em 1.363 jogos), que o transformaram no maior goleador da história do futebol mundial. O tipo de feito que fez com que o público o tratasse de uma forma especial. “O Pelé foi o único jogador, pelo menos que eu saiba, que fazia uma boa jogada contra um time, ou um gol de placa, e a torcida adversária aplaudia, às vezes de pé”, diz Helal, que é torcedor do Flamengo, citando as oportunidades nas quais, em sua infância, ia ao estádio simplesmente para ver o camisa 10 do Santos entrar em campo.

Um destes gols mobilizou a atenção do público de forma especial, o de número mil, alcançado no dia 19 de novembro de 1969 em vitória de 2 a 1 do Santos sobre o Vasco no Estádio do Maracanã. O detalhe é que Pelé tinha apenas 29 anos ao alcançar esta marca.

Fórmula secreta

Tantos feitos levam à pergunta: como um menino comum, nascido em Minas, se transformou no rei do futebol? “O destaque na história do futebol vem de seu talento e sua técnica, por ter sido o único a fazer excepcionalmente bem, dentro de campo, tudo o que um jogador de futebol pode fazer. Selecione um atributo, e Pelé foi um dos melhores”, afirma Saturnino.

O ex-jogador Pepe, companheiro de Santos e seleção do eterno camisa 10, defende que um jogador com estas características surge apenas uma vez na história: “No futebol atual, têm aparecido grandes jogadores. Porém, igual a Pelé não aparece. Completo, perna direita, perna esquerda, impulsão, chute, cabeceio, corrida, gols, maior artilheiro do futebol mundial de todos os tempos. Penso que seu Dondinho e dona Celeste rasgaram a fórmula e não aparece mais um jogador igual a Pelé”.

Vida longa ao rei

Dessa forma, é mais do que justa a celebração da vida de um jogador que foi o melhor em todos os fundamentos de seu esporte, superando inúmeros recordes coletivos e individuais e levando o futebol brasileiro a um novo patamar.

Ao completar 80 anos, é a hora, como diz Clodoaldo, de agradecer e de desejar que “tenha muita saúde, paz e felicidade. E claro, vida longa ao rei”.

(Fonte: Agência Brasil)

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Nessa quinta-feira, 22 de outubro de 2020, a Biblioteca Pública Municipal Professor Osvaldo Ferreira de Carvalho completou seus 50 ANOS.

Entre as diversas “coisas” que se poderia lembrar – e cobrar –, como a ampliação do acervo da Biblioteca, a melhoria de suas instalações ou construção de uma sede adequada, lembremo-nos, também, da pessoa que dá nome àquela casa de Saber.

O educador Osvaldo Ferreira de Carvalho nasceu em Caxias (MA), em 23 de maio de 1933, e faleceu há quase 30 anos, em 6 de janeiro de 1991, em Imperatriz. Em sua terra natal, foi professor (de Inglês) nos colégios Caxiense, São José e Diocesano. Anos depois, foi professor no curso de Letras da Universidade Estadual do Maranhão (Uema, hoje Uemasul), em Imperatriz.

Seus pais eram José Ferreira de Carvalho, maestro da banda Lira Operária Caxiense, e Eloya Maria dos Santos, a Dona Ló, que tiveram também Oneide Carvalho de Melo (residente em Caxias); Osvaldina Carvalho dos Santos (Rio de Janeiro/RJ); Maria de Carmo Carvalho da Silva (falecida); Odenise Ferreira de Carvalho (Rio de Janeiro/RJ); Oseneide Maria de Carvalho Pereira (Rio de Janeiro/RJ); e Marcus Vinicius de Carvalho (Rio de Janeiro/RJ).

Um de seus alunos em Caxias foi Jacques Inandy Medeiros, escritor, pesquisador, médico-veterinário, professor emérito e ex-reitor da Uema, membro e diretor do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias e, também, ex-diretor do Banco do Estado do Maranhão, ex-secretário municipal de Educação e de Cultura de Caxias e ex-presidente da Academia Caxiense de Letras. Jacques Medeiros (falecido em 16/10/2019, em São Luís) recorda que, na condição de reitor da Uema, quando vinha ao “campus” de Imperatriz, ficava duplamente feliz, porque, nas reuniões na Uema local, ele tinha um ex-aluno (o engenheiro civil Ronaldo Neri Farias, professor da Uema) e um ex-professor, Osvaldo Ferreira de Carvalho, que viera de Caxias para Imperatriz a convite do irmão de Jacques, o desembargador aposentado Antônio Carlos Medeiros, que, na época, foi juiz em Imperatriz e apresentou Osvaldo Carvalho ao também magistrado José de Ribamar Fiquene, fundador da Faculdade de Educação de Imperatriz, instituição de Ensino Superior que mais tarde seria incorporada à Federação das Escolas Superiores do Maranhão (Fesm), depois Uema e, desde 3 de novembro de 2016, pela Lei Estadual nº 10.525, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul). Curiosidade: Antônio Carlos Medeiros foi diretor do Colégio Caxiense quando Osvaldo Carvalho lá era professor e, mais tarde, viria a ser padrinho de um dos filhos de Osvaldo, Wladimir.

O que pouco se sabe ou o de que quase não se lembra é que, como conta Jacques Medeiros, Osvaldo Carvalho “foi um dos maiores jogadores de futebol que eu já vi na minha vida; era um craque”. Outros caxienses, conhecedores de futebol, asseguravam que Osvaldo foi um dos maiores centroavantes (jogador de ataque, geralmente o camisa 9) que eles viram jogar, no nível do mineiro Heleno de Freitas, que, de 1940 a 1953, atuou profissionalmente no Botafogo, Boca Juniors, Vasco da Gama, Santos, Junior de Barranquilla e América (do Rio de Janeiro). O economista e escritor Antônio Augusto Ribeiro Brandão, membro da Academia Caxiense de Letras, diz ter conhecido “muito” o jogador Osvaldo: “Jogava no Comercial, em Caxias, um time amador daqueles tempos. Uma das ‘linhas’ era formada por Galvão, Zeca, Osvaldo, Nonato e Flávio”. Conta-se que o Sampaio Corrêa Futebol Clube, de São Luís (MA), "ficou doido" para contratá-lo, mas o futuro professor caxiense “não ligou”: à bola no pé, preferiu o giz na mão. As “quatro linhas” (do campo de futebol) tornar-se-iam as da lousa, o quadro-negro ou verde das salas de aula.

Com a esposa, Hermínia Maria Lisboa de Carvalho, nascida em Fortaleza (CE) e residente em Palmas (TO), Osvaldo Ferreira de Carvalho teve um casal de filhos, que deram três netos aos pais: Aimée Desano, nascida em Fortaleza e casada com o norte-americano Tim Desano, com quem tem um filho (Rafael Desano) e reside no Estado de Michigan, nos Estados Unidos; e Wladimir Lisboa de Carvalho, residente em Palmas (TO) e casado com Selma Carvalho, com quem tem duas filhas, Mariana Carvalho e Fernanda Carvalho.

Osvaldo formou-se Bacharel em Letras Anglo-germânicas em abril de 1960, pela Faculdade Católica de Filosofia, da Universidade do Ceará. Uma curiosa coincidência: o diploma, expedido seis anos depois da formatura, é assinado, entre outros, pelo reitor Antônio Martins Filho (1904-2002), advogado, professor e escritor, nascido em Crato (CE) e que, em 1929, em Caxias (MA), fundou a firma “A Cearense” e, em 1935, foi um dos 14 fundadores do Ginásio Caxiense, do qual também foi diretor. Talvez nem o formando nem o reitor soubessem que Caxias e aquele diploma eram elos que os ligavam à “Princesa do Sertão Maranhense”. Antônio Martins também deu a Caxias um filho talentoso: nasceu o caxiense José Murilo Martins, médico formado nos Estados Unidos, talentoso escritor e pioneiro em Hemoterapia no Ceará.

Até hoje, Osvaldo Ferreira de Carvalho não sai das lembranças de muitos de seus alunos. Wilton Lobo, engenheiro-agrônomo e ex-vereador de Caxias, lembra: “Foi meu professor no Colégio Caxiense”. Cleide Magalhães, de Mirador (MA) e professora universitária em Imperatriz, diz ter de Osvaldo “saudosa memória... meu professor na Uema”. Fernando Cunha, fotógrafo e escritor imperatrizense, que o conheceu, atesta: “Grande educador”. Inês Maciel, advogada e escritora, membro da Academia Caxiense de Letras, relembra: “Foi um dos meus professores de Inglês, em Caxias. Gratas recordações!”

Música e formada em Letras, a acordeonista e vocalista Fátima Boré, de Imperatriz, com “saudades eternas desse grande educador”, escreve: “O professor Osvaldo era um poço de sabedoria. Se bem me lembro, em suas aulas de Latim, o assunto que mais chamava a minha atenção, eram os ‘casos’ e as cinco declinações, não esquecendo a fábula ‘Lupus et Agnus’!” (Em português, “O Lobo e a Ovelha”, escrita originalmente pelo grego Esopo, dos séculos VII e VI antes de Cristo e reescrita para o Latim por Caio Júlio Fedro, romano do século I da Era Cristã).

Colega do professor Osvaldo e, por um tempo, coordenadora do curso de Letras onde ambos ensinavam na Universidade, Liratelma Cerqueira revela: “Sanches, com estes registros, ascendeu-me a saudade de um grande amigo e companheiro de milenares labutas profissionais. Criamos, artesanalmente, o jornal ‘O Coruja’, de cuja safra devo ter algum exemplar, também. Lembra?” Lembro...

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Além de conterrâneo, fui amigo do professor Osvaldo Ferreira de Carvalho. Conhecemo-nos na faculdade de Imperatriz (MA), onde eu fazia o curso de Letras. Nosso gosto comum pela Cultura e Literatura e, sobretudo, por nossa cidade de Caxias, além da franqueza da amizade, do sentir-se à vontade com o outro, tudo isso permitiu-nos uma relação saudável, amiga, orgulhosa de nossa conterraneidade.

Brincávamos que, de tanto aprender outros idiomas (alemão, latim, grego, inglês...), ele, Osvaldo, já era quase não inteligível em português... Após as aulas, depois das 22h, às vezes ele fazia questão de me dar carona ou nos sentávamos a uma mesa de um discreto barzinho, para trocar ideias e relembrar Caxias. Como nem sempre uma carona é de graça, frequentemente eu tinha de ajudar o Osvaldo... a empurrar o fusquinha, para “pegar” e seguirmos pela cidade, cujas ruas àquela hora estavam pouco habitadas de seres automobilísticos.

Não soube de imediato do falecimento do notável professor da Universidade Estadual do Maranhão, hoje Uemasul. O ano de sua morte, 1991, foi também o ano de passamento de minha mãe, que vinha, há tempos, enfrentando uma rara doença (colangite primária), de pouco mais de 30 casos no mundo na época. Atordoado com a progressiva, inexorável, inelutável perda materna e tendo de realizar muitos cuidados e viagens para atrasar o inevitável, não fiquei sabendo que, no começo daquele ano, já o grande amigo havia partido...

Auxiliei o Osvaldo para, junto com a professora Liratelma Cerqueira, criarmos um jornalzinho na universidade – parece-me que o nome era mesmo “O Coruja”. Devo ter, com certeza, exemplares entre as dezenas de milhares de itens bibliográficos de minha biblioteca.

Apesar de, para alguns, ser um professor “severo”, creio que essa característica pode ser relativizada, em especial se dada por alunos que queriam, só, facilidades ou não se “aplicavam” nos estudos. Eu nunca encontrei dificuldade nas disciplinas do ilustre professor conterrâneo.

Sua importância na Educação em Imperatriz foi reconhecida para além do carinho de seus alunos. A Biblioteca Pública Municipal de Imperatriz, criada em 1970, tem seu nome...

... e completou ontem, 22 de outubro de 2020, MEIO SÉCULO de existência e grandes serviços prestados sobretudo às mentes adolescentes de Imperatriz e região.

* EDMILSON SANCHES

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Fotos:
O professor caxiense Osvaldo Ferreira de Carvalho (1933-1991) com a esposa, Hermínia, os amigos e colegas professores José de Ribamar Fiquene e Liratelma Alves Cerqueira, e os amigos, conterrâneos caxienses e colegas professores Jacques Inandy Medeiros, Antônio Carlos Medeiros e Antônio Augusto Ribeiro Brandão.

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Dia 22 de outubro é a data da criação, em 1970, da Biblioteca Pública Municipal de Imperatriz (Decreto nº 09/70).

A Biblioteca foi criada pelo, à época, prefeito Renato Moreira e “descriada”, ao longo desses 50 anos, pela falta de amor e decisão verdadeiros acerca da importância do livro, da leitura e do conhecimento para a transformação – para melhor – da vida de pessoas e comunidades.

Doei milhares de livros e revistas e outras publicações para a Biblioteca Pública de Imperatriz e para as bibliotecas da Uema (hoje Uemasul) e da UFMA, além de outras entidades.

Quando fui secretário municipal de Comunicação e Cultura, instruí a direção da Biblioteca para que, em vez de atender no balcão estudantes e demais pessoas, reorganizasse-se para deixar que os interessados “passeassem” por entre as fileiras de estantes...,

... tivessem, no ritmo de cada um, a atenção chamada por uma lombada, uma capa, um sumário...,

... fosse permitido escorrer os dedos por entre as páginas, folheando e “sentindo” cada exemplar...,

... que cada um parasse e se deparasse frente à obra que procurasse e outras que lhe instigassem...

Enfim, cada interessado deveria fluir como água por entre as margens feitas de estantes e livros.

Que cada um navegasse pelo leito daqueles oceanos de celulose e tinta que são os livros.

Foi feito. E até hoje permanece assim.

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Nem de longe a Biblioteca Pública Municipal de Imperatriz está à altura da cidade e da pessoa que lhe dá o nome. Apesar dos seus cerca de 27 mil itens bibliográficos, ainda imperam a desatualização do acervo, a “humildade” das instalações (para dizer o mínimo), a desvontade do Poder Público para com ela.

A Biblioteca Pública Municipal de Imperatriz tem o nome do professor Osvaldo Ferreira de Carvalho (falecido), que era titular no curso de Letras da Universidade Estadual do Maranhão (Uema, hoje Uemasul). Era meu conterrâneo de Caxias e foi meu professor em algumas disciplinas. Dominava vários idiomas. Ele era o feliz proprietário de um automóvel de idade “avançada” e, aqui e acolá, eu tinha de pagar um "preço" pela carona que o professor insistia em dar: empurrar o carro até “pegar”...

Em algumas vezes, após as aulas, ou em dias previamente combinados, o professor Osvaldo e eu sentávamos em algum bar e tomávamos longas doses de cultura e saudades, lembrando a terra que nos viu nascer – Caxias – e refletindo sobre o mundo, as “coisas” e a Fé que nos permitiram (sobre)viver.

Saudades do meu amigo e conterrâneo Osvaldo Ferreira de Carvalho.

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A Biblioteca localiza-se na Rua São Domingos, nº 10, Bairro Beira-rio. Fica aberta das 8h às 18h, ininterruptamente. Menos de vinte servidores estão à disposição, na gestão da Casa e no atendimento a alunos e demais interessados. O telefone: (99) 3523-0519.

No próximo 29 de outubro, comemora-se o Dia Nacional do Livro. A data lembra a fundação da Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro/RJ), ocorrida dia 29 de outubro de 1810.

* EDMILSON SANCHES.

Fotos:
1 – O professor caxiense Osvaldo Ferreira de Carvalho com a esposa, Hermínia Maria Lisboa de Carvalho;
2 – Osvaldo Ferreira com a irmã Oseneide e os filhos Aimée e Wladimir;
3 – O professor Osvaldo quando mais jovem;
4 e 5 – A Biblioteca Pública Municipal de Imperatriz, que completou 50 ANOS nessa quinta-feira, 22 de outubro de 2020.

BIBLIOTECA PÚBLICA DE IMPERATRIZ, 50 ANOS

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A agenda de meu telefone tem cinco números ligados a bibliotecas maranhenses: dois relacionados a uma biblioteca do interior de João Lisboa (MA), para a qual doei centenas de livros; um da diretora da Biblioteca Pública Benedito Leite, estadual, em São Luís (MA); e dois para contatos com a biblioteca municipal de Imperatriz (MA).

Mas, nessa quinta-feira, 22 de outubro de 2020, quando a Biblioteca Pública Municipal Professor Osvaldo Ferreira de Carvalho completou MEIO SÉCULO de existência, os dois números relacionados a ela não atenderam – um celular, que está “programado para não receber chamadas”, e um fixo (na verdade, um orelhão, próximo à entrada da Biblioteca), que diz que “o número chamado não está atendendo nem possui caixa postal”.

Nos últimos anos, em seu aniversário, tenho ido à Biblioteca municipal imperatrizense ou tenho ligado para sua coordenação/direção apresentando os parabéns, perguntando sobre se haveria alguma programação e fluindo por entre as prateleiras, observando o acervo, manuseando um e outro livro, vendo um ou outro frequentador (geralmente estudantes) e conversando com servidores da Casa, fotografando uma ou outra coisa... Aqui e ali, encontro livros que me pertenceram e que eu os doei, centenas e centenas deles, a essa Casa de Saber feita de papel e tinta. (Também fiz doações de centenas de livros para a biblioteca da Uema (hoje, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão/Uemasul); da Universidade Federal do Maranhão – Campus Imperatriz; do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) – Campus Imperatriz (Biblioteca Josué Montello, provavelmente, a maior da região em estrutura) e outras doações.

Nos 50 anos, quis saber antes, por telefone, se haveria alguma programação, se a prefeitura e a cidade estavam sabendo da simbólica data... Queria ser informado acerca do que estava programado, quem sabe comprometer-me com nova doação...

Biblioteca é contenção, contrição, não fala, não faz barulho. Tranquilidade. Sossego. Paz. Mentes em ebulição. Mas hoje é cinquentenário. Talvez haja ou tenha havido festa, comemoração, bolos, vivas... Promessas – compridas e não cumpridas – de autoridades presentes por alguns minutos, pois têm outros assuntos a tratar...

Não sei o que houve. Nada se ouve falar.

Nos 50 anos da Biblioteca Pública Municipal de Imperatriz, para mim e por enquanto, é só silêncio...

* EDMILSON SANCHES

A Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) apresenta hoje (22), em concerto virtual, uma obra inédita de Antônio Ribeiro composta para ser executada nas redes sociais. “Cantilena para ensemble de violoncelos” fará parte do programa do terceiro concerto “on-line” da Série Clássica Brasileira, que contará também com obras de Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga, além de composições de autores estrangeiros.

“É uma estreia mundial”, diz o coordenador Artístico da OSB, Nikolay Sapoundjiev, sobre a obra do compositor brasileiro Antônio Ribeiro, escrita especialmente para este período de pandemia e de isolamento social. “A maior peculiaridade é que ela foi pensada para ser tocada nesse formato virtual, de gravação a distância. Eu acho que nunca antes os compositores pensaram que precisam escrever peças pensando nesse processo, que é bastante desafiador do ponto de vista logístico e tecnológico”.

De acordo com Sapoundjiev, a obra atinge não apenas questões técnicas, mas as angústias desse período. O nome Cantilena foi escolhido por ser este um canto um pouco nostálgico e um pouco triste em certos momentos, refletindo a situação que estamos vivendo. O autor participou de uma conversa ao vivo na última terça-feira (20), onde explica a obra.

Ocupar os palcos virtuais não é tarefa simples. A OSB tomou essa decisão devido às limitações a aglomerações impostas pela pandemia do novo coronavírus. Transferir as apresentações para as telas foi uma forma de manter o trabalho da orquestra.

Sapoundjiev explica que são 18 etapas até chegar à gravação final. “É muito diferente da dinâmica do ensaio e do concerto [presencial], sem falar que todos os músicos gravam sozinhos, dentro das próprias casas, ouvindo, no fone, um áudio guia, com metrônomo. Todo o material é, depois, juntado, analisado, editado, mixado, masterizado e enviado para o vídeo. O processo em si é muito desafiador”, diz.

O programa contará ainda com a execução de “Trumpet voluntary”, do inglês Jeremiah Clarke, interpretado por um quinteto de metais. A obra é tocada em grandes eventos, como casamentos da família real britânica. Além de “Quarteto para cordas nº 11”, de Heitor Villa-Lobos; e “Atraente”, de Chiquinha Gonzaga, entre outros.

A apresentação será às 19h, no horário de Brasília, com transmissão pelos canais da OSB no Facebook e no YouTube.

OSB

A OSB foi fundada em 1940 e é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. É responsável por revelar talentos como Nelson Freire, Arnaldo Cohen e Antônio Menezes e é pioneira na criação de projetos de democratização da música de concerto, como o Aquarius e os Concertos da Juventude. Atualmente, é composta por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros e tem uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas.

(Fonte: Agência Brasil)

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Nesta quinta-feira, 22 de outubro, faz 30 anos da morte do poeta, jornalista, educador e historiador Carlos Cunha, um dos grandes ativistas culturais de seu tempo no Maranhão que partiu em 1990, aos 57 anos. Para homenageá-lo, jornalistas, poetas, músicos e declamadores realizarão um recital “on-line” nesta sexta-feira (23/10), com transmissão, a partir das 20h, pelo canal do projeto Inspire e Comunique no YouTube.

O recital foi idealizado pelas jornalistas Wanda Cunha (escritora, poeta e filha do homenageado), Franci Monteles e Yndara Vasques e o poeta e compositor, Paulinho Dimaré. O evento conta com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão (Secma), além de parentes e amigos do poeta.

Carlos Cunha dá nome a uma das vias mais movimentadas de São Luís, a Avenida Professor Carlos Cunha, no Bairro Jaracaty, que liga a cidade antiga à parte nova, na confluência com outros dois imortais das Letras: a Ponte Bandeira Tribuzzi e a Avenida Ferreira Gullar.

Com mais de 26 obras publicadas e algumas reeditadas, Carlos Cunha atuou, de forma direta, na cultura do Maranhão e coexistiu como se fosse muitos. Em sua obra de memórias, intitulada “O caçador da Estrela Verde”, escrita em 1986, o próprio autor descreve-se como: o jornalista, o intelectual, o boêmio, o historiador e o educador.

Ingressou no jornalismo aos 17 anos, no “Jornal Pequeno”, iniciando como repórter. Escreveu para os jornais “Jornal do Dia”, “O Imparcial” e colaborou, durante alguns anos, para “O Estado do Maranhão”. Redigiu editoriais para a Radio Timbira, emissora oficial do Estado e fundou o seu próprio jornal na década de 80 com o nome “Jornal Posição”, com o “slogan” de “o jornal que não suja as mãos, nem a consciência”.

Na literatura, estreou em 1967, com o livro “Poesia de Ontem”. Entre outras obras, estão: “A Páscoa das Gaivotas”, pesquisa sobre as artes plásticas maranhenses, e “Eu e a Academia Maranhense de Trovas”, um registro do nascimento da trova no Maranhão.

Considerado um jornalista polêmico, pois, com suas crônicas, combatia o sistema e os malversadores do dinheiro público. Era também um poeta romântico-simbolista que incentivou jovens escritores e defendeu os direitos da sociedade. Tais características renderam-lhe dois cognomes: “Boca do Inferno”, numa analogia ao escritor barroco Gregório de Matos, e “O Caçador da Estrela Verde”, em ressonância ao seu livro de memórias publicado ainda em vida, em 1986. Assim, inspirou inimizades, mas também angariou amigos e admiradores. “Carlos Cunha não pensava só nele. Incentivou novos talentos, lançando diversos autores nas Edições Mirante, selo editorial que ele criou para divulgar seus contemporâneos”, conta a escritora Wanda Cunha.

Além do jornalismo e literatura, também contribuiu com a educação maranhense como professor e fundador do “Colégio Nina Rodrigues”, localizado na Rua do Sol. “Carlos Cunha foi um excelente educador e ajudou muitos alunos no Maranhão, até mesmo aos que não tinham condições de estudar eram acolhidos. Era um historiador extraordinário, um trovador maravilhoso, sonetista excelente, um declamador maravilhoso”, observa o jornalista e poeta João Batista do Lago.

Formado em História e Geografia pela Faculdade de Filosofia do Maranhão, o menino de origem humilde que foi ajudante de pedreiros e vendedor de café, tornou-se um imortal da Academia Maranhense de Letras e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; pertenceu à Academia Brasileira de Trovas, à União Brasileira de Escritores e à Associação Brasileira de Imprensa e outras instituições nacionais.

Em 1968, fundou a Academia Maranhense de Trovas, da qual foi presidente. Também vitalizou a Associação Maranhense dos Novos, incentivando seus contemporâneos em suas Edições Mirante, resultando mais tarde em subsídios para a sua antologia, “Poesia Maranhense Hoje ou Cinquenta anos de Poesia”, comparável a “Novos Atenienses”, de Antônio Lobo.

Serviço:
O quê: Recital Poético em homenagem a Carlos Cunha
Quando: 23/10/2020 – 20h
Transmissão ao vivo pelo canal no YouTube: Inspire e Comunique

(Fonte: Assessoria de comunicação)

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Há 67 anos, em 21 de outubro de 1953, foi formalmente criado, pela Lei estadual nº 996, o município de Amarante do Maranhão, que era distrito de Grajaú.

Mas a história de Amarante vem desde 1916, quando o povoamento do lugar iniciou-se com os lavradores Francisco Rodrigues dos Santos e José Cobiça, que foram atraídos pela fertilidade do solo, fixaram residência e desbravaram as matas.

Existe um município no Piauí com o nome “Amarante”, fundado em agosto de 1871 (149 anos). Por isso, o nome do município do nosso Estado adicionou o complemento: Amarante do Maranhão.

A palavra “amarante” é nome de flor e de árvore (alta, madeira avermelhada, com óleo semelhante à resina, com propriedades medicinais). Há várias espécies dessa árvore, delas recebendo o nome popular de pau-roxo e, também, guarabu.

Parabéns aos amarantinos maranhenses!

* EDMILSON SANCHES
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Ilustrações:
Amarante do Maranhão e sua bandeira. (Foto da bandeira: Ítalo Miranda)

Representantes das forças de segurança de todas unidades federativas, integrantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), dos Correios, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal se reuniram ontem (20), para apresentar e debater as estratégias que serão adotadas para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020.

O Encontro Técnico Enem 2020 foi promovido pelo Ministério da Justiça (MJ), que é responsável por integrar as forças de segurança pública e os órgãos incumbidos pela realização, logística, transporte e segurança das provas.

Os representantes dos Estados e do Distrito Federal vão acompanhar, em tempo real, possíveis ocorrências durante a realização das provas, o que abrange, desde policiamento e patrulhamento de vias de acesso aos locais de exame até o transporte e guarda das provas, passando por eventuais investigações sobre possíveis fraudes. Segundo o MJ, toda a ação será acompanhada diretamente do Centro Integrado de Comando e Controle Nacional.

O Enem 2020 será aplicado em 1.729 municípios, nos meses de janeiro e fevereiro de 2021, devido à pandemia do novo coronavírus. As provas impressas serão aplicadas nos dias 17 e 24 de janeiro. Já a versão digital será em 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Pessoas privadas de liberdade farão o exame nos dias 24 e 25 de fevereiro.

Segundo o Inep, há 5.783.357 inscritos para o Enem, sendo 5.687.271 para o exame impresso e 96.086 para o digital, que é novidade nessa edição.

(Fonte: Agência Brasil)

A Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) informou que a nave espacial Osiris obteve sucesso em sua missão de pousar no asteroide Bennu para, em seguida, coletar poeira e grãos de seixo com seu braço robótico e disparar seus propulsores, a fim de sair da órbita do asteroide. Se tudo der certo, a Osiris retornará à Terra em 2023.

Localizado, atualmente, a mais de 321 milhões de quilômetros da Terra, Bennu é um asteroide antigo e bem preservado que servirá, para os cientistas, como uma “janela para o início do sistema solar de bilhões de anos atrás, possivelmente lançando ingredientes que poderiam ter ajudado a semear a vida na Terra”, ressaltou, por meio de nota, a Nasa.

Se tudo correr como o esperado com o evento de coleta denominado “Touch-And-Go” (TAG), e ele fornecer uma quantidade suficiente de amostras, as equipes da missão iniciarão os comandos para que a espaçonave armazene a “preciosa carga primordial” e, em seguida inicie, em março 2021, a jornada de retorno à Terra. Caso contrário, outra tentativa só será feita em janeiro.

“Este é um feito da Nasa, é um desafio que vai expandir as fronteiras do conhecimento”, disse o administrador da agência Jim Bridenstine. “Nossos parceiros industriais, acadêmicos e internacionais tornaram possível segurar um pedaço do sistema solar mais antigo em nossas mãos”, acrescentou.

Após ter disparado seus propulsores para atravessar a órbita e chegar a Bennu, Osiris estendeu o ombro, depois o cotovelo e o pulso de seu braço de amostragem de 3,35 metros e transitou pelo asteroide em direção à superfície. A descida durou quatro horas. A espaçonave fez, então, a primeira de duas manobras para permitir que chegasse com precisão ao local de coleta de amostra conhecido como Nightingale – um dos poucos pontos relativamente limpos nessa rocha espacial inesperadamente coberta de pedras. O pouso foi em uma cratera localizada em um local claro do hemisfério norte de Bennu.

“Após mais de uma década de planejamento, a equipe está radiante com o sucesso da tentativa de amostragem de hoje”, disse o pesquisador principal da Osiris na Universidade do Arizona, Dante Lauretta. “Embora tenhamos algum trabalho pela frente para determinar o resultado do evento, o contato bem-sucedido com o asteroide, a queima de gás e o afastamento de Bennu já representam uma grande conquista para a equipe. Estou ansioso para analisar os dados para determinar a massa da amostra coletada”, disse ele por meio de nota divulgada pela Nasa.

Ainda segundo a agência, todos os dados de telemetria da espaçonave indicam que o evento TAG foi executado conforme o esperado. No entanto, levará cerca de uma semana para a equipe confirmar a quantidade de amostra que a espaçonave coletou. Dados em tempo real indicam o sucesso da operação no contato com a superfície e na explosão de gás nitrogênio feita com o objetivo de levantar poeira e seixos da superfície de Bennu. A expectativa é que esse material tenha sido capturado. Os engenheiros da Osiris confirmaram que, logo depois que a espaçonave fez contato com a superfície, ela disparou seus propulsores e se afastou com segurança de Bennu.

“A manobra de hoje foi histórica”, disse a diretora da Divisão de Ciência Planetária na sede da Nasa, em Washington, Lori Glaze. Agora, a equipe Osiris começará a avaliar se a espaçonave capturou o material, conforme esperado e, em caso afirmativo, quanto foi coletado. A meta é de, pelo menos, 60 gramas, o que é mais ou menos o equivalente a uma barra de chocolate de tamanho normal.

Os engenheiros e cientistas usarão várias técnicas para identificar e medir a amostra remotamente. Primeiro, vão comparar as imagens da região Nightingale antes e depois do TAG, para ver quanto material de superfície se moveu em resposta à explosão de gás. “Nossa primeira indicação sobre se tivemos sucesso na coleta de uma amostra virá em breve, quando acessarmos a filmagem feita a partir da espaçonave”, disse o gerente de projeto adjunto da Osiris no Goddard Space Flight Center Michael Moreau. “Se o TAG causou uma perturbação significativa na superfície, provavelmente coletamos muito material”, acrescentou. Só em seguida, a equipe tentará determinar a quantidade de amostra coletada.

Caso constate que não foram coletadas amostras suficientes em Nightingale, outra manobra será tentada em 12 de janeiro de 2021, quando a espaçonave pousará no local chamado de Osprey, uma área relativamente livre de pedras, dentro de uma cratera perto do equador de Bennu.

Lançada da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral na Flórida, em 8 de setembro de 2016, a Osiris chegou a Bennu em 3 de dezembro de 2018 para, em 31 de dezembro, começar a orbitar em sua órbita pela primeira vez. A espaçonave está programada para retornar à Terra em 24 de setembro de 2023, quando lançará, com a ajuda de um paraquedas, sua cápsula de coleta no deserto de Utah.

(Fonte: Agência Brasil)