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Países ricos e pobres devem redesenhar suas trajetórias de progresso e diminuir a pressão humana sobre o planeta, aponta relatório lançado, nesta terça-feira (15), pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

O documento inclui um novo índice experimental sobre o progresso humano. Ele reúne informações sobre as emissões de dióxido de carbono e a pegada material dos países (medida de extração de matéria-prima no mundo para atender à demanda nacional).

“O poder que nós, humanos, exercemos sobre o planeta não tem precedentes. Diante da covid-19, de temperaturas que quebram recordes históricos e de uma desigualdade que vem se reproduzindo, é chegado o momento de usar esse poder para redefinir o que entendemos como progresso, para que nossas pegadas de carbono e consumo não permaneçam ocultas”, disse Achim Steiner, chefe mundial do Pnud.

O 30º Relatório de Desenvolvimento Humano – “A Próxima Fronteira: Desenvolvimento Humano e o Antropoceno”, considera que as pessoas e o planeta estão entrando em uma era geológica inteiramente nova, o Antropoceno ou era dos humanos.

Saúde e educação

O documento apresenta uma variante experimental do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). De acordo com o Pnud, ao ajustar o IDH, que mede a saúde, a educação e o padrão de vida dos países, para incorporar dois outros elementos – emissões de dióxido de carbono e pegada material dos países –, o novo índice mostra a transformação que pode ocorrer no campo do desenvolvimento se o bem-estar das pessoas e a integridade do planeta forem considerados conjuntamente para definição do progresso humano.

O levantamento se refere ao ano de 2019 e, portanto, ainda não avalia os impactos da pandemia de covid-19 no desenvolvimento humano. Entretanto, já projeta uma quebra na curva ascendente dos países nas dimensões humanas para o próximo relatório, o que pode indicar que a atual pandemia é resultado do desequilíbrio ambiental.

Segundo a pesquisa, as novas estimativas preveem que, até o ano 2100, os países mais pobres poderão enfrentar até mais 100 dias de clima extremo por ano devido à mudança global do clima. Para o Pnud, esse número pode ser cortado pela metade se o Acordo de Paris for totalmente implementado.

Brasil

Segundo o novo índice ambiental, o Brasil sobe dez posições no “ranking” neste IDH específico. Segundo o relatório, o índice não significa um avanço do país ao considerar a pressão ao meio ambiente.

Atualmente, o Brasil está na 84ª posição no “ranking” do IDH entre 189 nações e se encontra no grupo dos considerados com alto desenvolvimento humano. O Brasil caiu cinco posições em relação ao índice medido em 2019.

Enfrentamento

O relatório indica, ainda, que essas desigualdades poderiam ser enfrentadas com ações do setor público e oferece exemplos que vão desde a aplicação de regimes fiscais mais progressivos à proteção das comunidades costeiras por meio de investimentos preventivos e mecanismos de seguro, medidas que poderiam proteger até 840 milhões de pessoas nas regiões costeiras do mundo.

Para o Pnud, no entanto, esforços devem ser feitos de forma articulada para que as medidas adotadas não contribuam ainda mais para o confronto das pessoas com o planeta.

(Fonte: Agência Brasil)

Paulinho— Foto: Jamile Alves/G1 AM

O cantor Paulo César Santos, o Paulinho, 68 anos, integrante do grupo Roupa Nova, morreu na noite dessa segunda-feira (14), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Copa D'Or, zona sul do Rio. Em setembro, ele passou por um transplante de medula óssea para tratar de um linfoma. No procedimento, foram utilizadas as próprias células do paciente.

No mês passado, Paulinho foi internado com covid-19. A morte de Paulinho foi confirmada pela banda e, logo depois, o hospital confirmou a morte do cantor. “O Hospital Copa D'Or lamenta a morte do paciente Paulo César dos Santos na noite desta segunda-feira e informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes”.

No Facebook da banda, ontem à tarde, foi escrito um comunicado sobre o estado de saúde do cantor Paulinho, que tinha deixado a UTI para tratamento da covid-19 e estava agora em outra UTI.

“Boa tarde pessoal, recebemos novas notícias do nosso querido Paulinho e viemos compartilhar com vocês. Ele segue hospitalizado na UTI (não COVID), agora em estado delicado e precisando de cuidados mais específicos. Vamos continuar orando e mandando pensamentos positivos. Obrigado a todos por tanto carinho”.

Trajetória

Além de cantor, Paulinho também tinha a função de percussionista no grupo Roupa Nova, há mais de 40 anos. Ele estava na banda desde a formação original.

Com uma voz potente e marcante, Paulinho cantava como vocalista principal em diversas músicas do grupo Roupa Nova, incluindo sucessos como “Canção de Verão”; “Clarear”; “Sensual” (na versão original de 1983); “Volta pra Mim”; “Whisky a Go-Go”; “Linda Demais”; “Meu Universo É Você”; “Vício”; “De Volta pro Futuro”; “Chama”; “Asas do Prazer”; “Os Corações não São Iguais”; “Maria Maria”; “Felicidade”, além de outras canções mais recentes.

Com o grupo, o cantor recebeu, em 2009, um dos maiores prêmios da indústria fonográfica, o Grammy Latino de melhor álbum pop contemporâneo brasileiro, categoria em que o Roupa Nova concorreu com nomes como Rita Lee, Ivete Sangalo, Skank e Jota Quest.

(Fonte: Agência Brasil)

A prática regular de atividades físicas contribui, e muito, para que as pessoas tenham uma saúde melhor. E foi exatamente pensando nisso, que a Federação Maranhense de Tênis (FMT) promoveu, em parceria com a administração do Parque Rangedor, a primeira edição da Copa de Tênis Rangedor – categoria 40+. Além do caráter esportivo e de competição, o torneio também serviu para conscientizar e incentivar a campanha de combate ao câncer de próstata que, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é o segundo câncer mais comum entre os homens no Brasil.

Idealizador da competição, o presidente da FMT, Clineu Coelho, destacou a importância de conscientizar as pessoas sobre os cuidados e os riscos do câncer de próstata. “É preciso que as pessoas entendam da necessidade em prevenir sobre este tipo de câncer. Para isso, os homens devem acabar com o preconceito e se cuidar da maneira correta. É dessa forma que teremos uma vida mais saudável. A FMT apoia causas como o Outubro Rosa e o Novembro Azul por entender a importância de cuidar da saúde”, explicou.

Se fora de quadra os participantes da Copa de Tênis Rangedor – categoria 40+ estavam unidos no combate ao câncer de próstata, quando os jogos começaram era cada um por si. A competição foi marcada por partidas emocionantes e bem equilibradas.

Considerada um sucesso, a Copa de Tênis Rangedor consagrou Guilherme Freitas, campeão do torneio. Na grande final, Guilherme derrotou Dalro Santos e garantiu o troféu. “Foi uma competição muito disputada do início ao fim. Tivemos grandes partidas e uma final muito boa. A FMT agradece a cada tenista, em especial ao Guilherme Freitas pela conquista”, disse o presidente da Federação Maranhense de Tênis.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

A temporada de 2020 foi bem atípica devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), mas nem por isso deixou de ser vitoriosa e especial para a kitesurfista maranhense Socorro Reis, do Time Fribal. Principal atleta feminina de kitesurfe do país, Socorro Reis voltou a mostrar que vive uma fase espetacular. Desta vez, ela brilhou no Pan-Americano e novamente colocou o Maranhão e o Brasil no topo da modalidade. Na competição realizada em Puerto Valero, na Colômbia, a maranhense, que é patrocinada pela Fribal e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, conquistou duas medalhas: foi ouro na disputa de duplas mistas ao lado do também maranhense Bruno Lobo, e foi bronze no individual feminino.

Principal competição deste ano, o Pan-Americano na Colômbia comprovou o talento de Socorro Reis no kitesurfe. A maranhense chegou como uma das favoritas ao título e não decepcionou ao conseguir esses dois expressivos resultados. O título na categoria de duplas mistas ao lado de Bruno Lobo foi bastante comemorado pela kitesurfista, já que essa modalidade fará parte do programa da Olimpíada de 2024, em Paris.

“Foi a primeira vez que competimos em dupla, que é a modalidade olímpica. Foi uma competição muito bacana, e conseguimos levar todas as regatas em primeiro. Serviu de aprendizado para algumas coisas que temos que melhorar, mas a experiência foi incrível. No final de tudo, foi um campeonato muito bom para aprendizado, para nossa evolução. Estou voltando para casa com muitas lições, com algumas coisas para regular, reinventar, aperfeiçoar”, afirmou.

Bronze na raça

Na disputa da categoria individual feminino, Socorro Reis conquistou a medalha de bronze, ficando atrás da norte-americana Kirstin O'Brien e da colombiana Lizeth Loaiza, campeã e vice, respectivamente. O desempenho da maranhense poderia ter sido melhor, mas as condições climáticas e alguns incidentes nas regatas iniciais atrapalharam a kitesurfista do Time Fribal na busca por mais um título internacional.

“Na Colômbia, as condições foram de ventos fortes nos três primeiros dias, e o mar ficou um pouco mexido. Acabei me envolvendo em ‘enroscos’ com o atleta canadense no primeiro dia, o que danificou meu equipamento. Com o incidente, perdi muitas regatas, e isso prejudicou a minha pontuação final. Porém, tirei muitas lições e, agora, é treinar para evitar esses erros”, explicou a maranhense.

Apesar dos problemas nas primeiras regatas do Pan-Americano, Socorro Reis se recuperou e foi muito bem nas provas finais para subir no “ranking” e garantir um bronze na raça para coroar sua participação em Puerto Valero. “No geral, fico muito animada por essa experiência que tivemos. Percebi que estou competindo de igual com as meninas de fora, e isso me deixa muito feliz. Vi que posso dar muito mais, aprender muito mais e posso conseguir melhores resultados”, concluiu.

“Rainha dos Mares”

Vale lembrar que não é de hoje que Socorro Reis soma grandes conquistas. Antes da pausa das competições de kitesurfe devido à pandemia, atleta do Time Fribal já colecionava resultados bastante expressivos em nível nacional e internacional. Nos Jogos Mundiais de Praia, competição realizada no Catar, Socorro Reis foi a única brasileira na disputa e ficou no top 10 em várias regatas. No fim do ano passado, sagrou-se campeã do Campeonato Centro e Sul-Americano.

Nesta temporada, a maranhense ganhou o tetracampeonato brasileiro consecutivo e o título da etapa nacional do Mundial (Hydrofoil Pro Tour). Antes, ela já havia sido campeã do Floripa Foil Festival e da Fórmula Kite Ceará.

(Fonte: Assessoria de comunicação)

Paulo Augusto Nascimento Moraes partiu um dia para a iluminação dos astros que devem tê-lo recebido com aquela mesma oração a Cassiano Morto, rezada pelo mestre Austregésilo de Ataíde: “assim, vendo-te inerte, não nos espanta nem aflige essa imobilidade natural, pois diante dos nossos olhos está o momento erguido...”.

Paulo foi uma alma emotiva, liberta, um poeta lúcido, cheio de sentimentos puros, um jornalista de estilo claro e elegante, um intérprete da noite, da noite que o fez e para sempre, bruxo e cancioneiro, um homem desprovido daqueles maldizeres e malsinares que sempre conviveram mesquinhamente em nossa província, anunciados pela prédica do Padre Vieira no seu “Sermão da Sexagésima”.

Ficaram-me, na lembrança, muitas imagens do poeta, dentre elas, junto à sua irmã querida Nadir Adelaide Nascimento Moraes, todas as manhãs no sobradinho da família na Rua dos Afogados, onde ia tomar o café e ler os jornais. Ali, as conversas aconteciam envoltas em saudosismos e gostosas gargalhadas, onde sempre a figura central era o pai, o velho Nascimento Moraes, jornalista, escritor e professor catedrático do Liceu Maranhense, autor de vários livros, e figura exponencial da história intelectual do Maranhão; e da mãe, Ana Augusta com quem Paulo não aprendeu a tocar piano, por mais que ela quisesse, porque o velho Nascimento, deitado numa rede preferia que seu filho querido ficasse detrás de uma porta a recitar “Os Lusíadas” em voz alta, para amenizar, pelo menos, aquela sua gagueira familiar, marca registrada de todos os filhos de Nascimento, o que nele, Paulo, não ficaria bem, principalmente para tornar convincente a assertiva do velho: “Era melhor ser orador que pianista, porque a mágica da palavra é o veículo do pensamento, parafraseando Teilhard de Chardin, dizia Nascimento à Dona Sinhá, como era chamada pelos íntimos, a mãe de Paulo Moraes, também educadora e Senhora das mais distintas e elegantes que conheci.

Ficou-me do poeta, aquele Paulo a escrever sua crônica diária em casa de Nadir, sua irmã do peito, na varanda, no corpo da casa, onde funcionava o Instituto Raimundo Cerveira, um sobradinho de azulejos na Rua dos Afogados esquina com Rua de Santaninha; aquele Paulo em casa de Emília, sua companheira querida, e mãe extremada e carinhosa de Paulo de Tarso, na época o pequeno Paulinho, hoje, como não poderia ser diferente, também professor e, mais, consultor de língua portuguesa; lembranças de Paulo a cruzar a Praça João Lisboa, a Benedito Leite, e em outras e tantas paisagens, principalmente nos arrabaldes da cidade; lembranças de Paulo a sair fantasiado de fofão em dias de Carnaval, a se fazer logo conhecido porque o anonimato não convivia consigo, nem por brincadeira. Ficou-me para todo sempre do poeta, aquele Paulo a declamar e a fazer gestos largos e envolventes com as mãos, dizendo pausadamente aos ventos das praças e às algaravias dos botecos:

“Aquarelas de luz numa tarde de agosto...! / e bem junto de nós a canção das cigarras... / e, no azul deste céu, o agitar das fanfarras / destes ventos do sul a beijar o Sol-Posto! / Fim de tarde a cair sem o mal de um desgosto!... / e este mar a gemer como sons de guitarras... / e este amor a morrer, a quebrar as amarras / dessa grande aflição que ilumina o teu rosto!... / Caminhemos então!... Tudo é sombra, querida!... / As cigarras cantando!... as cigarras cantando / afugentam de nós as tristezas da vida! /esta tarde morreu!... tu mo afirmas, num beijo! / eu te digo que não, entre prantos, chorando, / tu me dizes que sim, sepultando um desejo”.

Lembranças de Paulo com as pernas cruzadas, a falar e a rir como se a vida nunca lhe tivesse dado porradas, gargalhando na amplidão das noites que lho assistiam ao talento, à criação e a contemplação das estrelas que respingavam luz nas madrugadas da velha Ilha, que o ouvia melancólica e ao mesmo tempo alegre, porque dela ele era seu cronista maior.

Ficaram-me de Paulo seus olhos ao longe, parados como “poemas de amor que morrem sem rima”, a tagarelar mentalmente lembranças do passado, entre saudades e vivências, envoltas em boêmias dispersas na noite, espalhadas com ternura pelo silêncio da cidade.

Ah, quantos auroras raiamos juntos, quantos poemas juntos declamamos, quantas amenidades apostilamos no Largo do Carmo, no Bar do Castro, no Narciso, no Pataquinha ou na “Base do Cabral”, na Vila Passos, seu compadre e seu amigo, que no sepultamento de Paulo abriu duas garrafas de cerveja; uma ele bebeu ali, e a outra ele derramou no esquive do ilustre morto, a cumprir, assim, um acordo que ambos fizeram; quantas lembranças!... e ela, a poesia, com música, e mulheres... e Paulo Moraes a cantar acompanhado pelo saxofone do Zé Chagas, que o enxaguava com cerveja para limpar-lhe o azinhavre, e pelo assobio do meu pai, um português que eu, seu filho, o tinha como um irmão mais velho, porque ele, além de meu companheiro, era meu herói; loas dedico-lhe também neste dedo de prosa, a ele, meu pai velho-de-guerra, da família dos “boa gentes”, dos mais finos que conheci, o qual, se não fosse meu pai, tê-lo-ia implorado a Deus que o fosse.

Pois bem, voltando ao pé da conversa, ficou-me de Paulo sua lembrança aos sábados pela manhã, na redação do “Jornal do Dia”, naquele tempo, Paulo escrevia crônicas sobre os conflitos entre Egito e Israel, sem nunca ter cumprido a promessa de ir a Jerusalém receber a comenda que lhe outorgara o Estado Judeu, por meio do seu embaixador no Brasil, leitor de seus apontamentos. Paulo tinha medo de viajar de avião e não pretendia morrer, tampouco, nas Colinas de Golã, na Faixa de Gaza. Era preferível ficar por aqui mesmo curtindo uma cervejinha gelada, sob a lua de São Luís que já lhe derramara prata suficiente nos cabelos.

Ficaram-me de Paulo, suas histórias na Galeria Cruzeiro, no Rio de Janeiro, a declamar seus versos e dos outros, ante as atenções retidas de outros boêmios e artistas; de Paulo repórter a riscar com batom corpos de mulheres na Lapa, para denunciar, nas páginas de “O Jornal”, onde trabalhava, órgão dos Diários Associados, o famigerado Padilha, delegado de polícia, que à época ficou conhecido por chicotear moças da vida airada em Copacabana, conseguindo, assim, Paulo, envolvê-lo num processo jornalístico-criminal e dar um basta naquele exercício de tirania; lembranças de Paulo a discursar no Cemitério do Caju, no enterro do nosso conterrâneo e genial poeta Catulo da Paixão Cearense, a arrancar lágrimas de muita gente, inclusive do nosso querido e já falecido amigo, William Soares de Brito, o saudoso “Lilico”, companheiro de boêmia de Paulo e médico radicado ao tempo no Rio de Janeiro, onde detinha grande clientela, pela sua abnegação e competência à Ciência de Hipócrates.

Este é Paulo Augusto Nascimento Moraes que me legou um dia o luar dos seus cabelos, envolto em saudades e em noites de abusão por esta São Luís que, aos poucos, se desmancha em sal sob a mortalha de um doloroso e cruel esquecimento, e já quase sem memória sob o Sol.

* Fernando Braga, advogado, poeta e ensaísta.

O Brasil conquistou, nesse domingo (13), o título do 1º Mundial de Futebol de Areia Raiz após derrotar, na decisão, a França por 4 a 2 na Arena Gladiadores da Bola, no Parque Olímpico do Rio de Janeiro. A partida teve transmissão ao vivo da TV Brasil.

Como toda grande decisão entre Brasil e França, a partida foi repleta de emoção e lances bonitos.

Favoritismo do Brasil

Como o Brasil já havia vencido a França por 5 a 3 na primeira rodada da fase de grupos do Mundial de Futebol de Areia Raiz, a seleção canarinho chegava à decisão na condição de favorita.

E essa condição não pesou em momento algum para a equipe comandada pelo técnico Henrique da Conceição, o China. Assim, logo aos 2 minutos, o Brasil abriu o placar com Gabriel Novaes, que, após receber passe pelo alto, bateu de primeira, rasteiro, para a bola passar no meio das pernas do goleiro Bruno Ferry.

Porém, a França mostrou ser uma adversária competitiva e empatou aos 7 minutos. O camisa 10 Florent Sinama-Pongolle chutou cruzado, a bola saiu mascada, mas o goleiro Jocimar não conseguiu defender.

O Brasil voltou a ficar na frente novamente aos 11 minutos, quando Pedrinho Carioca bateu muito bem um tiro livre para vencer o goleiro Bruno Ferry.

Ainda no primeiro tempo, aos 16 minutos, Florent Sinama-Pongolle acertou voleio, Jocimar espalmou, e a bola sobrou para Benjamin Deukmedjian apenas conferir.

O empate por 2 a 2 permaneceu até o intervalo. Mas, logo no início da etapa final, o Brasil volta a ficar na frente logo no segundo minuto, quando Pedrinho Carioca marcou seu 13º gol na competição em tiro livre direto (garantindo a artilharia da competição).

A seleção brasileira continuou melhor e, aos 16 minutos, chegou ao quarto gol, quando Gabriel Novaes cobrou falta para Guto Maranhão, que girou em cima da defesa e chutou mascado para a bola passar por baixo das pernas do goleiro Bruno Ferry.

A partir daí, o Brasil administrou a vantagem e comemorou o título do Mundial de Futebol de Areia Raiz.

Terceiro lugar

Pelo terceiro lugar, Colômbia e Uruguai fizeram uma das partidas mais disputadas do campeonato, com empate em 4 a 4 no tempo normal. Na decisão por pênaltis, os colombianos levaram a melhor: 2 a 0.

Prevenção à pandemia

Por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19), a competição foi disputada sem a presença de púbico. As delegações e toda a equipe de organização e transmissão do evento fizeram testes de covid-19 antes do início da competição. A arena também seguiu todos os protocolos de higienização e de prevenção de aglomerações.

(Fonte: Agência Brasil)

O Senado deve votar, nesta semana, o Projeto de Lei (PL) 4.372/2020, que regulamenta o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O Projeto de Emenda à Constituição (PEC) que torna o fundo permanente foi aprovado pelo Congresso em agosto e promulgado.

A regulamentação de que trata o PL 4.372 é necessária para que os recursos do fundo possam ser utilizados em 2021. Por isso, ele precisa ser aprovado ainda este ano. De acordo com o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, pautará o projeto para a próxima sessão, na terça-feira (15). O PL foi aprovado pela Câmara na última quinta-feira (10).

O texto define detalhes do repasse de recursos do fundo às escolas. Na aprovação, os deputados incluíram a possibilidade de destinação de 10% dos recursos do Fundeb para instituições filantrópicas comunitárias, confessionais e para educação profissionalizante, inclusive promovida por entidades do Sistema S (Senai e Senac) – já financiadas pela taxação de 2,5% sobre a folha de pagamento das empresas brasileiras. Esses valores são recolhidos com os tributos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O Fundeb atende todas as etapas anteriores ao ensino superior e representa 63% do investimento público em educação básica. Os recursos do fundo são destinados às redes estaduais e municipais de educação, conforme o número de alunos matriculados na educação básica. O fundo foi criado em 2007, substituindo o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), e perderia a validade no fim de 2020.

O investimento do país em educação é, atualmente, de R$ 3,6 mil por aluno. Na estimativa do senador Flávio Arns (Podemos-PR), relator da PEC do Fundeb no Senado, o investimento chegará a R$ 5,5 mil por aluno em 2026. Ainda em agosto do ano passado, na época da votação da PEC na Casa, ele afirmou que se o Fundeb não existisse, o investimento seria em torno de R$ 500 por aluno.

(Fonte: Agência Brasil)

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Memorial de Paulo Augusto Nascimento Moraes – para a coleção “Crônicas Maranhenses”.

[Paulo Augusto Nascimento Moraes, São LuÍs (MA), 23/11/1912 – São Luís (MA), 11/9/1991].

Por incrível coincidência, as coisas naturais só se nos fazem ratificar a assertiva de que nada acontece por acaso, daí a sincronicidade de há muito estudada por Karl Jung.

Refiro-me ao quarto centenário de São Luís, fundada, em 12 de setembro de 1612, pelo fidalgo francês Daniel de La Touche Monsieur de La Ravardière, ao tempo do Rei-Menino Luís XIII, com o centenário de vida de Paulo Augusto Nascimento Moraes, nascido em 23 de novembro de 1912, o cronista que cantou nossa Cidade com seus gestos de amores por ela e, que, também, por ela chorou lágrimas de dores e saudade.

Enquanto São Luís era fundada sob a égide de uma monarquia europeia, trezentos anos depois, nascia no seio de uma aristocracia de professores, egressa do sentimentalismo escravo, Paulo Augusto Nascimento Moraes.

Assim, tanto São Luís como Paulo nasceram ligados por um mesmo espírito; a Ilha o inspirava, e ele escrevia “O Retrato da Cidade”. E morreu abraçado àquela paisagem de amores e poesias, feliz por não a ter decepcionado, porque dalgum lugar onde se achava, voltava sempre para encontrá-la, como aquele estroina que partira um dia...

A incrível coincidência que aqui me refiro, cabe ao fruto do amor do talento de Paulo Moraes e da bondade e querença maternal de Emília, sua mulher pela vida inteira, a educarem ambos, Paulo de Tarso, único filho do casal, o qual era ainda um garoto, como o Rei-Santo de França, quando saí de São Luís; um menino dedicado aos estudos, sem fugir à tradição da sua família. Paulo de Tarso fez-se professor de português e consultor dessa nossa “Última Flor do Lácio inculta e bela”, cujo idioma Camões cantou o gênio audaz do lusitano na epopeia maior de “Os Lusíadas”, enquanto, à noite, nas soturnas ruas de Lisboa, no apogeu do século XVI, pedia esmolas... e Paulo de Tarso com o faro do pesquisador, vindo, por certo, do atavismo do seu tio Nascimento Moraes Filho (José) reuniu em livro que intitulou de “A Volta do Boêmio – Crônicas Maranhenses”, escritos do pai, para presentear a São Luís de agora, o cronista, o articulista e o poeta que foi Paulo Nascimento Morais, a par com o boêmio, com o esbanjador de talento, com o orador e, sobretudo, com o humanista, reconstrutor nas últimas décadas do século passado, em São Luís, de outra “Belle Époque” que todos nós vivemos intensamente, como a viveu no passado, o velho mestre Nascimento Moraes, seu pai, no começo daquele mesmo século, quando escreveu várias obras de fôlego, dentre elas “Vencidos e degenerados”, que a crítica o tem, como trabalho sociológico, o topofísico, em síntese, de “O Mulato”, de Aluízio Azevedo, na quietude daquela São Luís de seu tempo, de ares burgueses e de convivência intelectual europeia, a respirar da cidade o purismo brilhante dos jovens da época que formavam a plêiade de “Os Novos Atenienses”.

Orgulho-me em ter tido Paulo Moraes como companheiro querido em minhas andanças literárias, em tê-lo tido do meu lado, e recebido dele uma amizade recíproca e um amor paternal e, com ele, aprendido muitas lições de vida e declamado, pelas madrugadas da Cidade, poesias que se foram com os ventos marítimos que varrem a Ilha, a nossa velha e querida Ilha...

Era no poeta que Paulo Nascimento Moraes, em si, mais existia: “Meus versos / tenho-os impressos e nítidos, / na doçura de um riso de criança / ou na expressão dolorosa de um cego / sob o batismo de um Sol-poente”.

Neste livro, vivencia-se apenas o jornalista brilhante, a escrever seus textos em forma de artigos onde seu lirismo se limita com o emocional que sempre gritou em seu peito ou, então, em artigos onde a coerência e o bom senso de suas análises transcendiam, quase sempre, para a política internacional.

Certa vez, Paulo Augusto Nascimento Moraes, o cronista, o poeta, o articulista, o orador e, principalmente o humanista, sem querer, mas levado pela insistência do irmão Nascimento Moraes Filho (José) e de alguns amigos, como Erasmo Dias e Fernando Viana, reuniu todas suas emoções em “Aquarelas de Luz”, o qual, a ser publicado, arrancou do poeta, lá do fundo de sua alma, esse canto de adeus que ele emoldurou dizendo: “Aquarelas de Luz ilumina-me na velhice com teu Azul vestido de pássaros eternamente voando, banhado de Ocaso. Não te pude guardar, como dantes. Agora, tu te libertas de mim para curiosidade dos outros. E eu te ficarei olhando neste bater de asas”.

Paulo Augusto Nascimento Moraes, como seu pai, José Nascimento Moraes e Nascimento Moraes Filho, seu irmão, pertenceu à Academia Maranhense de Letras, onde ocupou a Cadeira 16, patroneada por Raimundo da Mota d’Azevedo Correia e fundada por Raimundo Correia de Araújo.
Este é Paulo Augusto Nascimento Moraes que me legou, um dia, o luar dos seus cabelos, envolto em saudades e em noites de abusão a cair sobre a nossa cidade de São Luís, e a nos deixar em “Aquarelas de Luz”, além dos belos versos, sua imagem impressa de corpo inteiro e de alma extensa, como se me segredasse: “És tu, Fernando, que irás dizer isso um dia...” E disse!

* Fernando Braga, in prólogo para o livro no título acima anunciado, enfeixado também em “Conversas Vadias”, antologia de textos do autor.

O Sesc de São Paulo está com 18 exposições abertas no Estado, nas unidades da capital, interior e litoral. No entanto, o público só poderá visitar as mostras de forma presencial mediante agendamento prévio “on-line” no “site” da instituição. A entrada é gratuita.

De acordo com o Sesc, para assegurar o distanciamento recomendado entre os visitantes, as vagas para sessões são limitadas e variam conforme a unidade, sempre respeitando o limite de até cinco pessoas a cada 100 metros quadrados. O uso de máscara é obrigatório durante todo o período de permanência na unidade.

Entre os destaques, está a mostra Oficina Molina – Palatnik, no Sesc Avenida Paulista. A partir de obras do Acervo Sesc de Arte e de outras coleções, a primeira exposição de Abraham Palatnik (1928-2020), desde seu falecimento em maio deste ano, vítima da covid-19, reúne obras de sua autoria e propõe diálogo com a produção artística do Mestre Molina (1917-1998).

No interior de São Paulo, ocorre a 15ª edição da Bienal Naïfs do Brasil, realizada pelo Sesc São Paulo na unidade Piracicaba. Com curadoria de Ana Avelar e Renata Felinto, a Bienal reúne obras de 125 artistas de 21 Estados brasileiros, além do Distrito Federal, e também conta com a participação das artistas convidadas Carmela Pereira, Leda Catunda, Raquel Trindade e Sonia Gomes.

No Sesc Rio Preto, a mostra PretAtitude – Emergências, Insurgências e Afirmações na Arte Afro-brasileira Contemporânea reúne trabalhos de artistas negros de diversas gerações, nomes consagrados e emergentes no circuito de arte brasileira. A curadoria é de Claudinei Roberto da Silva.

Veja a programação completa aqui.

(Fonte: Agência Brasil)

Dos mais de 360 monumentos que homenageiam personalidades e fatos históricos na cidade de São Paulo, menos de 3% representam pessoas negras e indígenas. Levantamento realizado pelo Instituto Pólis avaliou 367 monumentos oficiais da capital paulista, com o objetivo de identificar como essa população é representada na história visual da cidade.

Das 367 obras, 200 retratam figuras humanas, mas apenas cinco são de pessoas negras, sendo quatro figuras masculinas e uma feminina. Em relação a representações de indígenas, quatro estátuas trazem a temática, todas de figuras masculinas. Monumentos em homenagens a homens brancos somam 137 obras. O estudo foi feito a partir de dados da plataforma GeoSampa, mapa digital da cidade, e está disponível no “site”.

“Além de um número infinitamente menor, os monumentos dedicados a pessoas negras e indígenas têm dimensões reduzidas. As obras erguidas às pessoas brancas são muitas e diversas e garantem complexidade às identidades representadas. Enquanto negros e indígenas têm suas histórias apagadas como um projeto de manutenção do poder e da hegemonia branca”, disse a pesquisadora Cássia Caneco, responsável pelo levantamento com Felipe Moreira, ambos do Instituto Pólis.

Para os pesquisadores, a sub-representação de pessoas negras e indígenas nos monumentos da cidade evidencia o racismo estrutural. Além da importância do tamanho e da quantidade dos monumentos, é preciso abrir espaço para suas narrativas.

A escultura da Mãe Preta, a única que representa uma mulher negra na cidade, localizada no Largo da Paissandu, um bairro historicamente negro do centro, retrata uma ama de leite com formas distorcidas, com a cabeça menor do que o resto do corpo. Os pesquisadores avaliam que essa representação condiciona e reforça a ideia de controle e subalternidade das mulheres negras.

Em relação à dimensão, a imagem da Mãe Preta tem 3,6 metros, enquanto a escultura do bandeirante Borba Gato, obra do mesmo artista, tem quase 13 metros de altura. “Controlar a forma, a história e as narrativas são um instrumento poderoso. Não basta apenas termos mais monumentos de negros e indígenas, é preciso que essas obras tragam também seus pontos de vista”, disse Moreira.

Estátua Índio Caçador, do escultor João Batista Ferri, na Avenida Vieira de Carvalho – Rovena Rosa/Agência Brasil

O levantamento avaliou ainda os bairros em que estão localizados os monumentos. A maioria deles está localizada na região central e em bairros nobres: Moema, Sé, República, Jardim Paulista e Consolação são os distritos com mais esculturas, sendo 44, 43, 37, 24 e 23 monumentos respectivamente. Por outro lado, 39 distritos – a maioria com localização periférica – não têm nenhum monumento, e 21 contam com apenas uma obra. A capital tem um total de 96 distritos.

“Escolher posicionar a maior parte dos monumentos na região central, em áreas já valorizadas da cidade, não é um acaso e sim um projeto. O mesmo que promove despejos, remoções e valores proibitivos de acesso à terra nessas áreas”, segundo avaliação dos pesquisadores sobre a desigualdade existente entre as regiões da capital paulista.

(Fonte: Agência Brasil)