Milhões de estudantes de todo o país fazem, neste domingo (24), a segunda prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os candidatos poderão fazer uma revisão do conteúdo de ciências da natureza e suas tecnologias e de matemática e suas tecnologias neste sábado (23), no Maratona Enem, ao vivo, das 14h às 18h, pela TV Brasil.
Neste terceiro programa Maratona Enem, os candidatos poderão revisar o conteúdo da segunda prova do exame em aula com tradução simultânea em libras. As aulas serão transmitidas em sinal aberto e fechado de televisão e por streaming no site e nas redes sociais da TV Brasil (YouTube, Facebook e Twitter). Além disso, a Agência Brasil faz a transmissão web ao vivo.
As transmissões contam com um QR Code que direciona os alunos para o repositório on-line de materiais de apoio relacionados às aulas. Esses conteúdos – resumo teórico do tema e resolução de questões - podem ser baixados pelos estudantes. O programa é uma iniciativa do Ministério das Comunicações com a Secretaria de Educação do governo do Distrito Federal.
Ao todo, cerca de 5,8 milhões de estudantes estão inscritos no exame. Além da versão impressa, nos dias 17 e 24 de janeiro, o Enem 2020 terá uma versão digital, realizada de forma piloto para 96 mil candidatos, nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro. Estudantes que não puderam fazer as provas por estarem com covid-19 ou outra doença infectocontagiosa prevista no edital, poderão pedir a reaplicação da prova, nos dias 23 e 24 de fevereiro.
A TV Brasil transmite o terceiro aulão nos seguintes canais:
Além do Maratona Enem, a TV Brasiltambém faz a correção das provas com o especial Caiu no Enem, logo após o horário do exame amanhã, ao vivo, das 19h30 às 21h. O programa traz flashes com a cobertura da avaliação, povo-fala com os candidatos e trechos da coletiva do Ministério da Educação.
Amanhã (24), estudantes de todo o país fazem a segunda prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. Eles terão 5h para resolver questões de matemática e de ciências da natureza. Encerrada a aplicação do Enem impresso, o gabarito das provas objetivas deverá ser divulgado até dia 27 e, as notas finais, no dia 29 de março.
Algumas dicas podem ajudar os estudantes nesse segundo dia de aplicação. A primeira delas é conhecer as regras do exame e estar atento ao que pode e ao que não pode levar no dia da prova. Por causa da pandemia do novo coronavírus, o Enem terá regras especiais de biossegurança. Este ano, além do documento oficial de identificação com foto e da caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, itens obrigatórios também nos exames anteriores, a máscara de proteção facial passa a integrar essa lista.
É recomendado que os participantes levem máscaras extras para trocar durante a prova. Haverá, nos locais de prova, álcool em gel para que os estudantes higienizem as mãos, mas é permitido que os participantes levem seu próprio produto caso desejem.
Os participantes podem levar também a própria água e/ou bebidas não alcoólicas e lanche. Além disso, caso necessitem comprovar que participaram do exame, os estudantes podem, na Página do Participante, imprimir a Declaração de Comparecimento para cada dia de prova, informando o CPF e a senha.
A declaração deve ser apresentada ao aplicador na porta da sala em cada um dos dias. Ela serve, por exemplo, para justificar a falta ao trabalho.
É importante lembrar que participantes que estiverem com sintomas de covid-19 ou de outra doença infectocontagiosa não devem comparecer ao exame, mesmo que tenham participado do primeiro dia de aplicação. A medida é necessária para que o vírus não se espalhe e mais pessoas sejam contaminadas.
Nesses casos, os candidatos poderão fazer a prova na data da reaplicação, nos dias 23 e 24 de fevereiro. Para isso, poderão fazer o pedido pela Página do Participante até as 12h de hoje (23) ou a partir de segunda-feira (25).
Na reta final para a prova, professores entrevistados pela Agência Brasil, recomendam, entre outras coisas, que os estudantes descansem, que durmam e se alimentem bem. Na hora da prova, uma dica é conhecer as regras de correção da prova, que utiliza a chamada teoria de resposta ao item (TRI). As questões mais fáceis devem ser respondidas antes.
Esta edição do Enem traz algumas novidades relacionadas à acessibilidade. Leitor de tela, redação em braile e correção especial das provas de participantes autistas e surdocegos são algumas delas. As medidas somam-se a outras que vêm sendo adotadas pelo exame ao longo dos anos, como videoprova em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e provas com textos e imagens ampliados.
Enem 2020
O Enem 2020 terá uma versão impressa, que começou a ser aplicada no último domingo (17) e continua amanhã, e uma digital, realizada de forma piloto para 96 mil candidatos, nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
No primeiro dia de aplicação, o exame teve uma abstenção recorde de 51,5%. Do total de 5.523.029 inscritos para a versão impressa do Enem, 2.842.332 faltaram às provas.
O exame foi suspenso no Estado do Amazonas, onde 160.548 estudantes estão inscritos para as provas; em Rolim de Moura (RO), onde há 2.863 inscritos; e, em Espigão d'Oeste (RO), com 969, devido aos impactos da pandemia nessas localidades. Esses estudantes poderão fazer as provas também na reaplicação, nos dias 23 e 24 de fevereiro. Segundo o Ministério da Educação, foram cerca de 20 ações judiciais em todo o país contrárias à realização do exame.
A Federação Maranhense de Futebol 7 (FMF7) realiza, neste fim de semana, as decisões de duas categorias do Campeonato Maranhense da modalidade, ambas referentes à temporada 2020. No sábado (23), será conhecido o campeão estadual do Sub-17 e, no domingo (24), haverá a definição do vencedor no Sub-13. As duas finais ocorrerão na Arena Olynto, localizada no Bairro do Olho d’Água.
Devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), os torneios não puderam ser encerrados no ano passado. Mas, neste sábado, já haverá o primeiro grito de campeão. A partir das 9h40, as equipes do Corinthians Bequimão e do Vasco Academy decidirão o título da categoria Sub-17. O duelo tem tudo para ser bastante equilibrado, uma vez que os dois times chegam à decisão com grandes campanhas na fase de grupos.
Dono do melhor ataque da competição, o Corinthians Bequimão aposta nessa característica e com o artilheiro Calebe Assunção – autor de 6 gols – para ficar com o troféu de campeão. Por outro lado, o Vasco Academy tem a seu favor a sua invencibilidade. O time cruz-maltino ainda não perdeu no torneio e, nas semifinais, despachou o Meninos de Ouro/SRT com facilidade: 5 a 1.
Sub-13
No domingo (24), às 16h, é a vez da garotada do Sub-13 disputar a final da categoria. Em campo, as equipes do Jeito Moleque e do Meninos de Ouro/AABB decidirão o título. Um detalhe importante é que os finalistas estão invictos na competição.
Após garantir os 100% de aproveitamento na fase de grupos, o time dos Meninos de Ouro/AABB manteve a boa fase e eliminou a Ponte Preta (3 a 1) e o Juventude Maranhense (4 a 2) nas quartas de final e na semifinal, respectivamente.
Já o Jeito Moleque, precisou das disputas por shoot out para avançar nos mata-matas. Nas quartas de final, passou pelo Club Athletico Paranaense e, na semifinal, derrotou o Grêmio Maranhense para chegar à final de domingo.
Tudo sobre o Campeonato Maranhense de Futebol 7 está disponível no site (www.fut7ma.com.br) e nas redes sociais oficiais da federação (@fmf7ma).
O Morro Dois Irmãos, pelo lado de São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro, vai se transformar de hoje (22) até o domingo (24), em uma tela de cinema com dimensão equivalente a 500 metros, no evento Projeta Rocinha, sempre a partir das 19h. Serão exibidos longas, curtas, clipes, mensagens e intervenções poéticas, além de mensagens de saúde pública relacionadas à prevenção da covid-19 (#vacinajá). Os organizadores estimam uma plateia de 100 mil pessoas. O som será via streaming, com transmissão também pela rádio comunitária local.
“Os 100 mil moradores da Rocinha viverão a experiência de presenciar a maior projeção da América Latina, assistindo a conteúdos afirmativos que surgiram do vulcão de criatividade e atitude da própria favela, a vida que reluz na Rocinha”, disse a diretora e coordenadora-geral do evento, Mariana Marinho.
Com a pandemia do novo coronavírus (covid-19) e a necessidade do distanciamento prolongado, surgiu a preocupação com a saúde, tanto física quanto emocional dos moradores, explicou Mariana.
A proposta do Projeta Rocinha, segundo Mariana, “é oferecer arte como respiro, abrindo o início do novo ano, depois de meses seguidos de pandemia”.
“Trazer a força e grandeza do evento, transmitir o conceito de uma nova experiência nunca vivenciada antes. O evento tem o caráter divertido de um festival, mas, ao mesmo tempo, é empoderador, dando força à cultura, às minorias, à geografia do local, às ações e aos movimentos culturais já existentes na favela”, disse.
O Projeta Rocinha foi organizado pela Dona Rosa Filmes, da produtora Mariana Marinho, e por Maurício Soca, morador e produtor cultural da comunidade. A intenção é mostrar a força e a potência da considerada maior favela da América Latina. A preparação contou com a participação de artistas e moradores da comunidade na curadoria do evento.
Os três longas-metragens que serão exibidos já somaram cerca de 14 milhões de espectadores. Os filmes são Minha Mãe é uma Peça 3, de Susana Garcia; Fala sério, Mãe!, de Pedro Vasconcelos, e Gonzaga: de pai para filho, de Breno Silveira. Esse longa foi escolhido por representantes e artistas da comunidade, grande parte de origem nordestina.
Antes dos filmes serão projetados curtas-metragens, ente eles, Janelas Daqui, de Luciano Vidigal, realizado durante a pandemia, abordando os impactos da covid-19; Lá do Alto, também de Luciano Vidigal, filmado no Dois Irmãos; A fábula da Vó Ita, de Joyce Prado e Thalita Oshiro, que aborda a importância do cabelo crespo; e Alma Crespa, de Paulo China e Rebecca Joviano, sobre o feminismo negro.
Nos clipes musicais de diversos artistas, a programação vai exibir Pra dizer adeus, Sonífera ilha e Enquanto houver sol, dos Titãs; De ontem, Liniker e os Caramelows; Náufrago, de Majur; Fica em casa, de Marília Coelho; e Who’s that boy? e Te ligo e vc não atende, de Luthuly.
No ano em que o Farol Santander São Paulo completa três anos de existência, o espaço estreia sua programação com a exposição “A Arte da Moda – Histórias Criativas”, destacando a influência da revolução estética iniciada em Paris sobre artistas e personalidades do meio cultural, a partir de 1910.
Instalada nos andares 19 e 20 do edifício, a mostra traz 170 itens – muitos deles exibidos pela primeira vez em uma exposição – sobre a história da moda e a sua evolução do clássico ao contemporâneo. Aberta hoje (22), a exposição permanece até o dia 4 de abril.
A mostra apresenta as relações entre arte e moda e o desenvolvimento do trabalho de criação dos ateliês no Brasil e na Europa, especialmente na França. Entre os destaques, estão estilistas e marcas como Coco Chanel; Christian Dior e Coleção Rhodia, além de Itens originais do vestido de Tarsila do Amaral, usado em seu casamento com Oswald de Andrade, inéditos ao público.
Logo na entrada, uma linha do tempo destaca grandes nomes da moda francesa e brasileira por meio de registros fotográficos históricos, bijuterias de Yves Saint Laurent da coleção particular de Rose Benedetti, dos anos 60 e 70, além do corset de uma das peças da coleção “A Costura do Invisível”, de Jum Nakao. Há, ainda, a pintura “Vestido Verde” (1949), do artista gaúcho João Fahrion, desenvolvida em óleo sobre tela e pertencente ao acervo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul.
Um destaque é o acervo Coco Chanel, com três peças da coleção “Christian Dior Couture”. No 20º andar, o núcleo Mulheres Modernas traz Tarsila do Amaral, exibindo pela primeira vez peças do vestido de casamento da artista. Há, ainda, o quadro autorretrato, Manteau Rouge” (1923), pintado em óleo, que marcou a mudança de estilo de Tarsila para o cubismo.
No 20º andar, estão reunidas fotos históricas e ilustrações de moda art déco, feitas por artistas franceses, como George Barbier e Georges Lepape, dos anos 10 e 20, além de capas da revista “Vogue” dos anos 20, ilustradas pela artista americana Helen Dryden.
No acervo Fernanda Nadal, é possível ver amostras do bordado lunéville, técnica francesa de alta costura adotada pela designer paranaense, que explora também diferentes estilos de bordados manuais, matérias e texturas.
No 19º andar, o espaço interativo revela um ambiente com minirroupas inspiradas nos estilistas da mostra e bonecas feitas de magneto, em que crianças e adultos podem montar seus próprios looks com materiais disponibilizados. Na sala, estão expostos 10 vestidos da coleção Rhodia, das décadas 60 e 70, desenvolvidos por designers e estilistas com a colaboração de artistas da época como Dener Pamplona, Alceu Penna, Ugo Castellana, Fernando Martins, Hércules Barsotti, Alfredo Volpi e outros.
Na segunda-feira (25), dia do aniversário da cidade de São Paulo e da comemoração de seus três anos, o Farol Santander abrirá excepcionalmente para visitação.
O Farol segue com todas as medidas de segurança à saúde, como medição de temperatura e tapetes sanitizantes e secantes para ingresso no prédio; obrigatoriedade do uso de máscaras; dispensers de álcool em gel disponíveis em todos os andares do edifício e sinalizações para que todos respeitem o distanciamento de 1,5 metro e reforço no serviço de limpeza e higienização de todo o prédio.
O céu de 7 de janeiro de 2021 não passou desapercebido para Micaele Gomes, de 16 anos, que faz o terceiro ano do ensino médio na rede pública de São Paulo.
Em imagens captadas pelo telescópio do projeto Pan-STARRS1, que fica no alto de um vulcão inativo de cerca de 3 mil metros de altitude no Havaí, um corpo celeste com trajetória em linha reta chamou a atenção de Micaele.
Era um asteroide que foi, provisoriamente, identificado como P11bEV1.
A estudante faz parte do Projeto Caça Asteroides, ligado à Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), que foi selecionado por um programa da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), o International Astronomical Search Collaboration (IASC). A proposta da Nasa é contar com a cooperação de cientistas e cidadãos do mundo inteiro para descobertas sobre o universo.
Micaele Gomes, que já participou da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) diz que se orgulha de representar estudantes de escola pública e que espera inspirar outras meninas. ''Poder contribuir para a ciência desta forma representa muito a realização de um sonho. É muito legal ter um pouco dos meus sonhos registrados no espaço'.
A estudante integra um grupo, de cinco alunos, organizado pela graduanda em Física da Unesp, Helena Ferreira Carrara, como parte do projeto de iniciação científica da graduação e do Observatório de Astronomia de Bauru.
Os achados do projeto Caça Asteroides vão contribuir para os estudos de astrônomos profissionais, que nem sempre têm tempo para analisar as imagens capturadas pelos telescópios, destaca Helena.
Ela explica que a criação do projeto foi inspirada na filosofia da ciência cidadã e na inclusão de alunos, especialmente da rede pública, que enfrentam desafios para aprofundar pesquisas, mas que podem ajudar as agências espaciais, como é o caso de Micaele.
O asteroide descoberto por Micaele Gomes agora terá as características e rota analisadas por astrônomos profissionais, trabalho que pode levar até cinco anos.
Após esse período, o estudo será catalogado pelo Minor Planet Center (Harvard) e, então, poderá ser batizado pela descobridora. A proposta será, então, levada à União Astronômica Internacional, órgão que designa oficialmente essas identificações.
Sobre o nome, Micaele diz que, com calma, nos próximos dias ou meses, pensará em algo especial que represente bem este momento.
Começa, nesta sexta-feira (22), a segunda fase da Olimpíada Nacional de Ciências (ONC), uma das iniciativas do Programa Ciência na Escola, na qual estudantes concorrem a medalhas e certificados, que servem como uma primeira credencial no currículo.
Ao todo, mais de 2 milhões de estudantes do ensino médio e dos 8º e 9º anos do ensino fundamental se inscreveram este ano na ONC, que é a maior olimpíada do conhecimento em ciências do país.
A primeira etapa foi realizada em agosto, por meio do aplicativo da ONC, disponível para celulares com sistemas operacionais Android e iOS. A segunda etapa, que seria realizada em setembro, acabou adiada em razão da pandemia de covid-19.
O programa da segunda fase é o mesmo da primeira fase, e pode ser consultado no site oficial da ONC. Participam deste segundo momento todos que obtiveram desempenho acima da nota de corte nas primeiras provas. O resultado da primeira etapa pode ser consultado aqui.
O ONC é realizada em conjunto pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), Associação Brasileira de Química (ABQ), Instituto Butantan, Sociedade Astronômica Brasileira e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A iniciativa conta com o incentivo do Ministério da Ciência e Tecnologia.
O prazo para inscrição no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) foi prorrogado para a próxima segunda-feira (25). As inscrições podem ser feitas pelo site do exame.
O período para que os participantes solicitem atendimento especializado e tratamento pelo nome social para o exame também foi prorrogado até as 23h59 do dia 25. A aplicação das provas para o ensino fundamental e médio está prevista para o dia 25 de abril em todos os Estados e no Distrito Federal.
O Encceja permite conceder o diploma de conclusão do ensino fundamental ou médio para jovens e adultos que não conseguiram obter o documento na idade prevista.
"A participação no Encceja Nacional 2020 é voluntária, gratuita e destinada a jovens e adultos que não concluíram os estudos na idade apropriada para cada etapa de ensino, desde que tenham, no mínimo, 15 anos completos para o ensino fundamental e, no mínimo, 18 anos completos no caso do ensino médio, na data do exame", informou o Ministério da Educação.
Provas objetivas e redação
O exame é constituído de quatro provas objetivas, de acordo com o nível de ensino, contendo, cada uma, 30 questões de múltipla escolha nas áreas de ciências naturais, matemática, língua portuguesa, língua estrangeira moderna, artes, educação física, história e geografia. O candidato também será avaliado por meio de uma redação.
Ausência e ressarcimento
O edital do Encceja 2020 prevê que o participante inscrito que não comparecer para a realização das provas de todas as áreas do conhecimento e quiser participar da edição no ano seguinte deverá justificar a ausência. Caso o participante não faça a justificativa, deverá ressarcir um valor determinado pelo governo federal, conforme orientações divulgadas no site de inscrição.
Leitor de tela, redação em braile e correção especial das provas de participantes autistas e surdocegos são algumas das novidades do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 em termos de acessibilidade. As medidas somam-se a outras que vêm sendo adotadas pelo exame ao longo dos anos, como videoprova em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e provas com textos e imagens ampliados.
Ao todo, segundo o Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), cerca de 47 mil participantes com alguma deficiência ou transtorno fizeram a inscrição no Enem 2020 e solicitaram atendimento especializado.
O leitor de tela e a redação em braile são demandas antigas de pessoas com alguma deficiência visual, de acordo com o integrante da Organização Nacional de Cegos do Brasil Lucas de Castro Rodrigues. “O leitor de tela traz autonomia. O candidato mexe no computador por si próprio. Escuta quantas vezes quiser, controla velocidade e volume de voz. O leitor dá total controle da prova ao participante”, diz.
Antes do leitor de tela, a opção para esses estudantes era contar com o auxílio para leitura, opção que continua disponível para os candidatos que assim solicitaram. A leitura é feita por profissionais capacitados para ler textos e para descrever imagens. A desvantagem, segundo Rodrigues, é que o candidato depende desse profissional, que pode, por exemplo, estar cansado no dia de aplicação.
Outro recurso novo é a redação escrita e corrigida no Sistema Braile. De acordo com o Inep, na aplicação, o participante pode utilizar material próprio, como máquina Perkins, reglete, punção, soroban ou cubaritmo e folhas brancas para fazer a redação. Rodrigues explica que essa escrita também traz maior autonomia. A alternativa, que também continua disponível, é que o participante dite a redação em voz alta para que seja transcrita em papel por um profissional capacitado.
Para Rodrigues, a medida é positiva e auxilia candidatos que dominam o braile. Mas, como essa não é uma realidade entre todas as pessoas com deficiência visual, para que a prova seja ainda mais inclusiva ele defende que haja a possibilidade que os candidatos digitem eles mesmos a redação no computador.
Banca especial
Outra mudança nesta edição é que participantes autistas e surdocegos terão banca especial para correção de suas provas. De acordo com o Inep, o exame recebeu a inscrição de 1.676 candidatos que solicitaram atendimento especializado por autismo e de 134, por surdocegueira.
“Esse olhar permite que a sociedade venha a enxergar essa população da maneira como ela merece ser enxergada, como pessoas, cidadãos que pagam impostos e que estão ali para poder incluir e somar. O Enem é uma prova pela qual eles vão se capacitar para uma faculdade e vão ser, na minha opinião, profissionais que só têm a somar para a sociedade inteira”, diz a presidente da Associação Integrada Mães de Autistas da Paraíba, Elaine Araújo.
Elaine explica que cada indivíduo com autismo é diferente e tem diferente grau de acometimento. “Há aquele indivíduo que vai precisar de mais tempo. Há aquele indivíduo que vai precisar de uma tradução melhor do que está propondo aquela questão. Não é que sejam incapazes, mas há métodos para eles entenderem. Vão precisar dessa empatia da banca para poder analisar e ver que cada um é diferente. Nós somos seres diferentes, e eles têm isso como um estigma. As pessoas precisam realmente entender e averiguar cada situação para poder sim dar a essa pessoa a chance de realizar uma prova e de se sair bem nessa prova. Para mim, isso é pura empatia”, afirma.
Ela conta ainda que se emocionou com o tema da redação deste ano, O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira. “É necessário que a sociedade e esses jovens que vão entrar em faculdades e em profissões tão diferenciadas tenham esse entendimento de algo tão cotidiano, de pessoas que são estigmatizadas por terem síndromes, transtornos, doenças mentais. Tem que ter respeito e empatia. Achei de uma relevância que me deixou emocionada”.
Inclusão
Apesar das medidas adotadas, de acordo com Rodrigues, o Enem não é uma prova totalmente inclusiva, até mesmo porque a exclusão vem desde muito antes na vida das pessoas com alguma deficiência. “O Enem é uma prova bastante excludente. Isso é bastante difundido, não só entre as pessoas com deficiência, mas entre todas as minorias, porque a gente sofre defasagem em todo o ensino básico. Não só no ensino, mas em várias outras áreas”, acrescenta.
A estudante Júlia Dias dos Anjos, 18 anos, é uma das candidatas com baixa visão que está fazendo o Enem. Ela solicitou auxílio para leitura e prova ampliada e ficou satisfeita com o atendimento. Ela conta, no entanto, que é exceção, que entre outros amigos cegos ou com baixa visão é uma das poucas que fez a prova. A falta de disponibilidade de materiais de estudo voltado especificamente para esses estudantes e a falta de incentivo são, segundo ela, alguns dos principais entraves.
“Tenho muitos amigos com baixa visão e cegueira. Eu não sei se eles têm medo de não ter os recursos [de acessibilidade]. Eu sempre falo para prestarmos o exame, e ninguém se manifesta. Sempre falava na escola, e as pessoas não se interessavam. Isso me deixa muito triste”, diz. E acrescenta: “Tem gente que não é incentivada. A minha mãe sempre fala: se você acha que pode fazer, você está apta a isso. Vá e faça. Não tenha medo. Se é uma coisa que tem vontade, vá e faça”.
Júlia quer cursar biomedicina ou matemática. “Infelizmente, o que me deixa mais preocupada é que falam que, geralmente, os laboratórios das universidades não são preparados para quem tem baixa visão. Mas quem sabe isso não mudou? Ou, então, eu passo a fazer a diferença porque o mundo, a gente o adapta”.
Enem 2020
O Enem começou a ser aplicado no último domingo (17) e continua no próximo dia 24. No primeiro dia de aplicação, o exame teve uma abstenção recorde de 51,5%. Do total de 5.523.029 inscritos para a versão impressa do Enem, 2.842.332 faltaram às provas. Nesta edição, o Enem terá uma versão impressa e uma digital, realizada de forma piloto para 96 mil candidatos, nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
As medidas de segurança, adotadas em relação à pandemia do novo coronavírus, serão as mesmas tanto no Enem impresso quanto no digital. Haverá, por exemplo, um número reduzido de estudantes por sala, para garantir o distanciamento entre os participantes. Durante todo o tempo de realização da prova, os candidatos estarão obrigados a usar máscaras de proteção da forma correta, tapando o nariz e a boca, sob pena de serem eliminados do exame. Além disso, o álcool em gel estará disponível em todos os locais de aplicação.
Os candidatos que tiverem sintomas de covid-19 e de outras doenças infectocontagiosas não devem comparecer aos locais de prova. Devem comunicar ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) pela Página do Participante. Esses candidatos terão direito à reaplicação nos dias 23 e 24 de fevereiro.
Veja as novidades do Enem 2020 em termos de acessibilidade:
• Atendimentos específicos agora fazem parte do atendimento especializado.
• Participantes com cegueira, surdocegueira, baixa visão ou visão monocular poderão solicitar recurso para uso de leitor de tela.
• Três guias-intérpretes farão atendimento ao participante surdocego.
• Tempo adicional de 60 minutos para participantes lactantes que solicitarem atendimento especializado no sistema de inscrição, desde que comprovem a necessidade, conforme previsto em edital, e levem o lactente e o acompanhante no dia da aplicação.
• Participantes com doenças infectocontagiosas deverão entrar em contato com o Inep para comprovação de sua condição e não deverão comparecer ao local de provas. Poderão realizar a prova na reaplicação.
• Participantes autistas e surdocegos terão banca especial para correção de suas provas.
• O participante que escrever sua redação em braile terá suas provas corrigidas no Sistema Braile.
• O participante transexual/travesti que não solicitou ou teve sua solicitação pelo nome social indeferida poderá escolher o banheiro que deseja utilizar no dia da aplicação.
A segunda prova do Exame Nacional do Ensino Médio ocorre neste domingo (24), em todo o país e mobilizará estudantes que buscam uma vaga em universidades públicas.
Para auxiliar esses jovens, o Ministério das Comunicações e a Secretaria de Educação do governo do Distrito Federal se uniram para desenvolver o projeto Maratona Enem, que transmite on-line revisões de conteúdo e aulas de apoio para a população. O terceiro programa da série traz uma revisão final dos conteúdos do segundo dia de provas: matemática e ciências da natureza.
A TV Brasil transmite o terceiro aulão nos seguintes canais: