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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disponibilizou, em seu site, os resultados das análises dos recursos contra o resultado provisório da prova escrita discursiva, referentes ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2020. Os resultados das provas objetiva e discursiva e o status de aprovação na primeira etapa do exame foram publicados dia 5, no Sistema Revalida.

Segundo o Inep, somente os aprovados na primeira etapa podem participar da segunda. “Uma novidade desta edição é que, se o médico formado no exterior reprovar na segunda etapa, ele poderá se reinscrever diretamente nessa fase, nas duas edições consecutivas. Anteriormente, era necessário realizar todo o processo desde o início. Cronograma, diretrizes e procedimentos da segunda etapa serão publicados, em breve, em edital próprio”, informa o Inep.

Revalida

O Revalida tem o objetivo de aferir conhecimentos, habilidades e competências requeridos para o exercício da medicina, adequados aos princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS), em nível equivalente ao exigido dos médicos formados no país. A revalidação do diploma é responsabilidade das universidades públicas que aderirem ao Revalida.

De acordo com o Inep, as referências do Revalida são os atendimentos no contexto de atenção primária, ambulatorial, hospitalar, de urgência, de emergência e comunitária, com base na Diretriz Curricular Nacional do Curso de Medicina, nas normativas associadas e na legislação profissional, conforme previsão da Matriz de Referência do Revalida.

(Fonte: Agência Brasil)

Ser mulher é enfrentar um desafio diferente todos os dias. É superar barreiras, muitas vezes, invisíveis. Apesar de serem a maioria da população brasileira (51,8%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE), elas ainda enfrentam cenários desiguais, seja na divisão das tarefas domésticas ou nos ganhos no mercado de trabalho. Muitas vezes, elas assumem tripla jornada. Saem para trabalhar, cuidam da casa, dos filhos. Em vários lares, elas são arrimo e sustentam sozinhas suas famílias. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), em 2018, 45% dos domicílios brasileiros eram comandados por mulheres.

Mas, apesar de liderarem casas e assumirem as contas, as mulheres ainda têm de lidar com a discriminação. Estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostra que 90% da população mundial ainda tem algum tipo de preconceito na questão da igualdade de gênero em áreas como política, economia, educação e violência doméstica.

Segundo o estudo, que analisou dados de 75 países, cerca de metade da população considera que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres, e mais de 40% acham que os homens são melhores diretores de empresas. Além disso, 28% dos consultados consideram justificado que um homem bata na sua esposa. Apesar da longa jornada enfrentada por elas ao longo da história, os números mostram que ainda há muito a caminhar.

Marco histórico

Considerado marco histórico na luta das mulheres por mais oportunidades e reconhecimento, o 8 de março foi instituído como Dia Internacional da Mulher pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975.

Muitos historiadores relacionam a data a um incêndio que aconteceu em 1911, em Nova York, no qual 125 mulheres morreram em uma fábrica têxtil. A partir daí, protestos sobre as más condições enfrentadas pelas mulheres trabalhadoras começaram a ganhar espaço.

Mais de um século depois, as mulheres continuam na luta por igualdade de direitos. 

Martha Halfeld

Para a juíza Martha Halfeld, primeira mulher a ocupar a Presidência do Tribunal de Apelações da Organização das Nações Unidas, não há mais espaço para a ideia de “concessão masculina”. Tudo o que as mulheres conseguiram, ao longo da história, foi com base em muito trabalho, dedicação e suor. Na visão da juíza, o 8 de março deve ir muito além de flores ou presentes.

"Oferecer a rosa, pode ser visto como: eu te concedo uma assistência. Eu, homem, te concedo aquilo. Hoje, não existe mais espaço para eu concedo. Não, nós conquistamos. E nós conquistamos, com muito trabalho, um espaço de perfeita igualdade em termos intelectuais, pelo menos. Temos tanta capacidade intelectual quanto qualquer homem”, afirma Halfeld que permanece na Presidência da Corte até janeiro de 2022 e continua na ONU até 2023.

Livro como arma

Para conquistar um espaço na academia e na literatura, a mineira Conceição Evaristo sabe o quanto teve de lutar. Sua primeira arma foi o livro, que a acompanhou desde a infância pobre vivida em Belo Horizonte. "Eu não tinha muita coisa em termos materiais. Brinquedo era uma coisa rara, passear era uma coisa muito rara, viajar muito menos. Então, o livro vem preenchendo um vazio. A escola onde estudei os meus primeiros anos primários tinha uma biblioteca muito boa. Desde menina, eu sempre gostei de leitura”, conta.

Segunda de nove irmãos, a escritora foi criada pela mãe e por uma tia. Conceição, que trabalhou como empregada doméstica e lavadeira, foi a primeira da família a conseguir um diploma universitário.

Depois da graduação, veio o mestrado, o doutorado e as aulas em universidades públicas. Em paralelo aos estudos, ela se dedicava a outra paixão: a escrita. Seus contos e poemas foram publicados na Série Caderno Negros, na década de 1990, e seu primeiro livro, o romance Ponciá Vicêncio, foi publicado em 2003.

Conceição Evaristo

Em 2019, foi a homenageada do Prêmio Jabuti, um dos mais importantes da literatura brasileira. “Foi preciso um prêmio me legitimar. Enquanto eu não ganhei o Jabuti, as pessoas não acreditaram que estavam diante de uma escritora negra”, afirma.

Reconhecida como uma das escritoras brasileiras mais importantes da atualidade, Conceição conta que as barreiras que teve de enfrentar por toda sua vida foram o combustível para suas obras. "A minha escrita é profundamente contaminada pela minha condição de mulher negra. Quando eu me ponho a criar uma ficção, eu não me desvencilho daquilo que eu sou. As minhas experiências pessoais, as minhas subjetividades, o lugar social que eu pertenço, isso vai vazar na minha escrita de alguma forma”

Para ela, o 8 de março é uma data para ser celebrada, mas também um momento de reflexão e de vigília constante. "Todas as mulheres precisam ficar alertas àquilo que é do nosso direito, àquilo que nós temos de reivindicar sempre porque nada, nada nos é oferecido, tudo é uma conquista”, conclui.

(Fonte: Agência Brasil)

Estive lá depois. E a marca dos destroços. Esqueletos de casebres esquecidos na morte. Cruzes de todas as aflições. A dor ainda insepulta. A dor no chão chorando nos pedaços das estacas que ficaram denunciando a brutalidade da devastação. Vi a sombra de todas as desgraças num movimento macabro de recordações fantásticas: mulheres correndo na noite procurando filhos desnutridos, filhos magros, filhos doentes. Vi homens soluçando os mais desencontrados desesperos. A perda da moradia fincada na lama, a perda da miséria que lhe agasalhava o sono, que lhe abrigava das intempéries. Vi angústia pregadas na noite escura. Esperanças na voragem da fogueira imensa queimando promessas, desesperos de mil bocas que pediam pão, de mil braços que pediam trabalho. Vi, na noite escura, estas sombras que ficaram vivendo, que ficaram fora do braseiro, olhando. Vi, na noite escura, estas sombras que ficaram vivendo, que ficaram fora do braseiro, olhando, que ficaram na destruição das enxergas, das paredes de palha, do teto de palha, casinhas de sonhos, de pesadelos, feitas com o barro de todas as angústias. Vi o vazio. O horror. O nu de todas as aflições. O nu que espanta, que faz medo, que provoca revoltas. Vi a desolação num concretismo brutal, violento, asfixiando todos os protestos.

Sim, vi Goiabal despido, nu. Vestido de nu. Vi Goiabal sem o alarido das crianças, sem o grito dos meninos, sem as travessuras das meninas. Sem a presença da mãe catando comida para os filhos. Sem a presença dos pais colhendo o alimento cá fora, suando a camisa rasgada. No rosto, o vermelho de todas as vergonhas.

Sim, vi Goiabal. Vi Manuel Bandeira indo para Pasárgada. Vi, antes, Augusto na tragédia da hemoptise. Sim, vi Goiabal. E no silêncio do EU, meu EU trancado em mim. Sinto e acredito: CHOREI as lágrimas que choraram. E voltei, vim de volta para casa. E seria melhor que estivesse ido.

* * *

O avião deixou o aeroporto. Minha filha Maria Catarina olhou o relógio: (...) Uma manhã de sol anunciando o dia. Catarina despediu-se das duas senhoras: uma mais velha, a sua sogra, dona Tomásia Romana Guterres Soares.  A outra, quarenta e poucos anos, a sua cunhada, dona Ana Beni Guterres Soares. O avião ia para Pinheiro. Iam para a Fazenda Ibiratuba onde o chefe da família morava. A casa da fazenda acabara de passar por uma reforma. Havia doces dispostos sobre a mesa. Chegariam para saborear com o marido e pai das duas senhoras. Alegria nos olhos de Alexandre Fabrício Gomes Soares, o velho Pantin, de 70 e poucos anos. Uma vida ao lado da esposa, da filha, dos filhos. Catarina viu o avião da firma Morais, contratado pelas duas passageiras, vencer as alturas e, junto delas, um parente de nome Helvécio. O pequeno “aparelho” subiu. No comando, o jovem aviador Antônio José Vidal. Catita só se afastou do campo quando não mais olhava o “pássaro” levando, em suas asas, a carga preciosa: uma mãe e uma filha ávidas por chegarem a Pinheiro, sair da sede do município e tomar o caminho da Fazenda Ibiratuba.

Helvécio, assim se diz, ficaria no caminho. Com o aviador, também, as suas obrigações. Deixar as passageiras e voltar, chegar em casa, abraçar a esposa de quem esperava o nascimento de um filho, o primeiro, pois que casara em maio, mês das flores. E os dois caminhavam para o primeiro aniversário de casamento. Tudo assim, assim tranquilo, assim num mundo de pensamentos os mais encantadores.

E Maria Catarina voltou. Contou em casa o fato. A despedida. O avião subindo... E a vida entrou no ritmo de sempre: trabalho, obrigações, tarefas. Gente correndo nas ruas apressadas... Coletivos transitando. Corações desesperados. Batidas fortes. O “pássaro” descendo. Não mais obedecia às ordens do piloto. E veio o inevitável, a descida rápida, violenta, desastrosa. O mergulho do avião nas águas do canal, do mar que estava no fenômeno brutal da enchente. Mergulha o “aparelho”. Com  ele, a carga preciosa. Com ele, vidas que estavam na vida e que agora, ali estavam na morte.

E às seis horas... Tirirical. Corpos que chegavam. Chegavam com os olhos fechados, com as bocas fechadas, com a vida parada. E depois isto, a morte. E depois isto, a vida.

No alto, a Hora do Angelus. Tristezas no coração dos que ficaram. E, depois, a cerimônia lá no Gavião. E aí, meus olhos mais choravam. Goiabal... São Marcos... Vida. Morte.

Sim, há sempre uma dor chorando por aí...

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 22 de outubro de 1968 (terça-feira).

Neste primeiro domingo de marco/21, apresentamos...

Mais dúvidas dos leitores

1ª) Ano-Novo OU Ano Novo OU ano novo?

“Ano-Novo” corresponde ao réveillon: “Não compareceu à ceia da noite do Ano-Novo”. É o conjunto de festejos que acompanha a passagem de ano.

Com hífen, mas com letras minúsculas (ano-novo), segundo o dicionário Houaiss é o mesmo que “ano-bom, ano entrante, meia-noite do dia 31 de dezembro e dia primeiro de janeiro”.

“Ano novo” (sem hífen) são duas palavras: substantivo “ano” + adjetivo “novo”. Seria o oposto de “ano velho”. Corresponde a novo ano:

“A empresa espera fechar muitos negócios neste ano novo”.

2ª) Cidade-Natal OU cidade-natal OU cidade natal?

Segundo o dicionário Houaiss, devemos escrever sem hífen: cidade natal, cidade baixa, cidade universitária, cidade alta, cidade aberta, cidade dos pés juntos, cidade das sete colinas…

Escrevemos com hífen quando o segundo elemento é substantivo: cidade-dormitório, cidade-satélite, cidade-jardim, cidade-museu, cidade-Estado…

3ª) Mostra OU amostra?

Tanto faz. “Mostra” ou “amostra” é o “ato de mostrar ou amostrar”. Tanto o substantivo quanto o verbo apresentam as duas formas registradas em nossos principais dicionários. O que pode fazer diferença é o uso:

1) O dia de hoje foi apenas uma mostra do que será o verão deste ano (primeira impressão);

2) Compareceu à mostra da coleção de inverno (apresentação, exibição);

3) Era uma mostra de fotografias (exposição que reúne uma coleção de obras afins);

4) Ganhou uma amostra do perfume (porção, miniatura);

5) Este quadro é uma amostra do talento do pintor (trecho, porção, fragmento representativo de alguma coisa).

“Amostragem” é a “ação, processo ou técnica de escolha de amostra(s) adequada(s) para análise de um todo”:

“Esta pesquisa é uma amostragem dos eleitores brasileiros”.

4ª) Foliã OU foliona?

Embora a forma “foliã” seja muito usada, os nossos dicionários só registram a forma FOLIONA.

5ª) Peixe-mulher OU peixe-vaca?

Parece piada, mas não é. O feminino de “peixe-boi” é PEIXE-MULHER.

6ª) Capitã OU a capitão?

O feminino de CAPITÃO sempre foi CAPITÃ: “Fernanda foi, durante muito tempo, a capitã da nossa seleção de vôlei”.

Na vida militar, tornou-se comum usar os substantivos masculinos, que sempre foram usados somente para homens, como substantivos de dois gêneros: o soldado/ a soldado; o sargento/ a sargento; o tenente/ a tenente; o oficial/ a oficial… O CAPITÃO/ A CAPITÃO.

7ª) Poetisa OU a poeta?

O feminino de POETA sempre foi POETISA. A realidade, porém, é que, no meio literário, toda mulher que escreve versos de reconhecido valor literário é chamada de A POETA. POETISA seria usada num sentido mais genérico, e A POETA num sentido mais específico (para indicar reconhecimento literário).


Teste da semana

Que opção completa, corretamente, a frase a seguir?

 “Quando __________ os técnicos contratados, __________ que a direção das empresas __________ as providências necessárias”.

(a) chegarem / espera-se / tomem;

(b) chegar / espera-se / tomem;

(c) chegar / esperam-se / tome;

(d) chegarem / espera-se / tome;

(e) chegarem / esperam-se / tome.

Resposta do teste: letra (d).

O sujeito de CHEGAREM é “os técnicos contratados” (= plural). O sujeito de ESPERA-SE é a oração “que a direção das empresas tome as providências necessárias”. O sujeito de TOME é “a direção das empresas” (= o núcleo do sujeito determinado simples é “a direção”).

Poeta Luís Augusto Cassas num dos sobradões de São Luís (MA)

Um dia desses [lê-se agosto de 2008], o poeta Luís Augusto Cassas lançou na Academia Maranhense de Letras, dentro do calendário do Centenário da Casa de Antônio Lobo, o livro “Evangelho dos peixes para a ceia de aquário”, com a participação do escritor e crítico de arte Marco Lucchesi, hoje presidente da Academia Brasileira de Letras, que fez uma brilhante análise sobre a poética do autor de “A República dos Becos”.

Nesse livro, ora lançado, Luís Augusto Cassas é trazido ao cenário poético por  dois dominicanos do mais alto nível humanístico, Leonardo Boff e Carlos Alberto Libânio Christo que outro não é senão o frei Beto, portando os dois o lema  “Licet ad capiendos”, uma das bulas dirigidas a essa plêiade de sacerdotes ilustres, apesar de Boff não mais se encontrar encardinado no “Ordo Predicatorum”, o que mesmo assim nunca deixará de ser filho Seráfico de São Domingos de Gusmão, com ou sem a Teoria da Libertação; já o Beto, não. Apesar de suas ideias e concepções, continua engajado na mística da velha Igreja Romana.

Neste “Evangelho dos peixes para a ceia de aquário”, Cassas nos revela um salmista e um anunciador, onde o tema dessa sua homilia é o peixe, e o peixe litúrgico por excelência, que, no dizer de Lucchesi, “trata-se da força prodigiosa das águas de um oceano generoso que abriga peixes, palavras, costumes, relações profundas com aquelas que o fundo marinho guarda...” E canta o poeta ao homem renovado, isto é, ao homem novo pela remissão dos pecados, seria esse o conceito teológico: “Se queres nascer de novo / rompe o mar psíquico do ovo / ergue-te à estrela de fogo / acalanta os pés de couro / carrega as dores do povo / queres ser amigo do todo? / faz então tudo de novo”.

E o poeta mergulha pelo Eclesiastes, sinagogas, eucaristias, milagres e outras deidades misteriosas. Como o Apóstolo Paulo, ele, Cassas, é cônscio de suas obrigações sapienciais e até místicas: “domingo da ressurreição: sal na mesa / Cristo no coração”. No Sábado de Aleluia, o poeta personifica-se em Davi, arrependido de ter mandado Urias, o “heteu”, para a guerra, para comer-lhe a mulher, e salmodiar depois...: “Sábado de aleluia: refeição do luto / jejum absoluto”. Já na Sexta-feira da Paixão, reveste-se da inteligência dos Cantares do Rei-poeta e despreza o anátema para dizer: “chá de bardana à moda samaritana / salada com nozes e avelãs / berinjelas e maçãs”. E paga por isso na página ao lado, o ônus de um pesado Carma.

O discurso poético de Cassas se universaliza porque o poeta já se encontra além de sua aldeia a navegar em águas profundas: “Toma novo bule de chá / divide-o em doze xícaras / oferta-os aos necessitados / o resto dá de beber aos rios: / sempre haverá mais”. Essas doze xícaras podem simbolizar os doze apóstolos ou as doze pedras do Jordão. Aqui, existe um laivo de prosperidade, onde se nota a presença de um Cristo vivo, a administrar ao crente em sua obra da multiplicação, uma vida de bênçãos, enfoque tão bem ensaiado por Max Weber no seu “A ética protestante e o espírito do capitalismo”.

O poeta vale-se da anatomia líquida das águas e do pássaro profético, a trespassar-se nesse canto, onde o gênesis anuncia a boa-nova da relativa verdade dos filhos de Deus que, por outros conceitos, se dizem vindos das águas, apesar do batismo do Espírito Santo ser de fogo; o nosso planeta é de água, como de água é a vivenda amniótica onde nos aconchegamos por algum tempo, essencialmente de água: “buscai a mulher da água / é a porta e a entrada / o amor e a amada / sua alegria faz nascer / o voo das águias”.

Existem gozos feitos de risos e gozos feitos de choros, há quem adormeça sob o Sol e a chuva, com ou sem redes de maresias onde o farol da barra pode ser um simples símbolo fálico, a iluminar a samaritana assentada à borda do poço: “eu madalena maria / n’água do mundo piranha / graças à divina entranha / sagrada bela tainha”.

Faz-se, assim, o código da vida marinha, onde o peixe (pode ser qualquer um, desde o salmão ao papista) evangelizado em qualquer aquário, para ser servido em qualquer ceia, é chamado pelo seu nome natural, acompanhado da infeliz adjetivação de fresco, sem nenhum respeito à sua condição sexual, ou à sua postura de morto, talvez para satisfazer aquela assertiva de que primeiro à pança, depois à moral, como entendia Macbeth.

Há pouco era noite, estava a revisar os originais de um meu livro que teve a graça de ser premiado com a publicação, quando recebi do poeta Cassas, para meu contentamento, e de uma só vez os livros “Ópera Barroca” e “Vampiro da Praia Grande”. No primeiro, o poeta clama por socorro aos seus companheiros metafísicos que moram dentro de suas travessas e vielas, para cantar num grito d’alma: “Amigos, escutai o meu coração: é de pedra / pois cristalizou todo o meu ser. / Ele é o único sobrevivente de mim. / Um rio de amor dorme submerso / nas lamentações do pó. / Páginas da vida / pulsam escondidas / mas é impossível ser / que é o anúncio duro / de um tempo de dor (...) / Amigos, ajudai esse monstrengo a sobreviver”.

Antes de o Barroco chegar, ou na música ou nos altares, creio ter sido o poeta algum místico viageiro, que ainda não depurava certos detalhes e filigranas, mas escrevia poemas na areia, não à virgem, mas ao terror das aranhas que faziam peçonha dentro dos armários onde estavam os seus brinquedos: Há um mundo a nos confinar: “heroína da noite, subjugas o inimigo, / a pálida criança de braços paralisado, / e fazes depor a coragem e a espada de plástico”.

Realmente, a nossa cidade é uma “antífona de ladeiras” que nos comprime e deprime. Ela é mais que matricida, ela é homicida, e cruel, na mais fria letra do Direito Penal, porque não mata apenas seus maridos, mata com crueza qualificada os seus amantes, principalmente aqueles que ela sabe desesperadamente apaixonados: “estupra os seus estetas / e derrama as suas vísceras”.

Aviso ao poeta de que existe, na Madre Deus, uma geração inteira descendentes desses vampiros, tanto nas potestades do Boi quanto nas hostes da querida “Turma do Quinto”, de vampiros, de cuja eugenia provém o nosso Herbert de Jesus Santos, oriundo dos ramos patriarcais dos cantadores: Cristóvão, Jeje e Zé Pedrada: “morde-me quem se atreve? / se quem com dente fere / vampiro será ferido / melhor adiar o enterro / deixá-lo morrer ao vivo”.

Cassas, por derradeiro, nesse livro, canta entorpecido como se dentro da “The Weste Land”, de T.S.Eliot, ele que encarna uma das mais estranhas e poderosas permanências literárias de nossa época, a buscar uma consciência cultural no passado, um tempo a correr no presente, e os sonhos de um vir-a-ser, o que faz sugerir ao poeta Cassas aqueles elementos da antiguidade clássica com os quais trabalhava com mestria: ar, terra, água e fogo, em poemas que não se esgotarão nunca, por suas universalidades temporais. E como Eliot cantou a sua Londres, Cassas, numa outra terra desolada, canta com propriedade “o mictório da litorânea, a feira do João Paulo, os cupins de São Luís, pelo desejo do Xá da Pérsia pela grossura das nossas palmeiras e, até quem diria, pelo instrumento que o nosso saudoso Vitor Gonçalves Neto não só usava para falar”.

A sobrar-lhe espaço, o poeta Luís Augusto Cassas, por fim, diz ao nosso queridíssimo Vampiro da Praia Grande: “45 cabelos brancos / dor nos flancos / se a imprensa taxa / vampiro jovem / anos a solavancos / daqui a pouco vão dizer / do tio nosferatus / sou pajem”.

Poeta é isso aí. Só posso dizer que você já inscreveu seu nome com letras de ouro no Cancioneiro Brasileiro. Parabéns!

* Fernando Braga, in Jornal “O Estado do Maranhão”, São Luís, 14/12/08, originais in “Conversas Vadias”, antologia de textos do autor.

Para diminuir os impactos financeiros provocados pela pandemia da Covid-19, a Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), publicou, nessa sexta-feira (5/3), o edital do Auxílio Municipal Emergencial para os artistas e agremiações que fazem o Carnaval de São Luís. A medida prevê a destinação de aporte financeiro de R$ 1.000 até R$ 10.000.

Podem participar da chamada pública, os grupos formados por representantes de agremiações carnavalescas (escolas de samba), blocos e grupos tradicionais (bloco tradicional, bloco organizado, bloco afro, bloco alternativo, tribo de índio, alegoria de rua, turma de samba e tambor de crioula), além de cantores, cantoras, bandas e grupos musicais.

“O prefeito Eduardo Braide está atento às necessidades da classe artística em meio a esse período de pandemia. O setor cultural foi um dos mais impactados. Por isso, pensamos nessa iniciativa para permitir que os que fazem o nosso Carnaval possam ter uma fonte de renda nesta época”, ressaltou o secretário da Secult, Marco Duailibe.

As inscrições têm início na próxima segunda-feira (8/3) e se encerram no dia 19 deste mês pelo site www.saoluis.ma.gov.br e poderão se inscrever pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas em São Luís, com a comprovação de atuação no circuito oficial de São Luís nos últimos dois anos (2019 e/ou 2020).

“Sabemos o quanto a pandemia trouxe prejuízos ao setor cultural. Por isso, com recursos próprios, estamos fazendo esse auxílio municipal, contemplando agremiações e artistas que se apresentaram nos últimos dois anos. As nossas agremiações e os nossos artistas merecem nosso respeito e reconhecimento”, destacou o prefeito Eduardo Braide.

 A lista de selecionados será divulgada a partir do dia 30 de março de 2021, nas redes sociais e na página oficial da Prefeitura.

Leia o edital completo no seguinte endereço eletrônico: https://www.saoluis.ma.gov.br/edital/1560/edital-de-chamamento-publico-n-022021

(Fonte: Secult de São Luís/MA)

HQ Língua Indígena de Sinais

Uma história em quadrinhos (HQ) retrata, de forma pioneira, a língua indígena de sinais utilizada pelos surdos da etnia terena, anunciou, nesta semana, a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Segundo a universidade, a obra, produzida por Ivan de Souza, em trabalho de conclusão do curso de licenciatura em Letras Libras, tem o propósito de fortalecer o reconhecimento e a preservação das línguas de sinais indígenas e é apresentada em formato plurilíngue, sinalizada também na Língua Brasileira de Sinais (Libras).

A UFPR lembra que comunicação por meio da língua materna é importante, pois ajuda a manter viva a cultura, a identidade e a história dos povos indígenas.

Nas aldeias da etnia terena, localizadas principalmente no Estado de Mato Grosso do Sul, a língua oral terena é amplamente utilizada. Os surdos dessa etnia também se comunicam com sinais diferentes dos pertencentes ao sistema linguístico utilizado pelos surdos no Brasil (Libras). Após diversas pesquisas, especialistas concluíram que esses sinais constituem um sistema autônomo, chamado língua terena de sinais.

Cultura indígena

O trabalho de conclusão do curso de licenciatura em Letras Libras da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve início em 2017, quando o estudante pesquisava a história dos surdos no Paraná, na iniciação científica.

De acordo com a universidade, todo o processo teve acompanhamento de pesquisadoras que já desenvolviam atividades com os terena surdos, usuários da língua terena de sinais. A comunidade indígena também teve participação ativa no desenvolvimento e depois, na validação da obra junto ao seu povo.

Para a indígena Maíza Antônio, professora de educação infantil, continuar pesquisando o tema é importante para que os próprios integrantes das aldeias entendam melhor os sinais utilizados por parte de seu povo.

Indígena da etnia terena, ela trabalha com a língua materna na escola da comunidade. “Nossos alunos têm optado por estudar na cidade, por não estarmos preparados para recebê-los em nossa escola. Essa história em quadrinhos servirá como material didático para trabalharmos com os alunos surdos e como incentivo para que nós, professores, busquemos novas ferramentas de ensino nessa área”, disse, em entrevista ao site da UFPR.

Sinalário

Souza e os especialistas que o auxiliaram no projeto também desenvolveram um "sinalário", isto é, um registro em Libras dos principais conceitos apresentados na narrativa visual e um glossário plurilíngue abrangendo palavras utilizadas no dia a dia da comunidade. “Levantamos os vocabulários que mais se repetiam e organizamos em uma planilha. Depois, buscamos localizar os sinais já existentes em sites e aplicativos. Filmamos os sinais e disponibilizaremos esse material no YouTube, com o objetivo de expandir o conhecimento sobre as línguas sinalizadas e de minimizar a barreira linguística”, explica.

De acordo com o autor, o trabalho tem relevância para os indígenas da comunidade terena e de outras etnias e para a sociedade em geral.

“Esse é mais um material disponível para os terena ensinarem sua história de forma acessível a ouvintes e surdos. É importante também para mostrar à sociedade como existem povos, culturas, identidades e línguas diferentes no país. E que essa diversidade precisa ser respeitada, preservada e valorizada”.

O jovem escritor tem esperança de que o trabalho possa despertar a sensibilidade para com os povos indígenas e para as demais línguas de sinais presentes no Brasil. Outro objetivo do autor é que, com o reconhecimento dessas línguas autônomas de sinais, torne-se possível que surdos indígenas tenham, de fato, o direito de serem ensinados em sua língua materna garantido, assim como apregoado na Constituição Federal. Ele pretende distribuir a HQ em escolas indígenas.

Segundo a UFPR, além de possibilitar a disseminação e a preservação da língua terena de sinais, a história tem o propósito de evidenciar a cultura e a história desse povo. O estudante cita uma das pesquisadoras que trabalhou com ele nesse projeto para definir o que pensa sobre o tema. “Cada língua reflete um modo de ver o mundo, um modo diferente de pensar. Se perdemos uma língua, perdemos possibilidades, perdemos a capacidade de criar, imaginar, pensar de um modo novo e talvez até mais adequado para uma dada situação”, indica Priscilla Alyne Sumaio Soares em sua tese de doutorado intitulada Língua Terena de Sinais. “Só podemos preservar aquilo que é registrado, e esse é um dos nossos objetivos, preservar uma pequena parte da história do povo terena por meio da HQ”, afirma Souza.

A história

HQ Língua Indígena de Sinais

A obra Sol: a pajé surda ou Séno Mókere Káxe Koixómuneti, em língua terena, conta a história de uma mulher indígena surda anciã chamada Káxe que exerce a função religiosa de pajé (Koixómuneti) em sua comunidade. Ao ser procurada para auxiliar em um parto e após pedir a bênção dos ancestrais para o recém-nascido, o futuro do povo terena é revelado e transmitido a ela em sinais. “A história mostra um pouco da rica cultura desse povo, as situações, consequências e resistência após o contato com o povo branco”, revela Souza.

Inspirada na história real do povo terena, a narrativa apresenta a comunidade em uma época em que ela ainda vivia nas Antilhas e era designada pelo nome Aruák.

A pajé Káxe, procurada por uma mulher em trabalho de parto, ajuda no nascimento do pequeno Ilhakuokovo.

Trajetória dos terena

HQ Língua Indígena de Sinais

A partir daí, a obra ilustra um pouco da trajetória desses indígenas e da sua instalação em território brasileiro. Buscando caminhos que levassem aos Andes, em meados do século XVI, os espanhóis estabeleceram relações com os terena, à época chamados de Guaná, na região do Chaco paraguaio. A chegada dos brancos acarretou muitas mudanças nas vidas dos indígenas, que procuraram, durante certo período, locais onde pudessem exercer seu modo de vida sem a influência da colonização.

Assim, esse povo chegou ao Brasil, no século XVIII, e se instalou na região do Mato Grosso do Sul. Mesmo em outras terras, os conflitos trazidos pela colonização ainda eram um problema. A Guerra do Paraguai envolveu os terena, que foram forçados a participar para garantir seus territórios e, no conflito, perderam muitos integrantes de sua comunidade. Após a guerra, questões territoriais continuaram causando embates. Nesse período, os terena se viram obrigados a trabalhar nas fazendas da região, situação que ocasionou a servidão dos indígenas.

Segundo a UFPR, com informações da Comissão Pró-índio de São Paulo, algumas famílias dessa população indígena se mantiveram às margens das fazendas, ocupando pequenos núcleos familiares irredutíveis à colonização. Foram essas ocupações que, regularizadas no início do século XX, formaram as Reservas Indígenas de Cachoeirinha e Taunay/ Ipegue.

A orientadora do trabalho e coordenadora do projeto de pesquisa institucional HQs Sinalizadas, Kelly Priscilla Lóddo Cezar, destaca que trabalhar com diferentes línguas envolve conhecimentos históricos com e sem registros escritos." É necessária uma grande entrega à pesquisa, e o Ivan fez isso com louvor. Além de encantar o povo terena com a HQ, os pesquisadores participantes e colaboradores se encantaram com seu empenho e sua autonomia invejável, permeados de humildade”.

As ilustrações da HQ foram feitas por Júlia Alessandra Ponnick, que é acadêmica do curso de Design Gráfico da UFPR, autora, ilustradora e roteirista de histórias em quadrinhos. A defesa do TCC de Souza está agendada para o fim de março, com o lançamento oficial da história.

HQs sinalizadas

O projeto da UFPR HQs Sinalizadas trabalha com temas transversais dos artefatos da cultura surda – história, língua, cultura, saúde. O objetivo é criar, aplicar e analisar histórias em quadrinhos sinalizadas como uso de sequências didáticas bilíngues para o ensino de surdos. Além da elaboração de material bilíngue capaz de auxiliar na aprendizagem, a proposta permite aprofundar os estudos linguísticos como prática social.

Todas as HQs produzidas pelo grupo apresentam vídeos sinalizados, desenhos, ilustrações e escrita do português. “Essas linguagens podem ser utilizadas, especialmente, quando a proposta destina-se a contemplar os temas transversais como ética, orientação sexual, meio ambiente, saúde, pluralidade cultural, trabalho e consumo, congregando professores e pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento”, sugere Kelly.

(Fonte: Agência Brasil)

Uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no Parque Nacional do Itatiaia conseguiu reencontrar duas espécies de rãs endêmicas da Serra da Mantiqueira que não eram avistadas há décadas, no local. A missão de pesquisadores na área de conservação, localizada entre o Rio de Janeiro, Minas e São Paulo, é parte do projeto “Diversidade Desaparecida – Procura de espécies de anfíbios consideradas desaparecidas no Parque Nacional do Itatiaia”.

A primeira espécie reencontrada, em janeiro deste ano, foi a Hylodes regius que só havia sido avistada no fim da década de 70, no período em que foi descrita pela primeira vez, no ribeirão Brejo da Lapa, dentro do parque, no setor localizado no município mineiro de Itamonte.

Esta semana, os pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas anunciaram que avistaram novamente no parque outra espécie, Holoaden luederwaldti, ou rãzinha-verrugosa-da-serra-de-Luerderwaldt.

A última vez que havia sido avistada no parque foi também na década de 70. A espécie é encontrada também nas florestas de altitude de Campos do Jordão, também localizado na Serra da Mantiqueira.

“O achado é o resultado parcial de uma pesquisa mais ampla, que visa a descobrir o maior número possível de espécies que sumiram do parque há mais de 30 anos”, explica o professor Paulo Garcia, que coordena o projeto.

O projeto busca reencontrar também espécies como Hylodes glaberCrossodactylus grandisHoloaden bradei e Paratelmatobius lutzi, todas desaparecidas da região há mais de 30 anos.

(Fonte: Agêcia Brasil)

Elas amam as estrelas e estão ligadas ao universo, seja pela astronomia ou por áreas ligadas à ciência que estuda os astros – como a física, a matemática, a engenharia ou até mesmo a filosofia.

Desde que o mundo é mundo e que olhar para o céu também passou a ser um questionamento da dinâmica dos sistemas, as mulheres estão presentes nos debates e nos achados astronômicos.

Passaram, ao longo da história, por percalços que as colocaram em situação de desigualdade, como preconceitos e normas que as deixavam de fora da jogada. Caminham ainda. Mas, desbravadoras que são, enfrentaram, quebraram regras, construíram paradigmas para ter o direito de estudar, pesquisar, descobrir e grifar seus nomes nas estrelas.

Falamos aqui de Marias, Maries ou Marys, de mulheres do mundo todo. Falamos aqui de Hipátia ou Hipátia de Alexandria. Nascida no Egito, no século IV, que à frente do seu tempo se lançou aos cálculos matemáticos e pesquisas astronômicas, o que custou a sua própria vida, segundo relatos históricos.

Hipátia teve como inspiração o pai, que era diretor do Museu de Alexandria. Segundo conta a história, foi por incentivo dele que decidiu estudar e mais à frente lecionar. Deu aula em diversas áreas, como filosofia e matemática, até ocupar a direção da Academia de Alexandria, um cargo não conferido às mulheres do seu tempo.

Na astronomia, há relatos de que estudou a órbita dos planetas e até teria participado do projeto para a construção de um astrolábio, uma espécie de calculadora astronômica.

Por defender o raciocínio lógico, foi acusada de blasfêmia e, segundo historiadores, morta por extremistas.

As pesquisas atribuídas à Hipátia de Alexandria, e os principais registros da vida e obra dela se perderam com o grande incêndio da Biblioteca de Alexandria.

Hipátia é considerada a primeira matemática da humanidade e foi pelo ato de ensinar que teve seu nome ventilado ao longo dos séculos.

Séculos e milhares de quilômetros distante do Egito de Hipátia, falamos também da brasileira Patrícia Figueiró, que fez da multiplicação do saber projeto de vida, como pesquisadora em ciência e tecnologia, do Museu de Astronomia e Ciências Afins, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações.

Doutora em Física, Patrícia atuou em pesquisas na área da astrofísica e em pesquisas com galáxias ativas, aquelas que hospedam um buraco negro supermassivo no centro e que estão em atividade. Também trabalhou com os aglomerados de galáxias, estudando esses objetos por meio das lentes gravitacionais. Mas hoje, o trabalho está focado na divulgação científica. ''Atualmente, no Mast, eu trabalho com divulgação científica. Mais especificamente com divulgação e popularização da astronomia. Então, no museu eu coordeno projetos que passam desde a formação inicial e continuada de professores na área da astronomia a também projetos de incentivo de jovens para as carreiras científicas que é o caso do projeto Meninas no Museu. Eu utilizo esta ciência para inspirar, motivar, esclarecer esta temática para a sociedade”, diz.

Patrícia destaca que a trajetória formativa e de pesquisa é muito solitária. Segundo ela que teve o sonho e desafio de fazer um doutorado em outro país, longe da família, este é um momento também de “se encontrar com a própria sombra. É a nossa garra e determinação que fazem a diferença neste processo que é tão solitário”, diz.

E como outras cientistas ao longo do tempo, se espelha na vivência e humanidade de outras cientistas da atualidade.

“No Instituto de Física e no Departamento de Astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, temos a presença de mulheres muito fortes e muito capazes no que diz respeito à ciência. Entre elas, estão Thaisa Storchi e Miriani Pastoriza. A Thaisa Storchi foi minha orientadora, mulher incrível no sentido amplo da palavra mulher: três filhos, levando essa vida dupla de mãe e pesquisadora. E Miriani Pastoriza, que é argentina e saiu do país no período ditatorial, chegou ao Brasil em condições adversas e foi um dos grandes nomes da consolidação desta carreira da astronomia no Brasil, país que ela acabou adotando”.

Para as mulheres que amam as estrelas e para todas as outras, a cientista deixa um recado: “A astronomia é uma área para as mulheres porque somos capazes, inteligentes, dedicadas e aguerridas. Uma área ou profissão que não é para mulheres, ela não é para ninguém, não é para pessoa alguma”.

(Fonte: Agência Brasil)

JUVENTUDE MARANHENSE

Seguindo todas as recomendações sanitárias para a realização de eventos esportivos, a Federação Maranhense de Futebol 7 (FMF7) realizou as finais de mais três categorias de base referente à edição de 2020 do Campeonato Maranhense de Futebol 7: Sub-9, Sub-10 e Sub-14. As decisões ocorreram no campo da A&D Eventos e coroaram as equipes do Juventude Maranhense, do Cruzeiro São Luís e do Palmeirão.

Na decisão da categoria Sub-9, Juventude Maranhense e Afasca empataram por 1 a 1 no tempo normal. A igualdade no placar levou o jogo para a disputa de shoot out, em que a garotada do Juventude foi mais eficiente e venceu por 4 a 3 para conquistar o título.

CRUZEIRO

Na final do Sub-10, a garotada do Cruzeiro São Luís se impôs e conseguiu uma grande vitória sobre o Juventude Maranhense por 4 a 2. O grande destaque do jogo foi Paulo Gustavo, autor de dois dos quatro gols do time celeste.

PALMEIRÃO

Já na disputa do Sub-14, uma partida emocionante entre Escola Inovar e Palmeirão. A equipe da Escola Inovar chegou a abrir 1 a 0 com Maxsuel Martins, mas, nos minutos finais do duelo, João Daniel deixou tudo igual e levou a definição do confronto para as disputas de shoot out. A molecada do Palmeirão fez 1 a 0 e garantiu o título estadual.

Tudo sobre o Campeonato Maranhense de Futebol 7 está disponível no site (www.fut7ma.com.br) e nas redes sociais oficiais da federação (@fmf7ma).

PREMIAÇÕES INDIVIDUAIS

SUB-9:

Artilheiro: Adalton Gabriel (Afasca)

Melhor Goleiro: Andrew Guilherme (Afasca)

Melhor Técnico: Simão Neto (Juventude Maranhense)

SUB-10:

Artilheiro: Adriano Farias (Juventude Maranhense)

Melhor Goleiro: Kauaia Silva (Juventude Maranhense)

Melhor Técnico: Everaldo Leite (Cruzeiro São Luís)

SUB-14:

Artilheiro: Pedro Victor (Grêmio Maranhense)

Melhor Goleiro: Carlos Eduardo (Escola Inovar)

Melhor Técnico: Anderson Vieira (Palmeirão)

(Fonte: Assessoria de comunicação)