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Voltava a São Luís de egresso do Colégio São José, em Fortaleza (CE), onde tinha passado para o 3º ano cientifico, e já devidamente alistado no Exército, e inscrito no Curso de Preparação de Oficiais da Reserva [CPOR], mas sem ter o necessário entendimento de que os tropeços, são amor de Deus para nos polir, tanto que, assim, razões pessoais impeliram-me a não mais voltar; terminaria os estudos de humanidades no Colégio de São Luís, de saudosa memória, enquanto trabalhava como datilógrafo em um serviço que meu pai me conseguira; meses depois, larguei esse emprego de mecanógrafo [bonito nome] e fui trabalhar no Banco do Estado do Maranhão (BEM), tempo em que, simultaneamente, fui convocado para apresentar-me no 24º BC [antigo batalhão de caçadores, hoje 24º BS, batalhão da selva]; em São Luís não mais tinha o CPOR e tampouco o NPOR, opções  que me fariam Oficial R2; mas onde não há remendo, remediado fica. Assim, fiz os exames médicos, fui para o barbeiro dá uma raspada na cabeleira e receber meu material de instrução, enquanto esperava rastejar nos exercícios comandados pelo tenente Márcio Viana Pereira, comandante da companhia onde serviria honrosamente como recruta, a respirar também das benesses boêmias que se dispunham a um jovem soldado no alegre Bairro do João Paulo, vez que não receberia o soldo da caserna, mas meu santo salário do banco, aleijão pecuniário que de logo  mexeria nos  brios, e não dos bolsos, dos meus banqueiros-patrões [lê-se Aldemir Silva, Ignácio Braga e Wilson Portelada], que trataram imediatamente de resolver aquela ‘autoritária’ situação, cabendo a  Arlino Menezes e a Itâner Furtado, como bons negociadores, a diplomática missão de resgatar-me são e salvo das muralhas do velho quartel de muitas e gloriosas tradições, como se eu fosse imprescindível às duas partes... Coitado de mim! E conseguiram... só que não escaparam da  pena satírica do poeta e médico Fernando Viana, que um dia ao ver-me enjaulado num dos caixas do banco, fez endereçar, a eles, os ‘três banqueiros’, em jargão brejeiro, escrito ali mesmo no balcão do imponente estabelecimento da Rua do Egito, escrevera numa ficha de ordem de pagamento que ali estava à mercê de uso: “Abjeta atitude essa do banqueiro, / a colocar o poeta para contar dinheiro...” Realmente, ‘o homem é ele e suas circunstâncias’, como diz José Ortega y Gasset.

Minha mãe, a criatura mais importante da minha vida, a qual até hoje, apesar da resignação que Deus me tem dado pela saudade e falta que tenho dela, sempre fora preocupada e atenta com meus quefazeres, em virtude das peraltices que cometia, tendo um belo dia,  me aconselhado a matricular-me em aulas particulares de inglês com o professor Germano, no intuito de que eu prestasse exames para o Instituto Rio Banco [Itamaraty] e ingressasse na carreira diplomática, se apegando, para isso, como tábua de salvação, com as santas proteções de minha madrinha, Nossa Senhora da Vitória, padroeira de São Luís, já que esta tem uma ampla folha de serviços prestados a “pródigos e estroinas”, cultuada  como amparadora  e protetora dos portugueses, ao expulsar os franceses da Ilha, na histórica “Batalha de Guaxenduba”... E ao meu padrinho, o milagroso São José de Ribamar, padroeiro da nossa orla marítima.

O professor Germano morava na Rua do Outeiro, antigo “Tabocal”, onde o genial José Ribamar Oliveira, o famosíssimo Canhoteiro, jogador de futebol, do São Paulo e da seleção brasileira,  desenvolveu seu divino dom de jogar bola... Pois bem, morava ele, o mestre, como dizia, num pequeno bangalô, arrumadinho e sempre à sombra devido a um caramanchão de flores que envolvia todo terraço, tendo como vizinho, o desembargador Bento Moreira Lima, um cidadão elegante e bonachão, que se dava ao luxo de comentar comigo e com outros moleques da minha laia, sobre filmes passados no cinema Rialto, na Rua do Passeio, onde eu morava; o magistrado era o chefe de um clã aristocrático e numeroso; dentre seus filhos estava o brigadeiro Rui Moreira Lima, herói da Segunda Guerra Mundial e conhecido por ter combatido na esquadrilha de bombardeiros conhecida por “Senta-Pua”, o qual, num dia qualquer me foi apresentado pelo jornalista Erasmo Dias, em casa deste, ali ao lado, quando o Rui era o comandante da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro; já o admirava, e assim, nos tornamos bons amigos.

Pois bem, voltando o fio  à meada, o mestre Germano vivia em seu aconchego em companhia de uma mulher de cor negra, estatura pequena e compleição frágil, chamada Rosa e conhecida, devido a esse seu aspecto miúdo, pelo abrandamento afetivo de Rosinha, que o professor dizia ser sua governanta; Rosinha usava vestidos estampados, e, ao pescoço, vários colares multicoloridos, conhecidos por guias, utilizadas em cerimônias e rituais de umbanda. Rosinha trazia uma rosa de seu nome presa aos cabelos e gostava de beber uns tragos de aguardente na quitanda do “Lapinha” na Rua do Passeio, apegada ao cinema Rialto, já referido, e quando ela, às vezes, extrapolava os limites, se punha a “receber espíritos”, a dançar e a cantar “pontos de cabocos”.

Sempre que Rosinha se encontrava nesses transes, bipartidos em cachaça e espíritos, o professor Germano era informado e ia buscá-la, colocando-a ao ombro como se a desventurada Rosinha fosse uma simples toalha de banho. Diziam os mais antigos que ela já muito tinha feito por ele, o que agora se invertiam os papéis. Por ser o professor muito introvertido e Rosinha arisca, nunca pude clarear, como tentei, aquele mistério, o qual, por isso, nunca pude desvendá-lo.

O professor Germano que dizia chamar-se Hermínio, [Germano é um nome com dois possíveis étimos, um a partir do latim Germanu, outro da palavra germânica wehrmann; já Herminio, significa o “que nasceu ou viveu em uma região próxima ao rio Ariminus”], era alemão, falava o português correto, mas com acentuada pronúncia, era alto e forte, sempre de terno, com chapéu à cabeça e sem o uso da gravata; tinha um andar lento, quase preguiçoso, como a disfarçar, possivelmente, uma lesão na perna; não conversava com ninguém e pouco , com os vizinhos e, quando por mim passava, apenas maneava a cabeça com um cumprimento discreto; só andava a pé e não aceitava caronas; era um homem com uma cultura feita, uma enciclopédia guardada em um ser simples e misterioso, diferente do Otto Wolfang, um patrício seu, que era radiotécnico estabelecido na Praia Grande que, segundo meu pai, nunca aprendera português e esquecera o alemão... Esse não falava nada, portanto.

Confesso que não cheguei a aprender o que minha mãe sonhara, pois ainda não traduzia a contento os primeiros versos do “Tigre” de William Black, ou um outro de Walt Whitman, uma lástima, porque meu tirocínio ao invés de se manter nos ensinamentos do velho Germano e na gramática da língua inglesa de Frederico Fitzgerald, [de cor verde e com o “Big-Bem” de Londres na capa], se punha a viajar no meu fantástico imaginário e, nesse transporte, via o mestre Germano como um pacato judeu de algum daqueles países reféns do socialismo, incrustados no Leste Europeu, fugitivo de um campo de concentração, chegado como clandestino à América do Sul, que por alguma circunstância foi parar no Maranhão, tendo ficado escondido nalgum lugar até o fim da guerra... Essa alternativa, sinceramente, não tinha muito crédito nas fantasias que criava, por que se tal fosse, o professor, até por uma questão natural do instinto, à adaptação ao meio, e de preponderância, far-se-ia mais extrovertido, mesmo que seu temperamento tivesse de lutar, e muito, com o outro seu lado não assaz visível.

Outro tipo de visão que me caia no imaginário, esse com total possibilidade de acerto, até mesmo pelo estado misterioso que o professor transmitia, era vê-lo fardado de oficial da SS, com aquela águia de um lado do peito, a cruz de ferro do outro e o símbolo fantasmagórico da suástica no braço, que para São Luís fora disfarçado, a cumprir alguma missão, e que lá chegou em algum avião suspeito a driblar as forças aliadas acantonadas na Base Aérea do Tirirical; ou ainda num avião anfíbio que o deixou nalguma praia das largas costas maranhenses e, depois da derrocada do Eixo, ficou literalmente ilhado sem mais poder voltar, a valer-se dos seus conhecimentos intelectuais para ministrar aulas como meio de sobrevivência;

Essa hipótese era a mais viável de todas. O professor Germano teria chegado ao Maranhão como tripulante daquele submarino U-99 que partira do porto de Cuxhaven, a 100 quilômetros a Oeste de Hamburgo, sob o comando do Capitão Hans Kurt Öyster, encarregado de manter distante de atentados, o Führer e sua mulher Eva Brow, protegidos e isolados em lugar seguro e desconhecido, como enredo de uma história fantástica na qual textualiza seu autor, o escritor maranhense Joaquim Itapary no seu fantástico livro “Hitler no Maranhão ou o Monstro de Guimarães”, editado em 2011, para as edições da Academia Maranhense de Letras, já comentado aqui por mim, em outras “Conversas Vadias” [publicado neste Blog do Pautar], a saber-se, contudo, que aquele submarino fantasma  passou pela Linha do Equador, adentrando o Hemisfério Sul às 22 horas do dia 3 de agosto de 1944, estacionando no dia seguinte ao meio-dia a 2°07’57 de Lat. S e 44°36’04 de Long. W, coordenadas geográficas da cidade de Guimarães, no Maranhão, Brasil, segundo provas das Cartas Náuticas apresentadas pela Capitania dos Portos de São Luís.

Essa, pelos dados técnicos apresentados, é a mais provável chegada ao Maranhão do professor Germano ou Hermínio, dados esses que meu imaginário nunca pode alinhavar, à época, porque só cheguei a conhecer esses detalhes cinquenta anos depois (1961-2011), lapso temporal de quando fui aluno do mestre, a reflexionar sobre tais possibilidades, à publicação do livro de Joaquim Itapary, oportunidade em que tive a felicidade de lê-lo, talvez para encontrar a chave da questão, cujo autor ao escrevê-lo, mesmo tendo sido também aluno particular do velho Germano, nem por longe tivesse passado pelos surtos ficcionais de suas fantasias cinematográficas, pretensões outras, senão, e tão somente, ao enredo a que se propôs.

Estava desvendado, pelo menos para meu intimismo e sossego cerebral, aquele mistério que me não deixou aprender o idioma inglês, e outras coisinhas, mas que me faz repetir hoje, feliz da vida, a parafrasear Manuel Bandeira: “[...] fiz-me diplomata, não pude, sou poeta menor, perdoai...”

Levado pelos acertos e desacertos, pelos encontros e desencontros, quando saí de São Luís, já não mais tinha nenhuma notícia do professor Germano e de Rosinha

Foram esses apenas momentos que se passaram pela minha vida, assim, de repente, sem me terem dito como chegaram e sem me terem acenado quando partiram...

*Fernando Braga, in ‘Conversas Vadias’ [Toda prosa], antologia de textos do autor.

Num daqueles sobradões que se erguem no último quarteirão da Rua Cândido Mendes (hoje da Estrela), morava, há setenta anos, o coronel Francisco Bernardo de Sousa Coutinho, um dos mais abastados lavradores do Estado e figura de alta representação assim na cidade de São Luís, como em empresas e companhias que coletavam grandes lucros em suas transações em toda a província.

Não era grande a família do coronel Coutinho, que se casara aos trinta anos de idade, com a filha mais velha do coronel Arelino Maia, alto funcionário da Recebedoria. Chamava-se Amélia Maria Coutinho a sua esposa e era de sua idade.

Casamento feliz e louvado. Conforme o conceito daquele tempo, viviam em harmonia porque facilmente se compreendiam. Ao fim de 20 anos de matrimônio, contavam dois filhos: o Américo, um rapagão forte que havia tantos anos de idade quanto os pais de casados; e Vitorinha, de dezoito anos.

O Américo não dera para nada. Aos 20 anos, era apenas um gozador. Só falava em festas e pagodeiras. A Vitorinha era de outra pipa. Aos 17 anos, já era uma moça prendada. Estudava no recolhimento com as freiras. Falava bem o francês, o inglês e o italiano. Escrevia bem e com elegância o português. Tocava, com admiração de todos, o piano. Estudava canto com a esposa do poeta Cláudio Tigreiro, educada em Paris. Três vezes por semana, lá se ia Vitorinha, para a aula, acompanhada de uma escrava, lá no Campo do Ourique, num dos vastos prédios que tem a frente para o poente.

Os dois irmãos não pareciam em coisa alguma. O rapaz dava tudo pelo luxo. Vitorinha era de uma simplicidade encantadora. O rapaz era um temperamento ardente, impulsivo; Vitorinha era meiga, delicada e de uma afabilidade atraente. Diziam, então, que o Américo saía ao pai e que a Vitorinha era a cópia da mãe.

Mas, apesar dos erros do Américo e de suas grandes despesas, o casal não se sentia mal; porque o coronel Coutinho, no íntimo, gostava do filho. Os seus arrebatamentos, os seus declives para o prazer, eram atestados eloquentes de sua paternidade.

Quando se declarou o namoro entre Vitorinha e o Manuel Arruda, caixeirinho da Praia Grande e estudante de escrituração num curso comercial, o coronel Coutinho e dona Amélia ficaram desapontados. Não demorou que o desapontamento crescesse e se transformasse numa atitude enérgica que abateu, profundamente, o ânimo de Vitorinha.

Travou-se, então, uma luta terrível: de um lado, o coronel Coutinho, dona Amélia, a parentela e os amigos do casal. Todos achavam que o Arruda, um pobretão, um joão-ninguém sem eira nem beira, sem um nome ilustre ou acatado, não podia aspirar a tão grande honra como fosse casar com a Vitorinha, moça rica, de uma família respeitada, brilhante figura da sociedade de São Luís. O coronel Coutinho sentia-se humilhado. Aquele namoro ridicularizava a sua família.

Pobreza não é defeito, disse-lhe, certa vez, a Vitorinha. E disse-lhe mais: “Dinheiro não é grandeza. Nome de avós nem sempre é um título honroso. Meu pai está muito errado em suas convicções”. Mas o coronel Coutinho não podia aceitar esse modo de ver da filha. Ouvindo-a, ficou escandalizado. Teve a impressão de que ouvia uma louca.

Em São Luís, a sociedade estava dividida em castas, bem caracterizadas, pelos recursos, pelo traje, pela habitação e pelos bairros. Os indivíduos dessas castas eram plenamente convencidos de sua condição. O operário estava conformado com a sua pobreza e não procurava sair dela. O que ganhava dava para suas despesas. Era feliz por isso. Os filhos frequentavam uma escola primária e, depois, aprendiam um ofício qualquer, e, por vezes, o próprio ofício do pai. Só envergava um paletó e calçava sapatos ou botinas aos domingos, dias santos ou feriados. E, assim mesmo, esses eram os mais graduados. Os mais eram descalços e em mangas de camisa. Traziam chinelos de couro cru nos mesmos dias em que vestiam o paletó.

Os funcionários também viviam modestamente. Esses não tinham outra ambição que não fosse esperar que o mais graduado morresse ou se aposentasse. Pela sua pouquidade de recursos materiais, viviam encostados, numa atitude de inferioridade aos ricaços da Praia Grande, padrinhos de seus filhos, e que, por isso, lhes dispensavam alguma consideração e lhes faziam pequenas dádivas, ou abastados lavradores ou criadores, chefes de partidos políticos ou figuras altamente representativas da administração pública da província.

Havia os “camisas fora da calça”, os “camisas curtas”, ambos descalços, que não eram operários propriamente ditos, mas artesãos, trabalhadores de serviços pesados, carregadores de móveis e bagagens que não tinham direito a coisa alguma e moravam em mansardas, embaixo de sobrados, em casebres dos bairros mais inóspitos.

Os pobres não podiam levantar a cabeça diante dos ricos. Os ricos olhavam com desprezo para a pobreza.  Os simples levantavam-se à passagem de um rico. Um da arraia miúda ao passar diante de um potentado, cumprimentava-o. Conhecia-se mulher escrava porque em lugar do casado, usava o cabeção. 

Não havia promiscuidade. Em qualquer parte, homens e mulheres eram conhecidas pelos seus trajes. Os pobres não moravam nos bairros dos ricos. Nos préstitos religiosos ou cívicos, agrupavam-se as castas. Cada indivíduo procurava o seu lugar. Adulador era o pobre que frequentava a casa do rico. Indigno e baixo era o rico que se punha em contato com os pobres. Os pequenos não podiam comentar fatos que se passavam nas casas dos ricos.

Ora, o coronel Coutinho e dona Amélia não podiam ver com bons olhos o casamento de Vitorinha com o Arruda.  A família do coronel Coutinho perderia todo o seu prestígio se a Vitorinha casasse com o Arruda.

O coronel Coutinho pôs então, em prática, uma politicazinha de bastidores, para a qual vantajosamente concorreu dona Amélia. Mandaram que todas as famílias amigas habilmente procurassem Vitorinha e lhe fizessem sentir a sua degradação. Porque aquele namoro com o Arruda era, sem mais nem menos, uma degradação!

Vitorinha passou a ser visitada pelas amigas. E passou a receber das mesmas amigas, amiúde, convites para passeios, festas. Era preciso arrancar a Vitória da influência moral do caixeirinho. E para fazê-la, urgia distraí-la e aproximá-la dos rapazes elegantes e ricos que frequentavam a alta sociedade.

Vitorinha não frequentava a alta sociedade. Passara, muitos anos, a estudar no recolhimento. As obrigações escolares não lhe haviam permitido recrear-se. Às primeiras horas da noite, passava a fazer exercícios de redação, traduções e leituras. Durante três anos, esteve internada por causa dos estudos de piano e canto. Quando terminara o curso, havia adquirido hábitos que não se ajustavam às exigências da vida social. À noite, não podia passar sem ler um livro bom, instrutivo. E, para se aperfeiçoar no piano, pedira ao pai para falar ao pianista francês Churè, de grande nomeada em São Luís, para lecionar em casa. O pianista aquiescera e Vitorinha, com o advento da novidade, entregou-se a novos estudos de piano. 

O namoro lhe prejudicava os estudos. À hora do almoço, Vitorinha via passar o seu namorado de quem recebia com um sorriso e uma grande promessa no olhar o cumprimento, o olhar e o sorriso. Aos domingos e dias santos, encontravam-se pela manhã na igreja da Conceição. Cumprimentavam-se de longe. Esqueciam a missa para trocar olhares que diziam um ao outro o que a palavra não podia dizer. O encanto desse namoro, que era o tipo normal dos namoros naqueles tempos, estava nas cartas que trocavam amiúde, por intermédio de uma pretinha, Isidora, cria do coronel Coutinho e muito dedicada a Vitorinha.

As cartas de Arruda eram o encanto espiritual de Vitorinha, que vivia pela delicadeza dos sentimentos daquele rapaz pobre que se rendera cativo de sua beleza, de sua educação e de seus sentimentos. Essas cartas, escondia-as ela no baú de Isidora, onde ninguém mexia.

A politicazinha deu resultado. Um rapaz rico, educado na Europa onde passara catorze anos, apaixonou-se pela Vitorinha, ou melhor, pelas prendas da Vitorinha. Porque a verdade era que a filha do coronel Coutinho não era uma beleza que impressionasse à primeira vista, a quem quer que seja. A beleza de Vitorinha só podia ser revelada ao olhar penetrante do homem inteligente e sentimental, a quem fosse dado a oportunidade de a ver muitas vezes de perto, de a ouvir e receber o influxo poderoso de sua voz admirável, cheia de tonalidades sedutoras a serviço de suas ideias e de seus pensamentos.

Vitorinha não encontrava no Armando Saraiva predicados que lhe sujeitassem o coração. O Saraiva era um rapaz elegante, acostumado às rodas sociais. Falava várias línguas sem correção e contava com muita graça o que fora sua vida nas grandes capitais europeias. Fazia descrições interessantes de coisas que por lá vira, delineava aspectos curiosos de praças, de monumentos, de palacetes, de ruas, e fazia silhuetas de tipos característicos de várias civilizações e de índoles diversíssimas.

Foi esta a ponte alegre porque Armando passou a se aproximar de Vitorinha, sempre insinuada pela roda de suas amiguinhas adestradas em convencê-la de que o Armando era um excelente casamento. O coronel Coutinho e dona Amélia estavam satisfeitíssimos com o caso. Quando o Arruda soube do que estava se passando, recebeu um choque tremendo. Passada, porém, a primeira impressão, tomou uma resolução inabalável. Reagiu, heroicamente, contra a fraqueza e contra o desespero que o assaltaram ao mesmo tempo. Escreveu uma longa e comovedora carta à Vitorinha e, dois dias depois, embarcava para Belém do Pará.

A educação de Armando, à europeia, era, em São Luís, um simulacro de educação. Armando bebia todas as bebidas alcoólicas. Passava as noites em orgias nas casas das horizontais mais afamadas de São Luís. Depois das reuniões familiares a que comparecia, Armando entregava-se em companhia de mulheres vadias a excessos que, por vezes, avultavam como escândalos. Ao dia seguinte, a meia voz, toda a cidade sabia do caso, com todos os pormenores. Citavam-se os nomes das “horizontais” que haviam tomado parte da farra! Era inútil negar ou procurar estabelecer a balbúrdia, em torno do que se passara. Aliás, Armando não escondia suas diabruras. Acostumara-se nos grandes centros de civilização a fazer tudo às claras. Mulheres, prazeres, vinhos, que havia demais?

Quando chegava à casa depois das duas horas da madrugada, a Vitória perguntava-lhe por onde andara, guiando a turma. Com a língua perra, desmanchado nos gestos, dessasseiado nas palavras, fazia um relatório de indecências e obscenidades. Passavam diante dos olhos de Vitorinha páginas cruas de um mundanismo imoralíssimo. E, quando o Armando lhe citava os nomes dos companheiros, que eram os de pessoas de elevada posição social, que lhe haviam sido apresentadas pelo coronel Coutinho como pessoas respeitáveis, exemplos de honra, dignidade e brio, Vitorinha ficava estarrecida! Cuidava, a princípio, que seu marido mentia para se justificar, apesar de embriagado, mas depois, como aqueles nomes apareciam sempre no rol de seus companheiros, convenceu-se de que o marido exarava a verdade em chegando de suas pagodeiras.

Vitorinha, a princípio aturdida, depois curiosa, chegou por fim à fase da indignação e de revolta. Passou a receber o marido com admoestações, numa linguagem quase cordial. E o marido ria de seus conceitos:

– És uma mulher adorável! O coronel Coutinho muito se esforçou, coitado, para te dar uma esmerada educação. Reconheço o seu esforço. Mas afinal, que poderia ele arranjar aqui na província? Ficaste provinciana, convencida porém, de que és uma mulher superiormente educada, és! E queres agora meter na minha cabeça essa bagaceira que a bom dinheiro tivestes no recolhimento, como se meu cérebro fosse um estômago. Deixa-te de bobagens! E acredito que sou um marido exemplar porque não te engano, não te minto e sempre te falo com a franqueza que caracteriza um homem bem-educado. Precisas, minha filha, de dar um passeio pela Europa.

***

Anos depois, quem por acaso visitasse o Portinho estranhava de encontrar ali, entre as rameiras, uma mulher que, pelo aprumo, pela conversação, bem mostrava que rolara dos salões opulentos de uma sociedade de gente rica. Era Vitorinha, que já muito alcançada pelos anos, vivia em companhia de um vendedor de frutas, o caboclo Coriolano, um quarentão insolente e amante da pinga.

Não a conheciam bem os moradores do Portinho. Vitorinha rolava devagar depois da morte do pai, que se acabara numa meia-morada na Rua da Misericórdia, depois que o Armando, já sem um vintém da herança paterna, também o arruinara. 

Extinguira-se o esplendor daquela sociedade. Os ricos de ontem haviam ficado pobres, e os seus descendentes, sem letras e sem cargos para trabalhar, estavam vegetando na vala comum. O Armando vivia no Beco do Prego, junto ao Zé do Coxo, com uma cocheira muito ordinária. Alugava burros e cavalos e, nas horas vagas, ébrio, cantarolava uma canção inglesa ou francesa, reminiscência dos anos ditosos que passara na Europa. O Américo perdera jeito de gente e era um autêntico caboclo do Pindaré, onde cultivava umas terras que houvera de seu pai.

***

Aquele Arruda caixeirinho viera de passeio a São Luís em companhia da esposa. Era chefe de importante casa comercial em Belém do Pará. Casara-se com uma paraense rica. Estava, no seu destino, a riqueza. Meteu-se no Hotel Central, num espaçoso apartamento no flanco direito. Uma tarde, quando lia “A Pacotilha”, o criado anunciou a vendedora de frutas e afastou-se da frente da porta. Entra a vendedora, com umas atas bonitas, numa bandeja. O Arruda levantou a cabeça e deu de cara com a Vitorinha.

FIM

* José Nascimento Moraes.

GLOSSÁRIO:

1. RECEBEDORIA: repartição pública que recolhe impostos ou taxas.

2. CAMPO DO OURIQUE: local atual da Praça Deodoro (no Centro de São Luís/MA).

3. CAIXEIRO: balconista de loja.

4. RECOLHIMENTO: convento de freiras.

5. EM MANGAS DE CAMISA: malvestido ou só vestido com a camisa, sem paletó.

6. MANSARDAS: morada miserável; o desvão desse tipo de telhado é provido de janelas e transformado em último andar habitável da casa; água-furtada.

OBSERVAÇÕES

1 –Valério Santiago era um dos pseudônimos utilizados por Nascimento Moraes, meu bisavô, para publicar seus contos, os quais, na verdade, constituem verdadeiras crônicas sobre a sociedade maranhense e, em especial, a ludovicense. Os contos foram escritos e publicados na “Revista Athenas” (década de 1940), um suplemento de variedades (inclusive literárias) vinculado ao jornal “O Imparcial”.

2 – Referência do conto:

MORAES, Nascimento. Vencidos e degenerados & Contos de Valério Santiago. São Luís: Secma; Sioge, 1982. 332 páginas (edição da biblioteca particular da família Nascimento Moraes).

3 – Referência das fotos publicadas aqui:

MORAES, Nascimento. Contos de Valério Santiago. São Luís: Sioge, 1972. (edição da biblioteca particular da família Nascimento Moraes).

4 –Sobre Nascimento Moraes, um dia escreveu sobre ele o autor Josué Montello:

(...) Minhas dívidas de escritor para com a pessoa e a obra literária de Nascimento Moraes não são pequenas. Tive-o entre os meus mestres do Liceu Maranhense. Tive-o entre os guias de algumas de minhas leituras essenciais. E contei-o sempre entre os meus amigos. Pude sentir, assim, numa convivência, demorada, a grandeza de sua inteligência e de sua cultura. E posso avaliar o que ele teria sido, se houvesse se deslocado dos horizontes da província o cenário de suas ilusões. Haveria de perder algumas, como todos nós. Mas, pelo menos, o benefício de uma irradiação maior de seu nome ele teria tido. Porque essa irradiação Nascimento Moraes a merecia pelas virtudes de seu talento e de seu saber.

(Da coluna de crônicas “Areia do Tempo”, escrita por Josué Montello para o “Jornal do Brasil”).

(Fonte: Natércia Garrido)

Neste domingo, apresentamos mais...

Dúvidas dos leitores

1ª) Risco de vida OU risco de morte?

Tanto faz. Não há uma forma certa e outra errada.
Se o risco é de morrer, podemos dizer “risco de morte”, mas é indiscutível que a maioria dos brasileiros fala RISCO DE VIDA. Temos, aqui, uma elipse: risco de (perder a) vida. Isso é corretíssimo e aceitável na língua padrão.

Isso tudo significa que podemos escolher. As duas formas são corretas. Eu prefiro RISCO DE VIDA por ser a forma mais usual.

É importante lembrar que não há uma forma melhor ou pior, mais certa ou menos errada. No meio jornalístico, há o hábito de criar padrões, mas, como o nome bem diz, são apenas padrões, ou seja, preferências do repórter ou do editor.

2ª) Rendição OU rendisão?

Leitor quer saber por que RENDIÇÃO se escreve com “ç”, se é derivado do verbo RENDER, que termina em “-ender”.

Escrevemos com “s” os substantivos terminados em “-ensão” derivados de verbos terminados em “-ender”: tender – tensão; pretender – pretensão; compreender – compreensão; ascender – ascensão.

Embora derive de um verbo terminado em “-ender” (render), o substantivo RENDIÇÃO não se escreve com “s”, porque não termina em “-ensão”.

3ª) Atenção OU atensão?

Leitor quer saber por que ATENÇÃO se escreve com “ç”, se é derivado do verbo ATENDER, que termina em “-ender”.

O substantivo ATENÇÃO não deriva do verbo ATENDER. ATENÇÃO é o ato de ATER-SE, e não de “atender”. O ato de atender é ATENDIMENTO.

Os verbos derivados de TER formam substantivos terminados em “-enção”, com “ç”: deter – detenção; reter – retenção; conter – contenção, obter – obtenção; manter – manutenção; ater-se – atenção.

4ª) Mini-hospital OU minihospital OU miniospital?

Não há registro em nossos dicionários de nenhuma das três formas.

Se um dia inventarem um hospital tão pequeno que queiram chamá-lo de “mini”, tenho a certeza de que a tendência da maioria será escrever com hífen: mini-hospital.

Segundo o acordo ortográfico de 1943, o elemento MINI não prevê o uso do hífen. Devemos escrever “tudo junto”: minidicionário, minissaia, minissérie, minirreforma…

Assim sendo, a grafia oficial seria “miniospital”, mas, segundo a nova reforma ortográfica (2009), nas formações com prefixos (anti, contra, hiper, sub…) e em formações com falsos prefixos (auto, eletro, macro, mini, neo, pan, semi, tele…), devemos usar hífen se o segundo elemento começa por “h” ou por vogal igual à vogal final do prefixo: anti-herói, pré-história, sub-humano, super-homem, pan-helênico, infra-hepático, semi-hospital, MINI-HOSPITAL, anti-inflacionário, contra-ataque, micro-ondas.

5ª) O que OU o quê o telespectador gostaria de ver?

A grafia correta é sem acento gráfico: “O que o telespectador gostaria de ver?”

Em “Não sei o que o telespectador gostaria de ver”, o “o” equivale a “aquilo” e é um pronome demonstrativo. E o “que” é um pronome relativo.

Em “Que o telespectador gostaria de ver?”, o “que” é um pronome interrogativo.

A palavra QUE recebe acento circunflexo em dois casos:

1º) quando é substantivado: “Ela tem um quê especial”;

2º) no fim de frase (antes de pausa): “Ela respondeu não sei o quê”.; “Não tem de quê”.; “Fez isso não sei para quê!”; “Ainda não chegou por quê?”.

6ª) Três mil e duzentos OU três mil, duzentos?

Devemos escrever os numerais por extenso como se fala:

1º) “Compareceram à recepção três mil e duzentos convidados”;

2º) “Escreveu corretamente no cheque: três mil, duzentos e quarenta e sete reais e vinte e dois centavos”.

7ª) Cem milhões de dólares norte-americano OU norte-americanos?

NORTE-AMERICANO é adjetivo, por isso deve concordar em gênero e número com o substantivo a que se refere.

Se as TROPAS são NORTE-AMERICANAS, os dólares são NORTE-AMERICANOS.

Teste da semana

Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas das frases a seguir:

1ª) “Eu __________”, repetiu o depoente várias vezes.

2ª) É preciso que você __________ mais uma vez.

3ª) Quero que você ________ suas palavras.

a) repilo / compita / meça;

b) repilo / compita / messa;

c) repilo / competa / meça;

d) repelo / competa / messa;

e) repelo / compita / meça.

Resposta do teste: letra (a).

Os verbos terminados em “-pelir”, “-petir”, “ferir”… mudam a vogal “e” para “i” na primeira pessoa do singular do presente do indicativo (repelir – REPILO; impelir – impilo; expelir – expilo; repetir – repito; competir – compito; preferir – prefiro; conferir – confiro; aferir – afiro…) e em todo o presente do subjuntivo (que você repila, expila, repita, COMPITA, prefira, confira, afira…). Os verbos terminados em “-edir” (pedir, medir, impedir), na primeira pessoa do singular do presente do indicativo e em todo o presente do subjuntivo, devem ser escritos com “ç”: peço, meço, impeço; que você peça, MEÇA, impeça.

Estamos olhando o mar, o Atlântico que lá fora se rebenta em ondas, se quebra em ondas, que estruge, que esbraveja, que se enfurece em arremetidas loucas, que se tumultua, que se precipita para diante, para as distâncias num desejo de apossar-se, totalmente, da Ilha, a sua prisioneira eterna. Está na enchente. Cresce. Alteia-se e se alarga em Mar, e se alarga em domínio, investindo sempre, fascinante e dominador e investe, e escava em si mesmo, nas profundezas, o esmagamento do seu próprio domínio. Tudo nele tem a força da expansão. Do alargamento. Tem avanços que ameaçam, que não se intimidam nunca, que não aceitam a força das pressões negativas. Nada. Cavalga nas ondas, agita-as, sacode-as para frente, revolve-as dos entulhos para correr para o seu objetivo: a dominação total. É assim no fenômeno da enchente. E por muito tempo fica assim até nos instantes da vazante. Da vazante que esbarra em si mesmo para voltar de novo em reações mais furiosas, mais terríveis, impetuosas mesmo. Todo um tempo assim. Toda uma vida assim. Toda uma existência assim. Veio de longe, de muito longe. Veio rugindo, veio marcando a força da sua predestinação histórica. Veio de mundos estranhos, que se perderam no TEMPO, numa Geografia distante. E sempre com a mesma resistência e os mesmos impulsos. Veio com a VIDA e, vindo com a VIDA, veio com a MORTE. E de há muito que se tornou absoluto. Senhor de impérios. Dominador de ilhas e continentes. Não se afasta. Intromete-se. Interna-se. Infiltra-se. Mergulha na terra, rebenta-se em espumas nas praias. Rebenta-se em ondas nos recifes. Estraçalha-se nos cais, nos diques, e se transforma em catapulta. Aí impressiona. Aí traumatiza a grandiosidade da sua presença na Terra.

Estamos olhando o MAR, o Atlântico que lá fora estruge. Que lá fora mantém a resistência dos arremessos. E vem jogar-se contra a ILHA com o nome de São Marcos ou de São José de Ribamar. Não importa o nome. Importa saber que é ele. Ele, a maça líquida devorador de continentes, de terras. Mas aqui, na ILHA, resiste as suas invasões. Mas ele bate com fúria. Há momentos que a quer tragar, posse absoluta dos seus domínios. Mas ela não se deixa envolver de toda. Franqueia-lhe a hospedagem perigosa. Seus recifes são sentinelas perdidas na execução de uma tarefa nobilitante: a defesa, forçando o recuo, evitando a expansão do elemento líquido que se agiganta, que cresce, que estoura, que se parte em ondas, em aspirais de águas que parecem afogar-se em si mesma para depois, momentos, ressurgir mais impetuosa e agressiva. É a luta do Mar contra a Ilha banhada de chuva, aquecida de Sol.  Da ilha que luta pela sua libertação, que quer sair do cativeiro, que quer ser livre, Simbolismo que se extasia na paisagem sentimental da Ilha histórica e tradição. E o Mar avança sempre, vem se partir, vem se quebrar em ondas. Em vagalhões enormes. Em força de um predomínio absoluto. Sempre assim este Mar estuando lá fora. Agressivo. Impondo a sua vontade.

Mas a Ilha não o teme tanto. Sente que ele é mais conquistador que um invasor. Sente que, há nela, a beleza de sentimentos outros. Sente que, há nele, a presença de algo mais forte, mais humano. Sente que, há nele, afeto, fulguração de uma estima, de uma afeição poderosa, afeição que ela compreende ser AMOR, amor que é ciúme, que é desejo e mais, que é POSSE. POSSE ABSOLUTA. Eterna. Misteriosa até.

É o poema da Ilha. O romance da Ilha. Da sua paisagem geográfica. Do acidente que ela representa. O Mar, ela o sente: é o seu TUDO. Seu conquistador. E de há muito que ela se entregou. De há muito que ela o sabe ser o seu DONO. Mas ela não lhe confessa o reconhecimento. Instiga-o para a luta, para a expansão. E ele avança, e ele investe. Nas borrascas lhe açoita com mais força. Chicoteia-lhe o corpo desnudo! E ela refugia-se em si mesma. Retrai-se para, depois, surgir sob o banho de um Sol que a queima, de uma Lua que a ilumina. Apoteose da posse numa expressão fantástica de amor absoluto. Ela é a Ilha, e ele é o Mar. Ele é força que domina. Ela é a resistência que fascina. Que deslumbra. Que se extasia em si mesma.

E o Mar se rebenta lá fora. E se rebenta em ondas. E vem se desfazendo em espumas. Agora, acariciar as praias, vestidas de Sol, de areia, da Ilha Imortal. E aí uma cena de noivado, um sentindo profundo amor que é vibração dos sentidos. Mas isto por instantes. Mas isto por momentos. Depois, em fúria, em chicotadas violentas, recua. Um recuo aparente. E ela sabe que ele vai voltar, voltar mais ameaçador, mais agressivo. Mais impetuoso. Aí já está vazante. Mas há, ainda, restos impressionantes da enchente. Águas paradas ficando nos baixios. Ficando nos arrecifes, vigilantes talvez. E isto deslumbra e fascina. E isto é poesia, é poema, apoteose do pensamento na construção do BELO, da ARTE dominadora.

E depois se repete a luta. A volta. A porção d’água crescendo. Avultando-se. Subindo em ritmos de acordes sensíveis. A Ilha o sente de longe, pressente a aproximação e se desnuda em flagrantes os mais diversos. E ele se rebenta de novo em fúria, em ondas. Em vagalhões. De instante avolumou-se totalmente e se precipita para a luta, para as investidas. Seu objetivo é a ILHA, a posse total.

Mas... Estamos olhando o Mar. O Atlântico lá fora se rebentando em ondas. Rebentando-se nos recifes, investindo. E há, nisto, o poema eterno das emoções. O pensamento na criação magistral de sentir melhor as coisas, as coisas que se perdem dentro da natureza Criadora, iluminada de magia, de fascinação. E o Mar lá fora esturgindo. Avançando sempre, investindo sempre. Vem num crescimento de emoções novas que se repetem em horas, em minutos. Vem, em força, quebrando-se nas areias. É a carícia de um beijo ou a ternura emocional de um abraço. E estamos olhando o Mar e, dentro do Mar, a Ilha, a terra que se abre para ser BERÇO que um dia se fecha para ser TÚMULO.

* Paulo Nascimento Moraes. “A Volta do Boêmio” (inédito) – “Jornal do Dia”, 22 de novembro de 1964 (domingo).

Passa a vigorar hoje (15) a nova política de dados do WhatsApp. O aplicativo passará a compartilhar informações de contas de negócios (a modalidade WhatsApp Business) com o Facebook, plataforma central da empresa de mesmo nome que controla o app de mensagem.

A mudança ocorre sob protestos de órgãos reguladores brasileiros. Na semana passada, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacom) e o Ministério Público Federal (MPF) emitiram recomendações apontando problemas nas novas políticas.

No documento conjunto, os órgãos avaliam que as mudanças podem trazer riscos à proteção de dados dos usuários do aplicativo, além de impactar negativamente nas relações de consumo estabelecidas entre os usuários e a empresa. No âmbito concorrencial, as novas regras podem impactar negativamente a competição no mercado. Por isso, os órgãos solicitaram o adiamento do início da vigência das normas.

Nessa sexta-feira (14), o Cade divulgou nota na qual diz que o WhatsApp “se comprometeu a colaborar” com os órgãos reguladores que enviaram a recomendação. No prazo de três meses a partir de hoje, as autoridades farão novas análises e questionamentos à empresa, que manifestou disposição em dialogar.

“No documento enviado às autoridades, o WhatsApp informa que não encerrará nenhuma conta, e que nenhum usuário, no Brasil, perderá acesso aos recursos do aplicativo nos 90 dias posteriores ao dia 15 de maio como resultado da entrada em vigor da nova política de privacidade e dos novos termos de serviço nesta data”, diz o texto.

Consultado pela Agência Brasil, o escritório do WhatsApp no Brasil confirmou o acordo divulgado pelo Cade. Com isso, restrições antes anunciadas foram suspensas por 90 dias. Entre elas, estavam a impossibilidade de acessar a lista de conversas e a suspensão do envio de mensagens e chamadas para o celular algumas semanas depois, caso o usuário não aceitasse a nova política.  

Na avaliação do coordenador do Programa de Direitos Digitais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Diogo Moysés, a atuação dos órgãos reguladores e a suspensão das restrições aos usuários que não aceitarem a nova política foram fatos positivos.

“Contudo, o mérito da questão precisa ser analisado pelas autoridades, pois a mudança e o compartilhamento dos dados com o Facebook estão em evidente desconformidade com o marco legal brasileiro. O consentimento já dado pelos usuários, forçado e na base da chantagem, precisa ser invalidado, pois não cumpriu requisitos básicos e, nos termos da LGPD, deve ser considerado inválido”, analisa.

Para Gustavo Rodrigues, coordenador de políticas no Instituto de Referência em Internet e Sociedade (Iris), há possibilidades de conflito com a legislação brasileira na nova política anunciada pelo WhatsApp pela falta de clareza quanto à base legal e quando a empresa condiciona a continuidade do uso à aceitação dessas regras.

“Seria necessário demonstrar qual base legal está sendo usada para embasar este compartilhamento e sempre respeitando os direitos dos titulares. Se houver perda de acesso ao aplicativo aí não seria um consentimento livre, como prevê a legislação”, observa.

Problemas

Na recomendação conjunta divulgada na semana passada, as autoridades afirmam que a alteração nas novas regras de privacidade pode trazer prejuízos ao direito à proteção de dados dos usuários. A ANPD apresentou sugestões de mudança nas novas regras para “maior transparência quanto às bases legais, finalidades de tratamento, direitos dos  titulares, tratamento de dados pessoais sensíveis e de crianças e adolescentes, e o reforço de salvaguardas de segurança e privacidade”.

Outro problema seria a falta de transparência e de clareza acerca de quais dados serão coletados. “Sob a ótica da proteção e defesa do consumidor, essa ausência de clareza dos termos de uso e da política de privacidade também pode traduzir-se em publicidade enganosa e abusiva, em violação aos arts. 31., 37., 38., 39., caput, do CDC [Código de Defesa do Consumidor], pois a oferta contratual constante dos termos de uso e da política deprivacidade  não  dariam  conta  da  dimensão exata do  custo  não  precificado  de  uso  do serviço pelo consumidor”, pontua o texto.

Do ponto de vista concorrencial, o documento das autoridades aponta que a mudança na política de privacidade pode configurar abuso de posição dominante “por impor o rompimento da continuidade de prestação de serviço essencial de comunicação aos seus usuários em razão de recusa em submeter-se à condição imposta de compartilhamento obrigatório de dados com a empresa Facebook e seus parceiros”.

(Fonte: Agência Brasil

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) alertam para os riscos da alta exposição de crianças às telas de equipamentos eletrônicos, como celular, computador, televisor e tablet. Na pandemia, essa exposição, que já era alta, de acordo com eles, aumentou, pois muitas famílias acabam recorrendo a esses dispositivos, para conseguirem trabalhar e entreter as crianças, que passam mais tempo em casa. A situação, que no ano passado, quando o vírus começou a circular no Brasil, foi vista como passageira, agora é alvo de preocupação.

“A situação que a gente vive hoje é de uma falta de alternativa muito grande para os pais que estão em trabalho remoto, muitas vezes sem ajudante em casa, e que precisam de alternativa para a recreação da criança no momento que precisam trabalhar ou fazer atividades domésticas. A questão é que o uso da tela se tornou muito mais que uma alternativa, tornou-se a única via, e isso nos preocupa”, diz a coordenadora do Programa Primeira Infância Plena da UFMG, Delma Simão.

A pesquisadora explica que até 1 ano de idade não é recomendada nenhuma exposição à tela. Depois disso, a indicação varia conforme a faixa etária sendo que, até os 6 anos de idade, período que corresponde à primeira infância, as crianças não devem passar mais do que duas horas por dia na frente de dispositivos eletrônicos. “Quanto mais uma criança fica conectada à tela, mais desconectado é o cérebro da criança. Então, mais difícil é para essa criança tomar decisões adequadas, pertinentes a uma sociedade saudável”, explica a pesquisadora.   

Os prejuízos de uma exposição excessiva às telas, para as crianças, de acordo com Delma, são muitos. Entre eles: dificuldade de aprendizagem, dificuldade de interação social, dificuldade de criar vínculo, dificuldade de se adaptar ao meio social e aos desafios que a sociedade impõe, prejudicando ainda o chamado controle inibitório que, de forma simplificada, é a habilidade de controlar respostas impulsivas e esperar a própria vez. No mundo virtual, a criança clica e recebe o conteúdo instantaneamente, prejudicando o desenvolvimento dessa habilidade.

Desafios

No ano passado, quando a pandemia chegou ao Brasil, segundo o professor da Faculdade de Educação da UFMG Rogério Correia, os estudos colocavam essa como uma situação passageira. “Hoje, passado mais de um ano, deixou um pouco de ser passageira essa realidade para nós no Brasil”, diz.

Tanto Delma quanto Correia experimentam, no dia a dia, o desafio de afastar crianças das telas. Ela é mãe do Pedro, de 7 anos, e da Laís, de 3 anos, que tem trissomia do cromossomo 21 (síndrome de Down). No dia a dia, concilia o cuidado com as crianças, com a casa e o trabalho. Correia é tio de Fernando, de 3 anos.

“Eu desenhei, no corredor da casa, uma amarelinha, para brincar com eles à noite, para gastar energia. Meia hora que a gente brinca de amarelinha, eu já ensino comunicação, ensino a esperar a vez do outro, equilíbrio. É no dia a dia que a gente tem que ser criativa”, conta Delma.

Já Correia, abriu o quintal para que o sobrinho, que não mora com ele, pudesse correr. Para isso, a família precisa de uma logística de isolamento, para que possam encontrar-se de forma segura em meio à pandemia. “Estamos sempre acompanhando [o estágio da pandemia na cidade] se há aumento do índice de contaminação, e voltamos a aumentar a segurança e o isolamento”, diz.

Recomendações

Segundo os pesquisadores, será necessária uma atenção especial às crianças não apenas durante, mas após a pandemia. “A gente acredita em uma pandemia pós-pandemia. O que vai ser das pessoas e especialmente das nossas crianças quando tudo isso melhorar? Nos preocupa muito a repercussão dessa pandemia”, diz Delma.

Segundo a pesquisadora, as escolas e outros locais de socialização das crianças precisarão observá-las de perto, respeitando as necessidades de cada uma delas. “O olhar precisa ser muito singular para respeitar essa criança que virá depois desse estresse traumático da pandemia de covid-19. É preciso entender e ser muito sensível a essas mudanças de comportamento que eventualmente podem surgir na escola e surgir na família”.

De acordo com Delma, aqueles que estão participando de aulas remotas devem ser observados de perto pelas famílias, que devem conversar com as escolas sobre como está sendo esse processo para eles. “A família precisa estar atenta ao que está dificultando o processo de aprendizagem da criança para que aquilo não faça com que a criança perca o desejo de aprender”.

Incentivar o brincar

Segundo Correia, a brincadeira, que acaba sendo substituída por tempo na frente de dispositivos eletrônicos, é fundamental para o desenvolvimento das crianças e para ajudá-las a compreender o mundo. “Quando ela lida com um trauma, com a perda de um ente querido ou mesmo com a distância da mãe que sai para trabalhar, ela tende a lidar com o que causa essa angústia através da brincadeira. Na brincadeira, ela toma consciência daquele sentimento”, diz.

O pesquisador diz que há formas de incluir os conteúdos digitais no brincar e que isso pode ser benéfico desde que bem orientado. As crianças podem, por exemplo, levar os personagens do programa de TV para uma brincadeira mais ativa, na qual entendem o papel daquele personagem e, brincando, têm mais controle sobre a mensagem e o significado que aquilo traz para ela.

Outra opção é buscar conteúdos digitais que proponham tarefas às crianças e trocar, segundo Correia, o sofá pelo tapete, onde é possível brincar. “Um momento em que a criança pode assistir e brincar ao mesmo tempo. As crianças gostam de assistir a programas que proponham fazer alguma coisa, construir um brinquedo, isso pode ser legal”. Os pais e responsáveis podem também assistir a vídeos com as crianças, mostrando interesse e discutindo com eles pontos do programa.

Tanto Correia quanto Delma recomendam que as crianças sejam integradas nas atividades do dia a dia dos adultos, que sejam convidadas a cuidar das plantas, a preparar uma comida, a estarem por perto. “Com isso, está aprendendo as coisas do mundo, está aprendendo vocabulário, está aprendendo interação com a família, está aprendendo a ser útil, a colaborar com a sociedade. A primeira sociedade que ela vive é dentro de casa”, diz Delma.

(Fonte: Agência Brasil)

Após meses de aperto no caixa, as universidades federais terão alívio temporário nos seus orçamentos. O Ministério da Economia anunciou, nessa sexta-feira (14), a liberação de R$ 2,61 bilhões para essas instituições de ensino. Os recursos ajudarão a recompor o orçamento de gastos discricionários.

Embora sejam definidos como não obrigatórios, os gastos discricionários englobam despesas essenciais para o funcionamento de serviços públicos, como contas de luz, telefone, internet, água, material de escritório, combustíveis, manutenção de prédios e de equipamentos. No caso das universidades, o pagamento de bolsas também é considerado despesa discricionária.

O dinheiro vem do remanejamento de programas que seriam custeados com emissões de títulos da dívida pública a serem autorizadas pela regra de ouro.

A regra de ouro proíbe o Executivo de se endividar para pagar as despesas correntes – como são chamados os gastos da administração pública para manter seus serviços em funcionamento.

Na última quinta-feira (13), o Diário Oficial da União publicou crédito suplementar de R$ 18,7 bilhões que aliviará os cofres de diversos órgãos e ministérios afetados pelo contingenciamento (bloqueio temporário) de recursos, anunciado no fim de abril.

Logo após a sanção do Orçamento de 2021, o governo anunciou o contingenciamento de R$ 9,2 bilhões e o veto de R$ 19,8 bilhões em gastos. Os cortes foram necessários para garantir a execução de despesas obrigatórias que haviam sido remanejadas para emendas parlamentares.

Nesse processo, o Ministério da Educação teve cerca de R$ 3,5 bilhões cortados: R$ 2,73 bilhões bloqueados temporariamente e R$ 1,2 bilhão vetados. Quase a totalidade dos cortes, na ocasião, referiam-se a verbas para o ensino superior, com a alegação de que as universidades não estavam funcionando presencialmente durante a pandemia de covid-19.

Instituída pelo Artigo 167 da Constituição, a regra de ouro estabelece que o governo só pode emitir dívida pública para rolar (renovar) a própria dívida ou para cobrir despesas de capital, como investimentos em obras públicas e amortizações. Para cobrir gastos correntes, como os citados anteriormente, o governo precisa pedir autorização do Congresso.

O Orçamento de 2021 prevê insuficiência de R$ 434,8 bilhões para cumprir a regra de ouro, mas a quantia pode ser reduzida para R$ 125,7 bilhões com o uso de parte dos lucros do Banco Central nos últimos anos, devoluções do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro e pagamentos de dividendos de estatais.

Para evitar a paralisação de serviços públicos, o governo precisará pedir autorização ao Congresso Nacional nesse montante (R$ 125,7 bilhões) para custear determinados programas com títulos da dívida pública. Com a publicação da portaria, o governo antecipou a liberação dos recursos antes da votação pelo Congresso.

(Fonte: Agência Brasil)

Paço do Lumiar

As semifinais da etapa de São Luís do Campeonato Maranhense de Beach-Soccer de Seleções Municipais 2021, competição patrocinada pela Equatorial Energia e pelo governo do Estado por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, estão definidas. Os confrontos eliminatórios entre Paço do Lumiar x São José de Ribamar e Raposa x São Luís vão ocorrer neste sábado (15), a partir das 15h30, na Arena Domingos Leal, na Lagoa da Jansen, sem a presença de público. Os jogos serão transmitidos ao vivo pelo canal Beach-Soccer MA, no YouTube (youtube.com/beachsoccerma).

A rodada desta sexta-feira (15) confirmou as última três seleções que se juntaram a Paço do Lumiar nas semifinais. No primeiro jogo do dia, Bacabeira venceu Itapecuru-Mirim por 3 a 2. Apesar do triunfo, Bacabeira ficou fora da próxima fase, assim como o selecionado itapecuruense.

Raposa

Na sequência, Raposa quebrou a invencibilidade de Paço do Lumiar ao vencer por 3 a 2 de virada. A vitória da equipe raposense garantiu a liderança do Grupo A com 6 pontos. Apesar do revés, Paço terminou a primeira fase com a melhor campanha no Grupo B.

No último jogo do dia, São José de Ribamar passou sem dificuldades por São Luís: 6 a 3. A vitória foi fundamental para os ribamarenses chegarem às semifinais. Apesar da derrota, a equipe da capital conseguiu avançar no torneio por ter um saldo melhor que Bacabeira.   

Maranhense 2021

São Luís

O Campeonato Maranhense de Beach-Soccer de Seleções Municipais 2021 conta com os patrocínios da Equatorial Energia e do governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. Neste ano, a competição será realizada em seis etapas, sendo a última com as equipes classificadas nas fases anteriores.

Cada etapa será realizada em uma região diferente. Em 2021, as cidades de Humberto de Campos, São Luís, Santa Inês, Lima Campos e Pinheiro receberão os jogos do estadual. De acordo com a organização do torneio, a expectativa é que a fase final ocorra somente entre os dias 9 e 13 de junho.

São José de Ribamar

Além disso, cada uma das etapas seguirá todas as recomendações sanitárias para a realização de eventos esportivos, como distanciamento social, uso obrigatório de máscaras nas arenas, disponibilização de álcool em gel e sem a presença de público.

ETAPA DE SÃO LUÍS

PRIMEIRA RODADA / QUARTA-FEIRA (12)

São José de Ribamar 7 (2 pen.) x 7 (0 pen.) Bacabeira

(LINK: https://www.youtube.com/watch?v=vFROyJf1FRE)

Itapecuru-Mirim 2 x 11 Paço do Lumiar

(LINK: https://www.youtube.com/watch?v=NnlnaYnyrto)

São Luís 4 x 1 Raposa

(LINK: https://www.youtube.com/watch?v=faoNTxsLjRs&t=11s)

SEGUNDA RODADA / QUINTA-FEIRA (13)

Raposa 11 x 2 Bacabeira

(LINK: https://www.youtube.com/watch?v=HTeTcK788mA)

São Luís 1 x 3 Itapecuru-Mirim

(LINK: https://www.youtube.com/watch?v=1xqqf-9smMk)

São José de Ribamar 1 x 6 Paço do Lumiar

(LINK: https://www.youtube.com/watch?v=LBcl3yk4a_g)

TERCEIRA RODADA / SEXTA-FEIRA (14)

Itapecuru-Mirim 2 x 3 Bacabeira

(LINK: https://www.youtube.com/watch?v=pARp0E9_LYM)

Raposa 3 x 2 Paço do Lumiar

(LINK: https://www.youtube.com/watch?v=vHfoGSIcO0A)

São Luís x São José de Ribamar

(LINK: https://www.youtube.com/watch?v=QgMLtB8uQJs)

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Neste domingo (16), o Balsas Futsal vai em busca da classificação para a segunda fase da Copa do Brasil de Futsal Adulto Masculino. Patrocinada pela Equatorial Energia e pelo governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, e pela Prefeitura de Balsas, a equipe maranhense faz o jogo de volta contra o JES Futsal (PI) e precisa de um empate para seguir viva na competição nacional. A partida será realizada no Ginásio da Apcef, em São Luís, a partir das 10h30. O duelo decisivo entre Balsas e JES terá transmissão ao vivo pelo canal oficial do time maranhense no YouTube (balsasfutsal).

O time maranhense chega para o jogo de domingo bastante motivado e com a vantagem no confronto. Na última terça-feira (16), o Balsas derrotou o time piauiense por 4 a 2, na partida de ida em Teresina, e, agora, um simples empate serve para o maior vencedor do futsal do Maranhão chegar à segunda fase da Copa do Brasil.

“Conseguimos um grande resultado em Teresina, mas como eu falei para os atletas, temos de nos concentrar no jogo de volta porque é aqui em São Luís onde tudo vai ser decidido. Temos o empate a nosso favor, mas não é por isso que vai faltar vontade e empenho para a gente definir nossa classificação”, afirmou o técnico do Balsas Futsal, Hallyson Dias.

Os jogadores do Balsas também adotam o discurso de que nada está definido. Para o capitão da equipe, o fixo Neto Caraúbas, o time maranhense precisará jogar novamente de forma aguerrida para conseguir o resultado positivo no domingo.

“Sabíamos das dificuldades que íamos encontrar, mas nos superamos, mostramos nossa cara de time aguerrido. Precisamos repetir essa mesma vontade para conseguirmos nossa classificação. A vitória em Teresina foi excelente, mas isso não significa a classificação. Em São Luís, vamos nos empenhar de novo para buscar a vitória”, afirmou Neto Caraúbas.

Vale destacar que quem passar deste confronto terá pela frente o vencedor do confronto entre Ceará (CE) e Sampaio Araioses (MA). No jogo de ida, os cearenses venceram por 5 a 2 e têm boa vantagem para a partida de volta.

Copa do Brasil

Em 2021, a Copa do Brasil de Futsal Masculino chega à sua 5ª edição. Além do Balsas Futsal, o torneio contará com outros 29 clubes de 16 Estados. Esta será a primeira vez que a competição atinge este número de clubes numa única participação.

A fórmula de disputa é bem simples: o evento será disputado em cinco fases, sendo a primeira fase com até 16 grupos, definidos pela logística dos clubes envolvidos, reduzindo custos financeiros. Em todas as fases são jogos de ida e volta, classificando a equipe que obtiver duas vitórias ou uma vitória e um empate. A ordem dos jogos da 1ª fase foi definida por sorteio, porém, nas demais fases, fará o segundo jogo em casa a equipe com melhor índice técnico geral.

Balsas Futsal

Com apenas dez anos de existência, o Balsas Futsal tornou-se o clube mais vitorioso do futsal maranhense. A equipe balsense contabiliza oito títulos estaduais e diversos resultados expressivos em sua história: 3º lugar na Copa do Brasil de Futsal 2020, 5º lugar na Taça Brasil de Clubes de Futsal Divisão Especial, vice-campeão na Liga Nordeste de Futsal, vice-campeão Brasileiro Primeira Divisão dentre outras conquistas e participações em relevantes competições estaduais e nacionais, também tendo destaque nas categorias de base.

Vale destacar que o Balsas Futsal conta com os patrocínios da Equatorial Energia e do governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, e da Prefeitura de Balsas, além dos apoios da Federação de Futsal do Maranhão (Fefusma) e da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef-MA).

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Com treinos às segundas, quartas e sextas, o time de Futsal do Fórum Jaracaty tem suado a camisa para as competições que começam a ser retomadas no Estado. Os atletas da modalidade, iniciada em janeiro deste ano no projeto, estreiam em seu primeiro torneio esportivo: o I Campeonato de Futsal Sub-13 e Sub-15. O time do projeto participará do campeonato Sub-15 e fará sua estreia contra o time do Ferinhas da Vila, do bairro da Cohab.

Ao todo, seis equipes disputarão o torneio. A primeira fase terá cinco jogos para cada time. Quatro serão classificados para a semifinal. Ao fim do campeonato, o time vencedor leva, para casa, o prêmio de R$ 600, além das medalhas, e o vice-campeão, R$ 400 e medalhas.

O técnico do Fórum Jaracaty, Lucas Martins, aposta em um time integrado, que tem evoluído bastante com os treinos. “O trabalho com os meninos teve uma evolução significativa desde o início do ano, tanto na parte técnica quanto na parte tática. Entraremos na competição dando o nosso máximo para alcançar a vitória, mas, ao mesmo tempo, entenderemos caso ela não venha. Por ser a primeira competição do time, ela deve ser encarada como aprendizado, com o time ganhando ou perdendo”, ressaltou.

O 1º Campeonato de Futsal Sub-13 e Sub-15 ocorre a partir das 8h30 deste domingo, no Ginásio Tião, no Parque do Bom Menino. O jogo entre o Fórum Jaracaty e o Ferinhas da Vila está programado para as 11h.

Sobre o Fporum Jaracaty

Com quase duas décadas de atuação na comunidade do Jaracaty, o projeto, patrocinado pelo governo do Estado e pela Equatorial Maranhão por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, atende crianças e adolescentes do Jaracaty, Liberdade e Ilhinha, proporcionando aulas gratuitas de judô, tênis de mesa e futsal, além de curso de Informática e brinquedoteca para os pequenos. O Fórum Jaracaty oferta, ainda, cursos de capacitação para a comunidade, pais e responsáveis pelos alunos.

(Fonte: Assessoria de imprensa)