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Logo no começo de uma ladeira no centro de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, fica A Encantada, como é conhecida a casa de três andares onde morou Alberto Santos Dumont. Atualmente, o lugar dá espaço para o Museu Casa de Santos Dumont, reinaugurado nessa quinta-feira (20), dia em que completa 150 anos do nascimento do Pai da Aviação. 

O museu, que oferece exemplos práticos de engenhosidades cotidianas de um dos precursores da aviação, estava fechado para restauração desde fevereiro deste ano. A reforma custou cerca de R$ 500 mil à prefeitura.  

O teto de madeira passou por descupinização; infiltrações foram sanadas; móveis, restaurados; e a nova pintura deu ares aconchegantes à construção. Todo o projeto foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).  

A bilheteria funciona onde era uma pequena oficina usada por Dumont, em uma espécie de porão. Para subir até o primeiro andar, o visitante já encontra uma das criações do inventor. A escada tem degraus em forma de raquete, o que evita tropeços e força a subida ser iniciada com o pé direito.

Novidades

A reinauguração do museu neste sesquicentenário veio com novidades no acervo de 200 itens. Entre elas, um quadro que reúne fotos de Dumont com familiares e a bandeira do Brasil que o inventor costumava hastear no telhado, agora exposta em um quadro.  

“Foi uma questão hercúlea trazer uma pessoa para restaurar um tecido que tem mais de cem anos, para poder oferecer à população uma bandeira que Santos Dumont manuseou”, detalha à Agência Brasil Cláudio Gomide, coordenador do museu. 

A restauradora Luciana Lopes se emociona ao ver o acervo da casa entregue à visitação. “Quando a gente devolve isso à sociedade, tudo muda, o olhar muda, o (sentimento de) pertencimento. A gente precisa fazer isso, preservar a nossa história”.  

No imóvel em que Santos Dumont usava para passar o verão, é possível encontrar ainda correspondências trocadas com amigos e autoridades, itens pessoais como o famoso chapéu e a maleta de documentos. Um abajur exposto foi presente da Princesa Isabel.

Peculiaridades

No alto de seu 1,52 metro, Santos Dumont vivia em uma casa adaptada à sua estatura. A mesa de refeição é mais baixa do que as que os visitantes estão acostumados a ver. No segundo andar, fica uma escrivaninha que, à noite, era adaptada para virar uma cama.  

No banheiro, mais uma invenção de Santos Dumont. Um balde com perfurações que virou um chuveiro, com um mecanismo para misturar a água quente com a gelada, regulando a temperatura do banho.  

Santos Dumont parecia já viver na era do, hoje, tão comum delivery. Em uma casa sem cozinha, todas as refeições eram pedidas por um telefone de magneto. 

Petrópolis,(RJ), 20-07-2023 - O museu Casa de Santos Dumont é reinaugurado na data de nascimento do Pai da Aviação, no centro de Petrópolis. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Apesar de ter passado muito tempo na França, ele tinha essa casa, era do país e amava o Brasil. É uma forma de todo brasileiro ter orgulho de nossa terra, nossas realizações”, diz Cláudio Partes, responsável pela cenografia do museu.

Turismo

Após a morte de Dumont, em 1932, a família doou o imóvel para que a prefeitura o transformasse em museu, o que aconteceu em 1956. Hoje, A Encantada, projetada em 1918, está adaptada com recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência, com um elevador externo, por exemplo.  

Ao lado da casa, fica o Centro Cultural 14-Bis, com um acervo que traz explicações e réplicas de invenções, como balões e modelos de avião. Há, ainda, uma exposição permanente sobre como é feito, hoje, o controle de tráfego aéreo no país, com detalhes sobre a atuação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Aeronáutica.  

“O museu tem uma importância para o turismo. Acaba fazendo com que Petrópolis tenha uma visibilidade não só nacional, como também internacional, pelo fato de Santos Dumont ter construído essa casa e deixado esse acervo maravilhoso aqui. Que venham todos conhecer a nossa Encantada!”, convida o prefeito Rubens Bomtempo.

Fazendo parte do calendário de comemoração pelos 150 anos de Santos Dumont, o museu terá entrada gratuita nesta sexta-feira (21) e 50% de desconto nos dias 22 e 23 de julho. 

Serviço:

Museu Casa de Santos Dumont
Rua do Encanto, 22, Petrópolis (RJ)

Terça a domingo, das 10h às 17h

Ingresso: R$ 10 

(Fonte: Agência Brasil)

O governo publicou na edição desta sexta-feira (21) do Diário Oficial da União o decreto que revoga o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares.

O texto prevê que o plano de transição para encerramento das atividades será estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) no prazo de 30 dias. O planejamento será discutido com Estados e municípios. 

Na semana passada, o ministério enviou um ofício aos secretários de Educação informando que o programa iria acabar, mas que haveria uma transição cuidadosa das atividades para não comprometer o cotidiano das escolas.

O Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares era a principal bandeira do governo de Jair Bolsonaro para a educação. Executado em parceria entre o MEC e o Ministério da Defesa, por meio dele, militares atuam na gestão escolar e na educacional. 

O programa tinha a participação de militares da reserva das Forças Armadas, policiais e bombeiros militares. 

Agora, com o encerramento, cada sistema de ensino deverá definir estratégias específicas para reintegrar as unidades educacionais às redes regulares.  

Segundo o Ministério da Educação, 216 escolas aderiram ao modelo nas cinco regiões do país.

(Fonte: Agência Brasil)

A partir de agora, o Estado do Amazonas tem 17 línguas oficiais. E o português é apenas uma delas. Dezesseis línguas indígenas foram incluídas como oficiais em ato realizado na última quarta-feira (19), em São Gabriel da Cachoeira, que fica a 800km de Manaus, e é considerada a cidade mais indígena do Brasil.

A sanção da Lei ocorreu após o lançamento da primeira Constituição Federal traduzida para o nheengatu, a única língua descendente do tupi antigo e ainda viva. Presente à solenidade, a presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Rosa Weber, destacou que o lançamento é um marco na história constitucional.

“Certa de que o dia de hoje é um marco na história constitucional do nosso país, o meu desejo é de que sigamos avançando para, juntos, concretizarmos o que a nossa constituição almeja. Ou seja, que possamos construir juntos um Brasil verdadeiramente inclusivo”.

Rosa Weber lembrou que muitas palavras da língua portuguesa, como “guri” e “guria”, comuns em seu Estado de origem, o Rio Grande do Sul, também são de origem indígena. A ministra comentou essa mistura de expressões no evento que ocorreu na maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro.

“Estamos hoje em uma maloca, que aprendi que significa ‘casa de gente’. Casa nossa, então, né? Diante disso, posso dizer que hoje estamos aqui, nesta maloca, onde vejo algumas crianças, guris e gurias, para tratar do futuro do Brasil. Do futuro da casa da nossa gente”.

Com a nova legislação estadual, as línguas oficiais do Amazonas passam a ser: Apurinã, Baniwa, Dessana, Kanamari, Marubo, Matis, Matses, Mawe, Mura, Nheengatu, Tariana, Tikuna, Tukano, Waiwai, Waimiri e Yanomami.

Também já está valendo a Política de Proteção das Línguas Indígenas, que inclui a garantia do direito ao pleno uso público da própria língua, dentro ou fora de terras indígenas.

(Fonte: Agência Brasil)

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, participou, nessa quinta-feira (20), de sessão solene de lançamento da Coleção Hélio Jaguaribe, na Academia Brasileira de Letras (ABL), no Rio de Janeiro, dentro das comemorações pelo centenário do acadêmico. Jaguaribe foi o nono ocupante da cadeira 11 da instituição e teria feito 100 anos em abril.

O ministro destacou uma das características mais marcantes de Jaguaribe, a preocupação de “promover e implementar a racionalidade pública para ampliar democraticamente, com liberdade e igualdade, o poder e controle da sociedade brasileira sobre seu destino”. Afirmou que essa preocupação poderia ser estendida para o conjunto da sociedade da América Latina ao defender uma atuação mais autônoma dos países da região.

Vieira citou o livro “O nacionalismo na atualidade brasileira”, lançado por Jaguaribe em 1958, no qual fazia forte crítica ao nacionalismo exagerado que espantava investimentos de outros países no Brasil. O advogado, sociólogo, cientista político e escritor brasileiro considerava a aproximação com os países vizinhos um imperativo estratégico para a política externa brasileira.

Integração

Mauro Vieira lembrou que esse posicionamento pela integração sul-americana consta da Constituição de 1988 e constitui norte da política externa brasileira, excetuando-se os quatro anos do governo anterior. O ministro referiu-se à recente reunião de líderes sul-americanos, ocorrida em maio deste ano, em Brasília, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu dez chefes de Estado e um chefe de Governo para retomar a agenda integracionista entre todos os países da América do Sul, após hiato de nove anos

O resultado dessa reunião foi o Consenso de Brasília, onde os 12 líderes da região afirmaram a retomada da construção do destino comum para a América do Sul. Vieira garantiu que o governo Lula vai reconstruir “com obstinação, as instituições regionais essenciais para a sustentabilidade, a segurança e a boa convivência do entorno regional do Brasil”. Sublinhou que a integração latino-americana em geral e sul-americana em particular é a única ideologia do governo brasileiro.

“Hélio Jaguaribe teve a visão extraordinária em identificar naquele livro essa circunstância inescapável. É o imperativo geoestratégico da América do Sul, somado ao ideal de solidariedade com a América Latina e o Caribe que a diplomacia do governo Lula deseja fazer frente”, expôs o ministro.

Vida

Hélio Jaguaribe nasceu no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1923, e morreu em sua casa, em Copacabana, em decorrência de falência múltipla dos órgãos, em 9 de setembro de 2018. Formou-se em direito, em 1946, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).

Em 1952, deu início, com um grupo de jovens cientistas sociais, a um projeto de estudos para a reformulação do entendimento da sociedade brasileira, fundando o Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política (Ibesp), do qual foi secretário-geral.

Em 1964, Jaguaribe criticou, publicamente, o golpe militar que derrubou o governo do então presidente João Goulart e, por isso, foi morar nos Estados Unidos até 1969, onde lecionou em três instituições: Universidade de Harvard (de 1964 a 1966); Universidade de Stanford (de 1966 a 1967); e Massachusetts Institute of Technology (MIT) (de 1968 a 1969).

Em 1983, recebeu o grau de doutor honoris causa da Universidade de Mainz, Alemanha. Em 1992, foi a Universidade Federal da Paraíba que lhe deu o mesmo título. Recebeu também o grau pela Universidade de Buenos Aires, na Argentina, em 2001.

Em 2001, publicou no Brasil e no México dois volumes da pesquisa intitulada A critical study of history (em português: Um estudo crítico da história) e, em meados de 2004, começou nova obra O posto do homem no cosmos, um novo estudo. Hélio Jaguaribe foi eleito para integrar a ABL em março de 2005.

(Fonte: Agência Brasil)

Vinte e uma coisinhas que você precisa saber ou relembrar sobre Imperatriz

*

1 – Para fundar Imperatriz, o religioso baiano frei Manoel Procópio do Coração de Maria passou três anos, desde a saída de Belém, em 11 canoas e com 92 pessoas, em 26 de junho de 1849, até a chegada a nossa cidade, quase sozinho, em 16 de julho de 1852.

2 – Santa Teresa d’Ávila, padroeira de Imperatriz, era a santa de devoção do fundador da cidade, o baiano frei Manoel Procópio do Coração de Maria. (Ainda falta documento que registre essa devoção, pois já se questionou que a santa de Ávila não era a santa de devoção de frei Manoel Procópio). Santa Teresa nasceu na Espanha.

3 – O nome de Imperatriz foi dado em homenagem à Imperatriz Teresa Cristina, esposa de Dom Pedro 2º, o imperador na época da fundação da nossa cidade (1852). O nome dela completo: Teresa Cristina Maria de Bourbon, a filha mais nova de Francisco 1º, o rei das Duas Sicílias (Itália).

4 – A Imperatriz Teresa Cristina, que deu nome a Imperatriz, doou peças de pesos e medidas para nossa cidade. As peças são provavelmente os bens históricos mais representativos a que o município tem direito. Entretanto, muitas dessas peças foram doadas indevidamente a um museu de São Luís. Nas pesquisas que fiz, consegui tirar fotografias das peças e do "documento" de "doação".

5 – Em 27 de agosto de 1856, Imperatriz deixou de ser apenas uma povoação e foi elevada à categoria de Vila. Quem assinou a lei foi o presidente da Assembleia Legislativa da época, Manoel Gomes da Silva Belfort, o Barão de Coroatá. O governador do Estado (à época, o cargo se chamava presidente de Província) não quis assinar a lei. Portanto, vem de muito tempo a “briguinha” de São Luís com Imperatriz...

6 – Em 22 de abril de 1924, Imperatriz ganhou a condição de cidade. A lei foi assinada pelo presidente da Província do Maranhão, Godofredo Viana. “Presidente da Província” era o título hoje substituído por “governador do Estado”.

7 – Até 1960, Imperatriz tinha menos de 10 mil habitantes. Com o início da construção da rodovia Belém/Brasília, muita gente veio para cá. Pessoas de todas as regiões do Brasil e também dos diversos continentes do mundo. Um dado do IBGE registrava que mais de 60% dos habitantes de imperatriz não eram imperatrizenses.

8 – Oficialmente, o território de Imperatriz veio do município de Grajaú; Grajaú veio de Pastos Bons; e Pastos Bons veio de Caxias.

9 – Imperatriz já foi considerada uma das melhores cidades no  Brasil para se fazer carreira profissional. A pesquisa foi feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a Editora Abril (revista “Você S. A.”), de São Paulo. (Eu fui convidado a ir à FGV do Rio de Janeiro e lá fiz palestra e mantive boas conversas com mestres e doutores dessa que é considerada a mais respeitada instituição de ensino superior do Brasil nas áreas de Administração Pública e de Empresas.) Após estar entre as 24 melhores cidades, Imperatriz foi caindo de posições até ser excluída do mapa.

10 – Imperatriz é chamada de “Portal da Amazônia”, “Cidade Esperança”, “Metrópole da Integração Nacional”, “Capital Brasileira da Energia” e “Princesa do Tocantins”.

11 – Imperatriz é chamada de “Cidade Esperança” pelos evangélicos. O título foi dado em 1954 pelo pastor Luiz de França Moreira, da Assembleia de Deus.

12 – Imperatriz é chamada de “Capital Brasileira da Energia”, em razão da subestação da Eletronorte (Lagoa Verde), que interliga o país inteiro através da linha de transmissão Norte/Sul. O título foi dado pela própria Eletronorte, em 1997, por meio de publicidade em publicações de circulação nacional (uma delas está em meu poder).

13 – Imperatriz é chamada de “Metrópole da Integração Nacional” pela existência de vários modais (meios) de transporte no município: rodoviário, ferroviário, hidroviário e aeroviário. O título foi dado pelo ex-ministro do Planejamento e doutor em Economia Antônio Kandir, em 1999, em entrevista/conversa gravada que manteve comigo.

14 – Imperatriz é chamada de “Portal da Amazônia”, por estar situada exatamente onde terminava o cerrado e começava a floresta amazônica. O título foi dado pelo advogado maranhense Agostinho Soares Noleto em 1972.

15 – Imperatriz é chamada de “Capital Norte/Nordeste do Automobilismo” por ter kartódromo e realizar vários eventos de importância regional e nacional nessa modalidade de esporte. O título vem desde 2001 e foi confirmado pelo presidente da Federação Maranhense de Automobilismo e atual presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, o odontólogo e desportista imperatrizense Giovanni Ramos Guerra.

16 – Imperatriz é considerada “Polo Nacional de Xadrez”, em razão de a cidade ter sido a sede da 6ª etapa do Campeonato Aberto do Brasil de Xadrez. O título foi dado pelo presidente da Confederação Brasileira de Xadrez, Darcy Machado Lima.

17 – Imperatriz é a Cidade-sede do maior Templo evangélico da América Latina – o templo central da Assembleia de Deus, com 6 mil metros quadrados de área total. Esse reconhecimento veio do presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, pastor José Wellington em 1999.

18 – Imperatriz é chamada de “Princesa do Tocantins”, por ser a principal cidade da região. O título pertencia a Carolina, que era o município mais importante até a década de 1950. Com a BR-Belém/Brasília, o crescimento econômico e o título transferiram-se para cá.

19 – “Imperatriz” é também nome de uma das flores mais raras do Brasil. Essa flor, cujo nome científico é “Worsleya rayneri”, já foi estudada em diversos países da Europa. A flor tem outros nomes: imperatriz-do-brasil, flor-da-imperatriz e amarílis-azul, entre outros. Sua primeira descrição foi feita em 1863, na Bélgica, país para onde um cientista a tinha levado.

20 – “Imperatriz” também é nome da maior mariposa do mundo, cujo nome científico é “Thisanya agrippina”. Chega a medir cerca de 30 centímetros, é rara e cara, considerada por especialistas o maior inseto vivo do mundo.

21 – A palavra “imperatriz” vem de um verbo latino (“paro” / “paratum” + o prefixo intensificador “in-”, que assume a grafia “im-” antes de “p”). Esse verbo latino significa “esforçar-se para obter”.

Em outras palavras, Imperatriz, teu nome é trabalho.

Parabéns, cidade-paixão!

* EDMILSON SANCHES

Ilustração:

Imperatriz é nome de flor rara e ameaçada de extinção, também chamada “flor do Brasil”. Seu nome científico é “Worsleya rayneri” e, em 1989, os Correios do Brasil emitiram selos com a flor, na “Série Preservação da Flora”. (Selos do acervo de Edmilson Sanches)

– Precisa-se de alguém que cuide de uma casa e quintal com 1.369 quilômetros quadrados e onde moram 273 mil pessoas.

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Há cidades que não precisam de prefeito. Precisam de mordomo. De alguém que tome conta da casa, que administre o local onde se mora.

Uma pessoa que mostre para a arrumadeira onde está precisando ser arrumado;

que saiba dizer para o jardineiro onde precisa ser ajardinado;

que diga para o cozinheiro onde – e com o que – o povo da residência precisa ser alimentado;

que aponte para a lavadeira e passadeira o que precisa ser lavado e passado;

que instrua à babá para que tenha com as crianças o devido cuidado;

que se assegure com o vigilante que o domicílio estará bem vigiado.

Precisa-se de um mordomo, de alguém que cuide de uma casa e quintal com 1.369 quilômetros quadrados e onde moram 273 mil pessoas. Uma casa que tem gente demais em espaço territorial de menos – portanto, com problemas sociais… Uma lugar onde, por não ter todos trabalhando, tem muitos atrapalhando – e muitos outros esmolando, roubando, matando…

Um mordomo que, com conhecimento e autoridade, energia e sensibilidade, exerça seu papel de ser o maior (“mor”) do domicílio (“domus”) e não permita que se faça com a casa o que se quiser por quem quer que seja.

Em Imperatriz (a “casa” que escolhemos para morar), parece um local sem dono, um domicílio sem mordomo. Quase todos usam e abusam. É casa de mãe Joana.

Mesmo tendo a autoridade da lei e a lei da autoridade a seu favor, o mordomo não toma as providências mínimas para tornar a casa, digamos, mais “habitável”. O pior é que, ante a paralisia da autoridade, ante o tetraplegismo da lei, diversos habitantes dessa casa pintam e bordam, deitam e rolam no vácuo administrativo.

Se até agora, em termos econômicos, não foi possível avançar na questão da promoção do desenvolvimento integrado e sustentável para todos, na geração de emprego e renda, na atração de investimentos e captação de recursos para os agentes econômicos menores, na abertura de frentes de serviços estáveis e rentáveis, era de se esperar que pelo menos em termos administrativos se pusesse um pouco de ordem no caos, isto é, na casa.

À falta disso, pela timidez de ação, o mordomo vai avalizando a sucessão de erros antigos e ilegalidades novas que diariamente surgem na casa Imperatriz. Se não houve condição ou competência para realizar as grandes causas, que se faça pelo menos as pequenas cousas.

Diversas leis, por exemplo, tratam da questão das calçadas. Já falamos deste assunto muitas vezes. Só em Imperatriz, por omissão (quase covardia), é que as calçadas têm “donos”. Em quase 100% dos casos, a calçada é feita como se cada uma estivesse em um planeta diferente. Elas têm alturas diferentes, larguras desiguais, pavimentações discordantes e espaços diferenciados de locomoção dos pedestres. Há armazéns que fazem bem alta a calçada, que é para facilitar o descarregamento de mercadorias! A calçada é do dono do imóvel em frente e pronto! Prefeitura e pedestres que se lixem!

Por causa de horrores urbanos como esses, em Imperatriz é proibido a gestantes, crianças, velhos, cegos e outros portadores de necessidades especiais andarem pelas calçadas. É proibido, porque é impossível. As calçadas são descontínuas, disformes e disconformes. Em apenas um lado da Avenida Getúlio Vargas, no trecho que vai da Rua/Avenida Ceará até o início do Calçadão, existem mais de quarenta níveis diferentes de calçadas.

Além das irregularidades de construção, a problemática da ocupação. Existem restaurantes que, quando abrem, sobretudo à noite, ocupam toda a calçada com mesas e cadeiras, colocam um estrado de madeira para nivelar-se com a rua, ocupam a rua, põem carros… e o pedestre que vá disputar espaço de locomoção pelo meio da rua, com outras pessoas, carros, carroças, motocicletas, bicicletas… Que desrespeito! Imperatriz, por isso, até pode ser cidade, mas será civilidade?

Material antiderrapante é difícil – em nome do “luxo”, do mau-gosto dos donos de imóveis, tacam uns azulejos, ladrilhos ou sei lá o que mais liso que muçum melado de baba de quiabo. Se ficar molhada (pela chuva ou por antiecológicas lavagens), então… é tombo certo. Já vi um senhor carregado de caixas deslizar e levar um tombo daqueles em uma calçada ali na Avenida Dorgival Pinheiro, em um quarteirão próximo à Rua Ceará.

Em outra rua, uma loja afronta e enfrenta a lei fixando, à base de cimento, na calçada, uma enorme placa publicitária, praticamente impedindo a passagem de pedestres pela calçada, bem no centro da cidade. Donos ou funcionários de loja utilizam parte das ruas como estacionamento permanente e gratuito, das 8 da manhã às 8 da noite. Em uma rua, uma calçada foi “rasgada” e transformada em estacionamento tipo “espinha de peixe” para carros de frequentadores, funcionários e/ou proprietários de estabelecimentos comerciais ali vizinhos.

A proibição legal de terrenos urbanos como reserva de valor (“terrenos de engorda”, isto é, imóveis abandonados que ficam ganhando mais e mais valor) não mete medo em ninguém, porque a frouxidão, a negligência (para não dizer outras coisas…) já se legitimaram imoralmente por aqui. Daí o permanecerem terrenos enormes, de grande valor, no centro mais central da cidade e em outras áreas urbanas e suburbanas, abandonados, tornando-se pontos para desovas de objetos roubados, esconderijos de marginais, depósitos de lixo, acumuladores de águas paradas, facilitadores do surgimento de doenças. E não se percebe uma ação “dura”, legal, em cima dos latifundiários urbanos.

Será que esta cidade não se exempla não?

Existe um sem-número de outras cidades iguais a Imperatriz, maiores e menores que Imperatriz, onde a população é educada para cumprir suas obrigações. Afinal, a lei não é apenas um instrumento que deveria ser executado pelo Poder que tem nome para isso: Executivo.

Por mais dura que possa parecer, a lei está em favor da população, que não devia conviver com a feiura urbana, com a doença, com o desconforto e a insegurança pelo mau exemplo das pessoas que, possuidoras de imóveis, os deixam abandonados.

Que se cumpra a lei! Doa no bolso de quem doer.

Uma cidade não deve ter “dono”. Ela é de todos os seus habitantes.

Para administrá-la, elege-se um entre estes.

Deste modo, chame-se o mordomo.

Ou procure-se outro.

* EDMILSON SANCHES

A equipe do Boa Vista é a grande campeã da primeira edição da Copa Bacabal de Futebol Amador, competição patrocinada pelo governo do Estado e pela Potiguar por meio da Lei de Incentivo ao Esporte. O título foi conquistado de forma dramática nos pênaltis (5 a 4) após empate por 1 a 1 no tempo normal diante do Aldeia de Madrid. A partida foi realizada no Estádio de Brejinho, no último sábado (15). 

Diante de casa cheia, o Boa Vista confirmou o favoritismo. A equipe, que chegou à decisão ao vencer todos os seus compromissos no tempo normal, encontrou muitas dificuldades para superar o Aldeia de Madrid. Tanto que o empate por 1 a 1 levou a disputa para os pênaltis. 

Nas penalidades, brilhou a estrela do goleiro Lucas Silva. A defesa do arqueiro que, posteriormente, foi eleito o Melhor Goleiro do torneio, garantiu o título ao Boa Vista. O time campeão ainda recebeu outra premiação individual, a de Melhor Treinador, entregue ao técnico Jânio. 

Vice-campeão da Copa Bacabal, o time do Aldeia de Madrid conquistou dois prêmios individuais: Celino foi eleito o Melhor Jogador, e Pipita terminou a competição como artilheiro. 

Copa Bacabal

A Copa Bacabal de Futebol Amador teve início em junho, com a realização das oitavas de final. Vale destacar que todas as equipes participantes receberam kits esportivos com uniforme completo (camisa, calção e meião) e bolsas esportivas para serem utilizados durante toda a competição. Tudo sobre a Copa Bacabal de Futebol Amador está disponível no Instagram oficial do torneio (@copabacabal). 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) vai ampliar o número de vagas destinadas às unidades de pesquisa no próximo concurso público da instituição, anunciado em abril. Ao todo, a pasta vai ofertar 814 vagas, sendo 196 para o cargo de analista em ciência e tecnologia nas unidades de pesquisa, um acréscimo de 38 novas vagas em relação à previsão inicial.

Além disso, a ministra Luciana Santos anunciou, em reunião nessa quarta-feira (19), a destinação de cerca de R$ 50 milhões para a recuperação da infraestrutura e recomposição orçamentária das 17 instituições de pesquisa vinculadas à pasta de Ciência e Tecnologia do governo federal.

“Esse conjunto de medidas reflete o nosso compromisso e o nosso reconhecimento do papel fundamental que nossos institutos desempenham no desenvolvimento científico e tecnológico”, afirmou a ministra.

Dos recursos anunciados, R$ 41,9 milhões oriundos do orçamento do MCTI serão liberados para a melhoria da infraestrutura das unidades de pesquisa, que inclui preservação dos acervos e modernização de laboratórios. Outros R$ 9,4 milhões serão destinados para a recomposição orçamentária das entidades vinculadas.

(Fonte: Agência Brasil)

Trinta e cinco anos após promulgada, a Constituição brasileira foi traduzida, pela primeira vez, para uma língua indígena: o nheengatu. Patrocinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a nova versão da Carta Magna foi lançada nesta quarta-feira (19), no município de São Gabriel da Cachoeira (AM), em uma cerimônia na maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN).  

Presente no evento, a presidente do STF, ministra Rosa Weber, diz que a tradução marca um momento histórico. “Traduzir a Constituição para um idioma indígena é um símbolo do nosso compromisso de garantir que todos os povos indígenas tenham acesso à Justiça e conhecimento das leis que regem nosso país, fortalecendo sua participação na vida política, social, econômica e jurídica”, explicou.  

Constituição em nheengatu foi feita por um grupo de 15 indígenas bilíngues da região do Alto Rio Negro e Médio Tapajós, em promoção ao marco da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032) das Nações Unidas. O último levantamento de línguas indígenas do Brasil registrou que as 305 etnias brasileiras mantêm vivos 274 idiomas no país, segundo o Censo de 2010.  

“(As línguas) conseguiram sobreviver mesmo diante de sucessivos ataques desde o início do processo de colonização desse território, que já era casa de inúmeros povos indígenas antes de ser chamado de Brasil. Por isso, preservar e valorizar a diversidade linguística brasileira é fundamental para a construção de uma sociedade plural e inclusiva”, destacou a ministra do STF Rosa Weber. 

Os indígenas presentes na cerimônia comemoraram a tradução da Constituição. Lucas Marubo, do povo marubo, destacou que a tradução abre um precedente para que outros povos também tenham seus direitos traduzidos. “Momento histórico para os povos indígenas”, destacou. Já a tradutora Inory Kanamari, do povo kanamari, lembrou que é a primeira indígena da sua etnia a exercer a advocacia. “Estamos num país com diversidade imensa e não escuto nossas línguas nos espaços. A gente precisa fazer parte”, concluiu Inory.

Língua Geral Amazônica

A presidente do STF Rosa Weber disse que a escolha da língua nheengatu se deu devido à importância dela para a região amazônica. “Partiu da percepção de que esta língua historicamente permitiu a comunicação entre comunidades de distintos povos espalhados em toda a região amazônica, até a fronteira com o Peru, Colômbia e Venezuela, e chegou, segundo historiadores, a ser prevalente no Brasil, até ser perseguida e proibida”, explicou.

Chamada de Língua Geral Amazônica, o nheengatu é a única língua ainda viva hoje que descende do tupi antigo, tendo traços que a relacionam com o tupi falado na costa brasileira. “Aprendi que o nheengatu é uma língua do tronco do tupi-guarani e legou para a língua brasileira milhares de vocábulos, o nosso sotaque nasal e com prevalência de vogais, que em conjunto com a herança de outros idiomas indígenas e dos idiomas africanos, caracteriza a nossa língua como única e uma das mais ricas do mundo”, concluiu Weber. 

Também participaram do lançamento da Constituição em Nheengatu a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e a presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Joenia Wapichana.   

(Fonte: Agência Brasil)

O judô do Maranhão novamente em destaque. Atual campeão pan-americano e brasileiro Sub-18, o judoca maranhense Antônio Eduardo Rocha (-66kg), da Academia Monte Branco, vai integrar a Seleção Brasileira de Judô que disputará o Campeonato Mundial Sub-18, evento que será realizado em Zagreb, na Croácia. A competição ocorrerá entre os dias 23 e 27 de agosto e contará com os melhores atletas dessa categoria. 

O judoca maranhense chega ao Mundial como um dos principais nomes da Seleção Brasileira. No início do mês, Antônio Rocha sagrou-se campeão da Copa Pan-Americana Sub-18 de Judô, competição realizada na Arena de Esportes da Bahia, em Lauro de Freitas. O evento integrou o Circuito Pan-Americano de Judô sob chancela da Confederação Pan-Americana de Judô. 

Na grande final do evento, o maranhense precisou de apenas 17 segundos para derrotar Elias Moreira Neto, de Mato Grosso do Sul. Com um golpe perfeito, o maranhense venceu por ippon e garantiu a medalha de ouro. 

“É com grande satisfação que teremos, mais uma vez, um maranhense nos representando no Mundial Sub-18. Isso é um orgulho para o judô do Maranhão. A FMJ parabeniza o Antônio Rocha, o sensei Antônio Curió, à Academia Monte Branco e a todos que contribuíram com esse grande feito”, afirmou Rodolfo Leite, presidente da Federação Maranhense de Judô (FMJ). 

Além do maranhense Antônio Rocha, a Seleção Brasileira que disputará o Campeonato Mundial na Croácia contará com outros 18 judocas. No total, são 10 atletas no masculino e 9 no feminino. 

Excelentes resultados

Vale lembrar que, em 2022, o judoca maranhense já havia sido destaque no cenário nacional. Antônio Eduardo Rocha chegou a ser convocado para integrar a Seleção Brasileira de Base que participou do Circuito Europeu de Judô e do Campeonato Mundial Cadete/Sub-18 de Judô, em Sarajevo, na Bósnia e Herzegovina, onde ele foi o único atleta nordestino na competição internacional. Na temporada passada, o atleta da Academia Monte Branco ainda foi campeão do Meeting Nacional, vice-campeão da Seletiva Nacional Sub-18 e vice-campeão pan-americano Sub-18. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)