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A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que começa nesta quarta-feira (22) e vai até domingo (26), homenageia, nesta edição, a escritora, poetisa, diretora, tradutora, desenhista, cartunista e jornalista brasileira Patrícia Rehder Galvão, conhecida como Pagu.

Milena Britto, cocuradora da Flip 2023, destaca que Pagu é muito inspiradora de movimentos feministas, mas que também produziu obras muito complexas, como desenhos, poesias, crônicas, romance. “A gente acaba celebrando a figura, o mito, a imagem da Pagu e deixando de observar a obra”.

Milena ressalta que esta edição está bem feminina, com autoras negras e artistas indígenas. “A gente conseguiu trazer artistas de várias partes do Brasil, que vão complementar as falas que as mesas vão proporcionar. Vai ter muita poesia boa, publicações sobre Pagu, inclusive inéditas. A família toda tem programação cultural”, disse Milena.

A cantora Adriana Calcanhotto fará um show inédito homenageando Pagu na abertura da 21ª Flip, às 21h, no Auditório da Praça. Além das 20 mesas literárias, a programação será composta por oito performances artísticas, cada uma concebida para criar um diálogo com as discussões da 21ª edição da festa.

A programação completa da Flip está no site da feira.

(Fonte: Agência Brasil)

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) divulgou, nesta terça-feira (21), a relação dos finalistas da 65ª edição do Prêmio Jabuti, a mais importante premiação nacional do livro e referência no mercado editorial brasileiro.

Das 4.245 obras inscritas, foram selecionadas cinco finalistas para cada uma das 21 categorias, que são distribuídas em quatro eixos: literatura, não ficção, produção editorial e inovação.

“Agradeço o corpo de jurados pela dedicação e trabalho hercúleo. Todos os finalistas estão de parabéns e merecem nosso reconhecimento”, disse o curador do prêmio, Hubert Alquéres.

Os vencedores – o que inclui o título de Livro do Ano – serão apresentados ao público na noite de 5 de dezembro, em um evento no Theatro Municipal de São Paulo.

O vencedor do Livro do Ano receberá o prêmio de R$ 70 mil e passagens e estadia para participar da Feira do Livro de Frankfurt de 2024, na Alemanha, um dos eventos literários mais importantes do mundo.

“O Prêmio Jabuti é uma celebração à bibliodiversidade e também representa todo esse movimento que fazemos para garantir a cultura em nosso país. Estamos muito animados com a proximidade da grande festa do livro”, afirmou a presidente da CBL, Sevani Matos.

Uma novidade da edição deste ano é a categoria Escritor Estreante, para autores que tenham publicado sua primeira obra em língua portuguesa no Brasil, em 2022. O livro deve ser de romance de entretenimento ou romance literário.

Em 2022, o Livro do Ano foi Também Guardamos Pedras Aqui, de Luiza Romão, da editora Nós.

Polêmica

No último dia 10 de novembro, dia seguinte à divulgação da lista de semifinalistas, a organização do prêmio excluiu o livro Frankenstein, que figurava na categoria Ilustração. A obra tinha sido integralmente ilustrada por software de inteligência artificial (IA).

“As regras da premiação estabelecem que casos não previstos no regulamento sejam deliberados pela curadoria, e a avaliação de obras que utilizam IA em sua produção não estava contemplada nessas regras”, justificou a CBL à época.

Por que Jabuti?

A explicação para o nome Jabuti tem a ver com um esforço para valorização da cultura popular brasileira. Daí, a escolha de um animal da fauna nacional e que deu nome também a um personagem da literatura infantil de Monteiro Lobato.

Confira, abaixo, a lista de finalistas, que também está disponível no site da organização do prêmio.

Eixo Literatura

Conto 

As pessoas costumam não notar quando estamos mortos | Autor(a): Malu Ferreira Alves | Editora(s): 7Letras 

Educação Natural: textos póstumos e inéditos | Autor(a): João Gilberto Noll | Editora(s): Record 

Guia anônima | Autor(a): Junia Zaidan | Editora(s): FiNA, Cousa 

Mulher feita e outros contos | Autor(a): Marilene Felinto | Editora(s): Fósforo 

Usufruto de demônios | Autor(a): Whisner Fraga Mamede | Editora(s): Ofícios Terrestres Edições 

Crônica 

As vozes da minha cabeça | Autor(a): S. Ganeff | Editora(s): Labrador 

Folias de aprendiz | Autor(a): Geraldo Carneiro | Editora(s): História Real 

Lembremos do futuro: crônicas do tempo da morte do tempo | Autor(a): Julián Fuks | Editora(s): Companhia das Letras 

Por quem as panelas batem | Autor(a): Antonio Prata | Editora(s): Companhia das Letras 

Vastidão | Autor(a): Cristiana Rodrigues | Editora(s): Vasta 

Histórias em Quadrinhos 

A batalha | Autor(a): Eloar Guazzelli, Fernanda Verissimo | Editora(s): Quadrinhos na Cia 

A Coisa | Autor(a): Orlandeli | Editora(s): Gambatte 

Franjinha: contato | Autor(a): Vitor Cafaggi | Editora(s): Panini Comics 

Mukanda Tiodora | Autor(a): Marcelo D'Salete | Editora(s): Veneta 

O fim da noite | Autor(a): Diox, Rafael Calça | Editora(s): Darkside 

Infantil 

A espera | Autor(a): Ilan Brenman | Editora(s): Santillana Educação 

Desligue e abra | Autor(a): Ilan Brenman | Editora(s): Santillana Educação 

Doçura | Autor(a): Anna Cunha, Emília Nuñez | Editora(s): Tibi Livros 

O menino, o pai e a pinha | Autor(a): Yuri de Francco, Ionit Zilberman | Editora(s): Ciranda na Escola 

Voar na imaginação | Autor(a): Celso Vicenzi | Editora(s): Arte Editora 

Juvenil 

A catalogadora de idosos | Autor(a): Pedro Tavares | Editora(s): Edições SM 

As coisas de que não me lembro, sou | Autor(a): Jacques Fux, Raquel Matsushita | Editora(s): Aletria 

Meu lugar no mundo | Autor(a): Walcyr Carrasco | Editora(s): Santillana Educação 

Natali e sua vontade idiota de agradar todo mundo | Autor(a): Thalita Rebouças | Editora(s): Rocco 

Óculos de cor: ver e não enxergar | Autor(a): Lilia Moritz Schwarcz, Suzane Lopes | Editora(s): Companhia das Letrinhas 

Poesia 

A água é uma máquina do tempo | Autor(a): Aline Motta | Editora(s): Círculo de poemas 

Alma corsária | Autor(a): Claudia Roquette-Pinto | Editora(s): Editora 34 

Araras vermelhas | Autor(a): Cida Pedrosa | Editora(s): Companhia das Letras 

Engenheiro fantasma | Autor(a): Fabrício Corsaletti | Editora(s): Companhia das Letras 

Fim de verão | Autor(a): Paulo Henriques Britto | Editora(s): Companhia das Letras 

Romance de Entretenimento 

12321 – O amor é um palíndromo | Autor(a): Marina Kon | Editora(s): Penalux 

A vida e as mortes de Severino Olho de Dendê | Autor(a): Ian Fraser | Editora(s): Intrínseca 

Dentro do nosso silêncio | Autor(a): Karine Asth | Editora(s): Bestiário 

O luto da baleia | Autor(a): Solange Cianni | Editora(s): Obra Independente 

Selvagem | Autor(a): Marília Passos | Editora(s): Labrador 

Romance Literário 

A vida futura | Autor(a): Sérgio Rodrigues | Editora(s): Companhia das Letras 

Beatriz e o poeta | Autor(a): Cristovão Tezza | Editora(s): Todavia 

Menos que um | Autor(a): Patrícia Melo | Editora(s): Casa dos Mundos 

Os perigos do imperador: um romance do Segundo Reinado | Autor(a): Ruy Castro | Editora(s): Companhia das Letras 

Via Ápia | Autor(a): Geovani Martins | Editora(s): Companhia das Letras 

Eixo: Não Ficção 

Artes 

Futuros em gestação: cidade, política e pandemia | Autor(a): Guilherme Wisnik, Tuca Vieira | Editora(s): WMF Martins Fontes, Escola da Cidade 

Imagens marcantes da fotografia brasileira (1840-1914) | Autor(a): Pedro Corrêa do Lago, Ruy Souza e Silva | Editora(s): Capivara 

O Olhar Germânico na Gênese do Brasil | Autor(a): Maurício Vicente Ferreira Júnior, Rafael Cardoso | Editora(s): Museu Imperial 

Tomie | Autor(a): Paulo Miyada, Priscyla Gomes (Organizadores) | Editora(s): Instituto Tomie Ohtake 

Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito | Autor(a): Sérgio Burgi | Editora(s): IMS 

Biografia e Reportagem 

A vacina sem revolta: a luta de Rodolpho Theophilo contra o poder e a peste | Autor(a): Lira Neto | Editora(s): Bella Editora 

Escravidão: da independência do Brasil à Lei Áurea | Autor(a): Laurentino Gomes | Editora(s): Globo Livros 

O negócio do Jair: a história proibida do clã Bolsonaro | Autor(a): Juliana Dal Piva | Editora(s): Zahar 

Poder camuflado: os militares e a política, do fim da ditadura à aliança com Bolsonaro | Autor(a): Fabio Victor | Editora(s): Companhia das Letras 

Rainhas da noite | Autor(a): Chico Felitti | Editora(s): Companhia das Letras 

Ciências 

Covid-19: desafios para a organização e repercussões nos sistemas e serviços de saúde | Autor(a): Lenice Gnocchi da Costa Reis, Margareth Crisóstomo Portela, Sheyla Maria Lemos Lima | Editora(s): Fiocruz 

Emergência climática: o aquecimento global, o ativismo jovem e a luta por um mundo melhor | Autor(a): Matthew Shirts | Editora(s): Claro enigma 

Pediatria Essencial | Autor(a): Alice D’Agostini Deutsch, Carlos Augusto Cardim de Oliveira, Claudio Schvartsman, Durval Anibal Daniel Filho, Eduardo Juan Troster, Elda Maria Stafuzza Gonçalves Pires, Érica Santos, Mariana Facchini Granato, Paula Alves Gonçalves, Renata Dejtiar Waksman | Editora(s): Atheneu 

Psicanálise de boteco: o inconsciente na vida cotidiana | Autor(a): Alexandre Patricio de Almeida | Editora(s): Paidós 

Uma história das florestas brasileiras | Autor(a): Zé Pedro de Oliveira Costa | Editora(s): Autêntica Editora 

Ciências Humanas 

É próprio do humano: uma odisseia do autoconhecimento e da autorrealização em 12 lições | Autor(a): Dante Gallian | Editora(s): Record 

Humanamente Digital: inteligência artificial centrada no humano | Autor(a): Cassio Pantaleoni | Editora(s): Unità Educacional 

Identidades e Crise das Democracias | Autor(a): Bernardo Sorj | Editora(s): Fundação FHC 

O ponto a que chegamos: duzentos anos de atraso educacional e seu impacto nas políticas do presente | Autor(a): Antônio Gois | Editora(s): FGV 

Pontos fora da curva: por que algumas reformas educacionais no Brasil são mais efetivas do que outras e o que isso significa para o futuro da educação básica | Autor(a): Olavo Nogueira Filho | Editora(s): FGV 

Ciências Sociais 

Limites da democracia: de junho de 2013 ao governo Bolsonaro | Autor(a): Marcos Nobre | Editora(s): Todavia 

Linha vermelha: a guerra da Ucrânia e as relações internacionais do século XXI | Autor(a): Felipe Loureiro (Organizador) | Editora(s): Editora da Unicamp 

Movimento LGBTI+: uma breve história do século XIX aos nossos dias | Autor(a): Renan Quinalha | Editora(s): Autêntica 

Nós do Brasil: nossa herança e nossas escolhas | Autor(a): Zeina Latif | Editora(s): Record 

Tecnologia do Oprimido: desigualdade e o mundano digital nas favelas do Brasil | Autor(a): David Nemer | Editora(s): Milfontes 

Economia Criativa 

Criatividade a Sério | Autor(a): Felipe Zamana | Editora(s): Obra Independente 

Hospedagens Memoráveis | Autor(a): Rodrigo Galvão | Editora(s): Freitas Bastos Editora 

Metaverso Educacional de Bolso - Conceitos, Reflexões e Possíveis Impactos na Educação | Autor(a): Francisco Tupy, Helena Poças Leitão | Editora(s): Arco 43 Editora 

Patrimônio 4.0 | Autor(a): Pedro Henrique Gonçalves (Organizador) | Editora(s): Blucher 

Receitas do Favela Orgânica: aproveitamento integral de alimentos | Autor(a): Regina Tchelly | Editora(s): Senac Rio 

Eixo: Produção Editorial 

Capa 

Judith Lauand: desvio concreto | Capista: Paula Tinoco, Roderico Souza | Editora(s): Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) 

Mensagem | Capista: Flávia Castanheira | Editora(s): Todavia 

Moby Dick, ou A baleia | Capista: Rafael Nobre | Editora(s): Clássicos Zahar 

Ubuntu: eu sou porque nós somos | Capista: Bloco Gráfico | Editora(s): ImageMagica 

Um defeito de cor (Edição Especial) | Capista: Leticia Quintilhano | Editora(s): Record 

Ilustração 

A notável história do homem-listrado | Ilustrador(a): Fayga Ostrower | Editora(s): EDUFRN 

Minúscula | Ilustrador(a): Fran Matsumoto | Editora(s): Brinque-Book 

O dedão do pé do gigante | Ilustrador(a): Bruna Ximenes | Editora(s): Editora do Brasil 

O povo Kambeba e a gota d’água | Ilustrador(a): Cris Eich | Editora(s): Edebe Brasil 

Sou mais eu | Ilustrador(a): Rogério Coelho | Editora(s): DarkSide 

Projeto Gráfico 

Atos de revolta: outros imaginários sobre independência | Responsável: Sometimes Always | Editora(s): Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro 

Expresso 2222 | Responsável: Ana Oliveira, Paulo Chagas | Editora(s): Iyá Omin 

Judith Lauand: desvio concreto | Responsável: Paula Tinoco, Roderico Souza | Editora(s): Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) 

Middlemarch: um estudo da vida provinciana | Responsável: Flávia Castanheira, Igor Miranda | Editora(s): Pinard 

Tomie | Responsável: Felipe Carnevalli De Brot, Vitor Cesar Junior | Editora(s): Instituto Tomie Ohtake 

Tradução 

Édipo Rei ou Édipo em Tebas | Tradutor(a): Jaa Torrano | Editora(s): Ateliê Editorial, Editora Mnêma 

Finnegans Rivolta | Tradutor(a): Dirce Waltrick do Amarante (Organizadora) / Coletivo Finnegans | Editora(s): Iluminuras 

Inana | Tradutor(a): Adriano Scandolara, Guilherme Gontijo Flores | Editora(s): Sobinfluencia Edições 

Linhas fundamentais da filosofia do direito | Tradutor(a): Marcos Lutz Müller | Editora(s): Editora 34 

Phantasus: poema-non-plus-ultra | Tradutor(a): Simone Homem de Mello | Editora(s): Perspectiva 

Eixo: Inovação 

Escritor(a) Estreante 

A tessitura da perda | Autor(a): Cristianne Lameirinha | Editora(s): Quelônio 

Extremo oeste | Autor(a): Paulo Fehlauer | Editora(s): Cepe 

O céu no meio da cara | Autor(a): Júlia Portes | Editora(s): NAU Editora 

Síngulas Brasilis Fantásticas | Autor(a): Valentim Biazotti | Editora(s): Penalux 

Sismógrafo | Autor(a): Leonardo Piana | Editora(s): Edições Macondo 

Fomento à Leitura 

Álbum Guerreiras da Ancestralidade do Mulherio das Letras Indígenas | Responsável(eis): Evanir de Oliveira Pinheiro 

Calangos Leitores | Responsável(eis): Claudine Maria Diniz Duarte 

Mostra de Literatura Inclusiva | Responsável(eis): Andrey do Amaral 

Projeto Ciranda do Saber | Responsável(eis): Meire Aparecida do Nascimento 

São Luís sob a luz dos tambores | Responsável(eis): Foto Clube Poesia do Olhar 

Livro Brasileiro Publicado no Exterior 

Becos da memória | Editora(s): Pallas Editora, Portugalský inštitút 

Caderno de rimas do João | Editora(s): Pallas Editora, Editora Trinta Zero Nove 

Marrom e amarelo | Editora(s): Alfaguara, And Other Stories 

O cabelo de Cora | Editora(s): Pallas Editora, Editora Trinta Zero Nove 

Setenta | Editora(s): Dublinense, Hellnation Libri 

(Fonte: Agência Brasil)

Foco total na Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023. A partir desta quarta-feira (22), o Sampaio Corrêa inicia sua preparação visando a disputa sul-americana, que será realizada entre os dias 3 e 10 de dezembro, em Assunção, no Paraguai. Os treinos do time maranhense, que conta com o apoio do governo do Maranhão por meio da Secretaria de Esporte e Lazer (Sedel), vão ocorrer durante dois períodos na Arena Domingos Leal, na Lagoa da Jansen, em São Luís.

O Sampaio Corrêa será o único representante do Brasil na Conmebol Libertadores 2023. No sorteio dos grupos, realizado na semana passada, a equipe tricolor ficou como cabeça de chave do Grupo C e terá como adversários na primeira fase o Acasuso (ARG), o Sportivo Cerrito (URU) e um time do Paraguai, que ainda será definido. 

Para a disputa em Assunção, o Sampaio Corrêa montou um elenco forte. Alguns dos atletas, como os alas Datinha, Filipe Silva e Zé Lucas, o goleiro Bobô e o pivô Édson Hulk estavam com a Seleção Brasileira de Beach-Soccer que disputou, na semana passada, a Liga Evolución 2023, em Salinas, no Equador. Na competição em solo equatoriano, o Brasil sagrou-se campeão de forma invicta. 

“Estamos muito felizes e realizados com a conquista da Liga Evolución, mas, agora, o foco é na Libertadores, no Sampaio Corrêa. Vamos entrar concentrados, com foco total para dar o nosso melhor lá e, se Deus quiser, coroar com esse título da Libertadores, que é tão esperado pelo Sampaio”, afirmou Filipe Silva, que foi o artilheiro da Liga Evolución com 6 gols marcados. 

Destaque da Seleção Brasileira na conquista no Equador, o goleiro Bobô já pensa na disputa da Conmebol Libertadores 2023. “Agora, é trocar o chip pensando na Libertadores. Queremos estar firmes e fortes para esta competição tão importante. Estamos em um grupo difícil, mas vamos com tudo. Queremos brigar pelo título e, por isso, não podemos ficar escolhendo adversários”, disse. 

Vale lembrar que o Sampaio Corrêa garantiu sua vaga na Conmebol Libertadores após se sagrar campeão do Circuito Brasil de Beach-Soccer, realizado no mês de abril, no Rio de Janeiro (RJ). Na decisão do torneio, o time tricolor goleou o Vasco da Gama por 7 a O. O título conquistado nas areias cariocas credenciou a equipe maranhense a retornar, novamente, à disputa sul-americana no próximo mês. 

“A Conmebol Libertadores é uma competição muito importante, e o Sampaio vai representar mais uma vez o Estado. Tenho certeza de que o time tricolor fará uma grande campanha. A luta pelo título será grande. Só temos a agradecer ao governador Carlos Brandão e ao secretário de Esporte, Naldir Lopes. Eles têm contribuído muito para o crescimento do beach-soccer no Maranhão nos últimos anos”, afirmou Eurico Pacífico, presidente da Federação Maranhense de Beach-Soccer (FMBS). 

Forma de disputa

As 12 equipes participantes na Conmebol Libertadores de Beach-Soccer 2023 foram distribuídas em três grupos. Na primeira fase, jogam entre si, dentro de suas respectivas chaves. Os dois primeiros colocados de cada grupo, além dos dois melhores terceiros colocados, avançam para as quartas de final. 

GRUPOS CONMEBOL LIBERTADORES DE BEACH-SOCCER 2023

Grupo A: 

Presidente Hayes (PAR), Guaicamacuto (VEN), Unión Lurín (PER) e Hamacas (BOL)

Grupo B: 

Libertad (PAR), Camba Pizzero (CHI), Antioquia (COL) e Victoria Andrés (EQU)

Grupo C: 

Sampaio Corrêa (BRA), Acasuso (ARG), o Sportivo Cerrito (URU) e Paraguai 3

(Fonte: Assessoria de imprensa) 

O Projeto Educação e Esporte – Escolinha de Futebol, que conta com os patrocínios do governo do Estado, da Potiguar e das Drogarias Globo por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, contou com um evento festivo para marcar o encerramento da sexta edição da iniciativa. Os jovens atletas da escolinha disputaram um Torneio Interno com a Escolinha Algarismo Romano na manhã do último sábado (18), na Associação dos Veteranos da Caixa-d’Água do Cohatrac, em São Luís.

Todos os atletas do Torneio Interno do Projeto Educação e Esporte ganharam medalhas pela participação no evento, e as equipes campeãs receberam troféus. Além disso, a competição contou com premiações individuais para o Melhor Jogador, Melhor Goleiro e Artilheiro. Após a competição, as crianças e seus parentes participaram de um coffee break.

Em sua sexta edição, o Projeto Educação e Esporte atendeu 60 meninos e meninas entre 8 e 14 anos, que foram beneficiados com aulas de reforço escolar e treinos de futebol de campo. Todos os alunos receberam kits com uniforme completo (camisa, calção e meião), chuteiras, bolsas, caneleiras, squeeze e agenda escolar para participação nas atividades semanais da escolinha.

Com caráter social, o Projeto Educação e Esporte foi idealizado para aliar o estudo e a prática do futebol à vida de crianças de São Luís. Nas edições anteriores, o projeto foi desenvolvido no Bairro Vila Conceição, na região do Altos do Calhau.

“A sexta edição do Projeto Educação e Esporte terminou da maneira que começou, como um grande sucesso, contando com a participação animada das crianças e suas famílias, não só no Torneio Interno, mas durante os 10 meses da escolinha, cuja iniciativa foi abraçada por todo o Bairro do Cohatrac. Unir a prática esportiva com a atividade educacional ajuda no desenvolvimento das crianças como cidadãs, e toda a sociedade ganha com isso. Só temos a agradecer ao governo do Estado, à Potiguar e às Drogarias Globo, que deram todo o apoio para as atividades do Educação e Esporte”, destaca Kléber Muniz, coordenador do projeto.

Projeto Educação e Esporte

Em execução desde 2016, o Projeto Educação e Esporte já atendeu mais de 300 crianças. O grande diferencial dessa iniciativa é justamente conseguir levar educação e esporte para as crianças. A dinâmica do projeto é bem simples: semanalmente, as crianças participam dos treinos de futebol acompanhados por profissionais de educação física. Paralelamente ao trabalho desenvolvido em campo, a garotada recebe acompanhamento educacional, com aulas que servem como uma espécie de reforço escolar.

Vale destacar que, nos dias dos treinos, os meninos do projeto recebem acompanhamento de uma pedagoga e de profissionais de educação física. Além disso, eles ainda participam de um lanche coletivo.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) irá reconhecer os territórios, elementos naturais, moradias e ritos tradicionais de quilombos como patrimônios culturais do país. O tombamento desses sítios ocorrerá após 35 anos de espera pelas comunidades quilombolas, já que é previsto na Constituição Federal, segundo a qual “ficam tombados todos os documentos e sítios detentores de reminiscências históricas de antigos quilombos”.

O instituto publicou portaria nesta segunda-feira (20), Dia da Consciência Negra, que traz os requisitos e regras para o reconhecimento desses locais.

Conforme a portaria, poderão passar pelo processo de tombamento: sítios com vestígios materiais de quilombos extintos ou documentos de memória e áreas ocupadas por comunidades quilombolas, que utilizam tradições ancestrais nas práticas atuais. De acordo com Iphan, a medida significará reconhecimento de nascentes de igarapé, ruínas de pedras no meio de matas e roçados de ervas medicinais.

Qualquer pessoa física ou empresa pode solicitar o tombamento, apresentando pedido a uma unidade do Iphan. Para o processo de tombamento ser iniciado, é preciso apresentar certidão de autodefinição das comunidades remanescentes de quilombos, documento emitido pela Fundação Cultural Palmares. Outros documentos são relatório de identificação e delimitação territorial emitido ou aprovado pelo Incra.  

Atualmente, apenas o Quilombo do Ambrósio, em Minas Gerais, é tombado.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressaltou que a iniciativa é um importante passo para a preservação da cultura quilombola no país. “Estamos construindo uma história nova com a participação da sociedade”, disse.

Antes da publicação, o texto da portaria passou por consulta pública por 45 dias, período em que foram coletadas 240 manifestações, sendo a maioria de quilombolas. A formulação da portaria contou com o apoio dos ministérios da Cultura, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e da Cidadania, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Fundação Cultural Palmares.

Para o presidente do Iphan, Leandro Grass, o tombamento dos quilombos poderá contribuir para o acesso das comunidades à educação e a outras políticas públicas. “Esse é um elo da cidadania, elo da reparação histórica tão necessária em um país como o nosso”, afirmou.

Além da portaria, foi criado, em setembro, o Comitê Permanente para Preservação do Patrimônio Cultural de Matriz Africana (Copmaf), com objetivo de aprimorar diretrizes e processos para preservação da cultura africana.

“O Iphan se compromete a endereçar formalmente a responsabilidade de retirar o componente cultural de matriz africana das notas de rodapé dos livros de história, da redução a contribuição culturais e exóticas na culinária e na música, e alçá-lo à centralidade de debates”, ressaltou a coordenadora do comitê, Bruna Ferreira.

(Fonte: Agência Brasil)

Quem é o autor da frase que está na Bandeira do Brasil?

 “ORDEM E PROGRESSO”

UM LEMA MARANHENSE?

Gonçalves Dias escreveu “ordem e progresso” seis anos antes do francês Auguste Comte.

*

– A APROPRIAÇÃO DE TEIXEIRA MENDES

– A INSPIRAÇÃO EM AUGUSTE COMTE

–  E A “MEDITAÇÃO” DE GONÇALVES DIAS

* * *

Quem é o autor da frase que está na Bandeira Nacional do Brasil?

Dois nomes logo são lembrados na resposta: o primeiro é o de Raimundo Teixeira Mendes, escritor, filósofo, maranhense de Caxias, que, em novembro de 1889, repassou, para os governantes da época, o modelo da bandeira brasileira, prontamente adotado e elogiado (claro, registraram-se algumas insatisfações).

O segundo nome vinculado ao lema “Ordem e Progresso” é o do francês Auguste Comte, escritor e filósofo, que queria uma “religião da Humanidade”, criou o Positivismo – filosófico-religioso ou religioso-filosófico – e, em seus textos sobre a causa, cunhou a frase: “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim". Em francês: “L'Amour pour principe, et l'Ordre pour base; le Progrès pour but.”

É patente que o caxiense Teixeira Mendes, à época morando no Rio de Janeiro (RJ), inspirou-se na frase do francês Comte quando pensou no dístico que integraria a Bandeira brasileira, que ele, Teixeira Mendes, criou – e que substituiu a “cópia servil” da bandeira americana então adotada (por quatro dias) como bandeira da novel República sul-americana, em 1889.

Alguns creditam a frase como constante no livro “Testament d'Auguste Comte”, 570 páginas, de novembro de 1896.

Fui pesquisar. Fui ver. Realmente, está ali, na página 90 do “Testament”. A frase francesa distribui-se pela oitava e nona linhas da página e inicia o segundo parágrafo (ou o primeiro, já que as sete linhas anteriores são continuação de parágrafo da página 89).

O “Testament” tem, na verdade, nome mais longo; intitula-se: “TESTAMENT D'AUGUSTE COMTE AVEC LES DOCUMENTS QUI S'Y RAPPORTENT PIÈCES JUSTIFICATIVES PRIÈRES QUOTIDIENNES, CONFESSIONS ANNUELLES, CORRESPONDANCE AVEC Mme. DE VAUX PUBLIÉ PAR SES EXÉCUTEURS TESTAMENTAIRES, CONFORMÉMENT À SES DERNIÈRES VOLONTÉS”.

Como diz o título, foi publicado de acordo com as “últimas vontades” de Comte. Mas o ano de 1896 refere-se à segunda edição. A primeira é de 12 anos antes, 1884. A obra foi publicada por um “fundo tipográfico” da “execução testamentária de Auguste Comte” (“Fonds typographique de l'exécution testamentaire d'Auguste Comte”).

Fui adiante nas pesquisas. A citação constante da edição de novembro de 1896 do “Testament” não caberia, pois a proclamação da república no Brasil dera-se sete anos antes, em 1889 (coincidentemente, em novembro também). Portanto, repita-se, foi neste ano, 1889, que o caxiense Teixeira Mendes apresentou o desenho do nosso pavilhão. Mas como a primeira edição do “Testament” comtiano é de 1884, cinco anos antes da proclamação da república brasileira, a fonte poderia ser essa.

Como disse, fui adiante. Fui ao “site” do prestigioso jornal francês “Le Monde”, um dos mais importantes e mais respeitados do mundo, publicado desde 19 de dezembro de 1944. Pois bem: no “site” encontro a frase de Comte e o crédito de que ela vem do livro “Système de Politique Positive”, daquele autor. O próprio “site” registra a data de publicação do livro: 1852.

Se forem considerados apenas esses registros, poder-se-ia reivindicar que o caxiense Antônio Gonçalves Dias escreveu a expressão “ordem e progresso” seis anos antes de aparecer, em 1852, a obra “Sistema de Política Positiva”, do francês Auguste Comte.

Com efeito, no dia 8 de maio de 1846, na sua obra “Meditação”, Gonçalves Dias escreveu:

“E não pelejais por amor do progresso, como vangloriosamente ostentais.

“Porque a ORDEM E PROGRESSO são inseparáveis: – e o que realizar uma obterá a outra.” (Destaque meu).

*

Portanto, façamos a cronologia:

– 1846, 8 de maio: Gonçalves Dias escreve “ordem e progresso” em seu livro “Meditação” (43 anos antes da proclamação da república no Brasil). A frase é: “Porque a ORDEM E PROGRESSO são inseparáveis: – e o que realizar uma obterá a outra.”;

– 1852: publicação do livro “Système de Politique Positive”, de Auguste Comte, onde originalmente está a frase inspiradora do lema “Ordem e Progresso”, constante na Bandeira do Brasil. A frase comtiana, seis anos após a de Gonçalves Dias, é: “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim.";

– 1884: primeira edição do “Testament” do francês Auguste Comte;

– 1889, 15 de novembro: Proclamação da República no Brasil;

– 1889, 19 de novembro (depois oficializado como o Dia da Bandeira brasileira): o caxiense Teixeira Mendes apresenta o desenho da Bandeira brasileira por ele idealizada. Sua sugestão foi imediatamente adotada e não foi demovida por insatisfações de alguns políticos e outros movimentos;

– 1892, novembro: segunda edição do “Testament” de Auguste Comte.

* * *

Em 5 de setembro de 2023 completaram-se 166 anos da morte do escritor e filósofo francês Auguste Comte, ocorrida em Paris em 5 de setembro de 1857. O nome completo do talentoso francês era Isidore Auguste Marie François Xavier Comte e ele nasceu em Montpellier, em 19 de janeiro de 1798. Assim, em 2023, são 225 anos de nascimento do criador do Positivismo.

Este é um texto aligeirado sobre “anterioridades” relacionadas ao lema “Ordem e Progresso”, que foi apropriado pelo caxiense Raimundo Teixeira Mendes de texto (e ideias) de autoria de um filósofo de que ele era seguidor, Auguste Comte.

Claro que há distinções, diferenciações na textualização de “Ordem e Progresso”: Gonçalves Dias escrevia um romance (com elevada carga de crítica sociopolítica); Auguste Comte defendia uma causa, queria instituir uma nova religião, por ele considerada a “religião da humanidade”, o Positivismo.

Assim, a palavra “ordem” e a palavra “progresso”, isoladamente ou em conjunto, permeiam os livros, os textos do autor francês, inclusive mesmo antes de sua obra de 1852, considerada a obra-fonte da frase que inspirou o caxiense, maranhense e brasileiro Teixeira Mendes na elaboração da Bandeira de seu país.

Gonçalves Dias dominava o francês, conhecia Paris. Poderia ter tido acesso à obra comtiana? Sim, poderia. Por sua vez, Teixeira Mendes  – que conhecia Comte, que conhecia a França e sabia francês –  TAMBÉM conhecia seu conterrâneo, o igualmente caxiense, o talqualmente maranhense e patrioticamente brasileiro Gonçalves Dias.

Não tenho dúvidas de que Teixeira Mendes verdadeiramente bebeu na frase de Auguste Comte.

Também não tenho dúvidas de que, consideradas as datas das obras do francês Comte (“Sistema de Política Positiva”) e do caxiense Gonçalves Dias (“Meditação”), este, no mínimo, tem uma certa anterioridade na construção frasal, acrescida de complemento explicativo.

Evidentemente, ninguém tem domínio de tudo o que se escreve e já se escreveu em nosso planeta, nos diversos idiomas, existentes e já extintos. Uma contagem do Google Books, que se iniciou com cerca de 600 MILHÕES de títulos, após processos de refinamento, fechou com 130 MILHÕES de livros (quantidade de títulos únicos, não total de exemplares) já escritos e publicados. Outros registros estatísticos nos informam que surge 1 livro novo a cada 30 segundos. Que em UM ANO são UM MILHÃO (1.000.000) de livros, os quais precisariam de 20 quilômetros de estantes para acomodá-los. Tristemente se registra que, para cada livro que um ser humano lesse em 1 dia, ele teria de não ler outros QUATRO MIL livros.

Desse modo, é quase impossível não haver construções frasais iguais ou assemelhadas nos livros e literaturas deste mundo. Como já escrevi, nós humanos temos de ser ilimitados em nossos limites: temos, em caracteres latinos, apenas 26 letras para escrevermos todos os poemas de amor – e também todas as declarações de guerra;...

... temos apenas 10 algarismos para com eles calcularmos todas as distâncias astronômicas e medirmos as variadas dimensões microscópicas;...

... temos apenas 7 notas musicais, para com elas elaborarmos a sinfonia mais enlevadora e a música brega mais rasgada...

Enfim, somos incontidos em nossas contenções. Somos superposições.

Somos humanos – buscando uma ORDEM no caos ético e o PROGRESSO ante desigualdades sociais.

Somos humanos.

* EDMILSON SANCHES

ILUSTRAÇÕES:

Retratos dos caxienses Teixeira Mendes e Gonçalves Dias e do francês Auguste Comte. Folha de rosto do "Testament d'Auguste Comte", edição de 1892, e registros do "site" do jornal francês "Le Monde".

Um estudo desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), identificou características de clima árido no norte da Bahia. É a primeira vez que essa situação é detectada no país. Os pesquisadores dos dois órgãos federais, ambos ligados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), também constataram que a área com clima semiárido vem aumentando.

Conforme os resultados do estudo, com exceção da Região Sul e do litoral dos Estados de Rio de Janeiro e São Paulo, a tendência de aumento da aridez se observa em todo o país. Os pesquisadores apontam que esse processo está relacionado com o aquecimento global. Isso porque, com o clima mais quente, cresce também a evapotranspiração [combinação entre a evaporação da água que cai no solo e a transpiração de água pelas plantas]. Na Região Sul, no entanto, observa-se uma tendência inversa, associada ao aumento das chuvas.

Os resultados constam em uma nota técnica divulgada na última terça-feira (14). Eles utilizaram uma metodologia reconhecida internacionalmente. Por meio dela, é estabelecido o índice de aridez, calculado a partir de uma fórmula onde os valores de precipitação são divididos pela evapotranspiração potencial de cada região.

Nos climas mais secos, onde há um deficit de chuvas, essa razão fica abaixo de 1. A região é considerada semiárida se o resultado ficar entre 0,21 e 0,5 e árida se ficar abaixo de 0,2.

De acordo com a nota técnica, em regiões com índice de aridez crítico, a falta de água favorece a ocorrência de queimadas e pode afetar, de forma severa, a agricultura e a pecuária. Nessas condições, quando o uso do solo não é feito de forma sustentável, observa-se processos de desertificação no longo prazo.

O diagnóstico produzido pelo Inpe e pelo Cemaden subsidiará a Política Nacional de Combate à Desertificação, coordenada pelo Ministério do Meia Ambiente. A análise considerou dados levantados entre 1960 e 2020. Eles foram divididos em períodos de 30 anos. Assim, foram feitos mapas com as médias históricas de quatro intervalos: 1960-1990, 1970-2000, 1980-2010 e 1990-2020.

Observou-se que áreas do semiárido do país, a cada década, cresce a uma taxa média superior a 75 mil quilômetros quadrados. Essas áreas concentram-se principalmente no Nordeste e no norte de Minas Gerais. No último período considerado, 1990-2020, observou-se o aparecimento de uma área de 5,7 mil quilômetros quadrados definida como árida no norte da Bahia.

(Fonte: Agência Brasil)

Desde 1996, a jornalista, pesquisadora e artista visual Denise Camargo pertence a duas famílias, uma de sangue e outra de santo, esta proveniente do candomblé. Anos antes, quando criança, escutava xingamentos racistas disparados contra ela e as irmãs, por vizinhos que se empoleiravam no muro de casa, na periferia de São Paulo.

E é agora, mostrando o interior do terreiro que frequenta – a Casa das Águas, em Amador Bueno (SP) – e devolvendo as ofensas com críticas à discriminação racial, que Denise apresenta fotografias na exposição E o silêncio nagô calou em mim, aberta até meados de abril, no Centro Cultural Fiesp, na capital paulista.

“A gente tem muito trabalho pela frente, porque eu corria para dentro de casa e, agora, eu não preciso mais, eu posso correr para dentro da galeria e colocar lá o meu trabalho. Isso é de uma grandeza incrível”, afirma a artista.

“Esse trabalho foi parte da minha construção de descoberta de pessoa preta. Quando encontrei cadernos meus em que a professora pedia para fazer a árvore analítica, escrevi: eu, temperamento, caráter e físico. Era um estudo literário de personagens."

Segundo Denise, o trabalho era dissecar a árvore analítica para entender as questões psicológicas, saber como ela própria se comportava e o que representava dentro da sua história.

“A primeira árvore era sobre mim. Eu já me identificava como alguém diferente, mas dizer preto, dizer negro, era algo impensável naquela infância. Então, era conveniente me disfarçar. Agora, não é mais conveniente me disfarçar", destacou, ao lembrar uma professora de língua portuguesa que a estimulou a ler e a escrever, o que foi determinante para escolher, mais tarde, o jornalismo. 

Denise, que é também professora universitária, construiu carreira como repórter fotográfica e questiona aquilo que chama de arte “branco-brasileira”, como outros da arte contemporânea.

Para quem conhece seu nome somente agora, pode parecer que Denise Camargo é uma das artistas que desembarcaram no oceano que vem surgindo, que tem remexido as artes em suas diversas linguagens, em torno de assuntos relacionados à cultura negra e, mais especificamente, as religiões de matriz africana. Contudo, Denise tem trajetória de anos de pesquisa artística sobre o assunto, com uma contribuição bastante sólida ao letramento racial.

Exposição

A série de fotografias que compõem a exposição resulta de um estudo que desenvolveu no âmbito de seu doutorado, no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O conjunto das obras, que inclui fotografias de um templo de vodu de New Orleans, nos Estados Unidos, foi exibido, pela primeira vez, em 2010, e contou com a curadoria de Diógenes Moura.

Segundo a artista, há aspectos que alguns candomblecistas preferem manter a sete chaves, o que, se explica por acreditarem que faz parte de uma atmosfera de encantamento, como é o caso da reclusão pela qual passam as pessoas durante a iniciação na religião. 

"O fato de as religiões de matriz africana terem ficado escondidas, em razão da repressão policial, social e política, faz com que esse lugar do segredo, do sagrado tivesse que ser mantido para ser preservado. Não foi uma ocultação deliberada, foi uma ocultação necessária", diz. Denise defende a disseminação de informações sobre a religião para aproximá-la de quem tiver o interesse despertado.

Mesmo em território familiar, Denise precisou tratar com o babalorixá do terreiro, regido por Ogum e Iemanjá, sobre a natureza do trabalho que conduziria, recebendo dele, prontamente, a autorização que precisava. Ela acrescenta que fez tudo com meticulosidade e o cuidado de evitar produzir imagens que poderiam repelir quem as visse.

A artista, que assimilou conhecimentos dos fotógrafos Mario Cravo Neto e Carlos Moreira, seu primeiro professor na área, também levou em conta, na hora de fotografar, no interior paulista, outra lição há algum tempo aprendida. Esta última lição, viria do fotógrafo Koldo Chamorro.

“O Koldo era um fotógrafo documentarista viajante, que ia para a África e a lugares inacessíveis. Uma vez perguntei se ele, sendo um europeu branco, não tinha dificuldade de fotografar em aldeias na África. E ele me disse que não, porque, ao pisar naquele território, tinha que pisar como africano, olhar como africano, sabendo que não era um africano. Isso me deu uma dimensão de que qualquer espaço que você vai fotografar, tem que ter a dimensão do quanto você está nesse lugar e do quanto você não está nesse lugar”.

“Eu conheci Mario Cravo Neto, em 2000, e ele foi apresentar, para mim, um trabalho do livro Laroyê, que lidou com a mitologia de Exu. Exu não está lá materialmente. Não é um trabalho em que ele vai fotografar o Exu incorporado nos corpos dos adeptos do candomblé. Não, ele vai para a rua encontrar a mitologia de Exu”, completou.

Para a artista, um dos elementos que capturam a atenção para a exposição é a figura de Exu na entrada do centro da Fiesp.

“Estar com esse Exu abre a exposição, um Exu em um templo de vodu, com tudo que simboliza essa instituição [da Fiesp], e acho que é a primeira vez que eles têm um trabalho dessa natureza; isso é tão representativo", resume Denise sobre a oportunidade de ser uma das expoentes que preenchem espaços culturais com o protagonismo negro.

Serviço

Exposição: E o silêncio nagô calou em mim

Aberta até 14 de abril de 2024, das 10h às 20h

Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp | Avenida Paulista, 1.313, em frente ao metrô Trianon-Masp

Entrada gratuita

(Fonte: Agência Brasil)

No próximo dia 21, às 18h, dentro do mês da Consciência Negra, o Palácio Tiradentes, sede histórica da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), recebe a exposição RJ é Solo Preto e Indígena. Organizada pelo mandato popular do deputado estadual Professor Josemar (PSOL), em parceria com o Palácio Tiradentes e a Diretoria de Cultura da Alerj, a exposição reúne fotografias de quilombos, grupos de maracatu, jongo e movimentos de protestos de mulheres negras e LGBTQIA+.

A cerimônia de lançamento terá apresentações culturais de artistas que foram fotografados para a exposição. A mostra ficará aberta ao público até o dia 1º de dezembro, com entrada franca.

O RJ é Solo Preto e Indígena objetiva construir um projeto de cidades, Estados e países antirracistas. A exposição registra diversas manifestações culturais, políticas e territoriais afro-brasileiras ao longo deste ano, trazendo uma narrativa que envolve as histórias dos próprios ritmos, danças, religiosidades e lutas sociais presentes nessas manifestações, mas, principalmente, dialoga com o modo como se concretizam enquanto tecnologias de “re-existência”, remontando a história da população negra no Brasil e da constituição enquanto país, salientou o Professor Josemar.

Cultura negra

“A expressão da cultura brasileira é negra e é fundamental valorizar a nossa cultura negra. O funk, o samba, o hip-hop são melhores exemplos. Na estrutura social, não temos o que comemorar. Temos os salários mais baixos. Somos o principal alvo da repressão e da ausência de políticas públicas. Mas temos avançado. Há 135 anos, estávamos nas senzalas e nos troncos. Hoje, mesmo com limitações, temos representantes públicos negros, mas ainda temos muito que avançar. Venho de uma cidade periférica, como São Gonçalo. Sempre estudei em escola pública e me sinto honrado em ocupar este espaço. Mas sei das dificuldades que os candidatos sem recursos têm no processo eleitoral. Por isso, luto com toda força contra o racismo, a exploração e opressão”, afirmou Professor Josemar.

A diretora de Cultura da Alerj, Fernanda Figueiredo, defende que “o Legislativo é um forte aliado na causa antirracista e será memorável revisitar a história do Estado do Rio de Janeiro a partir da narrativa proposta por essas manifestações políticas e culturais. Tudo isso em um lugar emblemático, a Casa do Povo, que está de portas abertas para a população”.

Programação

Exposição RJ é Solo Preto e Indígena no Palácio Tiradentes – Karen Ferreira

A programação de abertura será no hall de entrada do Palácio Tiradentes, com apresentações da Associação San Cipriano de Capoeira, de São Gonçalo; dança do Movimento Epiral Afro-Babalakina; performance de Aline Valentim; e pintura ao vivo pela artista plástica Desireé Brito.

Em seguida, haverá sessão solene para entrega do prêmio Zumbi dos Palmares 2023, concedido pela Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça, Cor, Etnia, Religião e Procedência Nacional da Alerj a personalidades negras por seus relevantes serviços na defesa dos direitos, da história e da cultura do povo negro. A noite será encerrada com cortejo do Movimento de Empoderamento Feminino de Maracatu Baque Mulher.

A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, no horário das 10h às 17h.

(Fonte: Agência Basil)

I – O MARANHÃO E OS SÍMBOLOS NACIONAIS

O Maranhão está presente nos dois principais símbolos do Brasil – o Hino e a Bandeira. No Hino, porque tem versos do maranhense-caxiense Gonçalves Dias. E a Bandeira, porque foi idealizada pelo maranhense-caxiense Raimundo Teixeira Mendes.

Hoje, 19 de novembro, é o Dia da Bandeira. E por que este dia?

Quando Deodoro da Fonseca fez a Proclamação da República, no dia 15 de novembro de 1889, ele, marechal, comandou a tropa e assumiu o governo provisório... e adotou como bandeira brasileira a bandeira dos Estados Unidos pintada de verde e amarelo, sugerida pelo intelectual Ruy Barbosa.

Que diabos de república era aquela que, além do nome (“Estados Unidos do Brasil”) importava do grande país do Norte até o modelo do pavilhão nacional?

A bandeira foi qualificada – ou desqualificada – como “cópia servil”, nas palavras de Miguel Lemos, filósofo e cunhado de Teixeira Mendes, que idealizou uma nova bandeira e a apresentou ao presidente da República. Quatro dias depois da proclamação da República, em 19 de novembro de 1889, o Brasil adotava, para sempre, seu novo símbolo. (Para conhecer mais sobre Teixeira Mendes, leia o livro “Teixeira Mendes – Esse Nome é uma Bandeira”, de Edmilson Sanc–hes).

II – A BANDEIRA DO BRASIL É CAXIENSE

A cidade maranhense de Caxias é provavelmente a única a estar presente simultaneamente na história dos dois maiores símbolos da nossa Nação – a Bandeira e o Hino.

A Bandeira é uma criação do filósofo e matemático caxiense Raimundo Teixeira Mendes (1855–1927).

Seu dia, 19 de novembro, é a data em que, em 1889, quatro dias após a Proclamação da República, Teixeira Mendes entregou ao marechal Deodoro da Fonseca o desenho que o maranhense voluntariamente criou.

Durante quatro dias, de 15 a 19 de novembro, a Bandeira brasileira era uma “cópia servil” da bandeira dos Estados Unidos pintada de verde e amarelo (no lugar do vermelho e branco norte-americanos).

Na Bandeira brasileira, até a frase “Ordem e Progresso”, extraída por Teixeira Mendes da obra do filósofo francês Auguste Comte, pode ser creditada ao poeta caxiense Gonçalves Dias, que a escreveu e a descreveu em sua obra “Meditação”, de 1846, enquanto o livro “Système de Politique Positive”, de Comte, é de 1852. Trato extensamente desse assunto em meu texto “’Ordem e Progresso’ – Um Lema Caxiense?”.

Se o Maranhão e Caxias estão presentes na Bandeira do Brasil, com o desenho e, quiçá, com o lema, também é dupla a participação maranhense-caxiense no Hino Nacional: os trechos de versos da “Canção do Exílio”, do caxiense Gonçalves Dias, na letra do Hino (“nossos bosques têm mais vida” e “nossa vida [em teu seio] mais amores”) e a proposição legal de o Hino Brasileiro ter uma letra (pois antes era só melodia). Esta proposição foi do escritor caxiense Coelho Netto, quando deputado federal, no Rio de Janeiro (antiga capital da República). Coelho Netto, que era deputado federal e desde 1906 defendia uma letra para o Hino brasileiro, apresentou duas emendas sobre o assunto, em 1909 e 1910, que foram rejeitadas, mas, em 1922, no centenário da Independência, o Congresso Nacional, por pressão do presidente Epitácio Pessoa, finalmente aprovou uma letra para o Hino, de autoria de Osório Duque-Estrada.

Coelho Netto escreveu, em 1909: “– Esse hino tem sido companheiro das nossas glórias e vicissitudes e precisa ser cantado por todos os filhos deste grande país. É um hino que canta, mas não fala. É preciso que fale, que saiba traduzir a beleza das nossas mulheres, a pureza do nosso céu, o ruído das nossas cascatas e a impetuosidade do nosso amor”.

*

III – A BANDEIRA BRASILEIRA

Nos mais diversos lugares e localidades deste país, seja em um submarino brasileiro no fundo do mar, seja no Pico da Neblina, no mais rarefeito ar, está tremulando especialmente a Bandeira do Brasil – criação de um caxiense, Raimundo Teixeira Mendes.

Desde 19 de novembro de 1889, após a proclamação da República, a bandeira que estamos vendo agora é, no geral, a mesma que vem presidindo e testemunhando, do mais alto ponto, o correr dos acontecimentos em nosso território.

Cada símbolo nacional tem a sua função, o seu valor. Mas nem o selo, nem o sinete, nem mesmo o brasão das armas nacionais têm estado tão presente nos olhos e na alma do povo brasileiro quanto a sua bandeira.

A bandeira é o hino em tecido: basta vê-la nos grandes momentos para sentirmos aquela mesma comoção sadia, a mesma emoção positiva de orgulho cívico, de cidadania gloriosa.

É assim ao vibrarmos com o esportista vitorioso que empunha, mesmo sem mastro, o quadrilátero verde-amarelo.

É assim ao nos comovermos com a bandeira enorme sob a qual desfilam anônimas pessoas do povo nas passeatas.

É assim quando a vemos empunhada por braços firmes e passadas fortes dos estudantes e dos soldados nos desfiles de 7 de setembro.

A Bandeira Brasileira não deve ser um objeto com datas certas para acontecer, aparecer. Ela deve estar mais presente no dia a dia. Na capital do país, Brasília, pessoas da iniciativa privada mantêm um movimento cívico para ter-se e manter-se a Bandeira Brasileira frente aos prédios de suas empresas. Não se trata de ufanismo piegas, mas de orgulho de ser cidadão e de pertencer a esta Nação.

A Bandeira é isso: aquela que se eleva no simbolismo da luta; aquela que se declina no momento de luto.

Seja no calor da batalha ou na frieza da mortalha, a bandeira, a meio mastro ou no alto, ensina que não nos devemos baixar, derrotados ou derrotistas. Devemos, sim, abrir os olhos e firmar a visão, num gesto de determinação e de superação que “aos fortes e aos bravos só pode exaltar”.

E pelo pouco tempo de existência de nosso país, ter conseguido o destaque que nós  temos no concerto das nações significa que esta também é uma terra de bravos.

Viva a bandeira brasileira! Tenha-a sempre à mão. Agite-a: ela espanta os insetos da anticidadania. Use-a: ela é um tônico contra a falta – ou a fraqueza – de civismo.

Que a mensagem de “ORDEM E PROGRESSO” de nossa Bandeira continue a balizar o caminho pelo qual todos nós, governantes e governados, empregadores e empregados, vividos e vivenciados, devemos trilhar. Que a ordem, aqui, signifique não só disciplina e disposição, mas também boa administração das coisas e das causas públicas. E que o progresso seja, por sua vez, sinônimo de justiça social.

Que as cores da bandeira adquiram outros tons. Que o verde, além do simbolismo das matas, seja o da esperança realizadora daqueles que não se acomodam.

Que o amarelo não represente apenas a fartura do nosso ouro, mas a riqueza da cultura do nosso povo.

Que o azul não se limite ao limite das nossas vistas, que é o céu; mas se amplie por uma visão além dele, que é o espírito.

E o branco, que este não simbolize apenas a paz que é a ausência de guerra, mas a paz de consciência ante as muitas guerras que temos de vencer para reabilitar a maior parte do nosso povo e fortalecer, assim, a própria cidadania, a própria nacionalidade, o próprio país.

* EDMILSON SANCHES