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O último evento “Declama Poesia” do ano, da Associação Brasileira de Imprensa do Rio de Janeiro (ABI-RJ), foi realizado na tarde de quinta-feira (14/12/2023), no edifício-sede da entidade, na Rua Araújo Porto Alegre, no centro da capital fluminense.

Sob a responsabilidade do jornalista Carlos Alberto da Rocha Carvalho, o “Declama Poesia” é realizado todos os meses há nove anos. A ABI é entidade de mais de um século de existência, fundada em 7 de abril de 1908, há 115 anos. Atualmente é presidida por Octávio Floro Barata Costa, que foi editor de política no “Jornal do Brasil”.

Durante o evento, foram lançados os livros “Poetando” e “A Energia Reiki”, de Vera Regina Carvalho, escritora e artista plástica, natural de Minas Gerais, há 40 anos residente no Rio, graduada em Administração e em Desenho e Artes Plásticas  estudiosa da terapia de cura tibetana e japonesa reiki (palavra que significa “energia vital universal”). Também presentes, entre outros, a acadêmica Vera Figueredo e o dicionarista Wagner Azevedo, que acaba de lançar sua 15ª obra de referência.

Convidado por Carlos Rocha para participar do “Declama Poesia”, o jornalista maranhense Edmilson Sanches prendeu a atenção dos presentes quando, solicitado para dar exemplos de algumas de suas composições poéticas, leu poemas de instigação político-social, feitos há décadas (leia abaixo). Sobre os poemas, Rita de Paula Oliveira, diretora do grupo Iniciativas de Mudanças, de Petrópolis (RJ), disse: “Nunca tinha ouvido tantas verdades juntas”. O grupo Iniciativas de Mudanças tem origem na Suíça e “trabalha para inspirar, equipar e conectar pessoas a trabalharem pelas necessidades mundiais, começando por elas mesmas, nas áreas de construção de confiança, liderança ética e vida sustentável”.

Durante três horas, poetas e admiradores da poesia fizeram leitura de composições autorais ou de sua preferência. Ao término, houve o coquetel e congraçamento de fim de ano. O responsável pelo Declama Poesia, Carlos Rocha, convidou Edmilson Sanches para lançar alguns de seus livros ainda no primeiro semestre de 2024. Abaixo, alguns dos poemas do escritor caxiense apresentados no Declama Poesia.

O ENCONTRO  DAS  PEDRAS

E agora, José?

No meio do caminho

tinha uma pedra. Aliás,

uma pedrada,

que é uma pedra

movimentada.

Dizem que a coisa

foi orquestrada

teleguiada.

Mas, Zé, compreenda:

há muita insatisfação,

e o povo passa fome, arrocho,

precisão.

Você, não.

É preciso se-

parar o joio

do trigo.

Mas onde está o trigo, meu Deus?!

Ele já não é subsidiado

– só o povo continua

subalimentado.

E o povo, já sem razão,

responde

com quatro pedras

na mão.

José, você que é,

que é católico, rezador,

talvez diga que nem só de pão

vive o “home”;

entanto, ouça:

acima da guerra,

há o grito da fome.

José, sabe como é:

o povo se contenta

com pouco.

Boca cheia

não grita.

Bucho vazio

deixa louco.

Sei, não precisa repetir:

atiraram a primeira pedra.

Mas, José, e por que a outra?

Lançada de catapulta,

com destaque em jornal,

apedrejaram o povo com a Lei

de Segurança Nacional.

Lei de Talião,

pagou-se com a mesma moeda.

Ou pedra.

(Mas, José,

duro

com duro

não faz

bom muro).

Não sei, José,

não sei como é.

Tudo serve

de exemplo.

E com pedras também

se constrói

um templo.

Vamos juntar todas essas pedras

e talvez, quem sabe, um dia

com ela terminaremos,

“não mais que de repente”,

o prédio transparente

da democracia.

E aí, povo forte,

Nação em pleno viço,

botaremos uma PEDRA

em cima                disso.

*

MENTE, MENTIRA

Contra o cidadão,

o pior dos males é a violência.

A pior violência, a mentira.

A pior mentira, a mentira política

– pois dela derivam todos

os outros males e mentiras.

Sei, bem sei, que se mente

até involuntariamente

inocentemente

inconscientemente.

Mente-se religiosamente.

Mente-se jornalisticamente.

Mas, principalmente, mente-se

politicamente

– e, politicamente, mente-se

frequentemente.

E porque mente assim assiduamente,

já não mente o político sorrateiramente,

“respeitosamente”:

ele mente deslavadamente

                 descaradamente

                  de-sa-ver-go-nha-da/mente.

E por mentir – politicamente –

tão repetidamente,

tão constantemente,

o político mente... impunemente.

E porque se mente – especialmente politicamente –

tão impunemente,

chegamos à conclusão de que

– paradoxalmente –

já não vivemos em um País de mentira:

vivemos em um País... demente.

Cidadão,

na hora da verdade,

ao votar em eleição,

não minta para você mesmo.

Vote com consciência.

Vote verdadeiramente.

Vote como quem dá uma porrada.

Pois pelo jeito, só assim, um dia,

toda mentira será castigada.

*

PRESOPOEMA

Hoje, que desgraça farei:

mato o presidente

ou me proclamo rei?

Faço desvio de influência?

tráfico de (oh!)posição?

sinto alta a indecência

livre na contramão?

Meto a mão no fundo bolso

pesquisando uma rima,

tirando dinheiro falso

e dando-o ao cego da esquina?

Critico a “democracia”?

sequestro meu país?

rezo o pai/pão do dia

sugando o infeliz?

Tisno-me de branco?

atendo o bicha num rogo?

procuro meu canto

ou vira ficha do jogo?

Reclamo do salário

ou peço minha demissão?

(Não tem garantia meu trabalho

nem fundos a rescisão.)

Hoje, que desgraça farei:

mato o presidente

ou me proclamo rei?

(Faço charada:

Envernizei um pouco

o homem público. 2-2)

Proclamo-me rei

ou mato o presidente?

(Alguma desgraça farei

durante a noite silente.)

Que faço da roupa?

(Eu não nasci assim.)

Que faço da pele?

Que faço de mim?

Pinto o sete?

Toco em banda?

Dobro o frete?

Vou pra Uganda?

Processo o modo general?

Condeno a (falta de) União?

(Pleito e/lei/mortal litoral,

promessa é treva e aguilhão.)

Torno-me criança em cabaré?

Elejo cavalo “Seu Dotô”?

Trepo morro pensando em muié?

Ponho barba preta no meu vô?

Sou preso residente

fé  esporte  sé  nado

preso/e/dente

generalizado.

(Depois vieram.

Vou preso prum cubículo:

Salafrário!

E compuseram

o orgulho dum currículo

literário.)

Censurada a minha mente,

meu escrito.

Mas, conquanto rudemente,

tenho dito!

(1976)

Imagens:

O prédio da ABI, em foto de Donatas Dabravolskas, e Edmilson Sanches na Associação, com a escritora Vera Regina Carvalho e com o jornalista Carlos Alberto da Rocha Carvalho, em evento no Rio de Janeiro.

A secretária de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Sandra Monteiro, recebeu, nesta quinta-feira (14), os 998 fósseis datados do período cretáceo, com mais de 90 milhões de anos, repatriados da França. As peças já haviam sido simbolicamente entregues ao Brasil no ano passado, em uma cerimônia na França.

A devolução pelo governo francês finaliza o caso iniciado em 2013, quando os bens contrabandeados foram apreendidos durante inspeção de rotina realizada por funcionários da Alfândega francesa, em um contêiner que saiu do Brasil em direção ao país europeu. Foram descobertas 650 placas de Formação Crato com fósseis de crustáceos, insetos e plantas e 348 nódulos de animais fossilizados em cobertura de argila.

Após a apreensão, as peças passaram por perícias em museus da França, que confirmaram a origem e autenticidade do material.

Os fósseis de pterossauros, peixes, plantas, insetos e outras espécies de animais, foram retirados ilegalmente da bacia que corta a Chapada do Araripe, no Cariri cearense. Algumas peças estão em perfeito estado de conservação dos tecidos.

Agora, as peças vão integrar o acervo do Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri, em Santana do Cariri. Os fósseis também serão exibidos em exposições itinerantes.

(Fonte: Agência Brasil)

O Ministério da Educação (MEC) se manifestou, nesta quinta-feira (14), a favor da manutenção das 2,4 mil horas para Formação Geral Básica no ensino médio, carga horária enviada em proposta do governo ao Congresso Nacional. A formação básica é a parte comum do currículo dos estudantes de todo o país e foi construída a partir da Base Nacional Comum Curricular. Caso o projeto em tramitação na Câmara dos Deputados seja aprovado, a carga curricular comum pode ficar em 2,1 mil horas, já que o texto do governo foi modificado na Casa.

O projeto original enviado em outubro pelo Executivo para a alteração do ensino médio retomava a carga horária adotada antes do Novo Ensino Médio entrar em vigor, que era de 2,4 mil horas de formação geral básica das 3 mil horas totais e 1,2 mil horas destinadas aos chamados itinerários formativos. O substitutivo do relator do projeto na Câmara, deputado federal Mendonça Filho (União-PE), fixou em 2,1 mil horas, com 300 horas de aulas que relacionem os conteúdos da Base Nacional Comum Curricular com a formação técnica profissional. 

Atualmente, a formação básica é de, no máximo, 1,8 mil horas, e com 1,2 mil horas destinadas aos chamados itinerários formativos. Pela regra do Novo Ensino Médio, os alunos devem selecionar entre os itinerários ofertados, que podem ser uma das atuais cinco áreas do conhecimento ou a educação técnica e profissional.

“Cargas horárias diferentes para o caso da oferta de formação técnica são possíveis, inclusive prevendo longo período de transição. Isso não precisa, necessariamente, representar a redução da Formação Geral Básica de 2,4 mil horas”, informou o MEC à Agência Brasil.

Urgência

A pasta respondeu questionamento da reportagem sobre a aprovação na Câmara dos Deputados, na noite dessa quarta-feira (13), da urgência para votar o projeto que altera o Novo Ensino Médio aprovado durante o governo Michel Temer, em 2017.   

A aprovação dessa urgência provocou uma reviravolta na tramitação do tema, uma vez que, na última segunda-feira (11), o governo retirou a urgência do projeto, e a expectativa era de que a medida ficasse para 2024. Porém, com a votação de ontem, o projeto do Novo Ensino Médio pode ser votado na Câmara, na próxima semana. 

O MEC opinou, em nota, que o Brasil tem a oportunidade de pacificar o tema do ensino médio e “ter 2,4 mil horas para Formação Geral Básica é um pleito legítimo de professores e estudantes e reduzir e equacionar itinerários é fundamental para garantir equidade de oferta”.  

Para a pasta da Educação, “Itinerários se demonstraram uma idealização, caso não acompanhados de ações estruturais. O MEC se coloca contrário a desenhos curriculares com potencial de fragmentar e ampliar as desigualdades na última etapa da educação básica”.  

A assessoria do MEC enfatizou, ainda, que o ministro da Educação, Camilo Santana, tem defendido que o projeto enviado ao Congresso não é do Executivo, mas que é “uma construção conjunta a partir de consulta pública, que ouviu mais de 150 mil estudantes e professores”.  

Repercussão

O texto de Mendonça Filho, que foi ministro da Educação do governo Temer, vem sofrendo críticas dos integrantes da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. A organização, que reúne sindicatos, movimentos sociais, estudantis e comunitários, considera que o substitutivo retoma as normas do projeto do Novo Ensino Médio. . 

O professor Daniel Cara, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), lamenta a aprovação da urgência e defende que o texto aumenta as desigualdades entre os ensinos público e privado no Brasil.

“Mendonça praticamente reeditou a medida provisória do Temer, fazendo uma falsa determinação de 2,1 mil horas. Na prática, são 2,1 mil horas de formação geral básica, mas 300 horas podem ser feitas dentro dos itinerários formativos. Ou seja, voltam as 1,8 mil horas de formação básica”, destacou.    

Por outro lado, o Todos Pela Educação avaliou que o substitutivo do Mendonça traz avanços em relação ao texto do governo federal, apesar de ponderar que precisa de melhorias. A organização não governamental  (ONG) informa que é financiada apenas por recursos privados. 

A ONG concorda em aumentar as horas para a educação profissional e técnica. “É um movimento correto no sentido de não fragilizar a busca por maior integração da educação profissional e tecnológica (EPT) com o ensino médio regular, um dos pilares da essência da reforma”, destacou. 

(Fonte: Agência Brasil)

A Câmara dos Deputados aprovou, nessa quarta-feira (13), por 351 votos contra 102, a urgência do projeto de lei que altera o Novo Ensino Médio instituído durante o governo de Michel Temer, em 2017. Com isso, o projeto pode ser votado na próxima semana no Plenário da Casa. 

A aprovação dessa urgência promoveu uma reviravolta na tramitação dessa matéria porque o governo havia retirado o caráter de urgência do projeto na última segunda-feira (11), argumentando que a medida precisava de mais tempo para ser debatida. A expectativa era de que o tema ficasse para 2024. 

Enviada pelo governo federal em outubro deste ano, a matéria está sendo relatada pelo ex-ministro da Educação de Temer, o deputado Mendonça Filho (União-PE). A decisão do governo de alterar as regras do ensino médio ocorreu após pressão de entidades, estudantes, professores e especialistas para revogação das mudanças no currículo aprovadas durante o governo Temer.

Na votação da urgência na noite dessa quarta-feira, a liderança do governo encaminhou pelo voto favorável, já os blocos do PT/PCdoB/PV e do PSOL/Rede encaminharam contra a urgência. Ainda assim, cinco parlamentares do PT votaram a favor de acelerar a tramitação do PL relatado pelo deputado Mendonça. Os demais partidos e blocos partidários votaram a favor da urgência.

O deputado Idilvan Alencar (PDT-CE) criticou o texto alterado na Câmara, argumentando que ele desfigurou o projeto enviado pelo Executivo para modificar o Novo Ensino Médio. 

“O relatório que querem votar daqui a pouco, às pressas, reduz a carga horária da Base Nacional Comum e traz o notório saber como muito forte. Notório saber é desrespeito ao professor. Não é qualquer um que pode ir para a sala de aula, não. É preciso ter uma formação. Ele também retira a obrigatoriedade do espanhol – uma pauta que eu não aceito —, assim como da sociologia, educação física, filosofia, arte”, lamentou.

O projeto original enviado pelo Executivo retomava a carga horária de 2,4 mil horas de formação geral básica das 3 mil horas totais. O Novo Ensino Médio fixou essa formação básica em 1,8 mil horas. O substitutivo do Mendonça fixou em 2,1 mil horas, com 300 horas de aulas que relacionem os conteúdos da Base Nacional Comum Curricular com a formação técnica profissional.

Além disso, o projeto do Executivo retirou a previsão de permitir a contratação de profissionais sem licenciatura, desde que sejam reconhecidos com notório saber sobre a disciplina. O substitutivo do Mendonça reintroduziu a possibilidade de contratar profissionais com notório saber na área de formação profissional e técnica.  

O relator Mendonça Filho, durante a votação, agradeceu apoio do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do colégio de líderes da Casa, por terem aceitado votar a urgência do PL.

"Precisamos de uma decisão para sinalizar para os estudantes, para as redes estaduais, para os secretários estaduais de Educação, que respondem por 84% da oferta de vagas no ensino médio público brasileiro, para essa gente que quer ter acesso ao mercado de trabalho, quer melhorar a renda. E é por isso que eu peço a todos aqui que têm compromisso com o futuro da educação que possamos abandonar o velho ensino médio”, destacou. 

Repercussão

O substituto do Mendonça vem sofrendo críticas dos integrantes da Campanha Nacional pelo Direito à Educação que consideram que o texto retoma as normas do projeto do governo Temer. A organização reúne sindicatos, movimentos sociais, estudantis e comunitários.

O professor Daniel Cara, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), lamentou a aprovação da urgência e defendeu que o texto aumenta as desigualdades entre os ensinos público e privado no Brasil. 

“Mendonça praticamente reeditou a Medida Provisória do Temer fazendo uma falsa determinação de 2,1 mil horas. Na prática, são 2,1 mil horas de formação geral básica, mas 300 horas podem ser feitas dentro dos itinerários formativos. Ou seja, voltam as 1,8 mil horas de formação básica”, destacou.   

Sobre a reintrodução do notório saber como suficiente para contratação de professores, Daniel diz que a medida coloca pessoas que não foram preparadas para serem professores.  

“O objetivo é diminuir a pressão, que hoje as redes públicas enfrentam, para contratação de professores via concurso. Esse é o interesse econômico por trás da reforma. É descaracterizar a profissão de docentes para que qualquer um seja professor”, destacou.  

Por outro lado, o Todos Pela Educação avaliou que o substituto do Mendonça traz avanços em relação ao texto do governo federal, apesar de ponderar que precisa de melhorias. A Organização Não Governamental  (ONG) informa que é financiada apenas por recursos privados.

A ONG concordou em aumentar as horas para a educação profissional e técnica. “É um movimento correto no sentido de não fragilizar a busca por maior integração da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) com o Ensino Médio regular, um dos pilares da essência da reforma”, destacou.

A organização também é favorável à possibilidade de contratar profissionais sem formação própria de professor, argumentando que a proposta original do Executivo “dificultaria sobremaneira a ampliação da educação profissional e tecnológica”. 

A reportagem procurou a liderança do governo na Câmara e o Ministério da Educação para comentarem o assunto, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

(Fonte: Agência Brasil)

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informou, nesta quinta-feira (14), que o edital do Concurso Público Nacional Unificado, com todas as regras do certame, vai ser divulgado no dia 10 de janeiro. As inscrições vão começar dia 19 de janeiro e seguem até 9 de fevereiro. A realização da prova tem nova data indicativa de 5 de maio.

As datas foram acordadas pelo ministério e a Cesgranrio, empresa vencedora do certame, a fim de garantir tempo suficiente para elaboração das provas. 

A medida também atende à demanda dos candidatos. “Recebemos muitas solicitações pelas redes sociais de que as pessoas tivessem mais tempo para estudar”, explicou, em nota, a ministra Esther Dweck, sobre o tempo maior entre o edital e a prova.

Outra novidade é que a prova agora será realizada em 217 cidades. A mudança também foi definida após diálogo com a empresa selecionada para a realização do exame. A ampliação visa garantir que regiões metropolitanas tenham provas em mais de uma cidade. 

As novas cidades são: Ananindeua (PA), Aparecida de Goiânia (GO), Várzea Grande (MT), Camaçari (BA), Lauro de Freitas (BA), Caucaia (CE), Maracanaú (CE), Jaboatão dos Guararapes (PE), Olinda (PE), Parnamirim (RN), São José dos Pinhais (PR), Farroupilha (RS), São José (SC), Serra Velha (ES), Vila Velha (ES), Betim (MG), Contagem (MG), Belford Roxo (RJ), Duque de Caxias (RJ), Niterói (RJ), Nova Iguaçu (RJ), São Gonçalo (RJ), São João de Meriti (RJ), Caçapava (SP), Guarulhos (AP). Hortolândia (SP), Jacareí (SP). Mauá (SP), Mogi das Cruzes (SP). Osasco (SP), Paulínia (SP), Santo André (SP), São Bernardo do Campo (SP), São Caetano do Sul (SP), Taboão da Serra (SP), Valinhos (SP), Vinhedo (SP).

Veja aqui a lista completa das cidades.

(Fonte: Agência Brasil)

 

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O Instituto Internacional Cultura em Movimento (IICEM), do Rio de Janeiro (RJ), concedeu, no dia 1º de dezembro, o título de Doutor Honoris Causa em Administração e Desenvolvimento Humano “pela sua brilhante atuação no referido campo de saber, com reconhecimento público e atestado em palestra para o IICEM e convidados”.

A solenidade de outorga da titulação ocorreu no Clube Monte Líbano, no Bairro Lagoa, na capital fluminense. A entrega do documento e do colar acadêmico foi feita por dois gestores do Instituto, a professora doutora Angeli Rose do Nascimento, presidente, e o professor doutor Jorge Eduardo Magalhães, coordenador editorial do Instituto e que ainda em dezembro, a convite, se transferirá para o Egito, por cerca de um ano, para ministrar aulas de Literatura e Cultura Brasileiras.

Do palco ou na plateia, diversas pessoas, professores e escritores sobretudo, cumprimentaram Edmilson Sanches com palavras de estímulo, gratidão e reconhecimento, entre elas a drª Angeli Rose, o prof. dr. Jorge Eduardo, o professor e dicionarista Wagner Azevedo, as escritoras Marly Marinho e Noeli Coelho. O vice-presidente do IICEM, Alvimar do Nascimento, verbalmente e em mensagem, destacou: “O Sr. é um grande brasileiro, e na minha profissão o que fazemos é enaltecer os grandes brasileiros”.

Para a concessão do título, o IICEM considerou o preenchimento de diversos pré-requisitos: 1) o candidato precisa ter curso superior em Instituição de ensino superior reconhecida; 2) produção acadêmica, técnica e/ou cultural; 3) prestação de serviços sociocomunitários e/ou humanitários; 4) análise curricular e documental feito por banca examinadora; 5) investigação sobre o candidato; 6) conferência pública e ao vivo ministrada pelo candidato; 7) avaliação final da banca examinadora constituída de professores doutores e mestres; 8) outorga do título.

Ao término, Edmilson Sanches foi considerado apto para dois grandes campos do saber: Administração e Desenvolvimento Humano e Literatura. com formação em Administração e em Letras, tendo desenvolvido ambos os segmentos profissionalmente e sociocomunitariamente, a titulação final ficou no campo da Administração e Desenvolvimento Humano.

Em razão da riqueza de sua atuação no campo da Literatura e da Cultura em geral, o IICEM fez uma surpresa para o novo Doutor Honoris Causa: outorgou para Edmilson Sanches o diploma de “Valor Cultural”, pelos “serviços prestados e reconhecidos de apoio ao Instituto e, no cenário cultural lusófono, à difusão da Educação e da Cultura brasileiras”. Também foram concedidas ao maranhense de Caxias, “pelo brilhante e honroso destaque cultural”, as comendas Euclides da Cunha (engenheiro, jornalista, escritor, professor) e Millôr Fernandes, jornalista, escritor, desenhista, humorista, dramaturgo, tradutor, que completou, em 2023, seu centenário de nascimento. Em solenidade anterior, no PEN Clube do Rio de Janeiro, Sanches recebera a Comenda Luís da Câmara Cascudo.

O título de Doutor Honoris Causa é concedido, inclusive “post-mortem”, por universidades e instituições de todo o mundo para pessoas, com ou sem título acadêmico, que realizem ou tenham realizado feitos meritórios, exercido influência positiva, executado trabalhos de relevo em diversas áreas, entre as quais, a Cultura, as Artes, a Educação, Administração e Economia, promoção da paz etc.

Edmilson Sanches foi professor e palestrante em ambientes que vão da educação infantil à superior tendo passado pelo ensino médio, cursinhos pré-vestibulares, universidades, órgãos militares e de segurança (Exército Brasileiro, Polícia Militar), lideranças sindicais rurais e urbanas, como professor de Desenvolvimento etc. É membro de academias, institutos e conselhos profissionais (Administração e Contabilidade) do Maranhão, Pará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Estados Unidos. Escreveu mais de uma centena de livros nas áreas de Administração, Biografias, Comunicação, Desenvolvimento, Editoração, Enciclopedismo, História e Literatura. Com cinco profissões registradas, dedica-se mais às atividades de jornalista, escritor, editor, administrador, palestrante e consultor. Foi gestor em empresas públicas e privadas, e, em Fortaleza e Brasília, assessor da Presidência da maior Instituição Financeira Pública de Desenvolvimento Regional da América Latina. Ministrando palestras e conferências, cursos, “workshops”, lançando livros, participando de delegações técnicas, observando e absorvendo experiências de Gestão e Desenvolvimento, Arte e Cultura, já esteve em dezoito Estados brasileiros, Europa e Estados Unidos. Contatos: [email protected] .

Fotos:

Angeli Rose, Jorge Eduardo e Wagner Azevedo, do IICEM, na outorga do título a Edmilson Sanches.

Instituto Dek

Os campeões da segunda edição da Taça Grande Ilha de Futebol Society, competição patrocinada pelo governo do Estado, pelo El Camiño Supermercados e pela Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, foram conhecidos no último domingo (10). As equipes do Instituto Dek e do Mercado conquistaram os títulos nas categorias Sub-15 e Sub-17, respectivamente. 

Pelo Sub-15, o Instituto Dek chegou à final após uma campanha quase perfeita nas primeiras fases: três vitórias e um empate nos quatro jogos disputados. Na decisão, encarou o Olímpica, que havia vencido todas as partidas no torneio. E, no duelo entre os times invictos, o Instituto Dek levou a melhor ao vencer por 3 a 1. 

Mercado

Os gols do Instituto Dek foram anotados por Ícaro Leonardo (2) e Brayan Michael. Pelo lado do Olímpica, Luiz Eduardo fez o gol de honra. 

Já pela final Sub-17, uma disputa entre as duas melhores equipes do torneio. Mercado e Corinthians do Bequimão haviam vencido todos os seus jogos até a decisão e, talvez por isso, o duelo decisivo foi bastante equilibrado. No entanto, com gols de Adriano da Silva e Ítalo Jorge, o Mercado fez 2 a 1 e levou a melhor sobre o time corintiano para soltar o grito de campeão. O único gol do Corinthians do Bequimão foi marcado por Jordean Sá. 

Taça Grande Ilha

Vale lembrar que esta edição da Taça Grande Ilha de Futebol Society, contou com a participação de 24 times, sendo 12 equipes no Sub-15 e outras 12 no Sub-17. Todas as equipes participantes receberam kits contendo uniforme completo (camisas, calções e meiões) e bolsas esportivas personalizados. O material foi utilizado pelas equipes ao longo da competição.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade, nessa terça-feira (12), projeto de lei que cria um incentivo financeiro para alunos de baixa renda do ensino médio se manterem na escola e concluírem o ensino básico. O texto cria um fundo com aporte de até R$ 20 bilhões que poderá ser feito pela União para cobrir as despesas. A proposta agora segue para análise do Senado. 

O texto prevê o pagamento de dois tipos de auxílio, com valores ainda a serem definidos. O primeiro auxílio será pago mensalmente, ao menos por nove meses ao ano, e poderá ser sacado a qualquer momento. A proposta prevê ainda um pagamento anual ao término da conclusão de cada ano letivo, mas o saque, nesse caso, só poderá ser feito após a conclusão de todo o ensino médio.

O aluno ainda deverá ter uma frequência escolar de 80% dos dias letivos, devendo aumentar para 85% de presença na sala de aula em até três anos após o início do programa, sendo essa frequência superior aos 75% hoje exigidos para aprovação escolar.  

O benefício poderá ser pago aos estudantes regularmente matriculados no ensino médio das redes públicas e que sejam de famílias inscritas no Cadastro Único (CadÙnico) dos programas do governo federal, com prioridade para aqueles alunos de famílias com renda per capita mensal de até R$ 218. O incentivo também poderá ser pago aos estudantes da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), mas somente se tiverem entre 19 e 24 anos.

A seleção dos alunos deve obedecer aos critérios de inscrição do CadÚnico e poderá ter outros critérios fixados em regulamento do Executivo baseados em vulnerabilidade social, idade do estudante e modalidade de ensino. A relação dos estudantes beneficiados deverá ainda ser disponibilizada na internet com acesso público.  

O valor do auxílio deve ser definido periodicamente pelo Executivo federal por meio de regulamento “em decorrência da dinâmica socioeconômica do país e de estudos técnicos sobre o tema”. Porém, ao analisar o projeto, o governo estimou que seria possível pagar, aproximadamente, R$ 200 mensais, iniciados quando a matrícula for efetivada. Em relação ao aporte anual, a previsão é de um pagamento de R$ 1.000 ao término da conclusão de cada ano, “reiterando que estes últimos somente poderão ser resgatados após a obtenção do certificado de conclusão do ensino médio”.  

O projeto de lei definiu ainda que esse auxílio não pode ser contabilizado no cálculo da renda da família usado para obtenção de outros benefícios assistenciais, mas não poderá ser acumulado com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou com Bolsa-Família no caso de famílias unipessoais.  

Combate à evasão escolar

O relator do projeto na Câmara, o deputado federal Pedro Uczai (PT-SC), aproveitou no texto a maior parte da Medida Provisória 1.198, editada pelo governo federal no fim de novembro e que instituiu poupança para incentivar a permanência e conclusão escolar para estudantes do ensino médio.

“O aumento de gastos promovido por essa política pública se reverterá em benefícios inequívocos para as políticas educacionais, com redução da evasão escolar e ampliação da escolaridade da população em geral”, argumentou Uczai.  

O parlamentar defendeu a aprovação do projeto devido aos números do Ministério da Educação (MEC) sobre evasão, reprovação e distorção entre idade e série no ensino médio brasileiro. Segundo o Censo Escolar de 2019 a 2022, a evasão escolar foi, em média, de 8,8% no 1º ano do ensino médio, de 8,3% no 2º ano e de 4,6% no 3º ano da última etapa da educação básica.  

O projeto é de autoria da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) que, durante a sessão, destacou que o aluno não deve abandonar os estudos por precisar levar comida para dentro de casa.  

“Quando fazemos uma política pública para dizer que nenhum aluno vai ter que escolher entre o prato de comida, entre levar dinheiro para casa e terminar os seus estudos, essa é a melhor aposta que podemos fazer, essa é a sinalização mais forte de que, de fato, acreditamos que vale a pena investir em educação, acreditamos que vale a pena investir nesses jovens”, destacou.  

Fundo Social

Os recursos que a União usará para bancar essa política virão dos superavit financeiros do Fundo Social (FS). Criado para receber recursos do governo federal com exploração do petróleo do pré-sal, esse fundo prevê o financiamento de ações em outras áreas, como saúde pública, ciência e tecnologia, meio ambiente e mitigação e adaptação às mudanças climáticas.  

O relatório do deputado Pedro Uczai determina que o projeto autoriza o uso de recursos do Fundo Social, que somam R$ 18,7 bilhões, que representa o total de superávit apurado entre 2018 e 2022, segundo cálculos da Secretaria do Tesouro Nacional.

(Fonte: Agência Brasil)

A votação do relatório sobre o Novo Ensino Médio foi adiada para 2024. A apreciação estava prevista para essa terça-feira (12), mas a Subcomissão Temporária para Debater e Avaliar o Ensino Médio no Brasil (Ceensino) do Senado prorrogou os trabalhos até 31 de setembro de 2024.  

A presidente da Ceensino, senadora Teresa Leitão (PT-PE), justificou o pedido de prorrogação depois de o governo retirar a urgência do projeto de lei para ajustar pontos do PL 5.230/2023, de autoria da senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), que tramita na Câmara dos Deputados.  

O documento recomenda aumento da carga horária de formação geral básica das atuais 1,8 mil horas para 2,2 mil horas, financiamento adequado para etapa de ensino, melhoria da infraestrutura escolar e capacitação de profissionais.

Mudanças no ensino médio

Em outubro, o governo federal encaminhou ao Congresso Nacional projeto de lei com diretrizes para a Política Nacional de Ensino Médio, que propõe alterações no novo ensino médio. 

O envio ocorreu após as mudanças no currículo dessa etapa de ensino terem sido criticadas por entidades, estudantes, professores e especialistas. O novo ensino médio foi aprovado em 2017 e começou a ser implementado nas escolas este ano. 

Veja, a seguir, o ensino médio atualmente e quais as mudanças previstas no projeto de lei: 

Carga horária

Atualmente:

As escolas devem destinar 1.800 horas anuais para as disciplinas obrigatórias comuns do ensino médio. A carga restante, de 1.200 horas, é para os itinerários formativos, áreas de conhecimentos ou curso técnico escolhidos pelos alunos. 

O que prevê o projeto de lei:

Retomada de, no mínimo, 2.400 horas anuais para as disciplinas obrigatórias sem integração com curso técnico. No caso de cursos técnicos, os estudantes poderão ter 2.100 horas de disciplinas básicas e, pelo menos, 800 horas de aulas técnicas.  

Disciplinas obrigatórias 

Atualmente:

Língua portuguesa, matemática, educação física, arte, sociologia e filosofia são obrigatórias nos 3 anos do ensino médio. 

O que prevê o projeto de lei:

Tornam-se disciplinas obrigatórias em todo o ciclo do ensino médio: língua espanhola, história, geografia, química, física, biologia, matemática, língua portuguesa e língua inglesa.    

Itinerários formativos 

Atualmente:

O estudante pode escolher se aprofundar em determinada área do conhecimento dentro de cinco grupos: matemáticas, linguagens, ciências da natureza, ciências humanas e sociais e formação técnica, chamados itinerários formativos. O aluno pode optar por um ou mais itinerários. As escolas não são obrigadas a oferecer todos os itinerários, podem definir quais ofertarão. 

O que prevê o projeto de lei:

Revogação dos itinerários formativos e criação dos Percursos de Aprofundamento e Integração de Estudos, que vão combinar, no mínimo, três áreas do conhecimento. Cada escola terá que ofertar, pelo menos, dois percursos até o início do ano letivo de 2025. Outra proposta é a criação de parâmetros nacionais para os percursos para evitar desigualdades e desestímulo aos estudantes. 

Educação à distância   

Atualmente: 

Redes de ensino podem oferecer disciplinas da formação básica pela educação à distância. 

O que prevê o projeto de lei:

Vedação da oferta da Formação Geral Básica por meio da educação à distância. As aulas online seriam autorizadas apenas em situações excepcionais definidas pelo Ministério da Educação (MEC) e o Conselho Nacional de Educação (CNE).  

Profissionais não licenciados 

Atualmente:

Profissionais com notório saber podem ser contratados para dar aulas sobre conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência profissional.  

O que prevê o projeto de lei:

Proíbe profissionais com notório saber de ministrar aulas. Serão definidas situações em que esses profissionais poderão atuar, excepcionalmente, na docência do ensino médio.  

(Fonte: Agência Brasil) 

CULTURA, DIVERSIDADE E INCLUSÃO EM EVENTO NO ARQUIVO NACIONAL

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Posses... Homenagens... Literatura... Palestras... Música... Dança... Gastronomia...

A Academia Pan-americana de Letras e Artes (Apala), do Rio de Janeiro, não tem receio de realizar eventos grandes, de mais de seis horas de duração, incluído o momento de confraternização, “temperado” com requintados comes e bebes.

Das 13h às 20h da quinta-feira passada, 7 de dezembro, a Academia, de 42 anos de existência, realizou evento multicultural no grande auditório do Arquivo Nacional, no antigo prédio da Casa da Moeda do Brasil, na Praça da República, no centro do Rio de Janeiro (RJ).

A mesa de trabalhos foi composta por oito membros: o músico, professor e escritor Newton Nazareth, presidente da Apala; a escritora e professora de dança e línguas Regina Brito, vice-presidente; Vodúngán Kelly de Oyá, sacerdotisa candomblecista, diretora de Comunicação; o jornalista Carlos Alberto Rocha, diretor de Jornalismo; Márcio de Jagun, estudioso da cultura ioruba e professor universitário (UERJ), secretário do Conselho Consultivo; Odilon Campinas Filho, assessor político da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, diretor de Divulgação; o jornalista, escritor e administrador Edmilson Sanches, vice-presidente do Conselho Fiscal; e o acadêmico, escritor e empresário Mauro Pereira de Lima e Camara, da Federação das Câmaras de Comércio Exterior. Também presentes Samara Nunes, vice-presidente do Conselho Consultivo, e Jorge Miguel da Silva, o sambista, cantor e compositor Don Jorge Melodia, bacharel em Direito, especialista em Direito Penal Militar e mestre em Direito Civil, presidente do Conselho Consultivo.

Após a composição da Mesa, o “Evento Comemorativo de Fim de Ano” teve início com a solenidade de posse de novos acadêmicos, mulheres e homens de variados segmentos artístico-culturais. A esse ato, seguiram-se as palestras “Inteligência Artificial: Literatura e Escritos Acadêmicos”, com o psicólogo e professor universitário Carlos Eduardo Medawar, e “A Arte de Escrever Uma Boa História Sem o Chat GPT”, com a escritora Samara Nunes, que, na oportunidade, apresentou sua mais recente obra, o romance “A Matilha” (Editora Hibis, São Paulo-SP).

Música, canto e dança

As apresentações de música, canto e dança, sem trocadilho, tocaram a sensibilidade dos espectadores, os quais, por diversas vezes, sequer esperavam o fim de certas peças musicais para aplaudirem – como ocorreu com o oratório “O Senhor da Luz”, uma grande composição musical, poética, vocal e instrumental, inspirada em doutrina religiosa oriental (especificamente, japonesa).

Compositores

Os compositores de “O Senhor da Luz”, Newton Nazareth e Regina Brito, são também, e respectivamente, presidente e vice-presidente da Academia Pan-americana de Letras e Artes. Newton é arquiteto, por formação, e, por confirmação, músico – músico e além: musicólogo. É pianista, tecladista, arranjador, produtor musical, professor, escritor, gestor cultural. E nem se fale do musicalmente sacrossanto sobrenome “Nazareth”, o qual, na música, designa uma famosa banda de rock escocesa e está presente, no Brasil, em pelo menos três antropônimos musicais: o da cantora maranhense Alcione e seu pai, João Carlos Dias Nazareth, também músico, e de uma das maiores referências musicais brasileiras: o compositor e pianista Ernesto Nazareth (1863-1934), de quem, aliás, Newton Nazaret é sobrinho-bisneto e estudioso de sua obra e, como o tio-bisavô importante e famoso, dedicado também à composição, que, no caso de Newton, tem como foco, sobretudo, obras de grande fôlego, entre elas óperas, oratórios e musicais.

Também compositora e codiretora do oratório “O Senhor da Luz”, Regina Brito é escritora, dançarina e professora de Línguas e Literaturas Portuguesa, Brasileira, Espanhola e Hispano-americana, com aperfeiçoamento na Espanha. Casada com Newton Nazareth, com ele mantém produtiva parceria no desenvolvimento tanto de obras musicais quanto literárias. Também dirigiu os números de dança do evento da Apala no dia 7 passado.

Intérpretes

Neste ano de 2023, Marcela Mangabeira completou 25 anos como uma das mais completas cantoras brasileiras, 20 anos de sua mudança para o Rio de Janeiro e a maioridade (18 anos) de lançamento de seu primeiro disco, intitulado “Simples”, inicialmente lançado no Japão. Se abriu os olhos em Recife, terra natal, a virginiana Marcela, musicalmente, abriu a boca foi em Cuiabá (MT), segundo ela, “sua cidade do coração”, onde morou dos 10 aos 21 anos e onde, em 1998, deu início à sua carreira artística. A bela, segura e talentosa mezzo-soprano há muito vem se destacando no circuito: mais ou menos meio milhão de pessoas a ouvem no Spotify, que é apenas um, mas o mais popular em todo o mundo, dos vários serviços de transmissão de conteúdos “on-line”, chamados “streaming”. Com as músicas que (en)canta e os álbuns que grava, ela já ganhou prêmios e já excursionou por diversos países, entre os quais Alemanha, Dinamarca, Espanha, França, País de Gales (Reino Unido)...

Fazendo par com Marcela Mangabeira, está José B. Júnior, ou simplesmente sSimo (assim mesmo, com a dobradinha de “s” minúsculo e maiúsculo). Ele já se assinou “Simô” no conjunto BR6, o pioneiro em cantar e gravar sem instrumentos, utilizando-se tão só da voz como recurso instrumental (“a capella”). No BR6, sSimo e seus outros cinco colegas estiveram pela Europa e Ásia e tiveram o merecido destaque e premiações internacionais para tão complexa e apurada forma de apresentar-se musicalmente. 

O tipo de voz de sSimo é o baixo, a mais grave e a mais rara voz masculina. Ele tem habilitação em Música pela Universidade do Rio de Janeiro (UniRio) e é ainda violonista, arranjador, compositor, professor de violão e dublador em filmes da Disney e da DreamWorks. Com tantas virtudes musicais assim, não é de estranhar, portanto, que grandes nomes da música brasileira – Carlos Lyra, Emilio Santiago, Gilson Peranzzetta, Joana, Moraes Moreira e Toquinho, entre outros – tenham tido em seus trabalhos a participação vocal de sSimo.

Dança  e improvisos

Stefânio Vieira, de raízes nordestinas, bailarino, ator, modelo, artista circense e professor entregou-se a três momentos em que brilharam sua sólida formação técnica e sua rica experiência no mundo da dança: foi o bailarino solitário que, com hábil manuseio de véus, ora parecia ser uma das imagens que se projetavam no grande telão do auditório do Arquivo Nacional e se movimentavam grácil e holograficamente pelo palco. Stefânio acertou da cabeça aos pés e mãos, com o cabelo amarrado à maneira samurai, as vestes largas que nem um samurai, e os dois véus, que nem espadas de pano, se transformavam, brandidos pelo hábil bailarino, em extensões de braços ajardinando o ar.

Nos outros dois momentos, Stefânio Vieira apresentou-nos sua “partner”, a superadora e súper Bebel Rodrigues, que, mãe, avó, cadeirante e dançarina, soube corresponder às exigências da música e aos passos e passes do parceiro, como também, em algumas situações, Bebel soube se despojar dos calçados e da própria cadeira, para um momento de mais ousadia rítmica de seu corpo e, com educação e estilo, fora da cadeira de rodas, curvando-se com as mesuras de praxe, agradecer ao público que se levantou para aplaudir a “performance” de Bebel e de Stefânio.

O terceiro momento novamente contou om Bebel Rodrigues e Stefânio Vieira, agora livres, leves e fluidos, em momento de dança e música carregado de envolventes improvisos das cordas do guitarrista André Duby e do saxofonista Diego Santos, ambos também membros da Academia Pan-americana. André e Diego souberam “desenhar” com naturalidade seus improvisos, e Stefânio e Bebel souberam (cor)responder, com igual naturalidade, àqueles instantes melodicamente lúdicos e lúcidos, instantes de improvisos e imprevistos domesticados pelos talentos cinestésicos e sonométricos dos quatro artistas domadores de espaços e de sons...

E depois de aplausos e assobios e falas e reconhecimentos, Edmilson Sanches ao microfone (re)cita Carlos Drummond de Andrade, antes que as bocas e as línguas de todos fossem ter outros usos, nas conversas e nos comes e bebes que dali a pouco seriam (com)partilhados na “Cave”, espaço semissubterrâneo do Arquivo Nacional, adaptado à condição de “buffet”. E os versos drummondianos ecoaram já sob o signo de 2024, o ano próximo – próximo, inclusive, da esperança sem comodismo, da continuação sem continuísmo e do servir sem servilismo:

“O último dia do ano

não é o último dia do tempo.

Outros dias virão

e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.

(...)

O último dia do tempo

não é o último dia de tudo.

(...)

Recebe com simplicidade este presente do acaso.

Mereceste viver mais um ano.

(...)

Ainda uma vez estás vivo.

e de copo na mão

esperas amanhecer.

(...)

* EDMILSON SANCHES

Fotos:

O evento da Academia Pan-americana, em diversos momentos.