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A Escolinha Gol de Placa, iniciativa patrocinada pelo governo do Estado do Maranhão e pela Construnorte Materiais de Construção, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, finalizou a sua quarta edição na última quinta-feira (22), com a realização de um Torneio Interno na Associação Atlética Boa Vida, no Bairro Areal, em Bacabal (MA). Em competição que contou com a presença de escolinhas convidadas, os alunos da Gol de Placa colocaram em prática o que aprenderam nos seis meses do projeto e sagraram-se campeões.

Os atletas da Escolinha Gol de Placa e das equipes convidadas ganharam medalhas pela participação no Torneio Interno. Além da entrega de troféus para os times vencedores, houve distribuição de prêmios individuais para o melhor jogador, melhor goleiro e artilheiro da competição. Após a cerimônia de premiação, foi realizado um coffee-break, onde os jovens jogadores e suas famílias tiveram um momento de confraternização.

Em sua quarta edição, a Escolinha Gol de Placa atendeu 60 crianças entre 8 e 12 anos, que participaram de aulas teóricas e práticas voltadas para iniciação e treinamento no futebol, em atividades desenvolvidas por profissionais capacitados, que seguiram uma metodologia especializada e pensada exclusivamente para as crianças do projeto.

Os alunos da Escolinha Gol de Placa também contaram com acompanhamento escolar e pedagógico semanal, além de alimentação nos dias de treinos. Vale ressaltar que todas as crianças receberam cadernos, garrafinhas de água individuais e um kit com o material necessário (uniforme, chuteiras, caneleiras e bolsas esportivas) para a realização das atividades.

"É uma satisfação imensa ver o sucesso da Escolinha Gol de Placa, não só nesta quarta edição, mas em todas as etapas já realizadas. É uma iniciativa consolidada e muito importante para a cidade de Bacabal. Estamos muito felizes de ver o crescimento dessas crianças como atletas e como cidadãos, toda a sociedade ganha com esse tipo de projeto que une esporte e educação. Mais uma vez, agradecemos ao governo do Estado e à Construnorte, que viabilizaram todas as atividades de mais uma edição da Gol de Placa", destaca Kléber Muniz, coordenador do projeto.

Gol de Placa

A Escolinha Gol de Placa nasceu em dezembro de 2018 com o objetivo de atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social nas comunidades carentes de Bacabal por meio da prática do futebol. O esporte é importante como expressão de cultura e inclusão social, ajudando no desenvolvimento e na transformação humana, além de proporcionar mais saúde e agregar valores para capacitar pessoas a ingressarem construtivamente na sociedade. 

Os atletas da Escolinha Gol de Placa participam de aulas teóricas e práticas voltadas para iniciação e treinamento do esporte, em atividades desenvolvidas por profissionais capacitados, que seguirão uma metodologia especializada e pensada exclusivamente para os jovens alunos. Além de contarem com acompanhamento escolar e pedagógico semanal, as crianças do projeto também recebem alimentação nos dias de treinos.

Todas as informações sobre a quarta edição da Escolinha Gol de Placa estão disponíveis no Instagram oficial do projeto (@goldeplacabacabal).

(Fonte: Agência Brasil)

Brasília (DF), 28/02/2024 - O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realiza reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural para definir o Choro como patrimônio cultural brasileiro. .Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O choro musicado pelo conjunto de bandolim, flauta, violão 7 Cordas, pandeiro, cavaquinho e clarinete em rodas por todo o país, a partir desta quinta-feira (29) é Patrimônio Cultural do Brasil, o que significa ser reconhecido como parte da cultura e da história do país. A decisão do registro do gênero musical genuinamente brasileiro foi tomada nesta quinta-feira (29), por unanimidade, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, presidido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

Inicialmente, o pedido de reconhecimento foi apresentado pelo Clube do Choro de Brasília, pelo Instituto Casa do Choro do Rio de Janeiro, pelo Clube do Choro de Santos (SP) e por meio de abaixo-assinado. A partir do reconhecimento, o gênero será registrado no Livro das Formas de Expressão do Instituto, que reúne as manifestações artísticas em geral. 

Atualmente, além do choro, o Brasil tem outros 52 bens imateriais registrados como Patrimônio Cultural pelo Iphan, entre eles o frevo, a roda de capoeira e o maracatu. 

Orgulho

O presidente do Clube do Choro de Brasília, o músico Henrique Lima Santos Filho, o Reco do Bandolim, comenta a representatividade da conquista do registro. “Significa que é um bem que dá orgulho, que representa a nação. É a primeira manifestação genuinamente brasileira anterior ao samba e que faz o nosso perfil, da alma profunda. Reúne influências da Europa, da África, cada região uma riqueza. Tudo isso se mistura e se transforma nesse ritmo”, diz. 

A ministra da Cultura, (MinC), Margareth Menezes, comentou a decisão de registro pelo Iphan, subordinado à pasta. “É o Choro chegando em um lugar de patrimônio importante. Ele é uma construção do povo brasileiro, amado pelo povo brasileiro. Eu acho que o Brasil precisa, cada vez mais, se apropriar do chorinho. O chorinho é nosso, é uma coisa linda e, agora, como patrimônio, será um momento muito especial para todos nós”.

O presidente do Iphan, Leandro Grass, disse que a política do Iphan, nesta gestão, é de ter um olhar mais cuidadoso em relação aos bens que representam os territórios e as comunidades do país. E que algumas expressões da cultura brasileira estão sendo, estrategicamente, posicionadas neste processo de recuperação da cultura popular e de retomada do prestígio destes bens. “O Choro já tem capacidade para alcançar o Brasil todo e, também, para se difundir, para chegar nas escolas”.

Grass destaca que a patrimonialização registrada nesta quinta-feira não é apenas o reconhecimento do bem cultural brasileiro, mas o compromisso do governo federal de preservação e de expandir o acesso da população a ele. 

“Isso não é apenas um status, não é apenas um prestígio que aquele bem adquire. Tem a ver com um compromisso estatal, com o compromisso do governo de adotar políticas para a promoção daquele bem. Então, na medida que a gente reconhece o choro como um bem tombado, a gente adota uma estratégia de preservação, de promoção para que a população conheça mais esses bens, interaja mais com eles e ajude a preservar”.

Brasília (DF), 28/02/2024 - O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realiza reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural para definir o Choro como patrimônio cultural brasileiro. .Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Choro

O choro é gênero musical considerado mais brasileiro. De acordo com o Dicionário Cravo Clabin da Música Popular Brasileira, o ritmo teria nascido em 1870, na cidade do Rio de Janeiro, especificamente, em rodas de música nos bairros da Cidade Nova, Catete, Rocha, Andaraí, Tijuca, Estácio e nas vilas do centro antigo.

Segundo o Iphan, o termo choro viria da maneira chorosa de se tocar as músicas estrangeiras no fim do século XIX e seus apreciadores chamavam a manifestação cultural de música de fazer chorar.

O choro conta com nomes de artistas que contribuíram para a popularização e, posteriormente, a preservação do choro ao longo dos anos. Entre os nomes mais famosos por trás das melodias estão Pixinguinha, Waldir Azevedo, Jacob do Bandolim e Altamiro Carrilho e os contemporâneos Paulinho da Viola, os irmãos Hamilton de Holanda e Fernando César, além do já referido Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro de Brasília, fundado em 1977, e que inaugurou, em 1997, em Brasília, a Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello, a primeira do gênero, em todo o país.

As composições de canções atemporais do choro, com alma brasileira, incluem Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, e Brasileirinho, de Waldir Azevedo, Um a Zero e Corta Jaca.

(Fonte: Agência Brasil)

Rio de Janeiro (RJ), 27/02/2024 - O filósofo indígena, Ailton Krenak, na exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, no CCBB, centro da cidade . Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

“Na aldeia Ashaninka se pode observar tudo porque as casas não têm paredes. Deitados na rede, observávamos os movimentos das casas, mas me sentia acanhado em estar sendo observado também. Com o tempo, fui me acostumando. A vida integrada com o ritmo da natureza é muito prazerosa”.

O relato é do premiado fotógrafo japonês Hiromi Nagakura que, na década de 1990, acompanhou o filósofo e ativista indígena Ailton Krenak em viagens pela Amazônia. Trinta anos depois, imagens que ele produziu no período estão reunidas no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), no centro do Rio de Janeiro. São fotos inéditas para o público brasileiro. A exposição, intitulada Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak, abriu as portas nessa quarta-feira (28) e poderá ser visitada até 27 de maio, de quarta-feira a segunda-feira, entre 9h e 20h. A entrada é franca.

Rio de Janeiro (RJ), 27/02/2024 - O fotógrafo japonês, Hiromi Nagakura, na exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, no CCBB, centro da cidade . Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Ailton Krenak assina como curador. Em entrevista à Agência Brasil, ele diz que as fotos retratam “filosofias de vida” na Amazônia e apresentam “modos de estar no mundo”. Ele propõe uma reflexão sobre as casas sem paredes da aldeia Ashaninka, que tanto impressionaram Nagakura.

“Na metrópole, a pessoa precisa ser o tempo inteiro blindada. Ela busca se prevenir do risco de ser afetado por algum dano. Esse pensamento não existe para esse povo que não usa a parede. Por que interpor a parede? É o meu corpo e o mundo. Colocar uma parede seria declarar que eu estou fora do mundo. E nós estamos enfiados no mundo. É muito comum os indígenas dizerem que os brancos vivem em caixas. Vivem se encaixando porque não conseguem ficar soltos no mundo, têm medo. É uma filosofia de vida não ter parede. Não é apenas uma escolha de como morar. É uma escolha anterior, de como se encaixar no mundo”, avalia.

Nascido em 1953, em Minas Gerais, no vale do Rio Doce, Ailton Krenak carrega uma trajetória de ativismo no movimento socioambiental, com atuação destacada durante as discussões que resultaram na inclusão de direitos para os povos indígenas na Constituição de 1988. É autor de livros como Ideias para adiar o fim do mundo (2019), A vida não é útil (2020) e Futuro ancestral (2022), entre outros. No ano passado, tornou-se o primeiro indígena eleito para ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL).

Foi Nagakura a primeira pessoa a lhe atribuir o título de “filósofo da floresta”. Por sua vez, Ailton Krenak o compara com o renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. “Não encontro melhor semelhança para indicar a importância do seu trabalho além desta comparação simplista entre duas personalidades engajadas, sempre surfando na crista do perigo e antenadas com as questões mais vibrantes do planeta: seres humanos e natureza”, escreveu ele no texto de abertura da exposição.

Ao todo, ambos fizeram juntos cinco viagens pelo território amazônico, entre 1993 e 1998. Algumas delas com duração de cerca de três meses, ao longo das quais a amizade foi se aprofundando. Krenak avalia que o encontro entre os dois foi um presente que a vida lhes deu. No Japão, a imersão de Nagakura pela Floresta Amazônica resultou em livros, exposições e documentários exibidos na NHK, a emissora de televisão pública do país asiático.

Rio de Janeiro (RJ), 27/02/2024 - O fotógrafo, Hiromi Nagakura e o filósofo indígena, Ailton Krenak, se emocionam em frente a uma foto dos dois, da década de 90.  Exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, no CCBB, centro da cidade . Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

As fotos apresentadas pela primeira vez ao público brasileiro mostram uma diversidade de povos: yanomami, xavante, krikati, gavião, yawanawá, huni kuin e ashaninka. Desde outubro do ano passado até o início deste mês, a exposição estava em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake. No entanto, ela chega ao Rio de Janeiro ampliada: foram incorporadas dezenas de novas imagens, totalizando 160.

“Eu já tinha uma agenda de viagens para atividades que vinha realizando desde a década de 1980, quando eu descobri que podia integrar, junto com Chico Mendes, o movimento de defesa dos direitos dos povos da floresta. Eu estive no Acre e participei da mobilização junto a indígenas, seringueiros, ribeirinhos. Criamos a Aliança dos Povos da Floresta no final da década de 1980. Quando virou a década de 1990, eu estava coordenando atividades em aldeias em diversos territórios. Envolviam pesquisas sobre a diversidade cultural e biológica. Tínhamos criado uma iniciativa que incidia sobre territórios de mais de 40 povos”, conta Krenak.

Ele conta que Nagakura o procurou interessado em acompanhar algumas jornadas e passou a integrar sua equipe, que contava com outros profissionais como biólogo, engenheiro florestal, agrônomo e botânico. "Eram lugares onde eu já estava trabalhando há 10 ou 15 anos, onde eu tinha amigos que receberiam um fotógrafo sem estranhamento. Ele tinha momentos em que saía só para fazer fotos. Ficou hospedado em casas de pessoas convivendo com as crianças. E assim foi possível fazer todas essas imagens de crianças sorrindo, demonstrando uma intimidade. Não é qualquer fotógrafo que chega numa comunidade e acessa essa convivência com as pessoas de uma maneira tão descontraída”, acrescenta.

Imersão amazônica

Hiromi Nagakura realizou muitas viagens ao redor do mundo em sua carreira profissional. Fotografou, por exemplo, conflitos no Afeganistão e a luta contra o apartheid na África do Sul. Ele explica como surgiu seu interesse em realizar uma imersão pela Amazônia.

“Eu já tinha reportado muitas guerras e conflitos. E, então, eu vi, no noticiário, que povos originários da Amazônia estavam lutando pelo seu direito à terra, o que me chamou a atenção. O primeiro povo que eu visitei foram os krikatis. Na terra deles, passavam torres de energia. Eles ameaçavam atear fogo nas torres caso o processo de demarcação não avançasse”, lembra.

De acordo com o fotógrafo, Ailton Krenak foi a conexão para que ele pudesse compreender a cultura dos indígenas. “É o olhar de uma pessoa que convivia com os indígenas das diversas aldeias. Eu não queria fotografar como se estivesse retratando uma cultura exótica. Queria retratar o ser humano”. A experiência também afetou sua visão de mundo. Nagakura diz que aprendeu a adotar um ritmo diferente para a sua vida, mais lento em comparação com a dinâmica acelerada do cotidiano no Japão. Ele também aprendeu a ver mais beleza em coisas simples.

“Fiz uma foto de uma yanomami com um bebê no colo. Ela contemplava uma montanha. Foi um dia em que todos saíram para fora de repente. Eu me assustei e fui junto. Havia um macaco subindo a montanha. Estranhei a mobilização, pois se vê muitos macacos na Amazônia. Mas era algo diferente. O macaco estava escalando pedras. E essa novidade chamou a atenção dos indígenas. Havia uma beleza nisso. E eu captei um instante de felicidade dessa mulher”. Passadas mais de duas décadas da sua última viagem à Amazônia, ele espera voltar em breve. “As crianças que eu fotografei devem estar adultas. Quero me encontrar com elas. Quero ver como eles estão preservando suas culturas, suas danças e suas festas”, afirma.

Rio de Janeiro (RJ), 27/02/2024 -  Exposição fotográfica “Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak”, no CCBB, centro da cidade . Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Nagakura e Krenak estiveram juntos na Terra Yanomami após uma ofensiva das forças do Estado, que levou a um declínio do garimpo ilegal. Em 1992, quando o território indígena foi finalmente demarcado, o governo mobilizou a Polícia Federal e o Exército para coibir a atuação de grupos clandestinos, que haviam crescido nas décadas anteriores na esteira das políticas de ocupação da Amazônia impulsionadas pelo regime militar. Cerca de 40 mil pessoas foram expulsas do território. Havia, na época, uma expectativa de que fosse dado um ponto final ao problema.

“Nas viagens, busquei compreender melhor as culturas dos povos indígenas e, assim, transmitir esse conhecimento por meio das fotografias. Essas fotos tentam mostrar como é o povo yanomami em sua essência. É triste ver que as condições pioraram”, diz Nagakura.

As imagens que integram a exposição são muito diferentes daquelas que ganharam o noticiário nacional no início do último ano, mostrando o resultado da tragédia humanitária desencadeado pelo garimpo ilegal, que voltou a avançar com força na região, na última década. A crise se traduziu em fome, em contaminação e em um alarmante aumento de diferentes doenças, sobretudo a malária. Na década de 1990, porém, as câmeras de Nagakura retrataram sorrisos, brincadeiras, manifestações culturais, atividades cotidianas em um território de beleza exuberante.

“A mídia se interessa por guerras, tragédias ambientais, tragédias imprevisíveis. Se nunca tivesse acontecido uma desgraça com os yanomami, o Brasil nunca ia ficar sabendo deles porque nós habitamos um mundo que adora consumir desgraça. Essa exposição é linda. Se ela fosse uma exposição desgraçada, ela ia ter a maior repercussão. Mas ela é linda. Então, ela vai ter uma média repercussão”, lamenta Krenak.

Crise de pensamento

Uma das fotos que mobilizam o olhar de Ailton Krenak retrata jovens indígenas krikati se deslocando de barco na lagoa da hidrelétrica de Tucuruí (PA). Ele considera a imagem linda, mas chama atenção para árvores secas emergindo da água: era uma área de floresta alagada para a construção da usina. Krenak faz menção ao trabalho do artista plástico polonês radicado no Brasil, Frans Krajcberg. Falecido em 2017, ele denunciava a destruição da natureza em suas obras de arte produzidas a partir de elementos naturais. “Ele recolheu materiais e fez uma escultura com árvores mortas tiradas de dentro desses lagos artificiais de usinas hidrelétricas”, conta o filósofo indígena.

Em sua visão, é preciso desmistificar a Amazônia. "As pessoas ficam fascinadas com essa mitologia que coloca a Amazônia como um fantástico mundo verde desconhecido, mas não imaginam, por exemplo, que você não pode beber água ao redor de Manaus. Ela está toda contaminada por resíduos urbanos. Falta saneamento e também temos a poluição das embarcações, que jogam óleo para todo lado. Tem o garimpo. Não é exatamente clorofila que você vai experimentar em todo lugar que você andar pela Amazônia. Tem lugar que você vai encontrar mercúrio, diesel e veneno”.

Para Krenak, não é mais possível acreditar que o capitalismo possa se desenvolver de maneira sustentável. Ele observa que as aldeias também se desenvolvem, mas em equilíbrio com a natureza.

“Exploram tecnologias brandas, que não são capazes de alterar a paisagem como uma típica tecnologia dura. São capazes de conviver com um rio e, 100 anos depois, aquele rio ainda ter água pura para você beber”.

O filósofo também lamenta o desinteresse das pessoas sobre o conhecimento indígena, embora destaque que os nativos resistem e continuam a insistir em transmitir seus saberes. “Veja que curioso: agora que as últimas ilusões sobre o ocidente foram para o brejo, estão dizendo que o modo indígena de conhecer o mundo pode salvar a humanidade da crise climática e da tragédia global. Nós estamos vivendo em um mundo afetado por várias crises. Mas a principal crise é de pensamento: os humanos pararam de pensar”, avalia.

(Fonte: Agência Brasil)

– O jornal “Valor Econômico” (São Paulo) de 28 de fevereiro de 2024 questiona: “O que leva o Maranhão a ser o Estado mais pobre do Brasil”

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Mais uma “vitória” de nosso Estado na mídia nacional e internacional, obtida com a indispensável contribuição de sucessivos, bem-intencionados e competentes governantes e governadores, mandatários e mandadores, interessados e interesseiros...

Antes, umas lembranças:

Eu tinha por volta de 15 anos quando passei a adquirir a publicação “Almanaque Abril”, a “enciclopédia em um volume”, que era anual, da Editora Abril, sediada na capital paulista.

A primeira edição do “Almanaque” saiu no fim do ano 1974, e a última, em 2015. Foram mais de 40 edições, que passaram a ter dois volumes a partir do ano 2000. Tenho quase todas as edições, inclusive uma multimídia (a única, pelo que sei), em “CD-Rom”.

Pois bem: no primeiro ou em um dos primeiros números (é possível verificar), o “Almanaque Abril” registrava (cito de memória): “O Piauí, Estado mais pobre do Brasil [...]”. 

Nessa época, idos dos anos 1970, eu, rapazote, ficava chateado com a (des)qualificação por meio daquele aposto ou locução substantiva. O Piauí, não só pela proximidade do Maranhão, não só por seu território ter feito parte do nosso Estado (1752-1811), sempre foi um local querido meu, tendo eu residido, brevemente, em Teresina, com breves e bons namoros, na juventude e na adultez, que permanecem inesquecidos... Isso aí e, é claro, reforce-se, a importância histórico-cultural e a influência mútua Piauí-Maranhão, a ponto de uma vez o jornal “O Pioneiro”, de Caxias, ter estampado notícia e foto de carimbo da agência dos Correios da cidade maranhense de Timon como “Timon – PI”. Escrevi artigos em defesa do Piauí quando o presidente da Philips no Brasil, Paulo Zottolo, e um ator à toa de São Paulo, um desconhecido Marauê Carneiro, disseram coisas como: “Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado”, entre outras difamações, delas escatológicas, intestinais.

Nesses vínculos Piauí-Maranhão, saiba-se, mais, que Teresina, a capital, foi planejada para ser onde está em razão de minha terra natal, a vizinha Caxias (MA), que, por sua grande movimentação econômica à época, teve influência/importância direta na localização e construção da “Cidade Verde”, como a denominou o escritor e também caxiense Coelho Netto.

O Conselheiro Saraiva (José Antônio Saraiva), advogado e político nascido na Bahia, transferiu a capital, que era em Oeiras, para Teresina, em 1852 (ano de fundação). Segundo registros da História, o “isolamento” de Oeiras, situada no centro do Piauí, “não conseguia deter a influência comercial e industrial da cidade de Caxias sob boa parte do oeste do Estado”. Portanto, reforçam os registros, “a nova capital resolveria um problema que ameaçava a integração do Estado: a influência de um crescente polo comercial e industrial no vizinho Maranhão, Caxias”. Então, se Caxias não existisse e não fosse à época tão próspera economicamente, Teresina poderia não estar onde está.

Quanto ao epíteto “Cidade Verde”, ele se referia, na época que Coelho Netto o mencionou, à “juventude” de Teresina, por ser cidade ainda nova, que ainda não tinha muita vivência, que não havia amadurecido enquanto cidade. Depois o título foi apropriado, utilizado (adequadamente) como expressão ambiental, em razão do paisagismo, da arborização da “Capital Mafrense”.

Se claramente eu me indignava com as detratações contra o Piauí, se eu ficava amuado com a classificação desse Estado como o mais pobre do Brasil, intimamente eu até respirava aliviado por não ser o Maranhão a ficar na última colocação.

Agora, as senhoras e os senhores não imaginam a minha surpresa, estupefação, contrariedade quando, ao abrir uma nova edição do “Almanaque Abril” (ainda vou pesquisar qual), vi que o Maranhão ocupara o lugar, a rabeira ou rabada do “ranking”... E parece que o Maranhão gostou, pois, pelo que eu me lembro, nunca mais foi “reabilitado” na posição – em que permanecemos e como, ao menos midiaticamente, se (re)confirma neste final de fevereiro de 2024.

Com a interrupção, em maio de 2009, da versão impressa do jornal “Gazeta Mercantil”, de São Paulo, o “Valor Econômico” tornou-se a publicação brasileira de maior referência nacional e internacional no setor econômico. Impresso e digitalmente, ainda é assinado e lido por influentes e importantes pessoas, sejam elas um cidadão aposentado ou trabalhador, sejam elas do mundo empresarial ou político, da banca financeira ou das organizações estatais públicas ou privadas.

E o Estado, é ou está pobre? O Maranhão NÃO É pobre. Ele ESTÁ pobre – na verdade, ele É EMPOBRECIDO. Em outras palavras, seu definhamento econômico – e, com isto, a pobreza de grande parte de nosso povo – não é uma condição natural, é uma incompetência ou desvontade pessoal, um processo pensado, estruturado para não dar certo, embora esforços e resultados aqui e acolá, os quais, como se vê e se lê, não têm sido suficientes para elevar e levar o Maranhão a posições mais nobres e menos sem-vergonhas, sem brio.

Quando eu era assessor da presidência da maior instituição financeira de desenvolvimento regional da América Latina, em Brasília, encontrei o advogado, professor universitário e político Ciro Ferreira Gomes, que, há tempos, também prestara serviços à mesma Instituição que assessorei. Ciro havia retornado ao Brasil, depois de um período de estudos nos Estados Unidos, e estava lançando dois livros, um deles em coautoria com Mangabeira Unger, brasileiro que é professor nos “States”. Auxiliei o Ciro, que estava sozinho, a organizar as mesas da área para eventos do restaurante brasiliense Carpe Diem, onde seria feito o lançamento. E conversávamos. Ciro me dizia, sobre o assunto “Maranhão, Estado mais pobre”, como as terras maranhenses são ricas, a ponto de, especificou ele, “lá no ministério, quando eu era ministro [da Fazenda, em 1995, e da Integração Nacional, 2003/2006], ouvia o Maranhão ser chamado de ‘o Paraná do Nordeste’”, por essas qualidades edafológicas e muitas outras, além de, importante, exuberante e sobrante, sua riquíssima história e cultura – importante, exuberante, sobrante.

Além disso, Ciro escarafunchou a memória e contou-me: “Aprendi a ter curiosidade e a gostar do Maranhão desde criança. Lá em casa, em Sobral [CE], meus pais regularmente recebiam amigos, conhecidos e pessoas do município e região, que iam se despedir deles. Eu ouvia muitas dessas pessoas dizerem que, por causa da seca no Ceará, estavam se mudando para o Maranhão”.

Essa migração de levas e levas de cearenses para o Maranhão tem registro até na letra da conhecida música “De Teresina a São Luís”, do disco LP “Ô Véi Macho”, lançado, em 1962, por Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. A letra do maranhense de Pedreiras João do Vale revela, em 11 estrofes (incluindo-se o refrão), a intimidade do autor com aquele percurso ferroviário entre as capitais do Meio-Norte brasileiro. Cinco cidades maranhenses – São Luís, Caxias, Codó, Coroatá e Pedreiras – são citadas. A migração cearense para o Maranhão está na sétima estrofe:

“Alô, Coroatá,

Os cearenses acabaram de chegar.

Meus irmãos, uma safra bem feliz”.

Portanto, seja na música e, sobretudo, nas condições de clima e solo, de localização estratégica (excepcional porto com vantajosa distância marítima de Estados Unidos, Europa e Ásia), nunca foi e não é por falta de potencial econômico, de vantagens comparativas e competitivas, que o Maranhão não tenha saído desse praticamente permanente estado de pobreza.

A pobreza, digo-o, está na secundarização dos urgentes e ingentes esforços, cotidianos, no planejamento e consequentes ações de/para o desenvolvimento. Está no latifúndio das desvontade, no laboratório das mentes de maus maranhenses (com as muitas exceções de sempre, graças a Deus), sobretudo daqueles conterrâneos que, com poder de mando ou com mando no Poder, transformam a nobre arte, ciência e técnica da Administração Pública em uma prática de DESENVOLVIMENTO DA POLÍTICA e não em projeto de POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO.

“Desenvolvimento da política” – que não é nem será o mesmo que “Política de desenvolvimento” – tem a ver com busca e manutenção de práticas pessoais, grupais, familiares e partidárias de obtenção e continuidade no Poder, relegando-se à subalternidade, ao não protagonismo, o que seria a luta diária contra a pobreza, a inserção econômica expressiva do Estado e de seu Povo no concerto dos Entes Federativos brasileiros, onde ainda o Maranhão é nota dissonante.

E “Política de desenvolvimento”, está óbvio, é um projeto e são processos que, transformados em ações e em realidades positivamente transformadoras, façam o Estado adquirir sustento, sustentação e sustentabilidade socioeconômica; façam o Estado atingir estágios gradualmente mais elevados de crescimento, progresso e, por que não?, de felicidade humana. Temos direito a isso – quem nega?

Quando eu trabalhava em alto posto na sede de instituição financeira estatal em Fortaleza, pude confirmar certas verdades, certas realidades que a vontade constrói. Se eu convidasse algumas pessoas para ganharem dinheiro plantando flores no Ceará, é possível que os investidores se sobressaltassem: “Ficou louco, Sanches! O Ceará não tem água nem para gente beber, imagina para gastar com plantio de flores!...”

Sim, sabemos que sobre o Ceará “explode” o tempo todo a inclemente “bomba atômica” do Sol astro-rei. Mas, alguém aí não sabe?, o Ceará é O MAIOR exportador de rosas do Brasil e o segundo maior exportador de flores deste nosso país!

Visitei 18 Estados brasileiros. Fui recebido em pistas de aeroportos, à porta do jatinho que me conduzia, por empresários, gentes do agronegócio e outros empreendedores. Pude testemunhar, e em alguns casos documentar, exemplos belíssimos, tocantes, do quanto conhecimento, investimento, trabalho e honestidade podem mudar, sur-pre-en-den-te-men-te, uma lugar, uma região. No mesmo quente torrão nordestino, na baiana Juazeiro e na pernambucana Petrolina, plantaram-se uvas e outras frutas “chiques”. Como?! Isso é para clima frio! Pois bem, dizem os técnicos, o sol nordestino ajuda muito, “dosando” o que é líquido e o que é doce nas bagas das videiras dos parreirais. Mudança!

Em Mossoró e Baraúnas, no Rio Grande do Norte, pude constatar a transformação de uma região antes usada para agricultura de subsistência em região de plantio e exportação (para o Exterior, mesmo) de frutas de primeiríssimo nível. Em Limoeiro do Norte (CE), no Distrito Irrigado Jaguaribe-Apodi (DIJA), em uma parte das terras, pude ver, entre outros, tomates grandes e vermelhos e alfaces verdes e grandes; e, na parte das terras vizinhas daquelas, o solo esturricado, crestado, rachado... porque os investimentos adequados e suficientes ali não chegaram para, entre outras coisas, financiar a irrigação por gotejamento, onde lágrimas de água planejadamente caem e tornam o solo produtivo, pois para ele só estava faltando o precioso líquido que fazia liberar todo os ingredientes de fertilidade misturados àquela terra dura e aparentemente estéril, infértil.

Relatei alguns desses (bons) exemplos em textos que escrevi para revistas de circulação dirigida, como a “Rumos do Desenvolvimento”, da Associação Brasileira de Bancos de Desenvolvimento (ABDE), e a técnica “Revista Econômica do Nordeste – REN”, com indexação internacionalmente, de responsabilidade do especializadíssimo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste – Etene/BNB órgão onde (man)tive preparadíssimos Colegas de Instituição.

Se em terras que parecem estar com todas as pré-condições para nelas nada vingar, por que há séculos ou décadas não se tentou uma agricultura de altíssima qualidade, não apenas para exportação, mas também ou sobretudo para o aproveitamento industrial, com maior agregação de valor?

Em Buriticupu (MA), disseram-me da produção de abóboras do município. Sim – disse-o eu em palestra na Câmara Municipal de lá –, e por que não começar a pesquisar outras possibilidades desse fruto? Em vez de só vender abóboras, e após as devidas pesquisas científicas e ações de “marketing”, por que não produzir e vender doces, compotas, picolés, sorvetes, bolos, medicamentos fitoterápicos etc.? O que impede? Achem sua forma de plantar flores em solo seco, e se darem bem com isso!

Pessoas e tapetes precisam ser sacudidos – para sair o barro do conformismo, para espanar a poeira da visão, para retirar o grão de areia dos olhos... 

C’os diabos! Quem atravessará o Rubicão maranhense! Quem gritará “Alea jacta est!”? Quem ousará a guerra definitiva (é pedir muito?) contra o atraso?

Não posso nem vou transcrever a reportagem do jornal “Valor Econômico”. Mas não é para causar satisfação e orgulho o quadro “pintado” pela Imprensa paulista, cujos dados (oficiais) mostram que, dos quase sete milhões de maranhenses, mais de oito por cento deles vivem com menos de 200 reais por mês... E que outros 58% vivem com renda que vai dos 200 reais aos 687 reais por mês... Ou que, na média, cada um dos 6.775.805 maranhense tem renda de 637 reais mensais (dados de 2023).

Destaques negativos assim, a respeito do Maranhão, não são os primeiros, não são únicos, não serão os últimos. Evidentemente, pessoas e institutos de pesquisas e até a Imprensa não são Deus, infalíveis ou perfeitos. Com certeza, o fato de muitos maranhenses não terem maior renda no bolso não significa não ter comida na mesa. Alguns dados podem e devem ser relativizados. Mas há uma constatação contra a qual é difícil brigar: sopesados os fatos e as versões, as perguntas e as respostas, as culpas e as desculpas, o Maranhão não é rico – e, talvez, nem “remediado”. E pronto.

Admitir nosso estado de carência socioeconômica, e subsidiar isto com os dados mais reais possíveis, é um dos primeiros passos para a análise do(s) problema(s), definição de estratégias, adoção de práticas e busca dos – melhores – resultados.

Alguém tem de saber que mudanças não são só um caminhão que carrega móveis. Repita-se a cantiga de grilo nos ouvidos muitas das vezes moucos de gestores públicos: O PROBLEMA DE UMA ADMINISTRAÇÃO NÃO É O GOVERNO SEM DINHEIRO – É O DINHEIRO SEM GOVERNO...

Conta-se uma historinha que diz que Deus e São Pedro passeavam pela Terra. O Criador vistoriava o planeta antes de fazer os seres humanos. Quando passaram pelo Japão, São Pedro não disfarçou sua estranheza ao ver um país de terras não muito produtivas, irregulares, vulcânicas, montanhosas etc. Quando chegaram às terras do Brasil, aí São Pedro não se conteve e, respeitosamente, indagou: “ – Senhor Deus, passamos por um país com terras poucas e de pouca qualidade; e agora, no Brasil, vejo terras vastas, férteis... Por que isso, meu Senhor?” E Deus responde, sábio e caridoso: “—Espere pra ver o tipo de gente que vai ocupar o Brasil...”

Mas não podemos ficar a depender da boa Graça Divina... Preparemo-nos: Deus não gosta de guerra, mas fica do lado de quem atira bem... Façamos nossa parte, pois, como se diz, confia em Deus, mas amarra teu cavalo...

As recentes reportagens nacionais sobre desvios, no Maranhão, de MAIS DE UM BILHÃO DE REAIS, dinheiro da EDUCAÇÃO, por um pequeno conjunto de prefeitos menores ainda dão a medida do quanto de qualidade administrativa, de compaixão social, de decência humana, de respeito, de integridade, falta a esses (ir)responsáveis que foram eleitos e com os quais cada eleitor deles acreditou ter assinado um contrato de esperança e expectativa de realizações e melhorias – que nunca vieram, nunca vêm e, pelo visto, dificilmente virão.

Não adianta eleger quem não rima “competência” com “honestidade” – palavra esta cada vez mais gasta no mundo político, pois não é com honestidade que se fazem “negociações” nem se vencem eleições. Nunca foi. Porque POLÍTICO QUE NÃO É CORRUPTO NÃO É CONFIÁVEL. Não adianta ser “líder”, ter estrutura partidária, ter dinheiro para a campanha, ter formação acadêmica, ter experiência administrativa se isso não se aguenta na falta de honestidade. Tudo desaba – geralmente, em cima dos mais fracos. Sabe-se que política não é local de santos, que ela não fornece passaporte para o céu, mas, convenhamos, a “coisa” virou uma geleia geral, que torna um inferno de necessidades a vida dos que, como cães, esperam cair sobras, ossos da mesa dos comensais...

Dizem que certa vez o senador Henrique de La Rocque Almeida (1912—1982) esteve em João Lisboa, município sul-maranhense. Durante a visita, recebeu um jovem que lhe pediu aconselhamento porque queria “entrar na política”. La Rocque  - cujo nome foi dado em 1994 a um município vizinho a João Lisboa – teria perguntado ao jovem aspirante:  “—Você venderia sua mãe?” Ante a negativa do moço, La Rocque orientou, curto e definitivo: “—Então, saia da política...”

O que se procura e o que se quer, nessa tal de “Pulítica” é o político “arteiro”, “malandro”, “jeitoso” (claro, tudo sob aparência de seriedade e interesse social). Poderia transcrever aqui manchetes geradas pelos relatórios da Controladoria Geral da União (CGU) sobre corrupção – e apenas com o dinheiro federal – em prefeituras, Estados e na própria União. Poder-se-ia também transcrever o que diz outro órgão federal, o Tribunal de Contas da União (TCU). É tudo um sumidouro, um lamaçal só. E tudo ligado a tramoias e maracutaias de políticos eleitos por nós, com o conluio, é claro, de outros agentes... Ninguém é corrupto sozinho.

Brasileiros pobres têm sido mortos pelo poder da pobreza por causa da pobreza (ética) do Poder. É uma mortandade quotidiana que não sei como não “toca” os que se julgam intocáveis. E a montanha de dinheiro roubado e noticiado é só um pouco da cordilheira criminosa de apropriações indébitas, de surrupiamentos descarados. A maior parte da corrupção não é vista, não é descoberta. Os bilhões que se sabe que foram roubados são fruto da corrupção que deu errado, da roubalheira que deixou digitais. São roubos de bandidos políticos e de políticos bandidos que não leram, ou não cumpriram o décimo-primeiro mandamento: “Não serás pego”.

E os políticos, como é que já se mostram este ano, com as eleições de outubro de 2024, e já se arrumando para 2026? Cada um mostra-se com aquele mesmo modo ladino, espertalhão, tinhoso. Cada um adora ser reconhecido na “Pulítica” como “o que sabe das coisas”.

É o famoso “macaco velho”.

É a velha “cobra criada”

Afaste-se desse zoológico...

E obedeça o aviso:

“Não alimente esses animais”.

* EDMILSON SANCHES

Brasília - 27/06/2023 - O Programa Universidade Para Todos (Prouni) oferta bolsas de estudo, integrais e parciais (50% do valor da mensalidade do curso), em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições de educação superior privadas. As inscrições podem ser feitas pelo celular ou pelo computador. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A lista dos candidatos pré-selecionados na segunda chamada da oferta de bolsas do Programa Universidade para Todos (Prouni), que estava prevista para ser divulgada nessa terça-feira (27), ainda não foi publicada no  Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), as equipes técnicas da Subsecretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação e da Secretaria de Educação Superior estão trabalhando para divulgar os resultados da segunda chamada do Prouni “o mais rápido possível”. A previsão é que a lista saia ainda nesta quarta-feira (28).

primeira chamada ocorreu no dia 6 de fevereiro. De acordo com o MEC, a primeira edição de 2024 do Prouni recebeu a inscrição de 716.759 pessoas.

Na primeira edição, são ofertadas 406.428 bolsas, sendo 308.977 integrais e 97.451 parciais em 15.482 cursos de 1.028 instituições.

Caso o candidato não seja selecionado nas duas chamadas, poderá manifestar interesse na lista de espera nos dias 14 e 15 de março.

(Fonte: Agência Brasil)

Começa nesta terça-feira (27), em Brasília, a Mostra Adinkra de Cinema Afro Amazônico com exibição de filmes produzidos por cineastas negros do Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Pará e Roraima. Também estão previstas rodadas de bate-papo sobre temas como ancestralidade, feminino, luta e imaginário.

As exibições, reunidas em quatro sessões com temáticas diferentes, ocorrem na Caixa Cultural até quarta-feira (28), com entrada gratuita.

Serão exibidos oito curtas-metragens e, ao término da programação de cada dia, artistas e cineastas participarão de rodas de conversas com o público, em um espaço criado para o evento que recebeu o nome de Mate Masie, um símbolo afro que pode ser traduzido pelo provérbio Nyansa bun um nne mate masie, que significa: O que eu ouço, eu guardo.

Segundo um dos produtores do evento, Rafael Nzinga, a mostra foi estruturada no sistema de escrita simbólica Adinkra do povo Akan, do Oeste da África, e dividida em quatro sessões por temáticas.

Hoje, serão exibidos as sessões Duafe, que trata do feminino e Sankofa, que simboliza o ato de olhar o passado para entender o presente e seguir para o futuro.

Amanhã (28), ocorre a sessão Ananse, que reunirá filmes sobre criatividade e sabedoria e a sessão Aya, será sobre resistência e desenvoltura.

“Esse trabalho de divulgação e distribuição de filmes é mais do que pensar a floresta em si, é pensar as pessoas que ali vivem e que guardam a floresta até os dias de hoje, principalmente os povos originários, os quilombolas e os indígenas”, destaca Rafael.

Para criar essa atmosfera em Brasília, os participantes receberão colares e, com os símbolos Adinkra, também serão distribuídas mudas de plantas consideradas sagradas e haverá degustação de comidas típicas da Amazônia.

A capital federal é a segunda cidade a receber a mostra, que também passou pela Caixa Cultural de Salvador. Idealizada em Belém do Pará, ela reúne produções contemporâneas que passaram por festivais de cinema negro promovidos pelos mesmos produtores do evento.

“Em 2019, nós realizamos o primeiro festival de cinema negro da Região Norte e logo percebemos que as políticas afirmativas incentivaram essas pessoas a contarem suas histórias. E, embora essa seja o momento de ouvirmos as suas vozes, a falta de espaço para ecoar essas produções também revelou uma herança de um país segregado”, relembra Rafael.

O produtor conta que, na época, foram inscritos 80 filmes e logo na edição seguinte, as inscrições dobraram. Para ele, a quarta edição do festival, de 2024, deve revelar um crescimento expressivo na produção audiovisual de negros na Amazônia, motivado pelo lançamento do primeiro edital de audiovisual da Lei Paulo Gustavo.

“Até então, nunca houve um edital de política afirmativa que desse vazão ao volume expressivo dessa produção, mas esse crescimento mostra que as histórias existem, mas falta dinheiro para fazer”, conclui o produtor.

A programação da mostra começa às 19h e tem classificação indicativa de 10 anos. A Caixa Cultural fica no Setor Bancário Sul, quadra 4. Confira a programação completa:

Terça-feira

Sessão Duafe – 19h

Alexandrina - Um Relâmpago, de Keila Sankofa (AM)
A Velhice Ilumina o Vento, de Juliana Segóvia (MT)

Sessão Sankofa – 19h30

Meus Santos Saúdam teus Santos, de Rodrigo Antônio (PA)

Utopia, de Rayane Penha (AP)

Bate-papo com Rodrigo Antônio, sobre Cinema de impacto na defesa da floresta Amazônica – 20h

Quarta-feira (28)

Sessão Ananse (em LIBRAS) – 19h

Nome Sujo, de Artur Roraimana (RR)

Minguante, de Maurício Moraes (PA)

Sessão Aya (em LIBRAS) – 19h30

Não Quero Mais Sentir Medo, de André dos Santos (PA)
Maria, de Elen Linth e Riane Nascimento (AM)

Bate-papo com Francis Angmortey sobre os Adinkras e a cultura Akan na perspectiva da Mostra – 20h

(Fonte: Agência Brasil)

O beach tennis é um esporte que caiu no gosto do maranhense. Nos últimos anos, a modalidade tem crescido bastante no Estado, o que tem incentivado o surgimento de atletas talentosos. E, quando bons jogadores se reúnem, uma equipe forte e competitiva é formada. E foi assim que o projeto do Time Beach Tennis Maranhão foi criado. A iniciativa, patrocinada pelo governo do Estado e pela Potiguar por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, reuniu, em uma única equipe, os beachtenistas Marcelo Lima, Neto Martins e Igor Costa que, juntos, colocaram o Estado nos pódios das mais diversas competições, sejam elas regionais, nacionais e até internacionais. 

Em sua primeira temporada, o Time Beach Tennis Maranhão foi destaque por onde competiu. Os resultados obtidos pelo trio de atletas maranhenses em 2023 impressionaram tanto que a expectativa é que a temporada 2024 possa ser ainda melhor. 

Neto Martins, por exemplo, terminou a temporada passada em grande fase conquistando títulos mundiais. O atleta sagrou-se campeão mundial nas categorias 40+ e na Mista PRO. Ele ainda ficou na terceira colocação no Masculino PRO. Com esses resultados, o maranhense encerrou 2023 sendo o número 2 no ranking mundial na categoria 40+ e assumiu o Top 5 na categoria Masculino PRO. Além disso, ele ainda terminou o ano na liderança do ranking estadual. 

“A temporada de 2023 foi simplesmente espetacular para o Time Beach Tennis Maranhão. Conseguimos resultados muito bons tanto dentro como fora do Estado. O desempenho que tivemos mostra que estamos no caminho certo e que temos condições de continuarmos entre os melhores do país. O ano de 2024 promete ainda ser mais especial”, afirmou Neto Martins. 

Outro integrante do Time Beach Tennis Maranhão, Igor Costa também teve excelentes resultados no ano passado. No âmbito estadual, foi campeão do Circuito Maranhense de Beach Tennis, venceu várias etapas do Campeonato Maranhense e alguns torneios menores no interior do Estado. O beachtenista foi campeão por equipes 40+ no 22º Campeonato Mundial IFBT, competição realizada em Fortaleza (CE), e chegou à semifinal do Brasileiro de Beach Tennis na categoria Masculino A. 

Com bons resultados, Marcelo Lima também representou muito bem o Maranhão. O atleta maranhense, foi muito bem e venceu etapas do Campeonato Maranhense de Beach Tennis na categoria PRO Masculino. O beachtenista também conquistou o título da Liga Norte Beach Tennis na categoria PRO Masculino, além de ter chegado em fases decisivas em alguns torneios internacionais. 

“Os resultados do nosso time são frutos dos nossos esforços e dos nossos patrocinadores. Só temos a agradecer pelo apoio que o governo do Estado e a Potiguar têm nos dado, porque foi graças a esse patrocínio via Lei de Incentivo que conseguimos viajar para fora do Maranhão e competir contra os principais atletas do Brasil e do mundo”, explicou Marcelo Lima. 

Outras informações sobre o Time Beach Tennis Maranhão estão disponíveis no Instagram oficial da equipe (@beachtennismaranhao).

PRINCIPAIS RESULTADOS DO TIME BEACH TENNIS MARANHÃO

Neto Martins

- campeão mundial 40+

- campeão mundial Mista PRO

- Top 3 mundial Masculino PRO 

Igor Costa

- campeão do Circuito Maranhense de Beach Tennis

- campeão da I etapa do Campeonato Maranhense 40+

- campeão da II etapa do Campeonato Maranhense Oficial 40+

- campeão por equipes 40+ no 22º Campeonato Mundial IFBT

- campeão do Circuito Maranhense de Beach Tennis

- vice-campeão do I Open de Beach Tennis Arena Club 

Marcelo Lima

- Campeão da III etapa do Campeonato Maranhense Oficial PRO Masculino

- Campeão da Liga Norte Beach Tennis PRO Masculino 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

A Federação Maranhense de Judô (FMJ) realizou, no último fim de semana, o Credenciamento Técnico 2024, iniciativa com o objetivo de atualizar e oficializar os técnicos e auxiliares que atuarão nas competições desta temporada. O evento ocorreu na Escola Recanto do Saber, no Parque Vitória, e abriu, oficialmente, as atividades do judô no Maranhão. 

Durante o Credenciamento Técnico, a FMJ apresentou o cronograma de competições que serão promovidas pela entidade, assim como as normas e regulamentos dos torneios previstos para este ano. 

“Nosso principal objetivo é o de desenvolver cada vez mais a modalidade. Ao atualizarmos nossos técnicos, damos um importante passo para fortalecermos o judô porque são eles que trabalham diretamente com os atletas, contribuindo com a FMJ, para termos uma base ainda mais forte e vencedora”, explicou Rodolfo Leite, presidente da Federação Maranhense de Judô. 

Nesta edição do Credenciamento Técnico, também foi realizado o Seminário de Arbitragem com os senseis Marco Leite e Luiz Henrique Cidreira. No encontro, eles apresentaram e esclareceram dúvidas sobre mudanças nas regras promovidas pela Federação Internacional de Judô (FIJ). 

Seletiva

No próximo sábado (2/3), a Federação Maranhense de Judô vai promover a seletiva estadual do Campeonato Brasileiro Regional. As disputas vão ocorrer no Ginásio Paulo Leite, em São Luís, e vão definir os atletas que serão convocados para representar o Maranhão no Brasileiro Regional deste ano, marcado para o mês de abril, na cidade de Teresina (PI).    

A seletiva estadual do Campeonato Brasileiro Regional vai reunir judocas de diversas classes: do Sub-13 ao Sênior (Graduados). Os atletas podem se inscrever pela plataforma Zempo (www.zempo.com.br). A taxa de inscrição custa R$ 50. 

Vale lembrar que, na temporada 2023, o Time Maranhão brilhou no Campeonato Brasileiro Regional na cidade de Macapá (AP). O selecionado maranhense conquistou o título de campeão geral masculino com um grande desempenho de seus judocas que levaram 25 medalhas, sendo 12 de ouro, 3 de prata e 10 de bronze. No feminino, o Maranhão terminou na 6ª posição com 10 medalhas: 6 pratas e 4 bronzes. 

Somando todas as conquistas do Time Maranhão – tanto no masculino quanto no feminino –, as 35 medalhas no total colocaram o Estado na quarta colocação geral no Brasileiro de Judô da Região I, atrás do Amapá, Pará e Piauí. 

(Fonte: Assessoria de imprensa)

O Fórum Jaracaty, projeto patrocinado pela Equatorial Maranhão e pelo governo do Estado por meio da Lei Estadual de Incentivo ao Esporte, conquistou expressivos resultados nos campeonatos estaduais, regionais e nacionais do tênis de mesa no ano passado. A atuação do projeto nas competições teve grande destaque e, consequentemente, trouxe boas notícias ao projeto em 2024. A principal delas foi a indicação da mesatenista Paola Morais ao Troféu Mirante Esporte, principal premiação esportiva do Maranhão.

Paola, que frequenta o projeto desde os 7 anos de idade, conquistou medalhas em todos os campeonatos que participou em 2023, dentre eles, o 15º TMB Challenge Plus, realizado em agosto passado, em Teresina (PI). A competição nacional está presente no calendário da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) e, a cada edição, ocorre em uma cidade diferente. Nesse campeonato, Paola sagrou-se campeã brasileira, conquistando três ouros nas categorias em que competiu (Sub-19, Sub-21 e Absoluto C).

Aos 16 anos, Paola coleciona várias medalhas e premiações adquiridas ao longo do tempo. Ela vê, no Fórum Jaracaty, uma segunda casa. “É um projeto que me acolhe tanto no esporte quanto na vida. Não só eu, mas meus irmãos participam ou participaram. Minha família está sempre aqui. O projeto me apresentou ao tênis de mesa, traz muita oportunidade para nós, abre muitas portas”, destaca a atleta. Sobre a indicação ao Troféu Mirante Esporte 2024, ela é enfática: “A sensação de concorrer é de felicidade porque consigo ver que meu esforço não foi em vão”, disse.

Para Márcia Assunção, diretora-executiva do Fórum Jaracaty, a indicação ao Troféu Mirante Esporte 2024 é reflexo do trabalho realizado no projeto. “É uma emoção que vivenciamos novamente. Desta vez, com uma atleta do tênis de mesa. Neste momento, cai a ficha de como o trabalho que realizamos aqui é de suma importância, que a dedicação de funcionários e alunos são fundamentais para realizar sonhos”, ressalta a diretora.

O Fórum Jaracaty atua há mais de duas décadas, oferecendo modalidades esportivas (judô, tênis de mesa e futsal), aulas de artes e de informática, brinquedoteca, cursos e palestras para crianças, jovens e comunidade em geral. As atividades do projeto são gratuitas.

Além do tênis de mesa, outras 27 modalidades esportivas estão no Troféu Mirante Esporte 2024. A votação para escolher os melhores atletas das modalidades ocorre até o dia 12 de março. A cerimônia de premiação será realizada no dia 14 de março, às 19h30, no Teatro Arthur Azevedo. Para votar, basta acessar o site https://www.grupomirantema.com/trofeumirante/2023/indicados/, inserir as informações solicitadas e escolher o(a) atleta.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

Brasília - 27/06/2023 - O Programa Universidade Para Todos (Prouni) oferta bolsas de estudo, integrais e parciais (50% do valor da mensalidade do curso), em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições de educação superior privadas. As inscrições podem ser feitas pelo celular ou pelo computador. Foto: Juca Varella/Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) divulga, nesta terça-feira (27), a lista dos candidatos pré-selecionados na segunda chamada da oferta de bolsas da edição 2024 do Programa Universidade para Todos (Prouni).

A lista ficará disponível no Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. Na primeira edição, serão ofertadas 406.428 bolsas, sendo 308.977 integrais e 97.451 parciais em 15.482 cursos de 1.028 instituições.

De acordo com o MEC, esta é a maior oferta de bolsas desde a criação do programa em 2005.

O candidato pré-selecionado deve entregar a documentação na instituição de ensino superior para comprovação dos dados informados na inscrição no período de 27 de fevereiro a 7 de março. A apresentação pode ser feita presencialmente. na instituição ou por meio eletrônico.

A primeira chamada ocorreu no dia 6 de fevereiro.

Programa

Criado em 2004, o Programa Universidade Para Todos oferta bolsas de estudo (integrais e parciais) em cursos de graduação e sequenciais de formação específica em faculdades privadas.  

O programa ocorre duas vezes ao ano e tem como público-alvo o estudante sem diploma de nível superior. Como critérios para seleção dos candidatos, o Prouni considera a renda familiar bruta mensal, por pessoa; se o candidato cursou integralmente o ensino médio em escola da rede pública ou na condição de bolsista integral em instituição privada de ensino médio, ou ser pessoa com deficiência, entre outros previstos na legislação.

(Fonte: Agência Brasil)