O Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) informou que servidores federais de 360 unidades de ensino aderiram à greve iniciada na última quarta-feira (3).
O movimento paredista abrange tanto o quadro técnico-administrativo como docentes da rede federal em, pelo menos, 23 Estados. Inicialmente, a expectativa do sindicato era adesão de 230 unidades de ensino. Há, entre as entidades que registraram adesões, instituições de ensino ligadas ao Ministério da Defesa. A lista completa foi divulgada no site do Sinasefe.
Reivindicações
Além de uma recomposição salarial que varia de 22,71% a 34,32%, dependendo da categoria, os servidores pedem também reestruturação das carreiras da área técnico-administrativa e de docentes; a revogação de “todas as normas que prejudicam a educação federal aprovadas nos governos Temer e Bolsonaro”; bem como a recomposição do orçamento e o reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.
Aprovada durante rodadas de assembleias realizadas desde o dia 18 de março, em 29 seções sindicais, a greve será nacional e por tempo indeterminado, conforme informa, no dia 28 de março, documento protocolado nos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, da Defesa e da Educação, e ao Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).
Governo
Contatado pela Agência Brasil, o Ministério da Gestão informou que, em 2023, viabilizou, a partir de negociação com as entidades representativas dos servidores federais, reajuste linear de 9% para todos os servidores, além do aumento de 43,6% no auxílio-alimentação.
“Esse foi o primeiro acordo para reajustes fechado entre o governo e servidores em oito anos”, destacou a pasta, ao acrescentar que, no segundo semestre de 2023, iniciou debate sobre reajuste para o ano de 2024.
Ainda de acordo com o ministério, como parte desse processo, foram abertas mesas específicas para tratar de algumas carreiras.
“A recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal, para recuperar a capacidade de atuação do governo para a execução de políticas públicas, é pauta prioritária do Ministério da Gestão, que vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo Federal”, informou o ministério.
No caso específico da carreira de técnicos-administrativos educacionais, os ministérios da Gestão e da Educação criaram grupo de trabalho para tratar da reestruturação do plano para cargos técnico-administrativos em educação.
No dia 27 de março, o relatório final do grupo foi entregue à ministra de gestão do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, para servir de “insumo” para a proposta de reestruturação de carreira que será apresentada na mesa de negociação.
Termina nesta sexta-feira (5), às 23h59, o prazo para pagar a taxa de inscrição do concurso da Caixa Econômica Federal. O boleto está disponível no site da Fundação Cesgranrio, responsável pela organização do certame. A prova será aplicada no dia 26 de maio.
Os valores das taxas de inscrição variam de acordo com o cargo pretendido pelo candidato. Para os cargos de nível médio, a taxa é R$ 50. Para os de nível superior, R$ 65.
O pagamento pode ser feito por boleto bancário, por PIX pelo QR Code gerado no ato de inscrição ou diretamente nas agências bancárias.
A inscrição só será validada após a confirmação do pagamento até a data de hoje. Caso o candidato não pague o boleto, a inscrição no concurso será cancelada.
Vagas
O banco oferece 2 mil vagas de nível médio para Técnico Bancário Novo (TBN) e 2 mil vagas de técnico na área de Tecnologia da Informação (TI), incluindo o cadastro de reserva. Além dessas, há 50 vagas de nível superior, sendo 28 para médicos do trabalho e 22 para engenheiros de segurança do trabalho.
Para os cargos de nível médio, a remuneração inicial é R$ 3.762, mais benefícios. Já o concurso para as carreiras profissionais de médico do trabalho e de engenheiro de segurança do trabalho têm a remuneração inicial de R$ 11.186 e R$ 14.915, respectivamente, além dos benefícios, como plano de saúde, previdência complementar, auxílio-alimentação, vale-transporte, auxílio-creche e participação nos lucros.
As provas serão aplicadas em 26 de maio, um domingo. Os exames terão questões de conhecimentos gerais e específicos, além de redação, para cargos técnicos, e prova discursiva, para nível superior.
Os aprovados serão convocados a partir de agosto de 2024, para apresentarem a documentação e realizarem os exames médicos obrigatórios.
Os delegados da 12ª Conferência Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes (12ª CNDCA), realizada em Brasília (DF), debateram e votaram, nessa quinta-feira (4), as propostas de ações que podem servir de base para elaboração de políticas públicas de enfrentamento às consequências da pandemia de covid-19, que atingiram mais fortemente crianças e adolescentes, além da restituição desses direitos pós-pandemia.
As conferências têm como principal marca a participação social. Neste espaço de discussões na 12ª CNDCA, as articulações coletivas foram feitas diretamente pelo público infantojuvenil. As crianças e adolescentes tiveram direito de participar da conferência nacional na condição de delegados para analisar as 596 propostas aprovadas nas 27 etapas estaduais e distrital e levadas para o encontro nacional.
A presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Marina de Pol Poniwas, exaltou a participação democrática que considera as opiniões desta faixa etária da sociedade. “É a volta do país democrático, de fato, que prioriza a participação social e, especialmente, deixa de ser adultocêntrico e entende o quanto crianças e adolescentes precisam ser protagonistas da construção de políticas públicas no nosso país a eles destinadas”.
Outro conselheiro do Conanda, o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares, Antônio Lacerda Souto, fala sobre este momento. “Jamais poderíamos fazer uma conferência de crianças e adolescentes sem os sujeitos de direito estarem aqui, construindo e defendendo suas propostas. Para aquelas propostas polêmicas, eles mesmos vêm aqui defender ou renunciá-las”.
Nada sobre nós, sem nós
A 12ª CNDCA com duração de 2 a 4 de abril de 2024 permitiu que no momento de tomada de decisão, crianças e adolescentes munidos de um aparelho eletrônico pendurado no pescoço declarassem seu voto a favor de cada proposta numerada com objetivo de dar transparência e agilidade no processo de votação.
A estudante de Buriticupu no Maranhão, Raíssa Dias Lima, de 16 anos, é uma das 1,3 mil participantes da conferência e bate na tecla de que é vital que os adolescentes estejam em espaços que vão deliberar sobre os seus próprios direitos. Raíssa repetiu a frase que está estampada em cartazes pendurados em toda a 12ª Conferência Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes: Nada sobre nós, sem nós.
“Crianças e adolescentes têm realmente que participar desses espaços que discutem coisas que vão impactar diretamente na vida deles. Todos aqui têm que demonstrar suas opiniões, têm que dar suas ideias. Então, sempre vai ser sobre: Nada para nós, sem nós”, enfatiza a ativista.
Durante toda a manhã dessa quinta-feira, adolescentes formaram filas na plenária final para defender propostas ao microfone para fechar o texto que servirá para elaborar conjuntamente políticas públicas. Uma das jovens que subiu no palco para pedir mais orçamento público para garantia de direitos de adolescentes foi a indígena de 17 anos, Thaís Hellen Silva, identificada por seu nome indígena – Aimara Pitaguary. A liderança jovem que saiu de Pacatuba, município próximo a Fortaleza (CE) avisou que os jovens não devem ser subestimados.
“Vim aqui para demarcar espaço como indígena e mostrar, também, que nós, adolescentes, sabemos debater política pública para dentro dos nossos territórios e que não somos leigos, como muita gente acha. Conhecemos nossos direitos, nossas garantias. Subir nesse palco é uma forma de resistência, uma maneira de mostrar que nós, adolescentes, estamos presentes e sabemos defender políticas públicas para nossos Estados, para o nosso país”.
Quem rivalizou nas discussões sobre orçamento público para que os delegados presentes escolhessem o melhor argumento foi o estudante Artur Caldeira Nascimento, de 13 anos, morador de Vitória (ES) e estudante do 8º ano do ensino fundamental. Artur Caldeira se destaca entre os demais delegados, desde a etapa estadual da conferência, e foi bastante aplaudido. Artur acredita que estes momentos de embate são necessários e saudáveis.
“É muito bom a gente incentivar as crianças e adolescentes a se interessarem por estes assuntos para a gente conseguir criar políticas públicas de alta qualidade para todos os públicos, não só para nós, crianças adolescentes, mas para os idosos, para os adultos e todos os outros públicos que precisam de políticas públicas, nacionais, estaduais e municipais. E precisa de dinheiro para isso, e eu gosto muito de economia”.
Uma das mais jovens delegadas da conferência nacional é a Renata de Jesus de Santana, 11 anos, A estudante do 5º ano do ensino fundamental tomou nota das falas da conferência em um caderninho para não esquecer de nada que levará para sua cidade, Malhador (SE).
“Quero que todas as crianças sejam bem educadas e que cuidem bem dessas crianças, mesmo que muitos adultos ajam como se nós não pudéssemos ter direitos”.
Adultos
Os delegados infantojuvenis estiveram acompanhados de pais e de representantes de conselhos municipais dos direitos da Criança e do Adolescente. No caso da Renata de Jesus de Santana, a presidente do conselho municipal Caroline Santos fez questão de estar na capital federal para reforçar o que foi decidido primeiramente pelos participantes locais. “São participações muito importantes porque, por muito tempo, essa faixa etária não foi ouvida, não dão voz a essas crianças, aos adolescentes. Mas, eles têm sim o que falar. São experiências vivenciadas por eles, que podem compartilhar e falar o que é melhor para eles próprios”.
O advogado de Vitória de Santo Antão (PE) Leonardo Araújo, de 27 anos, concorda que o momento é de volta da participação popular, após a última conferência nacional, realizada ainda em 2019. “É o retorno à reconstrução de uma política tão importante para o nosso país. Uma política que atenda aquele que realmente está na ponta, precisando, que são as nossas crianças e os nossos adolescentes”.
O ativista pelos direitos de pessoas negras e pretas, morador de Guaianases, zona leste da cidade de São Paulo, Júlio Cezar de Andrade, acompanhou os debates sobre orçamento para financiamento de políticas de proteção integral dos direitos da criança e do adolescente. “Nós estamos aqui para reconstruir uma política de proteção integral em memória às várias infâncias, e das mortes dos corpos baleados todos os dias pelas polícias, que são de crianças periféricas, pretas e negras, majoritariamente. Por conta desse desafio, queremos uma política de promoção, proteção e defesa e controle social para criança e adolescente que seja antirracista, anticapacitista e antiLGBTtransfóbica”.
Garantia de direitos
A 12ª CNDCA foi convocada pelo Conanda e tem como tema central a situação dos direitos humanos de crianças e adolescentes em tempos de pandemia pela covid-19: violações e vulnerabilidades, ações necessárias para reparação e garantia de políticas de proteção integral, com respeito à diversidade.
A organização da conferência considera importante enfrentar os reflexos da pandemia da covid-19 na vida das crianças, adolescentes e suas famílias, com respeito à diversidade, em aspectos socioeconômicos, além de saúde, educação, recreação e até em temas políticos, culturais e históricos. Entre os temas votados nessa quinta-feira, estiveram o trabalho infantil, a exploração sexual deste público, o ensino integral obrigatório e suas consequências, a migração de famílias do meio rural para as periferias urbanas, orçamento para promoção de direitos, entre outros.
A presidente do Conanda, Marina de Pol Poniwas, diz acreditar que os avanços obtidos com a conferência serão percebidos pela população. “Temos muitos desafios com todas as questões que ocorreram durante a pandemia, como violações de direitos de crianças e adolescentes, mas a gente vai avançar muito com a participação deles nesse processo”.
O conselheiro do Conanda Antônio Lacerda Souto, que acompanhou todo o processo da conferência nacional, nesses dias, em Brasília, ao fazer um balanço do evento, admite que a conferência cumpre a proposta de construir proposições que vão fundamentar políticas públicas em prol da garantia do direito de crianças e adolescentes no Brasil.
A conferência adotou cinco eixos temáticos.
1 - Promoção e garantia dos direitos humanos de crianças e adolescentes no contexto pandêmico e pós-pandemia;
2 - Enfrentamento das violações e vulnerabilidades resultantes da pandemia de covid-19;
3 - Ampliação e consolidação da participação de crianças e adolescentes nos espaços de discussão e deliberação de políticas públicas de promoção, proteção e defesa dos seus direitos, durante e após a pandemia;
4 - Participação da sociedade na deliberação, execução, gestão e controle social de políticas públicas de promoção, proteção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes considerando o cenário pandêmico;
5 - Garantia de recursos para as políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes durante e após a pandemia de covid-19.
O evento foi realizado pelo Conanda em parceria com a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e contou com o apoio da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais Sede Brasil (Flacso Brasil) e da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).
Em viagem ao Recife, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma cerimônia para marcar a sanção do projeto de lei que institui marco regulatório do Sistema Nacional de Cultura (SNC), na noite dessa quinta-feira (4). O evento lotou o Teatro Luiz Mendonça, na capital pernambucana, e contou com a participação da ministra da Cultura, Margareth Menezes, de autoridades, artistas e realizadores culturais.
Previsto na Constituição Federal, o SNC é definido pelos princípios de diversidade das expressões culturais, da universalização do acesso aos bens e serviços culturais e do fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais. A estrutura de governança do sistema é dividida de forma colaborativa entre diferentes entes da Federação (União, Estados e municípios), por meio de órgãos gestores, conselhos, conferências, comissões, planos de cultura, entre outros instrumentos de política pública e participação social.
“O que seria do mundo se não fosse a cultura, se não fosse a arte, a música, a dança, a pintura? Se não fossem vocês? Aquela pessoa que levanta todo dia de manhã tentando fazer alguma coisa para despertar o interesse em outra pessoa”, afirmou Lula à uma plateia repleta de artistas e fazedores de cultura.
Em discurso, o presidente destacou o papel do Congresso Nacional na aprovação da medida que, "apesar de ser maioria conservadora, teve a competência de entender que a cultura é parte da alma de uma nação”.
“Este sistema, a exemplo do Sistema Único de Saúde, do Sistema Único de Assistência Social e do Sistema Único de Segurança Pública, dá as condições para a estruturação de uma política cultural no Brasil, onde a União, os Estados e os municípios têm papeis bem definidos e muito claros. Todos cumprindo uma ação de financiar esse sistema, mas cada um com suas responsabilidades na execução da política pública”, explicou o senador Humberto Costa (PT-PE), relator do projeto no Senado. O PL 5.206/2023, como nomeado durante a tramitação, foi aprovado pelo Congresso Nacional no mês passado.
A ministra Margareth Menezes lembrou que o SNC era um anseio do setor cultural pelo menos desde 2005 e, agora, consolida a existência permanente do Ministério da Cultura, pasta que havia sido extinta pelo governo anterior.
“A chegada do nosso Sistema Nacional de Cultura efetivará a existência do Ministério da Cultura no Brasil”, disse. Ela anunciou a abertura de escritório do ministério em todos os Estados e comparou o Sistema Nacional de Cultural com o SUS.
“Teremos representação do MinC em todos os Estados do Brasil. E teremos os agentes culturais, para chegar naqueles lugares onde nunca chegaram as ações culturais. Será como o agente [de saúde] do SUS”.
Margareth Menezes também destacou o papel das leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, que, juntas, preveem fomento cultural de quase R$ 7 bilhões ao longo dos próximos anos, para financiar atividades culturais e assegurar repasses para que Estados e municípios executem a política pública na ponta.
Cantora e compositora baiana, a ministra da Cultura se emocionou durante o discurso na cerimônia de sanção do SNC e defendeu o setor como importante no desenvolvimento da economia do país.
“Somos mais de 5 milhões de pessoas que trabalham nas indústrias das economias criativas. O setor cultural é responsável por 3,11% do Produto Interno Bruto [PIB] do Brasil. Essa perseguição, a dúvida sobre o porquê investir na cultura, essa é a resposta. Nós participamos do desenvolvimento da economia, damos retorno na economia brasileira”, destacou. Ainda segundo Margareth, a pasta encomendou uma pesquisa para avaliar o retorno das políticas culturais na geração de emprego e renda.
O programa Pé-de-Meia, que oferece incentivo financeiro para jovens permanecerem matriculados e concluírem o ensino médio, já tem 2,43 milhões de estudantes cadastrados. As contas desses alunos já foram abertas na Caixa, e eles estão aptos a receber os valores pagos pelo programa.
Com o Pé-de-Meia, os alunos receberão um pagamento mensal de R$ 200, além de um bônus anual de R$ 1.000. A primeira parcela já foi paga aos estudantes entre o fim de março e o início deste mês, de acordo com o ministro da Educação, Camilo Santana.
Segundo as regras do programa, que é coordenado pelo Ministério da Educação (MEC), os R$ 200 serão pagos por dez meses a cada ano e podem ser sacados a qualquer momento pelo estudante. Já os R$ 1.000 pagos ao fim de cada ano letivo, só podem ser usados pelo jovem após sua formação no ensino médio. A contrapartida é que o aluno frequente, pelo menos, 80% das aulas.
“Segundo o último Censo Escolar, o Brasil perdeu quase meio milhão de estudantes, que saíram da escola [no ensino médio], em um ano. E não é por escolha, é por necessidade. Dados do IBGE mostraram, agora, que o grande motivo de o aluno abandonar a escola é a questão financeira”, disse Santana, durante lançamento do programa no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (4).
Os valores recebidos, individualmente, pelos estudantes, somando o adicional de R$ 200 pagos pela participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), chegam a R$ 9,2 mil ao fim desta etapa da educação básica.
De acordo com o MEC, o programa estima atender 2,5 milhões de estudantes e terá um investimento de R$ 7,1 bilhões este ano. Alguns alunos ainda não estão cadastrados devido a problemas no CPF.
Beneficiados
Segundo o MEC, para receber a poupança do ensino médio, o aluno precisa ter Cadastro de Pessoa Física (CPF) e matrícula em série do ensino médio público, registrada até dois meses após o início do ano letivo.
Outros requisitos são ter de 14 a 24 anos e ser integrante de família beneficiária do Programa Bolsa-Família, que será prioridade no início do incentivo financeiro-educacional.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, nessa terça-feira (2), os resultados do Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC), que avaliou 1.998 instituições de educação superior, sendo públicas e privadas. Segundo o levantamento, 27,7% das instituições (554) tiveram o melhor desempenho, ficando entre as faixas 4 e 5 do indicador. Outros 60,3% obtiveram nota 3; 11,7% (234) ficaram na faixa 2 e 0,3% (6) na faixa 1, com o conceito mais baixo.
Entre as instituições públicas federais, 94 das 111 avaliadas obtiveram IGC 4 ou 5 e nenhuma ficou nas faixas 1 e 2 do indicador. O número de instituições comunitárias nas faixas 4 e 5 passou de 31 para 39 entre 2018 e 2022. Já as privadas com fins lucrativos, que representam 53% (1.503) das avaliadas, aumentaram de 183 para 215 instituições com IGC igual a 4 ou 5, no mesmo período.
O IGC corresponde à média das notas do Conceito Preliminar de Curso (CPC), referente aos cursos de graduação, e dos conceitos Capes dos cursos de programas referentes à pós-graduação strictosensu, ponderadas pelo número de matrículas de cada curso.
Mestrado e doutorado
Segundo o Inep, nenhuma instituição que oferece cursos de mestrado ou doutorado ficou na faixa 1 do indicador. As instituições com mais programas dessa natureza se concentram nas faixas superiores (4 e 5). “O que leva a crer que a pós-graduação leva a uma maturidade institucional relevante, que reverbera na graduação”, diz o diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, Ulysses Teixeira.
Outros indicadores
O Inep também divulgou os resultados de outros dois indicadores de qualidade da educação superior relativos a 2022. O Conceito Preliminar de Curso (CPC) combina aspectos como desempenho dos estudantes, valor agregado pelo curso, corpo docente e condições oferecidas para o desenvolvimento do processo formativo. Entre os 8.934 cursos de graduação com CPC calculado, 35,9% (3.208) tiveram desempenho entre as faixas 4 e 5 do indicador; 54,4% (4.861) obtiveram notas médias (3); 9,5% (848) ficaram na faixas 2 e 0,2% (17) na faixa 1.
Segundo o Inep, os resultados mostram uma tendência de crescimento no número de docentes com mestrado e doutorado nas instituições de ensino, além de uma avaliação positiva, pelos estudantes, das condições de oferta dos cursos de graduação vinculadas à organização didático-pedagógica, à infraestrutura e instalações físicas e às oportunidades de ampliação da formação acadêmica e profissional.
Já o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) busca mensurar o valor agregado pelo curso, ao considerar os resultados dos estudantes no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) ao fim da graduação, e o desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), dos mesmos estudantes quando eram ingressantes na educação superior. O resultado mostrou que as instituições públicas federais e estaduais, bem como as comunitárias, têm mais de 30% dos cursos nas faixas superiores do IDD (4 e 5). Foi analisada uma amostra de 7.569 cursos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta terça-feira (2), da inauguração do Impa Tech, com o primeiro curso de graduação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Rio de Janeiro. O ato marca o início das aulas da primeira turma de Matemática da Tecnologia e Inovação, com quatro anos de duração.
Em discurso, Lula destacou a importância da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), promovida pelo Impa desde 2005, no interesse dos alunos do ensino básico público pelo estudo nas áreas das ciências exatas e tecnológicas. Ao longo dos anos, a Obmep se tornou a maior olimpíada científica do mundo em número de participantes.
“Eu acho que todo filho da pessoa mais humilde, da pessoa de classe média baixa, tem o direito de ter oportunidade de chegar à universidade e ter um diploma de doutor. Educação não é privilégio para rico, educação é um direito de todos e a educação não é gasto, é investimento, e o Estado precisa assumir responsabilidade”, disse o presidente.
“Nosso papel é criar as condições para vocês [estudantes] subirem mais degraus, porque quem vai ganhar com isso não são vocês individualmente. Quem vai ganhar com isso é o orgulho do pai e da mãe de vocês, é o orgulho dos irmãos de vocês e é o orgulho desse país, que vai ter mão de obra altamente qualificada para disputar com o mundo, com qualquer país do mundo, qualidade, produtividade e, por que não, de evolução científica e tecnológica”, acrescentou Lula.
Credenciamento
Referência em pós-graduação, em dezembro de 2023 o Impa foi credenciado como instituição de educação superior. A seleção dos alunos do Impa Tech também ocorreu no fim do ano passado, com 80% das vagas destinadas a estudantes com melhor desempenho em olimpíadas do conhecimento.
Gratuito, o Impa Tech tem como meta capacitar os estudantes para entrar de forma efetiva no mercado de trabalho de tecnologia e inovação. Ele está localizado no Porto Maravalley, polo de tecnologia desenvolvido Pela prefeitura do Rio de Janeiro, na zona portuária da cidade, e vai dividir um galpão de 10 mil metros quadrados com startups e empresas de tecnologia.
Os estudantes terão acesso a alojamento estudantil, sob responsabilidade da Prefeitura do Rio, e apoio financeiro do governo federal, com bolsa de R$ 500 e auxílio-alimentação de R$ 1.290 por mês. O bacharelado em Matemática da Tecnologia e Inovação vai atender 100 alunos no primeiro ano, com investimento de R$ 18,7 milhões, podendo chegar a 400 alunos ao fim de quatro anos.
Reconhecimento
De Rolim de Moura, interior de Rondônia, o novo aluno do Impa Tech, Caio Victor Ferreira da Costa, compartilhou memórias da sua vida estudantil e falou da importância da Obmep.
“Eu gosto de pensar que todos aqui começaram a contar com a ajuda dos pais, usando os dedinhos, até mesmo os grandes matemáticos aqui presentes, doutores e mestres, começaram assim. E a vida é construída a partir desses pequenos passos. E uma etapa muito importante na minha vida e na vida dos demais colegas que hoje ingressam no Impa Tech é a Obmep”, garantiu Caio.
“Para um estudante de escola pública, assim como eu, não é apenas uma medalha. Com uma medalha vêm reconhecimento e oportunidades. E eu estou aqui hoje graças a essas oportunidades”, acrescentou.
A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou que a Matemática é transversal e necessária em diversas áreas de conhecimento. “A Matemática está em todo lugar. Quando a gente olha para as obras de Oscar Niemeyer, nós temos que lembrar do pernambucano Joaquim Cardoso, que Niemeyer pensou aquela arquitetura extraordinária, mas alguém teve que ir fazer os cálculos”, afirmou.
“Se nós formos olhar o que acontece hoje no lançamento de satélite, na base de Alcântara, ou se a gente for estudar o que acontece na Biologia, na nanotecnologia, na biotecnologia, tudo isso tem Matemática. E é por isso que nós precisamos fazer a ciência básica, mas com essa visão aplicada que é que o Impa faz hoje em dia, aliás, faz desde 1952. Então, essa é, nada mais nada menos, a perspectiva que a gente está dando no dia de hoje, porque, afinal, é uma junção da educação com a tecnologia que se unem para esse futuro promissor”, destacou a ministra.
O Impa é um centro de pesquisa e pós-graduação em Matemática de renome internacional, com cursos de doutorado, mestrado e mestrado profissional. Qualificado como organização social, é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e ao Ministério da Educação (MEC).
Durante o evento, a Agencia Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia da Prefeitura do Rio também assinaram convênio que prevê aporte de R$ 4 milhões, por parte da ABDI, para criação de um hub de pesquisa e inovação em inteligência artificial no Porto Maravalley. A ABDI é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Encerra-se, nesta quarta-feira (3/4), o prazo para inscrições no Gestores em Movimento que será realizado em São Luís. O programa visa a capacitação de músicos, estudantes de música e administradores da área cultural em gestão de teatros, orquestras e salas de concertos, além da realização do Festival Gestores.
Para se inscrever, basta acessar o sitewww.gestoresmovimento.com…
Apresentação do prograna
A equipe responsável pulo Gestores em Movimento apresentou o programa a potenciais parceiros em São Luís.
Na foto, um dos gestores do projeto Bruno Cunha (@brunomcunha), com o diretor da Galeria Trapiche, Uimar Junior (@uimar.junior), e o diretor do Teatro da Cidade de São Luís, Aldenor Filho (@aldenor_filho).
“– Meu sobrinho, eu não sei nada de política... mas eu sei de você. E tenho certeza de que sei qual é a resposta que você vai dar”.
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Ela se chama Luíza Gama Soares e aniversaria neste 1º de abril. É minha tia. Em razão de seu nascimento no primeiro dia deste mês, ela e eu costumamos brincar um com o outro: “Luíza abre, Edmilson fecha” – porque eu sou do último dia do mesmo mês.
Há tempos, devia a mim mesmo, mas sobretudo à minha tia, um texto com registro de parte de uma conversa que ela e eu mantivemos há anos, lá por 2016 ou 2018, um desses anos de eleições.
Nessa época, eu era dirigente partidário em Imperatriz e candidato com, pelo menos, sete a oito campanhas disputadas para vereador, prefeito, deputado estadual e federal. No total, foram nove campanhas em que fui candidato.
Tendo eu alguma prestação de serviços ao município imperatrizense, com postura e compostura ética em relação às coisas e causas da Política e da Administração Pública maiúsculas, com resultados eleitorais de mais de quatrocentos a até cerca de vinte e cinco mil votos, construiu-se na cidade e região uma percepção razoavelmente positiva em torno de meu nome, que se adensava em época de campanhas políticas.
Isso, de certa forma, e o fato de ser dirigente partidário (presidente), autorizava membros, sobretudo gestores e candidatos, de outros partidos a enviarem prepostos para tentar um “acordo”, uma convergência de esforços, essas coisas. Afinal, a Política – dizem – não é a arte do diálogo?
Pois certa feita um emissário de uma coligação partidária veio “dialogar” comigo. Veio com argumentos na fala... e algumas centenas de milhares de reais na mala.
O emissário era um conhecido meu, profissional liberal, professor universitário. Ele representava e negociava, naquele ano, os interesses político-partidário-eleitorais de uma coligação.
Após as cortesias iniciais de praxe, ele abriu o jogo, e a mala. Em resumo, disse que, se eu aceitasse isso e isso, a mala ficaria, eu contaria o dinheiro e, estando tudo certo, eu o informaria e ele ligaria para um determinado número (que ele me mostrou na tela de seu celular), após o que viria até a minha residência uma equipe de filmagem para gravar trinta segundos de imagens e áudio, em que eu diria que fulano e sicrano eram as melhores pessoas desde Jesus Cristo e declararia apoio à coligação e suas pretensões.
É claro, não disse sim nem não logo. Pedi ao emissário que esperasse, enquanto eu daria alguns telefonemas para ouvir a opinião de gentes de meu “grupo” político – na verdade, alguns amigos de referência e reverência, que (ainda) acreditam e apostam em nosso nome quando este é colocado entre os demais que, como eu, ousam entrar nesse moedor de carne e reputação humanas que são as campanhas, as eleições, a Política.
Enquanto o emissário estava, admirado, passeando os olhos pelas dezenas de milhares de livros de minha biblioteca, entrei no quarto, fechei a porta, liguei o ar-condicionado (para produzir um certo barulho...) e fui fazer contato com o “grupo”. Depois, liguei para minha tia Luíza – é aqui que ela entra na história...
Minha tia mora em um município do lado norte do Maranhão. Após pedir a bênção e procurar saber como ia ela de saúde (ela é setentã), contei-lhe o que estava ocorrendo naquele instante – a montanha de dinheiro por um apoio e tudo o que esse apoio representaria de envolvimento, cobranças etc.
Paciente e silenciosamente, minha tia me escutou. Quando terminei, ela, com aquela sabedoria que os mais velhos vão desenvolvendo ao longo das décadas de vida, só disse uma frase. Não falou nem se impressionou com o volume de dinheiro, com a retribuição (pouca, para alguns) que eu teria de dar para ter a “grana” e, depois, gastá-la. Minha tia não perguntou sobre o emissário... nada. Tia Luíza focou, centrou no essencial – que era o sobrinho dela. Sem titubear, sem arrodeio, segura, ela disse o que quase ninguém mais diria:
“– Meu sobrinho, eu não sei nada de política... mas eu sei de você. E tenho certeza de que sei qual é a resposta que você vai dar”.
Pronto. Só. Uma pancada. Como também se diz: Nem Salomão, em toda sua sabedoria, diria o que minha tia disse.
Naquelas palavras dela, estava o testemunho de quem, desde adolescente, com outra irmã (Isabel) e dois irmãos (Raimundo João e José Lourenço), conviveu com minha mãe, Dª Carlinda Orlanda Sanches, e comigo e meus outros quatro irmãos (Francisca Cláudia, Carlos Magno, Júlio César e Wendel). E não esquecer o Papai Velho (Papai Véi, como chamávamos), nosso avô materno Manoel, já falecido, que sabia tocar boiada e flauta e, além de histórias sobre nossos remotos antepassados e antecedentes, me falava de música e dos termos e notas musicais, acerca dos quais sou ignorante até hoje.
Tia Luíza disse, naquelas palavras curtas e sábias, da índole, da ética, da criação que todos (meus irmãos e meus tios) tivemos, sob a inspiração (honestidade) e a transpiração (trabalho) de minha mãe. Uma índole, uma ética, uma criação que, para alguns e para hoje (mas desde já há algum tempo), parecem coisas ultrapassadas, parecem “frescura”, lembranças de gente velha... Já imperam por aí as gerações que não conheceram ou não querem saber de hábitos e costumes como pedir a bênção, pedir licença ao passar entre duas pessoas que conversam, obedecer aos pais, respeitar os mais velhos, ter temor (ou. pelo menos, respeito) a Deus e aos valores espirituais.
Minha tia é da família, que é onde estão as poucas pessoas que sabem mesmo de mim, de minhas raízes, caule, tronco – quando alguns outros, que acham que me conhecem, da minha árvore de vida sabem, quando muito, apenas de ramos, folhas, flores, frutos...
As conversas com meus tios são repletas de lembranças e sorrisos.
Não temos problemas em rirmos de nós mesmos...
Memórias da infância, da adolescência e juventude...
As brincadeiras, as rodas de conversas, os jogos de mesa, as anedotas, as pescarias com simples anzóis de chumbada no Rio Itapecuru, quando este não era o atual curso d’água líquido, sujo e incerto de hoje...
Pescar também pelo método de “tapagem”, em que a entrada de água de um braço do rio era obstruída com uma barreira ou barragem feita de toras de madeira, galhos, folhas, barro etc. e, depois, esvaziada, após o que se retiravam com as mãos, da água rasa, diversos tipos de peixes – piaus (de coco, de vara), curimatás, pescadas, surubins, branquinhas, carás, mandis (inclusive o mandi dourado), traíras, lampreias, anojados, aniquins, mandubés, piabas, piranhas, caranbanjas, futricas (mandis e outros peixes ainda bem pequenos), tubis, sarapós, muçuns, cangaparas (espécie de pequenas tartarugas)... E também retirávamos, de locas em lajes, bodós, violas e outros cascudos (inclusive o sete léguas)...
Cozinheira de mão cheia e de pratos vazios (pois do que ela prepara nada sobra...), tia Luíza mantém a tradição familiar de excepcionais mulheres de mão boa e paladar bom na cozinha, que nem mãe Carlinda e tia Isabel e também minha irmã Cláudia. Aqueles peixes, então, cozidos, fritos ou, em certos casos, assados, eram de a gente comer que “dava bom dia a jumento” (expressão da época – anos 1960/1970 – de múltiplo uso e sentido).
Um tempo atrás, tia Luíza esteve umas duas semanas comigo, na casa em que moro. Entre tantas lembranças que reavivamos, lembrei a ela a frase:
“– Meu sobrinho, eu não sei nada de política... mas eu sei de você. E tenho certeza de que sei qual é a resposta que você vai dar”.
Foi não.
A resposta que dei foi: “Não”.
Eu não aceitei a proposta.
Sei que há os que dizem ou diriam que não veem problema em aceitar uma oferta ou negociação política dessas, que faz parte do “jogo”, que não se perde uma reputação por isso etc. etc.
Bom, cada um decide como lhe convém, como pode e quer. O certo é que, minutos depois de nos despedirmos, o advogado e emissário político enviou-me mensagem pelo telefone, onde expressava sua admiração por mim, dizia que veio apresentar a proposta porque era sua missão dentro do partido, porém – afirmou ele – já sabia desde o início que, apesar da volumosa tentação monetária, eu não iria aceitar.
Como se vê, a gente também ganha quando não se perde...
Por suas palavras, obrigado, tia Luíza.
E, neste 1º de abril, dia de seu aniversário, que o bom Deus cuide de sua saúde, mantenha seu bom humor e amplie seu crescimento espiritual.
Felicidades.
A bênção.
Parabéns.
(... E guarde minha fatia do bolo...).
* EDMILSON SANCHES
FOTOS:
Tia Luíza e o filho, Diego. Bons de trabalho... e bons de prato...