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Estudante cria método de estudo e memorização e comemora aprovação no curso de medicina

Sem cursinho nem aulas extras, o estudante Gabriel Mattucci, de 17 anos, adotou uma metodologia bem original de memorização a fim de atingir seu objetivo: ser aprovado no curso de medicina. O método deu resultado, e Gabriel foi selecionado pela Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest) para a Universidade de São Paulo (USP). Ele também ficou em primeiro lugar no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), também em medicina para a USP, mas para o Campus Bauru. O método só não ajudou o estudante a decidir qual opção escolher.

Imagine uma parede coberta de lembretes. Essa foi a solução encontrada por Gabriel para lembrar de todo o conteúdo que precisava ser revisitado na rotina de estudos. “Os adesivos, os ‘post-its’, surgiram para ser uma coisa que está sempre na minha frente, para que eu possa revisar, sempre que eu passar bater o olho e ficar lembrando daquilo”, explica. “Não era só uma forma de ficar sempre relembrando, mas também de resumir e de não guardar informação que não era tão relevante assim. Eu preferi me basear naquilo que realmente iria ser cobrado”.

O estudante passou a focar nas matérias em que tinha mais dificuldade. Além de praticar exercícios retirados de provas antigas, ele viu que o método de memorização também exigia organização. Gabriel conta como estabeleceu a rotina de consulta ao material que foi se espalhando, formando um grande mural amarelo. “Os professores iam passando a matéria e, conforme eles passavam, eu ia colando na parede. Eu tinha uma setinha em cima de cada uma das colunas. Em cada dia, eu tinha que ler todos os que estavam naquela coluna. E daí eu ia passando a setinha para o lado até voltar para o começo. Cada dia, eu lia uma coluna inteira”, detalha o estudante.

Inspiração

A motivação para uma rotina própria de estudos foi crescendo depois que Gabriel participou de um projeto como voluntário. O desafio era auxiliar alunos do nono ano de uma escola pública de Sorocaba para os conhecidos vestibulinhos das Escolas Técnicas Estaduais de São Paulo (Etecs).

“Eu fiquei por dois anos. O projeto começou em 2017, estava no segundo ano, e veio até agora. Nesse período, eu mudei muito a minha visão de como a gente encara esses alunos que estão um pouco mais distantes da realidade da escola particular”, lembra Gabriel. “Muitos são interessados, têm sonhos, têm expectativas, têm força de vontade. Mas, infelizmente, muitos deles não têm onde se apoiar. E nós conseguimos dar o suporte para que eles conseguissem aprovação num ensino médio melhor”, comemora.

Resultado

Gabriel percebeu que seu método de estudos havia dado certo quando foi selecionado na Fuvest e o primeiro lugar no Sisu. “Eu acho que a proposta do Sisu é realmente muito legal. Conheço vários amigos que estavam em dúvida até em relação ao curso que iriam fazer e prestaram o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. Decidiram no fim do ano e acabaram conseguindo entrar pelo Sisu nos cursos que queriam, porque, no vestibular, você tem que decidir em agosto o curso que você vai colocar e não pode nem trocar depois. No Sisu, a escolha é na hora, e isso é muito bacana”, elogia.

Gabriel ainda não decidiu se vai cursar medicina na capital ou na cidade de Bauru, mas já manifesta interesse por uma área específica. “Os veteranos sempre falam para gente manter a cabeça aberta, que a gente vai conhecer muita coisa na faculdade que pode ter interesse e não sabia ou perder alguns que você achava que tinha, mas a princípio eu penso bastante em neurologia. É uma área que me chama bastante atenção”, planeja o estudante.

(Fonte: MEC)