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LÍNGUA PORTUGUESA: dicas e exercícios 35

Os acentos gráficos continuam nos dando dor de cabeça.

Dicas gramaticais

Afinal, COCO tem ou não acento circunflexo?

1. CÔCO ou COCO?
O certo é COCO.

REGRA:
Só acentuamos as palavras paroxítonas (= sílaba tônica na penúltima sílaba) terminadas em:

I(S): táxi, júri, cáqui, lápis, tênis...
EI(S): jóquei, vôlei, ágeis, fósseis, usaríeis...
US: vírus, ânus, bônus, Vênus...
Ã(S): ímã, órfã, órfãs...
ÃO(S): órfão, sótão, órgãos, bênçãos...
R: caráter, repórter, éter, mártir...
X: tórax, clímax, ônix, látex...
N: hífen, pólen, próton, nêutron...
L: túnel, têxtil, ágil, difícil...
UM(UNS): álbum, álbuns...
ONS: prótons, elétrons, íons...
PS: bíceps, tríceps, fórceps...

OBSERVAÇÃO 1:
Não se acentuam as paroxítonas terminadas em:
A(S): fora, seca, sala, balas...
E(S): este, esses, ele, eles...
O(s): COCO, bolos, palito...
EM(ENS): item, itens, ordem, nuvens, hifens, polens, abdomens...

OBSERVAÇÃO 2:
Não se acentuam os prefixos terminados em “i” ou “r”: hiper, inter, super, semi, mini, maxi...

OBSERVAÇÃO 3:
Há registro de XÉROX ou XEROX.

2. PÔDE ou PODE?
PÔDE é a 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo: “Ontem, ele
não pôde resolver o problema”.
PODE é a 3ª pessoa do singular do presente do indicativo: “Agora, ele não pode sair”.

Acrescentando...
Nova ortografia: “Pôr” e “pôde” preservam acento
Já se disse que quase todos os acentos diferenciais foram suprimidos pelo Novo Acordo Ortográfico. É bom esclarecer, então, quais foram os que permaneceram – apenas dois, o do verbo “pôr” e o da forma “pôde” (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo).

O acento de “pôr” faz que a forma verbal se distinga da preposição “por”. Na letra da canção “Leve”, de Chico Buarque, temos a preposição “por”: “Não me leve a mal / Me leve apenas para andar por aí / Na lagoa, no cemitério / Na areia, no mormaço”. Do mesmo Chico, agora na letra de “Bye-bye, Brasil”, está o verbo “pôr”: “Eu vou dar um pulo em Manaus / Aqui tá quarenta e dois graus / O sol nunca mais vai se pôr / Eu tenho saudades da nossa canção / Saudades de roça e sertão / Bom mesmo é ter um caminhão”.

É importante lembrar que o substantivo composto “pôr do sol” continua grafado com acento, dado que o verbo “pôr” é um de seus elementos constitutivos. O mesmo ocorrerá com a forma “soto-pôr”, único derivado do verbo “pôr” em que o prefixo fica separado por hífen, motivo pelo qual o acento deve ser empregado. Nos demais, não ocorre acento gráfico: repor, propor, depor, compor, sobrepor etc.

Já a forma “pôde” mantém-se como único caso de acento diferencial de timbre (observe que, no presente do indicativo, dizemos “pode”, com /o/ aberto e, no pretérito perfeito do indicativo, pronunciamos “pôde”, com /o/ fechado). O motivo da manutenção do acento gráfico de “pôde”, entretanto, não é a preservação da sua pronúncia fechada. Essa grafia serve para marcar o tempo passado.

A utilidade desse acento fez que não fosse suprimido na reforma ortográfica de 1971 e que sobrevivesse também a de 2008. Assim: “Ele não pode fazer isso” (presente) é diferente de “Ele não pôde fazer isso” (passado).

Teste da semana
Assinale a opção que completa, corretamente, as lacunas da frase abaixo:
"Deficiências de verbas não __________ para desencorajar novas atividades __________”.
(a) são o suficiente / técnico-científicas;
(b) são suficiente / técnicas-científicas;
(c) é o suficiente / técnico-científicas;
(d) são suficientes / técnicas-científicas;
(e) é suficientes / técnicos-científicos.

Resposta do teste: Letra (a).
O sujeito (= deficiências de verbas) está no plural. Por isso, o verbo deve concordar no plural (= são). Quanto ao predicativo, há duas possibilidades: “são suficientes” ou “são o suficiente”. Quando o adjetivo é composto (técnico-científico), somente o segundo elemento se flexiona: “atividades técnico-científicas”.